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REVISÃO – DIREITO ADMINISTRATIVO

AGENTES PÚBLICOS

Agente público: Todos aqueles que exercem função pública, ainda que em caráter temporário ou
sem remuneração. O gênero agentes públicos comporta diversas espécies:

• agentes políticos: Os agentes políticos exercem uma função pública (múnus público) de alta
direção do Estado. Ingressam por meio de eleição e exercem mandatos fixos após o término da
sua relação com o Estado. Não possuem vinculo profissional, mas sim institucional e estatuário.
São os membros de Poder que ocupam a cúpula diretiva do Estado. É o caso dos parlamentares,
Presidente da República, governadores, prefeitos, e seus respectivos vices, ministros de Estado e
secretários.
Aos agentes políticos é que cabe realmente traçar os destinos do país competência retirada da
Constituição.


ocupantes de cargos em comissão: Conhecidos como “cargos de confiança”, os cargos em
comissão ou comissionados estão reservados a atribuições de direção, chefia e assessoramento
(art. 37, V, da CF).
Qualquer outra atribuição de função a comissionados – e que não envolva direção, chefia ou
assessoramento – deve ser considerada como inconstitucional.

- É feito via nomeação política, de modo que sua exoneração pode ser realizada a qualquer
momento sem motivo, no qual não possui a necessidade de garantia.

- Podem ser ocupados por indivíduos sem qualquer relação permanente com o Estado.
Porém, a legislação estabelecerá os casos, condições e percentuais em que os cargos comissionados
devem ser preenchidos por servidores públicos de carreira (art. 37, V, da CF).

Não se deve confundir, porém, cargo de confiança (comissionado) com função de


confiança. As funções de confiança também relacionam exclusivamente com atribuições de
direção, chefia e assessoramento (art. 37, V, da CF), mas só podem ser exercidas por servidores de
carreira.

• contratados temporários: Serão previstas as contratações por tempo determinado em situações


excepcionais de interesses públicos.

I – Assistência a situações de calamidade pública; Assistência a emergências em saúde pública;


III – realização de IBGE;
IV – Admissão de professor substituto e professor visitante; Admissão de professor e pesquisador
visitante estrangeiro;
VI – Atividades especiais como organização das Forças Armadas, identificação e demarcação territorial,
atuações finalísticas do Hospital das Forças Armadas, assistência à saúde para comunidades indígenas;
VII – admissão de professor, pesquisador e tecnólogo substitutos para suprir a falta de professor,
pesquisador ou tecnólogo ocupante de cargo efetivo, decorrente de licença para exercer atividade
empresarial relativa à inovação
VIII – admissão de pesquisador, nacional ou estrangeiro, para
projeto de pesquisa com prazo determinado, em instituição
destinada à pesquisa;
IX – Combate a emergências ambientais, na hipótese d declaração, pelo Ministro de Estado do Meio
Ambiente, da existência de emergência ambiental na região específica”.

- Dispensa concurso público, é realizado por meio de processo seletivo ( em casos de calamidade
pública, dispensa processo)
- O tempo de contrato pode varias de 6 meses a 04 anos;

• particulares em colaboração com a Administração (agentes honoríficos): Uma classe de


agentes públicos, em regra, sem vinculação permanente e remunerada com o Estado. Exercem função
pública sem serem servidores públicos.
- Requisitados de serviço: como mesários e convocados para o
serviço militar (conscritos);
- Gestores de negócios públicos: são particulares que assumem espontanea-mente uma tarefa
pública, em situações emergenciais, quando o Estado não está presente para proteger o interesse
público. Exemplo: socorrista de parturiente;
- Contratados por locação civil de serviços: é o caso, por exemplo de jurista famoso contratado para
emitir um parecer;
- Concessionários e permissionários: exercem função pública por delegação estatal;
- Delegados de função ou ofício público: é o caso dos titulares de cartórios.

• Agentes militares: categoria à parte entre os agentes públicos na medida em que as instituições
militares são organizadas com base na hierarquia e na disciplina.
Aqueles que compõem os quadros permanentes das forças
militares possuem vinculação estatutária, e não contratual, mas o regime jurídico é disciplinado por
legislação específica diversa da aplicável aos servidores civis.

- Polícias Militares/ Corpos de Bombeiro são servidores públicos dos Estados, do Distrito Federal e
dos Territórios, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores;
- Militares estão constitucionalmente proibidas a sindicalização, a greve, a acumulação de cargos e a
filiação partidária.

• servidores públicos estatutários: Os servidores estatutários são selecionados por concurso público
para ocupar cargos públicos, tendo vinculação de natureza estatutária não contratual, e adquirem
estabilidade após se sujeitarem a um estágio probatório.
O regime de cargo público é mais vantajoso e protetivo para o agente do que o de emprego
público. Isso porque o regime de cargo foi concebido para garantir maior estabilidade no exercício
das funções públicas, protegendo servidor contra influências partidárias e pressões políticas
provocadas pela constante alternância na cúpula diretiva do Estado. Estabilidade adquirida após o
estágio probatório.

- Sentença judicial transitada em julgado;


- Processo administrativo disciplinar;
- Avaliação periódica de desempenho;
- Perda do cargo também para redução de despesas com pessoal;
Cargos Vitalícios: é o caso dos membros dos Tribunais de Contas Embora atualmente sejam
considerados agentes políticos, magistrados e membros do Ministério Público (promotores e
procuradores da República), também são vitalícios. Nos cargos vitalícios, o estágio probatório é
reduzido, tendo duração de somente dois anos, após o qual o agente adquire vitaliciedade, podendo
perder o cargo unicamente por meio de sentença judicial transitada em julgado;

Cargos efetivos: é a condição de todos os cargos públicos, com exceção dos três vitalícios acima
indicados. Os cargos efetivos têm estágio probatório maior, de três anos. Após o estágio probatório,
o servidor adquire estabilidade, podendo perder o cargo pelas quatro formas já referidas: a) sentença
judicial transitada em julgado; b) processo administrativo disciplinar; c) avaliação de desempenho; d)
para redução de despesas com pessoal.

• Empregados públicos: Os empregados públicos ingressam por meio de concurso público para
ocupar empregos públicos, tendo uma vinculação contratual com o Estado regida pela Consolidação
das Leis do Trabalho –CLT. Por isso, são conhecidos como “celetistas”.

- Regime menos protetivo que o regime estatuário, no qual utiliza sistema de


contratação, não possui estágio probatório, mas ficam sujeitos ao período de experiencia de 90 dias;

Acessibilidade: Os cargos são acessíveis a brasileiros estrangeiros, porém há vagas privativas a


Brasileiros natos como: Presidente e Vice- Presidente da República; Presidente da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal; Ministro do STF; membro de carreira diplomática; oficial das Forças
Armadas e Ministro de Estado da Defesa (CF, art. 12, § 3º).

Concurso de Ingresso: O concurso é regido pelos princípios da publicidade, da competitividade e da


igualdade entre os concorrentes, realizado pelo sistema de mérito e destinado à verificação da
capacidade do concorrente.
O processo seletivo deve ser de provas ou de provas e títulos e poderá estabelecer requisitos que
respeitem a natureza das atividades, observados os princípios do art. 37, caput, da CF.

Estágio probatório: A Constituição Federal impõe aos servidores públicos e a outros agentes públicos
a necessidade de submissão a estágio probatório, como também a avaliação especial de desempenho.
No âmbito da Administração Pública Federal (Lei n. 8.112/90, art. 20), o estágio tem duração de vinte
e quatro meses e a avaliação deve levar em conta:
a) assiduidade; disciplina; capacidade de iniciativa; produtividade; responsabilidade.

SERVIDOR PÚBLICO

- Os cargos, empregos e funções são acessíveis aos Brasileiros e estrangeiros, excetos os cargos
previstos em lei, que, são, Presidente e Vice-Presidente da República; Presidentes da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal; Ministro do STF; membros da carreira diplomática; oficial das
Forças Armadas e Ministro de Estado da Defesa.
- A investidura do cargo, depende, da aprovação em concurso publico ou da prova de títulos,
na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração;
- O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual
período;

- Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso


público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados
para assumir cargo ou emprego, na carreira;

Princípios do concurso público:


- Princípio da igualdade, pelo qual se permite que todos os interessados em ingressar no serviço
público disputem a vaga em condições idênticas para todos.
- Princípio da moralidade administrativa, indicativo de que o concurso veda favorecimentos e
perseguições pessoais, bem como situações de nepotismo, em ordem a demonstrar que o real
escopo da Administração é o de selecionar os melhores candidatos.
- Princípio da competição, que significa que os candidatos participam de um certame, procurando
alçar- se a classificação.
-Aprovação dentro do número de vagas do edital: O STF endossou esse entendimento, o direito
subjetivo à nomeação dentro do número de vagas previstas no edital integra o princípio da
segurança jurídica, não mais se admitindo injustificada omissão por parte da Administração.

Direitos do servidor público:


- Vista de provas - decorre do próprio princípio da publicidade, inscrito no art. 37, caput, da CF,
como um dos princípios fundamentais da Administração Pública;
- As provas orais, o desejável é que sejam gravadas: afinal, as palavras voam (verba volant). A
gravação se coaduna com o princípio da publicidade e permite que o interessado possa insurgir-se
contra eventual cometimento de abuso por parte de algum examinador.
- Banca examinadora, o candidato, além da média, tem o direito de saber a nota que cada
integrante lhe atribuiu, isso independentemente do silêncio do edital.
- Direito de recurso contra o resultado de prova, pois nada impede que tenha havido algum tipo
de arbitrariedade por parte do examinador (v. g.: perguntas fora do programa).

BENS PÚBLICOS
É o conjunto de bens pertencentes a pessoas jurídicas de direito público (União, Distrito Federal,
Estados-Membros, Municípios, autarquias e fundações), equiparando-se a estes o conjunto de bens
formadores do patrimônio das pessoas jurídicas de direito privado empresas públicas e sociedades de
economia mista) criadas pelas entidades estatais, quando prestadoras de serviços públicos.

São subdivididos em:


1) bens de uso comum: são os de uso de todos indistintamente (ruas, avenidas, praças, rodovias);2)
2) bens de uso especial: prestam-se à execução de serviços públicos, destinados à fruição exclusiva do
Poder Público (repartições públicas) ou à fruição geral (museus, universidades,
parques etc.);
3) dominicais (ou dominiais): constituem o patrimônio disponível, exercendo o Poder Público os
poderes de proprietário como se particular fosse; não possuem destinação específica, seja porque o uso
não é indistintamente permitido, seja porque o Poder Público não necessita da sua fruição.

DEFESA DE BENS PÚBLICOS:

- Bens imóveis: ações possessórias (reintegração e manutenção de posse)


- Precedentes judiciais: legítima a defesa autoexecutória da Administração em hipótese de esbulho.

AFETAÇÃO E DESAFETAÇÃO: Exceção para os dominicais, todos os bens públicos (de uso comum ou de
uso especial) são adquiridos ou incorporados ao patrimônio público para uma destinação específica.
destinação específica = afetação.
A afetação de bens a uso comum pode decorrer de fato natural (rios, mares), da própria natureza
do bem (rodovias, estradas, praças e avenidas), de imposição legal ou de ato administrativo (que impõe
a modificação de uso especial para o uso comum).
A desafetação depende de lei ou de ato administrativo consequente de autorização legislativa.

REGIME JURÍDICO:
a) inalienabilidade (não estão sujeitos, em regra, à transferência de domínio);
b) imprescritibilidade (são insuscetíveis de ser adquiridos por usucapião)
c) impenhorabilidade (são insuscetíveis de constrição judicial por penhora – CF, art. 100);d) não
oneração (não podem ser dados em garantia).

AQUISIÇÃO: Formas usuais de aquisição a compra, a doação, a dação em pagamento e a permuta, a


acessão, a transmissão de herança, a usucapião, além de outras que refoguem ao direito privado, como
a desapropriação, o confisco e a perda de bens em razão de ilícito penal e de ato de improbidade
administrativa, a investidura e o registro de parcelamento do solo;

DESAPROPRIAÇÃO: A desapropriação corresponde a um instrumento de intervenção na


propriedade privada e que leva à perda da propriedade imóvel 191 (CC, art. 275, V). Somente pode ser
realizada por pessoas jurídicas de direito público e desde que atendidos os pressupostos constitucionais
e legais (utilidade pública, necessidade pública ou interesse social).
Trata-se de modo de aquisição originária da propriedade e apenas de forma excepcional dispensa o
expropriante do pagamento de justa e prévia indenização (como pode ocorrer na hipótese do art.
243 da CF).
A desapropriação sempre decorre a incorporação do bem expropriado ao patrimônio público (é
promovida com esse propósito;

Espécies de desapropriação:

1) desapropriação ordinária (CF, art. 5º, XXIV: por interesse social, necessidade ou utilidade pública);
2) desapropriação urbanística (CF, arts. 182 e 183 e Estatuto da Cidade);
3) desapropriação para fins de reforma agrária – rural (CF, arts. 184 e191);
4) desapropriação confiscatória (CF, art. 243). autorização de uso: decorre de ato administrativo,
discricionário, precário (diz-se que a autorização é simples), e por ele a Administração consente ou
apenas permite e faculta o uso do bem pelo particular, de modo a não prejudicar o interesse público e
atender ao interesse predominante do particular, prescindindo de requisitos especiais
(autorização legislativa e licitação).
Permissão de uso: decorre de ato administrativo discricionário, precário, negocial, e por ele a
Administração consente que o particular utilize o bem, satisfazendo interesse de ambos (o interesse
público e o interesse privado são convergentes). Enquanto vigente, a permissão
confere direitos ao particular, e, em regra, não deve ser deferida com exclusividade (ex.: instalações,
bancas de jornais e revistas em logradouros públicos).

A principal diferença deste instituto jurídico para a autorização de uso reside no fato de que, na
permissão, o uso do bem público é destinado a particular para atender a um interesse
predominantemente público;
Concessão de uso: decorre de contrato administrativo sujeito a prévia licitação, podendo a utilização ser
remunerada ou gratuita para o particular (ainda que remunerada);

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