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Thállius Moraes DIREITO ADMINISTRATIVO

LEI 8.112/90 - ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS


FEDERAIS

INTRODUÇÃO
A Lei 8.112/90 trata do Estatuto dos Servidores Públicos Civis Federais e alcança a União, autarquias
federais e fundações públicas federais.

A Lei 8.112/90 alcança:


✓ União
✓ Autarquias federais
✓ Fundações públicas federais:

CONCEITOS IMPORTANTES
SERVIDOR → pessoa legalmente investida em cargo público (o que transforma uma pessoa em servidor
público é a INVESTIDURA, a qual se dá com a POSSE).
CARGO PÚBLICO → conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional
que devem ser cometidas a um servidor.

CARGOS PÚBLICOS
Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros (natos ou naturalizados), são criados por lei, com
denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em
comissão.
As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos
com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos da Lei nº
8.112/90.
Os cargos públicos são criados e extintos por meio de lei. Contudo, a sua extinção de decreto autônomo do
Presidente da República, quando vagos.
Logo, caso o cargo público esteja ocupado, poderá ser extinto apenas por lei.
"Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VI – dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento
de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas
nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral
da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas
respectivas delegações."

É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei.

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Diferenças entre cargo efetivo, cargo em comissão e função de confiança:


➢ Cargo efetivo: Aqui os servidores ingressam por meio de concurso público. Deverão passar pelo
estágio probatório e podem adquirir estabilidade no serviço público.
➢ Cargo em comissão e função de confiança: Não estão sujeitos ao estágio probatório, mas jamais
adquirem estabilidade. Tratam-se de atribuições de chefia, direção ou assessoramento.
➢ Cargo em comissão: é de livre nomeação e exoneração ("ad nutum"), isto é, a autoridade escolhe
livremente e pode exonerar independente de motivo. Podem ser preenchidos tanto por particulares
como por servidores (mas um percentual mínimo de servidores de carreira deve ser observado, de
acordo com a CF).
➢ Função de confiança: é de livre designação e dispensa. Apenas servidores efetivos podem ser
designados.

CONCURSO PÚBLICO
REGRAS GERAIS
O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo ser realizado em duas etapas, conforme
dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a inscrição do candidato ao
pagamento do valor fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção
nele expressamente previstas.
Os cargos públicos de provimento efetivo serão necessariamente preenchidos mediante prévia aprovação
em concurso público.
PRAZO DE VALIDADE
O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual
período.
O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em edital, que será
publicado no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande circulação.
Abertura de novo concurso enquanto houver concurso anterior ainda não expirado e com candidatos
aprovados (ainda não nomeados):
➢ Lei 8.112/90 → Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso
anterior com prazo de validade não expirado.
➢ Constituição Federal, art. 37: "IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação,
aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade
sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira".
Assim, verificamos que, segundo a lei 8.112/90, não poderia ser aberto novo concurso enquanto houver
concurso anterior vigente. Mas atenção que segundo a regra constitucional, poderá ser aberto novo concurso
nesse caso, mas deve ser observada a prioridade na nomeação.

RESERVA DE VAGAS PARA PORTADORES DE DEFICIÊNCIA


Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para
provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais
pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso (mínimo 5%, conforme
prevê o Decreto 3.298/99).

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REQUISITOS BÁSICOS PARA INVESTIDURA


São requisitos básicos para investidura em cargo público:
✓ nacionalidade brasileira (nato ou naturalizado);
✓ gozo dos direitos políticos;
✓ quitação com as obrigações militares e eleitorais;
✓ nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
✓ idade mínima de dezoito anos;
✓ aptidão física e mental.

Conforme vimos, o preenchimento desses requisitos ocorre no momento da investidura, sendo que ela
ocorrerá com a posse.
Esses são os requisitos básicos, as atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos,
mas eles devem estar estabelecidos em lei, como por exemplo uma idade superior, um limite de idade máxima,
uma formação específica ou exame psicotécnico.
Vale salientar que esses requisitos não podem ser exigidos unicamente no edital, pois é necessária previsão
legal para tanto, normalmente constante na própria lei da carreira do cargo.

POSSE E EXERCÍCIO
Posse → A posse se dá pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os
deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados
unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei.
Nesse termo constarão as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo
ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício
previstos em lei.

Exercício → é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de confiança.


A contagem de tempo ocorre a partir do exercício, como por exemplo, tempo de estágio probatório,
estabilidade, etc.
A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publicação do ato de provimento. É de quinze dias
o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em exercício, contados da data da posse.
Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse não ocorrer no prazo de 30 dias.
O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito o ato de sua designação para função de
confiança, se não entrar em exercício nos prazos previstos.

PERDA DO PRAZO PARA:


✓ Tomar posse: o ato de provimento é tornado sem efeito
✓ Entrar em exercício: O servidor será EXONERADO (cargo) ou o ato de designação tornado sem
efeito (função de confiança)

Investidura

Nomeação Posse Exercício $


Tempo
30 dias 15 dias
Perda do Nomeação
Prazo Exoneração
sem efeito

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Na hipótese da pessoa já for servidor e encontrar-se em licença ou afastado legalmente, o prazo para tomar
posse será contado a partir do término do impedimento.
O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido removido, redistribuído,
requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo,
contados da publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse
prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede. O servidor pode (facultado) declinar desses
prazos. (Se estiver em licença ou afastado legalmente, esse prazo conta do término do impedimento).
Esses prazos (para tomar posse e entrar em exercício) são declináveis, isto é, não é necessário aguardar o
último dia (pode tomar posse em um dia após a nomeação e já entrar em exercício no dia seguinte).

REGRAS REFERENTES À POSSE (INVESTIDURA NO CARGO)


✓ Ocorre com a assinatura do termo;
✓ Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação (única forma de provimento
originária).
✓ Poderá ser dada mediante procuração específica;
✓ No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que constituem seu
patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública;
✓ A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial (só pode ser empossado se
for julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargo).

À autoridade competente do órgão ou entidade para onde for nomeado ou designado o servidor
compete dar-lhe exercício.
O início do exercício de função de confiança coincidirá com a data de publicação do ato de designação,
salvo quando o servidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo legal, hipótese em que
recairá no primeiro dia útil após o término do impedimento, que não poderá exceder a trinta dias da publicação.
O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exercício serão registrados no assentamento individual
do servidor.
Ao entrar em exercício, o servidor apresentará ao órgão competente os elementos necessários ao seu
assentamento individual.
Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em razão das atribuições pertinentes aos respectivos
cargos, respeitada a duração máxima do trabalho semanal de quarenta horas e observados os limites mínimo e
máximo de seis horas e oito horas diárias, respectivamente (pode haver disposição de jornada diversa em leis
especiais).

Jornada do servidor (limites):


✓ Semanal - 40 horas
✓ Diária - mínimo 6h e máximo 8h

O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança submete-se a regime de integral dedicação ao


serviço, observado o disposto no art. 120 (regras de afastamento ou não do cargo efetivo para exercício do cargo
em comissão), podendo ser convocado sempre que houver interesse da Administração.

ESTABILIDADE E ESTÁGIO PROBATÓRIO


DISPOSIÇÕES GERAIS
Quando a pessoa é aprovada em cargo público de provimento efetivo deverá ser aprovado no estágio
probatório, o qual é devido a cada novo cargo.
O art. 20 da Lei 8.112/90 diz que "Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento
efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 24 meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade
serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo..."

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Contudo, conforme o art. 41 da Constituição Federal, o prazo para aquisição da estabilidade é de 3 anos,
sendo que as bancas de concurso também adotam este entendimento para o prazo do estágio probatório (trata-se
de um tema já pacificado pela jurisprudência do STF).
Logo, tanto o prazo para o estágio probatório, como o prazo para adquirir estabilidade, é de 3 anos de
efetivo exercício.
A estabilidade é dada no serviço público, após esse prazo e preenchido os requisitos, o servidor torna-se
estável no serviço público naquela esfera (feita apenas uma vez nessa esfera). Para que seja adquirida, é necessária
a aprovação em estágio probatório.
O estágio probatório diz respeito ao cargo, a cada novo cargo ele deve ser cumprido, independente de o
servidor já ser estável ou não.
O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo
anteriormente ocupado.
Na lei 8.112/90 a avaliação de desempenho (estágio probatório) observará os seguintes fatores:
Deverão ser analisados os seguintes fatores para a avaliação de desempenho (estágio probatório):
✓ assiduidade;
✓ disciplina;
✓ capacidade de iniciativa;
✓ produtividade;
✓ responsabilidade.

Quatro meses antes de findo o período do estágio probatório, será submetida à homologação da
autoridade competente a avaliação do desempenho do servidor, realizada por comissão constituída para essa
finalidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da
continuidade de apuração dos fatores acima citados.

PERDA DO CARGO DO SERVIDOR ESTÁVEL


De acordo com a Lei 8.112/90, o servidor estável só perderá o cargo em virtude de:
✓ sentença judicial transitada em julgado; ou
✓ processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.
A Constituição Federal traz outras hipóteses, além das dispostas acima, em que o servidor público estável
perderá o cargo:
✓ mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar,
assegurada ampla defesa;
✓ corte por excesso de despesas do Poder Público.

OBSERVAÇÕES PARA SERVIDOR EM ESTÁGIO PROBATÓRIO


Ao servidor em estágio probatório NÃO poderá ser concedida licença:
➔ para desempenho de mandato classista (sindical);
➔ para tratar de interesses particular;
➔ para capacitação.
O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções
de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação, e somente poderá ser cedido a outro órgão
ou entidade para ocupar cargos de Natureza Especial, cargos de provimento em comissão do Grupo-Direção e
Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes.

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LICENÇAS E AFASTAMENTOS PERMITIDOS


Licenças:
✓ por motivo de doença em pessoa da família;
✓ por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
✓ para o serviço militar;
✓ para atividade política;

Afastamentos:
✓ Exercício de Mandato Eletivo (cuidado para não confundir, o afastamento para mandado
CLASSISTA não pode no estágio probatório).
✓ Estudo ou Missão no Exterior
✓ Servir em organismo internacional
✓ Curso de formação (outro cargo federal)

PROVIMENTO E VACÂNCIA
PROVIMENTO
Prover significa ocupar um cargo público, isto é, o preenchimento de um cargo público. Trata-se de um rol
taxativo, no que a lei prevê sete modalidades de provimento, sendo elas:

São Formas de PROVIMENTO de cargo público (7 hipóteses - rol taxativo):


➢ NOMEAÇÃO → É a única forma de provimento originária e que tem posse;
D ➢ PROMOÇÃO → carreira; (forma híbrida - é também forma de vacância);
E ➢ READAPTAÇÃO → limitação; (forma híbrida - é também forma de vacância);
R
I
➢ REINTEGRAÇÃO → demissão Invalidada;
V ➢ REVERSÃO → retorno do aposentado;
A ➢ APROVEITAMENTO → o servidor que está em Disponibilidade;
D
A
➢ RECONDUÇÃO → retorno ao cargo anterior.
S

1) NOMEAÇÃO
Trata-se da única forma originária de provimento de cargo público, sendo feita:
• em caráter efetivo → quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira;
• em comissão (inclusive na condição de interino) → para cargos de confiança vagos.
O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter
exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa,
hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o período da interinidade.
A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de prévia
habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo
de sua validade.
Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento do servidor na carreira, mediante promoção,
serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira na Administração Pública Federal e seus
regulamentos.

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2) PROMOÇÃO
A promoção é tanto uma forma de provimento como de vacância de cargo público, ou seja, é híbrida, sendo
aplicada apenas a cargos escalonados em carreira.
A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no novo posicionamento na carreira a
partir da data de publicação do ato que promover o servidor. Além do mais, importante ressaltar que a promoção
não é uma troca de cargo.

3) READAPTAÇÃO
Também é uma forma híbrida, pois é uma modalidade de provimento e vacância.
A readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a
limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica.
Ademais, se julgado incapaz para o serviço público, o servidor será aposentado por invalidez.
Na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a
ocorrência de vaga.
São requisitos para a readaptação:
✓ Cargos de atribuições afins
✓ Respeitada habilitação exigida
✓ Mesmo nível de escolaridade
✓ Equivalência de vencimentos (não pode reduzir o subsídio ou remuneração)
De acordo com a Constituição Federal, o servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado
para exercício de cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido
em sua capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o
nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de origem.
Seria o caso de um servidor que exerce atividades eminentemente externas (como um oficial de justiça)
sofrer um acidente que o deixe paraplégico. Como cadeirante ele não terá aptidão física para as atribuições do
cargo, mas ele pode exercer normalmente funções internas, sendo readaptado em um cargo dessa natureza.
Se não existir cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.

4) REVERSÃO
A reversão é o retorno do aposentado à atividade, podendo ocorrer por meio de duas modalidades. Não
poderá reverter o aposentado que já tiver completado 70 (setenta) anos de idade.

I) APOSENTADORIA POR INVALIDEZ (INCAPACIDADE PERMANENTE) → quando junta


médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria. Neste caso, encontrando-se provido o cargo,
o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.

II) APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA → ocorre no interesse da administração, desde que:


✓ o servidor tenha solicitado a reversão;
✓ estável quando na atividade;
✓ haja cargo vago;
✓ a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação.
O servidor que retornar à atividade por interesse da administração perceberá, em substituição aos proventos
da aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive com as vantagens de natureza pessoal
que percebia anteriormente à aposentadoria.
Neste caso, o servidor somente terá os proventos calculados com base nas regras atuais se permanecer pelo
menos cinco anos no cargo.

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5) APROVEITAMENTO
O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em
cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.
Trata-se do retorno do servidor em disponibilidade (exemplo: servidor estável cujo órgão para o qual estava
lotado foi extinto, fica em disponibilidade e recebe proporcionalmente ao tempo trabalhado).
Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício
no prazo legal, salvo doença comprovada por junta médica oficial.

6) REINTEGRAÇÃO
A reintegração é a reinvestidura do servidor ESTÁVEL no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo
resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com
ressarcimento de todas as vantagens.
De acordo com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), esse ressarcimento não abrange o
auxílio-transporte (verba indenizatória) e o adicional de insalubridade. Logo, será abrangido somente aquilo que
decorre do mero exercício do cargo, como por exemplo, férias + 1/3, auxílio-alimentação etc.
Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade (poderá posteriormente ser
aproveitado em outro cargo, obedecidas as regras do aproveitamento).
Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem
direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.
Se o cargo do servidor que estiver sendo reintegrado estiver sendo ocupado, lembre-se que o cargo é dele,
o atual ocupante é quem deverá deixar o cargo, ocorrendo para ele uma das seguintes hipóteses:
1. recondução ao cargo anterior (sem direito à indenização);
2. aproveitado em outro cargo;
3. colocado em disponibilidade.
7) RECONDUÇÃO
Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:
1. inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
2. reintegração do anterior ocupante.
Importante mencionar que a jurisprudência admite que seja feitar a recondução por opção do servidor,
caso este não se adapte ao novo cargo.
Assim, ocorre a recondução ocorre quando o servidor passa de um cargo para outro e acontece alguma das
hipóteses previstas na lei, fazendo com que ele deixe o cargo atual, mas possa retornar ao seu cargo anterior.
Contudo, ele apenas poderá utilizar a reversão caso seja estável no cargo para o qual deseja retornar e que
antes de assumir o cargo novo, tenha solicitado o POC (posse em outro cargo inacumulável).
Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado em outro.

VACÂNCIA
É a forma por meio das quais o cargo público fica vago, desocupado, podendo ser preenchido outro servidor.
Trata-se de um rol taxativo, em que a lei prevê 7 modalidades de vacância, sendo elas:
✓ Exoneração (não é penalidade);
✓ Falecimento;
✓ Demissão (é uma penalidade);
✓ Promoção;
✓ Aposentadoria;
✓ Readaptação;
✓ Posse em outro cargo inacumulável

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1) EXONERAÇÃO
Como visto, a exoneração não é uma penalidade e sim uma forma de desligamento de um servidor por um
dos motivos previstos na legislação. Ademais, a exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor ou
de ofício. A exoneração de ofício dar-se-á:
➔ quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;
➔ quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido (15 dias).

2) FALECIMENTO
Essa forma de vacância não enseja maiores explicações, pois com a morte do servidor, seu cargo será
declarado vago e apto para ser provido por outra pessoa.

3) DEMISSÃO
A demissão é a penalidade aplicada para o servidor que cometer uma infração funcional grave. Os detalhes
e regras da demissão são estudadas em tópico próprio (regime jurídico disciplinar).

4) PROMOÇÃO
A promoção já foi estudada no tópico de provimento. Vale lembrar que se trata de uma forma híbrida, pois
ela caracteriza tanto forma de provimento, como forma de vacância de cargo público.

5) APOSENTADORIA
A aposentadoria pode ocorrer de três formas:
✓ por invalidez permanente
✓ compulsória
✓ voluntária

As regras previstas na Lei 8.112/90 acerca da aposentadoria encontram-se desatualizadas e em desconformidade


com a Constituição, de forma que as regras atinentes à aposentadoria são estudadas no tópico de Agentes
Públicos.

6) READAPTAÇÃO
A readaptação já foi estudada no tópico de provimento. Vale lembrar que se trata de uma forma híbrida,
pois ela caracteriza tanto forma de provimento, como forma de vacância de cargo público.

7) POSSE EM OUTRO CARGO INACUMULÁVEL (POC)


Essa forma de vacância é utilizada quando o servidor quer se afastar do cargo para assumir um outro cargo,
mas sem desligar-se definitivamente da Administração. Caso ele seja estável e seja inabilitado no estágio
probatório do novo cargo, por exemplo, ele poderá ser reconduzido (se pedir exoneração corta o vínculo e não
poderá ser eventualmente reconduzido).

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FORMAS DE DESLOCAMENTO
Neste caso, tanto na remoção, quanto na redistribuição não há cargo sendo provido ou ficando vago.
O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido removido, redistribuído,
requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo,
contados da publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse
prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede.
Tanto a remoção, quanto a redistribuição, não são formas de provimento e também não geram vacância de
cargo público.

REMOÇÃO
Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro (para exercício
em outra unidade), com ou sem mudança de sede. A remoção ocorrerá de ofício ou a pedido do servidor.

REMOÇÃO
➔ dentro do mesmo quadro
➔ com ou sem mudança de sede

Modalidades
Como visto, a remoção pode ser feita tanto de ofício, quanto a pedido do servidor. Em relação a remoção
a pedido, está poderá ser feita a critério da Administração ou na hipótese em que a Administração será obrigada
a remover o servidor, independente do interesse dela.

1) REMOÇÃO DE OFÍCIO
A remoção de ofício é relacionada com o poder hierárquico e serve para atender a uma demanda do serviço.
Logo, neste caso, a remoção é realizada no interesse da Administração e não depende da aceitação do servidor, o
qual será obrigado a se deslocar para o local determinado.
Como a remoção está ocorrendo no interesse da Administração, será a única modalidade em que o servidor
fará jus a uma ajuda de custo (espécie de indenização, que será estudada no tópico de direitos e vantagens) de até
três vezes o valor da remuneração).

2) A PEDIDO, A CRITÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO (discricionariedade)


Nesta modalidade, o servidor faz o pedido de remoção, sendo que a Administração Pública analisará se é
conveniente ou não deferir seu deslocamento.

3) A PEDIDO, PARA OUTRA LOCALIDADE, INDEPENDENTEMENTE DO INTERESSE DA


ADMINISTRAÇÃO (vinculado)
Nessa modalidade de remoção, a Administração pública está vinculada, isto é, configurada alguma das
hipóteses previstas na lei, ela é obrigada a atender ao pedido do servidor.
Hipóteses:
a) para ACOMPANHAR CÔNJUGE OU COMPANHEIRO, também servidor público civil ou
militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que
foi deslocado no interesse da Administração;
Nessa hipótese, o cônjuge ou companheiro (união estável) do servidor foi removido de ofício para outra
localidade. O servidor regido pela Lei 8.112/90 tem direito a acompanhar o cônjuge/companheiro removido.

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➔ Vale ressaltar que não é necessário que o cônjuge ou companheiro que foi removido de ofício seja regido
pela Lei 8.112/90, inclusive, ele pode ser um servidor civil ou militar, de qualquer das esferas e de qualquer dos
Poderes (pode até mesmo ser empregado público, de acordo com a jurisprudência).

b) por MOTIVO DE SAÚDE do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas
expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta médica
oficial;
c) em virtude de processo seletivo (remoção interna) promovido, na hipótese em que o número de
interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão
ou entidade em que aqueles estejam lotados.

REDISTRIBUIÇÃO
Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro
geral de pessoal, para outro órgão ou entidade (para quadro diverso) do mesmo Poder, com prévia apreciação
do órgão central do SIPEC (Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal), observados os seguintes
preceitos:
➔ interesse da administração (discricionário);
➔ equivalência de vencimentos;
➔ manutenção da essência das atribuições do cargo;
➔ vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades;
➔ mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional;
➔ compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou entidade.

A redistribuição ocorrerá de ex officio para ajustamento de lotação e da força de trabalho às


necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade.
A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará mediante ato conjunto entre o órgão central do SIPEC
e os órgãos e entidades da Administração Pública Federal envolvidos.
Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua
desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor estável que não for redistribuído será colocado em
disponibilidade, até seu aproveitamento na forma definida na Lei 8.112/90.
O servidor que não for redistribuído ou colocado em disponibilidade poderá ser mantido sob
responsabilidade do órgão central do SIPEC, e ter exercício provisório, em outro órgão ou entidade, até seu
adequado aproveitamento.

Redistribuição
✓ Deslocamento do cargo de provimento efetivo;
✓ ocupado ou vago;
✓ para outro órgão ou entidade, do MESMO Poder.

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