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LEI 8.112/90
ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS FEDERAIS
INTRODUÇÃO
A Lei 8.112/90 trata do Estatuto dos Servidores Públicos Civis Federais e alcança a União, autarquias
federais e fundações públicas federais.

A Lei 8.112/90 alcança:


✓ União
✓ Autarquias federais
✓ Fundações públicas federais:

CONCEITOS IMPORTANTES
SERVIDOR → pessoa legalmente investida em cargo público (o que transforma uma pessoa em servidor
público é a INVESTIDURA, a qual se dá com a POSSE).
CARGO PÚBLICO → conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que
devem ser cometidas a um servidor.

CARGOS PÚBLICOS
Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros (natos ou naturalizados), são criados por lei, com
denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em
comissão.
As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos
com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos da Lei nº
8.112/90.

REQUISITOS BÁSICOS PARA INVESTIDURA


São requisitos básicos para investidura em cargo público:
✓ nacionalidade brasileira (nato ou naturalizado);
✓ gozo dos direitos políticos;
✓ quitação com as obrigações militares e eleitorais;
✓ nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
✓ idade mínima de dezoito anos;
✓ aptidão física e mental.

Conforme vimos, o preenchimento desses requisitos ocorre no momento da investidura, sendo que ela
ocorrerá com a posse.
Esses são os requisitos básicos, as atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos,
mas eles devem estar estabelecidos em lei, como por exemplo uma idade superior, um limite de idade máxima,
uma formação específica ou exame psicotécnico.
Vale salientar que esses requisitos não podem ser exigidos unicamente no edital, pois é necessária
previsão legal para tanto, normalmente constante na própria lei da carreira do cargo.
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POSSE E EXERCÍCIO
Posse → A posse se dá pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os
deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados
unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei.
Nesse termo constarão as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo
ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício
previstos em lei.

Exercício → é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de confiança.


A contagem de tempo ocorre a partir do exercício, como por exemplo, tempo de estágio probatório,
estabilidade etc.
A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publicação do ato de provimento. É de quinze dias
o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em exercício, contados da data da posse.
Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse não ocorrer no prazo de 30 dias.
O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito o ato de sua designação para função de
confiança, se não entrar em exercício nos prazos previstos.

PERDA DO PRAZO PARA:


✓ Tomar posse: o ato de provimento é tornado sem efeito
✓ Entrar em exercício: O servidor será EXONERADO (cargo) ou o ato de designação tornado sem
efeito (função de confiança)
Investidura

Nomeação Posse Exercício $


Tempo
30 dias 15 dias
Perda do Nomeação
Prazo Exoneração
sem efeito

Na hipótese da pessoa já for servidor e encontrar-se em licença ou afastado legalmente, o prazo para
tomar posse será contado a partir do término do impedimento.
O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido removido, redistribuído,
requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo,
contados da publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído
nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede. O servidor pode (facultado) declinar
desses prazos. (Se estiver em licença ou afastado legalmente, esse prazo conta do término do impedimento).
Esses prazos (para tomar posse e entrar em exercício) são declináveis, isto é, não é necessário aguardar
o último dia (pode tomar posse em um dia após a nomeação e já entrar em exercício no dia seguinte).
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REGRAS REFERENTES À POSSE (INVESTIDURA NO CARGO)


✓ Ocorre com a assinatura do termo;
✓ Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação (única forma de provimento
originária).
✓ Poderá ser dada mediante procuração específica;
✓ No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que constituem seu
patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública;
✓ A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial (só pode ser empossado
se for julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargo).

ESTABILIDADE E ESTÁGIO PROBATÓRIO


DISPOSIÇÕES GERAIS
Quando a pessoa é aprovada em cargo público de provimento efetivo deverá ser aprovado no estágio
probatório, o qual é devido a cada novo cargo.
O art. 20 da Lei 8.112/90 diz que "Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento
efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 24 meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade
serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo..."
Contudo, conforme o art. 41 da Constituição Federal, o prazo para aquisição da estabilidade é de 3 anos,
sendo que as bancas de concurso também adotam este entendimento para o prazo do estágio probatório (trata-
se de um tema já pacificado pela jurisprudência do STF).
Logo, tanto o prazo para o estágio probatório, como o prazo para adquirir estabilidade, é de 3 anos de
efetivo exercício.
A estabilidade é dada no serviço público, após esse prazo e preenchido os requisitos, o servidor torna-se
estável no serviço público naquela esfera (feita apenas uma vez nessa esfera). Para que seja adquirida, é
necessária a aprovação em estágio probatório.
O estágio probatório diz respeito ao cargo, a cada novo cargo ele deve ser cumprido,
independentemente de o servidor já ser estável ou não.
O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo
anteriormente ocupado.
Na lei 8.112/90 a avaliação de desempenho (estágio probatório) observará os seguintes fatores:
Deverão ser analisados os seguintes fatores para a avaliação de desempenho (estágio probatório):
✓ assiduidade;
✓ disciplina;
✓ capacidade de iniciativa;
✓ produtividade;
✓ responsabilidade.

Quatro meses antes de findo o período do estágio probatório, será submetida à homologação da
autoridade competente a avaliação do desempenho do servidor, realizada por comissão constituída para essa
finalidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo
da continuidade de apuração dos fatores acima citados.
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PERDA DO CARGO DO SERVIDOR ESTÁVEL


De acordo com a Lei 8.112/90, o servidor estável só perderá o cargo em virtude de:
✓ sentença judicial transitada em julgado; ou
✓ processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.
A Constituição Federal traz outras hipóteses, além das dispostas acima, em que o servidor público estável
perderá o cargo:
✓ mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar,
assegurada ampla defesa;
✓ corte por excesso de despesas do Poder Público.

OBSERVAÇÕES PARA SERVIDOR EM ESTÁGIO PROBATÓRIO


Ao servidor em estágio probatório NÃO poderá ser concedida licença:
➔ para desempenho de mandato classista (sindical);
➔ para tratar de interesses particular;
➔ para capacitação.
O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer cargos de provimento em comissão ou
funções de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação, e somente poderá ser cedido
a outro órgão ou entidade para ocupar cargos de Natureza Especial, cargos de provimento em comissão do
Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes.

LICENÇAS E AFASTAMENTOS PERMITIDOS


Licenças:
✓ por motivo de doença em pessoa da família;
✓ por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
✓ para o serviço militar;
✓ para atividade política;

Afastamentos:
✓ Exercício de Mandato Eletivo (cuidado para não confundir, o afastamento para mandado
CLASSISTA não pode no estágio probatório).
✓ Estudo ou Missão no Exterior
✓ Servir em organismo internacional
✓ Curso de formação (outro cargo federal)
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PROVIMENTO E VACÂNCIA
PROVIMENTO
Prover significa ocupar um cargo público, isto é, o preenchimento de um cargo público. Trata-se de um
rol taxativo, no que a lei prevê sete modalidades de provimento, sendo elas:

São Formas de PROVIMENTO de cargo público (7 hipóteses - rol taxativo):


➢ NOMEAÇÃO → É a única forma de provimento originária e que tem posse;
D ➢ PROMOÇÃO → carreira; (forma híbrida - é também forma de vacância);
E
R
➢ READAPTAÇÃO → limitação; (forma híbrida - é também forma de vacância);
I ➢ REINTEGRAÇÃO → demissão Invalidada;
V
A ➢ REVERSÃO → retorno do aposentado;
D ➢ APROVEITAMENTO → o servidor que está em Disponibilidade;
A
S ➢ RECONDUÇÃO → retorno ao cargo anterior.

1) NOMEAÇÃO
Trata-se da única forma originária de provimento de cargo público, sendo feita:
• em caráter efetivo → quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira;
• em comissão (inclusive na condição de interino) → para cargos de confiança vagos.
O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter
exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa,
hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o período da interinidade.
A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de prévia
habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo
de sua validade.

2) PROMOÇÃO
A promoção é tanto uma forma de provimento como de vacância de cargo público, ou seja, é híbrida,
sendo aplicada apenas a cargos escalonados em carreira.
A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no novo posicionamento na carreira a
partir da data de publicação do ato que promover o servidor. Além do mais, importante ressaltar que a
promoção não é uma troca de cargo.

3) READAPTAÇÃO
Também é uma forma híbrida, pois é uma modalidade de provimento e vacância.
A readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com
a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica.
Ademais, se julgado incapaz para o serviço público, o servidor será aposentado por invalidez.
Na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a
ocorrência de vaga.
São requisitos para a readaptação:
✓ Cargos de atribuições afins
✓ Respeitada habilitação exigida
✓ Mesmo nível de escolaridade
✓ Equivalência de vencimentos (não pode reduzir o subsídio ou remuneração)
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De acordo com a Constituição Federal, o servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado
para exercício de cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha
sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a
habilitação e o nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de
origem.
Se não existir cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de
vaga.

4) REVERSÃO
A reversão é o retorno do aposentado à atividade, podendo ocorrer por meio de duas modalidades. Não
poderá reverter o aposentado que já tiver completado 70 (setenta) anos de idade.

I) APOSENTADORIA POR INVALIDEZ (INCAPACIDADE PERMANENTE) → quando junta médica oficial


declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria. Neste caso, encontrando-se provido o cargo, o servidor
exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.

II) APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA → ocorre no interesse da administração, desde que:


✓ o servidor tenha solicitado a reversão;
✓ estável quando na atividade;
✓ haja cargo vago;
✓ a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação.
O servidor que retornar à atividade por interesse da administração perceberá, em substituição aos
proventos da aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive com as vantagens de
natureza pessoal que percebia anteriormente à aposentadoria.

5) APROVEITAMENTO
O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em
cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.
Trata-se do retorno do servidor em disponibilidade (exemplo: servidor estável cujo órgão para o qual
estava lotado foi extinto, fica em disponibilidade e recebe proporcionalmente ao tempo trabalhado).
Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em
exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por junta médica oficial.

6) REINTEGRAÇÃO
A reintegração é a reinvestidura do servidor ESTÁVEL no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo
resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com
ressarcimento de todas as vantagens.
De acordo com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), esse ressarcimento não abrange o
auxílio-transporte (verba indenizatória) e o adicional de insalubridade. Logo, será abrangido somente aquilo
que decorre do mero exercício do cargo, como por exemplo, férias + 1/3, auxílio-alimentação etc.
Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade (poderá posteriormente
ser aproveitado em outro cargo, obedecidas as regras do aproveitamento).
Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem
direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.
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Se o cargo do servidor que estiver sendo reintegrado estiver sendo ocupado, lembre-se que o cargo é
dele, o atual ocupante é quem deverá deixar o cargo, ocorrendo para ele uma das seguintes hipóteses:
1. recondução ao cargo anterior (sem direito à indenização);
2. aproveitado em outro cargo;
3. colocado em disponibilidade.

7) RECONDUÇÃO
Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:
1. inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
2. reintegração do anterior ocupante.
Importante mencionar que a jurisprudência admite que seja feitar a recondução por opção do servidor,
caso este não se adapte ao novo cargo.
Assim, ocorre a recondução ocorre quando o servidor passa de um cargo para outro e acontece alguma
das hipóteses previstas na lei, fazendo com que ele deixe o cargo atual, mas possa retornar ao seu cargo
anterior.
Contudo, ele apenas poderá utilizar a reversão caso seja estável no cargo para o qual deseja retornar e
que antes de assumir o cargo novo, tenha solicitado o POC (posse em outro cargo inacumulável).
Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado em outro.

VACÂNCIA
É a forma por meio das quais o cargo público fica vago, desocupado, podendo ser preenchido outro
servidor. Trata-se de um rol taxativo, em que a lei prevê 7 modalidades de vacância, sendo elas:
✓ Exoneração (não é penalidade);
✓ Falecimento;
✓ Demissão (é uma penalidade);
✓ Promoção;
✓ Aposentadoria;
✓ Readaptação;
✓ Posse em outro cargo inacumulável

1) EXONERAÇÃO
Como visto, a exoneração não é uma penalidade e sim uma forma de desligamento de um servidor por
um dos motivos previstos na legislação. Ademais, a exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor
ou de ofício. A exoneração de ofício dar-se-á:
➔ quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;
➔ quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido (15 dias).

2) FALECIMENTO
Essa forma de vacância não enseja maiores explicações, pois com a morte do servidor, seu cargo será
declarado vago e apto para ser provido por outra pessoa.

3) DEMISSÃO
A demissão é a penalidade aplicada para o servidor que cometer uma infração funcional grave. Os
detalhes e regras da demissão são estudadas em tópico próprio (regime jurídico disciplinar).
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4) PROMOÇÃO
A promoção já foi estudada no tópico de provimento. Vale lembrar que se trata de uma forma híbrida,
pois ela caracteriza tanto forma de provimento, como forma de vacância de cargo público.

5) APOSENTADORIA
A aposentadoria pode ocorrer de três formas:
✓ por invalidez permanente
✓ compulsória
✓ voluntária

As regras previstas na Lei 8.112/90 acerca da aposentadoria encontram-se desatualizadas e em


desconformidade com a Constituição, de forma que as regras atinentes à aposentadoria são estudadas no
tópico de Agentes Públicos.

6) READAPTAÇÃO
A readaptação já foi estudada no tópico de provimento. Vale lembrar que se trata de uma forma híbrida,
pois ela caracteriza tanto forma de provimento, como forma de vacância de cargo público.

7) POSSE EM OUTRO CARGO INACUMULÁVEL (POC)


Essa forma de vacância é utilizada quando o servidor quer se afastar do cargo para assumir um outro
cargo, mas sem desligar-se definitivamente da Administração. Caso ele seja estável e seja inabilitado no estágio
probatório do novo cargo, por exemplo, ele poderá ser reconduzido (se pedir exoneração corta o vínculo e não
poderá ser eventualmente reconduzido).
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FORMAS DE DESLOCAMENTO
Neste caso, tanto na remoção, quanto na redistribuição não há cargo sendo provido ou ficando vago.
O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido removido, redistribuído,
requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo,
contados da publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído
nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede.
Tanto a remoção, quanto a redistribuição, não são formas de provimento e não geram vacância de cargo
público.

REMOÇÃO
Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro (para
exercício em outra unidade), com ou sem mudança de sede. A remoção ocorrerá de ofício ou a pedido do
servidor.

REMOÇÃO
➔ dentro do mesmo quadro
➔ com ou sem mudança de sede

Modalidades
Como visto, a remoção pode ser feita tanto de ofício, quanto a pedido do servidor. Em relação a remoção
a pedido, está poderá ser feita a critério da Administração ou na hipótese em que a Administração será obrigada
a remover o servidor, independente do interesse dela.

1) REMOÇÃO DE OFÍCIO
A remoção de ofício é relacionada com o poder hierárquico e serve para atender a uma demanda do
serviço. Logo, neste caso, a remoção é realizada no interesse da Administração e não depende da aceitação do
servidor, o qual será obrigado a se deslocar para o local determinado.
Como a remoção está ocorrendo no interesse da Administração, será a única modalidade em que o
servidor fará jus a uma ajuda de custo (espécie de indenização, que será estudada no tópico de direitos e
vantagens) de até três vezes o valor da remuneração).

2) A PEDIDO, A CRITÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO (discricionariedade)


Nesta modalidade, o servidor faz o pedido de remoção, sendo que a Administração Pública analisará se é
conveniente ou não deferir seu deslocamento.

3) A PEDIDO, PARA OUTRA LOCALIDADE, INDEPENDENTEMENTE DO INTERESSE DA ADMINISTRAÇÃO


(vinculado)
Nessa modalidade de remoção, a Administração pública está vinculada, isto é, configurada alguma das
hipóteses previstas na lei, ela é obrigada a atender ao pedido do servidor.
Hipóteses:
a) para ACOMPANHAR CÔNJUGE OU COMPANHEIRO, também servidor público civil ou militar, de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi
deslocado no interesse da Administração;
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Nessa hipótese, o cônjuge ou companheiro (união estável) do servidor foi removido de ofício para outra
localidade. O servidor regido pela Lei 8.112/90 tem direito a acompanhar o cônjuge/companheiro removido.
Vale ressaltar que não é necessário que o cônjuge ou companheiro que foi removido de ofício seja regido
pela Lei 8.112/90, inclusive, ele pode ser um servidor civil ou militar, de qualquer das esferas e de qualquer dos
Poderes (pode até mesmo ser empregado público, de acordo com a jurisprudência).

b) por MOTIVO DE SAÚDE do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas
expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta médica
oficial;
c) em virtude de processo seletivo (remoção interna) promovido, na hipótese em que o número de
interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão
ou entidade em que aqueles estejam lotados.

REDISTRIBUIÇÃO
Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro
geral de pessoal, para outro órgão ou entidade (para quadro diverso) do MESMO PODER, com prévia
apreciação do órgão central do SIPEC (Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal), observados os
seguintes preceitos:
➔ interesse da administração (discricionário);
➔ equivalência de vencimentos;
➔ manutenção da essência das atribuições do cargo;
➔ vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades;
➔ mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional;
➔ compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou entidade.

A redistribuição ocorrerá de ex officio para ajustamento de lotação e da força de trabalho às


necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade.
A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará mediante ato conjunto entre o órgão central do SIPEC
e os órgãos e entidades da Administração Pública Federal envolvidos.
Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua
desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor estável que não for redistribuído será colocado em
disponibilidade, até seu aproveitamento na forma definida na Lei 8.112/90.
O servidor que não for redistribuído ou colocado em disponibilidade poderá ser mantido sob
responsabilidade do órgão central do SIPEC, e ter exercício provisório, em outro órgão ou entidade, até seu
adequado aproveitamento.

Redistribuição
✓ Deslocamento do cargo de provimento efetivo;
✓ ocupado ou vago;
✓ para outro órgão ou entidade, do MESMO Poder.
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DIREITOS E VANTAGENS
VENCIMENTO E REMUNERAÇÃO
CONCEITOS
Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei
(vencimento é o básico).
Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes
estabelecidas em lei (não pode ser inferior ao salário mínimo).
Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens:
✓ indenizações;
✓ gratificações;
✓ adicionais.
As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito. Já as gratificações
e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento, nos casos e condições indicados em lei.

CARACTERÍSTICAS:
1) Irredutibilidade: Em regra, o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter
permanente, é irredutível.
2) Isonomia: É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhadas
do mesmo Poder, ou entre servidores dos três Poderes, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as
relativas à natureza ou ao local de trabalho.
3) Teto: Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a título de remuneração, importância superior
à soma dos valores percebidos como remuneração, em espécie, a qualquer título, no âmbito dos respectivos
Poderes (o teto varia de acordo com o Poder em que está o servidor).
• Geral → Ministros do Supremo Tribunal Federal.

• Poder Executivo - Ministros de Estado;


Subteto • Poder Legislativo - membros do Congresso Nacional;
• Poder Judiciário - Ministros do Supremo Tribunal Federal.

Excluem-se do teto de remuneração as seguintes vantagens (não são consideradas nesse limite):
✓ verbas indenizatórias;
✓ gratificação natalina;
✓ adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas;
✓ adicional pela prestação de serviço extraordinário;
✓ adicional noturno;
✓ adicional de férias.
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REGIME DISCIPLINAR
RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR
O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições.
As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si.
A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a
existência do fato ou sua autoria.
A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo (responsabilidade civil
subjetiva), que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.
Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação
regressiva.
A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do
valor da herança recebida.
A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade. Já
na responsabilidade administrativa, o servidor pode sofrer uma das penalidades previstas na Lei 8.112/90.

Pelo exercício irregular de suas atribuições, o servidor irá responder nas esferas:
➢ Administrativa
➢ Civil (obrigação de reparar o dano)
➢ Penal (abrange crime e contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade)

Responsabilidade administrativa afastada apenas em caso de ABSOLVIÇÃO criminal que negue


➔ a existência do fato (o fato nem mesmo ocorreu); ou
➔ a sua autoria (não foi o servidor que praticou aquele ato).

A responsabilidade civil do servidor é SUBJETIVA (somente será configurada se ele agiu com dolo ou
culpa). Ela decorre de ato omissivo ou comissivo (ação ou omissão), doloso ou culposo, que resulte em prejuízo
ao erário ou a terceiros. Quem pode responder objetivamente (regra geral, que não exige a comprovação de
dolo ou culpa, assunto aprofundado em tópico específico) é o Estado, nunca o servidor.
Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação
regressiva.
A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do
valor da herança recebida.
Assim, quando o servidor causar um dano a terceiros, esse terceiro somente poderá acionar
judicialmente, visando a uma indenização, a Administração, ele não pode ingressar com a ação diretamente
contra o servidor.
Caso a Administração Pública seja condenada, ela poderá ajuizar ação regressiva contra esse servidor,
para reaver os valores que pagou ao particular em indenização. Entretanto, o servidor apenas será
responsabilizado se tiver agido com dolo ou culpa (responsabilidade subjetiva).
A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho
do cargo ou função.
A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade.
Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou administrativamente por dar ciência à
autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente para
apuração de informação concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda
que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pública.
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PENALIDADES DISCIPLINARES
São penalidades disciplinares (rol taxativo):
➔ advertência;
➔ suspensão;
➔ demissão;
➔ cassação (inativo) de aposentadoria ou disponibilidade;
➔ destituição de cargo em comissão (exclusivamente);
➔ destituição de função comissionada.
Importante ressaltar que a exoneração NÃO é uma penalidade e sim um desligamento que não possui um
caráter punitivo. Além disso, embora a censura seja uma penalidade no Código de Ética, ela NÃO está prevista
como uma penalidade administrativa na Lei 8.112/90.
No art. 116 da Lei 8.112/90 está previsto os deveres dos servidores e no caso de violação, a penalidade
cabível será a ADVERTÊNCIA.
Já no art. 117 da Lei 8.112/90 há diversas proibições ao servidor e no caso de violação de alguma dessas
proibições, poderá estar submetido a ADVERTÊNCIA, SUSPENSÃO ou DEMISSÃO. Mais adiante, o art. 132 da Lei
8.112/90 traz outros casos que cabem a penalidade de DEMISSÃO.

ADVERTÊNCIA
A advertência será aplicada por escrito, nos casos de violação de proibição constante do art. 117, incisos
I a VIII e XIX, e de inobservância de dever funcional (art. 116) previsto em lei, regulamentação ou norma interna,
que não justifique imposição de penalidade mais grave.
Principais características da ADVERTÊNCIA:
✓ Feita sempre por escrito (não existe advertência verbal).
✓ Em caso de reincidência, será convertida em suspensão (se cometer nova falta punível com
advertência na sequência de outra, antes do prazo do cancelamento, essa advertência se converte
em suspensão).
✓ Cancelamento do registro → após 3 anos (caso não pratique outra falta, não possui efeitos
retroativos).
HIPÓTESES:
➔ Não observar os deveres do servidor (art. 116 da lei 8.112/90)
➔ ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato;
➔ retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da
repartição;
➔ recusar fé a documentos públicos;
➔ opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de
serviço;
➔ promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;
➔ cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de
atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;
➔ coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical,
ou a partido político;
➔ manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou
parente até o segundo grau civil;
➔ recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.
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SUSPENSÃO
A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência e de violação das
demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90
(noventa) dias.
Essa penalidade será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência e de violação
das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão
Durante o período de suspensão o servidor perde a remuneração, entretanto, quando houver
conveniência para o serviço (ato discricionário), a penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa,
na base de 50% por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço.

Principais características da SUSPENSÃO:


✓ Prazo até 90 dias.
✓ Perda da remuneração.
✓ Pode ser convertida em multa.

HIPÓTESES DE SUSPENSÃO:
➔ reincidência das faltas punidas com advertência;
➔ violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão.
➔ cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa (exceto em situações de
emergência e transitórias);
➔ exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com
o horário de trabalho;
➔ recusa injustificada a realizar inspeção médica.

Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser
submetido a inspeção médica determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade
uma vez cumprida a determinação.

DEMISSÃO
É o desligamento do servidor ativo, em caráter de penalidade (é diferente de exoneração, pois
exoneração não é penalidade).

HIPÓTESES
A demissão será aplicada nos seguintes casos:
➔ crime contra a administração pública;
➔ abandono de cargo (ausência intencional por +30 dias consecutivos);
➔ inassiduidade habitual (falta injustificada ao serviço por 60 dias, interpoladamente, no período de 12
meses);
➔ improbidade administrativa;
➔ incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;
➔ insubordinação grave em serviço;
➔ ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem;
➔ aplicação irregular de dinheiros públicos;
➔ revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;
➔ lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;
➔ corrupção;
➔ acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;
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➔ Também são passíveis de demissão a transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117:
✓ valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da
função pública;
✓ participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada,
exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;
✓ atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de
benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou
companheiro;
✓ receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas
atribuições;
✓ aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
✓ praticar usura sob qualquer de suas formas;
✓ proceder de forma desidiosa;
✓ utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares.

Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas o servidor será
notificado para apresentar opção no prazo improrrogável de dez dias, contados da data da ciência e, na
hipótese de omissão, adotará procedimento sumário para a sua apuração e regularização imediata (será
utilizado o processo administrativo disciplinar no rito sumário).
A opção pelo servidor até o último dia de prazo para defesa configurará sua boa-fé, hipótese em que se
converterá automaticamente em pedido de exoneração do outro cargo.

CASSAÇÃO DA APOSENTADORIA OU DISPONIBILIDADE


Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver praticado, na atividade, falta
punível com a demissão.
Exemplo: Na atividade servidor, que já possuía tempo de serviço para aposentar-se voluntariamente
pratica uma infração disciplinar (dia 5), sem seguida, o servidor temendo a punição se aposenta (dia 10). No dia
15 um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) é instaurado em virtude dessa infração. Se a consequência
desse PAD for a penalidade de demissão, esta será convertida em cassação da aposentadoria.

DESTITUIÇÃO DA FUNÇÃO DE CONFIANÇA E DO CARGO EM COMISSÃO


A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos
de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.
Constatado que o servidor cometeu uma penalidade sujeita a suspensão ou demissão, a exoneração será
convertida em destituição de cargo em comissão.

CANCELAMENTO DO REGISTRO DA PENALIDADE


As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros cancelados, após o decurso de 3 (três)
e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não houver, nesse período, praticado nova
infração disciplinar. O início desse prazo se dá a partir do cumprimento da penalidade. O cancelamento da
penalidade não surtirá efeitos retroativos.

➔ Advertência - 3 anos
➔ Suspensão - 5 anos
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PRESCRIÇÃO DA AÇÃO DISCIPLINAR


Trata-se da perda do direito que o Estado possui de punir o servidor pela prática de alguma infração
funcional, ou seja, é o prazo que a administração tem para promover o Processo Administrativo Disciplinar
(PAD). O prazo prescricional não começa na data da prática do ato, mas sim da data em que a administração
teve ciência dele.

A ação disciplinar prescreverá:


✓ em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou
disponibilidade e destituição de cargo em comissão;
✓ em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
✓ em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.

PRAZOS

Advertência 180 dias

Suspensão 2 anos

Demissão/Cassação/Destituição 5 anos

O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido.


Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações disciplinares capituladas também
como crime.
INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO → ocorre com a abertura da sindicância ou instauração de processo
administrativo disciplinar (interrompe até a decisão final proferida por autoridade competente).
Uma vez interrompida a prescrição, o prazo volta a correr (do zero) a partir do dia em que cessar a
interrupção.
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EXERCÍCIOS 12) (CESPE/CEBRASPE) Servidor aposentado por


invalidez poderá retornar à atividade caso junta
1) (CESPE/CEBRASPE) Idade mínima de dezesseis médica oficial declare insubsistentes os motivos da
anos e quitação das obrigações eleitorais são sua aposentadoria, hipótese em que se procederá à
requisitos para a investidura em cargo público. reversão do servidor.

2) (CESPE/CEBRASPE) A investidura em cargo 13) (CESPE/CEBRASPE) Situação hipotética:


público ocorre com a nomeação devidamente Cláudio, servidor público federal, foi demitido após
publicada em diário oficial. ter respondido a processo administrativo pela
suposta prática de ato de improbidade
3) (CESPE/CEBRASPE) O estágio probatório inicia- administrativa. Inconformado, Cláudio ingressou
se na data da posse do agente público, findando-se com ação judicial e conseguiu anular a demissão,
com o término do prazo de três anos. tendo sido reinvestido no cargo. Assertiva: Nesse
caso, a reinvestidura de Cláudio no cargo público se
4) (CESPE/CEBRASPE) Após ser empossado, o dará por meio da reversão.
servidor que não entrar em exercício no prazo legal
será exonerado. 14) (CESPE/CEBRASPE) São formas de provimento
de cargo público: nomeação, promoção,
5) (CESPE/CEBRASPE) A posse no serviço público readaptação, reversão, aproveitamento,
ocorrerá no prazo máximo de quinze dias, contados reintegração e recondução.
da publicação do ato de provimento.
15) (CESPE/CEBRASPE) A legislação que dispõe
6) (CESPE/CEBRASPE) Somente nos casos de sobre o regime estatutário prevê a possibilidade de
provimento de cargo por nomeação haverá posse. o servidor público, em determinadas hipóteses,
pedir remoção para outra localidade,
7) (CESPE/CEBRASPE) Servidor que se encontre independentemente do interesse da administração
em estágio probatório não poderá exercer cargo em pública.
comissão no órgão em que esteja lotado.
16) (CESPE/CEBRASPE) Quando um servidor
8) (CESPE/CEBRASPE) A investidura em cargo público federal é removido a pedido, com mudança
público em comissão ocorre com a nomeação e de sede, independentemente do interesse da
independe de prévia habilitação em concurso administração e por motivo de saúde própria, ele faz
público. jus à ajuda de custo no valor de uma remuneração.

9) (CESPE/CEBRASPE) A readequação consiste no 17) (CESPE/CEBRASPE) Além do vencimento,


retorno do servidor estável ao cargo anteriormente poderão ser pagos ao servidor indenizações,
ocupado. gratificações e adicionais, vantagens que serão
incorporadas ao seu vencimento.
10) (CESPE/CEBRASPE) A promoção não constitui
forma de provimento em cargo público. 18) (CESPE/CEBRASPE) Além do vencimento,
poderão ser pagas ao servidor as seguintes
11) (CESPE/CEBRASPE) Se sofrer um acidente que vantagens: indenizações, gratificações e adicionais,
o leve à incapacidade física, o servidor público incorporando-se as duas últimas ao vencimento ou
federal poderá ser readaptado em cargo de provento, nas condições indicadas em lei.
atribuições e responsabilidades compatíveis com as
suas limitações, ficando em disponibilidade até a
vacância do cargo adequado.
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19) (CESPE/CEBRASPE) Licenças para tratamento


de assuntos particulares poderão ser concedidas, 26) (CESPE/CEBRASPE) Situação hipotética: Rafael
por discricionariedade da administração pública, a e Caio, servidores públicos federais, respondem,
servidor ocupante de cargo efetivo, ainda que esteja cumulativamente, a processos administrativo e
cumprindo o estágio probatório, pelo prazo de até criminal por atos cometidos no exercício de suas
três anos consecutivos, desde que sem funções. Na esfera criminal, Rafael foi absolvido por
remuneração. ter comprovado a inexistência do fato; Caio foi
absolvido por ter apresentado prova de não ter sido
20) (CESPE/CEBRASPE) É cabível penalidade de o autor do fato. Assertiva: Nessa situação, Rafael e
suspensão ao servidor que reincidir em faltas Caio não poderão ser responsabilizados
punidas com advertência. administrativamente.

21) (CESPE/CEBRASPE) A ação disciplinar contra 27) (CESPE/CEBRASPE) Situação hipotética: Em


servidor que cometa ato ilícito punível com 2015, Mateus, servidor público, na presença de
suspensão prescreverá em dois anos contados da vários outros servidores, insubordinou-se
data em que o fato se tornou conhecido; todavia, se gravemente em serviço. Assertiva: Nessa situação,
tal ato ilícito também configurar crime, então se Mateus poderá ser demitido do serviço público e a
aplicará o prazo prescricional da lei penal para a ação ação disciplinar relativa a esse fato prescreverá em
disciplinar. 2020; no entanto, a instauração de processo
disciplinar interromperá a prescrição daquela ação
22) (CESPE/CEBRASPE) A demissão será a até a decisão final a ser proferida pela autoridade
penalidade disciplinar cabível para o servidor que se competente.
recusar a ser submetido a inspeção médica
determinada pela autoridade competente. 28) (CESPE/CEBRASPE) As sanções civis, penais e
administrativas não podem ser cumuladas.
23) (CESPE/CEBRASPE) Apesar de as
instâncias administrativa e penal serem 29) (CESPE/CEBRASPE) José, servidor público
independentes entre si, a eventual responsabilidade estável de órgão do Poder Executivo federal, durante
administrativa do servidor será afastada se, na esfera o período de doze meses, faltou intencionalmente
criminal, ele for beneficiado por absolvição que ao serviço por cinquenta dias consecutivos, sem
negue a existência do fato ou a sua autoria. causa justificada. A administração pública, mediante
procedimento disciplinar sumário, enquadrou a
24) (CESPE/CEBRASPE) Será cassada a conduta de José como abandono de cargo.
aposentadoria voluntária do servidor inativo que for A respeito dessa situação hipotética, julgue o item
condenado pela prática de ato de improbidade que se segue.
administrativa à época em que ainda estava na José somente poderia ser demitido por abandono de
atividade. cargo caso tivesse se ausentado por mais de sessenta
dias consecutivos.
25) (CESPE/CEBRASPE) É proibido ao servidor
público atuar como intermediário junto a repartições 30) (CESPE/CEBRASPE) A absolvição de
públicas, salvo quando se tratar de benefícios servidor público na esfera administrativa por
previdenciários ou assistenciais de parentes até o negativa de autoria de fato que configure
segundo grau e de cônjuge ou companheiro. simultaneamente falta disciplinar e crime repercute
na esfera criminal para afastar a possibilidade de
condenação.

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