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SUMÁRIO
NEGÓCIO JURÍDICO...................................................................................................................................... 2
COAÇÃO .................................................................................................................................................. 2
COAÇÃO MORAL (VIS ABSOLUTA) E COAÇÃO FÍSICA (VIS COMPULSIVA) ............................................... 2
CRITÉRIO DO CASO CONCRETO - ART. 152 ............................................................................................ 2
NÃO CONFIGURA COAÇÃO - ART. 153 .................................................................................................. 2
COAÇÃO DE TERCEIROS - ART. 154 E 155 .............................................................................................. 2
LESÃO - ART. 157.................................................................................................................................. 3
ESTADO DE PERIGO - ART. 156 ............................................................................................................. 3
VÍCIOS SOCIAIS..................................................................................................................................... 4

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NEGÓCIO JURÍDICO
COAÇÃO
COAÇÃO MORAL (VIS ABSOLUTA) E COAÇÃO FÍSICA (VIS COMPULSIVA)
Ao analisar a coação é importante mencionar que existem duas espécies; uma delas é a
coação física (vis absoluta) e a outra é a coação moral (vis compulsiva). Além disso, é necessário
conceituar cada uma delas.
Vale mencionar que na coação física há o emprego de violência física, logo, não há vontade
sendo assim, sabendo que vontade é um elemento do plano da existência, esse negócio será
inexistente. Entretanto, existe outra coação que é a moral, é aquela que se incute o temor de um
mal injusto na cabeça da vítima. Além disso, na coação moral, há vontade, o negócio existe
porém, é anulável.
ATENÇÃO!
Quando se propõe o estudo dos vícios do consentimento a coação que deve ser estudada
é a moral (vis compulsiva) é essa que encontra disciplina no Código Civil sob os artigos 151 a
155, pois sobre coação física o legislador não faz referência alguma.
CRITÉRIO DO CASO CONCRETO - ART. 152
Sabe-se que na vida cada pessoa sente medo de forma diferente visto que os graus de
resistência das pessoas são distintos, sendo assim, o legislador envia um importante recado ao
juiz que está naquele caso e que decidirá se houve coação ou não. Esse recado é enviado pelo
artigo 152 do Código Civil:
Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a
condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais
circunstâncias que possam influir na gravidade dela.
Portanto, o juiz aplica o chamado critério do caso concreto, ou seja, o juiz tem que olhar
para o caso e identificar aquela pessoa que reclama a anulação. Outro detalhe importante é que
se você for reduzir a coação moral a uma palavra; seria temor. Entretanto, o Código Civil alega
que existem duas situações que por mais medo que o pretenso coagido sinta não vão implicar
em coação.

NÃO CONFIGURA COAÇÃO - ART. 153


De acordo com o artigo 153 do Código Civil não configura coação a ameaça do exercício
normal de um direito, tal ato ocorre quando um credor ameaça o devedor de que vai requerer
a sua falência ou ajuizar ação de cobrança. Além disso, também não configura coação o simples
temor reverencial, ou seja, é aquele respeito que você possui naturalmente por algumas pessoas
na sua vida.
Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de
um direito, nem o simples temor reverencial.

COAÇÃO DE TERCEIROS - ART. 154 E 155


Ainda falando sobre a coação moral é necessário ressaltar a possibilidade da coação vir
de um terceiro.

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Imagine que A e B celebraram um contrato, pois chegou um terceiro coator que


falou para o B assinar o contrato com A, alegando que se não o fizesse iria fazer mal
ao seu filho. Logo, com medo, B faz o negócio com A sendo coagido por um terceiro.

Nesse caso mencionado acima o raciocínio é o mesmo do dolo de terceiro, há de se


verificar se o indivíduo sabe da coação. Nesse contexto, se ele sabe da coação, o negócio é
anulável, cabendo perdas e danos devidos solidariamente pelo beneficiário e pelo terceiro
coator. No entanto, se o A não sabe da coação o negócio não é anulável.
Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se
dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e
esta responderá solidariamente com aquele por perdas e danos.
Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de
terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter
conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as perdas
e danos que houver causado ao coacto.

LESÃO - ART. 157


É primordial mencionar que a lesão ocorre quando uma pessoa sob premente necessidade
ou movida por inexperiência celebra um negócio em que as prestações são desproporcionais.
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente
necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação
manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
§ 1o Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores
vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico.
ATENÇÃO!
Perceba que no parágrafo segundo do artigo 157 do CC você está diante do Princípio da
Conservação ou Preservação do negócio jurídico, portanto, se a outra parte lhe oferece a
diferença, não cabe mais anulação, baseada no Princípio da Função Social.
§ 2o Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido
suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a
redução do proveito.
O Código Civil de 2002, não admite injustiça contratual, a parte pode alegar lesão e
reclamar a anulação do negócio, no prazo de 4 (quatro) anos. Isto posto, para que haja a lesão,
são necessários dois requisitos.
a) Requisito Subjetivo: premente necessidade ou movido por inexperiência.

+
b) Requisito Objetivo: prestações desproporcionais.

ESTADO DE PERIGO - ART. 156


Cabe salientar que nessa situação o agente assume uma obrigação excessivamente
onerosa para salvar uma vida, logo, resulta na ação anulatória, com o prazo de 4 (quatro) anos.
Nesse contexto é importante frisar que para que se configure o estado de perigo exige-se o
preenchimento de um requisito:
• Dolo de Aproveitamento: traduz na má fé da outra parte que sabe do seu
desespero e se aproveita nele.

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Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido


da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano
conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente
onerosa.
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do
declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias.
DICA!
O estado de perigo e a lesão são vícios muito parecidos, ambos são vícios do
consentimento e induzem o prazo de anulação no período de 4 (quatro) anos. Entretanto, na
lesão, o desespero da pessoa é para resolver um problema financeiro; no estado de perigo, o
desespero da pessoa é para salvar uma vida.
VÍCIOS SOCIAIS
FRAUDE CONTRA CREDORES - ART. 158/165
Primeiro é importante destacar que a base da fraude contra credores está baseada no
Princípio da responsabilidade patrimonial, ou seja, se o indivíduo deve o seu credor e não paga,
quem responde pela dívida é o seu patrimônio. Nesse contexto, a fraude contra credor, nada
mais é do que o indivíduo que dilapida o seu patrimônio para prejudicar os credores.
HIPÓTESES
a) Fraude a título gratuito - art. 158: ocorre quando o devedor começa doar os seus
bens
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão
de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido
à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos
credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.
§ 1o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar
insuficiente.
§ 2o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem
pleitear a anulação deles.
b) Pagamento de dívida não vencida - art. 162: pela lógica o devedor deveria pagar o
primeiro credor com a dívida vencida, mas por ser mais amigo do credor 2, acaba
beneficiando-o, mesmo sem que a dívida deste esteja vencida
Art. 162. O credor quirografário, que receber do devedor insolvente
o pagamento da dívida ainda não vencida, ficará obrigado a repor,
em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de
credores, aquilo que recebeu.
c) Concessão de garantia real - art. 163: situação em que o devedor possui uma casa e
um apartamento e entrega esse apartamento em garantia real a um dos seus credores,
ou seja, privilegia um e desfavorece os outros.
Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores
as garantias de dívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum
credor.
ATENÇÃO!
Destarte mencionar que não basta a pessoa ser devedora para que você diga que aquele
ato de disposição, foi um ato em fraude contra os credores dela. Diante disso essa pessoa tem
que ser um devedor insolvente ou na iminência de tornar-se um.

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