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Olá! Boas-Vindas!
Cada material foi preparado com muito carinho para que você
possa absorver da melhor forma possível, conteúdos de qua-
lidade!

Lembre-se: o seu sonho também é o nosso!

Bons estudos! Estamos com você até a sua aprovação!

Com carinho,

Equipe Ceisc. ♥

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Prof.ª Patricia Strauss

Sumário

1. Dos Fatos Jurídicos ................................................................................................................. 4


2. Defeitos do Negócio Jurídico (art.138 – art. 184 do CC).......................................................... 6
3. Invalidades do negócio jurídico .............................................................................................. 10
4. Atos Jurídicos Lícitos e Ilícitos ............................................................................................... 12
5. Da Prescrição e da Decadência ............................................................................................. 13

Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para
concursos e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso, recomenda-
se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente.

Bons estudos, Equipe Ceisc.


Atualizado em abril de 2023.

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1. Dos Fatos Jurídicos

Prof.ª Patricia Strauss


@prof.patriciastrauss

A terceira parte da parte geral do Código Civil se dedica ao estudo dos chamados negó-
cios jurídicos e inicia com o tratamento sobre os requisitos de validade de todo e qualquer negó-
cio jurídico.

1.1 Elementos Essenciais do Negócio Jurídico


São os chamados requisitos de validado: art. 104 do Código Civil:
• Agente capaz;
• Objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
• Forma prescrita ou não defesa em lei.

A regra disciplinada no CC é a de que a forma de contratação é livre: art. 107 do Código


Civil.
No entanto, para determinados negócios jurídicos, a lei exige forma solene, como é o
caso do artigo 108 do CC, que fala que para a transmissão, oneração etc., de direitos reais sobre
bens imóveis é necessária a escritura pública, exigindo, portanto, solenidade.

1.2 Da Representação: Arts. 115 – 120


Conforme o disposto no Código Civil os poderes de representação podem ser oriundos
da lei (pais em relação aos filhos menores, por exemplo) chamada de representação legal ou
então em virtude de interesse (pessoa que outorga procuração para outra) chamada de repre-
sentação convencional.
Em especial, com relação à representação convencional, o representado deverá cumprir
o que foi realizado pelo representante, dentro dos poderes conferidos para este último.
Um ponto importante deste tópico é o chamado “contrato consigo mesmo” que está no
Art. 117 do Código Civil. Informa o artigo que se, por acaso, o representante celebra um contrato

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consigo mesmo, teremos que este negócio será passível de anulação. Um exemplo é o caso de
João outorgar poderes para que Pedro venda seu carro. Pedro então, acaba comprando o carro.
Temos que Pedro estaria “celebrando contrato consigo mesmo” já que “assinou” como
vendedor, ao representar João e também como “comprador” ao comprar o carro.
Além disso, o representante é obrigado a provar para as demais pessoas que tem poderes para
atuar em nome do representado, conforme Art. 118.

1.3 Elementos Acidentais do Negócio Jurídico: Condição, termo e encargo


Os elementos acidentais do negócio jurídico não são imprescindíveis para a validade do
negócio. Contudo, caso eles tenham sido colocados dentro de um contrato, por exemplo, eles
deverão ser respeitados, pena de o contrato não ter eficácia. Desta forma, os elementos aciden-
tais atuam no campo da eficácia do negócio jurídico. São três: condição, termo e encargo.

a) Condição: Vincula a eficácia de um negócio jurídico a um evento futuro e incerto.


A condição pode ser suspensiva ou resolutiva.

Suspensiva: Suspende a aquisição do direito até a implementação da cláusula.


Resolutiva: a parte possui o direito até que o evento futuro e incerto ocorra. No momento
de sua ocorrência, teremos o desfazimento do negócio (resolução).

b) Termo: Vincula a eficácia de um negócio a um evento futuro, porém certo. O termo


é muito utilizado em negociações quando se estabelecem datas para início e final
de contrato.

Termo inicial: É a data de início em que o negócio jurídico vai surtir efeito.
Termo final: É a data final em que o contrato irá terminar.

c) Encargo: O encargo não suspende nem o exercício nem a aquisição do direito.


Um exemplo identificável de encargo é a “doação com encargo” na qual o doador
faz a liberalidade e coloca no contrato (aceito pelo donatário) uma incumbência
para que o donatário cumpra.

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2. Defeitos do Negócio Jurídico (art.138 – art. 184 do CC)

Uma das partes mais importantes da parte geral do Direito Civil é o estudo sobre os
defeitos do negócio jurídico. Todos os 6 defeitos possuem o mesmo tratamento dado pelo Código
Civil. Eles são passíveis de anulação, em um prazo de até 4 anos. Contudo, importa lembrar que
a fraude contra credores, apesar de ter o mesmo tratamento, não se enquadra como sendo uma
situação de vontade viciada (como os demais) e sim de fraude, na qual a intenção do devedor é
exatamente igual a consequência.

*Para todos verem: esquema.

Intenção Consequência

Art. 171, II, CC Prazo do art. 178 do CC 4 anos

2.1 Erro ou ignorância


Erro é a falsa percepção da realidade. Já a ignorância já é a ausência de percepção.
São tratados igualmente nos artigos 138 – 144 do Código Civil. No erro/ignorância não existe
outras pessoas envolvidas, é uma única pessoa que se engana, sozinha.

*Para todos verem: esquema.

Erro Ignorância

Falta percepção da realidade Ausência de percepção da


realidade

Ambos possuem o mesmo tratamento.

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Quando o erro leva a anulação do contrato? Quando o erro escusável (aceitável,


um erro que não pode ser grosseiro) se entende que pode levar para a anulação de um
negócio jurídico.

Art. 138.
I- Erro quanto a natureza/objeto/qualidade
II- Erro contra a pessoa – quanto a identidade ou qualidade
III- Erro de direito

2.2 Dolo
Se no erro-ignorância, a pessoa se engana sozinha, no dolo ela é enganada. Assim,
temos várias espécies de dolo, disciplinadas nos artigos 145 até 150 do Código Civil.

*Para todos verem: esquema.

Substancial ou Essencial: Art. 145, CC


• Os negócios jurídicos são anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.

Acidental: Art. 146, CC


• Só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental, quando, a seu despeito, o negócio seria realizado,
embora por outro modo.
• Neste tipo de dolo não se solicita a anulação do contrato, mas somente a fixação de perdas e danos.
Por Omissão: Art. 147, CC
• Nos negócios jurídicos bilaterais, o silencio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que
a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não teria se
celebrado.

Terceiro: Art. 148, CC


• Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite ele tivesse ou
devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por
todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.
• Neste ponto é importante que seja observada a boa ou a má-fé da parte que aproveita o negócio jurídico. Se a
parte estiver de boa-fé, como regra o contrato se mantém. Se estiver de má-fé, teremos a invalidação do
contrato.
Bilateral – Art. 150, CC
• Conforme disposto no artigo referido, "Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo
para anular o negócio, ou reclamar indenização".

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2.3 Coação: Art. 151 a 155


O terceiro tipo de defeito do negócio jurídico é a coação, que ocorre no âmbito psicológico
da pessoa. A pessoa que sofre a coação é chamada de “paciente”.
Coação é uma ameaça psicológica para:

*Para todos verem: esquema.

o paciente;

a família do paciente;

os bens do paciente.

Atenção!
Excludentes de coação:
− Temor reverencial
− Exercício regular do direito

OBS: Coação exercida por terceiro: Artigo 154 e artigo 155.

Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou de-
vesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com
aquele por perdas e danos.

trata-se de má-fé = anula o negócio.

Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte
a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação respon-
derá por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto.

trata-se de boa-fé = o negócio jurídico se mantém.

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2.4 Estado De Perigo: Art. 156, CC


• Perigo de vida da pessoa ou alguém de sua família;
• Diante disso, a pessoa se obriga a prestação + onerosa;
• Ciência da outra parte –> vilania.
É possível
anulação ou
revisão, para
2.5 Lesão: Art. 157, CC
ambos.
• Quebra do equilíbrio contratual;
• Premente necessidade ou inexperiência;
• Não precisa da ciência da outra parte –> Lesão objetiva.

2.6 Fraude Contra Credores


Na fraude contra credores temos que a intenção do devedor é igual a consequência que
ele almejava, qual seja: fraudar credores. A ação para o desfazimento dos negócios fraudulentos
também é uma ação anulatória, mas aqui chamada de ação pauliana ou revocatória. O prazo
também é o mesmo dos demais defeitos: 4 anos.

Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou


remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente,
Contrato Gratuito ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore,
poderão ser anulados pelos credores quirografários,
como lesivos dos seus direitos.

Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos one-


rosos do devedor insolvente, quando a insolvência for Contrato Oneroso
notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro
contratante.

Exemplo: doação

Exemplo: compra e venda

• Terceiro de boa-fé: não se anula


• Terceiro de má-fé: se anula

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Ação Pauliana: Ação utilizada para anular em caso de Fraude contra Credores, que tem
por objetivo, a anulação.

Credores Quirografários: São credores sem garantias reais. (Art. 158) e, como regra
são os legitimados para ajuizamento da ação pauliana. Credores com garantias reais também
poderão ser legitimados se a garantia antes dada, se tornar insuficiente.

Contra quem se ajuíza ação pauliana?

Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentada contra o devedor
insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulenta, ou ter-
ceiros adquirentes que haja procedido de má-fé.

3. Invalidades do negócio jurídico

3.1 Nulidade
As nulidades estão previstas nos artigos 166 e 167 do CC.

Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:


I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV - não revestir a forma prescrita em lei;
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.

Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido
for na substância e na forma.
§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais real-
mente se conferem, ou transmitem;
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
§ 2º Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio
jurídico simulado.

3.2 Anulabilidade: Art. 171


Se a nulidade não possui prazo, a anulabilidade sempre terá prazo. Tais prazos são
disciplinados pelo próprio Código Civil em caráter específico ou pelos artigos 178 e 179 em ca-
ráter geral.

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Art. 178., CC: Prazo decadencial de 4 anos para anulação do negócio jurídico.

O prazo será contado:

*Para todos verem: esquema.

I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;

II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o
negócio jurídico;

III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.

Atenção!

Cláusula geral de prazo decadencial:


Art. 179, CC. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo
para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.

Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação,
invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato
de obrigar-se, declarou-se maior.

Veja esquema na página a seguir...

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Invalidades do negócio jurídico:

*Para todos verem: esquema.

Nulidades Anulabilidades

Juiz de
ofício/MP/Prejudicado/Terceiro Somente prejudicado
Interessado

Pode ser a qualquer tempo, não tem Sempre tem prazo


prazo

Não se ratifica ou se retifica É possível ratificação ou retificação

Ex tunc Ex nunc

Ação declaratória Ações desconstitutivas

4. Atos Jurídicos Lícitos e Ilícitos

Atos jurídicos lícitos e ilícitos: Art. 185, 186, 187 e 188.


Os atos jurídicos lícitos estão brevemente explicitados no art. 185, que diz: “Art. 185. Aos
atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídicos, aplicam-se, no que couber, as disposi-
ções do Título anterior”. O “título anterior” trata sobre negócio jurídico. Assim, o art. 185 pura-
mente informa que para outros atos jurídicos que sejam lícitos, terá aplicação (de forma subsidi-
ária) os artigos que tratam sobre negócio jurídico, ou seja, faz uma mera remissão.
Já os artigos 186, 187 e 188 tratam sobre ato ilícito e tais dispositivos possuem grande
aplicação no regime da responsabilidade civil (artigos 927 e seguintes). O art. 186 conceitua o
ato ilícito: “aquele que violar direito e causar dano a outrem”. Assim, para a configuração de ato
ilícito, teremos que o agente além de ter uma conduta antijurídica, também precisa causar dano
a outra pessoa.

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Após, o artigo 187 fala sobre o abuso de direito, que ocorre quando alguém começa a
prática do ato de maneira legal, ou seja, dentro dos regramentos da lei, porém abusa, exagera,
excedendo manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico, social, pela boa-fé ou
bons costumes. Em conjunto, tanto o art. 186 quanto o art. 187 ditam as regras sobre atos ilícitos,
já que uma vez configurado qualquer um deles, teremos a prática de um ato ilícito.
O art. 188 traz três excludentes, ou seja, quando há a prática de um ato, mas que por
expressa disposição legal, não ocorreu um ato ilícito. Segundo a leitura do artigo: Art. 188. Não
constituem atos ilícitos:
I. os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhe-
cido;
II. a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remo-
ver perigo iminente.

São 3 os casos de excludentes: legítima defesa, exercício regular de um direito (ambos


no inciso “I”) e estado de necessidade (inciso “II). A matéria é, depois, extensamente tratada na
parte de responsabilidade civil. Assim, neste momento, precisamos somente entender os con-
ceitos e as definições dos artigos 186, 187 e 188.

5. Da Prescrição e da Decadência

Prescrição

Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela pres-
crição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.

Assim, para que se tenha o nascimento da prescrição é necessária a violação de um


direito.

Art. 190. A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão.

= defesa

Como exemplo podemos pensar na situação de Maria e Carlos, em que Maria é deve-
dora e Carlos credor, em empréstimo realizado há mais de 30 anos e já prescrito. Digamos que
nos dias atuais eles celebraram outro contrato, no qual Maria é agora credora e Carlos devedor.

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Caso Carlos não pague a dívida, Maria poderá cobrá-lo e Carlos não poderá alegar em defesa
que Maria tinha dívida passada com ele, eis que já prescrita. Assim, a exceção (defesa) pres-
creve no mesmo prazo em que a pretensão (ação).

Renúncia da Prescrição:
*Para todos verem: esquema.

Expressa
Renúncia da Prescrição
(Art. 191 do CC)
Tácita

• Conforme dispõe referido artigo, a renúncia só será válida quando for feita sem
prejuízo de terceiro, e após a consumação da prescrição.
• Será tácita a renúncia quando se presume de fatos do interessado que sejam
incompatíveis com a prescrição como, por exemplo, o pagamento.

Prescrição é matéria de ordem pública

Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem
aproveita.

A prescrição pode ser impedida/suspensa ou interrompida:

*Para todos verem: esquema.


Impedimento/Suspensão Interrupção

Arts. 197, 198 e 199 do CC;


Art. 202 do CC;

Impedimento: o prazo não começa;


Começa do início;
Suspensão: o prazo começa de onde
parou;

São causas exemplificativas;


São causas legais;

Podem acontecer várias vezes. Só pode acontecer uma única vez;

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Prazos da Prescrição: Conforme disposto no art. 205 do Código Civil, quando não hou-
ver prazo fixado em menor, a prescrição ocorrerá em dez anos.

Somente será dez anos se o prazo não estiver disposto no Art. 206 do CC.

O artigo 206 do Código Civil, determina em seus parágrafos os prazos da prescrição.


Vejamos:

Art. 206. Prescreve:


§ 1º Em um ano:
I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no
próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos;
II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o
prazo:
a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado
para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que
a este indeniza, com a anuência do segurador;
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão;
III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, árbitros e peri-
tos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários;
IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a formação
do capital de sociedade anônima, contado da publicação da ata da assembléia que apro-
var o laudo;
V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os liquidantes,
contado o prazo da publicação da ata de encerramento da liquidação da sociedade.
§ 2º Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data
em que se vencerem.
§ 3º Em três anos:
I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;
II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias;
III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagá-
veis, em períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela;
IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;
V - a pretensão de reparação civil;
VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, correndo o
prazo da data em que foi deliberada a distribuição;
VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do esta-
tuto, contado o prazo:
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima;
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço referente
ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da reunião ou assembléia geral
que dela deva tomar conhecimento;
c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior à violação;
VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento,
ressalvadas as disposições de lei especial;
IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso
de seguro de responsabilidade civil obrigatório.
§ 4º Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação das
contas.
§ 5º Em cinco anos:
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou par-
ticular;

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II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e


professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços, da cessa-
ção dos respectivos contratos ou mandato;
III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo.

Atenção!
Os prazos de prescrição são sempre legais. (Art. 192 do CC). Assim, as partes não podem
estipular diferentes prazos de prescrição.

Obs.: Art. 206-A. A prescrição intercorrente observará o mesmo prazo de prescrição da


pretensão, observadas as causas de impedimento, de suspensão e de interrupção da prescrição
previstas neste Código e observado o disposto no art. 921 da Lei nº 13.105, de 16 de março de
2015 (Código de Processo Civil).

Decadência: Art. 207 a 211 do Código Civil


Se a prescrição trabalha com a ideia de condenações, de credor e de devedor, bem
como de dias iniciais, a partir de eventual inadimplemento, a decadência trabalha com a possi-
bilidade em termos um prazo fixado em lei (decadência legal) ou acrescido através de contrato
(decadência convencional).
Um ponto importante é que a decadência fixada em lei deve ser verificada de ofício pelo
juiz. Já a decadência convencional o juiz não pode se manifestar de ofício. É necessário que a
outra parte alegue e então o juiz poderá acolher tal alegação (Art. 211).

*Para todos verem: esquema.

Pode ser legal (decorrência da lei) ou convencional (decorrente de um contrato)

Prazos decadenciais: espalhados pelo CC, ex: 179, 789, 45 parágrafo único

Decadência: desconstituição

Havendo decadência convencional, o juiz não pode se manifestar de ofício - Artigo 211.

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Não confundir:
*Para todos verem: esquema.

Prescrição Decadência

Condenação Desconstituição

Da Prova: O Código Civil traz 5 tipos de provas: confissão, documento, testemunha,


presunção e perícia:

Art. 212. Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico pode ser provado
mediante:
I - confissão;
II - documento;
III - testemunha;
IV - presunção;
V - perícia

Os artigos 213 até 214 tratam de confissão. Após, os artigos 215 até 226 tratam sobre
prova documental. Já os artigos 227, parágrafo único e 228 são sobre prova testemunhal, com
o artigo 231 tratar sobre presunção e o artigo 232 sobre perícia.
Com relação à confissão, temos que ela é irrevogável, ou seja, o confitente não pode
“voltar atrás” na sua confissão. Contudo, é possível que haja a anulação da confissão, se ela foi
realizada com erro ou coação:

Art. 213. Não tem eficácia a confissão se provém de quem não é capaz de dispor do direito
a que se referem os fatos confessados.
Parágrafo único. Se feita a confissão por um representante, somente é eficaz nos limites
em que este pode vincular o representado.

Art. 214. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou
de coação.

A prova documental possui como instrumento mais importante, que possui fé pública, a
escritura pública, que deverá ser redigida em língua nacional.
Terão a mesma força probante os traslados e as certidões, extraídos por tabelião ou
oficial de registro, de instrumentos ou documentos lançados em suas notas.

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Se em algum documento for necessária a autorização ou a anuência de outra pessoa,


ela poderá ser feita, sempre que possível, no mesmo documento contratual que os demais con-
tratantes.

Art. 220. A anuência ou a autorização de outrem, necessária à validade de um ato, provar-


se-á do mesmo modo que este, e constará, sempre que se possa, do próprio instrumento.

A cópia fotográfica de documento autenticada (xerox) valerá como prova plena. Contudo,
se impugnada a sua autenticidade, deverá ser trazida a original. Da mesma forma, as fotografias,
registros em vídeo etc., farão prova plena. No entanto, se por impugnada a sua autenticidade,
deverá ser trazido a original.

Art. 223. A cópia fotográfica de documento, conferida por tabelião de notas, valerá como
prova de declaração da vontade, mas, impugnada sua autenticidade, deverá ser exibido o
original.
Parágrafo único. A prova não supre a ausência do título de crédito, ou do original, nos
casos em que a lei ou as circunstâncias condicionarem o exercício do direito à sua exibi-
ção.

Na prova testemunhal, o Código Civil veda que menores de 16 anos, o interessado no


litígio, o amigo íntimo ou o inimigo capital das partes sejam testemunhas. Também veda que os
cônjuges, ascendentes e colaterais até o terceiro grau por consanguinidade ou afinidade sejam
testemunhas. Contudo, eles poderão atuar como informantes.
Se uma pessoa se negar a se submeter a exame médico que é necessário para a eluci-
dação da situação “sub judice’, esta pessoa não poderá se aproveitar de tal recusa. Da mesma
forma, a pessoa que se recusar à perícia médica ordenada pelo juiz terá presunção de verdade
na alegação da parte contrária.

Art. 231. Aquele que se nega a submeter-se a exame médico necessário não poderá
aproveitar-se de sua recusa.

Art. 232. A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá suprir a prova que se pre-
tendia obter com o exame.

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