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Curso de Direito
1º semestre 2019
Professora Andresa Tatiana da Silva
Código Civil Brasileiro
LEI No 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002.
CAPÍTULO IV
Dos Defeitos do Negócio Jurídico
SEÇÃO I – Do Erro ou Ignorância
DEFLECS
Dolo
Erro ou Ignorância
Fraude contra Credores
Lesão Estado de Perigo
Coação
Simulação
1. FATO E ATO JURÍDICO
Ordinário
Fato Natural
(FJ Stricto Sensu)
Extraordinário
PLANO DA
PLANO DA EFICÁCIA
PLANO DA VALIDADE
EXISTÊNCIA
2. NEGÓCIO JURÍDICO
→ Plano da Existência:
Os pressupostos de existência são elementos fundamentais do negócio
jurídico. São eles (VOAF): a) vontade; b) objeto; c) agente; d) forma.
→ Plano da Validade:
Os pressupostos de validade são (CC, art. 104):
a) agente capaz;
b) objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
c) forma prescrita ou não defesa em lei;
d) vontade livre e desimpedida.
2. NEGÓCIO JURÍDICO
→ Plano da Eficácia:
Preenchido os pressupostos de existência e validade dos negócios
jurídicos, geralmente eles produzem efeitos de imediato.
Excepcionalmente, pode existir algum elemento acidental.
CERTO
Acerca de ato e negócio jurídicos e de obrigações e
contratos, julgue o item que se segue.
CERTO
Acerca de negócio jurídico e de ato jurídico lícito e ilícito,
julgue os itens seguintes
ERRADO
A respeito da Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro, das pessoas, dos negócios jurídicos, da
prescrição e da prova do fato jurídico, julgue o item seguinte.
CERTO
Com relação aos contratos e da responsabilidade civil,
julgue os itens que se seguem.
ERRADO
3. TEORIA DA INVALIDADE
Se faltar alguns dos pressupostos de existência (VOAF) o ato jurídico
será INEXISTENTE, mas se faltar alguns dos requisitos de validade o
ato jurídico será INVÁLIDO, o que pode ocorrer em dois graus diferentes:
CC, Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos
de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir
supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.
3. TEORIA DA INVALIDADE
CAUSAS DE NULIDADE (Art. 166)
CC, Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por
sentença, nem se pronuncia de ofício; só os interessados a podem
alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de
solidariedade ou indivisibilidade.
3. TEORIA DA INVALIDADE
CAUSAS DE ANULABILIDADE (Art. 171)
I - Por incapacidade relativa do agente
II - Vício resultante de erro
III - Vício resultante de dolo
IV - Vício resultante de coação
V - Vício resultante de estado de perigo
Vícios de Consentimento
Erro (art. 138)
Vícios Sociais
Dolo (art. 145) Fraude contra
credores (art. 158)
Coação (art. 151) Simulação
(art. 167)
Estado de Perigo
(art. 156) Causa de
Nulidade
Lesão (art. 157)
3. TEORIA DA INVALIDADE
PRAZOS PARA ANULAR NEGÓCIO JURÍDICO (Art. 178)
→ 4 (quatro) anos contados do dia em
I – Incapacidade Relativa
que cessar a incapacidade.
PRESCRIÇÃO
➔ATINGE apenas a PRETENSÃO;
➔NÃO ATINGE o direito de AÇÃO;
➔NÃO ATINGE a obrigação em si, que permanecerá
existindo, apesar da falta de pretensão.
4. PRESCRIÇÃO
➢ Causas de Impedimento e Suspensão:
Muito bem, ela tem um prazo decadencial de 5 anos (de acordo com o CTN) pra entrar na justiça contra
você, sob pena de ter seu direito caducado por decadência, ok?
Agora, suponhamos que ela entrou na justiça e o juiz disse que você deve mesmo. Diante disso a
receita municipal tem um prazo de 5 anos pra executar você (de acordo com o CTN), ou seja, pedir ao
juiz que bloqueie sua conta, ou leiloe alguns de seus bens, ou coisa parecida pra efetivmente receber o
dinheiro. Perceba que nesse caso o juiz já declarou que a receita municipal tem o direito, só falta a
execução. Esse é um prazo prescricional.
PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA
I – Extinção do direito
I - Extinção de uma pretensão.
propriamente dito.
II – Direitos potestativos com
II – Direitos subjetivos,
prazo previsto para o seu
patrimoniais e relativos.
exercício.
III – Impossibilidade de renúncia
III – Possibilidade de renúncia.
quando for decadência legal.
IV – Em se tratando de
decadência legal, prazos
IV – Prazos insuscetíveis de insuscetíveis de alteração
alteração pelas partes (ordem (ordem pública). Em se tratando
pública). de decadência convencional, as
partes podem modificar prazos
(ordem privada)
V – Pode ser alegado pelo V – Pode ser alegado pelo
interessado a qualquer tempo e interessado a qualquer tempo e
grau de jurisdição. grau de jurisdição.
VI – Não admite impedimento,
VI – Admite impedimento,
suspensão e interrupção do
suspensão e interrupção do
prazo (exceto quando se tratar
prazo.
de absolutamente incapazes).
VII – Quando se tratar de
decadência legal, poderá ser
VII – Possibilidade de
reconhecida de ofício pelo juiz.
conhecimento ex officio pelo
Quando se tratar de decadência
juiz.
convencional, não poderá ser
reconhecida de ofício pelo juiz.
VIII – Alegada em ação VIII – Alegada em ação
condenatória. constitutiva ou desconstitutiva.
O decurso do tempo exerce efeitos sobre as
relações jurídicas. Com o propósito de suprir uma
deficiência apontada pela doutrina em relação ao
Código velho, o novo Código Civil, a exemplo do
Código Civil italiano e português, define o que é
prescrição e institui disciplina específica para a
decadência. Tendo em vista os preceitos do
Código Civil a respeito da matéria, assinale a
alternativa CORRETA.
a) Se um dos credores solidários constituir judicialmente o devedor
em mora, tal iniciativa não aproveitará aos demais quanto à
interrupção da prescrição, nem a interrupção produzida em face do
principal devedor prejudica o fiador dele.
b) O novo Código Civil optou por conceituar o instituto da prescrição
como a extinção da pretensão e estabelece que a prescrição, em
razão da sua relevância, pode ser arguida, mesmo entre os cônjuges
enquanto casados pelo regime de separação obrigatória de bens.
c) Quando uma ação se originar de fato que deva ser apurado no
juízo criminal, não correrá a prescrição até o despacho do juiz que
tenha recebido ou rejeitado a denúncia ou a queixa-crime.
d) Se a decadência resultar de convenção entre as partes, o
interessado poderá alegá-la, em qualquer grau de jurisdição, mas o
juiz não poderá suprir a alegação de quem a aproveite.
A respeito das diferenças e semelhanças entre prescrição e
decadência, no Código Civil, é correto afirmar que:
Art. 212. Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico
pode ser provado mediante:
I - confissão;
II - documento;
III - testemunha;
IV - presunção;
V - perícia.
Considerações Gerais
Já os civilistas entendiam que a crítica era desnecessária uma vez que a forma e
o conteúdo de um ato jurídico estão muito ligados a sua prova em juízo.
Ademais, a prova também está atrelada ao direito material, de modo que o
tratamento da matéria pelo CC deve ser visto como uma espécie de norma
geral, restando o CPC, em função da especialidade da matéria, ser usado
para dirimir eventuais dúvidas existentes.
CC x CPC
O art. 212, CC estabelece o fato jurídico pode ser provado mediante:
(i) confissão;
(ii) Documento;
(iii) Testemunhas;
(iv) Presunções; e
(v) Perícias.
Aqui outra crítica merece ser feita, o CC traz um rol com institutos de naturezas
diversas: testemunhos e documentos são fontes de prova, confissões e perícias
meios de prova e as presunções são meras conclusões...
CC x CPC
Como visto, o art. 369, NCPC, trata o tema de forma mais abrangente
de modo que todos os meios legais – bem como moralmente
legítimos – especificados ou não no CPC – podem ser usados para
demonstrar a verdade dos fatos (princípio da atipicidade das
provas).
Assim, esse rol do CC deve ser entendido como meramente
exemplificativo.
Confissão
Confissão é a declaração feita pela parte em que se admite a
verdade de fato contrário a seu próprio interesse e favorável a de
seu adversário (art. 389, NCPC). A confissão pode ser:
O art. 352, CPC/73 admitia a revogação da confissão por erro, dolo e coação. E
o CC apenas por erro de fato (não de direito) e coação. O art. 393, NCPC
adequou-se à regra do CC neste tocante, falando em anulabilidade (e a
rescisória?).
Prova documental
Aqui o CC estabelece várias regras relativas à forma do ato mais do que com
relação à sua prova (ver arts. 215-226).
Equivocado o uso da expressão prova plena que nos remete à antiga prova
tarifada completamente contrária ao convencimento motivado atual, o que
fora alertado pelos processualistas. Os civilistas já reconheciam isto no
Enunciado 158 da III Jornada de Direito Civil falando em presunção iuris
tantum.
Exatamente por conta disso, surge “ata notarial” (ver art. 7º. da Lei
8935) passa a ser prevista como meio de prova pelo NCPC:
Questão importante diz respeito ao art. 221 do CC. Este estabelece que o instrumento
particular – feito e assinado ou só assinado – prova obrigações convencionais de qualquer valor.
Muito se debateu se este artigo revogava o art. 585, II do CPC/73 que exigia 2 testemunhas
para que o título fosse executivo extrajudicial (mantido pelo NCPC, art. 784, III).
Não havia relação: o CC tratava apenas da prova do negócio jurídico. O CPC estabelecia se o
negócio jurídico poderia ou não ensejar a execução...
Art. 222, CC trata do telegrama – faz prova mediante a conferencia do original assinado – se for
contestado.
O art. 413, NCPC fala em telegrama, radiograma ou qualquer outro meio e conferencia com
original constante da estação expedidora. E o art. 414 ainda diz que se de acordo faz prova da
data de expedição e recebimento.
Este artigos aplicam-se ao fac-simile e ao e-mail...
Prova documental
Importante é o novo art. 422, CPC ao estabelecer que qualquer cópia mecânica,
fotográfica, cinematográfica fonográfica ou de qualquer espécie fazem prova do
fato (na mesma linha o art. 225, CC exceto com relação a menção à prova
plena).
Agora o NCPC revoga o art. 227, CC e afirma, em seu art. 442, que a prova
testemunhal exclusiva admite-se em negócios de qualquer valor.
Prova testemunhal
O art. 228, CC e o art. 447 do CPC tem algumas diferenças e o NCPC é mais completo
ao separar quem são as testemunhas:
(i) a inversão na ordem da oitiva, havendo acordo entre as partes (art. 456, par.
único);
(ii) cabe ao advogado da parte (art. 455) intimar a testemunha por carta com
AR 3 dias antes da audiência (somente será feita pela judicial se frustrada); e
(iii) a realização de perguntas diretas pelos advogados das partes, podendo o juiz
inquiri-la depois das partes se entender necessário (art. 459, caput e par.
primeiro).
Prova testemunhal
Presunções são deduções feitas a partir de uma prova indireta (sobre um indicio) por
meio de raciocínio mental.
Agora, com o NCPC elas podem ser utilizadas de forma ampla pelo juiz da causa sem
as restrições.
Mas de se notar que o art. 374, IV, NCPC trata apenas das presunções legais quando
diz que não dependem de provas em cuja favor milita presunção de existência e
veracidade) .
Presunções
O artigo 231, CC tem importante presunção não tratada pelo NCPC: aquele que se
nega a fazer exame médico não pode se aproveitar da recusa (não podendo se
beneficiar da própria torpeza). Em sendo determinada pelo juiz, a recusa a perícia
médica supre a prova que se pretendia com o exame (presunção iuris tantum). Ver
também a lei 12.004/2009 sobre a recusa ao exame de DNA no mesmo sentido.
E, ainda:
A regra, com o novo art. 370 é a sua admissão (caput do artigo) onde se lê que
“caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento d aparte, determinar as provas
necessárias ao JULGAMENTO DO MÉRITO” (e não mais à instrução do processo).
Esse artigo deve ser lido em conjunto com o novo art. 6º. Que trata do princípio
da cooperação.
Ônus da Prova
*non liquet (do latim non liquere: "não está claro") é uma expressão advinda do
Direito Romano que se aplicava nos casos em que o juiz não encontrava nítida
resposta jurídica para fazer o julgamento e, por isso, deixava de julgar.
Ônus da Prova Estático
•O artigo 333 do CPC (art. 380, NCPC) reserva:
(i)ao autor o ônus de provar os fatos constitutivos do seu direito (fato da vida
que serve de fundamento ao pedido do autor como, por exemplo, locação e
mora – fatos constitutivos na ação de despejo por falta de pagamento); e
• o STJ já admitia a aplicação dessa teoria em outros casos concretos, com base
numa interpretação sistemática e constitucionalizada da legislação processual
em vigor (cf. STJ, REsp 1.286.704/SP; REsp 1.084.371/RJ; REsp 1.189.679/RS; e
RMS 27.358/RJ).
Distribuição dinâmica
• Art. 373, § 1o ”Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da
causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o
encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do
fato contrário, PODERÁ o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde
que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a
oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.”
Distribuição dinâmica