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Obs.: O STF recentemente decidiu que transexuais podem solicitar a mudança de prenome e
gênero em registro civil sem necessidade de autorização JUDICIAL e de CIRURGIA DE
TRANSGENITALIZAÇÃO (mudança de sexo) em respeito ao princípio da Dignidade da
Pessoa Humana – ADI 4275
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19/10/17
A doutrina identifica uma terceira modalidade de fato jurídico Lato Sensu qual seja o ato fato
jurídico. Nessa figura estamos diante de uma conduta humana voluntária e lícita onde é
irrelevante se indagar se o indivíduo tinha ou não intenção em praticá-la, de maneira que a sua
caracterização está diretamente relacionada à consequência, ao desdobramento daquela
conduta pouco importando se ela era querida ou não.
Alguns doutrinadores chamam esse instituto de ATO HUMANO AVOLITIVO justamente pela
irrelevância na manifestação de vontade, servindo de exemplo os arts. 1264 e 1269.
Aproximasse do ato jurídico stricto sensu, porém nesse último é obrigatório que o indivíduo
manifeste a sua vontade de forma livre e consciente e por essa razão a capacidade civil plena
é inafastável. Como no ato fato é irrelevante saber se o indivíduo queria ou não o praticar
poderá ser celebrado por pessoa incapaz. Os atos praticados por pessoa incapaz e que são
socialmente aceitos, como ir ao cinema sozinho e andar de ônibus desacompanhado também
se enquadram como ato fato justamente por que não poderia ser negócio jurídico que exige
capacidade civil plena.
Negócio Jurídico
Caso seja feito sem o representante o negócio é NULO (art. 166, I, C.C)
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Relativamente Incapaz Faz o negócio através de Assistente
Caso seja feito sem o representante O negócio é ANULÁVEL (art. 171, I, C.C)
II – Objeto Lícito = se o objeto ou o motivo determinante for ilícito o negócio será NULO, com
base no art. 166, incisos II e III.
III – Forma prescrita ou não defesa em lei: Como regra, o art. 107 deixa claro que as
declarações de vontade não precisarão assumir uma determinada forma ou formalidade.
Porém, a própria norma prevê que alguns negócios jurídicos precisarão obedecer determinada
forma ou formalidade exigida pela lei. Toda vez que o legislador impuser a obediência a
determinada forma e o interessado deixar de atendê-la como era da substância do ato que
ela fosse atendida o negócio será NULO, tal como se extrai dos art. 108, 541 e 1864 do C.C.
27/10/17
Além dos 3 pressupostos de validade previstos no art. 104, a doutrina e a própria norma,
mas não o referido artigo, preveem a presença de 2 outros pressupostos.
Eficácia
Os negócios jurídicos NULOS produzem efeitos até que a nulidade seja pronunciada.
No que diz respeito às anulabilidades se o indivíduo não promover a medida judicial cabível
no prazo previsto em lei aquele negócio jurídico produzirá efeitos indefinidamente.
Vícios de consentimento
1 - Erro: o indivíduo por uma FALSA interpretação da realidade acaba declarando vontade
diversa daquela que declararia se tivesse compreendido corretamente aquilo que lhe era
apresentado. Enquanto no DOLO o indivíduo é induzido a erro, enganado, no ERRO a pessoa
se engana sozinha e por ignorância ou por uma incompreensão dos fatos acaba por
declarar vontade diversa da que pretendia intimamente. Trata-se de vicio de vontade de
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difícil aceitação por parte do judiciário que estabelece, com apoio doutrinário e jurisprudencial 3
requisitos para sua configuração. Inicialmente o erro precisa ser SUBSTANCIAL, ESSENCIAL,
ou seja, deve ficar caracterizado que o indivíduo só contratou por conta da incompreensão dos
fatos que estavam diante de si. Existe ainda o chamado erro ACIDENTAL onde apesar do
equívoco por parte do declarante o mesmo recai sobre circunstância secundária, não principal,
como, por exemplo, o senhor de idade que contrata o cartão de crédito e por engano contrata o
seguro do cartão juntamente. O erro ACIDENTAL / NÃO ESSENCIAL permite apenas as
perdas e danos jamais a anulação.
Além do erro que permite a anulação ser essencial deve ainda ser ESCUSÁVEL,
TOLERÁVEL, ou seja, deve ficar evidenciado que qualquer pessoa naquela situação
também poderia agir em erro, sendo certo que o judiciário ao fazer tal análise atentará as
especificidades do caso concreto. Por fim, a anulação está condicionada ao POTENCIAL
CONHECIMENTO PELA OUTRA PARTE DO VÍCIO DE CONSENTIMENTO, na medida em
que se tratando de um vício de difícil comprovação nada mais justo que aquele que contratou
com quem agi em erro não possa ser surpreendido com essa alegação naquelas situações em
que não há qualquer indício mínimo da ocorrência do erro.
• Erro quanto ao negócio, quando o indivíduo acredita estar praticando uma modalidade
negocial, mas em verdade celebra outra.
1. Ex.: O indivíduo que acredita estar realizando um contrato de aluguel quando, na
verdade, está vendendo sua casa.
• Erro quanto ao objeto, que estaria presente naquelas hipóteses em que a declaração
incide sobre o bem diverso do intimamente pretendido.
1. Ex.: Aquele que ao comprar um imóvel na planta acaba por comprar lote diverso
do que realmente queria.
• Erro quanto as qualidades do objeto, que estaria presente na situação do indivíduo que
compra uma bolsa de couro sintético acreditando ser de material legítimo.
• Erro quanto a pessoa (in persona) quando o equívoco diz respeito a identidade ou as
qualidades do indivíduo.
Ex.: Aquele que doa um imóvel para uma pessoa acreditando que a mesma havia
lhe salvado de um acidente e em momento superveniente fica apurado que seu
salvador era outro.
Muito embora a norma estipule que o prazo de 4 anos a que refere o art. 178 seja contado
da data da conclusão do negócio jurídico, no vício do erro bem como do dolo o indivíduo só
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toma conhecimento da presença do vício em momento superveniente, na medida em que
quando o indivíduo declara a sua vontade acredita fielmente que é aquilo que pretende, assim,
só vai ter conhecimento do vício de consentimento em momento superveniente aplicando-se de
acordo com a doutrina e a jurisprudência (Sumula 278 do STJ), contrariando disposição
legal expressa, A TEORIA DA "ACTIO NATA" onde o prazo deverá ser contado da data do
efetivo conhecimento do vício, e não da data da conclusão do negócio jurídico.
No DOLO o indivíduo devido a uma conduta ardilosa, maliciosa atribuída a outra parte
acaba por declarar uma vontade que não declararia se a conduta do outro não tivesse sido
praticada. No dolo o indivíduo é provocado a errar e tal como no erro é possível identificar o
dolo ESSENCIAL e o dolo ACIDENTAL, podendo se afirmar quanto ao segundo que apesar do
indivíduo ter sido enganado, ludibriado contrataria de qualquer forma e com isso a sua
constatação na forma do art. 146 só permite a satisfação e perdas e danos não se admitindo a
anulação.
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O dolo pode se dar por uma AÇÃO e nesse contexto será substancial ou acidental. Por
OMISSÃO quando em um negócio jurídico bilateral uma informação deixa de ser prestada
muito embora deveria ter sido, já que absolutamente relevante para a concretização do negócio
jurídico. Por OMISSÃO enseja pedido de anulação.
03/11/17
O negócio jurídico não é sempre celebrado pelo proprietário do bem ou pelo interessado
imediato. É possível assim que o indivíduo se valha da representação admitindo a norma duas
modalidades: legal, que é exercida pelos pais, tutores e curadores e a convencional, que
habitualmente é exercida através do mandato materializado através de uma procuração. Em
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ambas as hipóteses o representante atua nos interesses do representado praticando negócio
jurídico que repercute diretamente sobre a esfera do representado. Imaginando que o
representante engane uma outra pessoa a contratar, o enganado poderá se voltar contra o
REPRESENTADO para exigir a anulação já que o negócio foi celebrado com ele, porém
através do representante e quanto aos eventuais prejuízos suportados por esse terceiro,
deverá ser observada a modalidade de representação envolvida. Em se tratando de
representação legal onde o representante não foi escolhido pelo representado e, portanto, não
tem qualquer responsabilidade pelas condutas por ele praticada, apenas o representante
arcará com as perdas e danos. Na hipótese da representação convencional a situação será
absolutamente diversa na medida em que o representante foi escolhido e o representado
responde pela má escolha do seu representante e por todos os atos por ele praticados naquilo
que a doutrina conhece como “culpa in eligendo”.
3 - Coação Moral: também é conhecida como vis compulsiva e nela, diferentemente do que
acontece na coação física, a situação concreta revela uma opção de comportamento, ou seja,
diante da realidade que está sendo apresentada, o indivíduo pode optar entre dois
comportamentos, ceder a coação celebrando negócio ou resistir a ela experimentando as
consequências do mal prometido. Habitualmente a coação moral está associada a revelação
de fatos da vida pregressa ou atual do coagido, porém pode também dizer respeito à ameaça
contra seu parente ou pessoa a ele relacionada, comprovando-se nessa situação o vínculo
afetivo entre os envolvidos. A ameaça também pode dizer respeito aos bens do coagido. A
própria norma deixa clara a ideia de que o prazo para o ajuizamento da ação anulatória seja
contado não da data da conclusão do negócio jurídico, mas sim da data em que a coação
cessar considerando que mesmo após a concretização do negócio o coagido pode continuar
sendo ameaçado. A ameaça deve estar relacionada a algo atual ou eminente não se
admitindo como coação moral a ameaça de mal futuro.
Da mesma maneira que o dolo pode ser exercido por terceiro, a coação moral também
terá o mesmo tratamento pela lei nos artigos 154 e 155. A anulação ou não do negócio jurídico
estará condicionada à análise da conduta da pessoa que contratou com o coagido.
Diferentemente do erro, onde o magistrado compara a conduta do indivíduo com a conduta do
ser humano comum naquelas circunstâncias e observando aquelas especificidades do grau de
instrução, por exemplo, entre outros, a coação moral passa por uma análise subjetiva onde o
magistrado deverá analisar caso a caso, até mesmo porque o que levaria um indivíduo a se
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sentir ameaçado não levaria a outro e o coator se vale de uma proximidade para conseguir
obter a declaração de vontade que lhe é vantajosa. O Temor Reverencial vem a ser o respeito
que se é obtido através de relações de hierarquia/subordinação, tais como a relação que se
estabelece entre pais e filhos, aluno e professor, empregador e empregado, dente outros. As
ameaças realizadas nesse contexto (Temor Referencial) não são consideradas como coação
moral, desde que não haja abuso por parte daquele que ocupa posição superior na hipótese
que caso algum negócio jurídico venha a ser concretizado o mesmo será inválido pela
presença da coação moral.
A ameaça de um exercício regular de direito não é considerada como coação moral como
aconteceria, por exemplo, com a menina que ameaça de propor ação de investigação de
paternidade contra aquele que ela julga ser o pai. Porém, não pode o credor ou o titular de um
direito legítimo abusar dessa relação passando a exercer o seu direito de maneira ilegítima, o
que por certo caracterizaria uma coação moral, como o credor que vai ao trabalho do devedor
sistematicamente com o intuído de cobrá-lo e diante da evidente coação moral o devedor
acaba por contratar. A coação moral nessas circunstâncias está relacionada diretamente ao
ABUSO DE DIREITO previsto no artigo 187 CC, trata-se do que a doutrina chama de abuso de
direito relacionado ao fato do indivíduo ser titular de um direito legítimo legal ou
contratualmente assegurado que ao exercê-lo age de maneira desarrazoada,
desproporcional, trazendo assim evidentes prejuízos com essa atuação. No abuso de direito,
uma situação inicialmente legítima deixa de sê-lo pela conduta do interessado. O pedido de
anulação ou de perdas e danos motivado pelo abuso de direito não está relacionado a prova
de dolo ou culpa por parte daquele que abusa, sendo mais uma hipótese de responsabilidade
objetiva e não subjetiva, na medida em que é irrelevante saber se o indivíduo queria ou não
praticar aquela conduta de maneira abusiva.
09/11/17
Dolo de Aproveitamento
Tanto o estado de perigo quanto a lesão são vícios de consentimento criados pelo atual
C.C. A caracterização do estado de perigo exige a presença cumulativa de 3 requisitos
evidentes no art. 156. Inicialmente é fundamental que no momento da contratação fique
evidente a desproporção entre as obrigações. É preciso estar atento ao momento de aferir
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essa desproporção, considerando que como o prejudicado dispõe de grande prazo para propor
a ação anulatória é perfeitamente possível que por ocasião do seu ajuizamento aquela
desproporção inicialmente prevista já não mais exista ou venha a existir. Dessa forma deverá o
magistrado observar em que momento eventual desproporção estará presente. Por outro lado,
a norma não estabelece um critério predefinido para entender se está ou não presente a
desproporção cabendo ao magistrado fazê-la. É fundamental, ainda, ficar caracterizado a
prova de que a obrigação foi contraída em necessidade de salvar a si próprio, pessoa de sua
família ou por ele aquele que contratou afetivamente relacionado. Por fim, é fundamental ainda
a presença do chamado DOLO DE APROVEITAMENTO que consiste na constatação de que a
pessoa que negociou com quem age em estado de perigo tinha o conhecimento dessa
situação e dela tirou proveito.
Ajuizada a ação anulatória tendo por fundamento o vício da lesão como aconteceria, por
exemplo, com o indivíduo que contrata com engenheiro agrônomo para auxiliá-lo em plantação
de eucalipto e este profissional liberal lhe cobre valor extorsivo. Ajuizada ação anulatória para
desconstituir o ato, o engenheiro agrônomo manterá aquele negócio jurídico concordando em
reduzir o proveito econômico que teve, fazendo, assim, desaparecer o requisito objetivo desse
instituto. Muito embora a regra em negócios jurídicos anuláveis seja no sentido de ser
realizada com a manifestação de todos os envolvidos, nessa peculiar hipótese o legislador
admite ser realizada com a manifestação exclusiva daquele que contratou com o lesado
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justamente por ser hipótese de nulidade relativa onde o negócio não precisa necessariamente
ser desfeito.
* O código trata como defeito do negócio jurídico todos os vícios de consentimento e ainda o
instituto DA FRAUDE CONTRA CREDORES dando a entender que também se trata de um
vício de consentimento, o que não é verdade. Tanto a fraude, como a simulação são VÍCIOS
SOCIAIS o primeiro tratado pelo legislador como hipótese de anulação e o segundo como de
nulidade. Em ambos os vícios sociais aquele que contrata prática um negócio jurídico com a
livre intenção em realizá-lo agindo de forma livre e consciente ao concretizá-lo. Dessa forma,
não há que se falar em vício de consentimento. Na fraude contra credores o indivíduo aliena
bens de sua propriedade e ao proceder dessa forma se coloca em insolvência ou agrava uma
insolvência já existente, de maneira que aquele bem transferido a terceiro seria a única opção
dos credores receberem suas dívidas. O devedor realiza a alienação de forma intencional o
que não significa que ele necessariamente tinha a intenção de não pagar seus credores com a
transferência daqueles bens, nem mesmo que atua em conluio, combinadamente com a
pessoa que adquiriu o bem para prejudicar os credores o que conduziria a um outro vício
social, a simulação.
10/11/17
Na fraude contra credores estamos diante de duas ações distintas, a primeira ajuizada pelo
credor tentando receber o seu crédito, de maneira que cada um dos credores deverá propor
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individualmente suas ações. Paralelamente a isso, caso se descubra que o devedor alienou
bens de sua propriedade e com isso suas dívidas não poderão ser satisfeitas, será possível
propor uma segunda ação, a PAULIANA ou REVOCATÓRIA, com o objetivo de fazer retornar
ao patrimônio do devedor aquele bem, oportunidade em que as ações individuais de cobrança
ou execução que se encontravam insatisfeitas pela ausência de fundos pelo devedor terão
continuidade com alienação daquele bem e pagamento total ou parcial da dívida, art. 165.
A AÇÃO PAULIANA poderá ser proposta apenas por aqueles credores que já ostentavam
essa condição no momento da alienação. Assim, se um contrato foi firmado em 2015 tendo o
devedor assumido obrigação de quitá-lo de forma periódica e um ano depois caso este devedor
venha a vender um bem colocando-se em situação de insolvência ou agravando uma
insolvência já existente poderá aquele credor pretender o desfazimento daquela transação.
Porém, caso a mesma tivesse sido concretizada em 2016 e o crédito tivesse sido assumido
meses depois este credor não poderia se valer da ação pauliana, na medida em que a todo
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mundo é dado o direito de alienar os seus bens e no momento em que o contrato foi celebrado
com o credor aquele bem não integrava o patrimônio do devedor e por essa razão não garantia
qualquer dívida.
Os credores com garantia são aqueles que exigem por ocasião da concessão do crédito
que um bem específico e determinado do devedor seja concedido em garantia, como
aconteceria, por exemplo, quando o indivíduo hipoteca seu único imóvel como garantia de
pagamento de uma dívida. Essa espécie de credor não precisa se valer da ação pauliana, na
medida em que dispõe daquele bem como garantia ao pagamento da dívida. Passará a ser
credor sem garantia (quirografário) quando o bem que lhe foi oferecido não for suficiente ao
pagamento da dívida.
O credor quirografário também é conhecido como credor sem garantia, na medida que o
mesmo no momento em que o crédito é concedido não exige qualquer bem específico e
determinado do devedor como garantia ao pagamento da dívida. O credor quirografário diante
do não pagamento pontual por parte do devedor tem total interesse na ação pauliana, já que
eventualmente precisará vasculhar o patrimônio do devedor para tentar receber suas dívidas.
Prescrição e decadência
Prescrição
Na prescrição a situação concreta revela sempre uma relação direta, imediata de débito e
crédito. Sempre estaremos diante, do binômio Prestação e Pretensão. O indivíduo deve
entregar uma determinada prestação, assumida contratualmente ou proveniente da própria
norma, de uma única vez ou de trato sucessivo a depender do caso concreto. Caso a
prestação não seja entregue espontaneamente pelo devedor, nasce para aquele que teria o
direito de recebê-la, o credor, o direito de exigir o cumprimento daquilo que está previsto em
lei ou foi acordado. A partir do momento em que fica evidente o inadimplemento, o credor tem
a pretensão de ter o seu crédito satisfeito e exercitará esse direito se valendo de medida
judicial, desde que o faça dentro do prazo previsto em lei, sob pena de prescrição.
OBS.: Quando não tivermos uma situação prevista nos casos prescricionais do Art. 206
(prazos específicos) do C.C, aplica-se o prazo de 10 anos previsto no Art. 205 do C.C (regra
geral).
O art. 882 do CC traz em seu texto uma das maiores aplicações da ideia de que prestação
e prescrição não se confundem. Aquele que eventualmente venha a pagar uma dívida
prescrita sabendo ou não que não estaria mais obrigado a realizar aquele pagamento não
poderá exigir de volta aquilo que pagou. A norma compreende que cumpriu uma obrigação
moral reconhecendo a existência de uma prestação e dessa forma não poderá tomar qualquer
medida para ser restituído daquele pagamento. Habitualmente em doutrina se ensina que a
prescrição extingue o direito de AÇÃO e não o direito em si, o que significa, que não se é mais
possível a ida ao judiciário, porém a prestação continua existindo já que não foi paga.
Proposta a ação objetivando a cobrança daquela dívida o prazo prescricional que até então
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vinha correndo de prejuízo ao credor cessa, na medida em que naquele momento manifestou
legitimamente o seu interesse em receber aquela dívida.
Os prazos de prescrição são inafastáveis pelos interesses das partes, de maneira que
mesmo havendo consenso entre devedor e credor não poderão os mesmos aumentar ou
diminuir os prazos previstos em lei que são de ordem pública. Trata-se de norma que contém
um evidente conteúdo imperativo. Da mesma forma, após a prescrição se consumar, o
DEVEDOR poderá abrir mão do direito de alegá-la, fazendo esta declaração de forma
categórica ou praticando atos que revelem que esta seria a sua intenção como, por
exemplo, iniciar o pagamento da dívida, nesta hipótese é perfeitamente possível renunciar a
prescrição, na medida em que o indivíduo estaria reconhecendo uma obrigação, prestação que
deveria cumprir espontaneamente. Porém, é absolutamente inadmissível a ideia de que
possa abrir mão do direito de no futuro alegar uma prescrição que no momento da declaração
de vontade ainda não se consumou. Assim, imaginando uma prescrição de cinco anos se o
devedor, neste período, comunica formalmente ao credor que não pode pagar naquele
momento, abrindo mão de alegar a prescrição futura, sua manifestação de vontade não produz
qualquer efeito e caso o credor não cobre no prazo legal, poderá o devedor sustentar a
prescrição. A vedação do art. 191 tem por fundamento a ideia que o devedor se colocaria nas
mãos do credor considerando que a dívida ficaria imprescritível.
Caso o magistrado não perceba a prescrição total ou parcial, o devedor poderá sustentá-la
a todo e qualquer tempo no curso daquela demanda judicial, não existindo, assim, prazo para
que aquela alegação seja realizada. O art.196 deixa claro que qualquer alteração subjetiva em
relação a pessoa do credor não afetará os prazos prescricionais. Assim, imaginando um prazo
prescricional de cinco anos, se o credor vem a óbito no segundo ano, seus herdeiros possuirão
mais três anos para cobrar a dívida e não de outros cinco anos, como se poderia supor. A
norma prevista no art. 196, se aplica tanto ao credor PN quanto a PJ, sem qualquer distinção.
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Causas suspensivas / impeditivas da prescrição
As causas suspensivas e impeditivas estão tratadas nos arts. 197 a 201. As referidas
causas se aplicam a ambas as situações variando apenas em relação ao momento de sua
ocorrência. Se o prazo prescricional sequer começou a ocorrer a hipótese é de causa
impeditivas. Se o mesmo já vinha correndo estamos diante da suspensão do prazo
prescricional. As referidas causas poderão ocorrer inúmeras vezes no curso da prescrição e
independem da conduta do interessado no sentido de suspendê-las.
No que diz respeito à suspensão o prazo ficará paralisado até que as causas suspensivas
não estejam mais presentes e depois extintas a causa o prazo voltará a correr de onde parou,
aproveitando-se o prazo transcorrido até aquele momento.
Causas Interruptivas
As causas interruptivas exigem sempre uma conduta do interessado e terão por efeito
zerar o prazo prescricional que será, então, todo ele reiniciado.
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prestação remanescente a ser satisfeita. EX. de Prazos Decadenciais: Art. 178 do C.C / Art.
1815, § único
A decadência convencional (Art. 211 do C.C) tem que ser pronunciada sem provocação
pelo magistrado. É possível que as partes convencionem, estipulem a presença de um
decadencial e nesse contexto apenas os próprios envolvidos poderão sustentar a decadência
sem que o magistrado possa atuar de ofício. Habitualmente os prazos decadenciais estão
relacionados ao dir. de ação. Porém, é possível observar esse dir. Potestativo que conduz à
decadência em outras situações, tais como as previstas no art. 26 do Código de Defesa do
Consumidor, onde o consumidor possui prazo para reclamar pela presença do vício ou defeito
do produto ou serviço e este prazo é decadencial.
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