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DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL

ESTABELECIMENTO NÃO SE CONFUNDE COM EMPRESA

Rubens Requião:
“ Estabelecimento é a base física da empresa.”

Código Civil 1916


Estabelecimento era Fundo de Comércio

Código Civil 2002


Estabelecimento é o complexo de bens organizado, para
o exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade
empresária. (art. 1.142 CC)
Bens Corpóreos móveis e imóveis
+ Bens Incorpóreos

Corpóreos: Sede da Empresa,


terrenos, depósitos, maquinário
utilizado para produção de seus
produtos, matéria prima, etc.
Incorpóreos: Marca, nome
empresarial, patente, ponto
comercial, etc.
Consagra um conjunto de bens corpóreos e
incorpóreos, constituindo uma universalidade de
fato, que pode ser objeto de negócios jurídicos.
(art. 1.143 CC)

Conjunto de bens vinculada à vontade do seu


dono, o empresário. (universitas rerum ou facti).

Cada bem integrante do estabelecimento


dispõe de individualidade, mas está
intrinsecamente ligado ao complexo dos bens
dispostos pelo empresário para o exercício da
empresa. Por isso, pode ser celebrado Contrato
que tenha o estabelecimento como objeto de
alienação, usufruto ou arrendamento.
TRESPASSE
Alienação do Estabelecimento.
Implica a transferência do conjunto de bens organizados
pelo alienante ao adquirente, de modo que possa prosseguir
com a exploração da atividade empresarial.

Contrato para que produza seus efeitos perante terceiros,


deverá ser averbado na Junta Comercial, junto ao registro de
empresas, bem como, publicado na imprensa oficial. (art.
1.144 CC)

Assumirá a posição do empresário primitivo


Arcará com todos os contratos já celebrados pelo alienante.
O Alienante permanece solidário por 01 anos da publicação.
O adquirente poderá responder apenas pelas dívidas
contabilizadas. Princípio da boa fé e da vedação ao
locupletamento ilícito.
SUCESSÃO NOS DÉBITOS PELO ADQUIRENTE
Trabalhista (art. 448, CLT)
Tributário (art. 133, CTN) – subsidiariamente com o
alienante se este continuar na exploração ou
integralmente se o alienante cessar a exploração
comercial;

SUCESSÃO NOS CRÉDITOS PELO ADQUIRENTE


O devedor ficará exonerado se, de boa-fé, pagou ao
cedente (alienante do estabelecimento) e não ao
adquirente. (art. 1.149 CC)

SUB-ROGAÇÃO DO ADQUIRENTE NOS CONTRATOS


DE EXPLORAÇÃO
Se não tiverem caráter pessoal
Pode terceiros contratantes rescindir por justa causa o
contrato em 90 dias da publicação.
AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL
CIVIL. OMISSÃO. NÃO OCORRÊNCIA. TRESPASSE DO
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL. DÍVIDAS ANTERIORES.
RESPONSABILIDADE. SÚMULA 5 E 7 DO STJ. (...). 2. A Corte de origem,
soberana na análise dos fatos e das provas, consignou que a simples
alienação do estabelecimento não desobriga o alienante da quitação do
seu passivo, sendo certo que, no caso dos autos, não houve
comprovação da existência de assunção de dívida ou de sucessão
empresarial. Derruir a conclusão a que chegou o Tribunal a quo
demandaria, necessariamente, interpretação de cláusulas contratuais,
bem como novo exame do conjunto fático-probatório acostado aos autos,
o que é vedado pelas Súmulas 5 e 7 do STJ. 3. O suporte fático
normativo previsto no art. 1.146 do Código Civil, impõe outros
requisitos além da mera transferência do estabelecimento
comercial para a cristalização da solidariedade entre alienante
e adquirente, notadamente a exigência de regular
contabilização dos débitos anteriores à alienação,
circunstância que não foi sequer alvo de argumentação da
parte em sede recursal. 4. Agravo interno não provido. (AgInt no
REsp 1457672/DF, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA
TURMA, julgado em 20/09/2018, DJe 25/09/2018)
APELAÇÃO CÍVEL – DIREITO CIVIL – INSCRIÇÃO EM
CADASTRO RESTRITIVO DE CRÉDITO – TRESPASSE DE
ESTABELECIMENTO – SUB-ROGRAÇÃO EM CONTRATO
CELEBRADO PELA RÉ COM TERCEIRO –
CONTINUIDADE NA UTILIZAÇÃO DA MARCA E
SERVIÇOS INCONTROVERSA – CONSEQUENTE
VIGÊNCIA DO PACTO – ART. 1.144 DO CÓDIGO CIVIL
QUE SE REFERE À PUBLICIDADE DO CONTRATO DE
ALIENAÇÃO DO ESTABELECIMENTO E NÃO AOS
PACTOS REALIZADOS PELO ALIENANTE COM
TERCEIRO – AUSÊNCIA DE CONHECIMENTO DA RÉ
SOBRE A TRANSFERÊNCIA – SUB-ROGAÇÃO NÃO
OBSTADA – ART. 1.148 DO CÓDIGO CIVIL – COBRANÇA
DEVIDA – SENTENÇA MANTIDA – HONORÁRIOS RECURSAIS
FIXADOS. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. (TJPR - 8ª
C.Cível - 0007672-82.2016.8.16.0194 - Curitiba - Rel.: Juiz
Ademir Ribeiro Richter - J. 03.08.2020)
APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. CONTRATO DE
TRANSFERÊNCIA DE “KNOW-HOW” E CESSÃO DE BENS.
CONFIGURAÇÃO DE TRESPASSE. ALIENAÇÃO DE BENS MATERIAIS
E IMATERIAIS ESSENCIAIS PARA O EXERCÍCIO DA EMPRESA.
SUCESSÃO EMPRESARIAL. OCORRÊNCIA. CASO CONCRETO.
PRESENÇA DE CONTUNDENTES ELEMENTOS COMPROBATÓRIOS.
RESPONSABILIDADE DA EMPRESA ADQUIRENTE POR DÉBITOS
ANTERIORES. SENTENÇA REFORMADA.1. Evidenciado que o objeto
do contrato firmado entre as empresas excede a mera transmissão
de “know-how” e também contempla o acervo de bens materiais e
imateriais que compõe o estabelecimento, dentre eles até mesmo a
cessão de contratos de trabalho, resulta caracterizada a ocorrência
de trespasse.2. Presentes elementos nos autos tais como
impossibilidade de localização da empresa cedente, semelhança
quanto aos objetos sociais e existência de ligação familiar entre os
sócios das empresas, evidencia-se a sucessão empresarial, o que
autoriza a responsabilização da adquirente pelos débitos anteriores
à transferência.3. Apelação cível conhecida e provida. (TJPR - 15ª
C.Cível - 0018169-84.2018.8.16.0001 - Curitiba - Rel.: Desembargador
Luiz Carlos Gabardo - J. 05.02.2020)
PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. EXCESSO
DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. CDA. NULIDADE. SUCESSÃO
EMPRESARIAL. JUSTIÇA GRATUITA. HIPOSSUFICIÊNCIA.
PRETENSÃO DE REEXAME FÁTICO-PROBATÓRIO. INCIDÊNCIA
DO ENUNCIADO N. 7 DA SÚMULA DO STJ. (...). VI - Há
demonstração nos autos do esgotamento de diligências para
localização de bens passíveis de penhora. A penhora online foi
infrutífera (fl. 32). Segundo o próprio excipiente, bem imóvel de
propriedade da executada já está comprometido em outro
processo executivo (fl. 75). VII - O Tribunal de origem assentou a
regularidade do reconhecimento da sucessão de empresas, no
presente caso; apontando, com fundamento no conjunto
probatório dos autos, a semelhança entre as atividades das
empresas, a mesma localidade do estabelecimento, bem como a
identidade de sócios na administração, além de evidências no
sentido de ocorrência de fraude fiscal. VIII - A decisão que
reconheceu a sucessão comercial da executada com a Empresa
Eccosystems Soluções Ambientais Ltda. baseou seu fundamento
nos indícios constantes dos autos. ....
... XI - Observa-se que o objeto social das empresas é muito
semelhante, que a atividade empresarial é exercida no mesmo local
(vide certidão do Oficial de Justiça, fl. 55), e que a mesma sócia
(Janaína dos Santos Costa), que fundou a Sociedade Empresária
Dijan, deu continuidade às atividades como administradora à frente da
Empresa Eccosystems. XII - Os recibos de aluguéis juntados também
não comprovam a efetiva locação do imóvel, porquanto não
sobrevieram os comprovantes de pagamento dos locativos de
Eccosystems a Dijan, eis que os acostados têm como beneficiários
um escritório de advocacia, circunstância que dá indícios de que a
executada elaborou o contrato de locação na tentativa de driblar o
fisco. XIII - Dessa forma, para rever tal posição e interpretar os
dispositivos legais indicados como violados, no sentido defendido
pela recorrente - acerca da existência de bens da executada, bem
como os alegados óbices ao redirecionamento e a apontada ausência
dos elementos necessários para a configuração da sucessão
empresarial -, seria necessário o reexame desses mesmos elementos
fático-probatórios, o que é vedado no âmbito estreito do recurso
especial. Incide na hipótese a Súmula n. 7/STJ.(...). (AgInt no AREsp
1539467/RS, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, SEGUNDA TURMA,
julgado em 18/05/2020, DJe 20/05/2020).
Estabelecimento principal garantia dos credores
Execução do Patrimônio

Súmula 451 STJ: É legítima a penhora da sede do


estabelecimento comercial (DJe 21/06/2010).

Por essa razão, NÃO pode ser alienado sem que a


empresa conserve capital suficiente capaz de cobrir
o seu passivo, ou sem que seus credores
concordem com a alienação, de modo expresso ou
tácito, em 30 dias, a contar da publicação. (art. 1145
CC).
Ato de Falência (Lei 11.101/2005, art. 94, III, c)
NÃO CONCORRÊNCIA AO
ADQUIRENTE

Alienação, arrendamento e usufruto do


estabelecimento (prazo do contrato)
Prazo 05 anos, salvo autorização pelo
alienante. (art. 1.147 CC)
Cláusula Implícita em qualquer
contrato de trespasse.
RECURSO INOMINADO. TREPASSE DE PONTO COMERCIAL. OBRIGAÇÃO
DOS RÉUS DE NÃO EXERCER IDÊNTICA ATIVIDADE.
DESCUMPRIMENTO. CONCORRÊNCIA DESLEAL. CLÁUSULA PENAL.
EXCEPTIO NON ADIMPLETI CONTRACTUS. A sentença reconheceu
adequadamente que os réus descumpriram a cláusula do contrato firmado
com o autor, quando do trespasse para esse do estabelecimento comercial
do ramo fotográfico. Caso em que o descumprimento ocorre mesmo que a
ré tenha exercido a atividade de fotógrafa contratada por outrem, pois
importa é que, ainda assim, ela usou seu nome no mercado para concorrer
deslealmente com o réu. Direito constitucional ao livre exercício da
profissão do qual os réus abriram mão livremente, por determinado prazo,
o que não se mostra vedado, e que foi condição para a contratação entre
as partes. Óbice do art. 476 do Código Civil que não pode ser oposto ao
autor, pois se os réus descumpriram por primeiro as suas obrigações,
tinha aquele direito de suspender o cumprimento das suas. Cláusula penal
devida, mas com valor reduzido, forte no art. 413 do Código Civil e 6º da lei
nº 9099/95, por excessivo o valor postulado na inicial, além de se mostrar
desproporcional em relação aos poucos trabalhos fotográficos feitos pela
ré no período vedado contratualmente. Sentença reformada em parte.
RECURSO PROVIDO EM PARTE. UNÂNIME.(Recurso Cível, Nº
71004397741, Primeira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator:
Pedro Luiz Pozza, Julgado em: 28-01-2014).
Apelação cível. Propriedade industrial e intelectual. Inocorrência
da alegada ausência de fundamentação da sentença. Afastamento
da tese. Preliminar de nulidade da sentença
rejeitada. Concorrência desleal não caracterizada.
Caracterização de dissolução de sociedade e não de
alienação da sociedade empresarial. O dever
de não restabelecimento, previsto no artigo 1.147 do Código
Civil, não se aplica ao ex-sócio da sociedade empresária que
aliena suas quotas sociais, uma vez que tal dispositivo é
aplicado somente em caso de trespasse. Sem
qualquer cláusula no referido acordo que impeça os sócios
retirantes de constituírem nova sociedade empresária e de
atuarem no mesmo ramo empresarial, a pretensão da parte
apelante não pode mesmo ser acolhida, pois inaplicável à espécie
o art. 1.147 do Código Civil, regramento vinculado ao trespasse de
estabelecimento comercial. Apelo não provido.(Apelação Cível, Nº
70073877169, Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Ney Wiedemann Neto, Julgado em: 20-07-2017)
PENHORA DO ESTABELECIMENTO

Súmula 451 STJ


“[...] é legítima a penhora da sede do
estabelecimento comercial.”

EXCEPCIONALIDADE: Inexistência
de Outros Bens
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. LEGITIMIDADE DA PENHORA DA
SEDE DO ESTABELECIMENTO COMERCIAL DA EMPRESA, EM CARÁTER
EXCEPCIONAL. EXCEPCIONALIDADE JUSTIFICADA PELO TRIBUNAL DE
ORIGEM COM BASE NO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS.
SÚMULA 7/STJ. 1. É permitida, excepcionalmente, a penhora de
imóvel onde se localiza o estabelecimento da empresa. Esse
entendimento ficou assente quando do julgamento do Resp.
1.114.767/RS, de relatoria do Min. LUIZ FUX, sob a sistemática do
art. 543-C do CPC/1973 2. O acórdão recorrido consignou: "No caso
vertente, observa-se que a excepcionalidade da situação permite a
penhora dos imóveis constantes no Termo de Penhora de fls. 37/38
em razão da inexistência de outros bens passíveis de penhora,
como bem salientou o MD. juiz a quo em sua decisão (fls. 22/31).(...)
Assim sendo, a penhora dos referidos imóveis se mostra como a
única solução para quitar a dívida da executada, considerando-se,
inclusive, que os mesmos já se encontram penhorados em outras
ações judiciais". 3. A inversão do julgado implica o reexame das provas
carreadas aos autos, o que é vedado na instância especial ante o óbice do
enunciado 7 da Súmula do STJ. 4.Recurso Especial não conhecido. (REsp
1724779/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado
em 10/04/2018, DJe 25/05/2018).
DO TÍTULO DO ESTABELECIMENTO

É o nome e/ou símbolo dado ao


estabelecimento para identificá-lo e NÃO
se confunde com o NOME
EMPRESARIAL

Faculdade de utilizar ou não o nome


empresarial
Nome Empresarial Comércio Silva
Ltda.

Título do Estabelecimento Loja da


Esquina

Marca ALVORADA

Não há registro específico para o título


do estabelecimento, entendendo-se que
a proteção a ele decorre do próprio
registro da empresa.
PONTO COMERCIAL:
Conceito: local em que se encontra o
estabelecimento empresarial.

Direito de inerência: interesse,


juridicamente protegido, do empresário, da
permanência de sua atividade no local onde
se encontra estabelecido.

Ação renovatória: ação judicial que visa


proteger o direito de inerência ao ponto.
CLIENTELA X FREGUESIA

Clientela: conjunto de pessoas que


negociam com o estabelecimento, em
virtude da qualidade de seus
produtos/atendimento. Proteção:
repressão à concorrência desleal.

Freguesia: conjunto de pessoas que


negociam com o estabelecimento, em
virtude de sua localização. Proteção:
PONTO COMERCIAL
Ação renovatória – requisitos cumulativos – Lei
nº 8.245/91, art. 51:
I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por
escrito e com prazo determinado;
II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a
soma dos prazos ininterruptos dos contratos
escritos seja de cinco anos;
III - o locatário esteja explorando seu comércio,
no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto
de três anos, quando da propositura da ação.
Prazo decadencial: proposta entre 1 ano e 6
meses anteriores ao vencimento do contrato (§ 5º).
Ação renovatória – requisitos
cumulativos – Lei nº 8.245/91, art.
51:
AÇÃO RENOVATÓRIA – EXCEÇÃO DE
RETOMADA – LEI Nº 8.245/91, ART. 52:

OBRAS: I - por determinação do Poder Público,


tiver que realizar no imóvel obras que
importarem na sua radical transformação; ou
para fazer modificações de tal natureza que
aumente o valor do negócio ou da propriedade;
§ 3º - O locatário terá direito a indenização
para ressarcimento dos prejuízos e dos lucros
cessantes ... se o locador, no prazo de três
meses da entrega do imóvel, não der o destino
alegado ou não iniciar as obras determinadas
pelo Poder Público ou que declarou pretender
realizar.
AÇÃO RENOVATÓRIA – EXCEÇÃO DE
RETOMADA – LEI Nº 8.245/91, ART. 52:

USO PRÓPRIO: II - o imóvel vier a ser utilizado


por ele próprio ou para transferência de fundo de
comércio existente há mais de um ano, sendo
detentor da maioria do capital o locador, seu
cônjuge, ascendente ou descendente.

§ 1º - Na hipótese do inciso II, o imóvel não


poderá ser destinado ao uso do mesmo ramo do
locatário, salvo se a locação também envolvia o
fundo de comércio, com as instalações e
pertences.
AÇÃO RENOVATÓRIA – EXCEÇÃO DE
RETOMADA – LEI Nº 8.245/91, ART. 72:

PROPOSTA ABAIXO DO VALOR: II - não


atender, a proposta do locatário, o valor
locativo real do imóvel na época da
renovação, excluída a valorização trazida
por aquele ao ponto ou lugar;

§ 1º - No caso do inciso II, o locador


deverá apresentar, em contraproposta, as
condições de locação que repute
compatíveis com o valor locativo real e atual
do imóvel.
AÇÃO RENOVATÓRIA – EXCEÇÃO DE
RETOMADA – LEI Nº 8.245/91, ART. 72:

PROPOSTA MELHOR DE TERCEIRO: III - ter


proposta de terceiro para a locação, em condições
melhores;

§ 2º - No caso do inciso III, o locador deverá juntar


prova documental da proposta do terceiro, subscrita
por este e por duas testemunhas, com clara
indicação do ramo a ser explorado, que não poderá
ser o mesmo do locatário. Nessa hipótese, o
locatário poderá, em réplica, aceitar tais condições
para obter a renovação pretendida.
O LOCATÁRIO TERÁ DIREITO A
INDENIZAÇÃO ... SE A RENOVAÇÃO NÃO
OCORRER EM RAZÃO DE PROPOSTA DE
TERCEIRO... (ART. 52, § 3º)
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO RENOVATÓRIA. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM
RESOLUÇÃO DO MÉRITO POR FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL. IMÓVEL
LOCADO PARA INSTALAÇÃO DE ESTAÇÃO DE RÁDIO BASE.
CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO DE TELEFONIA CELULAR. ESTRUTURA
ESSENCIAL AO EXERCÍCIO DA ATIVIDADE. FUNDO DE COMÉRCIO.
CARACTERIZAÇÃO. INTERESSE PROCESSUAL. EXISTÊNCIA. JULGAMENTO:
CPC/15. 1. Ação renovatória de locação de imóvel ajuizada em 29/06/2015, da
qual foi extraído o presente recurso especial, interposto em 14/03/2018 e
concluso ao gabinete em 26/10/2018. 2. O propósito recursal é dizer se a
"estação rádio base" (ERB) instalada em imóvel locado caracteriza fundo de
comércio de empresa de telefonia móvel celular, a conferir-lhe o interesse
processual no manejo de ação renovatória fundada no art. 51 da Lei 8.245/91. 3.
Por sua relevância econômica e social para o desenvolvimento da atividade
empresarial, e, em consequência, para a expansão do mercado interno, o fundo
de comércio mereceu especial proteção do legislador, ao instituir, para os
contratos de locação não residencial por prazo determinado, a ação
renovatória, como medida tendente a preservar a empresa da retomada
injustificada pelo locador do imóvel onde está instalada (art. 51 da lei 8.245/91).
4. Se, de um lado, a ação renovatória constitui o mais poderoso instrumento de
proteção do fundo empresarial; de outro lado, também concretiza a intenção
do legislador de evitar o locupletamento do locador, inibindo o intento de se
aproveitar da valorização do imóvel resultante dos esforços empreendidos
pelo locatário no exercício da atividade empresarial. ...
... 5. As estações de rádio base (ERBs), popularmente reconhecidas como "antenas",
emitem sinais que viabilizam as ligações por meio dos telefones celulares que se
encontram em sua área de cobertura (célula). E a formação de uma rede de várias
células - vinculadas às várias ERBs instaladas - permite a fluidez da comunicação,
mesmo quando os interlocutores estão em deslocamento, bem como possibilita a
realização de várias ligações simultâneas, por meio de aparelhos situados em diferentes
pontos do território nacional e também do exterior. 6. As ERBs se apresentam como
verdadeiros centros de comunicação espalhados por todo o território nacional, cuja
estrutura, além de servir à própria operadora, responsável por sua instalação, pode ser
compartilhada com outras concessionárias do setor de telecomunicações, segundo
prevê o art. 73 da Lei 9.472/97, o que, dentre outras vantagens, evita a instalação de
diversas estruturas semelhantes no mesmo local e propicia a redução dos custos do
serviço. 7. As ERBs são, portanto, estruturas essenciais ao exercício da atividade de
prestação de serviço de telefonia celular, que demandam investimento da operadora, e,
como tal, integram o fundo de comércio e se incorporam ao seu patrimônio. 8. O
cabimento da ação renovatória não está adstrito ao imóvel para onde
converge a clientela, mas se irradia para todos os imóveis locados com
o fim de promover o pleno desenvolvimento da atividade empresarial,
porque, ao fim e ao cabo, contribuem para a manutenção ou
crescimento da clientela. 9. A locação de imóvel por empresa
prestadora de serviço de telefonia celular para a instalação das ERBs
está sujeita à ação renovatória. 10. Recurso especial conhecido e provido. (REsp
1790074/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 25/06/2019,
DJe 28/06/2019)
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÕES RENOVATÓRIAS DE CONTRATO DE LOCAÇÃO
COMERCIAL. JULGAMENTO EM CONJUNTO. PRELIMINARES.
IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO. AUSÊNCIA DE INSCRIÇÃO
SUPLEMENTAR. MERA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA QUE NÃO RETIRA A
CAPACIDADE TÉCNICA DO CAUSÍDICO. AUSÊNCIA DAS CONDIÇÕES DA
AÇÃO. ARTIGO 71 DA LEI N° 8.245/1991. REQUISITOS PREENCHIDOS. MÉRITO.
RENOVAÇÃO DO CONTRATO DE LOCAÇÃO. EXIGÊNCIAS DO ARTIGO 51 E
SEGUINTES DA LEI DE LOCAÇÕES ATENDIDAS. POSSIBILIDADE DE
RENOVAÇÃO. LAUDO PERICIAL. APURAÇÃO DO JUSTO VALOR DA LOCAÇÃO.
MÉTODO COMPARATIVO CONFORME EXIGÊNCIAS DO CASO. AMOSTRAGEM
SATISFATÓRIA. ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS EXISTENTES NAS
PROXIMIDADES E COM CARACTERÍSTICAS SEMELHANTES ÀS DO IMÓVEL
OBJETO DA DEMANDA. REAJUSTE ANUAL. POSSIBILIDADE. ARTIGO 18 DA
LEI DE LOCAÇÕES. ÔNUS SUCUMBENCIAL. AUTORES QUE DECAÍRAM EM
PARTE MÍNIMA DO PEDIDO. ARTIGO 86, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC.
MANUTENÇÃO DOS HONORÁRIOS FIXADOS EM SENTENÇA. RECURSOS
CONHECIDOS E PARCIALMENTE PROVIDOS.“A ação renovatória de locação
empresarial, tendo por escopo a proteção do fundo de comércio, reconhece ao
locatário o direito de renovar seu contrato de locação de imóvel não residencial
quando atendidas as exigências legais do art. 51 e seguintes da Lei de
Locações” (STJ, REsp 1698814/SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Dje
29/06/2018). (TJPR - 17ª C.Cível - 0007343-87.2011.8.16.0148 - Rolândia - Rel.:
Juiz Fabio Andre Santos Muniz - J. 21.07.2020)
 AVIAMENTO
É o valor organizacional acrescido aos bens
que compõem o estabelecimento, de modo que
constituam uma empresa produtora de riquezas.

É uma peculiaridade do estabelecimento


constituindo sua aptidão para gerar LUCROS.

Institutos Atávicos (hereditário)

Não há como realizar negócio jurídico somente


com o AVIAMENTO, SEPARADO DO
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL.

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