estabelecimento difere do conjunto de patrimônio da SE (ações,
imóveis alugados);
P: imóvel (loja) de propriedade de uma sociedade empresária
(pessoa jurídica) que se encontre alugado faz parte do estabelecimento?
R: não, somente os bens vinculados à atividade >>>> valor do
aluguel pode ser receita para a SE; mas, não se trata de estabelecimento empresarial.
imóvel de soc. empresária alugado? Trata-se de patrimônio do
SE/E, não é estabelecimento da PJ;
SE = estabelecimento + patrimônio Natureza
Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de
negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza.
Objeto unitário "pode ser objeto de universalidade dos bens"
Trata-se de objeto de direito de atividade empresarial (empresa);
UNIVERSALIDADE ( de fato) DE BENS
Natureza
Pode ser objeto de negócio jurídico TRANSLATIVO = transferência de
domínio
o sujeito de direito é a pessoa jurídica coletiva (sociedade empresária) ou
o empresário, quem realiza atividade empresarial;
podem ser alienadas unidades que compõem o patrimônio da E/SE;
ALIENAÇÃO PARCIAL (locação, arrendamento do estabelecimento). Natureza do estabelecimento
o estabelecimento empresarial não se confunde com o empresário, sendo
este quem exerce a atividade empresarial. O estabelecimento não possui personalidade jurídica.
O estabelecimento empresarial é uma universalidade de fato integrante
do patrimônio do empresário individual ou coletivo (sociedade empresária), sendo objeto de direito passível de alienação, oneração, arresto, penhora ou sequestro.
estabelecimento não é herança (universalidade de direito/lei),
podendo, assim, ser dividido conforme o negócio estabelecido. Natureza do Estabelecimento
estabelecimento empresarial é uma coisa coletiva ou estabelecimento de fato,
pois permite sua objeto de negociação no todo (unitário) ou em parte (negociação isolada dos bens integrantes).
Universalidade, conforme art. 90, CC, é uma pluralidade de bens singulares
que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária, podendo, entretanto, ser objeto de relações jurídicas próprias.
Assim, os bens integrantes do estabelecimento podem ser objeto de relações
jurídicas autônomas ou podem ser negociados de forma unitária, por meio do trespasse, como um conjunto de bens. Trespasse
contrato de compra/venda de estabelecimento empresarial.
TRESPASSE = contrato translativo;
TRESPASSE não é cessão de cotas de participação societária;
cessão de cotas não é trespasse alienação de participação
societária. Trespasse
No trespasse, não se leva em conta somente os bens
corpóreos/materiais pertencentes no momento do trespasse, deve-se incluir no valor do estabelecimento todos os créditos futuros decorrentes de títulos de créditos vinculados ao estabelecimento. Aspectos formais do trespasse
Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto
ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial.
registro na Junta Comercial + publicação no DOE. Eficácia do trespasse
CC, Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para
solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação,
comunicação expressa aos credores da alienação do
estabelecimento, se não restarem bens suficientes
A transferência de estabelecimento sem consentimento dos credores,
ou se o alienante não reservar bens suficientes para saldar dívidas, é considerado ATO DE FALÊNCIA (art. 94, Lei 11.101/05) Responsabilidade no trespasse
Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo
pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.
O adquirente de estabelecimento responderá por dívidas anteriores
à negociação desde que devidamente contabilizadas (art. 1.146, CC) Responsabilidade no trespasse
Alienante (devedor primitivo originário) permanecesse na
responsabilidade solidária por débitos anteriores ao negócio pelo prazo 01 ano, da seguinte forma:
a) 01 ano contado da publicação do trespasse (DOE), para
dívidas vencidas;
b) 01 ano a contar da data de vencimento, para dívidas
vincendas. Responsabilidade
Caso: devedor do estabelecimento (padaria) não tem ciência da
mudança de novo proprietário e efetua pagamento na conta- corrente do antigo EI/SE proprietário.
Nesse caso, trata-se de devedor boa-fé tem sua obrigação
cumprida.
Para o estabelecimento adquirido em processo falimentar não há
sucessão em dívidas pelo adquirente (arrematante). Responsabilidade
Lei 11.101/05
Art. 141. Na alienação conjunta ou separada de ativos, inclusive da
empresa ou de suas filiais, promovida sob qualquer das modalidades de que trata este artigo: [...] II – o objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária, as derivadas da legislação do trabalho e as decorrentes de acidentes de trabalho. Responsabilidade
A liberação de dívidas, mencionadas no artigo anterior, não se aplica
em relação a dívidas trabalhistas (CLT, art. 448) e tributárias (CTN, art. 133) na seguinte forma:
CTN
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de
outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato: Responsabilidade
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio,
indústria ou atividade; II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. (observar cláusula de não concorrência) Trespasse e concorrência
CC, Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento
não pode fazer concorrência ao adquirente, nos (05) cinco anos subseqüentes à transferência. Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição prevista neste artigo persistirá durante o prazo do contrato.
Obs: somente se houver autorização expressa do adquirente em
contrato, o alienante pode permanecer no ramo vinculado ao estabelecimento Penhorabilidade do estabelecimento
EMENTA PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE
CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543-C, DO CPC. EXECUÇÃO FISCAL. IMÓVEL PROFISSIONAL. BEM ABSOLUTAMENTE IMPENHORÁVEL. NÃO CARACTERIZAÇÃO. ARTIGO 649, IV, DO CPC. INAPLICABILIDADE. EXCEPCIONALIDADE DA CONSTRIÇÃO JUDICIAL. 1. A penhora de imóvel no qual em que se localiza o estabelecimento da empresa é, excepcionalmente, permitida, quando inexistentes outros bens passíveis de penhora e desde que não seja servil à residência da família. 2. O artigo 649, V, do CPC, com a redação dada pela Lei 11.382/2006, dispõe que são absolutamente impenhoráveis os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício de qualquer profissão. Penhora do estabelecimento
3. A interpretação teleológica do artigo 649, V, do CPC, em observância aos
princípios fundamentais constitucionais da dignidade da pessoa humana e dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa (artigo 1º, incisos III e IV, da CRFB/88) e do direito fundamental de propriedade limitado à sua função social (artigo 5º, incisos XXII e XXIII, da CRFB/88), legitima a inferência de que o imóvel profissional constitui instrumento necessário ou útil ao desenvolvimento da atividade objeto do contrato social, máxime quando se tratar de pequenas empresas, empresas de pequeno porte ou firma individual.
4. Ademais, o Código Civil de 2002 preceitua que: “Art. 1.142. Considera-se
estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.” Penhorabilidade do Estabelecimento
5. Consequentemente, o “estabelecimento” compreende o conjunto
de bens, materiais e imateriais, necessários ao atendimento do objetivo econômico pretendido, entre os quais se insere o imóvel onde se realiza a atividade empresarial. 6. A Lei 6.830/80, em seu artigo 11, § 1º, determina que, excepcionalmente, a penhora poderá recair sobre o estabelecimento comercial, industrial ou agrícola, regra especial aplicável à execução fiscal, cuja presunção de constitucionalidade, até o momento, não restou ilidida. 7. Destarte, revela-se admissível a penhora de imóvel que constitui parcela do estabelecimento industrial, desde que inexistentes outros bens passíveis de serem penhorados. Estabelecimento
“PROCESSO CIVIL. PENHORA DE IMÓVEL DE PROPRIEDADE DO
EXECUTADO, NO QUAL ESTÁ INSTALADA SUA CLÍNICA MÉDICA. ALEGAÇÃO DE IMPENHORABILIDADE DO BEM FUNDAMENTADA NO ART. 649, VII, DO CPC. AFASTAMENTO. – Consoante precedente da 3ª Turma do STJ, o imóvel onde se instala o estabelecimento no qual trabalha o devedor - seja ele um escritório de advocacia, uma clínica médica ou qualquer outra sociedade - não está abrangido pela impenhorabilidade determinada pelo art. 649, VI, do CPC (com a redação anterior à Lei n. 11.382/2006). Tal dispositivo legal somente atribui impenhorabilidade aos livros, máquinas, utensílios e instrumentos necessários ou úteis ao desempenho de qualquer profissão. Recurso especial conhecido e provido.” (REsp 857.327/PR, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, julgado em 21.08.2008, DJe 05.09.2008) Estabelecimento
“EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA. ART. 11 DA LEI N. 6.830/80. IMÓVEIS.
PRECEDENTE. I - É assente nesta Corte o entendimento de que a penhora sobre o estabelecimento comercial da empresa ou sobre seu faturamento tem caráter excepcional, admitida somente quando não houver outros bens que possam garantir a dívida. II - Todavia, a hipótese dos autos deve ser examinada à luz da ponderação feita pelos juízos de primeiro e de segundo graus, pois os bens ofertados à penhora (167 toneladas de cartão 2.101 KWTL, 350 gr/m², ao preço de R$ 2.404,50 a tonelada, perfazendo um valor total de R$ 401.551,50) são de difícil alienação, tornando provável a frustração dos fins da execução. III - Ademais, a constrição recaiu sobre dois imóveis da recorrida, sem que isso signifi que o bloqueio de suas atividades. Precedente: REsp n. 153.771/SP, Rel. Ministro FRANCIULLI NETTO, DJ de 10.09.2001. IV - Recurso especial improvido.” (REsp 994.218/PR, Rel. Ministro Francisco Falcão, Primeira Turma, julgado em 04.12.2007, DJe 05.03.2008) Contratos vinculados
CC, Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência
importa a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante. Contratos vinculados
exemplo: estabelecimento hortifrutigranjeiro possui diversos
fornecedores de produtos rurais que tornam atrativo a atividade; os contratados/terceirizados podem romper tais contratos de fornecimento?
Tem-se a sub-rogação dos contratos vinculados ao
estabelecimento, salvo caráter pessoal, rescisão dos contratos de fornecimento somente 90 dias da publicação (DOE), com alegação de justa causa. Locação de imóvel e estabelecimento
Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário
terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado; II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos; III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três anos. [....] § 5º Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no interregno de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor. Locação e estabelecimento
Lei 8.245/91, Art. 54. Nas relações entre lojistas e
empreendedores de shopping center , prevalecerão as condições livremente pactuadas nos contratos de locação respectivos e as disposições procedimentais previstas nesta lei. Locação e Estabelecimento
Locador pode rescindir o contrato de locação em caso de trespasse,
por conta de ser novo "empresário/ sócio/ empreendedor"?
Lei 8.245/91: Art. 13. A cessão da locação, a sublocação e o
empréstimo do imóvel, total ou parcialmente, dependem do consentimento prévio e escrito do locador. Locação e Estabelecimento
Instrumento processual: ação renovatória de
estabelecimento empresarial.
A alienação de estabelecimento altera a parte contratante
na locação (locatário); estabelecimento é transferido para outra PJ. Aviamento Potencial de lucratividade do estabelecimento, envolvendo o conceito do empresa, a clientela (não se transfere), marca, localização, etc.
Este potencial é determinante para o valor do estabelecimento.
Obs. trespasse de hospital: as especialidades ofertadas;
trespasse de hortifrutigranjeiro: a fertilidade do solo; fabricante de automóveis: velocidade do veículo.