- Do Estabelecimento: Art. 1.142, Código Civil ao Art. 1.149, Código Civil;
DO DIREITO DE EMPRESA - Empresário – Art. 966, Código Civil: Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Parágrafo único. NÃO se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. - Figuras: Empresa; Sócio; Empresário e Não Empresário; Estabelecimento; - Elementos de Empresa: Referem-se a todos os critérios organizacionais acessórios que caracterizam uma atividade empresária; DO DIREITO DE EMPRESA - Empresa: É a atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços; - Sócio: Pessoas físicas (naturais) ou jurídicas que compõem o contrato social junto à sociedade empresária; - Empresário: é o sujeito que exerce a atividade econômica (a empresa). - Não Empresário: Quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores; *Atenção: Lembre-se do instituto ELEMENTO DE EMPRESA; - Estabelecimento: Todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária. BENS MATERIAIS, IMATERIAIS, CORPÓREOS OU INCORPÓREOS >> INSTRUMENTO PARA O EXERCÍCIO DA EMPRESA DO ESTABELECIMENTO Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa (atividade econômica), por empresário, ou por sociedade empresária. (Vide Lei nº 14.195, de 2021) § 1º O estabelecimento não se confunde com o local onde se exerce a atividade empresarial, que poderá ser físico ou virtual. (Incluído pela Lei nº 14.382, de 2022) - Não se confunde com o “local onde se exerce a atividade” → desde que utilizado na organização do empresário para atingir a sua finalidade; - Não se confunde com o patrimônio → Basta a utilização para a organização da empresa. Exemplo: Direito a um crédito faz parte do patrimônio, mas não faz parte do estabelecimento. DO ESTABELECIMENTO - Não se confunde com a coisa comercial, com o local físico do exercício da atividade. Ponto é um dos elementos do estabelecimento e não o estabelecimento propriamente dito, ou seja, é o local onde parte do estabelecimento se encontra. ELEMENTOS DO ESTABELECIMENTO
MATERIAIS (TANGÍVEIS) IMATERAIS (INTANGÍVEIS)
Mercadorias de Estoque, Mobiliário, Patentes de invenção; marcas
Equipamento, Maquinaria etc. registradas, nome empresarial, ponto empresarial, e nomes de domínio
-Clientela e potencial de atração de clientela NÃO são elementos do
estabelecimento; DO ESTABELECIMENTO -Estabelecimento virtual → O comércio eletrônico é o que caracteriza as operações comerciais e financeiras praticadas por intermédio da internet. - Os sites que consigam em seu ambiente na rede efetivar a atividade negocial constante no objeto social, ainda que com o concurso de elementos auxiliares são estabelecimentos empresariais virtuais de composição por bens incorpóreos. - Dentre os bens do estabelecimento empresarial virtual, destaca-se o nome de domínio (“endereço virtual”). O estabelecimento empresarial virtual é o complexo de bens organizados pelo empresário, dotado de nome de domínio, título e ponto eletrônico, para exercer a empresa por empresário ou sociedade empresária. DO ESTABELECIMENTO - Ponto: localização do negócio é fundamental para o exercício da empresa → pode ser de grande importância para a realização da atividade Este é elemento IMATERIAL do estabelecimento;
- Endereço para fins de registro de estabelecimento virtual;
- Legitimidade para fixação de atividades em local físico;
DO ESTABELECIMENTO §2º Quando o local onde se exerce a atividade empresarial for virtual, o endereço informado para fins de registro poderá ser, conforme o caso, o endereço do empresário individual ou o de um dos sócios da sociedade empresária. (Incluído pela Lei nº 14.382, de 2022)
§3º Quando o local onde se exerce a atividade empresarial for físico, a
fixação do horário de funcionamento competirá ao Município, observada a regra geral prevista no inciso II do caput do art. 3º da Lei nº 13.874, de 20 de setembro de 2019. (Incluído pela Lei nº 14.382, de 2022)
* Lei nº 14.874/19 – Declaração dos Direitos da Liberdade Econômica;
13874 DO ESTABELECIMENTO Art. 3º São direitos de toda pessoa, natural ou jurídica, essenciais para o desenvolvimento e o crescimento econômicos do País, observado o disposto no parágrafo único do art. 170 da Constituição Federal: II - desenvolver atividade econômica em qualquer horário ou dia da semana, inclusive feriados, sem que para isso esteja sujeita a cobranças ou encargos adicionais, observadas: a) as normas de proteção ao meio ambiente, incluídas as de repressão à poluição sonora e à perturbação do sossego público; b) as restrições advindas de contrato, de regulamento condominial ou de outro negócio jurídico, bem como as decorrentes das normas de direito real, incluídas as de direito de vizinhança; e c) a legislação trabalhista; DO ESTABELECIMENTO NEGÓCIOS JURÍDICOS SOBRE O ESTABELECIMENTO (bens tratados como um todo): Há o tratamento de forma unitária e pode ser objeto de negócios jurídicos compatíveis com sua natureza. (Art. 1.143 e 1.144 CC); - Pode ser objeto de alienação, arrendamento ou instituição de usufruto. - Não deve ser comparado como a negociação de qualquer bem; Há valor agregado pela formação do estabelecimento que deve ser considerado; Atenção: não se confunde com venda de ações ou quotas; - Os negócios podem afetar direito de terceiros – especialmente os credores do empresário – Esses devem ter a oportunidade de tomar conhecimento dos negócios que envolvem o estabelecimento – Art. 1.144, CC; DO ESTABELECIMENTO PUBLICIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO DO ESTABELECIMENTO Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial. Extraímos então que: I – devem ser averbados na Junta Comercial – margem do registro do empresário – acesso ao público; II – Deve haver publicação na imprensa oficial; III – A publicidade não é condição de validade do negócio, mas de eficácia perante terceiros; DO ESTABELECIMENTO TRESPASSE: É a alienação do estabelecimento. Nessa negociação transfere- se o conjunto de bens e seus nexos organizativos – não se transfere as quotas ou ações, mas o estabelecimento (conjunto de bens) – ainda que a alienação seja parcial – aplica-se a regra do trespasse. Eficácia da Alienação: Se o empresário pagar seus credores, não há interesse de reclamar destes. Se não dispor de patrimônio suficiente para garantir suas pendências junto aos credores, o trespasse apenas terá eficácia na hipótese de: I – pagamento de todos credores (prazo: 30 dias, a partir da notificação); II – consentimento dos credores com o negócio de modo expresso ou tácito; DO ESTABELECIMENTO Art. 1.145. Se ao alienante (quem vende) não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação. Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento. DO ESTABELECIMENTO - O alienante continua solidariamente obrigado por 1 ano, a contar da publicação do trespasse no caso de obrigações vencidas na época da alienação ou da data de vencimento das obrigações ainda não vencidas na época do trespasse; RESPONSABILIDADE DO ADQUIRENTE: I – Pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que tais pendências estejam todas escrituradas. II – A responsabilidade solidária do alienante e adquirente por 1 ano após o trespasse; Dupla proteção aos credores – Quem compra assume as responsabilidades anteriores e quem vende permanece responsável por 1 ano; DO ESTABELECIMENTO Ainda sobre responsabilidade... CRÉDITOS DO ESTABELECIMENTO – Art. 1.148, Código Civil e Art. 1.149, Código Civil
- Transferem-se com a realização do negócio, salvo se existir expressa
disposição em contrário.
- A partir da publicação mencionada no art. 1.144, os devedores do
estabelecimento deverão honrar seus compromissos perante o adquirente.
- A lei exonera (afasta) a responsabilidade o devedor que, de boa-fé,
efetuar o pagamento ao alienante; DO ESTABELECIMENTO Os contratos não integram o estabelecimento por não serem bens – Art. 1.148 indica que, salvo estipulação em contrário, o adquirente se subroga nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, quando não há um caráter personalíssimo – é uma sub-rogação legal que independe da manifestação do contratante.
EXCEÇÃO À SUBROGAÇÃO NOS CONTRATOS: CONTRATOS DE ALUGUÉIS –
Há necessidade EXPRESSA do novo adquirente promover com a renovação junto ao locador; DO ESTABELECIMENTO CLÁUSULA DE “NÃO RESTABELECIMENTO” – NÃO CONCORRÊNCIA – Art. 1.147, Código Civil Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subseqüentes à transferência.
REGRA GERAL: Proibição da concorrência, prazo de 5 anos.
EXCEÇÃO: Mediante autorização expressa, poderão as partes estipular de
forma diversa (pela atuação em mesmo ramo empresário – mesma atividade);