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Empresa
Elementos da Empresa
Negociação da Empresa
A empresa pode ser objeto de direitos reais (propriedade, usufruto, posse) e de direitos de crédito
(locação).
A empresa vista como um bem jurídico, que pode ser objeto de transmissão ou cedência do gozo.
- o trespasse;
- a locação ou cessão de exploração.
-Trespasse: É a transmissão definitiva, por ato entre vivos, com ou sem carácter oneroso, da
propriedade da empresa. Pode ser uma venda, troca, doação, entrada em sociedade ou venda
executiva, etc. O artigo 1112.º do Código Civil (redação da Lei n.º 6/2006, de 27.02):
1 - É permitida a transmissão por ato entre vivos, da posição de arrendatário sem dependência da
autorização do senhorio:
2 - Não há trespasse:
a) Quando a transmissão não seja acompanhada de transferência, em conjunto, das
instalações, utensílios, mercadorias ou outros elementos que integram o estabelecimento;
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b) Quando a transmissão vise o exercício, no prédio, de outro ramo de comércio ou
indústria ou modo geral, a sua afetação a outro destino.
3 – A transmissão deve ser celebrada por escrito e comunicada ao senhorio. [no prazo de 15 dias
- art. 1038.º, g), do CC]
5 – Quando, após a transmissão, seja dado outro destino ao prédio, ou o transmissário não
continue o exercício da mesma profissão liberal, o senhorio pode resolver o contrato.
No caso de trespasse:
o O locatário explora a empresa por sua conta e risco, pagando uma determinada
remuneração ao dono do estabelecimento.
o O artigo 1109.º do Código Civil:
1. Noções fundamentais
Artigo 1º do CSC
2. São sociedades comerciais aquelas que tenham por objeto a prática de atos de comércio e
adotem o tipo de sociedade em nome coletivo, de sociedade por quotas, de sociedade anónima, de
sociedade em comandita simples ou de sociedade em comandita por ações.
3. As sociedades que tenham por objeto a prática de atos de comércio devem adotar um dos
tipos referidos no número anterior.
4. As sociedades que tenham exclusivamente por objeto a prática de atos não comerciais
podem adotar um dos tipos referidos no n.º 2, sendo-lhes, nesse caso, aplicável a presente lei.
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Artigo 980.º do CC
“Contrato de sociedade é aquele em que duas ou mais pessoas se obrigam a contribuir com bens
ou serviços para o exercício em comum de certa atividade económica, que não seja de mera fruição, a fim
de repartirem os lucros resultantes dessa atividade.”
Unipessoalidade originária:
o Sociedades Unipessoais por Quotas (art. 270.º-A e ss);
o Sociedades em relação de grupo - domínio total inicial (art. 488º, n.º 1);
o Sociedades de capitais exclusivamente públicos, constituídas não por contrato, mas por
ato legislativo
Unipessoalidade superveniente:
o A dissolução da sociedade pode ser requerida quando, por mais de um ano, o número
de sócios for inferior ao exigido por lei.
o Exceção: se um dos sócios for pessoa colectiva pública ou entidade equiparada - alínea
a), do n.º 1, do art. 142.º e n.º 3 do art. 464.º
Os sócios são obrigados a entrar para a sociedade com bens suscetíveis de penhora (art. 20.º, al.
a), do CSC).
Para além de dinheiro, os sócios podem contribuir com bens de qualquer natureza (móveis ou
imóveis), desde que redutíveis a um valor pecuniário, bem como direitos reais sobre coisas certas e
determinadas
4.Elemento teleológico: É o fim mediato (ou fim em sentido restrito). O fim é a obtenção de
lucro – ganho económico, um incremento patrimonial. Lucro para ser repartido pelos sócios: o lucro
como ganho económico da sociedade a transferir para o património dos sócios.
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Diferente das vantagens patrimoniais produzidas diretamente no património dos sócios
(como sucede nas COOPERATIVAS, nos ACE’s e nos AEIE’s).
As perdas: O risco da atividade social. Os sócios sujeitam-se ao risco.
AFFECTIO SOCIETATIS: Vontade de associação, vontade de exercer em comum uma
determinada atividade económica
O legislador impõe a observância de um figurino (tipo de sociedade) cujo regime está prefixado
na lei.
O princípio da tipicidade torna a intervenção das sociedades no tráfico jurídico mais estável e
certa.
Para cada tipo de sociedade, existem três aspetos fundamentais fixados pelo legislador:
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7.1 SOCIEDADE EM NOME COLECTIVO
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Responsabilidade solidária com a sociedade ou subsidiária em relação à sociedade
Direitos do sócio que pagar dívidas sociais, nos termos do artigo 198.º n.º 1:
o “Salvo disposição contratual em contrário, o sócio que pagar dívidas sociais,
nos termos deste artigo, tem direito de regresso contra a sociedade pela
totalidade do que houver pago, mas não contra os outros sócios.” (n.º 3 do art.
198.º)
não podem ter valor nominal inferior a 1 EUR cada uma (art. 219.º, 3)
Art. 200.º
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Firma-nome: nome ou firma de alguns ou todos os sócios
o Reis & Lima, Lda.
Firma-denominação: denominação particular
o Alpendre da Avó, Lda.
Firma mista: reunião das anteriores
o RELIM - Reis & Lima, Lda. Possibilidade de referência ao objeto (art. 10.º)
1.A sociedade unipessoal por quotas é constituída por um sócio único, pessoa singular ou
coletiva, que é o titular da totalidade do capital social.
2.A sociedade unipessoal por quotas pode resultar da concentração na titularidade de um único
sócio das quotas de uma sociedade por quotas, independentemente da causa da concentração. (...)
A sociedade unipessoal por quotas rege-se pelas normas aplicáveis às sociedades por quotas em
geral, exceto as que pressuponham a pluralidade de sócios (art. 270.º-G).
Regras especiais:
- A firma deve incluir a expressão “sociedade unipessoal” ou a palavra “unipessoal” (artigo 270.º - B);
- Uma pessoa singular só pode ser sócio de uma única sociedade unipessoal por quotas (artigo 270.º - C,
n.º 1);
- Uma SQ não pode ter como sócio único uma sociedade unipessoal por quotas (art. 270.º - C, n.º 2), sob
pena de poder ser requerida a dissolução administrativa;
- O sócio único exerce as competências das Assembleias Gerais (art. 270.º E);
- O sócio único pode celebrar negócios jurídicos com a sociedade, desde que serviam para a prossecução
do objeto social, seja observada a forma escrita e sejam publicitados com as contas (artigo 270.º - F), sob
pena de nulidade.
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Responsabilidade dos sócios perante a sociedade e perante os credores sociais
Sócio versus Sociedade: Cada sócio responde individual e exclusivamente para com a
sociedade pelo valor da sua entrada (art. 271.º, do CSC).
Sócio versus Credores sociais: Os sócios não respondem pelas dívidas da sociedade. Só a
sociedade é responsável, com o seu património
Nas entradas em dinheiro pode ser diferida a realização de 70% do valor nominal (ou do valor
de emissão) das ações subscritas (art. 277.º, n.º 2).
O contrato de sociedade não pode diferir a realização das entradas em dinheiro por mais de 5
anos (art. 285.º).
o Limitação da responsabilidade do sócio ao valor das ações que subscreveu (art. 271.º);
o Atribuição do voto em função do capital representado pelas ações que pertencem a
cada sócio (art. 384.º);
o Livre transmissão das ações (art. 328.º, n.º 1).
Sócios Comanditários: Respondem apenas pelas suas entradas (como os sócios das SA’s) e são
Sócios afastados da administração.
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Este tipo de sociedades facilita a associação de indivíduos activos e empreendedores, mas que
não têm recursos ou dispõem apenas da sua indústria, com aqueles que possuindo o capital e desejando
aplicá-lo em negócios, não pretendem assumir grandes riscos.
Regime
Firma (art. 467.º) - nome de pelo menos um sócio comanditado + “em Comandita” ou “&
Comandita” ou “em comandita por ações”.
Número mínimo de sócios comanditários, nas sociedades em comandita por ações (art. 479.º): 5.
Processo típico:
1º - Ato constituinte
Exceção: se forma mais solene for exigida para a transmissão dos bens com que os sócios entram
para a sociedade
2º Registo (por transcrição): depois de celebrado na forma legal, deve ser inscrito no registo
comercial, nos termos da lei respetiva. O principal efeito do registo definitivo do contrato de sociedade
traduz-se na aquisição de personalidade jurídica da sociedade comercial.
Não é aplicável quando há entradas que exigem forma mais solene do que a forma
escrita nem à sociedade anónima europeia.
Exige assinatura eletrónica.
Envio através da internet de todos os documentos necessários.
O registo é efetuado no prazo de 2 dias úteis após pagamento.
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9. Direitos e obrigações dos sócios
Obrigação de entrada
A realização das entradas em dinheiro só pode ser diferida para datas certas ou ficar
dependente de factos certos e determinados; Mas podem ser exigidas quando se
cumprirem 5 anos após a celebração do contrato (ou metade do período de duração, se
for inferior).
Só não pode ser diferido o valor mínimo das quotas (1 EUR) – art. 199.º, b).
A realização de 70% do valor nominal (ou valor de emissão) das ações, nas entradas em
dinheiro, pode ser diferida pelo período de 5 anos após a celebração do contrato (ou
aumento do CS).
O sócio só entra em mora depois de interpelado pela sociedade para efetuar o
pagamento, num prazo entre 30 e 60 dias.
Metade do lucro distribuível deve ser distribuído, salvo diferente cláusula contratual ou
deliberação tomada por 3/4 dos votos correspondentes ao capital social em assembleia para o
efeito convocada (art. 217.º e 294.º);
Salvo cláusula em contrário, os sócios participam nos lucros na mesma proporção em que
participam no capital social (art. 22.º)
Reservas Legais
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Uma percentagem não inferior à vigésima parte dos lucros da sociedade é destinada à
constituição da reserva legal e, sendo caso disso, à sua reintegração, até que aquela represente a quinta
parte do capital social. No contrato de sociedade podem fixar-se percentagem e montante mínimo mais
elevados para a reserva legal.
2. É aplicável os dispostos nos art. 295.º e 296.º, salvo quanto ao limite mínimo de reserva legal,
que nunca será inferior a 2 500 euros
A reserva legal só pode ser utilizada: Para cobrir a parte do prejuízo acusado no balanço do
exercício que não possa ser coberto pela utilização de outras reservas; Para cobrir a parte dos prejuízos
transitados do exercício anterior que não possa ser coberto pelo lucro do exercício nem pela utilização de
outras reservas; Para incorporação no capital.
Direito à informação
Participação Social
AS QUOTAS
Não podem ser emitidas por valor inferior ao seu valor nominal (ou abaixo do seu valor de
emissão): Proibição de emissão de ações abaixo do par;
O prémio de emissão é admitido, embora o ágio fique sujeito a reserva legal - art. 295.º, n.º 2,
a).
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“As ações são nominativas, não sendo permitidas ações ao portador”.
Obrigação de identificação do beneficiário efetivo. Criação de Registo Central.
As ações podem ser ESCRITURAIS ou TITULADAS, “consoante sejam representados por
registos em conta ou por documentos em papel” – art. 46.º do CVM.
Títulos provisórios e títulos definitivos – art. 304.º
Pode haver diversas categorias de ações – art. 302.º
o “As ações que compreendem direitos iguais formam uma categoria.”
Possibilidade de limitação da liberdade de transmissão das ações – art. 328.º
Transmissão das ações – art. 101.º e 102.º CVM
Pode haver ações SEM VALOR NOMINAL, mas não podem coexistir ações com valor
nominal e ações sem valor nominal (art. 276.º, 2).
O CS da sociedade divide-se num n.º fixo de ações, cujo valor dependerá do valor contabilístico
da sociedade.
O valor da entrada do sócio deve ser pelo menos igual ao montante do capital social
correspondentemente emitido (art. 25º,2).
Valor de emissão das ações = valor das entradas levadas a CS por cada ação (CS / n.º de ações
emitidas).
o A possibilidade aberta pelo art. 298.º, n.º 3: o valor de emissão não tem que ser sempre
igual.
Valor contabilístico das ações = CS / n.º de ações da sociedade. É o valor que conta para os
direitos dos sócios.
o Exemplo: Capital social de 50.000 EUR, dividido em 50.000 ações: as ações terão um
valor contabilístico de 1 EUR (independentemente do valor da sua emissão).
Em princípio conta-se 1 voto por cada cêntimo de CS, e as deliberações são tomadas se
obtiverem a maioria dos votos emitidos, não se considerando como tal as abstenções (art. 250.º).
Órgãos sociais:
Gerência:
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Só podem ser gerentes pessoas singulares com capacidade jurídica plena;
A gerência não é transmissível (nem por morte, nem por ato entre vivos).
SOCIEDADES ANÓNIMAS
A assembleia geral dos acionistas deve reunir pelo menos uma vez por ano, durante o 1º
trimestre de cada ano (art. 376.º).
A convocatória deve ser publicada ou enviada por carta registada (ou por e-mail, com recibo de
leitura). Menções obrigatórias (art. 377.º, n.º 5).
Local da AG (art. 377.º, 6): na sede ou noutro local. Ou por meios telemáticos (exceto se o
contrato de sociedade os proíbe).
A administração e fiscalização podem ser estruturadas segundo uma das modalidades previstas
no art. 278.º:
Fiscal único, que tem que ser ROC – art. 413.º, n.º 1, a); ou
Conselho fiscal (que integra um ROC) – art. 413.º, n.º 1, a), in fine e 414.º, n.º 2; ou
Conselho fiscal (do qual não é membro ROC) e o ROC. É o “modelo latino reforçado”
– art. 413.º,1, b). As grandes SA’s têm que adoptar esta estrutura de fiscalização (art.
413.º, n.º 2).
O conselho de administração executivo (art. 424.º e ss) pode ter n.º ilimitado de
membros (ou um administrador único se o CS não exceder 200 000 EUR);
O conselho geral e de supervisão (art. 434.º e ss), com n.º ilimitado de membros, que
não têm que ser acionistas;
Para as sociedades cotadas e para as grandes SA’s é obrigatória a existência, no seio do
conselho geral e de supervisão, de uma “comissão para as matérias financeiras” – art.
444.º, n.º 2;
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Esta comissão deve incluir pelo menos um membro com curso superior adequado (e
com conhecimentos de contabilidade e auditoria) e que seja independente – art. 444.º,
n.º 5.
O Secretário da Sociedade: obrigatório para as sociedades anónimas cotadas em Bolsa
(artigo 446.º-A a Artigo 446.º-F)
Secretário da Sociedade:
- Elemento obrigatório para as sociedades anónimas cotadas em Bolsa (artigo 446.º-A a Artigo
446.º-F);
- O secretário (e seu suplente) são designados pelos sócios (no ato constitutivo) ou pelo Conselho
de Administração, e é sujeito a registo (art. 446º-E);
- Responsabilidade civil e criminal (art. 446º-F).
ÓRGÃOS DE FISCALIZAÇÃO
Nas sociedades por quotas é obrigatório ter conselho fiscal ou ROC se forem ultrapassados dois
dos três limites referidos no art. 262.º, n.º 1.
Nas sociedades anónimas o órgão de fiscalização é sempre obrigatório (art. 278.º e 413.º).
Composição do órgão de fiscalização no modelo clássico: Artigo 413.º: Neste modelo a fiscalização
compete:
a) A um fiscal único, que deve ser revisor oficial de contas ou sociedade de revisores oficiais de
contas, ou a um conselho fiscal; ou
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3 - O fiscal único terá sempre um suplente, que será igualmente revisor oficial de contas ou
sociedade de revisores oficiais de contas.
4 - O conselho fiscal é composto pelo número de membros fixado nos estatutos, no mínimo de
três membros efetivos.
5 - Sendo três os membros efetivos do conselho fiscal, deve existir um ou dois suplentes,
havendo sempre dois suplentes quando o número de membros for superior.
6 - O fiscal único rege-se pelas disposições legais respeitantes ao revisor oficial de contas e
subsidiariamente, na parte aplicável, pelo disposto quanto ao conselho fiscal e aos seus membros.
Pode ter comissões especiais (art. 444.º). Deve ter comissão para matérias financeiras -
obrigatória em certos casos (n.º 2).
Os seus membros podem ser designados no pacto social ou eleitos em AG.
Pode ter certos poderes de gestão: art. 442.º
Personalidade Jurídica
As sociedades gozam de personalidade jurídica e existem como tais a partir da data do registo
definitivo do contrato pelo qual se constituem (...).
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o Ainda que a sociedade sofra alterações profundas, mantêm-se a mesma; quando o sócio
contrata com a sociedade não está a contratar consigo mesmo.
A sociedade passa a encabeçar o seu património, o qual sai da esfera dos sócios.
o As entradas são alienações para os sócios e aquisições para a sociedade; Os sócios só
têm direitos perante a sociedade e não perante os bens desta.
A sociedade necessita de possuir uma estrutura organizatória
o Criação dos órgãos da sociedade: deliberativos, executivos e fiscalizadores.
Autonomia patrimonial
Exceções: 1. Os sócios das sociedades em nome coletivo e os sócios comanditados das sociedades em
comandita, bem como todos ou alguns sócios das sociedades por quotas, na hipótese prevista no art.
198.º, respondem também por dívidas da sociedade.
Património bruto: conjunto dos direitos, avaliáveis em dinheiro, de que uma sociedade em
determinado momento é titular, mais as suas dívidas - é a esfera jurídica da sociedade.
Património ilíquido: conjunto dos elementos ativos (bens e direitos ou créditos) de uma
sociedade, sem levar em conta o passivo.
Património líquido: valor do ativo menos o passivo - é o conceito mais comum.
Exemplo:
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Cifra representativa da soma dos valores nominais das participações sociais fundadas em
entradas em dinheiro ou espécie.
A) Funções internas
Exemplo: Uma sociedade tem um património líquido no valor de € 50 000,00 - terá lucros, se o
capital social for de € 30 000,00 - terá perdas, se o capital social for de € 90 000,00.
B) Funções externas
Função Garantia
Para os credores da sociedade, o capital social é uma garantia, o que decorre essencialmente dos
princípios da intangibilidade e da efetividade.
Nas sociedades de responsabilidade limitada, os sócios não respondem pelas dívidas. A garantia
dos credores é o património do devedor.
O capital social é uma “cifra de retenção”, um dique que impede que o património social
desapareça e com ele, a garantia dos credores
1) Proibição de distribuição de bens Não podem ser distribuídos bens aos sócios se a situação
líquida for inferior ao capital social + reservas (art. 32.º) Só podem ser distribuídos lucros
2) Proibição da retribuição certa Art. 21.º, n.º 2 «É proibida toda a estipulação pela qual deva
algum sócio receber juros ou outra importância certa em retribuição do seu capital ou indústria.»
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Obrigação de manutenção de uma certa proporção entre património e capital:
património não deve ser igual ou inferior a metade do CS Se for, há uma perda grave do capital
social
«Resultando das contas de exercício ou de contas intercalares, tal como elaboradas pelo órgão de
administração, que metade do CS se encontra perdido, ou havendo em qualquer momento fundadas
razões para admitir que essa perda se verifica, devem os gerentes convocar de imediato a AG ou os
administradores requerer prontamente a convocação da mesma, a fim de nela se informar os sócios da
situação e de estes tomarem as medias julgadas convenientes.»
«Considera-se estar perdida metade do capital social quando o capital próprio da sociedade for igual ou
inferior a metade do capital social.»
«Do aviso convocatório da AG constarão, pelo menos, os seguintes assuntos para deliberação dos sócios:
a) A dissolução da sociedade;
b) A redução do CS para montante não inferior ao capital próprio da sociedade, com respeito, se
for o caso, do disposto no n.º 1 do artigo 96.º;
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As sociedades por quotas, anónimas e em comandita por ações devem indicar o montante do
capital próprio segundo o último balanço aprovado, sempre que este for igual ou inferior a metade do
capital social – art. 171.º, 2, CSC
Em princípio o CS não é alterável, exceto se for desencadeado o mecanismo para tal necessário:
Os sócios das SQ’s e SA’s têm direito de preferência na subscrição das quotas e ações a emitir
nos aumentos de CS por novas entradas em dinheiro (art. 266.º e 458.º).
Possibilita que os sócios que o desejem possam manter intacta a sua percentagem de participação
no CS: manutenção dos equilíbrios societários.
O pacto social pode autorizar a administração a aumentar o CS, uma ou mais vezes, por entradas
em dinheiro.
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Flexibiliza os aumentos do CS – aumentos de CS determinados pela administração, de acordo
com as necessidades de gestão.
Art. 95.º, I
A redução do capital não pode ser deliberada se a situação líquida da sociedade não ficar a
exceder o novo capital em, pelo menos, 20%.
3 - O disposto nesta lei sobre capital mínimo não obsta a que a deliberação de redução seja
válida se, simultaneamente, for deliberada a transformação da sociedade para um tipo que possa
legalmente ter um capital do montante reduzido.
4 - A redução do capital não exonera os sócios das suas obrigações de liberação do capital.
A redução do CS não pode prejudicar a exigência legal do capital mínimo, exceto nos termos do
art. 95.º, n.º 2:
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