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1) Sociedade Empresária
2) Falência
3) Recuperação Judicial
1) SOCIEDADE EMPRESÁRIA
Sociedade Empresária: É o contrato celebrado entre pessoas físicas ou jurídicas ou
somente entre pessoas físicas (artigo 1039 do Código Civil), por meio do qual estas se obrigam
reciprocamente a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica
organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços.
Contrato Social
O Contrato social é o instrumento que estabelece as normas fundamentais reguladoras da
sociedade empresarial e da sociedade simples. De acordo com o Código Civil, o contrato social é
celebrado pelas “pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para
o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados” (art. 981 do Código
Civil). No contrato social podemos distinguir elementos gerais, encontrados em todos os
contratos, e elementos específicos, que o caracterizam de modo exclusivo e singular.
Elementos gerais.
Os elementos gerais a todos os contratos, inclusive o contrato social, são: capacidade das
partes, objeto lícito e forma prescrita ou não proibida pela lei.
a) Capacidade das partes — para celebrar o contrato social, as partes devem ter
capacidade jurídica para manifestar sua vontade. Não possuem, de modo absoluto, essa
capacidade os menores de 16 anos e os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem
o necessário discernimento como também aqueles que, mesmo que por causa transitória, não
podem expressar sua vontade.
A capacidade plena é adquirida com 18 anos de idade ou com a emancipação dos maiores
de 16 anos e menores de 18, na forma do art. 5º, parágrafo único, do Código Civil.
c) Forma prescrita ou não proibida por lei — o contrato deve obedecer à forma
estabelecida pela lei ou por esta não proibida.
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O Direito Empresarial brasileiro não exige forma solene para a constituição da
sociedade. “Apenas para a sociedade usufruir de certas vantagens concedidas pelas leis
mercantis e tributárias, exige-se que seja constituída por escrito, e levado o seu ato constitutivo
à inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis.”
Elementos específicos
O contrato social deve apresentar os seguintes elementos específicos:
• O contrato social deve envolver o acordo de vontade dos seus constituintes.
• Formação do capital social — Entende-se por capital social a soma total das
contribuições em bens. O capital social pode ser constituído por contribuição em dinheiro ou
outros bens (móveis ou imóveis). O capital social constitui a soma representativa das
contribuições dos seus constituintes. Chamamos de capital nominal o valor patrimonial expresso
na soma declarada no contrato social.
• Participação de todos os sócios nos lucros e nas perdas — O contrato social deve
assegurar a todos os sócios certa participação nos lucros e nas perdas decorrentes do exercício da
atividade empresarial. Entretanto, a distribuição dos lucros e das perdas não precisa,
necessariamente, ser feita nas mesmas proporções para todos os sócios. É permitido que haja
sócios com maior ou menor participação nos resultados da atividade societária. Em regra, cada
sócio participará dos lucros e das perdas de acordo com sua contribuição para o capital da
sociedade. Além das cláusulas estipuladas pelas partes, o Código Civil (art. 997, I a IV, e VI do
Código Civil) determina que todo contrato social deve obrigatoriamente mencionar:
• Qualificação dos sócios: Nome, nacionalidade, data de nascimento, estado civil e
residência (para o sócio pessoa física); firma ou denominação, nacionalidade e sede (sócio
pessoa jurídica).
• Objeto social: Declaração precisa da atividade econômica a ser explorada pela
sociedade.
• Nome da sociedade: declaração do nome adotado para a sociedade.
• Sede: Declaração do local onde, em regra, pode ser encontrado o representante legal da
sociedade.
• Prazo: Declaração do prazo de funcionamento da sociedade (prazo determinado ou
prazo indeterminado).
• Capital Social: determinação do capital da sociedade, expresso em dinheiro ou em bens,
suscetíveis de avaliação monetária.
• Cotas dos sócios: determinação das cotas de cada sócio no capital social, e o modo de
realizá-las.
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a) Sociedade Irregular: Possui ato constitutivo escrito, embora não registrado.
b) Sociedade “de fato”: Não possui sequer ato constitutivo escrito. Nestas sociedades a
responsabilidade dos sócios é ilimitada, não possui responsabilidade jurídica plena da sociedade,
a qual, recai também sobre o patrimônio dos sócios, ou seja, é uma pessoa jurídica imperfeita ou
também conhecida como quase-pessoa jurídica. As pessoas podem demandar contra a empresa
ou contra os próprios sócios, uma vez que estes não possuem a proteção de seu patrimônio que
ocorre quando a sociedade é regular.
Características:
• É apenas um contrato para uso interno entre sócios, não aparecendo perante terceiros.
Esse contrato entre os sócios não pode ser registrado no Registro de Comércio (Junta Comercial),
mas nada impede que o ato constitutivo seja registrado no Cartório de Títulos e Documentos, para
melhor resguardo dos interesses dos contratantes e esclarecimentos a terceiros.
• Não tem nome, capital social, nem personalidade jurídica. Não é irregular, pois a lei
admite, embora seja despersonalizada e tenha caráter de sociedade secreta.
Esse tipo societário é pouco utilizado, pois todos os sócios são empresários e respondem
ilimitadamente e solidariamente, independentemente de ter integralizado ou não sua quota, pela
totalidade do débito restante da sociedade. Assim, pode alcançar os bens pessoais dos sócios. A
gerência é atribuída a apenas um sócio.
• Comanditário, aquele que entra com o capital, porém ele não pode participar da gestão,
nem ser empregado ou procurador da sociedade, exceto, se for para negócio determinado e com
poderes especiais.
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• Comanditado ou “comandante”, é o sócio que contribui com trabalho, devendo ser
empresário necessariamente, responsabilizando-se pela gestão.
Quanto ao nome comercial, elas adotam a denominação, ou seja, podem usar um nome
de fantasia seguido da expressão “S/A”. Excepcionalmente, admite-se o termo “CIA” no início.
Admite-se, também, que se utilize o nome de uma pessoa, um sócio fundador, ou homenageado
seguido das mesmas expressões, por exemplo, Lojas ETEC S/A.
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Os acionistas têm responsabilidade apenas no Capital por eles subscritos. O capital é
dividido em frações negociáveis, denominadas de “ações”. As S/As podem ser:
• Companhias abertas: São as S/As que optam por negociar suas ações em Bolsas de
Valores, devendo ser registradas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
• Companhias fechadas: São as S/As que não possuem registro na CVM e são em sua
maioria, empresas familiares, sendo o controle interno pelos sócios majoritários.
Capital Social
O Capital Social das S/As tem a peculiaridade de ser dividido por ações – frações
negociáveis que representam um título de investimento do sócio que a adquire, conferindo a ele
um rol próprio de direitos e deveres a ser fixado conforme a modalidade.
Forma de Ações
Nominativas – quando trazem o nome do titular registrados na sociedade.
Escriturais – são operações transferíveis em certificado emitido pela S/A.
Tipos de Ações
• Ordinárias – aquelas que não conferem a seus titulares a preferência sobre dividendos,
permite direito a voto e participação na administração.
• Preferenciais – são aquelas que conferem a seus titulares a preferência sobre
dividendos, limitam-se a 2/3 do capital social.
• De Fruição – decorrem da amortização das ações comuns ou preferenciais em caso de
liquidação da S/A.
Além das ações, as S/As podem emitir outros títulos visando a obtenção de capital
junto ao mercado financeiro, os quais podem ou não ser convertidos em ações.
• Debentures: São títulos de crédito alienáveis, emitidos pela S/A, no intuito de buscar
uma espécie de “empréstimo” junto sistema financeiro.
• Bônus: São títulos negociáveis que conferem direito de subscrever ações dentro do
limite de aumento do capital social autorizado pelo estatuto.
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• Minoritários: Podem ter ações ordinárias e preferenciais.
Conselho de Administração
É obrigatório nas S/A de capital aberto. Trata da direção geral da empresa. É composto
de no mínimo, 03 (três) membros, eleitos pela assembleia geral. Os conselheiros deverão ser
acionistas da empresa e não podem ser pessoas jurídicas.
Diretoria
Eleita pelo conselho de administração ou pela assembleia geral e composta de 2 (dois)
membros, que poderão ser ou não acionistas da empresa. A gestão da diretoria é de 03 (três) anos,
permitida a reeleição. Os membros do conselho de administração, até o máximo de 1/3, poderão
fazer parte da diretoria.
Conselho Fiscal
Compõe-se de, no mínimo, três, e, no máximo cinco membros, acionistas ou não. Sua
função é fiscalizar a administração da empresa. Eleito pela assembleia geral, a sua existência é
obrigatória, mas seu funcionamento é facultativo. Por ser convocado por 1/10 dos acionistas com
direito a voto ou 5% de acionistas sem direito a voto.
Resumo:
Sociedades: São as pessoas jurídicas constituídas por meio de contrato social e com o
objetivo de partilhar lucros. O seu ato constitutivo é denominado de Estatuto ou Contrato Social.
Possui como finalidade a obtenção de Lucro. Dividem-se em:
Sociedades Empresárias
a) Sociedades limitadas (Sociedades Empresárias): É o tipo de empresa cujas
responsabilidades dos sócios para com as obrigações sociais, direitos e deveres, são "limitadas"
ao valor do capital social constante no contrato social, podendo funcionar sob o "nome" de algum
dos sócios, ou adotar uma denominação social (CASA ETEC TECIDOS LTDA). Estes tipos
de sociedades dividem-se em:
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Nota: É empresária a Sociedade que exerce atividade típica de empresário (artigo 966 do
Código Civil) e tem seu registro na Junta Comercial. As outras sociedades (médicos, advogados,
contadores etc.), são denominadas de sociedades simples.
Em um país classificado entre os mais burocráticos do mundo, cada novidade na lei com
o objetivo de simplificar o ato de empreender pode ser vista como uma oportunidade para que a
legislação ande no mesmo ritmo que milhares de brasileiros que querem ter seu próprio negócio.
Somado a esses pontos, a SLU tem outra vantagem bastante interessante. Ao contrário de
outras naturezas jurídicas, é possível abrir mais de uma empresa nesse formato. Assim, caso o
empreendedor queira trabalhar com outras atividades, pode abrir outro negócio como Sociedade
Unipessoal e se beneficiar, mais uma vez, de todas essas vantagens.
Notas: Informações legislativas: A SLU foi criada pela 13.874/2019, a qual acrescentou
o Artigo 49-A ao Código Civil, (Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002), conforme a seguinte
redação: “Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, associados,
instituidores ou administradores.
Sociedades Simples
Sociedades Personificadas (Sociedades Simples): São aquelas empresas que se dedicam
"exclusivamente" à prestação de serviços, com predominância as atividades de profissão
legalmente regulamentas, exemplos, clínicas médicas, dentre outras.
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a) Nome, nacionalidade, estado civil, data de nascimento, profissão e residência dos
sócios, se pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se
jurídicas;
b) Denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;
c) Capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer
espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária;
d) A quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;
e) As prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços;
f) As pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e
atribuições;
g) A participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;
h) Se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais.
2) FALÊNCIA
Quando o empresário tem frustrada a sua atividade e as dívidas são maiores que o
patrimônio social, utilizado para a realização do seu empreendimento, está caracterizado o estado
falimentar. Assim, a falência é um processo no qual os bens da sociedade empresária são apurados
e vendidos, e, o produto arrecadado é destinado a saldar as dívidas. Assim, podemos conceituar a
falência como um processo de execução coletiva, em que todos os bens da sociedade empresária
em estado falimentar são arrecadados para uma venda judicial forçada, com a distribuição
proporcional da venda entre todos os credores. O pedido de falência pode ser requerido/pleiteado
judicialmente pelo próprio empresário, neste caso denomina-se de autofalência, ou pelos credores
da sociedade, desde que observado os seguintes:
Universalidade do Juízo
O juiz que processo a falência passar ser o único capaz de decidir questões relativas à
empresa falida. Na linguagem jurídica, diz-se que ele será o juízo universal da falência e deve
decidir as questões que envolvam a empresa falida, inclusive as de credores particulares dos
sócios solidários. Com a decretação da falência, os bens e direitos da empresa falida, são reunidos
e constituem a “Massa Falida”, que é o acervo ativo e passivo de bens e interesses da empresa
falida. É quase uma pessoa jurídica e tem capacidade processual ativa e passiva (é um ente
despersonalizado). A Massa Falida por sua vez passa a ser administrada e representada pelo
administrador judicial, o qual é nomeado pelo juiz e tem a prerrogativa de administrar o acervo
de bens da sociedade em estado falimentar.
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• O juízo da falência passa a ser o único juízo universal.
• O falido perde a administração dos seus bens, que passa ao administrador judicial.
Extinção da Falência
Terminada a liquidação, o administrador presta conta para o juízo (juiz), a que o designou
e tem sua remuneração arbitrada. O juiz, então, profere a sentença de encerramento da falência.
O credor, não satisfeito, pode pedir uma certidão da quantia em aberto para uma futura execução.
3. Recuperação Judicial
É o benefício que o empresário devedor em está pré-falimentar, solicita em juízo,
apresentando um plano para a superação das dificuldades financeira, a fim de evitar perdas mais
radicais para os credores, mantendo-se a empresa economicamente viável.
Hipóteses
• Pode ser requerida diretamente: pelo empresário (artigo 48 da Lei 11.101/05).
• Ou no prazo de defesa em pedido de falência (artigo 52 da Lei 11.101/05).
Requisitos
• Atividade empresarial há mais de 02 (dois) anos.
• Requisitos dos artigos 48 e 48-A da Lei 11.101/05 e posteriores alterações:
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido,
exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos,
cumulativamente:
I – Não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em
julgado, as responsabilidades daí decorrentes;
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II – Não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial;
III - Não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial com
base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo;
IV – Não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa
condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei.
Notas: O devedor tem 60 dias para apresentar plano de recuperação judicial, que pode
conter: o prolongamento de prazos, alienação da estrutura da empresa e qualquer outra medida
que busque sanear as finanças da empresa. Se o plano for impugnado, pode ser convocada uma
assembleia de credores para a alteração do plano.
Declaração da Falência
Notas: As Microempresas poderão optar pelo plano geral acima descrito ou por um plano
especial que englobará apenas os créditos quirografários.
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Art. 51. A petição inicial de recuperação judicial será instruída com:
I – a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da
crise econômico-financeira;
II – As demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as
levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da
legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de:
a) balanço patrimonial;
b) demonstração de resultados acumulados;
c) demonstração do resultado desde o último exercício social;
d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção;
e) descrição das sociedades de grupo societário, de fato ou de direito;
III – A relação nominal completa dos credores, sujeitos ou não à recuperação judicial,
inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a indicação do endereço físico e eletrônico
de cada um, a natureza, conforme estabelecido nos arts. 83 e 84 desta Lei, e o valor atualizado do
crédito, com a discriminação de sua origem, e o regime dos vencimentos;
IV – A relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários,
indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de competência, e a
discriminação dos valores pendentes de pagamento;
V – Certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato
constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores;
VI – A relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do
devedor;
VII – Os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais
aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em bolsas
de valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras;
VIII – Certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do
devedor e naquelas onde possui filial;
IX - A relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais e procedimentos
arbitrais em que este figure como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos
respectivos valores demandados;
X - O relatório detalhado do passivo fiscal; e
XI - A relação de bens e direitos integrantes do ativo não circulante, incluídos aqueles
não sujeitos à recuperação judicial, acompanhada dos negócios jurídicos celebrados com os
credores de que trata o § 3º do art. 49 desta Lei.
§ 1º Os documentos de escrituração contábil e demais relatórios auxiliares, na forma e no
suporte previstos em lei, permanecerão à disposição do juízo, do administrador judicial e,
mediante autorização judicial, de qualquer interessado.
§ 2º Com relação à exigência prevista no inciso II do caput deste artigo, as
microempresas e empresas de pequeno porte poderão apresentar livros e escrituração contábil
simplificados nos termos da legislação específica.
§ 3º O juiz poderá determinar o depósito em cartório dos documentos a que se referem os
§§ 1º e 2º deste artigo ou de cópia destes.
§ 4º Na hipótese de o ajuizamento da recuperação judicial ocorrer antes da data final de
entrega do balanço correspondente ao exercício anterior, o devedor apresentará balanço prévio e
juntará o balanço definitivo no prazo da lei societária aplicável.
§ 5º O valor da causa corresponderá ao montante total dos créditos sujeitos à recuperação
judicial.
§ 6º Em relação ao período de que trata o § 3º do art. 48 desta Lei:
I - a exposição referida no inciso I do caput deste artigo deverá comprovar a crise de
insolvência, caracterizada pela insuficiência de recursos financeiros ou patrimoniais com liquidez
suficiente para saldar suas dívidas;
II - os requisitos do inciso II do caput deste artigo serão substituídos pelos documentos
mencionados no § 3º do art. 48 desta Lei relativos aos últimos 2 (dois) anos.
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Art. 51-A. Após a distribuição do pedido de recuperação judicial, poderá o juiz, quando
reputar necessário, nomear profissional de sua confiança, com capacidade técnica e idoneidade,
para promover a constatação exclusivamente das reais condições de funcionamento da requerente
e da regularidade e da completude da documentação apresentada com a petição inicial.
§ 1º A remuneração do profissional de que trata o caput deste artigo deverá ser arbitrada
posteriormente à apresentação do laudo e deverá considerar a complexidade do trabalho
desenvolvido.
§ 2º O juiz deverá conceder o prazo máximo de 5 (cinco) dias para que o profissional
nomeado apresente laudo de constatação das reais condições de funcionamento do devedor e da
regularidade documental.
§ 3º A constatação prévia será determinada sem que seja ouvida a outra parte e sem
apresentação de quesitos por qualquer das partes, com a possibilidade de o juiz determinar a
realização da diligência sem a prévia ciência do devedor, quando entender que esta poderá frustrar
os seus objetivos.
§ 4º O devedor será intimado do resultado da constatação prévia concomitantemente à
sua intimação da decisão que deferir ou indeferir o processamento da recuperação judicial, ou que
determinar a emenda da petição inicial, e poderá impugná-la mediante interposição do recurso
cabível.
§ 5º A constatação prévia consistirá, objetivamente, na verificação das reais condições de
funcionamento da empresa e da regularidade documental, vedado o indeferimento do
processamento da recuperação judicial baseado na análise de viabilidade econômica do devedor.
§ 6º Caso a constatação prévia detecte indícios contundentes de utilização fraudulenta da
ação de recuperação judicial, o juiz poderá indeferir a petição inicial, sem prejuízo de oficiar ao
Ministério Público para tomada das providências criminais eventualmente cabíveis.
§ 7º Caso a constatação prévia demonstre que o principal estabelecimento do devedor não
se situa na área de competência do juízo, o juiz deverá determinar a remessa dos autos, com
urgência, ao juízo competente.
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