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CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO

Curva de Possibilidades de Produção

Para satisfazer as necessidades e desejos humanos são necessários bens que não encontramos na
natureza, consequentemente usamos do processo de transformação para adquiri-los. A produção faz-
se a partir de recursos e fatores produtivos como terra (ou recursos naturais, os minérios, a água, a
energia, etc.), trabalho (mão-de-obra), capital (como máquinas, fabricas, estradas, etc.) e conheci-
mentos técnicos, e como vimos no texto passado, são escassos. Devido aos recursos limitados uma
sociedade tem que escolher as quantidades de bens e serviços a produzir, mais comboios e menos
automóveis, mais café e menos chá, etc. Para simplificar vamos admitir que uma sociedade apenas
pode produzir dois tipos de bens, café e sapatos.

Com quantidade X de recursos podemos escolher entre sapatos e chá, e as possibilidades são enor-
mes. Para podermos analisar todas as situações possíveis recorremos a um gráfico muito importante
em Economia: a fronteira de possibilidade de produção (figura abaixo) que representa o lugar geomé-
trico dos pontos de produção máxima de café e sapatos, dado um certo montante de recursos dispo-
níveis.

A curva de possibilidade de produção ilustra graficamente como a escassez de factores de produção


criam um limite para a capacidade produtiva de uma empresa, país ou sociedade. Ela representa to-
das as possibilidades de produção que podem ser atingidas com os recursos e tecnologias existen-
tes.

A concavidade da curva indica que, dadas as quantidades dos recursos, se a sociedade quiser au-
mentar sucessivamente a produção de um bem, maior será a taxa de sacrifício (o custo de oportuni-
dade) associada a tal intenção (isso em termos da produção do outro bem). Os pontos sobre a curva
mostram o máximo possível da produção combinada das duas mercadorias como mostram os pontos
A, B e C (fig.3).

A economia pode produzir no interior da curva, num ponto como D, ter mais café sem sacrificar sapa-
tos, no entanto, isso significaria a não utilização de alguns recursos. Os pontos que se encontram fora
da curva das possibilidades de produção, num ponto como E, são inatingíveis devido á falta de recur-
sos para lá chegar. Uma observação a ser feita é supõe-se que a economia esteja em pleno emprego
de seus recursos, ou seja quase todos utilizados em capacidade máxima.

Introdução Aos Princípios Da Economia

Princípios Da Economia

1.Lição Introdução aos Princípios da Economia

2.Lição Macroeconomia e Microeconomia

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CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO

1.Lição Introdução aos Princípios da Economia

3.Lição Oferta e Demanda

4.Lição Inflação

5.Lição Produto Interno Bruto (PIB)

6.Lição Escassez Custos de Oportunidade e Curva de Possibilidade de Produção (CPP)

7.Lição Taxa de Juros

8.Lição Política Monetária e Fiscal

Escassez

A escassez se refere à um problema econômico básico: a lacuna entre recursos limitados – ou seja,
escassos – e desejos teoricamente ilimitados. Esta situação exige que as pessoas tomem decisões
sobre como alocar seus recursos de maneira eficiente, a fim de satisfazer suas necessidades básicas
e o máximo possível de desejos. Qualquer bem de consumo que tenha um custo não-zero é escasso
até certo ponto, mas na prática, o que importa é a escassez relativa.

Custo de Oportunidade

Um benefício, lucro ou valor de algo que deve ser renunciado para que se possa conseguir outra
coisa. Uma vez que todos os recursos (terra, dinheiro, tempo, etc.) possuem usos alternativos, cada
ação, escolha ou decisão tem um custo de oportunidade. Os custos de oportunidade são custos fun-
damentais em economia e são utilizados na análise de custo-benefício de um projeto. Tais custos,
entretanto, não são registrados nos livros de contabilidade, mas são reconhecidos na tomada de deci-
sões, computando os desembolsos de caixa e seus lucros e prejuízos resultantes.

A escassez e o custo de oportunidade representam dois conceitos interligados na economia, uma vez
que as pessoas e as empresas frequentemente precisam escolher entre recursos escassos. Na maio-
ria dos casos, os recursos econômicos não estão completamente disponíveis em todos os momentos
em uma quantidade ilimitada, por isso, temos que fazer uma escolha de quais recursos usar. O custo
de oportunidade representa a alternativa que foi renunciada, quando escolhemos usar determinado
recurso. Estes dois conceitos têm uma ligação direta, porque, por exemplo, as empresas podem utili-
zar um recurso de qualidade inferior, porém mais acessível, para a produção de bens.

A escolha está entre as atividades mais comuns para a economia. Tanto os indivíduos quanto as em-
presas devem decidir quais recursos usar para satisfazer as necessidades e desejos inerentes a to-
das as partes de uma economia. A escassez pode forçar escolhas à medida que os recursos come-
çam a se esgotar.

Custo de oportunidade traz a definição clássica de selecionar a próxima melhor alternativa. Por exem-
plo, um fabricante de móveis pode querer usar mogno para fazer um conjunto de quarto. Devido à es-
cassez em fornecedores de madeira locais – ou seja, a falta de mogno suficiente para a venda – o
fabricante escolhe usar madeira de cerejeira. Portanto, o custo de oportunidade geralmente pode ser
o maior fator nas escolhas feitas, devido à incapacidade de uma empresa continuar produzindo certos
produtos a longo prazo.

Isto também está presente na vida dos indivíduos em uma economia de livre mercado. Um consumi-
dor, por exemplo, pode querer um computador novo, com um sistema operacional e componentes de
software específicos. O único problema, no entanto, é que este computador não está amplamente

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disponível, tornando o item escasso em termos econômicos. O consumidor precisa encontrar a pró-
xima melhor alternativa, que representa uma escolha econômica e custo de oportunidade. O compu-
tador alternativo funcionará bem, mas não é a primeira escolha do consumidor.

A teoria econômica padrão afirma que todo consumidor é um indivíduo racional. Portanto, o conceito
de escassez e custo e oportunidade afirma que indivíduos e empresas vão selecionar a próxima me-
lhor opção econômica quando for necessário. Por exemplo, uma empresa pode não selecionar um
recurso econômico alternativo quando o recurso desejado é escasso. A empresa poderia simples-
mente renunciar à produção deste produto em particular. Nesta opção, nenhum custo de oportuni-
dade existe porque a empresa rejeitou a próxima melhor alternativa.

Conceito de Sistema econômico

O conceito de sistema econômico é, sem dúvidas, de grande complexidade e interesse para o ser hu-
mano. Entendemos, em termos gerais, que o sistema econômico é aquele sistema implantado para
regular as diferentes atividades econômicas, assim como seu comércio resulta da compra e venda
dos produtos gerados pelo ser humano ou obtidos pela natureza. O sistema econômico, portanto, não
se limita exclusivamente com questões econômicas ou comerciais, mas em muitos sentidos trans-
cende essas fronteiras para incluir também conceitos sociais, políticos e culturais.

A noção de sistema econômico existe desde que apareceram as primeiras sociedades e comunida-
des humanas. Isto ocorre, pois o ser humano é o único ser vivo que conseguiu uma organização ou
sistematização produtiva com fins de subsistência a curto e longo prazo. A diversificação de trabalho
(isto é, o fato de que cada indivíduo se dedicasse a uma atividade produtiva específica), somada à
noção de intercâmbio dessas produções entre diferentes regiões surge com as primeiras formas hu-
manas de sociedade e que evoluíram com o tempo.

O sistema econômico é uma das estruturas mais fortes que existem nas sociedades humanas. Isto é
visível nos sistemas econômicos de longa duração, como o feudalismo ou, atualmente, o capitalismo
demonstra na história.

A versão mais atual do sistema econômico é a que foi imposta progressivamente no Ocidente desde
o século XV para em seguida, estender-se a fins do século XIX em todo o mundo: o capitalismo. Este
sistema econômico é baseado na produção de renda ou riquezas, em outras palavras, capitais. As-
sim, para o capitalismo se estabelece uma hierarquia clara que significa que, quem tem mais capitais
tem mais poder, não só economicamente, mas também socialmente, politicamente e culturalmente. O
capitalismo é baseado em um forte consumismo que significa que a vida só tem sentido através do
consumo de bens e serviços entendidos como fundamentais. Este consumo constante gera uma
grande disparidade entre os que têm os meios e aqueles que não têm e, portanto, ficam fora do sis-
tema.

A teoria marxista assumiu uma forte crítica deste sistema econômico devido a essa situação de desi-
gualdade gerada. Para Marx, o sistema econômico conhecido como comunismo seria superado, pois
envolvia a abertura de propriedades, serviços e recursos naturais de maneira igual a todos os ho-
mens, o desaparecimento da propriedade privada e a destruição da noção de trabalho como método
explorador.

Sistema Econômico - Conceito, o que é, Significado

A aquisição de produtos ou serviços, assim como sua fabricação, desenvolvimento e apresentação


dentro da sociedade formam o conceito de Sistema Econômico. Desta maneira, pode adotar diversas
formas, dependendo do país e do momento histórico que se refere, mas o certo é que na atualidade
os países inclinados a uma economia de livre mercado são os mais prósperos e eficientes na produ-
ção e atribuição de recursos. Isto de forma alguma significa a claudicação absoluta da existência de
regulamentações por parte do estado, mas que é um reconhecimento ao papel fundamental que a ini-
ciativa privada tem sobre as melhorias da sociedade.

Assim, uma economia de mercado livre parte do pressuposto de que se baseia em leis naturais. Por
exemplo, a busca pelo lucro é uma inclinação de todo homem e que gera benefícios a terceiros, as-
sim mesmo a concorrência se faz presente. Isto acarreta a uma classificação autônoma do sistema, a
famosa “mão invisível”, conceito muito discutido, mas que ainda não está em vigência; uma

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formulação mais próxima foi transmitida por Hayek ao referir-se a uma “ordem espontânea”, surgida
de indivíduos que buscam os próprios interesses. Esta ordem supera sempre qualquer ordem base-
ada em um planejamento.

Por outro lado, há uma economia planejada ou centralizada. Neste caso, a produção e a distribuição
de bens estão dirigidas pelo estado, que decide o que lhe convém produzir e em que medida. Para
Hayek, este tipo de organização leva inevitavelmente a problemas de eficiência à medida que é im-
possível que o estado e um grupo de técnicos possam processar toda informação requerida para pro-
piciar uma boa atribuição de recursos. O problema de uma economia centralizada é a falta de detalhe
na informação processada.

Há também uma proposta intermediária entre as posições destacadas. Esta orientação afirma que a
plena eficiência econômica é atingida quando os bens e serviços são fornecidos tanto pela área pri-
vada como pela pública. A condição de Samuelson ou a ótima relação entre a produção de bens pri-
vados e públicos pretendem explicar este cenário.

Além desta abordagem, o certo é que a história tem deixado de lado toda organização econômica
que pretende ser centralista. Neste sentido, as observações de Hayek parecem estar corretas. O que
hoje se discute é até que ponto a intervenção do estado pode afetar beneficamente a economia.

O que é um Sistema Econômico?

O que caracteriza um sistema econômico é a forma como se dá a produção e distribuição de bens e


serviços. Os seres humanos não são autossuficientes, eles precisam produzir uma série de coisas
para satisfazer suas necessidades, desde abrigo, alimento até transporte e comunicação. Cada soci-
edade, em virtude de uma série de condições, encontra uma maneira alternativa de definir quem irá
produzir, como irá produzir e como será distribuída os bens resultantes desse processo.

Imagine uma sociedade simples, uma pequena comunidade isolada em algum lugar distante. Nessa
sociedade, ainda não foi inventada a agricultura, portanto seus membros sobrevivem da caça e da
coleta. Esses dois trabalhos essenciais são distribuídos entre homens e mulheres: os primeiros são
responsáveis pela caça e as últimas pela coleta de alimentos. Já os afazeres domésticos (cozimento,
cuidado dos filhos) é compartilhado por ambos. Todas as pessoas capazes de realizar essas tarefas
são devem trabalhar. Apenas crianças e idosos são excluídos dessas tarefas. De maneira geral, é
dessa forma que é realizada a produção nessa sociedade.

Por outro lado, a distribuição daquilo que foi caçado ou coletado segue uma regra básica, a necessi-
dade da pessoa. Não é possível a uma pessoa particular acumular os produtos da caça e da pesca.
Eles são distribuídos conforme a necessidade dos indivíduos da comunidade ou, caso não sejam sufi-
cientes para atender a necessidade de todos, de maneira igualitária, de modo que não existem pes-
soas numa situação de miséria, por exemplo, enquanto outras têm abundância.

Nessa sociedade imaginária, podemos dizer que há um sistema econômico. Trata-se da forma como
os bens necessário para a sobrevivência do grupo de pessoas é produzido e distribuído. Nesse caso,
o processo é relativamente simples. Há poucas regras.

Atualmente, os sistemas econômicos são mais complexos. De qualquer forma, o que os define ainda
é a forma como bens e serviços são produzidos e distribuídos para a população. Comumente, se fala
em capitalismo, socialismo e economias mistas para se referir aos sistemas econômicos da atuali-
dade.

Sistema Econômico: Capitalismo

O conjunto de características particulares de cada economia é denominado de Sistema Econômico.


Pode-se observar que cada país possui um tipo de propriedade adotado, dos processos de circulação
das mercadorias, dos níveis de desenvolvimento tecnológico, do grau de divisão do trabalho, além de
diversos outros fatores. Não existiria uma regra geral, mas sim a compreensão de que cada país tem
suas peculiaridades e particularidades.

Existem diferentes classificações de sistemas econômicos, mas atualmente se reconhece a existên-


cia de dois distintos, que seriam: o capitalismo e o socialismo.

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Capitalismo

Observa-se que o capitalismo é o principal sistema econômico adotado pelas nações desenvolvidas e
pelos países em desenvolvimento.

Ele é caracterizado, dentre outras coisas, pela:


• Propriedade privada dos meios de produção (meios e equipamentos),
• Pelo trabalho assalariado,
• Por uma relativa liberdade dos agentes econômicos,
• Pela existência da livre-iniciativa empresarial, dentre outros.

A sua origem está ligada ao declínio da nobreza europeia, empobrecida com os gastos das cruzadas
e pelo surgimento da classe burguesa durante a Idade Média. Constata-se que esta nova classe so-
cial foi surgindo a partir de mercadores que, por volta do século XII, compravam mercadorias de arte-
sãos e posteriormente as revendiam com uma pequena margem de lucro. Com o passar do tempo,
esses mercadores descobriram que poderiam lucrar mais se criassem manufaturas e contratassem
artesãos para produzir as mercadorias. Dessa forma, foi então criado o trabalho assalariado.

Posteriormente, observar-se que várias transformações sociais na Europa propiciaram a dissemina-


ção dos valores da sociedade burguesa, fortalecendo o seu poder político, em detrimento da nobreza
e do clero.

Dentre estas transformações, pode-se citar:

• A Reforma Protestante de 1517, na Alemanha;


• A Revolução Puritana de 1640; na Inglaterra;
• A Revolução Gloriosa de 1688; na Inglaterra;
• A Revolução Francesa, 1789 na França.

Constata-se que tais revoluções firmaram os mecanismos políticos, jurídicos e ideológicos que garan-
tiram à burguesia o desenvolvimento das relações capitalistas de produção e o exercício da domina-
ção social e da hegemonia política sobre os demais segmentos da sociedade. E, paralelamente às
reformas sociais, ocorreu um conjunto de transformações tecnológicas a partir de meados do século
XVIII, conhecido como Revolução Industrial. Essa revolução consolidou o capitalismo, pois a inserção
da máquina no processo produtivo acelerou a produção, reduziu muitos custos e ampliou os lucros da
classe burguesa, fortalecendo ainda mais o seu poder.

Entre o século XVIII e o início do século XX, o capitalismo foi caracterizado pelo liberalismo econô-
mico, ou seja, uma situação na qual a interferência do governo nos assuntos econômico é mínima.
Nos anos 30 foi implementada a maior mudança estrutural realizada no capitalismo em tempos recen-
tes. Essa mudança consistia na ampliação da participação do Estado na condução dos assuntos
econômicos. Tal participação foi necessária, pois a iniciativa privada sozinha não tinha condições de
tirar o capitalismo da Grande Depressão. Dessa forma, o Estado passou a atuar no sentido de esti-
mular a demanda agregada, realizando gastos públicos, criando empregos, gerando renda e estimu-
lando o emprego. Desde então, o papel do Estado nas sociedades capitalistas tem crescido.

Pode-se observar que o crescimento do Estado chegou a tal ponto em alguns países e onerou de tal
modo os orçamentos públicos que muitos líderes políticos atualmente defendem o seu enxugamento
por meio de um processo de privatizações, ou seja, do repasse à iniciativa privada de muitas de suas
atividades. O capitalismo, então, é hoje o principal sistema econômico em atividade, embora ainda
existam alguns poucos países que adotem um sistema econômico alternativo conhecido por socia-
lismo.

Compreende-se que uma das principais características do capitalismo, que o diferencia dos outros
modos de produção, é a acumulação de capital. Nas sociedades escravistas ou feudais, o explorador
consumia a massa de produto excedente, tomando dos produtores diretos. A produção era ainda do-
minada pelo valor de uso: seu objetivo é o consumo.

Esta relação se modifica uma vez que o modo de produção capitalista de produção prevalece. A
maior parte da mais-valia extorquida dos trabalhadores não é consumida. Ao invés disso, é investida
na produção. É este processo, por meio do qual a mais-valia é reinvestida constantemente na

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produção, que Marx chama de “acumulação de capital”.

Destaca-se, portanto, que a mais valia nasce no próprio processo de produção. Entende-se que
surge do fato do trabalhador laborar mais do que o socialmente necessário, constituindo-se neste ex-
cedente não pago que o capitalista se apropria. Explica Salama (1975) que a produção da mais-valia
não é mais do que a produção de valor, prolongada para além de certo ponto.

Se o processo se trabalho só durar até o ponto em que o valor da força de trabalho paga pelo capital
é substituído por um novo equivalente, haverá simples produção de valor, quando ultrapassar este
limite haverá produção de mais valia. Portanto, conforme destaca Salama (1975), sem essa diferença
os proprietários dos meios de produção não teriam interesse em comprar a força de trabalho.

Compreende-se que a mais valia se extrai com maior ou menor intensidade, dependendo da correla-
ção de forças das classes trabalhadoras, num estágio específico do desenvolvimento capitalista.
Exemplificando, tem-se que, em um dia de trabalho de 8 horas, o trabalho de 4 horas baste para
compor o valor total do salário a ser pago pelo proprietário dos bens de produção pelas 8 horas. As
demais 4 horas passam a ser apropriadas.

A mais-valia, nos dizeres de Santos (2000), constitui-se, portanto, na forma peculiar de existência do
trabalho excedente no modo de produção capitalista. Santos (2000) ainda adverte que a exploração
não é nada anormal, mas sim, um típico resultado do funcionamento regular do modo de produção
capitalista. Ela surge da diferença entre o valor criado pela força de trabalho e o valor da própria força
de trabalho.

Apropriando dos escritos de Marx, evidencia-se que existam dois meios pelos quais os capitalistas
podem aumentar a taxa de mais-valia. O primeiro, produção de mais-valia absoluta, criada pelo au-
mento da jornada de trabalho, sendo comum a todos os modos de produção. Quanto a esta explora-
ção da mais valia, adverte Santos (2000), existem limites objetivos que passam a se apresentar.

Seriam os limites físicos (porque se o operário trabalha durante muito tempo, não pode descansar o
suficiente que dê para refazer sua força na forma devida e isso irá produzindo um esgotamento inten-
sivo, logo, uma baixa no rendimento, o que não interessa ao patrão); assim como os limites históricos
(na medida em que o capitalismo foi se desenvolvendo, a classe operária também se desenvolveu, se
organizou e começou a lutar contra a exploração capitalista. Por intermédio de árduas lutas a classe
operária foi conseguindo reduzir a jornada de trabalho, obrigando o capitalista a buscar outras medi-
das para aumentar a mais-valia).

O segundo, a mais-valia relativa, que é específico do capitalismo. Um aumento na produtividade do


trabalho levará a uma queda no valor das mercadorias produzidas. Se alguma melhoria técnica nas
condições de produção barateia os bens de consumo que os trabalhadores compram com seus salá-
rios, então o valor da força de trabalho também cai. Menos trabalho social será necessário para re-
produzir a força de trabalho e a porção da jornada de trabalho dedicada ao trabalho necessário cairá,
deixando mais tempo gasto criando mais-valia.

Marx enfatiza que o propósito das constantes transformações do processo de trabalho no capitalismo
é de aumentar a taxa de exploração por meio da produção de mais-valia relativa: para ele, igual a
qualquer outro desenvolvimento da força produtiva do trabalho, ela (a maquinaria) se destina a bara-
tear mercadorias e encurtar a parte da jornada de trabalho que o trabalhador precisa para si mesmo.
Assim sendo, a maquinaria constitui-se como meio de produção de “mais-valia".

Em suma, segundo Marx, a exploração do trabalhador decorre da lógica do sistema: para o detentor
dos meios de produção vencer a concorrência entre os demais produtores e obter lucros para novos
investimentos, ele utiliza-se da mais-valia, que constitui a verdadeira essência do capitalismo. Sem
ela, este não existe, mas a exploração do trabalho acabaria por levar, por efeito da tendência decres-
cente da taxa de lucro, ao colapso do sistema capitalista.

O Sistema Econômico para o Desenvolvimento

Apesar de todos os avanços da economia, da econometria em particular, ainda é tarefa inglória relaci-
onar todas as variáveis que conduzem ao crescimento de uma economia.

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No caso brasileiro, na maioria das vezes economistas de planilha limitam-se a correlacionar juros e
nível de atividade e, a partir daí, tirar conclusões enganosamente simplificadoras sobre realidades
que são fundamentalmente complexas.

Ele parte do princípio correto de que crescimento é um processo circular-espiralar multifásico – ou


seja, é composto por subsistemas que se influenciam mutuamente, onde entram dimensões como o
fator tempo e o fator espacial.

Em geral, os economistas dividem-se entre os que acham que a demanda é propulsora do desenvol-
vimento; e o segundo grupo que atribui à poupança e ao investimento o motor do crescimento – as
escolas da “demand economics” e da “supply economics”.

Aragão constata que sem uma visão sistêmica, sem a coordenação de setores, ocorre a dispersão
das ações e a perda de eficácia dos instrumentos fiscais e monetários.

O protagonista principal da política econômica é o setor empresarial. Mas visto como um amplo es-
pectro de classes empresariais, e não um grupo limitado de atores econômicos politicamente domi-
nantes.

A importância do Estado volta a ser reconhecida, diz ele. Mas seu papel essencial deve ser do Es-
tado orquestrador, que vá além do Estado provedor e do Estado regulador.

Cabe ao novo Estado a) a construção e consertação entre os diversos atores; b) a capacitação e in-
formação dos atores; c) a definição da estratégia de desenvolvimento econômico e social. Além da
provisão estatal de bens e serviços e garantidor da ordem social.

Um dos pontos centrais do papel do Estado é o da sustentabilidade fiscal. Ainda hoje, esse controle é
feito de forma agregada e grosseira (embora minorado pelo PAC). Há a necessidade de análise de
impactos econômicos e fiscais dos diversos tipos de apoio do Estado à economia, como ferramenta
incorporada à cultura de gestão fiscal.

Finalmente as famílias tendo papel fundamental. A teoria econômica convencional só a vê como fonte
de consumo ou força de trabalho. Mas tem que ser fortalecido seu papel de educadora, gestora de
projetos profissionais e empresariais, além de rede de suporte social em momentos de crise.

No desenho das políticas econômicas, Aragão coloca como ponto central os projetos. É essencial, diz
ele, que os agentes governamentais busquem os potenciais de crescimento nos diversos cantos do
país. Há muito potencial em regiões afastadas, que não tem sido considerado nas recentes medidas
anticíclicas do governo federal.

E aí se entra na questão espacial: “Para que as políticas de incentivo sejam definidas de acordo com
os potenciais locais, é indispensável, pois, que elas sejam definidas em função de um planejamento
territorial, nacional, regional e local, hoje ainda ausente no Brasil, a despeito de diversas tentativas de
retomada”.

O Sistema Econômico Socialista

O socialismo é um sistema econômico proposto por Karl Marx e Friedrich Engels, em seu manifesto
comunista. Eles defendiam a ideia de que sociedade vivia em uma luta de classes, onde burguesia e
proletariado tinham interesses diferentes e esses interesses eram conflitantes.

Enquanto o proletariado sofria em condições péssimas, vendendo sua força de trabalho por um preço
baixíssimo o burguês lucrava em cima do trabalhador. O sistema econômico socialista defendia que
algumas mudanças deveriam acontecer.

No socialismo as classes são extintas, todos teriam o mesmo padrão de vida e de condições. Profis-
sões seriam valorizadas da mesma forma, ninguém seria considerado melhor do que o outro. As ri-
quezas seriam distribuídas de forma igualitária, existiria uma horizontalidade de classes. No socia-
lismo as propriedades privadas seriam extintas e tudo seria público.

O socialismo surgiu em resposta ao capitalismo, sistema vigente hoje e que defende a propriedade
privada e o mínimo intervencionismo público na economia. O sistema econômico socialista foi

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implantado em algumas sociedades, mas nunca realmente funcionou. Pois os lideres se tornaram di-
tadores ou possuíam uma posição privilegiada em comparação com o resto da população.

No socialismo não haveriam patrões empregados, pois todos trabalhariam em prol da sociedade, a
economia seria completamente estatal. O Estado seria responsável por regular o estoque e a produ-
ção de bens, o valor do salário. Essas características são completamente opostas ao que o capita-
lismo defende.

O sistema econômico socialista surge como uma forma de resolver os problemas da sociedade atual,
porém é difícil fazer com que esse sistema funcione, pois somos criados e acostumados a vivermos
em uma sociedade extremamente capitalista, méritocrata e individualista. Colocamos nosso interesse
acima dos interesses dos outros. A todo o momento somos pressionados a “vencer na vida”, projeta-
mos sonhos baseados em sucesso profissional e, frequentemente, relacionamos sucesso à bens ma-
teriais.

Em uma de suas obras “O Manifesto Comunista” Karl Marx chama para a luta os trabalhadores. Sua
frase célebre “trabalhadores do mundo uni-vos, pois nada mais tens a perder que suas próprias amar-
ras” se tornou um grito de libertação para os operários, oprimidos de todas as épocas.

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