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SOBRE A ECONOMIA
Economia: é o estudo da forma como as sociedades utilizam recursos escassos para produzir
bens com valor e como os distribuem entre pessoas diferentes.
Dada a existência de desejos ilimitados, é importante que uma economia faça o melhor uso
dos seus recursos limitados. E isso leva-nos à noção fundamental de eficiência.
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Eficiência: utilização mais efectiva/racional dos recursos de uma sociedade na satisfação
dos desejos e das necessidades da população.
A ciência económica diz que uma economia está a produzir eficientemente quando não
pode aumentar o bem-estar económico de um indivíduo sem prejudicar o de um outro
indivíduo qualquer.
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Microeconomia e Macroeconomia
Microeconomia: ramo da economia que estuda o comportamento de entidades individuais
como os mercados, as empresas e as famílias.
Macroeconomia: ramo da economia que estuda o desempenho global da economia.
Os dois ramos – microeconomia e macroeconomia – convergem para formar o cerne da
moderna ciência económica.
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Objectivo da ciência económica : compreender a complexidade da vida económica
O objectivo final da ciência económica é compreender a complexidade da vida económica. Para tal,
os economistas usam uma abordagem científica.
Contudo, dada a complexidade das relações económicas, cometem-se alguns erros… Vejamos
as falácias mais comuns do raciocínio económico:
1) A falácia do post hoc: quando, pelo facto de um acontecimento ocorrer antes de outro,
admitimos que o primeiro acontecimento é a causa do segundo.
2) Falha em manter o resto constante: esquecimento de manter o resto constante quando se pensa
numa questão.
3) A falácia da agregação: admitir que o que é verdade para uma parte é também verdade para o
todo.
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Objectivo da ciência económica: melhorar as condições de vida da sociedade
O objectivo final da ciência económica é melhorar as condições de vida da sociedade.
Uma sociedade tem de determinar quais os bens e serviços a produzir, em que quantidades e
quando deverão ser produzidos.
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Os três problemas da organização económica: O quê? Como? Para quem?
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Economia Positiva versus Economia Normativa
. A economia normativa: Envolve juízos de valor, princípios éticos, valores e normas de equidade.
Ex. “Em 2020, a taxa de desemprego em Portugal era demasiado alta”.
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Economias de Mercado, Economias Dirigidas e Economias Mistas
Economia de mercado: os indivíduos e as empresas privadas tomam as decisões mais importantes
sobre a produção, distribuição e consumo.
A resposta às questões O QUÊ, COMO e PARA QUEM é dada através do sistema de preços, do
funcionamento dos mercados, e dos resultados das empresas (lucros ou prejuízos).
As empresas produzem as mercadorias que geram os maiores lucros (O QUÊ), com técnicas de
produção que são as menos dispendiosas (COMO). O consumo é determinado pelas decisões
individuais sobre como aplicar os salários e os lucros gerados pelo trabalho e pela posse de
património (PARA QUEM).
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Economias de Mercado, Economias Dirigidas e Economias Mistas
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Economias de Mercado, Economias Dirigidas e Economias Mistas
Actualmente, a maior parte das sociedades funciona numa economia mista.
Economias mistas: possuem elementos das economias dirigidas e das economias de mercado.
Nas economias actuais, a maioria das decisões ocorre nos mercados, mas com o Estado a
desempenhar um papel fundamental na supervisão do funcionamento do mercado.
Exemplos da intervenção do Estado nestas economias: publicação de leis que regulam a actividade
económica; promoção e regulação da saúde, educação, defesa, segurança pública e controlo da
poluição, …
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Possibilidades Tecnológicas de Produção
Factores de Produção e Produções
Os factores de produção (inputs): bens ou serviços utilizados para produzir bens e serviços.
Uma economia usa a tecnologia disponível na combinação dos factores de produção para gerar as
produções.
As produções (outputs): são os bens ou serviços que resultam do processo de produção e que ou são
consumidos (bens de consumo) ou utilizados numa produção posterior (bens de investimento).
Os factores de produção podem ser classificados em três grandes categorias:
1) A terra
2) O trabalho
3) O capital
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Possibilidades Tecnológicas de Produção
A Fronteira das Possibilidades de Produção (f.p.p.): representa as combinações de produção máximas
possíveis de dois bens, partindo do princípio de que todos os factores de produção e tecnologias da
economia estão a ser utilizados e de forma eficiente.
-cada um dos eixos representa a quantidade de cada um dos bens produzidos na economia (por
simplificação, considera-se que a economia produz apenas dois bens);
-o conjunto de todas as combinações máximas de produção dos dois bens estão reprentados na linha da
fronteira de possibilidades de produção;
-os pontos exteriores, acima da f.p.p., são inatingíveis dada a tecnologia e os factores de produção
disponíveis;
-os pontos interiores, abaixo da f.p.p., representam ineficiência produtiva, ou seja, quantidades que estão
abaixo das possibilidades máximas de produção economia.
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A Fronteira das Possibilidades de Produção (f.p.p.)
Exemplo:
Tendo em conta os recursos e a tecnologia existentes numa dada economia, considere que são produzidos
dois bens: A e B.
Bem A
Amax
A1 fpp
A2
A3
0 B1 B2 B3 Bmax Bem B
Amax fpp
.L
.K
.J
0 Bmax B
Combinação J: Esta combinação de produção dos bens A e B é possível, mas não eficiente.
Combinação K: Esta combinação de produção dos bens A e B é possível e eficiente.
Combinação L: Esta combinação de produção dos bens A e B é impossível de alcançar.
Deslocações da Fronteira das Possibilidades de Produção
Bem A
A` max
A fpp desloca-se para fora e direita
A max
de igual forma para os dois eixos
0 B max B` max
Bem B
Deslocações da Fronteira das Possibilidades de Produção
Bem A
0 B max B` max
Bem B
Deslocações da Fronteira das Possibilidades de Produção
Bem A
A` max
A fpp desloca-se para fora e direita
A max
mas apenas no eixo do bem A.
0 B max
Bem B
A Fronteira das Possibilidades de Produção e o Custo de Oportunidade
Considerando dois quaisquer bens, por exemplo os bens A e B, o Custo de Oportunidade (CO) do bem
A é a quantidade do bem B que tenho de sacrificar/abdicar para obter mais do bem A.
Ou seja:
COA – unidades de B que abdico para obter mais unidades de A
Princípio/Lei dos custos (de oportunidade) crescentes: princípio/lei que decorre da lei dos
rendimentos decrescentes e que diz:
Como consequência deste princípio, a f.p.p. é uma curva e não uma recta.
A Fronteira das Possibilidades de Produção e o custo de oportunidade crescente
A3
0 B1 B2 B3 B
Bmax
A Fronteira das Possibilidades de Produção - Exercício 1
No gráfico que se segue, apresentamos as f.p.p. de dois países em relação à produção de bens de
luxo e de bens essenciais. O país A encontra-se no ponto X da sua fronteira, enquanto que o país B
se encontra no ponto Y da sua fronteira.
Bens de
luxo
X Fpp (país B)
Fpp (país A)
Y
0 Bens essenciais
a) Caracterize os países A e B, quanto aos seus recursos disponíveis.
No gráfico que se segue, temos dois países distintos, mas com a mesma f.p.p. em relação à
produção
de bens de investimento e de bens de consumo. Note-se, contudo, os países encontram-se em
pontos
distintos da f.p.p..
Bens de
investimento
país A
país B
0 Bens de consumo
a) Caracterize os países A e B, quanto aos seus recursos disponíveis;
b) Na sua opinião, qual dos dois países é mais desenvolvido?
c) Represente as hipotéticas fpp de cada país no futuro
A Fronteira das Possibilidades de Produção – Exercício 3
Bens capital-
intensivos
fpp país A
fpp país B
0 Bens trabalho-intensivo
A Fronteira das Possibilidades de Produção – Exercício 4
Utilizando o conceito de f.p.p., construa o gráfico com as f.p.p. dos países abaixo descritos, sem
esquecer de assinalar os pontos representativos das realidades produtivas de cada um dos países.
País 1:
País com elevada capacidade de produção quer de bens tecnológicos quer de bens alimentares.
País subdesenvolvido, caracterizado por uma produção muito reduzida de bens tecnológicos e por
uma produção considerável de bens alimentares essenciais;
País 2:
País com fraca capacidade de produção quer de bens tecnológicos quer de bens alimentares. País
desenvolvido, caracterizado por uma especialização na produção de bens tecnológicos e por numa
produção bastante reduzida de bens alimentares essenciais.
A Fronteira das Possibilidades de Produção – Exercício 5
Bens
capital -
intensivos
f.p.p. país B
país B
f.p.p. país A
país A
0
Bens trabalho-intensivos
Mercados e Estado
:
Mercado: é o mecanismo pelo qual compradores e vendedores interagem para determinar os preços e
trocar bens ou serviços.
Num sistema de mercado, tudo tem um preço que é o valor desse bem em termos monetários.
- Preços mais elevados tendem a reduzir as compras dos consumidores e a estimular a produção.
- Preços mais baixos estimulam o consumo e retraem a produção.
O mercado estabelece o preço de equilíbrio que satisfaz simultaneamente os desejos dos vendedores e dos
compradores. Os preços aos quais os compradores desejam adquirir exactamente a quantidade que os
vendedores desejam vender proporcionam um equilíbrio entre a oferta e a procura.
Mercados e Estado: A Mão Invisível e a Concorrência Perfeita
Concorrência Perfeita: refere-se a um mercado em que nenhuma empresa ou consumidor é
suficientemente forte para afectar o preço de mercado.
Mão invisível: Adam Smith concluiu que, em concorrência perfeita e não existindo falhas de mercado,
cada indivíduo na prossecução do seu próprio interesse, é levado por uma mão invisível a promover a
eficiência do mercado (a economia está na F.P.P.), não sendo necessária a intervenção do Estado.
Contudo: quando as falhas de mercado se tornam preponderantes, as propriedades notáveis de
eficiência da mão invisível podem ser destruídas, tornando-se necessária a intervenção do Estado.
Mercados e Estado: As Principais Falhas de Mercado
1) Concorrência Imperfeita: quando um comprador ou vendedor pode influenciar o preço de mercado de um bem
(ex. monopólio, oligopólio, etc...) .
os governos actuam, regulando os mercados, aplicando leis anti-trust,...
2) Externalidades: quando a ação de empresas impõe custos (externalidades negativas) ou benefícios (externalidades
positivas) a terceiros.
os governos preocupam-se essencialmente com as externalidades negativas como a poluição gerada pelas
fábricas, intervindo quer com legislação, multas...
3) Bens Públicos: bens que podem ser usufruídos por qualquer indivíduo, sem que ninguém possa ser excluído do seu
consumo (ex. a defesa nacional, a iluminação pública, saúde, educação, etc…).
dado que o fornecimento privado de bens públicos é em geral deficiente, o governo tem de actuar e garantir a
produção destes bens, financiando a sua produção com as receitas que obtém dos impostos.
Mercados e Estado: As Principais Funções Económicas do Estado
Pensar como um Economista: A Análise Custo - Benefício nas Decisões
A economia estuda a forma como os indivíduos fazem escolhas em condições de escassez e das
consequências dessas escolhas para a sociedade.
BMg: acréscimo no benefício total, resultante de acrescentar mais uma unidade dessa acção;
CMg: acréscimo no custo total, resultante de acrescentar mais uma unidade dessa acção.
Pensar como um Economista: A Análise Custo - Benefício nas Decisões
Armadilhas /erros comuns na tomada de decisões:
- Armadilha de Usar Custos e Benefícios Médios em Vez de Custos e Benefícios Marginais: os custos e
os benefícios devem ser expressos em valores marginais e não em valores médios.
A Análise Custo - Benefício nas Decisões: Exercício 1
O Sr António gosta de pescar em alto mar. Para tal, dispões de uma frota com vários barcos.
Apresentamos de seguida um quadro com algumas informações sobre o número de barcos, benefício
total, benefício marginal e custo marginal.
Com base nesta informação, quantos barcos deve ter a frota do Sr António?
Nº barcos Benefício Benefício marginal Custo marginal
total (€) (€) (€)
0 0 ----- -----
A Inês aderiu a um tarifário em que paga o valor constante de 50 cêntimos por minuto nas chamadas
telefónicas de longa distância. Neste momento, a Inês está a falar por telefone com a sua melhor amiga,
o que lhe dá uma elevada satisfação, sobretudo no início, mas, à medida que os minutos passam, essa
satifação vai diminuindo como se pode ver no gráfico que se segue.
Quando deve a Inês desligar o telefone e terminar a conversa com a sua melhor amiga?
Preço
chamadas/min
0,50 € CMg
BMg
0 20 minutos