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Frederico Simião Chiunguete

Impactos Ambientais Gerados Pelos Mercados Informais


Caso de Estudo: Mercado Malhampsene-Matola

Licenciatura em Engenharia de Construção Civil

Universidade Pedagógica de Maputo


2022
Frederico Simião Chiunguete

Impactos ambientais Gerados Pelos Mercados Informais


Caso de Estudo: Mercado Malhampsene-Matola

Trabalho de Pesquisa a ser apresentado na


Disciplina de Análise de Impactos
Ambientais, no Curso de Licenciatura de
Engenharia de Construção Civil, na
Faculdade de Engenharias e Tecnologias,
sob orientação da Docente: Mestre Arq.
Sónia de Jesus Gomes Alberto.

Universidade Pedagógica de Maputo


FET
2022
Índice:
Declaração de Honra..................................................................................................................1
Dedicatória....................................................................................................................................2
Agradecimentos...........................................................................................................................3
Resumo..........................................................................................................................................4
ABSTRACT....................................................................................................................................5
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO......................................................................................................6
1. Introdução.............................................................................................................................6
1.2. Justificativa...........................................................................................................................7
1.3. Problemática.........................................................................................................................8
1.4. OBJECTIVOS........................................................................................................................8
I. Objectivos gerais.................................................................................................................8
II. Objectivos específicos.......................................................................................................9
1.5. Metodologia...........................................................................................................................9
Principais constrangimentos na realização do trabalho................................................10
CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................11
2. Conceitos Básicos............................................................................................................11
2.1. Sector Informal...................................................................................................................11
2.2. Sector Formal.....................................................................................................................11
2.3. Impactos Ambientais........................................................................................................12
I. Principais actividades humanas e seus impactos ambientais.............................12
Impactos Ambientais Positivos.............................................................................................17
Regulamentos.............................................................................................................................17
Caracterização da Área em Estudo......................................................................................18
3.1. Produtos comercializados no mercado Malhampsene...........................................19
4. Medidas de Mitigação..........................................................................................................21
3. Proposta e Soluções relativamente ao envolvimento da construção Civil.......22
6. conclusão:...............................................................................................................................23
7.Referencias bibliográficas...................................................................................................23
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Declaração de Honra

Declaro por minha honra que este Trabalho de pesquisa é resultado das minhas
investigações e orientações do Docente, o seu conteúdo é original e todas as fontes
consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para
obtenção de qualquer grau académico.

Maputo, setembro de 2022.


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Dedicatória

Dedico este trabalho a minha mãe Gilda Brito Sinay e


às minhas irmãs Juvenália Frederico Chiunguete,
Ercilia Simião Chiunguete e Lina Rosina pela
importância que representam na minha vida.
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Agradecimentos
Inicialmente agradecer a DEUS pela saúde, coragem, perseverança e determinação
que me concedeu nos momentos difíceis.
À minha família em geral endereço os meus maiores agradecimentos, em especial para
a minha mãe Gilda Brito Sinay, pela Educação, na qual consistiu no meu
desenvolvimento e interpessoal, e que de maneira incansável tudo fiz para que eu
possa ingressar nos meus estudos. Às minhas irmãs, Juvenália Frederico Chiunguete,
Ercilia Simião Chiunguete e Lina Rocina Vilanculos pelo apoio incondicional nas nossas
vidas.
A Docente: Mestre Arq. Sónia de Jesus Gomes Alberto, pela sugestão do tema,
Sabedoria, Humildade, Paciência, Competência e vontade, que resultou no presente
Trabalho de Pesquisa.
Aos colegas do Curso de Licenciatura em Engenharia de Construção Civil, aos nossos
amigos que directa ou indirectamente ajudaram na produção deste trabalho.
E por fim, à população em geral que contribuiu para a nossa pesquisa.

Muito Obrigado!
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Resumo
O objecto de estudo (população alvo) foram os vendedores que praticam suas
actividades defronte do mercado Malhampsene no Município da Matola, pois, estes
constituem os principais actores que, por um lado, tornam-se os maiores responsáveis
pelos impactos ambientais gerados naquele mercado. Embora por outro lado, este
lugar constitui, para eles, um espaço ideal na criação da renda para a sua
sobrevivência e a dos seus dependentes, uma vez que não possuem licenças para
operarem dentro do mercado. Sendo o Sector da Construção Civil multifuncional,
coloca em aberto estudos dos Impactos Ambientais numa visão nos mercados
informais. Para Ferreira (2007) o sector informal é o conjunto daqueles que, ao
perderem seus empregos no sector formal, não tiveram alternativas senão migrar para
o sector informal (tendo esta actividade como única estratégia de sobrevivência).
Impacto ambiental é a alteração de condições do meio ambiente e/ou dos elementos
presentes neste em consequência de atividades humanas (antrópicas). Estes impactos
podem manifestar-se em forma de poluição de recursos naturais (solo, água e ar),
destruição de ambientes naturais, redução de indivíduos ou extinção de espécies,
aumento da temperatura global, acidificação dos oceanos, comprometimento de
serviços ecos-sistémicos essenciais à vida, entre outros.

PALAVRAS-CHAVE: Sector informal, Setor Formal, Impactos Ambientais, Construção


Civil, Regulamentos, Mitigação.
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ABSTRACT
The object of study (target population) were the main actors who, on the one hand,
become the most responsible for the environmental impacts generated by the market.
However, on the other hand, this place constitutes, for them, an ideal side in the
creation of income for their survival and for their dependents, since they do not have
licenses to operate within the market. As the Civil Construction Sector is multifunctional,
it opens studies of Environmental Impacts in a vision in informal markets. For Ferreira
(2007) the informal sector is the whole for the sector that, by losing jobs in the formal
migrant, had no alternatives (having this activity as a unique survival strategy).
Environmental impact is a change in the conditions of the environment and/or the
elements present in this consequence of human (anthropic) activities. These impacts
manifest themselves in the form of water services from natural natural resources,
destruction of environments, increase in global temperature, ocean acidification,
commitment of natural resources to life, among others.
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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1. Introdução
A província de Maputo não possui apenas a capital política e maior cidade de
Moçambique, mas também o principal centro financeiro, corporativo e mercantil do
país, reunindo múltiplas infraestruturas, atividades econômicas, serviços médicos,
educacionais, além de sediar as grandes organizações comerciais e políticas do país.
Fatores que refletem na produção local responsável por mais de 20% do Produto
Interno Bruto (PIB) moçambicano (GOVERNO DE MOÇAMBIQUE, 2017).

No presente trabalho por apresentar, abordam-se conteúdos referentes aos Impactos


Ambientais Gerados Pelos Mercados Informais: Caso de Estudo: Mercado
Malhampsene-Matola. Nesse âmbito, bordam-se os impactos no geral, mas no que
concerne especificamente as analises e soluções ou recomendações serão
especificamente ligadas ao sector da construção civil.

O objecto de estudo (população alvo) foram os vendedores que praticam suas


actividades defronte do mercado Malhampsene no Município da Matola, pois, estes
constituem os principais actores que, por um lado, tornam-se os maiores responsáveis
pelos impactos ambientais gerados naquele mercado. Embora por outro lado, este
lugar constitui, para eles, um espaço ideal na criação da renda para a sua
sobrevivência e a dos seus dependentes, uma vez que não possuem licenças para
operarem dentro do mercado.
Sendo o Sector da Construção Civil multifuncional, coloca em aberto estudos dos
Impactos Ambientais numa visão nos mercados informais.
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1.2. Justificativa
O tema apresenta uma primordial importância no que concerne, em si, a localização do
Mercado, que pode gerar grandes avanços em todos sectores de desenvolvimento
nomeadamente na preservação do Meio Ambiente
Sem querer atribuir totalmente responsabilidade aos vendedores que operam defronte
ao mercado, é de referir também que esses impactos podem sofrer influencias de
outros grupos sociais que na realização das suas actividades podem causar esses
impactos ao Meio Ambiente nesse caso a população compradora (clientes) ou ainda
aos vendedores que operam dentro do mercado.
O presente estudo, para sua realização foi incentivado pelas visitas de estudos
efectuadas no mercado Malhampsene no âmbito da realização deste trabalho de
pesquisa. Nestas visitas de estudos deparei-me com um aglomerado populacional que,
para além de estar interessado em desenvolver o comércio de diferenciados produtos,
com objectivo de suprir suas necessidades, encontrava-se realizando actividades que
afectam negativamente o Meio Ambiente, estando eles exposto ao risco de vários tipos
de doenças.
Outra razão esteve ligada ao facto de haver escassez nos estudos referentes aos
Impactos Ambientais cujos temas abordam o aspecto actual do sector informal, podem
ser sentidos pelas pessoas que vivem graças a renda advinda deste sector.
Por esta razão, e não pretendendo contrapor-se a outros estudos desenvolvidos sobre
o sector informal, este estudo procura analisar e descrever contiguamente a forma
como os vendedores “manipulam” os seus conhecimentos e entendimentos sobre os
Impactos Ambientais (negativos e positivos).
Deste modo, este contributo demonstra a vontade de enriquecer os estudos já
realizados sobre a temática em causa, mas desta vez virando o foco para a abordagem
do sector da Construção Civil, no que ela pode contribuir para mitigar esses impactos.
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1.3. Problemática
Conhecer os Impactos Ambientais Gerados Pelos Mercados Informais: Caso de
Estudo: Mercado Malhampsene-Matola, dando uma visão especifica ao sector da
Construção Civil, contribui muito a todas áreas da Engenharia no que concerne a
introdução de novas abordagens técnicas e tecnologias deste sector. Pois ela cria e
desenvolve conhecimentos extras e diversos no que se refere a engenharia.

Os valores centrais em que se baseia esta visão são as pesquisas e analises consiste
numa rápida progressão rumo ao conhecimento na área da construção e na formação
de engenheiros qualificados com conhecimentos básicos e com capacidade de resolver
problemas como esses relacionados ao nosso cotidiano acerca dos impactos
ambientais.
Sendo assim, no desenvolvimento deste estudo pretendeu-se responder
questionamentos como:
Existe algum conhecimento por parte dos vendedores informais acerca
dos Impactos Ambientais que eles podem estar a causar ao meio
Ambiente?

Como é que os Engenheiros, Arquitetos, e os Estudantes de engenharia


Civil podem contribuir para mitigação destes Impactos Ambientais?

1.4. OBJECTIVOS
I. Objectivos gerais
o Compreender a relação entre as os Impactos que são gerados pelos
vendedores informais ao meio ambiente e percepções de risco de aos
mesmos por parte dos vendedores informais dentro e defronte do mercado
Malhampsene-Matola.
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II. Objectivos específicos


o Descrever o perfil Socio-econômico dos vendedores e as motivações que os
levam a realizar suas actividades informais dentro e defronte do mercado
Malhampsene-Matola.

o Analisar a racionalidade e os comportamentos dos vendedores informais dentro


e defronte do mercado Malhampsene-Matola que justificam a prática das suas
actividades neste local considerado estes impactos gerados ao Meio Ambiente.

o Relacionar os impactos Ambientais gerados pelos vendedores informais e os


mecanismos de prevenção olhando para os regulamentos sobre os impactos
ambientais propondo medidas técnicas ligadas a Construção Civil.

1.5. Metodologia
No presente capítulo são apresentados os passos metodológicos que sustentaram a
prossecução do estudo. Assim, este estudo foi realizado Mercado Malhampsene
localizado no Posto Administrativo da Matola, província de Maputo, Moçambique, , com
enfoque para os vendedores formais e informais localizados defronte do mercado.

Para este estudo, escolheu-se como Método de abordagem o método hipotético-


dedutivo. Segundo este método quando a explicação de um fenómeno ou
conhecimento não é cabal surge um problema do qual há necessidades de se formular
respostas preliminares (hipóteses), que são por sua vez suscetíveis de verificação e
falseamento (Gil, 1999, p.30).
Deste modo, uma vez que no estudo propôs-se estudar perceções, este método
permitiu que as hipóteses colocadas fossem testadas empiricamente a quando da
realização do trabalho do campo, que incluiu a observação directa e a aplicação das
entrevistas.
Como a preocupação do presente estudo era de estudar as diferentes percepções
sociais e ambientais causados pelos vendedores formais e informais.
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Segundo Gil (1999) este método parte do pressuposto segundo o qual o estudo de um
caso em profundidade pode ser considerado representativo de muitos outros ou
mesmo de todos os casos semelhantes. Assim, este método permitiu reunir maior
número possível de informações ligada às variáveis da unidade em estudo
(vendedores).
Quanto as técnicas de recolha de dados, o estudo fez-se valer pela análise e revisão
bibliográfica que debruça sobre o sector formal e informal, regulamentos e leis sobre os
impactos ambientais em Moçambique, no geral e, particularmente em Maputo, análise
dos diferentes estudos Ambientais de caso sobre mercados e comércio informal.

Principais constrangimentos na realização do trabalho

Na realização de qualquer actividade seja ela de ordem académica ou de outro gênero,


há sempre aspectos que por vezes constrangem a prossecução da mesma. Portanto,
tomando em conta este facto, de entre vários constrangimentos sentidos e vividos na
realização deste estudo constam:
 O primeiro esteve ligado à desconfiança que a unidade de análise (vendedores
do mercado) teve na prestação dos seus depoimentos no momento da aplicação
das entrevistas.

 A fim de garantir confiança nos vendedores, efectuou-se visitas preliminares


antes de aplicação das entrevistas, onde estabeleceram-se conversas informais
como forma de ganhar credibilidade nos vendedores. Estas visitas realizaram-se
em dois (2) dias intercaladas.

 Conquistada a confiança é que houve a oportunidade de realizar as entrevistas e


registar algumas imagens fotográficas entre os vendedores que não têm bancas.

 Outra dificuldade esteve ligada a interrupção das entrevistas, uma vez que os
entrevistados encontravam-se em actividades laborais. Várias vezes as
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entrevistas eram interrompidas porque os entrevistados precisavam de atender


alguns clientes.

CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2. Conceitos Básicos
Vários autores e teóricos em seus estudos procuram fazer uma definição clara dos
conceitos-chave que usam no desenvolvimento dos seus estudos. Conceitos estes que
são, por exigências metodológica e científica definidos tendo em conta o contexto da
sua aplicação. Estas definições pressupõem sua operacionalização por forma a
adequar com a realidade em estudo.
Sendo assim, este estudo teve como conceitos-chave os seguintes: Sector informal,
Sector Formal, Impactos Ambientais, Construção Civil, Regulamentos, Mitigação.

II.1. Sector Informal


Para Ferreira (2007) o sector informal é o conjunto daqueles que, ao perderem seus
empregos no sector formal, não tiveram alternativas senão migrar para o sector
informal (tendo esta actividade como única estratégia de sobrevivência).
Em geral, não predomina o trabalho assalariado, podendo ocorrer marginalmente, sem
obedecer à lei do trabalho. Como no sector há uma forte presença de unidades
familiares, é significativo o emprego de mão-de-obra não remunerada.

II.2. Sector Formal

Segundo Lima (1989) O sector formal é qualquer ocupação trabalhista, manual ou


intelectual, com benefícios e carteira profissional assinada. Consiste em um trabalho
fornecido por uma empresa, com todos os direitos trabalhistas garantidos. O papel
ocupado ou a função que a pessoa desempenha em alguma actividade económica lhe
confere uma remuneração. No caso dos empregados de uma empresa, por exemplo,
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essa remuneração pode ser chamada de salário ou de vencimentos, sendo esta muito
utilizada para se referir aos rendimentos dos que trabalham em órgãos do governo.

Os trabalhadores que têm registo em carteira e seus direitos trabalhistas garantidos,


recolhendo uma taxa para a aposentadoria (contribuição ao INSS - Instituto Nacional
de Segurança Social), ou as pessoas que, mesmo trabalhando por conta própria (sem
que estejam empregadas em empresas ou órgãos do governo), recolhem determinadas
taxas, desenvolvem actividades que são chamadas de formais, ou seja, estão de
acordo com uma série de leis que se referem ao trabalho e às actividades
económicas."

II.3. Impactos Ambientais

Impacto ambiental é a alteração de condições do meio ambiente e/ou dos elementos


presentes neste em consequência de atividades humanas (antrópicas). Estes impactos
podem manifestar-se em forma de poluição de recursos naturais (solo, água e ar),
destruição de ambientes naturais, redução de indivíduos ou extinção de espécies,
aumento da temperatura global, acidificação dos oceanos, comprometimento de
serviços ecos-sistémicos essenciais à vida, entre outros.

As atividades humanas, direta ou indiretamente, afetam:

1. a saúde, a segurança e o bem-estar da população;


2. as atividades sociais e econômicas;
3. a biota;
4. as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
5. a qualidade dos recursos ambientais.

Ou seja, os impactos ambientais não são apenas os causados na natureza em si,


alguns desses impactos produzem consequências também na vida das pessoas e na
economia de regiões. No entanto, este verbete está focado principalmente aos danos
bióticos causados pelas ações humanas.
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I. Principais actividades humanas e seus impactos ambientais


Qualquer atividade humana é capaz de gerar alterações no meio ambiente, em grande
ou pequena escala, sendo positivas ou negativas. Alguns exemplos são:

a) Construção de rodovias:

Apesar de reduzir o tempo de deslocamento entre dois locais para a população


humana essa ação pode trazer grandes prejuízos para a fauna e flora nativa. Para se
construir uma rodovia, é necessário o desmate de áreas verdes, diminuindo
o habitat de espécies locais, além de impedir que populações animais que ali vivem
sejam capazes de cruzar as estradas para se alimentarem ou reproduzirem e, como
consequência, muitos deles são mortos por atropelamentos. As obras podem também
criar locais ideais para reprodução de vetores de doenças, além do lixo jogado em volta
da rodovia pela população, que cria microambientes ótimos para postura de ovos de
insetos vetores.

Deve ser levada em consideração a quantidade exorbitante de gases poluentes


liberados na atmosfera pelos veículos que ali transitam; e outro impacto a ser
considerado é o som produzido por veículos, que além de incomodarem a população,
também altera ciclos naturais de espécies animais.

b) Construção de ferrovias: 

Os trilhos dos trens também acabam por se tornarem uma barreira que deve ser
superada pelos animais terrestres para concluírem adequadamente seus ciclos, no
entanto, os riscos são menores que nas rodovias, já que a quantidade de pessoas ou
carga em um trem exigiria um número muito maior de carros ou caminhões para serem
conduzidas. O transporte rodoviário possui também o problema de poluição sonora,
que afeta pessoas e animais; porém a liberação de CO 2 por trens é bem menor se
comparada a de veículos que utilizam rodovias.

c) Construção de aeroportos:
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Além de ruídos muito altos gerados pelas aeronaves, as taxas de emissão de gases
gerados pela queima de combustíveis fósseis são bastante relevantes. Os produtos
usados como combustível ou na manutenção e lavagem de aviões e helicópteros são
muito apontados como contaminantes dos lençóis freáticos e cursos d’água próximos a
aeroportos. Existe também o risco de colapso entre aeronaves e espécies que voam,
em que muitas vezes é necessário um plano de manejo para evitar que tais acidentes
aconteçam, comprometendo assim, comportamentos de migração dessas espécies.

d) Usinas hidrelétricas: 

Durante a criação é necessário inundar grandes áreas de terra, destruindo florestas e


mudando cursos de rios, isso acaba por prejudicar a fauna local, além de ocasionar o
deslocamento de várias comunidades que ali vivem.

Muitas espécies aquáticas podem sofrem lesões ao serem levadas pelo curso do rio


até as turbinas e a presença da barragem pode impedir a migração de espécies que
usam aquele rio para realizar reprodução; além disso, a água dos reservatórios é mais
rica em nutrientes ajudando na proliferação de algas e microrganismos que irão afetar
o resto do rio, sendo necessário um controle manual ou a introdução de uma outra
espécie no meio.

Além disso, as hidrelétricas liberam gás carbônico durante a sua instalação e


desconstrução, assim como a vegetação a ser decomposta após a inundação.

e) Mineração: 

com a escavação de sítios de mineração, ocorre a deposição de rejeitos em outras


áreas, levando à erosão do solo (devido à perda de cobertura vegetal). Há também, o
comprometimento dos lençóis freáticos devido a falta de monitoramento para
escavação.

Devido ao carregamento de metais pesados e compostos químicos pela água e


pelo vento, ocorrem danos ao ambiente aquático (diminuindo a quantidade
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de oxigênio diluído) e impedimento de água pela população e por animais por causa da


deposição de camadas de substâncias tóxicas e não-tóxicas na superfície, podendo até
levar a acidificação dos lagos.

Isso acaba por diminuir a qualidade de vida dos moradores próximos, tanto pela baixa
na qualidade da água consumida quanto pela presença de partículas
de minérios e poeira no ar (que podem causar problemas respiratórios); ademais, há o
risco de deslizamento desses sítios de mineração podendo provocar danos tanto a
cidades quanto ao meio ambiente.

f) Indústrias: 

Para a instalação de uma indústria ocorre, primeiramente, a devastação da área verde


que antes ocupava aquele espaço. Posteriormente, as indústrias acabam por serem
grandes produtoras de gases poluentes, que muitas vezes são liberados na atmosfera
sem medidas que diminuam os danos causados por eles.

Muitas indústrias são também responsáveis pela poluição de corpos hídricos próximos,
provocando perda de qualidade da água e consequente dano à biodiversidade aquática
e comprometimento de bioindicadores de qualidade da água, já que descartam
(ilegalmente) nos corpos hídricos as sobras de produtos químicos (o que pode
provocar mutações ou morte de indivíduos aquáticos) e outros resíduos (que podem
ocasionar enchentes, prejudicando tanto as populações humana quanto de espécies
aquáticas).
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Figura 1: Chaminés de fábricas liberando gases poluentes na atmosfera.

Fonte:Wikipedia

g) Turismo: 

Quando uma área é utilizada para turismo, provavelmente, o primeiro impacto biótico
observado é a quantidade de lixo deixada por visitantes nestes locais.

Em áreas com foco no turismo ambiental, é comum encontrar também visitantes que se
aproximam de animais para alimentá-los, este hábito faz com que os animais percam o
interesse por buscarem seu alimento sozinhos, o que compromete o
seu comportamento natural, além de passarem a comer, geralmente, apenas alimentos
industrializados e de baixo valor nutricional.

A longo prazo, o foco no turismo acaba por gerar um aumento no número de


construções ao redor do local visitado, como hotéis, restaurantes, estacionamentos,
etc, o que tem como consequência o desmatamento de áreas antes naturais.

h) Caça e pesca: 

A caça de forma descontrolada para alimentação, uso de substâncias


em medicamentos e roupas ou até para exportação de animais, pode causar a queda
na quantidade de indivíduos de uma população podendo levar até a extinção.
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Pode ainda causar impactos no ambiente devido a retirada de animais que servem
como dispersores de sementes ou como controladores de outras espécies,
principalmente de plantas e insetos, gerando perda de serviços ecos-sistémicos.

A pesca descontrolada, assim como a caça, pode causar a extinção de espécies


através de um desequilíbrio na dinâmica populacional dos mares e rios, além de
destruir o fundo do mar e dizimar comunidades bentónicas que muitas vezes são
consideradas bioindicadores, devido ao despejo de materiais de pesca, substâncias
químicas ou até mesmo a construção de estruturas.

II.4. Impactos Ambientais Positivos


Os impactos causados no meio ambiente pelos seres humanos não são sempre
considerados negativos, algumas atitudes podem ter caráter positivo, como:

 recuperação de matas ciliares;


 limpeza de rios;
 replantio de árvores;
 criação de espaços verdes em grandes centros urbanos;
 reabilitação de animais retirados da vida silvestre;
 proteção de espécies em risco de extinção;

II.5. Regulamentos e Leis


Regulamentos são atos normativos do Poder Executivo, dotados
de abstração, generalidade, impessoalidade, imperatividade e inovação, cuja finalidade
é desdobrar ou detalhar um ato normativo superior.

Produzidos mediante exercício do poder regulamentar, as formas mais comuns de


regulamentos são os decretos regulamentares, mas também podem tomar forma de
resolução ou outras modalidades, podendo desdobrar preceitos constitucionais de
eficácia plena e de eficácia contida e atos legislativos primários (leis
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complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos


legislativos e resoluções).

Em Moçambique, no que concerne aos impactos ambientais causados pelas diversas


actividades humanas tem como menção os seguintes regulamentos:

o Regulamento Sobre Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão de


Efluentes (Decreto n ͦ 18/2004 de 2 de junho);
o Regulamento Sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental
(Decreto n ͦ 54/2015 de 31 de dezembro);
o Regulamento sobre o Processo de Auditoria Ambiental (Decreto n 25/2011
de 15 de junho);
o Regulamento sobre o Processo de Reassentamento Resultante de
Actividades Económicas (Decreto n 31/2012 de 8 de agosto);
o Regulamento Interno para Funcionamento da Comissão Técnica de
Acompanhamento e Supervisão do Reassentamento (Decreto n 155/2014 de
19 de setembro).
o Lei de Terras n ͦ 19/97 de 1 de outubro;
o Lei da Conservação do Meio Ambiente n ͦ 16/2014 de 20 de junho;

De referir que todos os regulamentos e Leis acima mencionados são gerados pelo
Conselho de Ministros em coordenação com o Ministério de Terra, Ambiente e
Desenvolvimento Rural.

3. Caracterização da Área em Estudo

A área em estudo é correspondente ao Mercado Malhampsene localizado no Posto


Administrativo da Matola, província de Maputo em Moçambique. obedecendo os
seguintes Limites:
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Norte: Centro de Distribuição FIPAG Malhampsene;

Sul: Malhampsene Lodge;

Este: Ka Txipissa;

Oeste: Estrada Nacional número 4 (EN4); PERTOMOC Sasol e Matola Supermarket;

Figura: Localização do Mercado Malhampsene;

Fonte: google Earth


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O Mercado Malhampsene conta com mais de dois mil (2000) vendedores dos quais a
maioria deles é informal e encontra-se arredores do mercado especificamente defronte
do mesmo.

3.1. Produtos comercializados no mercado Malhampsene


Considerando a forma como os vendedores se dispõem ao longo do Mercado e
defronte do mesmo (estacionamento das viaturas e dos transportes de públicos), tendo
em conta o tipo de produtos que cada um deles vende, fez-se a selecção dos
vendedores estruturados da seguinte forma:
Os vendedores ambulantes (aqueles que não têm lugar fixo) que
desenvolvem as suas vendas em quase toda parte que compõe o seu
"mercado". Estes ocupam-se na venda de produtos como água, crédito,
sapatos e chinelos, roupa usada, pão, etc. Eles aproveitam o movimento dos
passageiros e dos carros em marcha para realizarem suas vendas.

Os vendedores ambulantes com "local fixo mas sem bancas", que devido a
natureza dos produtos vendidos alinham-se ao longo do estacionamento das
viaturas e transportes públicos. Os principais produtos vendidos por estes são:
tomate, cebola, batata reno, temperos, alho; frutas como laranjas, bananas,
maçãs; legumes (alface, couve, cenoura, beterrabas, pepino); bebidas
como refrigerantes, água, cerveja, vinhos.

Vendedores formais (que actuam dentro do Mercado), trazem uma tipologia


de produtos (água, crédito, pão, coco, chinelos, roupa usada “calamidade”,
bebidas, refrigerantes, comida confeccionada, etc.). Sua actuação neste
lugar é motivada pelo número elevado de pessoas que visitam este “mercado”
informal para a compra de produtos.
O movimento do mercado Malhampsene acentua-se em dois grandes momentos
distintos: o primeiro, é marcado a partir das primeiras hora do dia (5h 30 minutos em
diante) e o segundo ao final da tarde (15h 30 minutos até mais ou menos 20h 30
minutos) altura em que muitos recolhem às suas zonas de residência.
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3.2. Impactos Ambientais


Durante as visitas, notou-se que os vendedores carecem duma ética muito notória no que
concerne a cuidados com os resíduos, onde deposita-los e como o fazer corretamente:

Figura 6: Resíduos sólidos ao redor e defronte ao Mercado Malhampsene-Matola


Fonte: Autor

Foi possível notar também, varias poças de aguas estagnadas, que podem prejudicar a saúde
dos vendedores e da população em geral:

Figura 6: poças de agua ao redor e defronte ao Mercado Malhampsene-Matola


Fonte: o pais

4. Medidas de Mitigação
Para mitigar e reduzir os impactos Ambientais gerados pelos vendedores do mercado, o autor
propõe as seguintes:
 Palestras sobre como lidar com os residios sólidos e como deposita-los corretamente;
 Requerimentos dirigidos ao Conselho Municipal no que concerne a recolha dos
mesmos, uma vez que foi notório um abandono das actividades naquele local;
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 Maior abordagem e intervenção dos Ambientalistas concernente aos preservação da


biodiversidade relativamente ao plantio de arvores, plantas naquele lugar, o que
possibilitara a não existência de poças de agua;

4. Proposta e Soluções relativamente ao envolvimento da construção Civil


Sendo a Construção Civil uma Área multifuncional, o autor propõe uma intervenção
relativamente a soluções construtivas, olhando para o mercado Markthal da Holanda.
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Figura 7: MERCADO Markthal-Holanda


Fonte: wikipedia

6. conclusão:

Referentes aos impactos gerados pelos Vendedores do Mercado Malhampsene, são


definitivamente negativos e causam fortes degradações ao meio.
Como já foi discutido antes, a construção civil actualmente tende a corresponder com
os impactos causados na meio Ambiente, caso esse que foi devidamente estudado e
analisado no Mercado Markthal da Holanda, protegendo a Biodiversidade e
compensando com os danos causados no meio.

7.Referencias bibliográficas

NHANTUMBO, S. Ivete. Menores no Sector Informal como Estratégia de Sobrevivência fdas


Famílias Carenciadas: O caso do Mercado de Xipamanie. Trabalho apresentado em cumprimento
dos requisitos parciais, para a obternção do grau de licenciatura em sociologia. Universidade Eduardo
Mondlane. Maputo. 2007.
ARTIGOS
SCRIPTA NOVA: Informalidade e precarização do trabalho: uma contribuição a geografia do
trabalho. Revista eletrônico de geografía y ciências sociales Universidad de Barcelona. ISSN: 1138-
9788. Depósito Legal: B. 21.741-98Vol. VI, núm. 119 (31), 1 de agosto de 2002.

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