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Erson Fred Vicente Tembe

Controle de Produção
Análise do Previsto Realizado no Consumo de Serviços de Madeira

Licenciatura em Engenharia de Construção Civil

Universidade Pedagógica de Maputo


2022
Erson Fred Vicente Tembe

Controle de Produção
Análise do Previsto Realizado no Consumo de Serviços de Madeira

Trabalho de Pesquisa a ser apresentado na


Disciplina de Organização de Obras, no
Curso de Licenciatura de Engenharia de
Construção Civil, na Faculdade de
Engenharias e Tecnologias, sob orientação
da Docente: Eng. Saimone Machava.

Universidade Pedagógica de Maputo


FET
2022

Índice:
Declaração de Honra.........................................................................................................1
Dedicatória.........................................................................................................................2
Agradecimentos..................................................................................................................3
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO.............................................................................................4
1. Introdução...................................................................................................................4
1.2. Problemática...............................................................................................................5
1.3. OBJECTIVOS..............................................................................................................5
I. Objectivos gerais.........................................................................................................5
III. Objectivos específicos................................................................................................5
CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...............................................................6
Planeamento e controle da produção na construção civil..............................................6
3. Custos.........................................................................................................................7
4. Gerenciamento de custos na construção civil............................................................9
5. Resultados práticos..................................................................................................10
6. Madeira.....................................................................................................................11
6.2. Mercado de Madeiras Para construção Civil.........................................................12
7. Potencial e importância do sector florestal em Moçambique..................................12
7.1. Situação das indústrias madeireiras em Moçambique..........................................13
7.2. Mercados e comércio de madeira serrada............................................................14
7.3. Mercado nacional..................................................................................................14
7.4. Mercado internacional...........................................................................................15
7.5. Custos e rendimentos de comercialização de madeira serrada em Moçambique
......................................................................................................................................16
8. conclusão..................................................................................................................17
9. Referencias...............................................................................................................17
ANEXOS.......................................................................................................................19
1

Declaração de Honra

Declaro por minha honra que este Trabalho de pesquisa é resultado das minhas
investigações e orientações do Docente, o seu conteúdo é original e todas as fontes
consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para
obtenção de qualquer grau académico.

Maputo, Agosto de 2022.


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Dedicatória

Dedico este trabalho aos meu pai (Fred Vicente


Tembe) e aos nossos irmãos (Ana Júlia Tembe e
Pedro Tembe) e pela importância que representam
na minha vida.
3

Agradecimentos
Inicialmente queremos agradecer a DEUS pela saúde, coragem, perseverança e
determinação que nos concedeu nos momentos difíceis.
Às minha família em geral endereçamos os nossos maiores agradecimentos, em
especial para os meus pais Fred Vicente Tembe pela Educação, na qual consistiu no
nosso desenvolvimento e interpessoal, e que de maneira incansável tudo fizeram para
que nos pudéssemos ingressar nos nossos estudos. Aos nossos irmãos, (Ana Júlia
Tembe e Pedro Tembe) e pelo apoio incondicional nas nossas vidas.
Ao nosso Docente: Eng. Saimone Machava., pela sugestão do tema, Sabedoria,
Humildade, Paciência, Competência e vontade, que resultou no presente Trabalho de
Pesquisa.
Aos nossos colegas do Curso de Licenciatura em Engenharia de Construção Civil, aos
nossos amigos que directa ou indirectamente ajudaram na produção deste trabalho.
E por fim, à população em geral que contribuiu para a nossa pesquisa.

Muito Obrigado!
4

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1. Introdução
No presente trabalho por apresentar, falarei sobre o Controle de Produção, Análise do
Previsto Realizado no Consumo de Serviços de Madeira.

Os fatores que definem a competitividade de uma empresa estão ligados às suas


características empreendedoras e ao dinamismo do ambiente em que operam.
Porter (1986, p.17), por exemplo, ao descrever esta questão, afirma que “as ameaças e
as oportunidades da indústria, definem o meio competitivo com seus riscos
consequentes e recompensas potenciais”. Destaca-se que, na versão deste estudioso
das organizações, o mapeamento do ambiente externo é crucial ao sucesso
empresarial. Dentro do raciocínio de Porter (1986), as estratégias de liderança no custo
total têm merecido a devida atenção em períodos de crise econômica. No caso, a
indústria da construção civil tem procurado seguir este raciocínio.

Acredita-se também que o poder de competição esteja atrelado à capacidade de


inovação, produção, gestão empresarial e recursos humanos. Além de fatores externos
à organização, como ações governamentais, taxas financeiras, globalização, dentre
outros. Assim, presume-se que competitividade seja a capacidade que uma
organização desenvolve para se adequar ao mercado em que opera, de maneira a
garantir e/ou ampliar sua participação.
Nessa perspetiva, vislumbra-se a necessidade das empresas, pertencentes à indústria
da construção civil.

1.1. Justificativa
O trabalho a ser apresentado justifica-se pela relevância do tema e sua
contemporaneidade e frequência em que é estudado o Controle de Produção,
Análise do Previsto Realizado no Consumo de Serviços de Madeira, neste intuito
tem os pontos cruciais olhando para os seus processos de construção. O problema ora
5

levantado tem sido alvo de alguns estudos, e todos apontam aspectos distintos nos
seus meios e fins.
A presente pesquisa se justifica no actual cenário tecnológico e evolutivo da indústria
da construção, considerando que o Controle de Produção, Análise do Previsto
Realizado no Consumo de Serviços de Madeira estão inseridos num grande
desenvolvimento de métodos e estratégias de melhorias, sendo impactadas e gerando
impacto nos demais sectores tecnológicos e técnicos construtivos.

1.2. Problemática
Saber do o Controle de Produção, Análise do Previsto Realizado no Consumo de
Serviços de Madeira, o seu impacto com o meio ambiente, social e tecnológico e
económico, contribui muito a todas áreas da Engenharia no que concerne a introdução
das tecnologias em geral olhando nomeadamente a área da construção civil. Pois ela
cria e desenvolve conhecimentos extras e diversos no que se refere a engenharia.
O não conhecer desses projectos de vias de comunicação e o impacto que causam
tanto na área da Engenharia de construção Civil tanto no meio ambiente no que tange,
ao conhecimento desses processos nos remete a pesquisar do seguinte problema:
 Será que os Estudantes de diversas engenharias têm conhecimento sobre
o Controle de Produção, Análise do Previsto Realizado no Consumo de
Serviços de Madeira?

1.3. OBJECTIVOS
I. Objectivos gerais
II. Falar do o Controle de Produção, Análise do Previsto Realizado no Consumo de
Serviços de Madeira;
III. Objectivos específicos
 Estudar e analisar o Controle de Produção, Análise do Previsto Realizado no
Consumo de Serviços de Madeira;
 Identificar situações críticas, no desenvolvimento em obras de Construções de
Madeira;
6

 Demonstrar as metodologias e tecnologias utilizadas nas Construções para o


Controle de Produção, Análise do Previsto Realizado no Consumo de Serviços
de Madeira

CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Planeamento e controle da produção na construção civil


O processo produtivo é a transformação de insumos em produtos, no entanto o
resultado final nem sempre é igual ao que foi projetado. Isso ocorre porque, em todo
processo produtivo, existe uma série de condições necessárias para o alcance das
características especificadas, as quais podem variar desde temperaturas, umidade,
especificações de matérias-primas, tempo de processamento, tipo de equipamento,
qualidade da mão-de-obra, entre outras, até o fornecimento em tempo hábil destas
condições.

Planear a produção pode ser entendido como a antecipação de todos os fatores que
concorrem à transformação intencional de insumos em produtos, assim como das
consequências deste processo.
O processo produtivo na construção civil transforma insumos como mão-de-obra,
cimento, areia, cal, brita, aço, tijolos, asfalto, tintas, madeira, telhas, equipamentos,
ferramentas e máquinas, entre outros tantos, em apartamentos, casas, prédios
industriais, estradas, pontes, escolas, etc.

Em um processo construtivo, são envolvidos inúmeros fatores que precisam ser


administrados da mesma forma que qualquer outro tipo de produção, utilizando o
panejamento e controle da produção para que as metas da empresa sejam atingidas.
No entanto, em muitos casos, as ferramentas do PCP são mal utilizadas ou
ineficientes, desperdiçando o potencial produtivo das empresas.
7

Para Marchesan (2001), o processo produtivo na construção civil acaba sendo


conduzido por planos informais, elaborados pelos executores da obra que, muitas
vezes, são diferentes dos planos formais. Este autor mostra uma inquietação quanto às
situações que favorecem a irregularidade na execução de obras civis.
Observa-se que existe um descompasso entre os encarregados pelo planeamento e os
responsáveis pela execução da obra; então os planos podem apresentar
incompatibilidades com a situação real da execução; outro fato é que quando os planos
não são controlados, terminam como entulho no escritório da obra.

Mesmo que as preocupações principais das empresas da construção civil sejam o


cumprimento de prazos e orçamentos, se não houver um planeamento e controle da
produção eficiente, torna-se muito difícil cumprir tais contratos, porque certamente as
condições previstas não ocorrerão.
Todo resultado proveniente do sistema de planeamento e controle da produção se
transforma em conhecimento, quando é avaliado corretamente; caso contrário, não
proporciona o diagnóstico da real condição da produção.

3. Custos
O processo de produção envolve o consumo de recursos, com materiais e mão-de-
obra, além de envolver outras atividades de apoio, que, indiretamente colaboram com a
produção, como transporte, marketing, vendas, manutenção, etc.
Todos estes insumos implicam em recursos financeiros que podem ser aplicados direta
ou indiretamente na produção. Logo, os custos são decorrentes das atividades
necessárias para a materialização do projecto.

Já para Shank (1997), a globalização da economia e a expansão das grandes


empresas ofereceram ao mercado muitas alternativas de preços, fazendo com que os
consumidores possam escolher os mais convenientes. Por isso, as empresas que não
despertarem para este fato correm o risco de perderem a participação no mercado que
atuam.
8

Nos tempos atuais, com a concorrência globalizada, manter informações sobre os


custos de produção é cada vez mais necessário para definir as estratégias da empresa.

Atkinson et al. (2000) advogam que hoje em dia as informações sobre custo servem
aos vários níveis da empresa, para nortear as decisões táticas e operacionais. Estes
autores visualizam as informações sobre custos como um sistema que envolve toda a
organização. A partir dos conceitos estudados neste trabalho, nota-se que as
definições dos custos de produção iniciam no planeamento do produto e no
planeamento da produção. Logicamente que, por questões de modificações de preços
de insumos, os custos também poderão sofrer alterações, mas isolando-se esta
variável, julga-se que é a forma de produção que definira o custo final.
Desta forma, pode-se unir o planejamento da produção com a definição e garantia do
custo final do produto. Ressaltando o relacionamento entre o PCP e o sistema de
custeio.

Na visão de Shank & Golvindarajam (1997, p. 21) “no gerenciamento estratégico de


custos sabe-se que o custo é causado, ou direcionado por muitos fatores que se inter-
relacionam de formas complexas. Compreender o comportamento dos custos significa
complexa interação do conjunto de direcionadores de custo em ação em uma
determinada situação”.
Este conceito destaca a importância do conhecimento e do gerenciamento de todos os
fatores que interferem no custo final de um produto, principalmente neste novo modelo
de concorrência, com margens de lucro reduzidas, onde o custo de produção define o
resultado da empresa.
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4. Gerenciamento de custos na construção civil


As modificações no mercado global também se refletiram na indústria da construção
civil. A redução das margens de lucro e a conseqüente reestruturação dos custos de
planejamento e produção fizeram com que as empresas da construção civil sofressem
modificações em seus sistemas gerenciais, pois conforme Rocha (2001), até
aproximadamente 10 anos, uma confortável margem de lucro absorvia quaisquer
perdas originadas por uma inadequada gestão econômica; no entanto, hoje, estas
margens não podem absorver mais nada, pois estão no limite da viabilidade econômica
do negócio construção.

As construtoras eram acostumadas a atribuir uma grande margem de segurança que,


caso não fosse utilizada, transformava-se em lucro. Este método permitia a ocorrência
de erros de planejamento, orçamento e até mesmo de execução, todos eram cobertos
pela margem de segurança.

Ao encontro de Shank (1997); Tubino (1999) afirma que este fato também é realidade.
Ele afirma que, até o início dos anos 90, as empresas brasileiras eram acostumadas a
estabelecer o preço dos seus produtos apenas acrescentando uma margem de lucro
sobre os custos. Conforme a equação:

Preço = Custo + Lucro

Dentro desta prática, conforme Tubino (1999), cada vez que ocorria alguma suba de
algum insumo, o aumento do preço era justificado pelos produtores e aceito pelo
mercado. No entanto, por advento da globalização da economia, a equação se alterou
para:
Lucro = Preço – Custo
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Conforme Lima (2000), todo estudo e planejamento de custos sobre atividades


envolvidas euma obra de construção civil está ligada diretamente ao orçamento
completo com a identificação de todos os produtos e serviços que compões a obra.
Por outro lado, Rocha (2001) afirma que o êxito de um orçamento está relacionado com
o planejamento da obra, pois uma obra sem um planejamento adequado dificilmente
conseguirá produzir informações acuradas de custos, pois é preciso saber onde, como,
quando e por que os custos ocorrem.

Percebe-se, então, as relações dependentes entre gestão de custos, orçamento e


planejamento da produção para garantir um bom desempenho para a construtora.
Cada ponto depende do outro, o processo de gestão de custos depende do orçamento,
que por sua vez, depende de um planejamento eficiente que, dando seqüência,
depende das informações da gestão de custos para se realimentar e continuar eficiente
através da aprendizagem.

O processo de gestão de custos, em boa parte das obras brasileiras, pode ser descrito
como um vôo cego em nuvens de números, conforme Rocha, (2001), pois devido as
deficiências nos sistemas de gestão de custos, o que se julgava lucro, desaparece ao
longo da obra.

Na concepção de Marchesan (2001), as deficiências nos sistemas de gestão de custos


iniciam na orçamentação, com o emprego de composições unitárias incompatíveis com
a realidade da empresa, onde utilizam coeficientes de consumo de materiais e mão-de-
obra de origem desconhecida.
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5. Resultados práticos
Dentre as várias atividades produtivas que concorrem para a materialização de uma
edificação, pode-se acompanhar e avaliar, através da determinação do consumo
efetivo de materiais, a variação de custo de produção entre executado e planejado de
três atividades básicas da construção de um prédio, alvenarias, instalações sanitárias e
revestimento cerâmico em paredes.
Essas comparações possibilitaram julgar o quanto o planejamento e controle da
produção influencia no gerenciamento dos custos de produção e vice-versa.

6. Madeira
O fato da madeira ser uma matéria-prima extraída de um ser vivo implica em variações
nas suas propriedades físico mecânicas, em função do meio ambiente em que a árvore
se desenvolve (PFEIL, 2003). O mesmo autor afirma que a madeira é um material
viável ecológica e economicamente devido às técnicas de reflorestamento e a
produção industrializada, apresentando grande economia e uma diminuição nas
perdas. Exibindo um panorama favorável aos objetivos estipulados no capítulo
introdutório deste trabalho.
Segundo Garcia et al. (2002) a madeira é classificada como resíduo sólido seco de
decomposição orgânica e de origem industrial. Sendo resíduos que não apresentam
risco de poluição ambiental, porém não são inertes, no sentido de ser um resíduo
desprovido de resistência mecânica, permitindo a destinação futura deste resíduo e
possibilitando que seja utilizado por outras atividades.
12

6.2. Mercado de Madeiras Para construção Civil


A produção de madeira serrada é o setor de produção de madeiras que atende a maior
parte da demanda da construção civil
A madeira é utilizada em obras atualmente como tábuas para montagem de fôrmas,
escoramento e travação das mesmas e para acabamentos em geral. Esse processo de
produção de matéria-prima indireta para construção foi possível devido ao aspecto
histórico cultural que almejava casas de alvenaria como alto padrão de vida. Outro fator
impulsionador da construção estruturada no concreto armado foi o incentivo fiscal e
econômico à criação de indústrias cimenteiras e produtoras de aço.

7. Potencial e importância do sector florestal em Moçambique


As florestas nativas representam o principal potencial florestal em Moçambique, com
alta diversidade florística, mas, poucas espécies são conhecidas no mercado (Chitará,
13

2003). Destas florestas, estima-se que 40,1 milhões de ha (51%), do território nacional
é coberto por florestas (26,9 milhões de ha é ocupado por florestas para a extracção de
madeira com valor comercial e 13,2 milhões de ha são áreas de conservação) e cerca
de 14,7 milhões de ha (19%) é coberto por outras formações lenhosas como vegetação
arbustiva, matagal e florestas sujeitas à agricultura itinerante (Marzoli, 2007). Estas
florestas diferenciam duma região para outra, sendo que a distribuição regional revela
que a região norte (Niassa, Cabo Delgado e Nampula) ocupa 42% da cobertura
floresta, a região centro (Zambézia, Tete, Manica e Sofala) concentram cerca de 40% e
a região sul concentra cerca de 18%.

Distribuição Regional da Cobertura Florestal em Moçambique (Marzoli, 2007)


7.1. Situação das indústrias madeireiras em Moçambique
Raimundo (2001), define madeira serrada como sendo produto obtido a partir do
desdobramento de toros por meio de serras, desde que esse produto tenha espessura
superior à 5mm. Este autor refere ainda que as peças de madeira serrada são
designadas conforme os formatos, dimensões e usos das mesmas, sendo as
principais: pranchas, vigas, tábuas, sarrafos, ripas e caibros. As pranchas devem
apresentar espessura de 40 mm a 70 mm, largura superior a 200 mm e comprimento é
variável e as tábuas apresentam espessura entre 10 e 40 mm, largura superior a 100
mm e comprimento variável, de acordo com o pedido do solicitante. As tábuas são
geradas a partir de toras, pranchas e pranchões (Oliveira, 2003). Barrotes são peças
com espessura de 4,0 cm e altura variando de 9 a 30 cm. As indústrias florestais são
constituídas por serrações e carpintarias. A maior parte destas indústrias estão
localizadas na zona centro e norte, nomeadamente nas províncias de Sofala,
14

Zambézia, Nampula, Cabo Delgado e Manica (Chitará, 2003). Nas indústrias


madeireiras de transformação primária (serrações) do país a capacidade estimada e
actual de produção das serrações é de aproximadamente 120.000 m3/ano e 65.000
m3/ano de madeira serrada, respectivamente. Em que as províncias de Manica, Sofala
e Zambézia constituem as províncias com maior capacidade de produção (Eureka,
2001). De acordo com a (DNTF, 2003; FALCÃO, 2005), existe uma grande
preocupação pela rentabilidade da indústria madeireira que não se mostra capaz de
responder às necessidades do mercado nacional. Esta indústria é caracterizada por
possuir maquinaria obsoleta de baixo rendimento e eficiência industrial com
dificuldades de adquirir sobressalentes o que faz com que uma grande parte delas
funcione com deficiência ou esteja paralisada. A capacidade de produção varia entre 5
a 10 m3 por dia.
A indústria madeireira desempenha um papel importante na melhoria das condições de
vida das comunidades contribuindo para o alívio a pobreza, através da criação de
postos de trabalho e disponibilização de produtos madeireiros processados. Assim, o
desenvolvimento da indústria florestal é uma das formas de contribuir para o
desenvolvimento do país.

7.2. Mercados e comércio de madeira serrada


Mercado é grupo de compradores e vendedores que estão em contacto
suficientemente próximo para negociar uns com os outros (HALL; LIEBERMAN, 2003).
Um mercado existe quando compradores que pretendem trocar dinheiro por bens e
serviços estão em contacto com vendedores desses mesmos bens e serviços
(Sandroni, 2006). No Mercado informal a actividade é orientada com objectivo de criar
emprego e rendimento para as pessoas nela envolvidas e para os seus agregados
familiares, com uma lógica de sobrevivência (Queiroz, 2009). De acordo com INE
(2005a), comércio informal é toda actividade comercial não registada na Repartição de
Finanças. Fazem parte deste grupo unidades não licenciadas, vendedores de rua, de
esquina, de mercado, etc. O sector informal em Moçambique incluir pessoas, empresas
ou negócios registados no governo local/município e que pagam uma taxa fixada para
o funcionamento do seu negócio. O sector informal ao contribuir para a angariação de
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receitas para os cofres do Estado está indirectamente a contribuir para melhorar a


qualidade de vida da população. Em Moçambique os produtos madeireiros são
comercializados no mercado nacional e internacional e as florestas nativas ainda são a
única fonte de madeira para abastecer estes mercados (Bila et al., 2004).

7.3. Mercado nacional


Segundo IPEX (2003), o mercado nacional absorve cerca de 90% da produção
nacional de madeira serrada e é caracterizado por possuir preços elevados e uma
cadeia de distribuição pouco estruturada. Os produtos de madeira que dominam o
mercado nacional são madeira para a construção civil (produtos de cofragem, réguas
de parquet e outros), e madeira para construção de mobiliário diverso (móveis para uso
doméstico e em pequena escala móveis de escritórios) (Eureka, 2001).
De acordo com Chitará (2003) com excepção de Maputo, a maioria das províncias
exploram seus próprios recursos florestais. A movimentação da madeira ocorre das
florestas para as cidades e vilas, que constituem os principais centros de
transformação e consumo, dentro da mesma Província. O movimento interprovincial
observa-se no sentido Norte - Sul, destina-se ao abastecimento da província de Maputo
onde existe o maior mercado nacional. A medida que a madeira se distancia das fontes
de abastecimento de matéria-prima o preço vária no sentido de aumentar (Eureka,
2001). Os preços de madeira em toro e processada variam muito entre províncias e
entre empresas da mesma província IPEx (2004), relata que existem cerca de 23
espécies com potencial comercial, destas somente 5 são as mais preferidas, em
trabalhos de alto valor na construção civil como na produção de móveis,
nomeadamente: Umbila, Jambire, Chanfuta, Mecrusse e Umbáua. Algumas excepções
são encontradas em Nampula onde as espécies secundárias têm grade utilidade
nomeadamente: Muroto (Brachystegia manga), Mutonha (Sterculia quinqueloba),
Sumaúma (Bombax rhodognaphalon), Canhoeiro (Screlocarya birrea) e Metil (Sterculia
appendiculata). Esta madeira tem sido utilizada para o fabrico de barrotes, esquadrias,
tábuas de cofragem, carroçaria e caixas diversas. A indústria de mobiliários com uso de
espécies nativas esta a tomar forma, principalmente móveis de Jambire destinados à
exportação. A Chanfuta tem sido muito usada para componente de acabamentos de
16

construção principalmente escadarias e outros móveis interiores. Aparentemente a


indústria de construção civil é a mais dominante no consumo de madeiras nativas no
mercado local, não obstante a qualidade e estética das madeiras Moçambicanas não
são apropriadas para mobiliário de luxo (Chitará, 2003).

7.4. Mercado internacional


O comércio internacional é uma actividade presente no quotidiano das nações desde a
antiguidade (Gelinski, 2009). No país é feita a importação e a exportação de produtos
madeireiros. Em Moçambique, as importações têm estado a superar as exportações,
sendo que em 2010, as importações totalizaram um valor de US$ 3.9 bilhões contra
US$ 2.2 bilhões das exportações, resultando num saldo comercial negativo de US$ 1.6
milhões (Banco de Moçambique, 2011). De acordo com IPEx (2004), Moçambique
importa produtos de madeira nomeadamente toros, postes, madeira serrada, parquet,
painéis de partículas e de fibras, contraplacado, caixas e obras de mercearia e ou de
carpintaria.
A África do sul é o maior parceiro comercial. Moçambique adquire naquele país uma
grande parte de produtos madeireiros, outro importante parceiro comercial na área de
madeira é Portugal e o Zimbabwe. Moçambique é um dos cinco principais países
africanos exportadores de madeira, sendo que mais de 90% da madeira moçambicana
destina-se ao mercado chinês principalmente na forma de tora (Mahanzule, 2013).
DNTF (2011), salienta que, o volume de madeira serrada exportada no país, passou de
cerca de 12.000 m3 em 2005, para cerca de 176.572 m3 em 2010. De acordo com a
Direcção Nacional de Terras e Florestas (2005), a madeira de Jambire e Umbila
apresentou no ano de 2004, maior contribuição nos volumes totais exportados, de
30.049 m³ e 24.229 m³ equivalentes a 41,06% e 33,11%, respectivamente. De acordo
com a mesma fonte, a elevada procura destas espécies deve-se em parte à preferência
por estas no mercado internacional e, por outro lado, pode ser associada à permissão
por parte do Governo de exportação de até 50% do volume explorado destas espécies.
17

7.5. Custos e rendimentos de comercialização de madeira serrada em


Moçambique
Serra (1994), o custo de comercialização envolve os pagamentos totais incorridos no
processo de comercialização da madeira serrada e representa as despesas totais
requeridas para produzir tais produtos ou serviços.
Rendimento é a remuneração ou conjunto de remunerações de um qualquer agente
económico em contrapartida pela cedência de um factor produtivo por si detido para
utilização no processo produtivo. São exemplos de rendimentos, os seguintes: Salário,
Juros, Lucros e Rendas. O rendimento em madeira serrada é influenciado por diversos
factores, tais como características da espécie, produtos, maquinaria, mão-de-obra e,
principalmente, pelo diâmetro das toras. Além desses factores, o tratamento que é
dado às toras ainda no pátio da serraria e outras decisões de como desdobrá-las são
factores fundamentais para que se atinjam bons níveis de rendimento (Murara et al.,
2005).

8. conclusão
Através da análise dos projetos, memoriais descritivos, cronogramas e orçamentos da
obra foi possível concluir que a Construtora realizou o planejamento da produção das
obras, no entanto, esse planejamento ficou, em sua maior parte, atrelado ao
cumprimento das especificações dos projetos arquitetônicos e estruturais, deixando de
lado os cronogramas e orçamentos preestabelecidos. Esses aspectos vão ao encontro
das afirmações de Bernardes (1996); Marchesan (2001) e de Rocha (2001) que
destacam o hiato existente entre a equipe de planejamento e a equipe operacional,
fazendo com que o processo produtivo seja conduzido por planos informais. Estas
opiniões mostram as condições favoráveis à ocorrência de irregularidades na execução
dos serviços da construção civil.
A confrontação entre os custos reais e os custos planejados mostrou que a utilização
de métodos de planejamento e controle de obras associados a um sistema de
gerenciamento de custos permite que a empresa da construção civil consiga cumprir ou
reduzir os orçamentos previstos.
18

Foram observadas quatro espécies madeireiras comercializadas, porem as vendas são


concentradas principalmente na Afzelia quanzensis e Pterocarpus angolensis. As
espécies comercializadas são de primeira qualidade.

9. Referencias
ATKINSON, A. A . et al. Contabilidade gerencial. São Paulo: Atlas, 2000.
BERNARDES, M. M. S. Método de análise do processo de planejamento da
produção de empresas construtoras
através do estudo de seu luxo de informação: proposta baseada em estudo de
caso. 1996. 136f. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Civil)- Universidade Federal do Rio grande do Sul. Porto
Alegre, 1996.
LIMA, J. L. P. Custos da construção civil. 2000. 122 f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Civil) – Universidade
Federal Fluminense, Rio de Janeiro, 2000.
MARCHESAN, P. R. C. Modelo integrado de gestão de custos e controle da
produção para obras civis.
2001. 163f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil)- Universidade Federal do Rio
grande do Sul. Porto
Alegre, 2001.
19

ANEXOS
20
21

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