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Departamento de Engenharia Química

Engenharia Química

Projecto de Instalações Químicas

Processamento de Óleo de Soja e Sabão

Discentes: Docente:

Macuácua, Arão Moniz Dr. Borges Chambal

Simão, Mauro da Graça Eng. Carlitos Balança

Sumine, Elísio Freitas

Maputo, Julho de 2019


Carta de Submissão

Análise de Viabilidade na Implantação de uma Indústria de Produção de Óleo de


Soja e Sabão- Zambézia

No âmbito da cadeira de Projecto de Instalações Químicas, o grupo IV composto por


Arão Moniz Macuácua, Mauro da Graça Simão e Elísio Freitas Sumine, vem submeter
o Projecto de Implantação de uma Indústria de Processamento de Óleo de Soja e Sabão
ao corpo docente da cadeira, leccionada no Departamento de Engenharia Química,
Faculdade de Engenharia-Universidade Eduardo Mondlane por forma a responder aos
requisitos estabelecidos como critério de avaliação da disciplina.

A análise económica do projecto revela que este é um projecto economicamente viável,


com um capital de investimento total de $29 500 000 (vinte e nove milhões e quinhentos
mil dólares), ostentando os seguintes indicadores temporais de viabilidade económica:
Valor Actual Líquido (VAL) de cerca de $36 000 000 (trinta e seis milhões de dólares),
Taxa Interna de Rendibilidade (TIR) de 38%, e um período mínimo de recuperação do
investimento (PRI) de 4.5 anos.

A análise do projecto do ponto de vista ambiental, apresenta aspectos e impactos


ambientais que podem ser minimizados e mitigados pelos critérios de tratamentos dos
resíduos sólidos e efluentes líquidos e gasosos decorrentes do processo de produção, a
se usar na futura Instalação, tornando-se assim, num projecto ambientalmente viável,
acrescentado ao facto de não se produzir resíduos perigosos (pela classificação da
norma ISO 9001).

Mesclando todos os factores acima apresentados, que garantem a viabilidade económica


e ambiental do projecto, este mostra-se digno para a sua implementação como um
projecto real, ao que se submete o projecto para uma avaliação pelo corpo docente.

i
Estudantes:

______________________ _________________________ ___________________

Arão Moniz Macuácua Mauro da Graça Simão Elísio Freitas Sumine

Maputo, Julho de 2019

ii
Agradecimentos

Agradecer de princípio a Deus pelo dom da vida e por nos guardar até então e por
permitir que o presente trabalho seja realizado.

Nossos agradecimentos se estendem as colegas: Uneisa de Araújo, Ércia Alfredo


Manhiça e Helena Milena Guimarães, que constituem o nosso grupo oponente, sendo
que ao longo do semestre foram o pilar do nosso desenvolvimento como grupo na
elaboração do projecto através de suas críticas que foram bastante construtivas na
elaboração e prossecução do projecto.

Ao corpo docente, nomeadamente: Prof. Doutor Engo. Borges Chambal e ao Engo.


Carlitos Manuel Balança, endereçamos o nosso Mwaita Bhassa (muito obrigado), por
estarem conosco ao longo do semestre, e nos munirem de todo conhecimento teórico e
prático que foram de importância incontestável para a elaboração deste relatório.

iii
Lista de Símbolos

Sigla/Símbolo Definição

𝐼𝑁𝐸 Instituto Nacional de Estatística

𝐸𝑁1 Estarada Nacional número 1

𝐸𝐷𝑀 Electricidade de Moçambique

𝑇𝐼𝑅 Taxa interna de rendibilidade

𝑃𝑅𝐼 Período mínimo de recuperação do investimento

𝑉𝐴𝐿 Valor actual líquido

𝑃𝐶 Ponto crítico ou Break even point

℃ Graus Célsius

% Percentagem

𝑘𝑔 Quilograma

𝑡𝑜𝑛 Tonelada

$ Dólar

iv
Resumo

O presente trabalho surge no âmbito da disciplina de Projecto de Instalações Químicas,


com a finalidade de analisar a viabilidade da instalação de uma Indústria de
Processamento de Óleo de Soja e Sabão, tendo que se perfazer os seguintes itens para
se atingir a finalidade mencionada: analise do mercado, estudo da região de
implantação da unidade fabríl, dimensionamento da unidade de produção e por fim,
análise da viabilidade económica do projecto. Serão abordados também uma data de
assuntos referentes aos impactos ambientais, sociais e econômicos originários da
implantação desta unidade de produção.

Para o alcance desses objectivos recorreu-se a várias fontes bibliográficas, e estatísticas


disponíveis das empresas que constituem a concorrência deste projecto para aquilo que
é o seu campo de actuação, produção de óleo e sabão. Consultou-se também alguma
regulamentação técnica para a avaliação da viabilidade ambiental do projecto e para
verificação dos parâmetros de qualidade do produto final.

Feita uma avaliação do histórico do preço de venda do óleo e do sabão à saída da fábrica,
nomeadamente para os anos de 2014 a 2017, fixou-se o preço de venda do óleo e do
sabão. Relacionando esses preços de venda e os seus respectivos volumes de produção
anuais, dando uma receita conjugada não só pela venda destes dois produtos, mas
também com a contribuição do valor de venda do farelo (resíduo do processo de
extração do óleo bruto), chegou-se aos seguintes indicadores de viabilidade económica:

Valor Actual Líquido (VAL) de cerca de $36 000 000 (trinta e seis milhões de
dólares);
Taxa Interna de Rendibilidade (TIR) de 38%; e
Período mínimo de recuperação do investimento (PRI) de 4.5 anos.

Por fim, para a implementação do projecto, requer-se um capital de investimento total


de $29 500 000,00 (vinte e nove milhões e quinhentos mil dólares).

v
Índice

1. Introdução .............................................................................................................. 1

1.1.Objetivos .................................................................................................................. 2

1.1.1.Objectivo geral ...................................................................................................... 2

1.1.2.Objectivos específicos .......................................................................................... 2

2. Âmbito do Trabalho ................................................................................................... 3

3.Metodologia ................................................................................................................ 4

4.Justificativa ................................................................................................................. 5

5.Estudo da localização do Projecto............................................................................... 6

5.1. Perfil do local de implantação da unidade fabril .................................................... 6

5.2.Infraestruturas locais ................................................................................................ 7

5.3.Disponibilidade de Água.......................................................................................... 7

5.4.Disponibilidade de Matéria-prima ........................................................................... 7

5.5.Disponibilidade de Energia ...................................................................................... 8

5.6.Disponibilidade de Vias de Acesso.......................................................................... 8

5.7.Disponibilidade de Mão-de-obra ............................................................................. 9

6.Análise do Mercado .................................................................................................. 10

7.Tempo de vida útil do projecto ................................................................................. 11

8.Revisão Bibliográfica ................................................................................................ 12

vi
8.1. Classificação dos Óleos Vegetais ......................................................................... 12

8.2.Características Nutricionais do Óleo de Soja......................................................... 12

8.3.Aspectos Físico-Químicos do Óleo de Soja........................................................... 13

8.4.Aspectos Bioquímicos e Químicos do Óleo de Soja ............................................. 14

8.4.1.Oxidação de Lipídios .......................................................................................... 14

8.4.2.Aspectos Microbiológicos do Óleo de Soja ........................................................ 15

9.Processo de produção ................................................................................................ 16

9.1.Armazenamento ..................................................................................................... 16

9.2.Preparação .............................................................................................................. 16

9.2.1.Pré-limpeza ......................................................................................................... 16

9.2.2.Descascamento e Separação dos Tegumentos .................................................... 17

9.2.3.Condicionamento ................................................................................................ 17

9.2.4.Trituração e laminação ........................................................................................ 17

9.3.Extração do óleo bruto ........................................................................................... 18

9.3.1.Extracção com solvente orgânico ....................................................................... 18

9.4.Recuperação do solvente da miscela...................................................................... 19

9.4.1.Separação do Solvente da água e do ar. .............................................................. 20

9.5.Tratamento e Dessolventização do farelo .............................................................. 21

9.6.Processo de refinação do óleo bruto ...................................................................... 23

9.6.1.Degomagem ........................................................................................................ 23
vii
9.6.2.Neutralização ...................................................................................................... 24

9.6.3.Branqueamento ................................................................................................... 25

9.6.4. Desodorização .................................................................................................... 26

9.7. Aproveitamento da “borra” ................................................................................... 10

10. Controle de qualidade ....................................................................................... 12

11. Higienização e Limpeza .................................................................................... 13

12. Efluentes do processo de produção ................................................................... 14

13. Impactos da Unidade Fabril .............................................................................. 15

13.1 Aspectos e Impactos ambientais ` ................................................................. 15

13.1.2 Medidas mitigatórias: ................................................................................ 16

13.2 Impactos sociais ............................................................................................ 16

13.3 Impactos Económicos ................................................................................... 16

14. Higiene e segurança ocupacional ...................................................................... 16

14.1. Saúde ocupacional ......................................................................................... 16

14.2. Riscos ocupacionais ................................................................................... 16

14.2.1. Medidas para a minimização dos riscos e doenças ocupacionais .............. 17

15. Layout Geral da Makura, Lda ........................................................................... 18

15.1 Descrição do Layout ............................................................................................ 19

16. Estimativa de Custos ......................................................................................... 21

16.1. Equipamento de base da unidade fabril .............................................................. 21


viii
16.2. Estimativa do Investimento Total ....................................................................... 22

16.3 Estimativa de Custos de Exploração ............................................................. 24

16.3.1 Linha de produção de óleo ..................................................................... 24

16.3.2 Linha de produção de Sabão .................................................................. 25

17. Analise de Viabilidade Económica do Projecto................................................ 26

17.1 Break Even Point ........................................................................................... 27

17.2 Valor Actual Líquido (VAL)......................................................................... 28

17.3 Período Mínimo de Recuperação de Investimento (PRI).............................. 28

17.4 Taxa Interna de Rendibilidade ...................................................................... 28

17.5 Análise da Sensibilidade do Projecto ............................................................ 29

18. Conclusão ........................................................................................................ 341

19. Bibliografia ..................................................................................................... 342

20. Apêndices .......................................................................................................... 34

ix
Índice de figuras

Figura 1- Localização geográfica do distrito do Gurué. ................................................ 7

Figura 2-Percurso da matéria prima ............................................................................... 8

Figura 3-Processos de obtenção do óleo bruto (adaptado)........................................... 20

Figura 4-Processo de tratamento do farelo (Adaptado) ............................................... 22

Figura 5-relação da quantidade de ácidos graxos livres no óleo e concentração de NaOH


necessária para a neutralização .................................................................................... 25

Figura 6-Processo de refino do óleo bruto (Adaptado ) ............................................... 27

Figura 7-Processo de aproveitamento da bora (adaptado) ........................................... 11

Figura 8-Layout Geral da Instalação (Escala 1:2000) .................................................. 18

Figura 9-Break Even Point ........................................................................................... 27

x
Índice de tabelas

Tabela 1-Distribuição de Trabalhadores por dia ............................................................ 9

Tabela 2- Análise das empresas concorrentes .............................................................. 10

Tabela 3-Compostos nutricionais do óleo de soja........................................................ 13

Tabela 4-Aspectos físico-químicos do óleo de soja ..................................................... 14

Tabela 5-Composição Química do Óleo de Soja ......................................................... 15

Tabela 6-Parâmetros de qualidade do óleo refindado .................................................. 12

Tabela 7-Etapas do processo de Higienização e Limpeza ........................................... 13

Tabela 8-Equipamento de base de toda a instalação fabril .......................................... 21

Tabela 9-Estimativa do Investimento total .................................................................. 22

Tabela 10-Custos de Investimento Fixo de cada uma das linhas ................................. 23

Tabela 11-Custos de Exploração (linha de produção do óleo) .................................... 24

Tabela 12-Custos de Exploração anuais (linha de produção de sabão) ....................... 25

Tabela 13-Custos de Produção unitários ...................................................................... 25

Tabela 14-Dados para análise da viabilidade económica do projecto ......................... 26

Tabela 15-Análise da sensibilidade do projecto à variação do preço de aquisição da


matéria-prima. .............................................................................................................. 29

Tabela 16-Análise da sensibilidade do projecto à variação do preço de venda do óleo


...................................................................................................................................... 29

Tabela 17-Análise da sensibilidade do projecto à variação do preço de venda do sabão


...................................................................................................................................... 29

xi
Tabela 18-Análise da sensibilidade do projecto à variação do preço de venda do farelo
...................................................................................................................................... 29

Índice de gráficos

Gráfico 1- Demanda de soja pela indústria avícola ....................................................... 5

Gráfico 2-Periodo de Recuperação de Investimento .................................................... 28

xii
1. Introdução

O óleo de soja é um tipo de óleo de origem vegetal, que se obtém por processos de
extração mecânica ou por solvente (ou por outros processos tecnológicos como o uso
de solventes orgânicos supercríticos) a partir dos grãos da cultura de soja e é usado
para alimentação humana através da sua constituição rica em ácidos graxos poli-
insaturados (como ácido ômega-3, ômega-6 e ômega-9) que ajudam de forma
significativa no metabolismo celular humano. Em termos de qualidade organoléptica,
o óleo de soja torna os alimentos desejáveis para o consumo devido ao incremento de
características como sabor, aroma, cor e textura, e nutricionalmente estes óleos se
constituem em uma excelente fonte de energia metabólica, ácidos graxos essenciais,
vitaminas lipossolúveis e carotenoides que conferem a cor amarelada do óleo (Pedro
et all, 2017).

O óleo de soja é produzido em maior quantidade do que qualquer outro óleo vegetal
em todo o mundo pelas características acima apresentadas, o que torna muito atractivo
a comercialização do mesmo, o que desencadeia uma crescente demanda do óleo.

Moçambique tem apresentado um crescente aumento na produção da cultura da soja,


só em 2011, se produziu 500 mil toneladas de grãos dessa cultura, que tende a crescer
anualmente. Actualmente, a soja figura na lista das três culturas de grãos mais
comercializadas no mercado interno nacional, junto das culturas do milho e do feijão,
segundo dados publicados pelo Ministério da Indústria e Comércio em 2018. O grosso
dessa produção se encontra maioritariamente concentrado nas províncias centrais da
Zambézia e Manica. Nessas províncias, os grãos de soja produzidos são usados para
produção doméstica e por pequenas empresas de produtos como leite, iogurte, farinha
e até rações para a indústria agrícola, e o remanescente segue para exportação.

Não obstante, a cadeia de valor da soja nacional não inclui ainda o seu uso para a
produção de óleo. Sendo uma cultura mundialmente aclamada no mundo dos óleos
alimentares, associando a sua disponibilidade nos campos de produção nacional e
também para aumentar a sua cadeia de valor, revela-se aliciador a instalação de
unidade fabril de raiz que se ocupe na extração, refino e comercialização do óleo de
soja.
1
1.1.Objetivos

1.1.1. Objectivo geral

• Avaliar a viabilidade da implementação de uma instalação de processamento de


óleo de soja.

1.1.2. Objectivos específicos

• Análisar o mercado e localização da unidadade;


• Definir a tecnologia a usar;
• Dimensionar a unidade de produção;
• Analisar a regulamentação técnica na implementação do Projeto.

2
2. Âmbito do Trabalho

Como critério de avaliação na cadeira de Projecto de Instalações Químicas, leccionada


no Departamento de Engenharia Química, Faculdade de Engenharia-UEM, o presente
projecto tem como objectivo analisar a viabilidade da instalação de uma Indústria de
Processamento de Óleo de Soja e Sabão em Moçambique, a se localizar na província
de Zambézia, distrito de Gurué.

3
3. Metodologia

A realização deste relatório foi baseada em:

• Pesquisas bibliográficas;
• Análises de dados estatísticos e de geográficos, relacionados ao
tema;
• Pesquisas na internet para o levantamento de informações sobre
o tema;
• Conteúdo das aulas teóricas e práticas ministradas no decorrer do
semestre.

4
4. Justificativa

A decisão da realização deste projecto foi baseada na necessidade incrementar a cadeia


de valor nacional da cultura da soja instalando uma unidade fabril de raiz para a
produção de óleo de soja, uma vez que até aos dias actuais não se encontra instalada
nenhuma unidade industrial que processe matéria-prima nacional para extração de óleo
vegetal alimentar. Adicionada a esta razão vem a demanda deste óleo no mercado pelas
suas nobres propriedades como suplemento alimentar e devido à larga disponibilidade
de matéria-prima nacional a preços atraentes, 500 mil toneladas de grãos de soja foram
produzidas em 2011.

Esta cultura apresenta apenas cerca de 18% de óleo (Shreeve, 1954), contudo toda a sua
“ganga”, constituída pela polpa, cascas e borra.

A casca resultante do pré-tratamento dos grãos pode ser usada para a geração de
potência na instalação fabril e a borra, rica em substâncias saponificáveis, é usada para
produção de sabão em barra. Por fim, a polpa depois do processo de extração do óleo
bruto dá origem ao farelo que pode ser comercializado para os fazedores da indústria
avícola para a produção de ração animal. O gráfico abaixo, mostra o crescente consumo
do farelo de soja pela indústria agrícola ao longo do tempo. Esta possibilidade de
reaproveitamento da “ganga” para estes fins, justificou de forma incontestável a decisão
da prossecução do projecto.

Gráfico 1-Demanda de soja pela indústria avícola, Fonte:Multi- Stakeholder


Mozambique
5
5. Estudo da localização do Projecto

5.1. Perfil do local de implantação da unidade fabril

Por se tratar essencialmente de uma indústria de síntese, a unidade fabril será instalada,
diga- se, por conveniência, junto da fonte da matéria prima, na província central da
Zambézia, no distrito do Gurué. Como já referido, apenas 18% dos grãos de soja são
reaproveitados como óleo, a localização da unidade na fonte da matéria-prima é mais
do que justificável.

O distrito de Gurué localiza-se a norte da província Zambézia, na região da Alta


Zambézia, , com sede na Cidade de Gurué. Tem limite a norte com o distrito
de Malema da província de Nampula, a noroeste com o distrito de Cuamba da
província de Niassa, a sudoeste com o distrito de Milange, a sul com os distritos
de Namarroi e Ile e a leste com o distrito de Alto Molócue.

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Figura 1- Localização geográfica do distrito do Gurué. Fonte: INE, Estatísticas do
distrito de Gurué, (2011).

A sua localização o torna num ponto estratégico para a distribuição do produto final
para as províncias fronteiriças de Nampula e Niassa.

A economia do Gurúè depende principalmente, das plantações de chá, soja, café e de


outras culturas. A terra e o clima são apropriados para o desenvolvimento dessas
culturas de elevado valor comercial, o que incita aos agricultores locais o seu cultivo
em massa.

5.2. Infraestruturas locais

O distrito de Gurué está localizado numa importante estrada que o liga, via Ile, à EN1
e, daí, a linha férrea de Nacala. O distrito tem, assim, importantes ligações por estrada
e caminho de ferro com Quelimane, Nampula e o Malawi (METIER, 2005).

O distrito de Gurué tem um acesso relativamente fácil a estrada que liga Quelimane ao
corredor comercial Nacala-Malawi.

Em termos de telecomunicações, existe uma ligação via rádio, televisão e telefonia


móvel. O distrito beneficia de energia elétrica de Cahora Bassa desde o ano de 2002.

5.3. Disponibilidade de Água

O fornecimento de água para a unidade fabril será feito a partir de um contrato com
empresa FIPAG, para fornecer água com as características que permitam responder as
necessidades do processo. Por outro lado, parte da água a se utilizar na instalação sera
captada no rio Licungo que percorre o distrito de Gurué.

5.4. Disponibilidade de Matéria-prima

A economia do Gurúè depende principalmente, das plantações de chá, soja, café e de


outras culturas. A terra e o clima são apropriados para o desenvolvimento dessas
culturas de elevado valor comercial, o que incita aos agricultores locais o seu cultivo
em massa.

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Os grãos serão comprados dos agricultores locais nos seus campos de produção e estes
serão transportados para a unidade fabril através da EN231 e por uma estrada de terra
abatida, num percurso que constitui no final um total de 4,8 Km de extensão.

Figura 2-Percurso da matéria prima (Google Maps-08.04.2019)

Portanto, o principal fator que determinou a localização da unidade fabril neste distrito
foi a disponibilidade de matéria-prima, e acrescenta-se, o preço de aquisição dos grãos
de soja que são bastante atraentes.

5.5. Disponibilidade de Energia

A energia elétrica a ser alimentada a unidade fabril será oriunda de um contrato a ser
comemorar com a empresa fornecedora de enérgica elétrica nacional, a EDM, EP, da
Cidade de Gurué.

5.6. Disponibilidade de Vias de Acesso

O distrito de Gurué está localizado numa importante estrada que o liga, via Ile, à EN1
e, daí, a linha férrea de Nacala. O distrito tem, assim, importantes ligações por estrada
e caminho de ferro com Quelimane, Nampula e o Malawi.

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5.7. Disponibilidade de Mão-de-obra

A mão-de-obra a operar no projecto será totalmente nacional e pela responsabilidade


social incluída pela empresa, dar-se-á enfoque a população local. No que diz respeito
aos colaboradores do projecto, contar-se-á com uma equipe de engenheiros, técnicos
de primeiros socorros, motoristas, pessoal de limpeza, operadores industriais entre
outros profissionais. A operação diária está distribuída em 3 turnos de 8h, com a
seguinte distribuição de colaboradores por turno:

Tabela 1-Distribuição de Trabalhadores por dia

Trabalhadores Número
Director Geral 1
Director Administrativo 1
Director Técnico 1
Chefe do RH 1
Contabilistas 2
Técnicos de Primeiros Socorros 2
Agentes de Limpeza 6
Engenheiros 3
Operadores Industriais 15
Rececpcionistas 2
TOTAL 34

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6. Análise do Mercado

O mercado alvo para a comercialização do óleo de soja será exclusivamente o mercado


nacional, numa primeira fase mais focada na zona norte e centro do país. No mercado
nacional não existe nenhuma indústria que lide com a extração de óleo, o que é um
ganho, não obstante, existe uma forte concorrência na área do refino e comercialização
do óleo refinado no mercado nacional.

Como previsto por dados estatísticos da população moçambicana, esta vem crescendo
ao longo dos anos, a uma taxa acelerada, o que demanda maior consumo desse
suplemento alimentar. A produção nacional de óleo refinado não cobre aquilo que é o
poder de absorção da população, pois ainda se importa óleo refinado do exterior,
significando existência de espaço para o projecto.

Na tabela abaixo, apresenta-se as principais empresas concorrentes no refino e venda


de óleo alimentar no mercado nacional.

Tabela 2- Análise das empresas concorrentes

Fábrica Capacidade (ton/dia) Localização


Grupo Maeva 500 Maputo
GS Holdings 200 Nampula
FASOREL 150 Maputo
FABEROL 150 Sofala
Ginwala & Filhos Maputo

Nota-se claramente pela tabela, que a 3 das 5 empresas concorrentes se encontram


concentradas na região sul do país, abrindo espaço para o mercado situado no centro e
norte do país, principalmente.

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Baseada na taxa de produção anual da cultura da soja, a instalação será projectada para
ter uma capacidade de produção diária de 120 toneladas de óleo de soja e 12.5 toneladas
de sabão.

7. Tempo de vida útil do projecto

A grossa maioria dos equipamentos de base para o processo da unidade fabril é feita
indubitavelmente de aço inoxidável pelas exigências da indústria de produção de
produtos alimentares.

Assim, estimou-se uma vida útil média do projecto de 15 anos, com base no tempo de
duração desses materiais feitos em aço inox.

A unidade manter-se-á operante por 300 dias ao ano, 24 h por dias distribuídas em 3
turnos de igual duração. Os restantes 65 dias estão destinados à manutenção, limpeza
geral e férias colectivas.

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8. Revisão Bibliográfica

8.1. Classificação dos Óleos Vegetais

Os óleos vegetais podem ser classificados de várias maneiras, sendo uma delas a
classificação por composição de ácidos graxos. A lista dos ácidos graxos naturais é
superior a 1000, mas os de interesse comercial estão limitados a um menor número,
talvez cerca de 20. Nos óleos vegetais três ácidos graxos são dominantes: palmítico,
oléico, linoleico e por vezes acompanhado de ácido esteárico e pelo ácido linolênico.
Os outros ácidos graxos, que ocorrem em óleos especiais, incluem o mirístico,
láurico, erúcico, hexadecenóico, ácido linolênico, eleostearico e isômeros,
ricinoléico e vernólico (Fuentes, 2011).

8.2. Características Nutricionais do Óleo de Soja

Com baixa taxa de óleos saturados, o óleo da soja é um composto lipídico que
representa18 a 20% da composição nutricional da soja, sendo que se encontra a
predominância de poli-insaturados (58%), monoinsaturados (23%) e pouca
participação de saturados (15%) (Pinheiro et al, 2009).

Os ácidos graxos saturados favorecem o aumento do colesterol LDL (Lipoproteina


de baixa densidade) e dos triglicerídeos, elevando o risco de doenças do coração
como o infarto. Por este motivo nas últimas décadas tanto tem se falado para reduzir
a ingestão de gorduras de origem animal. Já as gorduras que contêm na sua
composição ácidos graxos poliinsaturados e principalmente monoinsaturados estão
relacionadas à diminuição dos níveis de colesterol (LDL), elevação do colesterol
HDL (Lipoproteina de alta densidade), redução da pressão arterial, resultando em
menor risco de doenças cardíacas.

O Óleo de Soja é usado como óleo vegetal de alta qualidade e tem a função de baixar
o colesterol. Seu consumo moderado aliado a uma dieta com níveis adequados de
gordura pode trazer óptimos benefícios à saúde humana.

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Tabela 3-Compostos nutricionais do óleo de soja

Porção de 13 ml (uma colher de sopa)


Valor Energético 108 kcal = 454 kJ 5%
Gorduras Totais 12,0 g 22%
Gorduras Saturadas 2,0 g 9%
Vitamina E 2,8 mg 28%

Fonte: http://www.campestre.com.br/

Segundo Vizzotto et al (2010), dos componentes nutricionais encontrados em óleos


de soja destacam-se:

• Os ácidos alfa-linoléico, que são considerados estimulantes do sistema


imunológico e responsáveis por ajudar no controlo de infecções.
• O Ômega 3 é um ácido graxo essencial, constituído basicamente pelo LNA
(ácido alfa linolênico) com função de baixar os níveis de LDL além de reduzir
a pressão arterial.
• O Ômega 6, também é um ácido graxo essencial que não pode ser sintetizado
pelo organismo e possui propriedades semelhantes às do ômega 3 além de
auxiliar na cicatrização e estimular o sistema imunológico.

8.3. Aspectos Físico-Químicos do Óleo de Soja

Os ácidos graxos têm muitas aplicações tanto na indústria assim como na produção
de suplementos alimentares. As aplicações dependem das propriedades físico-
químicas, tais como actividade superficial, solubilidade, comportamento na fusão,
densidade, viscosidade e outras que dependem particularmente do tamanho da cadeia
(Pedro, 2017).

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Tabela 4-Aspectos físico-químicos do óleo de soja

Índices Unidades Valores de referência

Peso Específico (25ºC) g/c m³ 0,916 - 0,922


Índice de Refração (25ºC) - 1,465 - 1,475
Índice de Iodo g I2 / 100g 120 – 141
Índice de Saponificação mg KOH/g 180 – 200
Matéria Insaponificável % < 1,0%
Acidez, óleo refinado g ácido oleico/100g < 0,3
Acidez, óleo bruto g ácido oleico/100g < 2,0
Índice de Peróxido mEq/kg < 10,0

Fonte: ANVISA, 1999.

8.4. Aspectos Bioquímicos e Químicos do Óleo de Soja


8.4.1. Oxidação de Lipídios

Os fenômenos de oxidação dos lipídios dependem de diversos mecanismos de reação


extremamente complexos, os quais estão relacionados com o tipo de estrutura
lipídica e o meio onde está se encontra. O número e a natureza das insaturações
presentes, o tipo de interface entre os lipídios e o oxigênio, a exposição à luz e ao
calor, a presença de pró-oxidantes (ex. íons metálicos de transição) ou de
antioxidantes, são fatores determinantes para a estabilidade oxidativa dos lipídios
(Frankel et al., 1994; Silva et al, 1999).

Uma questão peculiar da soja baseia-se em sua estabilidade, uma vez que, apesar de
conter alto teor de tocoferol (vitamina E) substância que contribui para estabilidade
de compostos, sua estabilidade a altas temperaturas é baixa, dado que, o óleo também
possui um conteúdo significativo de ácido linolênico.

14
Tabela 5-Composição Química do Óleo de Soja

Ácidos graxos Estrutura Valores de referência (%)


Ácido Mirístico C14: 0 < 0,5
Ácido Palmítico C16: 0 7,0 - 14,0
Ácido Palmitoléico C16: 1 < 0,5
Ácido Esteárico C18: 0 1,4 - 5,5
Ácido Oléico (Ômega 9) C18: 1 19,0 - 30,0
Ácido Linoléico (Ômega 6) C18: 2 44,0 - 62,0
Ácido Linolênico (Ômega 3) C18: 3 4,0 - 11,0
Ácido Araquídico C20: 0 < 1,0
Ácido Eicosenóico C20: 1 < 1,0
Ácido Behêmico C22: 0 < 0,5

Fonte: Pinheiro et al, 2009

8.4.2. Aspectos Microbiológicos do Óleo de Soja

Ao longo das pesquisas realizadas, não foram encontradas bibliografias retratando


sobre a microbiota dos óleos, principalmente da soja, dada as suas características que
dificultam o desenvolvimento de microrganismo fora do ambiente intestinal. Essas
características podem ser a acidez do óleo, a baixa actividade da água, ausência de
proteína e carbohidratos.

15
9. Processo de produção

O processo de produção da soja, de maneira geral, divide-se em duas etapas principais:


a produção de óleo bruto, tendo como resíduo o farelo, e o refino do óleo bruto
produzido.

A obtenção do óleo bruto e do farelo ocorre em três etapas:

1) Armazenamento dos grãos;

2) Preparação dos grãos;

3) Extracção do óleo bruto.

9.1.Armazenamento

No período que antecede o processo da produção do óleo bruto e do farelo, deve-se


salientar a importância das condições do armazenamento da soja, pois incidem
directamente no rendimento e na qualidade do produto final. Quando as sementes
oleaginosas são armazenadas em más condições, podem ocorrer problemas, tais como:
aquecimento da semente, chegando até a carbonização, caso esteja com umidade acima
da crítica (13%); aumento de acidez; escurecimento do óleo contido na semente,
tornando difícil a refinação e a clarificação; alterações sensoriais, influindo no sabor e
no aroma dos farelos e óleos produzidos, e modificações estruturais, como a diminuição
do índice de iodo após armazenamento prolongado da semente de soja.

9.2. Preparação
9.2.1. Pré-limpeza

Os grãos colhidos nos campos de produção ou armazenados nos centros de distribuição


são transportados por via rodoviária, ferroviária ou hidroviária até a secção de
esmagamento.

Na matéria-prima recebida, são avaliados por amostragem: o teor de humidade, a


quantidade de material estranho e a incidência de grãos quebrados, avariados e ardidos.
Muitas impurezas, frequentemente, se misturam aos grãos. A eliminação da sujidade
mais grossa antes do armazenamento na indústria é denominada pré-limpeza.

16
É realizada por máquinas especiais, dotadas de peneiras vibratórias ou de outro
dispositivo, que separam os grãos dos contaminantes maiores. A pré-limpeza, antes do
armazenamento, diminui os riscos de deterioração e reduz o uso indevido de espaço útil
do silo.

9.2.2. Descascamento e Separação dos Tegumentos

Os grãos limpos, dos quais se deseja separar os cotilédones (polpas) dos tegumentos
(cascas), não devem sofrer compressão durante o descascamento, pois nesse caso, parte
do óleo passaria para a casca e se perderia, uma vez que as cascas, normalmente, são
queimadas nas caldeiras destinadas à geração de calor ou vapor para a fábrica. Os
descascadores são máquinas relativamente simples, onde as cascas são quebradas por
batedores ou facas giratórias e são separadas dos cotilédones por via de ciclone com
insuflação de ar.

9.2.3. Condicionamento

Após o descascamento, de forma a facilitar a trituração e laminação, os cotilédones


(agora separados em duas metades) sofrem um ligeiro aquecimento entre 55 ºC e 60ºC.

9.2.4. Trituração e laminação

A extração de óleo dos grãos é facilitada pelo rompimento dos tecidos e das paredes
das células. A operação de trituração e laminação diminui a distância entre o centro do
grão e sua superfície e, assim, a área de saída do óleo é aumentada.

A trituração e a laminação são realizadas por meio de rolos de aço inoxidável


horizontais ou oblíquos. Os flocos (lâminas ou “flakes”) obtidos possuem uma
espessura de dois a quatro décimos de milímetro, com um a dois centímetros de
superfície.

A desintegração dos grãos ativa as enzimas celulares, especialmente a lipase e a


peroxidase, o que tem um efeito negativo sobre a qualidade do óleo e da torta ou farelo.

17
Portanto, a trituração dos cotilédones e a laminação das pequenas partículas obtidas
devem ser efetuadas o mais rápido possível.

9.3. Extração do óleo bruto

Nas plantas de indústrias esmagadoras mais antigas, o óleo é parcialmente extraído por
meio mecânico em prensas contínuas ou “expelers”, seguido de uma extracção com
solvente orgânico. O bolo de filtração que deixa a prensa é submetido à acção do
solvente orgânico, que dissolve o óleo residual do bolo, deixando-a praticamente sem
óleo. O solvente é recuperado e o óleo separado do solvente é misturado ao óleo bruto
que foi retirado na prensagem. Essa mistura dos dois óleos é submetida a uma filtração,
para eliminar mecanicamente suas impurezas, que são partículas arrastadas dos
cotilédones dos grãos. A torta ou farelo extraído, contendo menos de 1% de óleo, é
submetido a secagem e moagem e, em seguida, é armazenado em silos ou ensacado.

Nos processos mais modernos e o que o projecto propõe, a alimentação dos flocos
directamente nos extractores e o óleo será extraído directamente com o solvente
orgânico.

9.3.1. Extracção com solvente orgânico

Nesse processo, o óleo é obtido por meio de extracção com solvente químico orgânico.
O solvente utilizado atualmente é o hexano, com ponto de ebulição próximo de 70 ºC.

Os flocos laminados são introduzidos no extractor e o óleo aparece no material


submetido à extracção de duas formas: na forma de uma camada ao redor das
partículas laminadas, que é recuperado por processo de simples dissolução; ou contido
nas células intactas, sendo removido do interior destas por difusão.

O processo de extracção por dissolução é rápido e fácil, e o por “difusão”, mais


demorado, dependente da mistura de óleo e solvente através da parede celular
semipermeável. Assim, durante a extracção, a velocidade de extracção do óleo dos
grãos laminados é, no começo, muito rápida, decrescendo com o decurso do processo.
Na prática, não ocorre extracção completa. O menor conteúdo de óleo no farelo após a
extracção está em torno de 0,5% a 0,6%.
18
A solução do óleo no solvente é chamada “miscela” e o factor que define a velocidade
de extracção é a obtenção do equilíbrio no sistema óleo-miscela- solvente. As principais
condições que facilitam o processo de difusão são a espessura dos flocos resultantes da
laminação, a temperatura próxima ao ponto de ebulição do solvente a 70 ºC, e a
humidade apropriada do material.

O hexano satisfaz uma série de exigências de um solvente apropriado: dissolve com


facilidade o óleo, sem agir sobre outros componentes dos grãos; possui composição
homogênea e estreita faixa de temperatura de ebulição; é imiscível em água, com a qual
não forma azeótropos; e tem baixo calor latente de ebulição. Contudo, apresenta
algumas desvantagens, tais como a alta inflamabilidade e, atualmente, o alto custo.
Portanto, o uso de outros solventes, como o etanol, pode oferecer uma possibilidade
industrial no futuro.

O extractor que será empregue é o extractor Rotocel que tem a forma de um cilindro
dividido em sectores, mantidos à baixa rotação, nos quais é colocada a matéria-prima
(flocos). A matéria inicial é mantida em contacto com a miscela mais concentrada e
depois gradativamente, com miscelas mais diluídas, até a passagem do solvente puro;
neste momento, a parte inferior com uma tela se abre e deixa cair a torta ou farelo, que
é transferido para a secção de recuperação do solvente dos flocos. Devido ao seu
formato, a instalação ocupa menos espaço do que outros extractores contínuos, não há
movimentação da massa e, por ser um extractor contínuo pode-se alcançar boa
extracção por unidade de volume.

9.4. Recuperação do solvente da miscela

A miscela que sai do extractor é usualmente filtrada, para remover os finos, e


transferida para evaporador contínuo, no qual o óleo é separado do solvente por
aquecimento a vácuo, à temperatura de 70 ºC a 90 ºC. Nesse equipamento, o conteúdo
de solvente no óleo pode ser reduzido até cerca de 5%. O hexano residual na miscela
é retirado na coluna de extracção a vácuo com insuflação de vapor.

19
9.4.1. Separação do Solvente da água e do ar.

Em todas as secções em que se efectua a dissolventização tanto da miscela como do


farelo com vapor, este vapor é em seguida condensado em uma série de condensadores
formando-se duas fases (orgânica e aquosa) praticamente insolúveis, que facilmente
será separado em tanque de separação da agua e, assim, o solvente será recirculado. A
dessolventização da miscela e do farelo remove praticamente todo o solvente utilizado
na extracção do óleo. A principal causa de perda do solvente é, portanto, a mistura
incondensável formada entre seus vapores e o ar. A recuperação do solvente contido
nessa mistura é efectuada com o emprego de compressores de frio ou, nas instalações
mais modernas, por colunas de absorção com óleo mineral. Isso é possível devido à
maior solubilidade do hexano em óleo mineral do que no ar. Nessas instalações, os
gases incondensáveis entram na parte inferior da coluna e o solvente é absorvido pelo
óleo mineral em contracorrente, sendo esse contacto aumentado por meio de anéis
“Raschig” ou por atomização.

A seguir, apresenta-se o diagrama de fluxo do processo de extracção do óleo bruto e


recuperação do solvente da miscela (A representação gráfica dos equipamentos foi
baseada em BS 1553, Coulson & Richarson’s).

Figura 3-Processos de obtenção do óleo bruto (adaptado)

20
Legenda :

T01- tanque de EL01- Elevador dos flocos;


armazenamento dos P02- Permutador de Calor;
granulos; T02-Tanque
de separação da agua; E01- Evaporador;

T03- Tanque de CE01- Coluna de Extração;


armazenamento do hexano;
T04- Tanque de
C01-Ciclone; armazenamento do óleo
H-Hexano; bruto;

P01- condicionamento; w- água.


SP01- Separador por Arraste
com vapor;

MR01- Moinho de Rolos;

9.5. Tratamento e Dessolventização do farelo

O farelo de soja deve passar por um processamento térmico tanto para recuperar o
solvente assim como para inativar os factores anti-nutricionais, como os inibidores de
tripsina, as lectinas ou fitohemaglutininas, bem como as substâncias que causam o
sabor indesejável, para o efeito são realizadas as seguintes operações: secagem,
arrefecimento, moagem e em seguida o farelo segue para o armazenamento nos silos
em que a humidade não deve ultrapassar 12%.

A seguir, apresenta-se o diagrama de fluxo do processo do tratamento do farelo e


recuperação do hexano; (A representação gráfica dos equipamentos foi baseada em BS
1553, Coulson & Richarson’s).

21
Figura 4-Processo de tratamento do farelo (Adaptado)

Legenda:

S03- secador de prateleiras;

MR02- Moinho de rolos;

P05- Condensador;

T02- Tanque de separação da água.

22
9.6.Processo de refinação do óleo bruto

A refinação pode ser definida como um conjunto de processos que visam transformar
os óleos brutos em óleos comestíveis, embora existam casos de consumo de óleos
brutos, como o azeite de oliva e o de dendê. A finalidade da refinação é uma melhora
de aparência, odor e sabor do óleo bruto, por meio da remoção dos seguintes
componentes:

a) Substâncias coloidais, proteínas, fosfatídeos e produtos de sua decomposição;

b) Ácidos graxos livres e seus sais, ácidos graxos oxidados, lactonas, acetais e
polímeros;

c) Substâncias coloridas como clorofila, xantofila, carotenoides, incluindo-se


neste caso o caroteno ou provitamina A;

d) Substâncias voláteis como hidrocarbonetos, álcoois, aldeídos, cetonas e ésteres

de baixo peso molecular;

e) Substâncias inorgânicas como os sais de cálcio e de outros metais, silicatos,


fosfatos, dentre outros minerais; e

f) Humidade.

As principais etapas do processo de refinação do óleo bruto de soja são: degomagem


ou hidratação; neutralização ou desacidificação; branqueamento ou clarificação e
desodorização.

9.6.1. Degomagem

Esse processo tem a finalidade de remover do óleo bruto as proteínas, as substâncias


coloidais e os fosfatídeos, dentre eles a lecitina, que possui valor comercial. A
degomagem reduz a quantidade de soda cáustica a ser utilizada durante a subsequente
etapa de neutralização. A quantidade de fosfatídeos no óleo bruto de soja pode alcançar
teor em torno de 3%. Os fosfatídeos e as substâncias coloidais, chamadas “gomas”, são
facilmente hidratáveis e tornam-se insolúveis no óleo, o que possibilita sua remoção.

23
O método de degomagem mais utilizado consiste na adição de 1% a 3% de água ao óleo
bruto aquecido a 60 ºC - 70 ºC, sob agitação constante, durante 20 a 30 minutos. O
precipitado formado é removido do óleo por centrifugação a 5000rpm-6000rpm. As
gomas assim obtidas, que contêm 50% de humidade, são secas a vácuo
(aproximadamente 100 mm de Hg de pressão) à temperatura de 70 ºC a 80 ºC.

9.6.2. Neutralização

A adição de solução aquosa de substâncias alcalinas, tais como hidróxido de sódio ou,
às vezes, carbonato de sódio, elimina do óleo de soja degomado os ácidos graxos livres
e outros componentes definidos como “impurezas” (proteínas, ácidos graxos oxidados
e produtos resultantes da decomposição de glicerídeos). O processo é acompanhado por
branqueamento parcial do óleo.

A neutralização ocorre na interfase do óleo e da solução alcalina. Sendo essas fases não
intersolúveis, a neutralização exige uma dispersão da solução alcalina no óleo. Existem
dois métodos principais de neutralização: o mais antigo, descontínuo, e o mais
moderno, contínuo.

Devido aos inconvenientes da neutralização descontínua como:

Elevada mão-de-obra, tempo de operação prolongado,

Baixa neutralização por unidade de volume, etc, tem-se tornado impraticável o seu uso
nas indústrias actuais.

A neutralização que o grupo propõe é contínua, que permite economia de tempo e


minimiza perdas no processo. A solução de hidróxido de sódio é adicionada ao óleo
após seu aquecimento à temperatura de 65ºC a 90ºC. O óleo neutralizado é separado da
“borra” por centrifugação. Além do hidróxido de sódio, existe a possibilidade do
emprego do carbonato de sódio ou da mistura de ambos os reagentes; o gás carbônico
formado durante a neutralização é eliminado por um dispositivo especial. O uso do
carbonato de sódio reduz a saponificação do óleo neutro ao mínimo, mas afecta a
eliminação dos fosfatídeos, corantes e outras impurezas. Por isso, sua aplicação
diminuiu nos últimos anos.
24
De acordo com o conteúdo de ácidos graxos livres no óleo bruto, aplicam-se diferentes
concentrações de solução alcalina e condições de processo apropriadas.

Figura 5-relação da quantidade de ácidos graxos livres no óleo e concentração de NaOH


necessária para a neutralização ( (Mandarino, 2015)

Quantidade de Concentração
ácidos graxos livres necessária de
no óleo (%) 𝑵𝒂𝑶𝑯 (%)
1 à 1.5 3à5
1.5 à 3 5 à 10
Acima de 3 12 à 18

As perdas resultantes da neutralização são devidas ao arraste de óleo neutro pela “borra”
e pela saponificação do óleo neutro por excesso de solução de hidróxido de sódio
empregada.

9.6.3. Branqueamento

O processo de degomagem remove boa quantidade dos pigmentos presentes no óleo de


soja e a neutralização também apresenta um efeito branqueador, devido à coagulação e
acção química, respectivamente. Entretanto, os consumidores exigem óleos quase
incolores, o que é atingido pela adsorção dos pigmentos com terras clarificantes,
ativadas ou naturais, misturadas, às vezes, com carvão ativado, em proporções que
variam de 10:1 à 20:1 em peso de terras clarificantes tal como argila ou carvão ativado.
As terras ativadas são quimicamente preparadas a partir de silicato de alumínio. As
terras naturais têm um poder clarificante bem inferior àquele das terras ativadas, mas
seu preço é bem mais baixo e elas retêm menos óleo.

O óleo neutralizado e lavado sempre contém humidade, mesmo após a centrifugação.


A acção das terras clarificantes é mais eficiente no meio anidro e, portanto, a primeira
etapa do branqueamento é a secagem.

25
O óleo é misturado com a terra clarificante por meio de agitação à temperatura de 80ºC
a 95ºC durante 20 à 30 minutos. Subsequentemente, o óleo é filtrado em filtro 𝐾𝑒𝑙𝑙𝑦.

Depois da filtração, o “bolo” no filtro contém aproximadamente 50% de óleo. A


aplicação de ar comprimido reduz esse conteúdo para 30% a 35%.

9.6.4. Desodorização

A última etapa da refinação do óleo de soja é a desodorização, que visa a remoção dos
sabores e odores indesejáveis. Durante essa etapa são removidos:

a) Compostos desenvolvidos na armazenagem e processamento dos grãos e do


próprio óleo, tais como, aldeídos, cetonas, ácidos graxos oxidados, produtos de
decomposição de proteínas, carotenóides, esteróis, fosfatídeos e outros;

b) Substâncias naturais presentes no óleo, tais como hidrocarbonetos insaturados


e ácidos graxos de cadeia curta e média; e

c) Ácidos graxos livres e peróxidos pouco voláteis.

As substâncias odoríferas e de sabor indesejável são, em geral, pouco voláteis, mas sua
pressão de vapor é bem superior àquela do ácido oléico ou esteárico. Assim, sob as
condições mantidas durante o processo, ou seja, pressão absoluta de 2 mm Hg a 8 mm
Hg e temperatura de 20 ºC a 25 ºC com insuflação direta de vapor, alcança-se não
somente a completa desodorização, mas também uma quase completa remoção dos
ácidos graxos livres residuais. O alto vácuo é essencial, porque sua aplicação reduz o
consumo de vapor direto, o tempo do processo e o perigo de oxidação e hidrólise do
óleo.

O vácuo é produzido por bombas mecânicas, anteriormente utilizava-se ejectores,


porém, o custo dos combustíveis encareceu tanto a geração de vapor que as bombas
mecânicas produzem vácuo a um custo bem menor do que os ejectores.

A seguir, apresenta-se o diagrama de fluxo do processo de refinação do óleo; (A


representação gráfica dos equipamentos foi baseada em BS 1553, Coulson &
Richarson’s).

26
Figura 6-Processo de refino do óleo bruto (Adaptado )

Legenda:

M01-Misturador; D01- Desodorizador por


Fracionamento;
C01-Centrífuga;
P03-permutador de calor;
M02-Misturador;
EN01- Máquina de encher;
C02- Centrífuga;

S01-Secador a Vácuo;

F01- Filtro Kelly;

27
9.7.Aproveitamento da “borra”

A borra, que consiste na mistura de sabão, óleo arrastado, substâncias insaponificáveis


e impurezas, tais como gomas e fosfatídeos, pode ser usada como tal para a fabricação
de sabão em pó ou em barra. O procedimento consiste em neutralizar os ácidos graxos
presentes na bora, produzindo sabão seguindo as seguintes reações:

3𝑁𝑎𝑂𝐻 + (𝐶17 𝐻35 𝐶𝑂𝑂)3 𝐶3 𝐻5 → 3𝐶17 𝐻35 𝐶𝑂𝑂𝑁𝑎 + 𝐶3 𝐻5 (𝑂𝐻)3

(𝐶17 𝐻35 𝐶𝑂𝑂)3 𝐶3 𝐻5 + 3𝐻2 0 → 𝐶17 𝐻35 𝐶𝑂𝑂𝐻 + 𝐶3 𝐻5 (𝑂𝐻)3

𝑁𝑎𝑂𝐻 + 𝐶17 𝐻35 𝐶𝑂𝑂𝐻 → 𝐶17 𝐻35 𝐶𝑂𝑂𝑁𝑎 + 𝐻2 0

Em que o estearato de glicerídeo (𝐶17 𝐻35 𝐶𝑂𝑂)3 𝐶3 𝐻5, contido na bora é neutralizado
formando estearato de sódio (substância saponificável) e glicerina 𝐶3 𝐻5 (𝑂𝐻)3 .
Devido a presença da água no meio reaccional temos também a hidrólise de estearato
de glicerídeo formando ácido esteárico e glicerina. O ácido esteárico formado na
hidrólise é também neutralizado formando o estearato de sódio. Em seguida separa-se
a glicerina dos produtos e prossegue-se o processo com estearato de sódio.

O estearato de sódio é ligeiramente aquecido e em seguida disperso em finas partículas


e injectado no atomizador em forma de “spray” formando grânulos com elevada
consistência que são compactados e arrefecidos simultaneamente na extrusora, por fim,
o sabão é cortado e empacotado e segue para o armazenamento.

A seguir, apresenta-se o diagrama de fluxo do processo do aproveitamento da bora; (A


representação gráfica dos equipamentos foi baseada em BS 1553, Coulson &
Richarson’s).

10
Figura 7-Processo de aproveitamento da bora (adaptado)

Legenda:

M03- Misturador ou Neutralidor;

P04- Aquecedor;

S02- Atomizador.

11
10. Controle de qualidade

Para o bom funcionamento do processo, não basta a instalação de um sistema de


controle automático para o controle dos equipamentos do processo. Há que se fazer um
controle do processo desde a chegada da matéria até ao produto final.

Na secção de armazenamento dos grãos de soja importa manter boas condições de


humidade e temperatura no local, o que se pode fazer através de um sistema de aeração
e condicionamento do local.

O produto final, óleo de soja, tem de responder aos parâmetros técnicos de qualidade
impostos mundialmente para o óleo alimentar. Desse modo, remover-se-á da linha de
produção amostras do produto final ao Laboratório de Controle de Qualidade com o
objetivo de verificar a legalidade do produto final. No que diz respeito ao sabão,
requere-se que este seja neutro.

Parâmetros Óleo refinado


Índice de acidez (mg NaOH/g) Máximo 0.6
Cor Característico
Odor Característico
Sabões (m/Kg) Máximo 10
Humidade (%) Menos que 0.1
Hexano (mg/Kg) Menos que 1
Tabela 6-Parâmetros de qualidade do óleo refindado

12
11. Higienização e Limpeza

Durante o processo de fabrico de alimentos, verifica-se a acumulação dum conjunto de


materiais indesejáveis, entre os corpos estranhos, substâncias químicas do processo, e
microrganismos. Esta situação pode resultar do processo de produção normal, ou de
anomalias no processo, como por exemplo, as resultantes de contaminação por
deficiente manutenção dos equipamentos ou de contaminação ambiental. Estes
materiais indesejáveis, são habitualmente designados de “resíduos” ou “sujidade”
(Dillon, 1999).

Dentro dos materiais indesejáveis mencionados, deve ser dada especial atenção à
eliminação e controlo dos microrganismos (desinfeção), sobretudo dos microrganismos
causadores de doenças (patogénicos) e dos que causam a deterioração do produto e dão
características indesejadas, como o odor por exemplo.

Assim, o processo de Higienização e Limpeza, segue os seguintes passos:

Tabela 7-Etapas do processo de Higienização e Limpeza

Etapa Acção
Enxaguamento Remoção das sujidades maiores com aplicação de
água
Limpeza (detergente) Remoção de sujidades pela aplicação de detergente

Enxaguamento Remoção do detergente com água corrente

Desinfecção (desinfetante) Destruição de bactérias pela aplicação de


desinfectante
Enxaguamento Remoção do desinfectante com água corrente

Secagem Remoção do excesso de água

Por se tratar de uma indústria que lida com óleo e gorduras vegetais, usar-se-á um
detergente alcalino para precipitar as tais gorduras, que posteriormente serão removidos
por um jacto de água tratada.

13
12. Efluentes do processo de produção

No processo de fabricação serão produzidos diversos efluente, tais como: cascas,


farelo, poeiras, borra e águas residuais.

As cascas correspondem a película externa e corresponde a 2% em peso do grão de


soja. O farelo corresponde a polpa do grão de soja depois de extraído o óleo e secado.
Este efluente é usado na indústria agrícola para a produção de ração animal. A borra, é
o efluente resultante dos processos de neutralização e degomagem do óleo bruto, é rico
em substancias saponificáveis e lipídeos, razão pela qual é reaproveitada na linha de
produção de sabão.

As cascas resultantes do processo, serão usada unidade fabril para a geração de vapor
na caldeira, como uma utilidade.

As águas residuais resultantes da lavagem dos equipamentos, da instalação e de outros


meios, serão direcionadas a uma Estação de Tratamento de Águas Residuais.

14
13. Impactos da Unidade Fabril

13.1 Aspectos e Impactos ambientais `

Processo Aspectos Impactos


Produtivo ambientais ambientais
Alteração na qualidade do
Recebimento de soja Papelão, Emissão de poeiras ar;
Geração de resíduos sólidos, cinza; Consumo de
Ocupação do aterro;
energia elétrica, água, madeira; Emissão de
Armazenagem/ Alteração na qualidade do
particulado, pó.
Secagem da soja solo, água, ar;
Redução da disponibilidade de
recursos naturais.
Consumo de soja, vapor, energia elétrica; óleo
lubrificante / hidráulico, Emissão de particulado, pó;. Alteração na qualidade da
Preparação da soja água, ar e solo; aterro;
Redução da disponibilidade de
recursos naturais.
Emissão de gases e vapores; óleo lubrificante,
Extração da soja materiais de isolamento térmico, Consumo de energia Alteração na qualidade do
ar, solo, água;
/óleo elétrica, água. Redução da disponibilidade de
recursos naturais.
resíduos sólidos; Emissão de pó, gases, vapores;
Alteração na qualidade do
Armazenagem/
solo, água, ar;, Redução da
Expedição do farelo disponibilidade de recursos
naturais.
Derramamento de borra, óleo vegetal, óleo lubrificante,
ácido graxo; Descartes de efluente c/ detergente
Neutralização/ Alteração da qualidade do
Branqueamento/ solo, água, ar;
Desodorização ; Incômodo à comunidade.
Descarte de cola, papelão e plásticos, efluentes c/ Alteração na qualidade da
Envase detergentes, panos de limpeza contaminados, resíduos de água, solo e ar; Contribuição
varrição; Efluentes oleosos, Madeira. para o esgotamento; Ocupação
do aterro; Redução da
disponibilidade de
recursos naturais.
Vazamento de produto acabado; Panos de limpeza Alteração na qualidade da
contaminados; Geração de resíduos sólidos; Efluentes água, solo e ar;
Armazenagem/ oleosos;
Expedição

15
13.1.2 Medidas mitigatórias:

• Para o caso das poeiras, a instalação estará dotada de um ciclone para


fazer o tratamento e retenção dos particulados.
• A borra será reutilizada na linha de produção de sabão como matéria-
prima.
• O farelo será comercializado para os fazedores da indústria avícola.
• As águas de lavagem irão seguir tratamento numa ETAR.
• Os óleos de lubrificação serão destinados ao co-processamento, por
empresas interessadas.

13.2 Impactos sociais

• Criação de postos de trabalho

13.3 Impactos Económicos

• Redução das importações, que tem como resultado directo, o aumento do


produto interno bruto (PIB)

14. Higiene e segurança ocupacional

14.1. Saúde ocupacional

A Makura, Lda. preocupa-se com as questões ligadas a saúde ocupacional dos seus
colaboradores, dispondo por isso, de uma ala de primeiros socorros.

14.2. Riscos ocupacionais

De modo a garantir o bom funcionamento da indústria, a segurança das máquinas e dos


trabalhadores foram identificados os principais riscos presentes na empresa:

a) Sobre-esforços, postura inadequada

16
A posição do trabalhador durante a execução das suas tarefas pode causar danos a longo
prazo, caso este esteja sempre na mesma posição no decurso das actividades laborais,
como por exemplo, os operadores do sistema de controlo estão todo o dia sentados a
controlar o sistema, pode causar fadiga visual, e dores na coluna.

b) Contactos eléctricos

Os quadros eléctricos gerais e os painéis de controlo das máquinas podem causam


choques eléctricos no operador no decorrer das suas actividades. Estes choques
eléctricos podem causar dependendo da proporção pode causar no operador
queimaduras, paragem respiratórias, fibrilação venticular, tetanização e morte, também
causaria a paragem da operação da máquina.

c) Incêndios

Os curto circuitos nos equipamentos que possuem quadros eléctricos, e nos geradores
podem causar incêndios, com o agravante de que se este curto-circuito for no gerador
pode ter grandes proporções devido a proximidade aos combustíveis.

142.1. Medidas para a minimização dos riscos e doenças ocupacionais

Tendo consciência dos riscos presentes na indústria, a refinaria Ulombe irá adoptar as
seguintes medidas de prevenção e minimização de riscos e doenças ocupacionais:

• Campanhas de sensibilização para o uso da postura correcta durante as


operações de controlo, ensinamento dos princípios da ergonomia;
• Aquisição de cadeiras ortopédicas para as funções de operador de controlo;
• Isolamento dos quadros eléctricos e dos painéis de controlo;
• Distribuição de equipamento de protecção individual (EPI’s);
• Instalação de um sistema de segurança e a elaboração de planos de emergência;
• Distribuição de máscaras e soluções desinfectantes para trabalhadores da
estação de tratamento;
• Controlo personalizado no decorrer da realização de trabalhos em espaços
confinados;

17
• Revestimento de paredes com abafador de som nos locais de maior
concentração de ruído.

15. Layout Geral da Makura, Lda

A seguir apresenta-se o Layout Geral da unidade fabril a se implantar.

Figura 8-Layout Geral da Instalação (Escala 1:2000)

Legenda:

1 – Zona 5 – Fábrica de Sabão


Administrativa
6 – Armazém do
2 – Planta de Pré- produto final
Tratamento
7 – Laboratório de
3 –Planta de Extração Controle de
Qualidade
4 – Planta de Refino
18
8 – Área Social 10 – Casas de Banho
9 – Posto Médico
11 -Área de Expansão

15.1 Descrição do Layout

I. Área administrativa

É onde se faz a gestão de toda a refinaria no que tange ao monitoramento da produção,


da segurança, da gestão dos recursos monetários, humanos, entre outros, de modo a
garantir o bom funcionamento e eficácia da refinaria.

II. Planta de Pré-Tratamento de grãos

É onde ocorrerão as operações desde a pré-limpeza, armazenagem dos grãos, descasque


e condicionamento.

III. Silos

Estes serão usados para armazenar os grãos de soja.

IV. Estacionamento

Estacionamento de viaturas de menor porte, isto é, estacionamento para as viaturas dos


trabalhadores e de visitantes.

V. Planta de Extração

Local onde se fará a extração do óleo dos grãos de soja com recurso ao hexano.

VI. Planta de Refino

Local onde se fara a refinação do óleo bruto.

VII. Área Social

É onde serão servidas as refeições para os funcionários e para os visitantes. Assim como
para interação social dos mesmos.

19
VIII. Ponto de primeiros socorros

Em caso de acidentes que causem lesões aos funcionários ou visitantes, os mesmos


serão encaminhados a este ponto onde receberão a assistência médica necessária antes
de serem encaminhados ao hospital mais próximo.

IX. Laboratório

Neste local far-se-á análises físico-químicas do óleo refinado.

X. Armazém de produto acabado

Neste ponto será armazenado o produto acabado (óleo refinado e sabão em barras).

XI. Área de expansão

Área reservada para a posterior expansão da fábrica.

20
16. Estimativa de Custos

16.1. Equipamento de base da unidade fabril

Tendo se definido a tecnologia a usar no processo de produção do óleo bruto e refinado,


produção de sabão em barras e no tratamento de farelo, definiu-se consequentemente
os equipamentos necessários para a prossecução com o processo de produção, o
equipamento de base.

Tabela 8-Equipamento de base de toda a instalação fabril

Equipamento de Base Quantidades Custo Unitário ($) Custo total


($)
Correia transportadora 4 13,325.00 53,300.00
Peneira Vibratória 1 10,000.00 10,000.00
Descascador 4 50,000.00 200,000.00
Ciclone 2 15,000.00 30,000.00
Condicionador 1 91,000.00 91,000.00
Moinho de rolos 2 113,000.00 226,000.00
Extrator (rotocel) 1 80,000.00 80,000.00
Secador (a vácuo) 1 25,900.00 25,900.00
Permutador de Calor 4 14,500.00 58,000.00
Evaporador 1 20,000.00 20,000.00
Tanque de degomagem 2 67,000.00 134,000.00
Centrífuga 3 589,000.00 1,767,000.00
Neutralizador 2 100,000.00 200,000.00
Secador de prateleiras 2 91,000.00 182,000.00
Clarficador 1 150,000.00 150,000.00
Filtro 5 50,000.00 250,000.00
Desodorizador 5 35,600.00 178,000.00
Bombas Engrenagem 2 13,680.00 27,360.00
Bombas Centrífugas) 3 22,500.00 67,500.00
Extrusora 1 100,000.00 100,000.00
Atomizador 1 400,000.00 400,000.00
Cut Soap Machine 2 9,000.00 18,000.00
Silos 4 100,000.00 400,000.00
Máquina de Empacotamento 1 80,000.00 80,000.00
Máquina de Enchimento 1 35,000.00 35,000.00
$4,800,000.0
0
Custo Total Maquinaria de Base
21
Acima encontra-se a listagem dos equipamentos de base da linha de produção de óleo
e da linha de produção de sabão, a partir do qual se vai estimar o custo de investimento
total para instalação da unidade fabril segundo o critério proposto por Peters em Plant
Design and Economics for Chemical Engineers.

16.2. Estimativa do Investimento Total1

Tabela 9-Estimativa do Investimento total

Item Percentagem (%) Custo ($)


Equipamento de base 100 4,800,000.00
Instalação, Montagem e
Instrumentação 43 1,922,340.80
Tubulação 36 1,609,401.60
Instalação Elétrica 15 670,584.00
Construção e Serviços 35 1,564,696.00
Melhoramento do pátio 10 447,056.00
Serviços Auxiliares 35 1,564,696.00
Terreno 6 268,233.60
Custo fixo total 280 9,063,811.60
Engenharia e Construções 40 1,788,224.00
Custo directo da Instalação 320 10,852,035.60
Despesas com contratos 22 1,052,273.20
Contingências 48 1,295,868.80
Capital de Investimento fixo 390 14,200,177.60
Capital circulante 70 2,348,142.00
Custo Total de Produção 13,800,000.00
Investimento Total 29,500,000.00

Assim, com o custo da maquinaria de base das 2 linhas de produção, estimou-se o custo
de investimento total para a unidade no seu todo (produção de óleo e sabão), que é de
$29 500 000 (vinte e nove milhões e quinhentos mil dólares).

1
Peters Max Stone: Plant Design and Economics for Chemical Engineers.

22
Separando as linhas de produção e listando os equipamentos de base de cada uma das
linhas de produção de forma independente, chega-se aos custos de maquinaria de base
e de investimento fixo para o estabelecimento de cada uma das linhas de produção.

Tabela 10-Custos de Investimento Fixo de cada uma das linhas

Linha de Produção Custo de Maquinaria de Base ($) Custo de Investimento Fixo($)


Óleo 4,387,500.00 28,500,000.00
Sabão 312,500.00 1,00,000.00

23
16.3 Estimativa de Custos de Exploração

Tratando-se de 2 linhas de produção, com base na Tabela 6, estimou-se os custos de


exploração de cada uma das linhas e o preço de venda do óleo e do sabão de acordo
com as necessidades de cada um dos processos em termos de mão-de-obra, matéria-
prima, utilidades e outras despesas, como se mostra a seguir.

16.3.1 Linha de produção de óleo

Tabela 11-Custos de Exploração (linha de produção do óleo)

A. Custos Directos de Produção Custo ($/ano)


1. Matéria-Prima 2,672,320.56
2. Mão-de-Obra Directa 1,670,200.35
3. Mão-de-obra de Supervisão Directa 251,198.13
4. Manutenção e Reparação 859,510.66
5. Fornecimentos 128,926.60
6. Utilidades 1,674,071.00
7. Patentes e Royalties N/A
SUB-TOTAL 7,256,227.30

B. Encargos fixos Custo ($/ano)


Depreciação da maquinaria 1,432,517.76
Depreciação das construções 41,851.78
Taxas Locais 358,129.44
Seguros 100,276.24
Aluguer N/A
SUB-TOTAL 1,932,775.22
C. Despesas gerais fabris 1,336,160.28

Despesas Gerais Custo ($/ano)


Custos Administrativos 467,656.10
Custo de Financiamento 885,646.00
Custos de Distribuição e vendas 1,469,776.31
SUB-TOTAL 2,823,078.41

Custo total de prod. de óleo ($/ano) 13,250,000.00

24
16.3.2 Linha de produção de Sabão

Tabela 12-Custos de Exploração anuais (linha de produção de sabão)

A. Custos Directos de Produção Custo


($/ano)
1. Matéria Prima N/A
2. Mão-de-obra Directa 68,750.00
3. Mão-de-obra de Supervisão Directa 10,312.50
4. Manutenção e Reparação 70,125.00
5. Fornecimentos 10,518.75
6. Utilidades 82,500.00
7. Patentes e Royalties N/A
SUB-TOTAL 242,206.25
B. Encargos fixos Custo
($/ano)
Depreciação da maquinaria 31,250.00
Depreciação das construções 1,875.00
Taxas Locais 29,218.75
Seguros 5,843.75
Aluguer N/A
SUB-TOTAL 68,187.50
C. Despesas gerais fabris 82,500.00
D. Despesas Gerais Custo
($/ano)
Custos Administrativos 19,250.00
Custo de Financiamento 60,500.00
Custos de Distribuição e vendas 82,500.00
SUB-TOTAL 162,250.00

Custo Total de Prod. Sabão ($/ano) 550,000.00

Expressando os custos totais de produção por unidade de produto produzido, segue a


tabela:

Tabela 13-Custos de Produção unitários

Produto Custo total de prod.($/ano) Volume de prod (ton/ano) Custo unitário ($/kg)

Óleo 13,250,000.00 36000 0.35


Sabão 550,000.00 3750 0.15
25
17. Analise de Viabilidade Económica do Projecto

Tendo em conta nos dados abaixo, prosseguiu-se a analise viabilidade económica do


projecto.

Tabela 14-Dados para análise da viabilidade económica do projecto

Item Quantia Unidades


Investimento Total 29,500,000.00 $
Preço de aquisição da matéria- 120.00 $/ton
prima
Custo total de produção de óleo 0.35 $/kg
Custo total de produção de sabão 0.15 $/kg
Preço de venda do óleo 0.65 $/kg
Preço de venda do sabão 0.50 $/kg
Preço de venda do farelo 0.25 $/kg
Tempo de vida útil 15 anos
Taxa de juro bancário 2 17 %
Taxa depreciação da moeda3 2.47 %

2,4
Taxas consultadas em http://www.bancomoc.mz/fm_mercadosmmi.aspx?id=5

26
17.1 Break Even Point

Tendo os volumes de produção do óleo, sabão e do farelo e junto dos seus preços de
venda, estimou a receita média anual como uma composição das receitas individuais
da venda de óleo, sabão e do farelo. Analogamente, estimou-se os custos de exploração
totais como uma composição dos custos fixos e variáveis de exploração da linha de
produção de óleo e sabão.

Assim, determinou-se o ponto crítico da instalação (Break Even Point). Para esta
instalação, a zona de beneficio inicia a uma produção anual de 12,500.00 ton/ano, que
corresponde a 35% da capacidade máxima instalada, 36,000.00 ton/ano. Portanto,
operando abaixo dessa capacidade, os custos de exploração superam as receitas, e com
isso, se deve encerrar a fábrica.

Receita ($/ano) Custos totais de Exploração ($/ano)

30,000,000.00

25,000,000.00

20,000,000.00
$/ano

15,000,000.00

10,000,000.00

5,000,000.00

0.00
-4000 1000 6000 11000 16000 21000 26000 31000 36000
Capacidade (ton/ano)

Figura 9-Break Even Point

27
17.2 Valor Actual Líquido (VAL)

Ao fim dos 15 anos de exploração, o valor actual liquido do projecto será de


36,000,00.00 (trinta e seis milhões de dólares).

17.3 Período Mínimo de Recuperação de Investimento (PRI)


Milhões

40.00

30.00

20.00
$/ano

10.00

0.00
0 2 4 6 8 10 12 14 16
(10.00)
Anos
(20.00)

(30.00)

Gráfico 2-Periodo de Recuperação de Investimento

Pela análise dos fluxos de caixa anuais, estima-se um PRI de 4,5 anos.

17.4 Taxa Interna de Rendibilidade

O projecto apresenta uma TIR de 38%, que é extremamente atractiva aos investidores,
quando consideradas outras alternativas de investimento.

Portanto, juntando todos os indicadores de viabilidade chega-se à conclusão de que o


projecto é economicamente viável. Nota-se no gráfico 2 acima que a área da zona de
benefício é extremamente elevada quando comparada a zona de prejuízo.

28
17.5 Análise da Sensibilidade do Projecto

Tabela 15-Análise da sensibilidade do projecto à variação do preço de aquisição da matéria-


prima.

Preço de venda Matéria-prima


($/ton) ($/ton) Break Even Point (%) VAL ($) TIR PRI (anos)
650 120.00 35% 36,000,000.00 38% 4,5
650 150.00 38% 32,700,000.00 36% 4.8
650 200.00 42% 28,200,000.00 34% 5.0
650 240.00 47% 24,500,000.00 31% 6.0
650 300.00 56% 19,000,000.00 28% 7,5

Tabela 16-Análise da sensibilidade do projecto à variação do preço de venda do óleo

Matéria-prima TIR
Preço de venda ($/ton) Break Even Point (%) VAL ($) (%) PRI (anos)
650 120.00 35% 36,000,000.00 38% 4,5
600 120.00 42% 32,000,000.00 36% 4.8
550 120.00 44% 30,500,000.00 33% 5.0
500 120.00 56% 19,000,000.00 26% 8.0

Tabela 17-Análise da sensibilidade do projecto à variação do preço de venda do


sabão

Preço de venda Matéria-prima


($/ton) ($/ton) Break Even Point (%) VAL ($) TIR PRI (anos)
500 120.00 35% 36,000,000.00 38% 4.5
450 120.00 42% 32,000,000.00 34% 5.0
400 120.00 47% 24,500,000.00 31% 6.0
350 120.00 58% 17,500,000.00 24% 8.5
300 120.00 67% 14,500,000.00 20% 10.0

Tabela 18-Análise da sensibilidade do projecto à variação do preço de venda do


farelo

Preço de venda Matéria-prima


($/ton) ($/ton) Break Even Point (%) VAL ($) TIR PRI (anos)
250 120.00 35% 36,000,000.00 38% 4.5
200 120.00 36% 35,500,000.00 37% 4.6
150 120.00 37% 32,700,000.00 36% 4.8
100 120.00 39% 31,000,000.00 35% 5.0

29
Por observação das tabelas que traduzem a sensibilidade do projecto à diversas
situações desfavoráveis, conclui-se que este é mais sensível aos preços de vendo do
sabão e do óleo, e tem uma sensibilidade moderada ao acréscimo do preço da matéria-
prima e praticamente insensível ao decréscimo do preço de venda do farelo, pois este
contribui com menor fracção para a receita global.

30
18. Conclusão

Terminado o projecto, os objetivos foram alcançados e concluiu-se que:

• A instalação da unidade de processessamento de oleo de soja e sabao é viável,


pois todos os indicadores analisados para a sua viabilidade estão dentro dos
limites recomendados.

• A região onde irá se implantar a refinaria, distrito da Gurué, é um ponto


estrategico para distribuicao do produto final; edisponibiliza materia-prima
suficiente a baixos precos; e possui vias de acesso que irão facilitar as
distribuição do produto final.

• O mercado estudado impulsiona a implatação da unidade pois não existe


nenhuma unidade fabril nacional que lide com a extraccao de oleo alimentar;

• O projecto é economicamente viável, com capital de investimento total de $29


500 000 (vinte e nove milhões e quinhentos mil dólares), ostentando os seguintes
indicadores temporais de viabilidade económica: Valor Actual Líquido (VAL)
de cerca de $36 000 000 (trinta e seis milhões de dólares), Taxa Interna de
Rendibilidade (TIR) de 38%, e um período mínimo de recuperação do
investimento (PRI) de 4.5 anos.

31
19. Bibliografia

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Chemistry.

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32
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distrito de Gurué (província de Zambézia), edição 2005.

República de Moçambique Ministério de agricultura e segurança alimentar,


Anuário de estatísticas agrárias 2015

República de Moçambique Ministério da indústria e comercio, comercialização


de grãos no mercado interno (milho feijão e soja), Maputo,2018

33
20. Apêndices
Componente Alimentação Efluente (ton/dia)
(ton/dia)

Grãos de soja 667

Cascas 14

Farelo 509

Hexano 667 667

Soda cáustica 6.8

Vapor 0.34

Água líquida 3. 07 3.41

Argila 11. 78 11. 78

Óleo bruto 123

Óleo refinado 120

Bora 8. 75

Sabão 12.5

Resumo do balanço mássico do processo.

34
Correia transportdora

Identificação:

Item No 1
Por: AliBaba Quantidade
Função: Transportar os flocos para os extractor após a trituração.
Operação: Contínua
Dados do Equipamento:

Elevador Vertical

Modelo LBEB

Capacidade 300 ton/h

Material do Balde Aço Inox

Material do Elevador Aço Macio

Potência 75 kW
Capacidade em termos de altura de elevação:

Altura máxima 36 m

Silo

35
Identificação: item No 2

Por: Shangai Beyond Machinery co. Ltd

Quantidade 6
Função: Armazenar a matéria – prima os solventes do processo e o óleo refinado.
Operação: Contínua
Dados do Equipamento:

Material Aço INOX

Capacidade 20 000 ton

Separador Centrífugo
Identificação: item N 3
o
Por: zhongy

Quantidade 3
Função: separar o óleo da bora
Operação: Contínua
Dados do Equipamento:

Velocidade de rotação 600 rpm

Modelo PS800

Material do Balde Aço Inox

Potência 7.5 kW
Dimensões:

Diâmetro: 2587 mm

Altura: 2000 mm

36
Bomba centrífuga

Identificação:

Item No 4 Por: Moçambique Diesel Elétrica, LDA

Quantidade 3
Função: fornecer altura de elevação

Operação: Contínua

Material Escoado: água e soluções viscosas

Dados do Equipamento:

Tipo construtivo: rotor em balanço, bomba e motor separado, cavalete

Vazão no ponto de trabalho 300 m3/h

Altura manométrica no ponto de trabalho 180 mca

Rendimento no ponto de trabalho 75 %

Rotaçãoo 1800 rpm

37
Evaporador
Identificação:

o
Item N 5 Por: Zhejiang Taikang
Evaporator Co., Ltd.

Quantidade 1
Função: evaporar o hexano.
Operação: Contínua
Dados do Equipamento:

Modelo TK--032

Capacidade 80 ton/h

Material Aço carbono 304

Consumo de vapor 1ton de vapor/3.5 ton de vapor produzido

Meio de aquecimento vapor de água

o
Temperatura de evaporação 50-90 C

concentração final do produto menos que 5-10% de hexano

pressao de vácuo 0.5-0.8 atm

38
Embalador
Identificação:

Item No 6 Por:
AliBaba Quantidade 2
Função:Responsável pela operação de empacotamento do
óleo, sabão e farelo.
Operação: Contínua
Dados do Equipamento:

Modelo Dingxin QZB1000

Capacidade 130 ton/h

Potência 3.6 kW

Voltagem 380 V

Peso do Equipamento 1300 kg


Dimensões:

Altura total máxima 5500 mm

Comprimento máximo 3800 mm

Largura máxima 3200 mm

39
Descascador
Identificação:

Item No 7 Por: AliBaba


Quantidade 4
Função: Faz o descasques dos grânulos de soja por meio de facas
vibratórias.
Operação: Contínua
Dados do Equipamento:

Modelo DFRT-310/340

Capacidade
200 m3/h
Potência 2.0
kW
Dimensões:

Altura máxima 1010 mm

Largura máxima 460 mm

Comprimento máximo 620 mm

40

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