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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA MECÂNICA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

José Ary Maia Neto

Orientador: Profº. João Baptista Agra de Melo

Empresa: Braserv Petróleo Ltda

Setor de Realização: Operação e manutenção de equipamentos de sondas de produção


terrestre-SPT

Supervisor: Eng. Aecio Santos de Souza Filho

Localização: Carmópolis-SE

Período de Estágio: 01 de Março à 01 de Julho de 2019


RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Empresa: Braserv Petróleo Ltda.

Setor: Operação e Manutenção de equipamentos de sondas de produção terrestre


SPT

Relatório de Estágio Supervisionado,


realizado nos setores de operação e
manutenção de equipamentos em sondas de
produção terrestre apresentado à
Universidade Federal de Campina Grande.

Campina Grande-PB

Julho 2019
Relatório de estágio apresentado e ________________________________ junto
ao Curso de Engenharia Mecânica do Centro de Ciências e Tecnologia da Universidade
Federal de Campina Grande, Estado da Paraíba, Brasil.

Data da apresentação: ____ / ____ / _______

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________________________
_

Prof. João Baptista da Costa Agra de Melo

Orientador

________________________________________________________________
_

Eng. Vinícius da Silva Almeida

Membro

________________________________________________________________
_

Prof. Erinaldo Clemente dos Santos

Membro

Campina Grande-PB

Julho 2019
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por me dar saúde e discernimento para chegar


até aqui, por não me deixar parar diante das dificuldades, que não foram poucas.

Aos meus pais que sempre me apoiaram em todas as minhas decisões e fizeram
possível a realização deste sonho de infância.

Devo gratidão também, a todos os meus amigos que sempre me ajudaram em


momentos difíceis, me deram palavras de apoio e se tornaram minha família durante a
graduação.

Ressalto a importância da colaboração de todos os professores que se preocupam


e prezam pela qualidade do ensino e aprendizado nesta instituição tão respeitada, em
especial ao meu orientador de estagio e TCC.

À Braserv Petróleo agradeço a oportunidade e confiança em minha pessoa, como


também os conhecimentos e experiência passados por seus colaboradores.

À UFCG pela oportunidade de um ensino de qualidade e gratuito, e todos os


profissionais que fazem parte desta instituição.

Sou grato a todos que torceram por mim durante a trajetória e me ajudaram de
alguma forma.
5

Sumário
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 7

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................... 7

2.1 Sondas de produção Terrestre (SPT) .......................................................... 7

2.2 Manutenção em sondas de produção terrestre (SPT) ................................. 8

2.3. Transporte de Sondas ................................................................................. 9

3. ATIVIDADES REALIZADAS ........................................................................ 9

3.1. Acompanhamento de atividades operacionais ........................................... 9

3.1.1. Distribuição das atividades em uma Sonda de Produção Terrestre ....... 9

3.1.2 Teste de equipamentos críticos .............................................................. 10

3.1.3 Manobra de coluna ................................................................................ 11

3.1.4 Operação de pescaria ............................................................................. 11

3.1.5 Equipamentos Operacionais: ................................................................. 12

3.2. Acompanhamento das atividades de manutenção em sondas .................. 16

3.3 Projeto de uma roldana articulada do cathead: ......................................... 22

3.3.1 Dimensionamento do tamanho da polia: ............................................... 23

3.3.2 Cabo de Aço ....................................................................................... 25

3.3.3 Dimensionamento dos pinos: ................................................................. 26

3.3.4 Dimensionamento da estrutura da Roldana: .......................................... 28


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4. CONCLUSÃO: ......................................................................................... 32

5. REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................... 33


7

1. INTRODUÇÃO

A Braserv Petróleo Ltda é uma empresa nacional que atua no Brasil há mais de
dois anos, oferecendo o serviço de locação de sondas e periféricos e serviços de operação
e manutenção de sondas. Além do Brasil, a Braserv possuí atividades na Colômbia, onde
oferece os mesmos serviços. No Brasil, a Braserv opera nos estados de Bahia (BA),
Sergipe (SE), Alagoas (AL), Rio Grande do Norte (RN), Amazonas (AM). O Estágio foi
realizado em Sergipe, no município de Carmópolis, nos setores de operação e
manutenção, [1].

No cronograma de iniciação na empresa houve ainda uma parte de capacitação


onde foram ministrados cursos de Sistema de Gestão Integrada (SGI), Segurança, meio
ambiente e saúde (SMS), Manutenção, Introdução aos recursos humanos, Segurança com
Ácido Sulfúrico (H2S) e NR 10.

O estágio se deu inicialmente no setor de Manutenção da empresa supracitada,


onde ocorreu a maior parte das atividades, e posteriormente no setor de Operações, onde
apredeu-se mais sobre as atividades fim. Durante o estágio foi possível vivenciar muitas
situações onde os engenheiros são colocados a prova em seus conhecimentos e colocar
em prática o que se aprendeu durante a graduação.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Sondas de produção Terrestre (SPT)

As sondas são equipamentos usados na perfuração, completação e manutenção de


poços, que visa permitir o acesso a reservatórios de petróleo ou gás.

A sonda é composta pelos seguintes componentes periféricos:

- Carro sonda – responsável por retirar e descer ferramenta do poço;

- Tanque de fluido – responsável pelo armazenamento de fluido;

- Choke Trailer – responsável pelo amortecimento e avaliação do poço;

- Bomba de fluído – responsável por injetar o fluido no poço;

- Estaleiro – responsável por estaleirar os tubos;

-UCI (Unidade de Combate a Incêndio) – para o caso de princípio de incêndios, além de


armazenar dois grupos geradores;
8

-Trailer escritório – acomodações para os mecânicos, fiscais e encarregados, além


de um refeitório.

2.2 Manutenção em sondas de produção terrestre (SPT)

Manutenção Preditiva: O conceito de manutenção preditiva está inserido na


modalidade de manutenção há, aproximadamente, oito décadas, porém inicialmente
estava inserido como outras modalidades de manutenção, a partir da década de 1970,
porém, tem ganhado grande destaque neste segmento na última década. [3]

Dentro deste conceito de manutenção preditiva, não se encontra um programa de


manutenção completo, porém os conhecimentos de manutenção preditiva podem
acrescentar bastante a um programa de gestão da manutenção, visto que a proposta da
manutenção preditiva é fazer o monitoramento regular das condições mecânicas,
eletroeletrônicas, eletropneumáticas, eletro hidráulicas e elétricas dos equipamentos e
instalações e, ainda, monitorar o rendimento operacional de equipamentos e instalações
quanto a seus processos. Como resultado desse monitoramento, tem-se a maximização
dos intervalos entre reparos por quebras (manutenção corretiva) e reparos programados
(manutenção preventiva), bem como maximização de rendimento no processo produtivo,
visto que equipamentos e instalações estarão disponíveis o maior tempo possível para
operação.

Manutenção Corretiva: É a forma mais simples e mais primitiva de manutenção.


De acordo com [6] (2002, p. 625) “significa deixar as instalações continuarem a operar
até que quebrem. O trabalho de manutenção é realizado somente após a quebra do
equipamento ter ocorrido [...]”. Apesar de esta definição apontar para uma manutenção
simplesmente entregue ao acaso, essa abordagem ainda se subdivide em duas categorias:
planejada e não-planejada.

Manutenção corretiva não-planejada: A correção da falha ou imprevisto é feita


somente após o ocorrido, sem acompanhamento ou planejamento anterior,
aleatoriamente. Acarretando assim, altos custos e baixa confiabilidade de produção, já
que gera ociosidade e danos maiores aos equipamentos, muitas vezes irreversíveis.
9

Manutenção corretiva planejada: quando a manutenção é preparada. Ocorre, por


exemplo, pela decisão gerencial de operar até a falha ou em função de um
acompanhamento preditivo.

Manutenção preventiva: É o tipo de manutenção que visa evitar que as falhas


ocorram, através de manutenções em intervalos de tempo pré-determinados, a
problemática deste tipo de manutenção é a programação baseada em estatísticas, sem
levar em consideração as variáveis especificas da planta que afetam diretamente a vida
operacional do equipamento.

2.3. Transporte de Sondas

Em operações de perfuração de poços terrestre, logo após o término de um poço,


a sonda deve ser desmontada em várias partes (cargas) utilizando-se de guindastes. As
cargas são transportadas por carretas até a próxima locação, na ordem adequada, onde são
novamente montadas, esta operação, transporte e montagem de sondas (DTM).

O DTM necessita ser realizada com rapidez, para garantir a operacionalidade e


faturamento do equipamento, e ao mesmo tempo garantir segurança nas operações, tendo
em vista que são operações de risco, elevação de cargas, deve-se sempre efetuar conforme
procedimento, para minimizar os riscos e acidentes. [7], (2017, p.2).

3. ATIVIDADES REALIZADAS

3.1. Acompanhamento de atividades operacionais

3.1.1. Distribuição das atividades em uma Sonda de Produção Terrestre

O estágio se deu também no setor de operações, onde foi vivenciado as atividades


em uma sonda de produção terrestre, conhecendo um pouco mais sobre as atividades de
intervenções em poços de petróleo e poços injetores de Água. Pude vivenciar junto aos
colaboradores as funções específicas:

-Homem de área: é o responsável pela limpeza dos equipamentos, limpeza do


trailer, fazer a recepção e instrução dos visitantes da sonda;

-Plataformista: É o responsável por operar a chave hidráulica de tubos, realizando


conexões de tubos, e todas as demais operações realizadas na plataforma.
10

-Torrista: É o operário o responsável pelo manuseio da coluna nas manobras, pela


operação das bombas, tanques de lama e recebimento de granéis. Ele auxilia o Sondador
nos trabalhos da sonda, orienta os trabalhos executados pelos Plataformistas.

-Sondador: É o colaborador responsável por operar a sonda de Produção, elevando


e descendo tubos, controlando guincho auxiliar, catline (guincho de menor porte),
utilizado para elevar peças de menor peso), assentamento de parkers, pescaria, operar
Power Swíveis. É o líder da área operacional, responsável por coordenar toda a operação
que está contida no programa do poço.

Encarregado: É o profissional que Supervisiona operações com sonda em poços


de petróleo e na manutenção de equipamentos, fornecendo orientações e suporte técnico
providenciando os recursos necessários. É o líder na Sonda, responsável por interpretar o
programa do poço e passar as informações para a equipe.

3.1.2 Teste de equipamentos críticos

Figura 1: teste da unidade de combate a Incêndio (UCI). (Fonte: Autoria própria)

Como podemos observar, na imagem para assegurar a funcionalidade dos


equipamentos. Na figura 1, teste da unidade de combate a incêndio (UCI), verificando a
funcionalidade dos equipamentos críticos.
11

3.1.3 Manobra de coluna

Figura 2: Descendo tubos no poço. (Fonte: Autoria própria.)

Nesta visita à SPT 129 presenciamos uma manobra de descida de tubos, para
posteriormente ser conectado na coluna do poço e dar seguimento às operações, é uma
manobra bastante delicada, visto que em caso de queda de um tubo há risco acidente de
gravidade elevada.

3.1.4 Operação de pescaria


12

Figura 3: Sonda de produção terrestre em pescaria. (Fonte: Autoria própria)

Podemos observar na figura 3, a sonda executando uma manobra chamada


comumente de pescaria, é simplificadamente uma operação em que o objetivo é retirar
partes que estão fixadas no poço internamente e no processo de retirada, acabou ficando
aderida à parede do poço, sendo necessário o uso de equipamento chamado de power
swivel, que serve para agregar o movimento de rotação da coluna, sendo possível assim
uso de brocas para auxiliar a retirada do “peixe” ou equipamento indesejado.

3.1.5 Equipamentos Operacionais:

Figura 4: Jogo de válvulas denominado choque manifold. (Fonte: autoria


própria).

Na figura 4 temos no solo um conjunto de válvulas, denominado conjunto


manifold ou árvore de natal que serve para direcionar e controlar as pressões do fluido na
tubulação que vai para o tanque separador de óleo e gás na direita, em seguida uma
tubulação leva o gás para o queimador que está posicionado a 30 metros da sonda e efetua
a queima desse gás.
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Figura 5: Power Swível. (Fonte: Autoria própria.)

Na figura 5 temos um Power swivel, um equipamento que tem a função de


adicionar à SPT o poder de giro da coluna, pois a mesma não possui esse movimento,
sendo necessário o auxílio desse equipamento em ocasiões onde se faz necessário uso de
brocas para retirada de equipamentos residuais do poço.

Figura 6: motor e bomba de fluido. (Fonte: Autoria própria)

Na figura 6, temos o conjunto motor e “bomba de lama”, assim denominada


comumente o mecanismo de bombeio de fluido do poço. Se faz necessário seu uso quando
se precisa adicionar fluido à operação. Este pode ser utilizado em várias ocasiões, uma
delas é na operação de pescaria, onde o fluido é injetado por dentro da coluna, para ser
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expelido pelos orifícios da broca, retornando assim, com os resíduos de perfuração junto
com ele pelo espaço anular do poço até a superfície.

Figura 7: Blowout Preventer (BOP) (Fonte: autoria própria.)

A BOP (figura 7) é a principal dos equipamentos de segurança de cabeça de poço


(ESCP), ela é basicamente uma válvula que é colocada na cabeça do poço que serve para
fechar o poço em ocasiões desejadas, comumente fechada em situações de “kick”, fluxo
indesejado de uma formação para dentro do poço, se esse fluxo não for controlado pode
gerar fluxo descontrolado, podendo gerar acidentes graves. Sua função principal é fechar
o espaço anular entre o poço e a coluna de produção.

Figura 8: Unidade de combate a incêndio (UCI). (Fonte: Autoria própria.)

Como o próprio nome já diz, na figura 8, é a unidade que atua em casos


emergenciais de incêndio, possui uma bomba de fluido e um tanque de fluido de combate
a incêndio, nela também ficam localizados os geradores que irão fornecer energia para a
sonda.
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Figura 9: trailer. (Fonte: Autoria Própria).

Na figura 9, podemos observar o Trailer, que é o equipamento onde o o


encarregado, fiscal e o mecânico da sonda se estabelescem, nele contém vestiários dos
colaboradores, banheiro e copa para se realizar refeições.

Figura 10: Carro sonda levantando mastro. (Fonte: Autoria Própria).

A figura 10 mostra o carro sonda, que é o principal equipamento operacional,


levantando o mastro para realizar teste após Parada anual de manutenção. O carro sonda
é o principal equipamento operacional, nele contém os guinchos principal, e auxiliar,
principais equipamentos para manobrar tubos, descer e retirar ferramenta do poço, o
responsável por operar os guinchos é o sondador.
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3.2. Acompanhamento das atividades de manutenção em sondas

O cliente estabelece que durante o período de 30 dias de funcionamento, a


contratada tem, um dia (24 horas), para dar manutenção em seus equipamentos sem
prejuízo financeiro de faturamento. Sendo assim, a Braserv opta por acumular esses dias
e realizar uma parada de 12 dias do equipamento uma vez por ano. Realizando inspeções,
lubrificação e manutenções corretivas necessárias.

Figura 11: chegada do carro sonda à base e início da retirada do mastro. (Fonte:
autoria própria).

Após o equipamento deixar a operação, este é encaminhado para lavagem e então


retorna à base para iniciarmos os trabalhos de retirada do mastro, como vemos na figura
11. Dessa forma, são retirados todos os cabos e conexões pneumáticas, elétricas e
hidráulicas, para posteriormente desconectar o mastro da sonda do carro sonda.

Figura 12: Mastro sendo desembainhado. (Fonte: autoria própria.)

Após retirada do mastro, é realizado o desembainhamento do mastro e telescópio


(estrutura recolhível), posteriormente é feita uma avaliação da integridade estrutural do
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mesmo, são reparadas as partes estruturais danificadas, realizada inspeção por partículas
magnéticas ou liquido penetrante nas soldas e medições de espessura dos perfis.

Figura 13: reparo de solda reprovado em inspeção. (Fonte: autoria própria.)

Na figura 13 podemos observar uma solda com baixa qualidade e reprovada na


inspeção. Sendo necessária refazê-la e inspecioná-la novamente.

Figura 14: Trinca identificada em olhal do cilindro do Cathead. (Fonte: autoria


própria).

Após identificada a trinca no cilindro do cathead em ensaio por partícula


magnética, figura 14, foi feita o corte com esmerilhadeira e preenchida com solda
novamente, para sanar a trinca.
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Figura 15: Mastro com cantoneiras oxidadas. (Fonte: Autoria Própria)

A imagem 15 mostra cantoneiras do mastro e telescópio bastante danificadas.


Isso ocorre devido à salinidade do fluído que se trabalha, contribuindo para facilitar o
processo de oxidação.

Figura 16: Medição de folga nos rolamentos do guincho auxiliar. (Fonte: autoria
própria.)

Figura 17: Folga de 0,027mm. (Fonte: autoria própria)


19

Durante a PAM (Parada Anual de Manutenção), são realizadas verificações de


folgas nos rolamentos do guincho auxiliar e principal, para verificar condições dos
rolamentos e caso necessário, se realizar a substituição. Como podemos ver na figura 17,
a folga apresentada foi de 0,027mm, sendo portanto dentro do permitido e não
necessitando substituição do rolamento.

Figura 18: Chave hidráulica de tubos. (Fonte: Autoria própria.)

Figura 19: Chave hidráulica desmontada para revisão e lubrificação. (Fonte:


Autoria própria.)

São desmontados todos os equipamentos que necessitam de lubrificação,


principalmente rolamentos, como podemos verificar na Figura 18, uma chave hidráulica
de tubos desmontada para revisão e na figura 19 lubrificação de seus rolamentos.
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Figura 20: Substituição de pista de roldana do bloco de coroamento. (Fonte:


Autoria própria.)

Como podemos verificar na figura 20, são efetuadas vários tipos de manutenções
corretivas, como nesse caso, onde foi verificado desgaste do rolamento e então foi
necessário realizar substituição do rolamento e pista.

Figura 21: Inspeção em roldanas do bloco de coroamento. (Fonte: Autoria


própria.)
21

Figura 22: Inspeção nas soldas da mesa do torrista. (Fonte: autoria própria.)

Como podemos observar, as soldas são todas inspecionadas, nas paradas anuais
de manutenção, além de medição de espessura dos vasos e perfis. Na figura 21, roldanas
do bloco de coroamento sendo inspecionadas. Na figura 22, soldas da mesa do torrista
sendo inspecionada em suas uniões soldadas.

Figura 23: mastro reparado e pintado. (Fonte: Autoria própria.)

Na figura 23 vemos o mastro finalizado, após reparos e pintura, na figura 24


vemos o mastro montado no carro sonda, todas as conexões montadas, finalizando a
montagem de cabos.
22

Figura 24: Finalização da montagem do carro sonda. (Fonte: Autoria própria).

Como vemos, nas Paradas Anuais de Manutenção são realizadas, inspeções e


reparos na estrutura do Carro Sonda e equipamentos periféricos, lubrificação,
manutenções corretivas, pintura dos equipamentos, substituição de cabos e mangueiras
danificadas, garantindo assim que o equipamento funcione com confiabilidade por mais
um ano.

3.3 Projeto de uma roldana articulada do cathead:

Além de conhecer as atividades de manutenção e operação em sonda, pude ter a


oportunidade de projetar uma roldana articulada do cathead. O cathead é o guincho que
aciona o cabo de aço que aplicará torque à chave flutuante, chave que tem utilidade de
conectar e desconectar tubos. Diante disso, foi constatado uma problemática, pois, os
mecânicos da empresa realizaram instalação de roldana fixa, não articulada, e com
diâmetro inferior ao que consta na norma NBR 8400, ocasionando assim, desgaste
prematuro do cabo.

Diante do problema apresentado, a solução encontrada foi a fabricação de uma


roldana articulada, evitando assiml, atrito da estrutura com o cabo de aço, reduzindo assim
o processo de desgaste, em paralelo, foi feito um re-dimensionamento do diâmetro da
roldana de acordo com a norma. Como segue abaixo:

Para fazer o dimensionamento, fazemos as seguintes considerações, nos


basearemos nos esforços de tração no cabo para avaliarmos como é o esforço sofridona
roldana, como na figura 25:
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Figura 25: Esquema de carregamento na polia. (Fonte: autoria própria).

3.3.1 Dimensionamento do tamanho da polia:

Classe de funcionamento:

Nesse critério, foi levado em consideração o tempo diário de funcionamento da


roldana. Com utilização média de horas diárias de 0,5< tm<=1, portanto V0,5 de acordo
com a tabela 1.

Tabela 1: Classes de Funcionamento. (Fonte: NBR:8400)

Estados de solicitação:

Considerou-se, de acordo com a tabela 2, o estado de solicitação 2 para


dimensionamento.
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Tabela 2: Estados de solicitação. (Fonte: NBR 8400.)

Grupos de estrutura:

Podemos concluir que temos o grupo de estrutura 1Bm, de acordo com a tabela 4.

Tabela 3: Grupos de estrutura. (Fonte: NBR 8400)

Coeficiente H1:

A tabela 4 mostra como obter o coeficiente H1, de acordo com as classificações


já obtidas anteriormente, para o grupo 1Bm e com a classificação do cabo de aço utilizado,
que para o nosso caso é o cabo normal, com alma de Nylon. Obtendo assim um H1= 16

Tabela 4: Valores de H1. (Fonte: NBR 8400).


25

Coeficiente H2:

De acordo com a tabela 5, estabelesce o valor de H2 em função do número de


polias e tambores do circuito. como não há mais polias no circuito, Wt <= 5, portanto
H2=1.

Tabela 5: Valores de H2. (Fonte: NBR 8400).

Para definirmos o H2, depende do número de polias no circuito, e da quantidade de


inversões de sentido dos cabos. Assim:

W = 1 tambor;

W= 2 para cada polia, não gerando inversão de sentido de enrolamento no percurso


do cabo;

W = 4 para cada polia que provoca uma inversão de sentido de enrolamento (curva
em S);

Aplicando ao nosso caso, como só temos uma polia no circuito. Wt= 2, Wt<= 5,
portanto.

Calculo final do diâmetro da polia de acordo com a Eq. 1:

De>= H1*H2*dc (1)

De>= 16*1* 19.05

De>= 304,8 mm.

Arredondando assim, para uma polia de 310 mm.

3.3.2 Cabo de Aço

Para dimensionarmos os cabos de aço pela NBR 8400, calculamos um diâmetro


mínimo para o cabo de acordo com a tração máxima aplicada. Utilizando a tabela a seguir,
para assim, obter os valores mínimos de Q.
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Valores mínimos de Q

Grupo de Cabo Cabo não


mecanismo Normal rotativo

1Bm 0,265 0,280

1Am 0,280 0,300

2m 0,300 0,335

3m 0,335 0,375

4m 0,375 0,425

5m 0,425 0,425
Tabela 6. Valores mínimos do coeficiente Q. (Fonte: Norma ABNT NBR
14712.)

𝑑𝑚𝑖𝑛 = 𝑄 ∗ √𝑇 (2)

𝑑𝑚𝑖𝑛 = 0,265 ∗ √2722,55𝐾𝑔𝑓 = 13,82mm.

Utilizaremos portanto, um cabo de ¾”, ou 19,05 mm, mais comercial.

3.3.3 Dimensionamento dos pinos:

Tendo sido feito o cálculo do diâmetro da polia, o próximo passo será realizar os
cálculos estruturais.

Considerações para análise de acordo com a figura 25:

-Tensão no cabo = 6000 lbf = 2721,55 N;

-Cabo utilizado = 3/4’’= 19,05mm.

Sabendo que a força resultante exercida é de 3850,19 Kgf, podemos calcular as


dimensões dos pinos. Material Utilizado no Pino, aço 4140, com as seguintes
características:

- Limite de escoamento: 415 Mpa ou 60200 psi.;

- Resistência a tração: 655 MPa ou 95000 psi;

- Módulo de elasticidade: entre 190 GPa (27557 ksi) e 210 Gpa (30458 Ksi);

- Carregamento estático;
27

- Cálculos com base no livro Resistência dos materiais, R.C. Hibbeler.

De acordo com (HIBBELER, 2004), a tensão aplicada ao pino na figura 26,


situação de carregamento em que se encontra o pino, é caracterizada por um esforço de
cisalhamento Duplo. E para esse caso, nós devemos calcular utilizando a seguinte
equação.
𝑉
T=𝐴 (3)

Onde:

V= Força = 3850,19Kgf /2= 1925,1 Kgf;

A= área da secção da peça para um pino de 1” ou 25,4mm= 506,45 mm²;

Tensão Calculada:

T= Tensão de cisalhamento na peça = 3,8 Kgf/mm² = 37,265Mpa.

- De acordo Com o critério de Von misses:

0
k (4)
3

Onde:

σo= Tensão limite de escoamento sob tração = 415 Mpa;

K= Limite de escoamento sob cisalhamento puro = 239,6 Mpa.

Assim, temos que até 239,6 Mpa o material sob cisalhamento encontra-se dentro
do limite de escoamento. Verificando que para o carregamento máximo a tensão foi de
37,25 Mpa o coeficiente de segurança (FS) foi calculado:

𝜎𝑒𝑠𝑐
FS = (4)
𝜎𝐴𝑑𝑚

239,6 Mpa
FS= = 6,42
37,265Mpa
28

Verificando assim, que para a carga o carregamento máximo,o pino de 1” feito de


aço ABNT 4140 atende aos requisitos.

3.3.4 Dimensionamento da estrutura da Roldana:

Após realizado dimensionamento dos pinos, foi feito simulação estrutural no


software Autodesk Inventor, para atestarmos que a estrutura suporta os esforços pelos
quais será submetida.

De acordo com os dados de entrada, após fazermos algumas melhorias no projeto,


chegamos ao seguinte modelo.

Utilizando como material o aço 1020, aço mais viável financeiramente e mais
comercial, na estrutura da roldana.

Figura 26: vista isométrica da montagem 3D de roldana articulada do Cathead.


(Fonte: Autoria própria)
29

Figura 27: Vista lateral da montagem 3D de roldana articulada do Cathead. (Fonte: autoria
própria)

Figura 28: Tensão no corpo da roldana após simulação de esforços. (Fonte:


Autoria própria).

Como podemos observar, na figura 29, aplicando uma carga estática máxima
como calculamos. As tensões máximas verificadas foram de 56,58 Mpa, dentro do limite
elástico, portanto.

Figura 29: vista inferior do corpo da roldana. (Fonte: autoria própria)

Como vemos na Figura 29, as tensões mais elevadas em vermelho, nos cantos
mais vivos. Diante esse fato, a angulação nesse local foi elevada, reduzindo assim, as
tensões que eram mais elevadas.

De acordo com o observado na figura 30, o coeficiente de segurança mínimo


constatado na peça é de 3.66. Sabendo que não se trabalha com a carga máxima
regularmente, é admissível. Tendo em vista também que para se obter maior coeficiente
30

de segurança, é necessário se ter uma estrutura mais robusta, aumentando os custos de


produção.

Figura 30: distribuição do coeficiente de segurança no corpo da roldana. (Fonte:


Autoria Própria.)

Na simulação da interface, como vemos na figura 31, fixamos a peça


similar à como ela é fixada no mastro, nas furações e no rasgo em forma de “T”, e
aplicamos o carregamento como mostrado na figura 25, nos olhais da estrutura.

Figura 31: Distribuição de tensão na interface. (Fonte: Autoria própria.)

Verificamos assim, que a estrutura alcançou esforços máximos de tensão de 64,24


Mpa, como verificado na imagem nas figuras 31.
31

Figura 32: Fator de segurança da interface (Fonte: Autoria própria)

Como observado na figura 32, o coeficiente de segurança mínimo na peça foi de


3,22. Aceitável para o equipamento que é utilizado por tempo relativamente curto e
dificilmente com cargas máximas.

Por fim, foi feito o desenho detalhado do corpo da roldana e da interface para
fabricação, como consta nas figuras 33 e 34. Concluindo assim a validade do projeto,
reforçando assim a importância do aprendizado e experiência no estágio e contribuição
do estagiário para com a empresa.

Figura 33: Desenho detalhado do corpo da roldana. (Fonte: Autoria própria)


32

Figura 34: Desenho detalhado interface da roldana. (Fonte: Autoria própria).

4. CONCLUSÃO:

O estágio aqui descrito, foi de bastante relevância para ambas as partes. Foi
possível adquirir conhecimentos de várias áreas, como engenharia de petróleo, por
exemplo, que não estão previstos no curso de engenharia mecânica, mas de imensa
importância para o crescimento profissional. Aplicação da engenharia mecânica no setor
de Sondas de Produção Terrestre, na resolução de problemas diários que envolvem
engenharia. No decorrer do estagio, foi possível vivenciar proplemas nas áreas de
materiais de construção mecânica, resistência dos materiais e mecânica geral. Foi possível
adquirir conhecimentos principalmente de vivência de engenheiro na industria, lidar com
vários níveis de colaboradores e a importancia de um bom relacionmento com a equipe.

No tangível à Braserv Petróleo, vale ressaltar a boa vivência entre os


colaboradores da empresa, sempre muito solícitos para tirar dúvidas e repassar
conhecimentos e experiência, tanto por parte dos gestores da empresa, quanto dos
colaboradores em geral. Ressaltando assim a enorme contribuição para o crescimento
profissional como engenheiro.
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5. REFERENCIAL TEÓRICO

[1] Braserv Petróleo. Disponível em:< http://braservpetroleo.com.br/>. Acesso em: 05

Junho de 2019.

[2] CURSO Básico de segurança contra H2S. Macae-rj: Fallk Safety Service, 2019. 28
slides, color.

[3] LIMA, W. d. C.; ARANTES, J. A. S. Manutenção preditiva: Caminho para a


excelência e vantagem competitiva. XIII, SIMPEP, Bauru, SP, Brasil, v. 6, 2008.

[4] MELLO, Eduardo Varela. TOP DRIVE: APLICAÇÕES E EXPERIÊNCIAS EM


SISTEMAS DE PERFURAÇÃO. 2014. 106 f. Monografia (Especialização) - Curso de
Engenharia de Petróleo, Departamento de Engenharia Química e de Petróleo,
Universidade Federal Fluminense, NiterÓi – Rj, 2014. Disponível em:
<https://app.uff.br/riuff/bitstream/1/516/1/M%20O%20N%20O%20G%20R%20A%20
F%20I%20A%3D15.12.pdf>. Acesso em: 05 mar.
2019.http://www.ufjf.br/ep/files/2014/07/2012_3_Mariana.pdf.

[5] Monitoramento, proposta das preditivas. Disponível em:<


https://www.manutencaoemfoco.com.br/monitoramento-proposta-preditiva/. Acesso em:
05 Junho de 2019.

[6] SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da Produção. São


Paulo: Atlas, 2002. 703 p.

[7] SANTOS, Maria Betania Gama; RODRIGUES, Thais de Almeida. ANÁLISE


PRELIMINAR DE RISCOS NAS OPERAÇÕES DE DTM DE SONDAS
TERRESTRES. In: XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE
PRODUCAO, 37., 2017, Joinville. Anais. Joinville: Enegep, 2017. v. 1, p. 1 - 25.
Disponível em:
<http://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_241_399_34885.pdf>. Acesso
em: 10 out. 2017.

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