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net/publication/370364205
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Osmar Vasconcelos
Universidade Federal do Maranhão
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All content following this page was uploaded by Osmar Vasconcelos on 28 April 2023.
Palavras–chave: The sugar and alcohol industries are characterized by high demand for
water, and generate proportional volumes of waste to be discarded. In the process of the
ethanol production chain, vinasse emerges as an effluent of high pollutant power, about
one hundred times greater than that of domestic sewage. Its polluting potential stems from
its richness in organic matter, low pH and high corrosivity. The present work aimed to
analyze and quantify the potential of biogas generation from the biodegradation of
sugarcane vinasse (Treatment I) and the addition of cassava tailings (Treatment II) in a
batch anaerobic biodigester. Biogas production was evaluated during 15 days of digestion
under mesophilic conditions. Biogas generation was constantly monitored, observing the
temperature and gauge pressure daily. Parameters such as pH, biochemical oxygen
demand (BOD) and humidity were measured in both treatments and evaluated in order to
relate them to the biogas production observed during the incubation period. The resulting
digestion in the treatments presented differentiated accumulated biogas volume.
Treatment II produced 2.1 Kg/Cm2, while Treatment I only 0.5 Kg/Cm2. Therefore, due
to the conditions of the experiments adopted in this study, the substrate with cassava
tailings addition showed satisfactory biogas generation potential.
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INTRODUÇÃO
O Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar e também o primeiro país do mundo
na produção e exportação de açúcar e etanol (1). As usinas sucroalcooleiras representam
para o país um dos maiores ramos do agronegócio nacional, contribuindo para a economia
e gerando milhões de empregos. Com o aumento da produção de etanol e açúcar, houve
também o aumento da produção de subprodutos e resíduos gerados pelo processo, com
isso maneiras de descarte e novas tecnologias estão sendo estudadas pensando nos
impactos ambientais e na geração de energia. Desse processo surge a vinhaça (2).
A vinhaça é o principal subproduto da produção sucroalcoleira, apresenta elevado
teor de matéria orgânica rica em nutrientes minerais. É um resíduo presente em destilarias
autônomas e usinas de açúcar e etanol e com custo relativamente baixo, vem sendo
amplamente utilizada na fertirrigação de áreas cultivadas com cana. No entanto, deve-se
utilizá-la com cautela, uma vez que pode contaminar águas subterrâneas e mananciais
superficiais, devido à percolação ou arraste de altas concentrações de manganês, ferro,
potássio, alumínio, cloreto, matéria orgânica, dentre outros (3,4).
A vinhaça é caracterizada como efluente de destilarias com alto poder poluente e
alto valor fertilizante; o poder poluente, cerca de cem vezes maior que o do esgoto
doméstico, decorre da sua riqueza em matéria orgânica, baixo pH, elevada corrosividade
e altos índices de demanda bioquímica de oxigênio (DBO), além de elevada temperatura
na saída dos destiladores; é considerada altamente nociva à fauna, flora, microfauna e
microflora das águas doces, além de afugentar a fauna marinha que vem às costas
brasileiras para procriação (3).
A mandioca é uma cultura versátil e de grande apelo econômico e social.
Cultivada nas diversas regiões do País, serve de fonte de alimento e renda para as
populações rurais, que consomem e comercializam o produto tanto em forma de farinha
como in natura. Como toda atividade produtiva, o processamento da mandioca gera
grande quantidade de resíduos, que geralmente se perdem nas áreas de produção por
desconhecimento do produtor sobre as alternativas de uso. No processamento das raízes
de mandioca para o preparo de farinhas, as cascas representam de 10-15% do peso das
raízes, dependendo do processo de descascamento. As cascas de mandioca ricas em
carboidratos se constituem em excelente matéria prima. Aproveitar os resíduos gerados
na produção de mandioca é uma forma de tornar a cultura mais competitiva e resolver
problemas ambientais (4,5).
Segundo o levantamento da Organização das Nações Unidas para a Alimentação
e a Agricultura (6), a mandioca (Manihot esculenta Crantz) é um dos tubérculos mais
importantes cultivados no Brasil (7). A mandioca é uma planta nativa do Brasil
classificada como uma cultura perene de alta produtividade, baixo custo de produção,
resistente a pragas, de fácil adaptação às condições climáticas e elevado valor energético.
Como toda atividade produtiva, o processamento da mandioca gera grande
quantidade de resíduos, que geralmente se perdem nas áreas de produção por
desconhecimento do produtor sobre as alternativas de uso. No processamento das raízes
de mandioca para o preparo de farinhas, as cascas representam de 10-15% do peso das
raízes, dependendo do processo de descascamento. As cascas de mandioca ricas em
carboidratos se constituem em excelente matéria prima. Aproveitar os resíduos gerados
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na produção de mandioca é uma forma de tornar a cultura mais competitiva e resolver
problemas ambientais (4).
A composição do substrato é importante para a quantificação e a qualidade do
biogás, o que está diretamente ligado à quantidade de nutrientes e contaminantes
potenciais (metais, patógenos, contaminantes orgânicos contidos na matéria orgânica). A
escolha do material certo influencia no resultado do processo, na maximização da
produção de energia e na boa qualidade de biogás.
A biodigestão anaeróbia apresenta-se como uma das melhores soluções para o
aproveitamento da biomassa existente tanto na vinhaça como nos rejeitos de mandioca,
não somente no sentido ambiental como também no econômico (8). Trata-se de uma
tecnologia madura e atualmente é aplicada em milhares de plantas em escala real em todo
o mundo (9).
As aplicações dos subprodutos da biodigestão, tem como resultado a vinhaça
biodigerida e o biogás. O digestado pode ainda ser utilizado na fertilização, uma vez que
este tratamento não reduz o potencial fertilizante do efluente. Com relação ao biogás,
devido à elevada concentração de metano em sua composição, as principais aplicações
referem-se à geração de energia (pelo seu potencial combustível).
Este trabalho visa avaliar e quantificar a produção de biogás obtido por mistura
de vinhaça com rejeitos de mandioca como inoculante, em proporções definidas
utilizando biodigestor anaeróbio e verificar a diminuição de sua carga orgânica através
de análises físico-químicas de DBO e assim, contribuir para um manejo correto dos
resíduos gerados em agroindústria de produção de açúcar, etanol e/ou de cachaça,
agregando valor ao efluente gerado do processo da biodigestão na forma de
biofertilizantes.
MATERIAL E MÉTODOS
303
Inicialmente os resíduos de vinhaça e rejeitos de mandioca, passaram por alguns
procedimentos prévios visando melhorar a cinética das reações e a eficiência da produção
de biogás. Os rejeitos de mandioca foram triturados e a vinhaça passou por um processo
de decantação para se obter um resíduo mais concentrado.
Dois tratamentos foram avaliados: Vinhaça (Tratamento I) e Vinhaça + rejeitos
de mandioca triturados (Tratamento II). Após a separação e preparo dos substratos, os
resíduos foram secos em estufa a 110 °C durante 48 horas para que posteriormente todos
recebessem a quantidade necessária de água, de modo que a umidade final em todos os
tratamentos fossem a mesma, 80%.
As bateladas foram realizadas colocando 12 litros de matéria orgânica na urna do
biodigestor, vinhaça (I) e vinhaça + rejeitos (II). Em seguida, selou-se o biodigestor,
ligou-se a resistência elétrica e ajustou-se o termostato para o controle da temperatura
desejada, 37°C. Os tratamentos I e II permaneceram incubados até que não se observasse
mais geração de biogás, o que ocorreu após o 15º dia de incubação.
A geração do biogás foi monitorada constantemente, observando-se diariamente
a temperatura e pressão manométrica.
Construção do biodigestor
O biodigestor foi equipado com uma urna, com capacidade para 30 litros,
resistência elétrica, termostato, manômetro e registro de gaveta para descarga de resíduos.
A estimativa da produção de gás foi feita através de um manômetro com aferição de 0 a
5 Kgf/cm2. O escoamento do gás produzido no biodigestor foi drenado por um registro
de gaveta instalado na parte inferior da urna do biodigestor.
O biodigestor foi equipado com uma urna, com capacidade para 30 litros,
resistência elétrica, termostato, manômetro e registro de gaveta para descarga de resíduos,
conforme Figura 1.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Caracterização físico-química
Processamento de biogás
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A Tabela 2 apresenta os parâmetros que foram monitorados no ensaio, como pH,
temperatura, umidade e demanda bioquímica de oxigênio (DBO), todos controlados antes
e depois do período de biodigestão.
TRATAMENTO I TRATAMENTO II
PARÂMETROS
Início Fim Redução Início Fim Redução
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Em relação ao monitoramento da geração de biogás, o tratamento I apresentou
baixo pico de geração de biogás na biodigestão. O valor acumulado de biogás para esse
tratamento ao final dos 15 dias de experimento foi de 0,5 Kg/Cm2. A baixa produção de
biogás no referido ensaio, pode estar relacionada à falta de um inoculante no processo,
visto que nas condições adotadas no presente estudo, a codigestão utilizando somente
vinhaça não se mostrou eficiente no aumento da taxa de geração de biogás.
A ineficiência da codigestão pode estar relacionada à necessidade de determinar
a proporção correta da mistura na codigestão para potencializar a produção de metano;
além disso, deve-se evitar a formação de agentes inibidores do processo (15,16).
O ensaio de biodigestão no Tratamento II apresentou alto pico de geração de
biogás na biodigestão. O valor acumulado de biogás para esse tratamento ao final do15º
dia de experimento foi de 2,2 Kg/Cm2. O rejeito de mandioca adicionado a vinhaça como
inoculante neste tratamento possui componentes nutritivos que garantiram a sua alta
biodigestão anaeróbia, por isso recomenda-se a adição de nutrientes que favoreçam o
processo.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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2. MAPA - MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E
ABASTECIMENTO. Disponível em:
http://www.agricultura.gov.br/vegetal/culturas/cana-de-acucar.
9. CHEN, L.; FANG, W.; LIANG, J.; NABI, M. Biochar application in anaerobic
digestion: Performances, mechanisms. Resources, Conservation and Recycling,
v. 188, 2023.
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14. CROVADOR, M.I.C. Potencial de geração de biogás a partir da fração
orgânica de resíduos sólidos urbanos. 2017. 119 f. Dissertação (Mestrado em
Bioenergia) - Universidade Estadual do Centro Oeste, Irati, 2014.
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