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RESPONSABILIDADE
SOCIOAMBIENTAL
Responsabilidade Socioambiental
APRESENTAÇÃO
Bons estudos.
DESAFIO
O Brasil apresenta em seu território, a maior parcela de Nióbio do mundo. Mesmo este mineral
existindo no solo de diversos países, cerca de 98% das reservas conhecidas no mundo estão em
nosso País. O país responde atualmente por mais de 90% do volume do metal comercializado no
planeta, seguido pelo Canadá e Austrália.
O nióbio é um elemento químico usado como liga na produção de aços especiais, e um dos
metais mais resistentes à corrosão e a temperaturas extremas.
Acompanhe na imgem a seguir o relato da expansão de uma cidade do interior de Minas Gerais.
Com base nos conhecimentos adquiridos nesta Unidade de Aprendizagem, responda:
1. Neste caso, pode-se dizer que houve o desenvolvimento sustentável da cidade?
2. O Nióbio (Nb) é considerado um exemplo de capital Natural?
3. Com o aumento repentino da cidade, houve maior quantidade de impactos ambientais
positivos ou negativos?
4. Em relação a empresa mineradora, apresente ao menos 2 exemplos de possíveis impactos
ambientais negativos no ambiente.
INFOGRÁFICO
CONTEÚDO DO LIVRO
Ao longo dos últimos cem anos, a concentração de Gases de Efeito Estufa vem aumentando,
decorrente da maior atividade industrial, agrícola e de transporte, principalmente devido ao uso
de combustíveis fósseis.
Porém, pelo fato do Homo sapiens ser considerado a espécies mais inteligente da Terra, temos a
obrigação e o dever de proteger e garantir o bem estar deste planeta. Ou seja, temos uma
responsabilidade socioambiental muito grande.
Boa leitura.
RESPONSABILIDADE
SOCIOAMBIENTAL
Thais Miranda
M672r Miranda, Thais.
Responsabilidade socioambiental / Thais Miranda. – 2.
ed. – Porto Alegre : SAGAH, 2017.
xi, 215 p. : il. ; 22,5 cm.
ISBN 978-85-9502-032-0
Introdução
Neste texto, você vai conhecer os principais conceitos da responsabilidade
social, seu papel e sua importância como conceito e prática norteadora de
condutas mais sustentáveis. Iremos ver ações que irão orientar e auxiliar
na redução de impactos negativos. Para entender a responsabilidade
socioambiental, é preciso conhecer como a sociedade e suas atividades
diárias influenciam o meio ambiente, ou seja, no seu próprio meio.
Social
Ambiental Econômico
Observando a imagem, você pode ver que esses aspectos (social, ambiental
e econômico) são mecanismos que não funcionam de forma independente, eles
são como um sistema de produção. As maquinas dependem de alguém que as
opere, esse suposto operador precisa de ferramentas e materiais para operar, e
dessa forma produzindo, então, um subproduto. A última etapa não existe sem
as anteriores, e as estas não precisariam existir se não houvesse a última etapa.
Responsabilidade Socioambiental 121
necessidades de baixo nível, e assim que estas fossem realizadas seguiria até
chegar as de nível mais alto, visando à autorrealização. Esta hierarquia ficou
conhecida por pirâmide de Maslow. Você pode ver a pirâmide de Maslow e
suas hierarquias na Figura 3:
Autorrealização
Estima
Sociais
Segurança
Fisiológicas
Capital Natural
Você sabe o que é capital natural? A expressão “Capital Natural” é utilizada
para englobar todos os recursos naturais, como solo, água, ar, os serviços
ecossistêmicos associados a eles e tudo o que torna possível a existência hu-
mana. Muitas vezes, essas matérias-primas são vistas apenas como meios de
produção e nem sempre é dado o devido valor sobre a possibilidade de serem
fontes renováveis ou não. Esse uso rotineiro dos recursos naturais acaba sendo
feito de forma insustentável. Compreender a importância desses recursos nos
ajuda, também, a entender a base de nossa economia, ou seja, é no Capital
Natural que estão os elementos que garantem a existência de vida na terra.
A somatória de todos os benefícios que os ecossistemas equilibrados for-
necem ao homem representa a ideia central de Capital Natural. Tais benefícios
podem ser desde o uso de água potável, até conceitos ligados a valores culturais,
por exemplo. A compreensão da importância do Capital Natural foi um dos
pontos positivos resultantes da Rio +20. Veja na Figura 4, o infográfico com
as principais abordagens vinculadas ao meio ambiente:
124 Responsabilidade socioambiental
Desenvolvimento
Agenda 21
sustentável
Principais
abordagens
vinculadas ao
meio ambiente
Você pode perceberá, portanto, que não apenas as grandes empresas afetam
o meio, nós, provocamos impactos ambientais diariamente. Na Figura 5, você
pode ver dois exemplos de impactos ambientais.
Responsabilidade Socioambiental 125
Muitas empresas têm uma grande parcela de culpa em relação aos impactos
negativos, por exemplo, emitem poluentes diretamente em corpos hídricos,
impactam na qualidade da água e na possibilidade de ganhos que acontecem
nas comunidades ribeirinhas.
As construções de hidroelétricas são outro exemplo de grande impacto ao
ambiente e as comunidades locais, pois propiciam alagamentos, que destroem
ambientes e fauna e reduzem as possibilidades econômicas locais.
Você pode analisar os impactos ambientais qualificando e quantificando
estas alterações, avaliando a qualidade ambiental com e sem determinada
ação ou empreendimento.
126 Responsabilidade socioambiental
Você também pode ajudar a diminuir o impacto ambiental negativo. Veja a seguir
algumas dicas:
Economize água;
Evite o consumo exagerado de energia;
Separe os lixos orgânicos e recicláveis;
Diminua o uso de automóveis;
Consuma apenas o necessário e evite compras compulsivas;
Utilize produtos ecológicos e biodegradáveis;
Não jogue lixos nas ruas;
Não jogue fora objetos e roupas que não usa mais. Opte por fazer doações.
Fatores determinantes e
condicionantes do meio
ambiente que interferem na
saúde humana
Água para
Ar
consumo humano
Contaminantes ambientais
Solo
e substâncias químicas
O meio ambiente deve ser visto como um sistema complexo em que in-
teratuam tanto os componentes físicos e biológicos quanto os econômicos e
sociais. Estas interações podem interferir na saúde humana, principalmente
quando não existe uma consciência clara desta relação ou quando medidas
preventivas não são tomadas, apenas as corretivas.
130 Responsabilidade socioambiental
Uma das interações que podem interferir na saúde humana é o aumento do número
de indivíduos infectados pela dengue:
a) O individuo pode ainda não estar cientes que não se pode deixar água parada
em garrafas, pneus, etc. Se essa prática fosse inibida, a aparição dessa doença na
população poderia diminuir e até mesmo ser erradicada.
b) O estado maior e os representantes da população devem seguir implantando
programas preventivos, tais como campanhas de conscientização, recolhimento
de lixo e entulhos, limpeza de terrenos desocupados e outros, com objetivo de
evitar o surgimento desta doença em épocas de chuvas.
EXERCÍCIOS
Tendo em vista os itens acima, assinale a alternativa que indica três problemas de
responsabilidade humana que afetam o meio ambiente e provocam problemas de
saúde:
A) I, II e III.
B) I, III e IV.
C) I, IV e V.
B) Extração de matéria-prima.
A) A expressão “Capital Natural” é utilizada para englobar todos os recursos naturais, como
solo, água, ar e os serviços humanos, essenciais à vida na Terra.
B) O termo está associado com o entendimento dos recursos naturais que garantem a
existência na Terra.
D) O termo está associado com o entendimento dos danos ambiental causados ao meio
ambiente.
E) A expressão “Capital Natural” é utilizada para englobar todos os recursos naturais, exceto
solo e água.
NA PRÁTICA
As oficinas mecânicas autorizadas da Volkswagen que oferecem serviços, como troca de peças,
acessórios, serviços mecânicos e elétricos são consideradas (legislação e política ambiental
estadual e federal) empreendimentos de pequeno porte, portanto, não é compulsória a licença
ambiental, ou seja, a realização de estudo de impacto ambiental para começar a funcionar.
Essa prestação de serviço irá precisar apenas de alvará de funcionamento para comprovar que
está adequada às normas de segurança, mas, sem dúvidas, provoca alguns impactos (físico,
biológico e social).
Esses impactos são de baixa magnitude e podem ser positivos e negativos. Para reduzir esses
impactos e manter sua proposta de responsabilidade, essas autorizadas devem seguir passos
rigorosos como:
- Ao fim de vida útil, as peças e os filtros não podem ser simplesmente descartados, devem ser
reenviados ao produtor (logística reversa).
- Todos os resíduos devem ser separados para não comprometer resíduos que poderão ser
reutilizados.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
Capital natural
APRESENTAÇÃO
Bons estudos.
DESAFIO
- Capa
- Sumário
- Introdução(breve contextualização do seu município)
- Plano de mobilização social (descrever a metodologia)
- Diagnóstico técnico-participativo (descrever a metodologia)
INFOGRÁFICO
CONTEÚDO DO LIVRO
O livro Saneamento Ambiental e sua Importância Socioambiental é a base teórica para esta
Unidade de Aprendizagem e proporciona melhor compreensão dos conteúdos apresentados aqui.
SANEAMENTO
Eliane Conterato
Saneamento ambiental
e sua importância
socioambiental
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Você já parou para pensar o quanto o saneamento interfere no desen-
volvimento social e ambiental da sociedade? O quanto a falta desse
serviço interfere na qualidade de vida da população? Conforme Ataide
e Borja (2017), pensar em justiça social é pensar no impacto socioam-
biental que representa o acesso a bens e serviços de um cidadão. A
falta de saneamento, que é um serviço básico que deve ser oferecido a
um cidadão, pode trazer diversos impactos como poluição dos recursos
hídricos, transmissão de doenças, aumento da mortalidade infantil, baixa
do rendimento escolar, entre outros.
As ações de saneamento são de fundamental importância para o de-
senvolvimento e bem-estar da sociedade, bem como para a proteção do
meio ambiente. Neste texto, você vai estudar o conceito de saneamento
ambiental e sua importância socioambiental.
2 Saneamento ambiental e sua importância socioambiental
Saneamento ambiental
Segundo Rosen (2006), o saneamento — considerado, em seu aspecto físico,
uma luta do homem em relação ao ambiente — existe desde o início da huma-
nidade, ora se desenvolvendo ora retrocedendo, de acordo com o surgimento,
evolução, queda e renascimento das civilizações.
Jordão e Pessoa (2014) enfatizam que o instinto e a necessidade levaram
o homem a se fixar próximo às fontes de energia, mas não de medir a ne-
cessidade de afastar ou condicionar os resíduos refugados por ele. Com isso,
historicamente, verifica-se a poluição das fontes de energia pelo homem até
se tornarem, nos piores casos, inadequadas à vida.
LIXO
AR
HOMEM
ÁGU
TO
EN
A
IM
AL
ESGOTO
Em resumo, desde que o ser humano passou a viver por longos períodos
em um mesmo espaço, passou também a conviver com a poluição causada
por seus rejeitos e as consequências disso para a saúde e o meio ambiente. A
Política Nacional do Meio Ambiente, estabelecida pela Lei Federal nº. 6.938,
de 31 de agosto de 1981, define poluição como a degradação da qualidade
ambiental resultante de atividades que, direta ou indiretamente:
Saneamento ambiental e sua importância socioambiental 3
Saneamento e desenvolvimento
A existência de saneamento adequado é uma condição primordial para o
desenvolvimento de uma nação, sendo um fator essencial para o país ser cha-
mado de “desenvolvido”. A falta de saneamento afeta as áreas de preservação,
turismo, trabalho, saúde, educação e cidadania.
Segundo o Instituto Trata Brasil, em estudo realizado em 2015, as perdas de
água devido a condições insatisfatórias de funcionamento de redes e desvios
de água atingem 38,1% no Brasil, ou seja, de toda a água tratada para a distri-
buição, quase 40% se perdem antes de chegar ao consumidor (INSTITUTO
TRATA BRASIL, 2015). Essa perda demonstra um descaso com o meio am-
biente, uma vez que a água é retirada dos mananciais, tratada e desperdiçada
antes mesmo de ser utilizada. No setor de turismo, o instituto indica que, em
2015, deixaram de ser gerados R$ 5,8 bilhões de renda do trabalho por conta
da degradação ambiental de áreas por falta de saneamento básico.
Em relação ao trabalho, o investimento no setor de saneamento gera renda
que movimenta diversos setores, como construção civil e comércio. Em re-
lação à saúde, o investimento gera economia, já que diminui as internações
causadas, principalmente, por doenças de origem ou transmissão hídrica.
Segundo informações do Trata Brasil, a cada R$ 1 investido em saneamento
é gerada uma economia de R$ 4 em saúde. Existem estatísticas que mostram
também que doenças vinculadas com a falta de saneamento geram prejuízos por
afastamentos das atividades diárias de trabalhadores no mercado de trabalho.
Outro índice importante que cabe apresentar é a mortalidade infantil. O gráfico
da Figura 2 mostra uma relação entre a população com acesso ao esgotamento
sanitário e a taxa de mortalidade infantil (dados da UNICEF e OMS).
A educação é outra área afetada diretamente pela falta de saneamento.
Conforme o Instituto Trata Brasil (2017), moradores de áreas sem acesso
à rede de distribuição de água e de coleta de esgotos têm um aumento do
atraso escolar Uma menor escolaridade implica em perda de produtividade e
de remuneração das gerações futuras. Somente o custo desse atraso escolar
devido à falta de saneamento alcançou R$ 16,6 bilhões em 2015.
Saneamento ambiental e sua importância socioambiental 5
180
150
Taxa de mortalidade infantil * (%)
120
90
60
Brasil
30
0
0 20 40 60 80 100
População com acesso ao esgotamento sanitário (%)
https://goo.gl/EpMq9k
planejamento;
prestação de serviços;
regulação;
fiscalização.
Universalização
Intersetorialidade Equidade
Titularidade Participação e
municipal controle social
https://goo.gl/Bt55F
abastecimento de água;
esgotamento sanitário;
drenagem urbana;
limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos.
2008 95 91 95
2009 97 98 91
Leituras recomendadas
BORJA, P. C. Procedimentos metodológicos para elaboração de planos municipais
de saneamento básico. In: BRASIL. Ministério das Cidades. Peças técnicas relativas a
planos municipais de saneamento básico. Brasília, DF: Ministério das Cidades, 2011. p.
53-85. Disponível em:<http://www.cidades.gov.br/images/stories/ArquivosSNSA/
Arquivos_PDF/Pe%C3%A7as_Tecnicas_WEB.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2018.
NUVOLARI, A. (Coord.). Esgoto sanitário: coleta, transporte, tratamento e reúso agrícola.
2. ed. São Paulo: Blucher, 2011.
PROJETO Acertar Manual de Melhores Práticas de Gestão da Informação sobre Sa-
neamento. Brasília, DF: Ministério das Cidades, 2017. Disponível em: <http://www.
snis.gov.br/downloads/arquivos/Manual-de-Melhores-Praticas-dos-Prestadores-de-
Servicos-Agua-e-Esgoto-MARCO2018.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2018.
UNITED NATIONS CHILDREN’S FUND; WORLD HEALTH ORGANIZATION. 25 years: Pro-
gresso n Sanitation and Drinkig Water. Geneva, Suíça, 2015. Disponível em: <http://files.
unicef.org/publications/files/Progress_on_Sanitation_and_Drinking_Water_2015_
Update_.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2018.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
EXERCÍCIOS
B) É um conjunto de ações realizadas de forma coletiva, pelo poder público e por técnicos.
C) É um conjunto de ações realizadas de forma coletiva, pelo poder público, com participação
popular e de técnicos.
D) Uma das principais dificuldades para construção de uma política de saneamento ambiental
sustentável é a baixa conscientização ambiental da população.
B) A proliferação de zooplâncton.
NA PRÁTICA
Locais sem saneamento básico transformam a população dos arredores em uma população
condenada à contaminação de todo e qualquer tipo. Observe o ciclo básico que ocorre nesses
lugares.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
Relações entre saneamento, saúde pública e meio ambiente: elementos para formulação de
um modelo de planejamento em saneamento:
APRESENTAÇÃO
Grande parcela da população brasileira e mundial não tem acesso à água potável e sofre com
problemas sanitários. Nesta Unidade de Aprendizagem, será possível conhecer a situação do
saneamento básico, a partir de dados de pesquisas contemporâneas. Serão abordados também os
benefícios e os problemas associados à presença e à ausência de saneamento básico.
Bons estudos.
DESAFIO
Mencione razões relevantes para que essa iniciativa seja aprovada e implementada.
INFOGRÁFICO
O infográfico a seguir ilustra os principais pontos relacionados ao saneamento básico discutidos
nesta Unidade de Aprendizagem.
CONTEÚDO DO LIVRO
Boa leitura!
M514 Meio ambiente e sustentabilidade [recurso eletrônico] /
Organizadores, André Henrique Rosa, Leonardo Fernandes
Fraceto, Viviane Moschini-Carlos. – Dados eletrônicos. –
Porto Alegre : Bookman, 2012.
CDU 502-022.316
Objetivos do capítulo
Grande parcela da população mundial não tem acesso à água potável e sofre com
problemas sanitários. Como consequência da falta de acesso à água potável e da
inadequação do esgotamento sanitário, um número alarmante de pessoas morre
ou vive em níveis inadmissíveis de qualidade de vida. Na cidade de São Paulo (Brasil),
esse fato não é diferente, cerca de 50% do esgoto gerado é lançado sem tratamen-
to. Este capítulo visa discutir a situação do saneamento básico no Brasil, em parti-
cular sobre a oferta de água potável e o esgotamento sanitário nas grandes metró-
poles, e contribuir com sugestões visando minimizar o problema.
milhões de habitantes não têm água trata- da água tratada em níveis impraticáveis
da. Suguio (2006) complementa que a ca- pela maioria da população.
rência de saneamento atinge 22% da popu- O saneamento básico constitui-se de
lação urbana e 50% dos moradores rurais um conjunto de ações que visam propor-
na América Latina, onde 117 milhões de cionar níveis crescentes de salubridade am-
pessoas não têm acesso aos serviços essen- biental em determinado espaço geográfico,
ciais de saneamento. No mundo, mais de em beneficio da população que habita esse
125 milhões de crianças de menos de 5 espaço. Essas ações, se adequadamente im-
anos vivem em casas sem acesso a uma plantadas, produzem efeitos positivos sobre
fonte de água potável, e mais de 280 mi- o bem-estar e a saúde das populações bene-
lhões vivem sem acesso a facilidades de es- ficiadas. Em consequência dos benefícios
gotamento sanitário (UNICEF, 2006). Já que proporciona, o saneamento básico ade-
na América Latina e Caribe, em 2004, cerca quado é considerado parte constituinte do
de 50 milhões e 127 milhões de pessoas, modo moderno de viver e um dos direitos
respectivamente, não tinham acesso à água fundamentais dos cidadãos das sociedades
potável e cobertura de saneamento. Em contemporâneas (Brasil, 2004). O bem-es-
2002, 83% da população mundial, aproxi- tar das populações – apreendido pelos indi-
madamente 5,2 bilhões de pessoas, foi aten- cadores sociais e de saúde – nos diversos pa-
dida com água potável, no entanto, 1,1 bi- íses, bem como no território brasileiro, é
lhão de pessoas não tinha fontes saudáveis mais bem retratado pela abrangência dos
de água potável, sendo que destes quase serviços de água e de esgotamento sanitário,
dois terços viviam na Ásia (WHO/UNICEF, do que propriamente pelo potencial hídrico
2004). Como consequência da falta de aces- ou pela disponibilidade de água per capita
so à água potável e da inexistência de qual- (Libânio et al., 2005).
quer forma de esgotamento sanitário, mor- São efeitos positivos do saneamento
rem por volta de 8 milhões de pessoas por básico (Esgoto é vida – Dossiê do sanea-
ano no mundo (Camdessus et al., 2005). mento, 2006): melhoria da saúde da popu-
Países como Bahamas, Malta e Singa- lação e redução dos recursos aplicados no
pura têm restrita oferta de água, com um tratamento de doenças; diminuição dos
volume potencial de menos de 500 m3/ha- custos de tratamento da água para abaste-
bitante/ano. Já os EUA (Baixo e Alto Colo- cimento; melhoria do potencial produtivo
rado), Azerbaijão e Suriname, são muito das pessoas; dinamização da economia e
ricos, com mais de 100.000 m3/habitante/ geração de empregos; eliminação da po-
ano. A oferta de menos de 500 m3/habitan- luição estético-visual e desenvolvimento do
te/ano implica escassez de água (Falkenma- turismo; eliminação de barreiras não tari-
rk, 1986 citado em Rebouças, 1999). Além fárias para os produtos exportáveis das em-
da pouca oferta de água, segundo Rebouças presas locais; conservação ambiental; me-
(1999), muitos países têm excessiva depen- lhoria da imagem institucional; reconhe-
dência da água gerada fora de seus territó- cimento dos eleitores. Além disso, o
rios. Há também que se preocupar com a investimento em esgoto sanitário tem um
má qualidade da água. Embora muitas regi- forte impacto positivo sobre a economia
ões tenham água em quantidade suficiente dos municípios com valorização dos imó-
para o abastecimento, esta não é de boa veis residenciais e comerciais; viabilização
qualidade para os usos desejados. Além a instalação de novos negócios nos bairros
disso, há necessidade de se investir em siste- beneficiados e o crescimento dos já insta-
mas de tratamento de água cada vez mais lados; crescimento da atividade de cons-
sofisticados induzindo a cobrança pelo uso trução civil para atender o aumento da
Meio ambiente e sustentabilidade 49
nal e o nível educacional da mãe, a desigual- Além do meio aquático veicular eleva-
dade na distribuição social e regional dos do número de enfermidades, a quantidade
recursos, entre outros. Já os modelos médi- insuficiente de água gera hábitos higiênicos
cos enfatizam o caráter fisiológico da doen- insatisfatórios e doenças relacionadas à ina-
ça e seu potencial de interrupção por inter- dequada higiene dos utensílios de cozinha,
médio de intervenções clínicas, tais como do corpo e do ambiente domiciliar. Outro
maior abrangência dos exames pré-natal. mecanismo compreende a situação da água
Também no contexto médico, a contamina- no ambiente físico, proporcionando condi-
ção do ambiente é uma das variáveis inter- ções propícias à vida e à reprodução de ve-
mediárias da mortalidade na infância. A tores ou reservatórios de doenças, como
água contaminada seria a porta de entrada exemplo a água é hábitat de larvas de mos-
de agentes infecciosos no organismo afe- quitos vetores de doenças, como o mosquito
tando a qualidade de vida. Simões (2002) Aedes aegypti transmissor da dengue (Brasil,
enfatiza ainda, que a não disponibilidade de 2006b).
água e de esgoto adequado está associada a Oferecer água em quantidade e quali-
menores valores de esperança de vida ao dade adequadas é condição sine qua non
nascer, independentemente de renda fami- tanto para garantir melhores condições de
liar. Segundo dados da Fundação Nacional vida como para garantir a própria manu-
de Saúde, para o período compreendido tenção da vida. Assim, visando contribuir
entre os anos de 1995 a 1999, 3,4 milhões de para a melhoria das condições de vida e da
brasileiros foram internados em hospitais saúde da população, deveriam ser empre-
por doenças transmitidas pela água (Costa endidos esforços tanto para melhorar os
e Silva, 2007). Para Magnoni (2007), a falta indicadores sociais, bem como para am-
de saneamento básico é a principal causa da pliar os serviços de saúde ofertados à po-
mortalidade na infância por doenças para- pulação.
sitárias (dengue, malária, cólera, febre ama-
rela, teníase, cisticercose, esquistossomose,
diarreia, etc.), e doenças infecciosas (hepa- O saneamento no Brasil
tite A, amebíase, leptospirose, etc.), males
que proliferam em áreas sem coleta e trata- Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamen-
mento de esgoto, o que também é sugerido to Básico 2000 (IBGE, 2000), quase todos
por Teixeira e Guilhermino (2006). Para os municípios brasileiros têm rede de abas-
Ghosh (2004), a falta de acesso à água e ao tecimento de água. Em 2000, o serviço de
esgotamento sanitário são algumas das abastecimento alcançou uma proporção de
principais causas do ciclo da pobreza. Os 97,9% dos municípios do país, enquanto
pobres não são contemplados por serem em 1989 abrangia 95,9%. A pesquisa reve-
pobres e, por não terem acesso, continuam lou que 116 municípios brasileiros, ou 2%
sendo pobres, refletindo a péssima qualida- do total, não têm abastecimento de água
de de vida, com mais enfermidades, menos por rede geral; a maior parte deles situada
educação para seus filhos e vivendo em nas regiões Norte e Nordeste. No que se re-
condições anti-higiênicas e ambientalmen- fere aos domicílios brasileiros, a cobertura é
te degradantes. Segundo a UNESCO (2003), mais restrita, de 63,9%, e se caracteriza por
o simples ato de lavar as mãos melhoraria a um desequilíbrio regional. Na região Sudes-
saúde e aumentaria a taxa de sobrevivência te, a proporção de domicílios atendidos é de
de crianças, reduzindo a mortalidade rela- 70,5%, nas regiões Norte e Nordeste, o ser-
cionada à diarreia, pneumonia e outras viço alcança 44,3% e 52,9% dos domicílios,
doenças contagiosas. respectivamente. A abrangência do abaste-
Meio ambiente e sustentabilidade 51
QUADRO 2.1
Estação de tratamento de água (ETA) para abastecimento integrado na Região
Metropolitana de São Paulo (RMSP), produção de água tratada e população atendida
POPULAÇÃO
PRODUÇÃO ATENDIDA LOCAIS
ETA (M3/S) (MILHÕES) ATENDIDOS
* No site da Sabesp, há também outros números, de 65 mil litros de água por segundo e
** 18,6 milhões de habitantes atendidos.
Fonte: www.sabesp.com.br, acessado em fevereiro de 2009.
54 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
QUADRO 2.2
Estações de tratamento de esgoto (fase líquida e sólida) (ETE) da
Região Metropolitana de São Paulo, vazão média de projeto (VMP),
vazão atual (VA), população equivalente e corpo de água receptor.
POPULAÇÃO CORPO
VMP VA EQUIVALENTE DE ÁGUA
ETE (m3/s) (m3/s) (MILHÕES) RECEPTOR
Total 18 11 8,44
goto bruto nos rios, é procedimento clássi- ponto de lançamento do esgoto, há drástica
co e amplamente utilizado em diversas redução do teor de oxigênio dissolvido. O
partes do mundo. De fato, o ambiente aquá- decréscimo da concentração de oxigênio
tico demonstra ter condições de receber e dissolvido tem diversas implicações do
de decompor a matéria orgânica, mas car- ponto de vista ambiental, constituindo-se,
gas orgânicas acima de determinado nível em um dos principais problemas de polui-
causam alterações no ecossistema local e ção das águas em nosso meio. A degradação
circunvizinho (Campos, 2000). Dependen- de material biodegradável é acompanhada
do da carga orgânica lançada, o processo de pela rápida evolução do número de bacté-
autodepuração (o fenômeno da aparente rias, fungos, etc., no meio, provocando, em
capacidade de recuperação das condições muitos casos, a morte de peixes, por exem-
anteriores à poluição – Schafer, 1984) é pre- plo, pela queda da concentração de oxigê-
judicado, consequentemente, as condições nio até níveis muito baixos, geralmente in-
ambientais não serão adequadas à reprodu- feriores a 2 mg/l (Campos, 2000). A favor da
ção e ao crescimento de organismos que de- elevação da concentração de oxigênio em
compõem a matéria orgânica (Campos, função da fotossíntese, têm-se a ação das
2000). Com isso, pode haver a degradação algas, liberando oxigênio, e também a pró-
do ambiente. O lançamento de elevada pria turbulência na superfície da água ace-
carga de esgoto em um corpo de água, indi- lerando a troca de oxigênio com a atmosfe-
retamente consome oxigênio dissolvido, ra. Como discutido em Campos (2000),
devido aos processos de estabilização da após determinado percurso (ou tempo), as
matéria orgânica realizados pelas bactérias águas do rio recuperam melhores níveis de
decompositoras, que empregam o oxigênio oxigênio, decorrente da predominância das
disponível no meio líquido para a sua respi- ações favoráveis (algas e turbulência) sobre
ração (von Sperling, 2005). Assim, após o as desfavoráveis (degradação biológica),
Meio ambiente e sustentabilidade 55
quando já ocorreu a mineralização de gran- grandes cidades (Pompêo et al., 2005), es-
de parte da matéria orgânica. Assim, com tendido para os grandes centros da América
base no perfil da concentração de oxigênio Latina. A eutrofização não se resume ao en-
dissolvido, pode-se dividir um rio em zonas riquecimento por nitrogênio e fósforo. Par-
de autodepuração (Branco, 1984): a) zona tindo-se de uma situação de baixa trofia
de degradação: locais de despejos orgâni- (ultraoligotrófico) a elevados níveis de nu-
cos, a DBO atinge concentração máxima trientes (hipereutrófico), podem ocorrer
devido ao processo de decomposição; b) inúmeras mudanças no corpo de água: au-
zona de decomposição ativa: locais com mento da biomassa dos produtores primá-
águas escuras devido à atividade aeróbica e rios; diminuição na concentração de oxigê-
anaeróbica intensa realizada por organis- nio no hipolímnio; aumento da concentra-
mos bentônicos; c) zona de recuperação: a ção de nutrientes; produção de odores;
DBO ainda é baixa, mas a maior parte do progressão de uma população de diatomá-
material biodegradável foi consumido; as ceas para cianobactérias e clorofíceas; dimi-
águas estão mais transparentes e ocorre um nuição da penetração de luz; liberação de
aumento gradual da oxigenação; d) zonas toxinas por cianobactérias; mudanças na
de águas limpas: a água foi totalmente recu- produtividade, biomassa e composição de
perada e suas condições são semelhantes espécie; perda dos aspectos estéticos da
àquelas anteriores à poluição. Na prática, o água como cor e odor; problemas para os
trecho de rio necessário para ocorrer essa sistemas de tratamento da água como a fil-
recuperação pode ser de algumas dezenas tração; danos à saúde; alterações no pH e
ou centenas de quilômetros que, somados redução na concentração de CO2; aumento
aos inúmeros despejos de efluentes ao da mortandade e na composição de peixes
longo do trajeto das águas, potencializa os no ecossistema (Henderson-Sellers e Mark-
problemas decorrentes do excesso de maté- land, 1987; Vezjak et al., 1998; Smith et al.,
ria orgânica. Além da presença de compos- 1999 citado em Pompêo et al.).
tos orgânicos biodegradáveis, há a possibili- Não só os rios, mas também os reserva-
dade de contaminantes, como organismos tórios, por estarem associados aos usos pelo
patogênicos, metais pesados, agrotóxicos e homem, como depositários dos eventos pre-
compostos radioativos, por exemplo, com- sentes e passados de sua bacia de drenagem,
prometendo mais ainda a qualidade da e com sua dinâmica, estrutura, funciona-
água e seus usos potenciais. O simples fato mento e caracterização, em parte, sob a in-
de elevar a carga orgânica da massa de água, fluência externa (Calijuri e Oliveira, 2000;
mediante o despejo de esgotos, também Henry, 1990), sofrem as influências perversas
acarreta o aumento dos teores de nutrien- do processo de eutrofização, como observa-
tes, em especial do nitrogênio e do fósforo, do nos reservatórios Billings e Guarapiranga
provocando os efeitos nocivos do aporte ex- na RMSP (Brasil).
cessivo de nutrientes, o processo de eutrofi- Não só os nutrientes e organismos pa-
zação. togênicos são prejudiciais à saúde. Os con-
O processo de eutrofização é um dos taminantes químicos da água potável, mui-
mais graves problemas associado à redução tas vezes considerados menos prioritários,
da qualidade das águas superficiais. A falta pois seus efeitos adversos na saúde se asso-
de ações e medidas concretas em curto ciam geralmente com exposições de longo
prazo visando conter e reduzir a eutrofiza- prazo, quando comparados com os efeitos
ção contribuirá para o agravamento da de- mais imediatos de contaminantes micro-
terioração da qualidade das águas, particu- biais, podem causar problemas de saúde
larmente em regiões metropolitanas das muito sérios (Thompson et al., 2007).
56 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
110 litros/dia e, posterior ao uso, toda água O uso da água deve ser respaldado
servida deveria obrigatoriamente ser cole- por estudos multidisciplinares, incluindo
tada e tratada, adequando o efluente aos pa- propostas de descarte da água servida, com
drões de lançamento, garantindo manan- sugestões de cenários futuros, com deci-
ciais mais saudáveis e, consequentemente, sões tomadas em fórum de discussão que
melhor qualidade de vida em todos os ní- envolva representantes de todos os setores
veis. No entanto, há claro descompasso po- interessados. A universalidade do sanea-
lítico na relação quantidade/qualidade de mento ambiental, com abastecimento pú-
água potável e de água servida, não sendo blico mínimo de água com qualidade, e de
compreendida pelos governantes e muitos total coleta e tratamento dos esgotos gera-
de seus técnicos como um sistema único e dos, devem ser posições basilares, incorpo-
integrado, que deve ser planejado e implan- rando sua aplicação “espaçotemporal”.
tado de forma conjunta, compondo uma Os sistemas de abastecimento de água
única política pública de saneamento. É devem ser dimensionados para atender às
senso comum no Brasil a frase “obra enter- necessidades de água da região beneficiada.
rada não ganha voto”, referindo-se ao siste- É importante que as projeções das necessi-
ma coletor de esgotos. Por princípio, o em- dades e as disponibilidades dos recursos hí-
prego dos corpos de água como diluidor de dricos, em função do aquecimento da eco-
esgoto in natura, inclusive o uso de emissá- nomia e do crescimento demográfico, sejam
rios submarinos, deveria ser abolido. calculadas com antecipação. Os sistemas
As discussões das inúmeras questões devem ser planejados, arquitetados e cons-
relacionadas à implantação do saneamento truídos, para funcionarem durante muito
básico, em particular no Brasil, dizem res- tempo sem riscos de deterioração. Apesar
peito principalmente aos aspectos políticos disso, as atividades de monitoramento do
e não técnicos. É possível coletar e tratar sistema, buscando detectar, no mais curto
água bruta através de diversos procedimen- espaço de tempo, possíveis problemas ou
tos (Di Bernardo e Di Bernardo Dantas, defeitos, são de importância capital, para
1993) e há inúmeras maneiras de tratar o garantir a retroalimentação sistêmica, rela-
esgoto, desde as tradicionais lagoas de esta- cionada com as atividades de manutenção
bilização e lodo ativado, passando por mé- (Brasil, 2003).
todos alternativos como as terras úmidas Resolver a crise da água, porém, é ape-
construídas (os constructed wetlands) ou nas um dos desafios que enfrenta a humani-
leito de macrófitas aquáticas (von Sperling, dade. A crise da água se situa em uma pers-
1996; EPA, 2000a, 2000b; Sousa et al., 2004). pectiva mais ampla de solução de problemas
Portanto, atualmente existem as competên- e resolução de conflitos. Tal como indicou a
cias necessárias para solucionar os diversos Commission for Sustainable Development
aspectos da crise da gestão de recursos hí- em 2002, erradicar a pobreza, modificar os
dricos, porém, a inércia dos líderes e a au- padrões de produção e consumo insustentá-
sência de clara consciência sobre a magni- veis e proteger e administrar os recursos na-
tude do problema por parte da população, turais do desenvolvimento social e econô-
muitas vezes não suficientemente autôno- mico constituem objetivos primordiais e a
ma para raciocinar, resulta em um vazio de exigência essencial de um desenvolvimento
medidas corretivas, necessárias e urgentes sustentável (UNESCO, 2003).
(UNESCO, 2003). As perspectivas futuras Há também necessidade de leis mais
são desanimadoras. sólidas e claras, com definições de sanções
Meio ambiente e sustentabilidade 59
EXERCÍCIOS
Este documento tem como objetivo apresentar um rofila-a). Por sua vez, alterações na biomassa algal
exercício introduzindo os cálculos para a determina- interferem na penetração da luz na água (medida
ção do Índice do Estado Trófico (IET) e algumas dis- pela transparência do disco de Secchi) (EPA, sem
cussões relativas à sua interpretação, utilizando data). Assim, com base no estado trófico é possível
como base o relatório “Qualidade das águas inte- classificar as massas de água em diferentes graus
riores no Estado de São Paulo. Índice de Qualidade de trofia, ou seja, avaliar a qualidade da água
das Águas. Anexo V”, modificado de Cetesb (2006). quanto ao enriquecimento por nutrientes, princi-
O conceito de estado trófico é baseado no palmente, e seus efeitos relacionados ao cresci-
fato de que mudanças nos níveis de nutrientes mento excessivo de algas e macrófitas aquáticas
(medido como fósforo total) causam mudanças na (CETESB, 2006). Além disso, o IET sintetiza a infor-
biomassa algal (medida pela concentração de clo- mação, permitindo melhor avaliar alterações nos
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR
O vídeo a seguir apresenta uma breve apresentação desta Unidade de Aprendizagem, assim
como a situação do saneamento básico, a partir de dados de pesquisas contemporâneas. Além
disso, aborda os benefícios e os problemas associados à presença e à ausência de saneamento
básico, respectivamente.
EXERCÍCIOS
A) Aids
B) Câncer
C) Rubéola
D) Falta de acesso à água potável e ao esgotamento sanitário.
E) Gripe H1N1
B) Plantio de árvores.
NA PRÁTICA
Na prática, se uma indústria que produz resíduos líquidos (efluentes) não realizar as etapas
corretas de armazenamento, transporte e tratamento desses resíduos, além de crime ambiental,
terá pelo menos outras três consequências cruciais:
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
Leia sobre a Lei no 11.445 no Portal da Câmara dos Deputados no link abaixo.
IBGE: 35,7% dos brasileiros vive sem esgoto, mas 79,9% já tem acesso à internet
Pouco mais de um terço dos brasileiros vivem em domicílios sem coleta de esgoto sanitário.
Leia mais a reportagem da UOL escrita por Daniela Amorim e Vinicius Neder.
Plataforma digital da CNI apresenta, de forma interativa e dinâmica, um retrato detalhado dos
serviços de água e esgoto em todo país e da deficiência no atendimento enfrentada pela
população brasileira (Consta no final da página)
APRESENTAÇÃO
Bons estudos.
DESAFIO
INFOGRÁFICO
O capítulo a seguir, trazerá maior enriquecimento teórico sobre o assunto, contribuindo para o
gestor ambiental relacionar o seu dia a dia com os aspectos do saneamento básico.
Boa leitura!
SANEAMENTO
Ronei Stein
Diretrizes Nacionais
de Saneamento
Básico – Parte II
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Neste capítulo, serão discutidas as diretrizes nacionais do saneamento
básico. Essas diretrizes são orientadas pela Lei nº. 11.445/2007 e estão
diretamente vinculadas aos quatro eixos do saneamento: abastecimento
de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e drenagem de águas
superficiais.
Além disso, de acordo com Pereira Júnior (2008), a Lei nº. 11.445/2007
apresenta alguns dispositivos quanto à regularização dos serviços de sanea-
mento básico:
Princípio Definição
(Continua)
8 Diretrizes Nacionais de Saneamento Básico – Parte II
(Continuação)
Princípio Definição
Gestão pública Os serviços públicos de saneamento básico são, por sua natureza,
públicos, prestados sob regime de monopólio, essenciais e vitais
para a vida humana, em face da sua capacidade de promover
a saúde pública e fazer o controle ambiental. Esses serviços,
conforme o art. 4º, são indispensáveis para a elevação da
qualidade de vida das populações urbanas e rurais. Contribuem
também para o desenvolvimento social e econômicos. Sendo
um direito social e uma medida de saúde pública, a gestão dos
serviços deve ser de responsabilidade do poder público.
Em território brasileiro encontram-se 12% da água doce do mundo, porém ela não
está igualmente distribuída. No Norte encontram-se 68,5% dos recursos hídricos, já no
Nordeste, apenas 3,3% de água são encontrados, Sudeste 6%, Sul 6,5% e Centro-oeste
15,7% (TOMAZ, 2001; BOTEGA, 2007).
No Brasil, a região hidrográfica amazônica detém 73,6% dos recursos hídricos su-
perficiais. Ou seja, a vazão média dessa região é quase três vezes maior que a soma
das vazões das demais regiões hidrográficas. A segunda maior região, em termos de
disponibilidade hídrica, é a do Tocantins/Araguaia, com 13.624 m3 /s (7,6%), seguida da
região do Paraná, com 11.453 m3 /s (6,4%). As bacias com menor vazão são, respecti-
vamente: Parnaíba, com 763 m3 /s (0,4%); Atlântico Nordeste Oriental, com 779 m3 /s
(0,4%) e Atlântico Leste, com 1.492 m3 /s (0,8%).
Muitas zonas rurais ou imóveis isolados das grandes cidades ainda sofrem com a falta
de tratamento correto de esgoto. A fossa séptica pode ser uma importante aliada para
solucionar esse problema. dela é um reservatório subterrâneo para o qual o esgoto
é destinado. Essa unidade trata o esgoto, realizando a separação físico-química da
matéria sólida e, posteriormente, conduz os materiais, já livres de contaminação, a um
sumidouro — poços profundos que permitem a entrada dos efluentes.
freáticos, além da poluição das ruas e esgotos, que pode causar enchentes e,
consequentemente, grandes prejuízos aos cofres públicos e aos moradores das
cidades (ROSA; FRACETO; MOSCHINI-CARLOS, 2012).
EXERCÍCIOS
D) integração das infraestruturas e produtos com a gestão eficiente dos recursos hídricos.
A) O plano não poderá ser específico para cada serviço, sendo que deve sim abranger no
mínimo, o diagnóstico da situação e de seus impactos nas condições de vida, utilizando
sistema de indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos e
apontando as causas das deficiências detectadas; Objetivos e metas de curto e longo prazos
para a universalização; Programas, projetos e ações necessárias para atingir os objetivos e
as metas; Ações para emergências e contingências; Mecanismos e procedimentos para a
avaliação sistemática da eficácia das ações programadas.
B) O plano, poderá ser específico para cada serviço, sendo que deve, sim, abranger, no
mínimo, o diagnóstico da situação e de seus impactos nas condições de vida, utilizando
sistema de indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos e
apontando as causas das deficiências detectadas; objetivos e metas de curto e longo prazos
para a universalização; programas, projetos e ações necessárias para atingir os objetivos e
as metas; ações para emergências e contingências; mecanismos e procedimentos para a
avaliação sistemática da eficiência e eficácia das ações programadas.
C) O plano poderá ser específico para cada serviço, sendo que deve, sim, abranger, no
mínimo, o diagnóstico da situação e de seus impactos nas condições de vida, utilizando
sistema de indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos e
apontando as causas das deficiências detectadas; objetivos e metas de curto, médio e longo
prazos para a universalização; programas, projetos e ações necessárias para atingir os
objetivos e as metas; ações para contingências; mecanismos e procedimentos para a
avaliação sistemática da eficiência e da eficácia das ações programadas.
D) O diagnóstico da situação e de seus impactos nas condições de vida, utilizando sistema de
indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos e apontando as
causas das deficiências detectadas; objetivos e metas de curto prazo para a universalização;
programas, projetos e ações necessárias para atingir os objetivos e as metas; ações para
emergências; mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência e da
eficácia das ações programadas.
A) Adoção de uma referência para o planejamento das ações, exceto a bacia hidrográfica.
Veja o exemplo, na prática, de um projeto viável, que traça diretrizes a respeito da limpeza
urbana de um município, começando, primeiro, por um grande bairro, a fim de testar a
eficiência da iniciativa:
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
APRESENTAÇÃO
Bons estudos.
DESAFIO
Para começar o trabalho junto à comunidade, será ministrada uma palestra. Elabore um desenho
ilustrativo para exemplificar e para explicar os principais tópicos sobre biorremediação de solos,
ciente de que seu desafio é elaborar o esquema apenas com um quadro e pincéis atômicos.
Lembre-se:
- As estratégias de biorremediação incluem: a utilização de microrganismos autóctones, ou seja,
do próprio local, sem qualquer interferência de tecnologias ativas de remediação
(biorremediação intrínseca ou natural); a adição de agentes estimulantes (bioestimulação), como
o oxigênio e os biossurfactantes; e a inoculação de consórcios microbianos enriquecidos
(bioaumento);
- Os produtos finais de uma biorremediação efetiva são nitratos, sulfatos, fosfatos, formas
amoniacais, água, gás carbônico e outros compostos inorgânicos resultantes do processo de
mineralização. Esses compostos não apresentam toxicidade e podem ser incorporados ao
ambiente sem prejuízo aos organismos vivos.
INFOGRÁFICO
CONTEÚDO DO LIVRO
Boa leitura.
Obra originalmente publicada sob o título Brock biology of microorganisms, 14th edition
ISBN 9780321897398
Authorized translation from the English language edition, entitled BROCK BIOLOGY OF MICROOGANISMS, 14th Edition by
MICHAEL MADIGAN; JOHN MARTINKO; KELLY BENDER; DANIEL BUCKLEY; DAVID STAHL, published by Pearson
Education,Inc., publishing as Benjamin Cummings, Copyright © 2015. All rights reserved. No part of this book may be reproduced or
transmitted in any form or by any means, electronic or mechanical, including photocopying, recording or by any information storage
retrieval system, without permission from Pearson Education,Inc.
Portuguese language edition published by Grupo A Educação S.A.,Copyright © 2016.
Tradução autorizada a partir do original em língua inglesa da obra intitulada BROCK BIOLOGY OF MICROOGANISMS, 14ª Edição,
autoria de MICHAEL MADIGAN; JOHN MARTINKO; KELLY BENDER; DANIEL BUCKLEY; DAVID STAHL, publicado por Pearson
Education, Inc., sob o selo de Benjamin Cummings, Copyright © 2015. Todos os direitos reservados. Este livro não poderá ser reprodu-
zido nem em parte nem na íntegra, nem ter partes ou sua íntegra armazenado em qualquer meio, seja mecânico ou eletrônico, inclusive
fotorreprogravação, sem permissão da Pearson Education,Inc.
A edição em língua portuguesa desta obra é publicada por Grupo A Educação S.A., Copyright © 2016
Editoração: Techbooks
CDU 579
IMPRESSO NO BRASIL
PRINTED IN BRAZIL
650 U N I D A D E 4 • E C O L O G I A M I C R O B I A N A E M I C R O B I O L O G I A A M B I E N TA L
Este capítulo aborda a microbiologia dos sistemas construídos. Um exemplo notável de uma atividade indesejável é a cor-
Estes incluem a infraestrutura para distribuição e tratamen- rosão microbiana de ductos utilizados para a transmissão de
to de água potável e água de rejeitos, transmissão de gás e água de rejeitos, água potável e óleo. Estes são processos na-
óleo, materiais de construção e ambientes modificados para turais em que os microrganismos simplesmente exploram os
extração mineral ou para limpeza de poluentes. Os sistemas recursos que são fornecidos a eles no ambiente construído. In-
construídos criam novos hábitats microbianos, promovendo fraestruturas essenciais custando bilhões de dólares são perdi-
atividades microbianas desejadas e indesejadas. Exemplos de das todos os anos pela corrosão microbiológica. Por exemplo,
sistemas destinados a selecionar atividades microbianas dese- a Associação Americana de Engenheiros Civis estima que nos
jáveis incluem a construção de reatores biológicos para o trata- próximos 30 anos cerca de 30% do sistema de distribuição de
mento de água de rejeitos e a estimulação da atividade micro- água potável nos Estados Unidos terá que ser substituído por
biana em aquíferos para limpar poluentes ambientais. um custo anual de US$ 11 bilhões.
T. D. Brock
(c)
T. D. Brock
T. D. Brock
(a) (b)
21
pela passagem da água rica em Cu sobre ferro metálico, ao longo de uma
extensa calha. (d) Uma pequena pilha de cobre metálico removido da calha,
pronta para posterior purificação. (d)
CAPÍTULO 21 • MICROBIOLOGIA DOS AMBIENTES CONSTRUÍDOS 651
(Figura 21.1c) onde o metal desejado é precipitado e purificado do, agora rico em ferro férrico, é bombeado ao topo da pilha,
(Figura 21.1d).Em seguida, o líquido é bombeado de volta ao sendo o Fe31 utilizado para oxidar mais CuS (Figura 21.1). Des-
topo da pilha, sendo o ciclo repetido. Quando necessário, mais se modo, a operação de lixiviação total é mantida pela oxida-
ácido é acrescentado a fim de manter-se o pH baixo. ção de Fe21 a Fe31 pelas bactérias oxidantes de ferro.
Ilustramos a lixiviação microbiana do cobre com o miné- A temperatura elevada pode ser um problema nas opera-
rio de cobre comum CuS, no qual o cobre existe como Cu21. ções de lixiviação. A. ferrooxidans é mesof ílico, porém as tem-
A. ferrooxidans oxida o sulfeto de CuS para SO42–, liberando peraturas no interior da pilha de lixiviação podem elevar-se
Cu21, como mostrado na Figura 21.2. No entanto, essa reação espontaneamente devido ao calor originado pelas atividades mi-
também ocorre espontaneamente. Com efeito, a reação fun- crobianas. Assim, organismos quimiolitotróficos oxidantes de
damental na lixiviação do cobre não é a oxidação bacteriana ferro, como espécies termof ílicas de Thiobacillus, Leptospirillum
do sulfureto em CuS, mas a oxidação espontânea de sulfureto ferrooxidans e Sulfobacillus ou em temperaturas mais elevadas
de ferro férrico (Fe31) gerado a partir da oxidação bacteriana (60 a 80°C), o organismo Sulfolobus ( Seção 16.10), também
do ferro ferroso (Fe21) (Figura 21.2). Em qualquer minério de são importantes na lixiviação de minérios.
cobre, o FeS2 também está presente e a sua oxidação por bacté-
rias leva à formação de Fe31 (Figura 21.2). A reação espontânea Outros processos de lixiviação
de CuS com Fe31 ocorre na ausência de O2 e forma Cu21 mais microbiana: urânio e ouro
Fe21, importante para o processo de lixiviação, essa reação As bactérias também são utilizadas na lixiviação de urânio (U)
pode ocorrer em regiões profundas da pilha de lixiviação, em e minérios de ouro (Au). A. ferrooxidans oxida U41 em U61
que as condições são anóxicas. com o O2 como aceptor de elétrons. No entanto, a lixiviação
de U depende mais da oxidação abiótica de U41 pelo Fe31 com
Recuperação do metal A. ferrooxidans contribuindo para o processo principalmente
A planta de precipitação é o local onde o Cu21 é recuperado
UNIDADE 4
por meio da oxidação de Fe21 a Fe31, como na lixiviação do
a partir da solução de lixiviação (Figura 21.1c, d). Fragmentos cobre (Figura 21.2). A reação observada é a seguinte:
de ferro, Fe0, são adicionados ao tanque de precipitação para
recuperar o cobre a partir do líquido de lixiviação, por inter- UO2 1 Fe2 (SO4)3 S UO2SO4 1 2 FeSO4
médio da reação apresentada na parte inferior da Figura 21.2, (U41) (Fe31) (U61) (Fe21)
resultando novamente na formação de Fe21. Este líquido, rico
em Fe21, é transferido a um tanque de oxidação raso, onde Ao contrário de UO2, o sulfato de urânio (UO2SO4) formado
A. ferrooxidans desenvolve-se e oxida o Fe21 a Fe31. Esse líqui- é altamente solúvel, podendo ser recuperado por outros pro-
cessos.
Aspersão de solução ácida sobre CuS O ouro está geralmente presente na natureza em de-
Minério de cobre
de baixo teor pósitos associado a minerais contendo arsênio (As) e FeS2.
(CuS) A. ferrooxidans e bactérias relacionadas podem liberar os mi-
nerais de arsenopirita, liberando o ouro (Au) preso:
O minério de cobre pode ser oxidado por reações 2 FeAsS[Au] 1 7 O21 2 H2O 1 H2SO4 S Fe2(SO4)3
(1) dependentes de oxigênio e (2) independentes 1 2 H3AsO41 [Au]
de oxigênio, solubilizando o cobre:
Pirita Vapor de
carvão
Ravin Donald
ferrooxidans, Acidithiobacillus thiooxidans, e Leptospirillum ferrooxidans solu-
T. D. Brock
biliza o mineral pirita/arsênio que contém ouro, liberando-o.
(a) (b)
21.2 Drenado ácido de mina
Ciclo de propagação
Embora a lixiviação microbiana tenha um enorme valor na
Reação de iniciação
mineração, o mesmo processo tem contribuído para extensa
destruição do meio ambiente onde as operações de mineração 1
FeS2 + 32_ O2 + H2O Fe2+ + 2 SO42– + H+
manejam ou eliminam de forma inadequada a pirita contida
nos depósitos de carvão e minerais. A oxidação bacteriana e Fe3+ Acidificação
Espontânea (Fe3+ é Bactérias ou
espontânea de sulfetos é a principal causa de drenado ácido oxidante para o ciclo de propagação) espontânea
de mina, um problema ambiental no mundo inteiro causado (c)
pelas operações de mineração de superf ície. Conforme des-
Figura 21.4 Carvão e pirita. (a) O carvão da formação de Black Mesa,
crito para a oxidação de sulfetos de cobre promovido pela no norte do Arizona (Estados Unidos); os discos esféricos de cor dourada (cerca
mineração microbiana (Seção 21.1), a oxidação de FeS2 é uma de 1 mm de diâmetro) são partículas de pirita (FeS2). (b) Um veio de carvão em
combinação de reações catalisadas quimicamente e por bac- uma operação de mineração de carvão de superfície. A exposição do carvão ao
térias, em que dois aceptores de elétrons participam do pro- oxigênio e a umidade estimula as atividades de bactérias oxidantes de ferro
31
cesso: O2 e Fe . Quando FeS2 é exposto primeiro em uma ex- crescendo na pirita presente no carvão. (c) Reações na degradação da pirita.
ploração de mineração (Figura 21.4b), uma reação química lenta A reação iniciadora originalmente não biológica prepara o ambiente para a oxi-
com O2 inicia (Figura 21.4c). Essa reação, chamada reação de dação bacteriana principalmente de Fe 21 a Fe31. O Fe31 ataca e oxida o FeS2 de
– –2
iniciação, leva a oxidação de HS a SO4 e o desenvolvimento maneira abiótica no ciclo de propagação.
21
de condições ácidas como Fe é liberado. A. ferrooxidans e
21 31 31
L. ferrooxidans em seguida oxidam Fe a Fe , e o Fe for- to, quando um mineral ou carvão for exposto (Figura 21.4b),
mado sob essas condições ácidas, sendo solúvel, reage espon- O2 e água são introduzidos, fazendo com que tanto a oxidação
–
taneamente com mais FeS2 e oxida o HS do ácido sulfúrico espontânea como a bacteriana de FeS2 seja possível. O ácido
(H2SO4), que imediatamente se dissocia em SO42– e H1: formado pode, então, lixiviar para sistemas aquáticos ao redor
FeS2 1 14 Fe
31
1 8 H2O S 15 Fe21 1 2 SO42– 1 16 H1 (Figura 21.5).
Quando o drenado ácido de mina é extenso e os níveis de
Novamente, as bactérias oxidam Fe21 a Fe31, e este Fe31 reage 21
Fe são altos, uma espécie altamente acidof ílica de arqueia,
com mais FeS2. Assim, existe uma taxa progressiva, aumentan-
do rapidamente o FeS2 que é oxidado, o chamado ciclo de pro-
pagação (Figura 21.4c). Em condições naturais, parte do Fe21
gerado pelas bactérias lixiviado para longe e é posteriormente
transportado por águas subterrâneas anóxicas em córregos
circunvizinhos. No entanto, a oxidação bacteriana ou espontâ-
21
nea do Fe ocorre em seguida nas correntes gasosas, como o
O2 está presente, o Fe(OH)3 insolúvel é formado.
Como vimos (Figura 21.4c), a quebra do FeS2, em última
análise, leva à formação de H2SO4 e Fe21; nas águas em que
estes produtos foram formados os valores de pH podem ser
inferiores a 1. A mistura de águas ácidas de minas em rios
(Figura 21.5) e lagos degrada seriamente a qualidade da água,
porque o ácido e os metais dissolvidos (além do ferro, há o alu-
T. D. Brock
II ∙ Biorremediação
O termo biorremediação refere-se à limpeza microbiológia
de óleo, produtos químicos tóxicos ou outros poluentes
ambientais, geralmente por estimulação das atividades de
do material contaminado é impossível. Assim, a contenção é a
única opção real, e um objetivo comum na biorremediação de
poluentes inorgânicos é mudar a sua mobilidade, tornando-os
microrganismos nativos. Esses poluentes incluem materiais menos propensos a mover-se com as águas subterrâneas e as-
naturais, como produtos do petróleo, xenobióticos químicos sim contaminar ambientes no entorno. Aqui, consideraremos
e químicos sintéticos não produzidos por organismos na na- como o elemento radioativo urânio pode ser contido pelas ati-
tureza. vidades das bactérias.
Embora a biorremediação de muitas substâncias tóxicas
tenha sido proposta, a maioria do sucesso tem sido obtida em Biorremediação do urânio
limpar o derramamento de óleo bruto ou o escape de hidrocar- A contaminação de águas subterrâneas por urânio tem ocor-
bonetos dos tanques de armazenamento. Mais recentemente, rido em locais nos Estados Unidos e em outros lugares onde
a destruição do meio ambiente por poluentes clorados, como os minérios de urânio têm sido transformados ou armazenados
UNIDADE 4
solventes e pesticidas, tem levado ao uso da biorremediação (Figura 21.6), e o movimento de materiais radioativos externos
como um resultado da melhor compreensão da microbiologia. por meio de águas subterrâneas é uma ameaça para a saúde
Houve também crescente sucesso na biorremediação de am- humana e ambiental. Devido à contaminação ser muitas vezes
bientes contaminados com urânio, muitos dos quais são um generalizada, tornando os métodos mecânicos muito caros, mi-
legado do passado mal regulamentado da mineração de urânio crobiologistas uniram forças com engenheiros para desenvolver
para combustível nuclear e armas. tratamentos que exploram a capacidade de algumas bactérias
61 41 61
de reduzir U a U . O urânio como U é solúvel, enquanto
21.3 Biorremediação de ambientes 41
o U forma um mineral de urânio imóvel chamado uraninita,
limitando assim o movimento de U em águas subterrâneas e o
contaminados com urânio contato potencial com seres humanos e outros animais.
As principais classes de poluentes inorgânicos são os metais
e radionuclídeos que não podem ser destruídos, mas somen- Transformações bacterianas de urânio
te alterados na forma química. Muitas vezes, o nível de po- A principal estratégia para a imobilização de urânio tem sido
luição do meio ambiente é tão grande que a remoção f ísica usar bactérias para mudar o estado de oxidação do U nos
principais contaminantes de urânio para
uma forma que estabiliza o elemento. Nes-
se sentido, bactérias, incluindo as espécies
redutoras de metal Shewanella e Geobacter
( Seção 14.14) e a espécie Desulfovibrio
redutora de sulfato ( Seção 14.9), aco-
plam a oxidação da matéria orgânica e H2
61 41
para a redução de U para U .
Estudos de campo em que os doadores
de elétrons orgânicos têm sido injetados em
aquíferos contaminados por urânio para
61
estimular a redução de U demonstraram
que essa abordagem pode reduzir os níveis
de U abaixo dos padrões de água potável da
Agência de Proteção Ambiental dos Estados
Unidos, de 0,126 mM. No entanto, mesmo
que a uraninita seja estável em condições de
Ken Williams
duzidos por meio de águas subterrâneas. Esta é uma questão importante papel desempenhado pelas enzimas oxigenases ao
obviamente importante porque a estabilidade da uraninita introduzirem átomos de oxigênio em hidrocarbonetos. Aqui,
deve ser de longo prazo, devido à longa meia-vida de decai- enfocaremos os processos aeróbios, pois somente na presença
mento nuclear do urânio. de oxigênio as enzimas oxigenases tornam-se ativas e a oxida-
ção dos hidrocarbonetos é um processo rápido.
MINIQUESTIONÁRIO Diversas bactérias, alguns fungos e algumas cianobacté-
• Que reação, oxidação ou redução é a chave para a rias e algas verdes são capazes de oxidar produtos do petró-
biorremediação de urânio? leo aerobiamente. A poluição por óleo, em pequena escala,
• Por que a imobilização é uma boa estratégia para tratar a de ecossistemas aquáticos e terrestres a partir das atividades
poluição de urânio? humanas, assim como naturais, é muito comum. Microrga-
nismos oxidantes de petróleo desenvolvem-se rapidamente
em películas de óleo e manchas, e a oxidação de hidrocar-
21.4 Biorremediação de poluentes bonetos é mais extensa se a temperatura for quente e os su-
primentos de nutrientes inorgânicos (principalmente N e P)
orgânicos: hidrocarbonetos forem suficientes.
Os poluentes orgânicos, ao contrário dos poluentes inorgâ- Como o óleo é insolúvel em água e é menos denso, ele flu-
nicos, podem ser completamente degradados por microrga- tua para a superf ície, formando as manchas. Ali, as bactérias
nismos, eventualmente à CO2. Isto é válido para o petróleo que degradam hidrocarbonetos ligam-se a gotículas de óleo
liberado nos derramamentos de óleo (Figura 21.7), que pode (Figura 21.8), ocasionando no final a decomposição do óleo e
ser atacado por diferentes microrganismos. Estes organismos a dispersão da mancha. Determinadas espécies especializadas
têm sido expostos a misturas complexas de hidrocarbonetos na degradação do óleo, como Alcanivorax borkumensis, uma
por meio de infiltrações naturais de petróleo por milênios, bactéria que cresce somente a partir de hidrocarbonetos, áci-
assim, a maquinaria catabólica necessária para degradar este dos graxos ou piruvato, produzem surfactantes glicolipídicos
poluente natural tem evoluído. Ao contrário, poluentes xe- que auxiliam na degradação do óleo e promovem sua solubi-
nobióticos tendem a ser mais persistentes e são degradados lização. Uma vez solubilizado, o óleo pode ser captado mais
por grupos mais especializados de microrganismos. Nesta rapidamente e catabolizado como fonte de energia.
seção, vamos focar em hidrocarbonetos e na próxima seção, Em grandes derramamentos de óleo, as frações de hidro-
nos xenobióticos. carbonetos voláteis evaporam rapidamente, restando com-
ponentes aromáticos e alifáticos de cadeias médias a longas,
Biorremediação de petróleo e hidrocarbonetos os quais devem ser removidos pelas equipes de limpeza ou
O petróleo é uma fonte rica em matéria orgânica e, por isso, pela ação microbiana. Os microrganismos consomem o óleo
seus hidrocarbonetos são facilmente atacados por microrga- oxidando-o a CO2. Quando as atividades de biorremediação
nismos quando entra em contato com o ar e a umidade. Em são promovidas pela aplicação de nutrientes inorgânicos, as
determinadas circunstâncias, como em tanques de armazena- bactérias oxidantes de óleo geralmente se desenvolvem rapi-
mento em massa, o crescimento microbiano é indesejável. No damente em um derramamento de óleo (Figura 21.7b), e em
entanto, em derramamentos de petróleo, a biodegradação é condições ideais, 80% ou mais dos componentes não voláteis
desejável e pode ser promovida pela adição de nutrientes inor- do petróleo podem ser oxidados no prazo de um ano. No en-
gânicos para equilibrar o enorme fluxo de carbono orgânico a tanto, determinadas frações de óleo, como aquelas contendo
partir do óleo (Figura 21.7). hidrocarbonetos de cadeia ramificada ou policíclicos, perma-
A bioquímica do catabolismo do petróleo foi aborda- necem no ambiente por mais tempo. O óleo derramado que
da nas Seções 13.22-13.24. A biodegradação pode ser tanto migra para os sedimentos marinhos é degradado mais lenta-
anóxica quanto óxica. Em condições óxicas, enfatizamos o mente, podendo ser um importante impacto de longo prazo
Bassam Lahoud, Lebanese American University
US Environmental Protection Agency
Figura 21.7 Consequências ambientais de grandes derramamentos cos para estimular a biorremediação do óleo derramado por microrganismos,
de petróleo e o efeito da biorremediação. (a) Uma praia contaminada ao enquanto as áreas acima e à esquerda não foram tratadas. (c) Óleo derramado
longo da costa do Alasca, contendo óleo do vazamento do Exxon Valdez de no mar Mediterrâneo pela usina Jiyeh (Líbano) que fluiu para o porto de Byblos,
1989. (b) A região retangular central (seta) foi tratada com nutrientes inorgâni- durante a guerra de 2006, no Líbano.
CAPÍTULO 21 • MICROBIOLOGIA DOS AMBIENTES CONSTRUÍDOS 655
Bactérias
Gotículas
de óleo
T. D. Brock
Figura 21.8 Bactérias oxidantes de hidrocarbonetos associadas a
gotículas de óleo. As bactérias são concentradas em grandes números na
interface óleo-água, e não no interior da própria gotícula.
UNIDADE 4
eram constituídos de componentes de baixo peso molecular • Por que as bactérias degradadoras de petróleo precisam se
e de gás natural (metano, etano, propano). A disponibilidade anexar à superfície de gotículas de óleo?
destes componentes do óleo facilmente degradados parece • O que é singular na fisiologia da bactéria Alcanivorax?
ter acelerado o processo de degradação natural, estimulando
o desenvolvimento de um grande aumento de bactérias com
capacidade para oxidar os componentes de hidrocarbone- 21.5 Biorremediação de poluentes
tos de fácil degradação e os mais recalcitrantes. Permanece
incerto se a decisão da indústria para promover a dispersão orgânicos: pesticidas e plásticos
do petróleo (que visava aumentar a área de superf ície e a bio- Ao contrário dos hidrocarbonetos, muitos produtos químicos
disponibilidade do óleo) por meio da injeção de milhares de que os seres humanos colocaram no ambiente nunca estive-
litros de dispersantes químicos diretamente na nuvem de hi- ram lá antes. Estes são os xenobióticos, e consideraremos sua
drocarbonetos realmente acelerou a degradação microbiana. degradação microbiana aqui.
Independentemente, apesar de alguns dos legados deste gran-
de derramamento de petróleo existirem, a maior parte do óleo Catabolismo de pesticidas
desapareceu a partir de uma combinação de volatilização e Xenobióticos incluem pesticidas, bifenilos policlorados (PCB),
atividades microbianas. munições, corantes e solventes clorados, entre muitos outros
produtos químicos. Alguns xenobióticos diferem quimica-
Degradação de hidrocarbonetos armazenados mente das estruturas que os organismos têm encontrado na
Interfaces, regiões onde o óleo e a água encontram-se, muitas natureza e os biodegradam muito lentamente, se degradados.
vezes ocorrem em grande escala. Além da água que é sepa- Outros xenobióticos são estruturalmente relacionados com
rada do óleo bruto durante o armazenamento e transporte, um ou mais compostos naturais e, algumas vezes, podem ser
a umidade pode condensar o interior dos tanques de arma- degradados lentamente por enzimas que normalmente degra-
zenamento de combustível em massa (Figura 21.9), onde há dam compostos naturais estruturalmente relacionados. Foca-
vazamentos. Esta água acumula-se eventualmente em uma mos aqui na biorremediação de pesticidas.
camada abaixo do petróleo. Tanques de armazenagem de ga- Mais de 1.000 tipos de pesticidas foram comercializados
solina e de óleo bruto são, portanto, potenciais hábitats para globalmente visando o controle químico de pragas. Os pesti-
microrganismos oxidantes de hidrocarboneto. Se existir sul- cidas incluem herbicidas, inseticidas e fungicidas. Os pestici-
2–
fato (SO4 ) suficiente no petróleo, como muitas vezes está no das podem ser de uma ampla variedade de tipos químicos, in-
óleo bruto, as bactérias redutoras de sulfato podem crescer em cluindo compostos clorados, aromáticos, compostos contendo
tanques consumindo hidrocarbonetos em condições anóxicas nitrogênio e fósforo (Figura 21.10). Algumas dessas substâncias
( Seções 13.24 e 14.9). O sulfureto (H2S) produzido é alta- podem ser utilizadas como fontes de carbono e doadores de
mente corrosivo e provoca corrosão e subsequente vazamento elétrons por microrganismos, enquanto outras não. Compos-
dos tanques juntamente com a acidificação do combustível. tos altamente clorados são normalmente os pesticidas mais
A degradação aeróbia dos componentes de combustível ar- resistentes ao ataque microbiano. No entanto, os compostos
mazenados é o menor dos problemas porque os tanques de relacionados podem variar consideravelmente na sua degra-
armazenamento são selados e o próprio combustível contém dabilidade. Por exemplo, os compostos clorados, tais como o
O2 pouco dissolvido. DDT, persistem relativamente inalterados durante anos nos
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR
EXERCÍCIOS
1) Entre os muitos danos à microbiota, os agroquímicos estão cada vez mais ganhando
destaque. A Resolução CONAMA nº 465, de 5 de dezembro de 2014, regulamenta a
destinação final ambientalmente adequada aos agrotóxicos e afins. Para estar
habilitado ao recebimento de embalagens contendo resíduos de agrotóxicos e afins, o
posto (ou central de recebimento) já em operação deverá requerer adequação por
meio de um documento, qual?
B) Equilíbrio ecológico.
D) Manutenção da biodiversidade.
C) Agenda 21 Brasileira.
D) Carta da Terra.
E) Política Nacional de Meio Ambiente.
A) Bactérias e arqueas.
C) Protozoários.
D) Dinoflagelados.
A) Extrativismo vegetal.
NA PRÁTICA
Imagine que você atua como gestor ambiental de uma empresa do ramo da construção civil em
que são realizados trabalhos de remoção da vegetação e abertura da rede viária; para tanto, estão
previstas atividades de compactação de solos, em virtude do tráfego de maquinarias pesadas. Na
licença de instalação (LI) do referido empreendimento, não há observações sobre os possíveis
danos à microbiota.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
Biorremediação
APRESENTAÇÃO
Bons estudos.
DESAFIO
INFOGRÁFICO
No infográfico a seguir, há uma síntese dos principais pontos de estudo desta Unidade de
Aprendizagem, que relaciona microrganismos com saúde pública.
CONTEÚDO DO LIVRO
O trecho selecionado a seguir é do livro Microbiologia de Brock, que traz, no capítulo 36,
"Tratamento da água de rejeitos, purificação da água e doenças microbianas transmitidas pela
água", mais detalhes sobre o tratamento e sobre a purificação da água. Leia o item 36.1 "Saúde
pública e qualidade da água" e o item 36.2 "Tratamento de água de rejeitos e esgotos".
DICA DO PROFESSOR
O vídeo a seguir trata da qualidade da água como um fator importante para a saúde de uma
população. São abordados tópicos como os diversos componentes que podem alterar as
características da água e os fatores controladores da diversidade dos microrganismos no meio
aquático.
EXERCÍCIOS
1) Uma das áreas em que o gestor ambiental pode atuar é no saneamento ambiental,
que consiste em:
A) controlar os fatores ambientais que podem exercer efeitos nocivos sobre o bem-estar,
físico, mental e social dos indivíduos.
D) uma série de normas que determinam diretrizes para garantir que determinada empresa
(pública ou privada) pratique a gestão ambiental.
E) Cuidar, evitando poluir as águas, separando o lixo, impedindo desastres ecológicos, como
queimadas e desmatamentos.
2) Mesmo a água que parece limpa pode estar contaminada com microrganismos, o que
é um problema de saúde pública. Para o controle da qualidade da água, há
procedimentos que permitem o monitoramento e a avaliação das condições da água.
Você sabe identificar os microrganismos que são indicadores de contaminação da
água?
A) Os aeróbios.
B) Os protozoários.
C) Os coliformes.
D) As algas.
E) Os aquáticos.
A) A leishmaniose.
B) A toxoplasmose.
C) A malária.
D) A giardiase.
E) O tétano.
A) No tratamento primário.
B) No tratamento secundário.
C) No tratamento terciário.
D) Na purificação.
E) A desinfecção.
NA PRÁTICA
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
Acesso à água para consumo humano e aspectos de saúde pública na Amazônia Legal
APRESENTAÇÃO
Nesta Unidade Aprendizagem, você vai conhecer as principais motivações para o encontro em
Estocolmo, em 1972, as principais mudanças, os acordos e o motivo de ela ter sido um marco
precursor dos movimentos socioambientais e humanitários.
Bons estudos.
Bons estudos.
DESAFIO
Imagine que você é chefe de Estado de um país dito em desenvolvimento, e sua posição é uma
espécie de gestor socioambiental. Você é destinado a participar de um importante encontro
ambiental entre muitos países (entre eles, países mais ricos e ainda os em desenvolvimento). A
principal demanda desse evento é discutir e encontrar novas alternativas para a problemática da
degradação ambiental e escassez dos recursos naturais. É sabido que, em conferências como
essas, todos os presentes são pressionados a conduzir em seus países ações semelhantes.
INFOGRÁFICO
Nesse capítulo, você vai estudar a Conferência de Estocolmo de 1972. A conferência foi um
encontro socioambiental em Estocolmo, na Suécia, tido como conferência "marco" do início dos
movimentos sociopolíticos ambientais. O foco eram as tentativas de melhorias das relações
homem e meio ambiente, buscando um desenvolvimento mais sustentável. Boa leitura!
RESPONSABILIDADE
SOCIOAMBIENTAL
Thais Miranda
UNIDADE 2
Conferência de Estocolmo
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Neste texto, você vai conhecer as principais motivações para o encontro
em Estocolmo em 1972, principais mudanças, acordos e o porquê ela foi
um marco precursor dos movimentos socioambientais e humanitários.
Foi um dos primeiros movimentos histórico-político internacional, com
foco nas tentativas de melhorias das relações homem e meio ambiente,
em busca do equilíbrio entre desenvolvimento econômico e redução
da degradação ambiental, visando atender necessidades da população
presente sem comprometer as gerações futuras.
Neste item, você pode perceber a importância do ser humano como o que
se tem de mais valioso. Este transforma a natureza, sendo, de tal maneira, o
responsável pelo desenvolvimento econômico e social.
GABINETE de história. 1972: o Brasil na Conferência de Estocolmo. [S. l.: s. n], 2013. Dis-
ponível em: <http://gabinetedehistoria.blogspot.com.br/search?q=estocolmo>.
Acesso em: 10 jan. 2017.
GONÇALVES, J. M. de S. S. Educação, meio ambiente e direitos humanos nas conferências
da ONU. [2001?]. Disponível em: <http://leg.ufpi.br/ subsiteFiles/ppged/arquivos/ files/
eventos/evento2002/GT.5/ GT5_6_2002.pdf>. Acesso em: 19 dez. 2016.
PASSOS, P. N. C. de. A Conferência de Estocolmo como ponto de partida para a pro-
teção internacional do meio ambiente. Revista Direitos Fundamentais e Democracia,
Curitiba, v. 6, p. 1-25, 2009. Disponível em: <http://www.egov.ufsc.br/portal/ sites/
default/files/18-19-1-pb.pdf >. Acesso em: 19 dez. 2016.
SANCHES J. R. Estocolmo, desenvolvimento sustentável e solidariedade intergeracional.
[S. l.: s. n], 2014. Disponível em: <http://nossoambientedireito.blogspot.com.br/2014/06/
estocolmo-desenvolvimento-sustentavel-e.html>. Acesso em: 10 jan. 2017.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Biblioteca Virtual de Direitos Humanos. Declaração
de Estocolmo sobre o meio ambiente humano. 1972. Disponível em: <http://www.
DICA DO PROFESSOR
No vídeo, você vai conhecer o contexto da instituição que pensou e organizou a Conferência de
Estocolmo e em que contexto esse encontro foi pensado e por que precisava acontecer.
EXERCÍCIOS
Porque
B) Os relatos de chuvas ácidas, contaminação do solo e acúmulo de metais pesados eram cada
vez mais frequentes e já era sabido que essas contaminações poderiam afetar a saúde
humana.
C) Os cientistas e a ONU acreditavam que a água era uma fonte de recursos ilimitada, em
virtude do tamanho dos oceanos, por isso não se preocupavam que ela fosse faltar.
A) O ser humano não pode considerar o meio ambiente natural de seu direito, apenas o
ambiente artificial, mas deve zelar pelos dois para manter a saúde de todos.
A) Apenas II.
B) Apenas I.
C) Apenas III.
D) Apenas I e II.
E) Apenas II e III.
B) As metas concretas estabelecidas, que foram de comum acordo a todos os países presentes.
E) O acordo assinado por todos os países, visando a preservação ambiental a qualquer custo.
NA PRÁTICA
Entre os anos 1950 e 1990, na Califórnia, nos Estados Unidos, se discutiu um dos maiores casos
de crime socioambiental de responsabilidade corporativa. Acompanhe!
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
A Declaração de Estocolmo
A Declaração de Estocolmo foi um importante marco para a questão ambiental. Confira aqui
nesse link a Declaração na íntegra, observando todas as questões abordadas no documento.
Você sabia que o dia 05 de junho é o Dia Mundial do Meio Ambiente? Saiba as principais ações
que serão realizadas nesse dia, ano a ano. Confira também os links das páginas de redes sociais
para receber atualizações sobre o tema.
Você sabia que o Projeto das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) tem um
escritório no Brasil? Confira aqui as principais informações sobre o trabalho do nosso país junto
a ONU nesse projeto.
APRESENTAÇÃO
Bons estudos.
DESAFIO
Você trabalha para um centro comercial. Esse centro comercializa pilhas e baterias. Você é
contratado para lançar um programa de conscientização e coleta desses materiais que estão
sendo descartados. Esse programa deve esclarecer quais componentes são possivelmente
nocivos. Apresente medidas para informar e mobilizar os consumidores locais a descartarem
esse tipo de resíduo corretamente. Com essas informações, elabore um material visual
informativo, como um banner, para fixar em pontos estratégicos do centro comercial.
INFOGRÁFICO
Nesse infográfico você vai conhecer os principais pontos que envolvem o aparecimento e a
problemática dos resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos.
CONTEÚDO DO LIVRO
Nesse capítulo, você vai estudar sobre resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos, suas
características e origens. Nós, como sociedade, estamos diretamente envolvidos e somos
responsáveis por ações e pelos impactos desse comércio e do descarte. Você vai ver algumas
ações e mitigações que já estão acontecendo neste universo, em nível nacional e global.
Boa leitura!
RESPONSABILIDADE
SOCIOAMBIENTAL
Organizador:
Thais Miranda
M672r Miranda, Thais.
Responsabilidade socioambiental / Thais Miranda. – 2.
ed. – Porto Alegre : SAGAH, 2017.
xi, 215 p. : il. ; 22,5 cm.
ISBN 978-85-9502-032-0
Introdução
Este texto discute sobre o fenômeno conhecido como resíduos de equi-
pamentos elétricos e eletroeletrônicos, quais são as suas características
e origens. Como sociedade, estamos diretamente envolvidos e somos
responsáveis por ações e impactos desse comércio e descarte. Neste
texto, você vai ver a análise de algumas ações e mitigações que já estão
acontecendo, tanto nacional quanto globalmente.
Lixo eletrônico
O lixo eletrônico (e-lixo) ou tecnológico, como o próprio nome indica, é
aquele proveniente de materiais eletrônicos. Ele também é conhecido pela
sigla REEE (resíduos de equipamentos elétricos e eletroeletrônicos).
Com o avanço da tecnologia no mundo moderno, há um excesso de lixo
eletrônico que pode causar diversos impactos negativos no meio ambiente.
Segundo a diretiva 2002/96/CE do Parlamento Europeu art. 3°, o conceito
de resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos, ou REEE, é o seguinte:
Equipamentos elétricos ou eletrônicos que constituem resíduos, nos termos
da alínea “A” do artigo 1º da Diretiva 75/442/CEE, incluindo todos os com-
Resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos 191
Computadores;
Tablets;
Monitores;
Teclados;
Impressoras;
Câmeras fotográficas;
Aparelhos de som;
Lâmpadas eletrônicas;
Televisores;
Geladeira;
Fogão;
Micro-ondas;
Rádios;
Telefones;
Celulares;
Carregadores;
Baterias;
Pilhas;
Fios.
Em nosso dia a dia não temos tempo para contabilizar esse fenômeno.
Não pensamos no quanto uma bateria de celular ou de notebook ou mesmo os
demais componentes como plástico e metais pesados vão poluir o solo ou os
lençóis freáticos (muitas vezes nem sabemos que poluem). Nossa preocupação
está geralmente em nos manter dentro das atualidades tecnológicas.
Como exemplo do descaso em relação a esse material tão danoso, a atual
legislação ambiental do estado de São Paulo (2008), que trata especificamente
dos resíduos sólidos, nem cita os equipamentos eletrônicos, e a legislação
nacional está revisando a resolução que trata do assunto há uns 4 anos por meio
do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente). (PEREIRA, [201-?]).
O lixo eletrônico é produzido por materiais de origem inorgânica, por
exemplo, cobre, alumínio, metais pesados (mercúrio, cádmio, berílio e chumbo),
grande quantidade de substâncias prejudiciais ao ambiente e ao homem.
Eles podem comprometer o ambiente visto que são compostos por elementos
muito poluentes os quais são absorvidos pelo solo e pelos lençóis freáticos
comprometendo o equilíbrio ecológico. Além do fator poluição, o contato com
esses produtos pode acarretar em diversas doenças para os animais e os seres
humanos. Veja na Figura 2 a seguir, um exemplo desse material.
Impactos
Alguns impactos do lixo eletrônico são contaminação de solos, rios e lençóis
subterrâneos; bioacumulação pelos organismos vivos; concentração de metais
pesados em fauna e flora, muito maior que a sua capacidade de autodepuração.
Resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos 193
O Brasil descarta 96,8 mil toneladas de computadores por ano. Em 1 toneladas de PCs
existe mais ouro do que 17 toneladas de minério bruto do metal.
de coleta seletiva e logística reversa no país. Por outro lado, o fabricante poderia
informar sobre eventuais cuidados especiais com determinados elementos
perigosos contidos em seus produtos e como deveriam ser tratados.
Nesse vídeo, você vai conhecer mais detalhes sobre a logística reversa, uma importante
ferramenta para reduzir impactos ambientais desse tipo de lixo.
EXERCÍCIOS
A) a) Solda nos circuitos impressos e outros componentes eletrônicos e nos tubos de raios
catódicos nos monitores e televisores.
3) Visto as consequências negativas que esse tipo de resíduo pode provocar na saúde e
no meio ambiente, poderíamos apontar algumas soluções como:
B) b) Não utilizar mais metais pesados como componentes nos eletroeletrônicos e certificar
toda a linha de produção.
5) Por que a utilização de resíduos como matéria-prima é tão importante para reduzir
impactos ambientais?
NA PRÁTICA
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
Os impactos ambientais causados pelo lixo eletrônico e o uso da logística reversa para
minimizar os efeitos causados ao meio ambiente
APRESENTAÇÃO
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer as três importantes conferências sobre meio
ambiente que foram consideradas determinantes para mudanças em nosso país: Rio 92 ou Eco
92, Rio +10 e Rio +20.
Bons estudos.
DESAFIO
Você é produtor rural e empresário de uma linha de produtos orgânicos e irá representar um
grupo da sociedade civil em uma das cúpulas de uma conferência socioambiental. Você e seu
grupo deverão apresentar e discutir com representantes políticos, Anvisa e outras grandes
empresas sobre o real sentido da segurança alimentar dentro de um desenvolvimento
sustentável.
O Brasil enfrenta barreiras em conciliar o crescimento dos grandes centros agrícolas com a
preservação dos ecossistemas e recursos disponíveis; junto a larga utilização de pesticidas
químicos; abrindo as discussões de segurança alimentar, situação que se alastra e reflete na
nossa qualidade de vida. Para que possamos consumir e nos alimentar, foi adotado rapidamente,
após a Revolução Industrial, outro sistema de produção alimentícia, que acompanha o grande
crescimento populacional e o ritmo acelerado de trabalho.
INFOGRÁFICO
Neste infográfico, você vai visualizar como ocorreram as estruturas das conferências Eco 92,
Rio +10 e Rio +20 e quais foram os debates, os pontos altos e os resultados desses encontros.
CONTEÚDO DO LIVRO
Neste texto, você vai conhecer as três importantes conferencias que debateram sobre meio
ambiente e que foram determinantes para mudanças em nosso país. Rio-92 (também conhecida
como Eco-92), Rio +10 e Rio +20. Estes encontros internacionais debateram assuntos
relacionados ao desenvolvimento socioambiental e foram oportunidades para a elaboração de
projetos e acordos importantes, na busca por soluções mais práticas e eficazes as questões e
problemáticas socioambientais
Boa leitura!
RESPONSABILIDADE
SOCIOAMBIENTAL
Thais Miranda
Rio-92, Rio +10 e Rio +20
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Neste texto, você vai conhecer as três importantes conferencias que
debateram sobre meio ambiente e que foram determinantes para mu-
danças em nosso país. Rio-92 (também conhecida como Eco-92), Rio +10
e Rio +20. Estes encontros internacionais debateram assuntos relaciona-
dos ao desenvolvimento socioambiental e foram oportunidades para a
elaboração de projetos e acordos importantes, na busca por soluções
mais práticas e eficazes as questões e problemáticas socioambientais.
Os resultados
Além da sensibilização das sociedades e das elites políticas, a Conferência
teve, como resultado, a produção de alguns documentos oficiais fundamentais
nas seguintes convenções:
Agenda 21
Desafios
Apesar dos avanços, a legislação brasileira ainda enfrenta o desafio de con-
ciliar o crescimento das cidades e da fronteira agrícola com a preservação
de seus diversos ecossistemas. Como você pode observar, o desafio é rever a
hegemonia da economia em relação as manifestações humanas e à organização
das sociedades, nas quais a produção do conhecimento, de bens materiais e
culturais passe a implicar no bem-estar, na comunicação e integração solidária
com a natureza e com todos os seres.
Em outras palavras, trata-se de uma reconfiguração das relações sociais, nas
quais ser sujeito livre, consciente e ativo e que percebe como indissociável a
seu progresso, também o desenvolvimento da comunidade, torna-se o elemento
essencial para as mudanças socioambientais.
Impacto Político
O Brasil, país-sede da Eco-92, vivia sob seu primeiro governo eleito pelo voto
direto após a ditadura, mas a conferência ecológica aconteceu simultaneamente
62 Responsabilidade socioambiental
Poluição;
Mudanças climáticas;
Destruição da camada de ozônio;
Uso e gestão dos recursos marinhos e de água doce;
Rio-92, Rio +10 e Rio +20 63
Desmatamento;
Desertificação e degradação do solo;
Resíduos perigosos, e;
Degradação da diversidade biológica.
Esta segunda edição serviu para fazer um balanço da anterior Eco-92, reali-
zada no Rio de Janeiro em 1992. Centrada no desenvolvimento sustentável, seu
objetivo era a adoção de um plano de ação de 153 artigos divididos em 615 pontos
sobre diversos temas: a pobreza e miséria, o consumo, os recursos naturais e
sua gestão, globalização, o cumprimento dos direitos humanos, o lazer, etc.
Como consta no Informativo da Cúpula Mundial sobre o Desenvolvi-
mento Sustentável, Joanesburgo (África do Sul), 26 de agosto a 4 de setembro
de 2002, obrigou-se aos países desenvolvidos alcançar os níveis intencional-
mente convencionados de assistência oficial ao desenvolvimento, apoiar a
criação de alianças regionais fortes para promover a cooperação internacional,
afirmar que o setor privado também tem o dever de contribuir ao desen-
volvimento sustentável, e por último chamada para criação de instituições
internacionais e multilaterais mais eficientes, democráticas e responsáveis.
Veja a Figura 4.
Resultados
Apesar dos problemas levantados, a ampla participação e colaboração foram
chave para o bom desenvolvimento da Cúpula e consequentemente, para o
64 Responsabilidade socioambiental
Outra frente da sociedade civil na Rio +20 se deu no âmbito do Fórum Social
Mundial (FSM). A decisão foi em Dacar, no Senegal. Segundo o empresário
e ativista da área de responsabilidade social, Roberto Martins que integra o
Comitê Internacional do FSM – em janeiro de 2013 –, a edição internacional
descentralizada do evento terá como principal pauta a temática ambiental,
voltada à conferência.
A FSM não representa as elites econômicas e demanda mobilização da
sociedade sobre outro modelo de desenvolvimento. Propostas como:
20% 80%
(1 bilhão) (4 bilhões) População
80% 20%
Consumo de alimentos
70% 30%
Consumo de energia gerada
Países industrializados
50% 50%
Poluição por C02
Figura 7.
Fonte: Mundo Vestibular (c2016).
Figura 8.
Fonte: RIO +20 (2011).
Segurança alimentar
Neste momento, o conceito de segurança alimentar passa a ser mais do que apenas
características físico-químicas, normas de produção, transporte e armazenamento
de alimentos – deve fazer parte deste ciclo as condições de plantio, mão de obra e
produção, havendo segurança também no que diz respeito as condições laborais e
uso de pesticidas e agrotóxicos. Lembrando que, muitos produtos químicos ainda
permitidos no nosso país, são proibidos praticamente em todo mundo.
Economia Verde
É um tipo de economia que visa o desenvolvimento, diminuindo os impactos sociais
e ambientais; resultando em uma melhoria do bem-estar da humanidade e igualdade
social, ao mesmo tempo em que reduz os riscos ambientais e a escassez ecológica. Não
visa somente, ganhos materiais e posses de compras, mas também desenvolvimentos
na agricultura, saúde, educação, saneamento e qualidade de vida.
A economia verde vem como proposta e resposta sobre um desenvolvimento mais
sustentável, reduzindo impactos socioambientais. Uma evolução mais inteligente e
limpa. Abre também para conceitos como desenvolvimento de produtos e economia
local e economias colaborativas (Figura 9).
Rio-92, Rio +10 e Rio +20 71
No vídeo sobre as conferências, você vai compreender mais sobre o principal conceito entre
esses debates, que é o desenvolvimento sustentável.
EXERCÍCIOS
1) As conferências conhecidas como Eco 92, Rio +10 e Rio +20 tiveram como propósitos
comuns os seguintes pontos:
C) Foram encontros de natureza filantrópica realizados pelas Nações Unidas entre 1990 e
2012.
E) As conferências foram várias tentativas para que algumas nações assinassem acordo de
paz, após a Segunda Guerra Mundial.
E) No Protocolo de Kyoto.
3) No documento conhecido como Carta da Terra, elaborado na Eco 92, afirma-se que
desenvolvimento e comunidade sustentável só poderiam ser alcançados mediante:
E) Ações éticas de inclusão e proteção ambiental dos direitos humanos e paz de forma
inseparável.
A) A conferência focou na procura de meios de cooperação entre nações para lidar com
questões como desmatamentos, resíduos perigosos, poluição, saneamento, etc.
B) Foi nessa conferência, também conhecida como Rio +20, que se intensificaram as
discussões sobre as mudanças climáticas.
D) Essa conferência foi de extrema relevância por fortalecer as discussões sobre as florestas.
E) Essa foi uma das poucas conferências em que não se tratou sobre condições sociais e
erradicação da pobreza. Tratou-se apenas dos aspectos tecnológicos ambientais.
A) É um antigo programa econômico que busca integrar países e comunidades mais pobres e
carentes.
D) Busca resultados e melhorias no bem-estar social, ao mesmo tempo em que reduz os riscos
ambientais. Não visa somente ganhos materiais e posses de compras, mas também
desenvolvimento na agricultura, saúde, educação, saneamento e qualidade de vida.
NA PRÁTICA
A Marcopolo é uma empresa brasileira fabricante de carrocerias de ônibus. É a maior fabricante
nacional do setor, com 40,7% de participação no mercado, e uma das mais importantes no
mundo. Conta com 20.016 empregados, em 10 fábricas espalhadas pelo mundo. Na linha de
produção, são produzidos 80 ônibus por dia. Para se adequar às questões socioambientais e
assegurar suas certificações e parcerias, em 2006 a empresa manifestou intenção de desenvolver
uma gestão integrada para os processos produtivos.
Como movimentos como Eco 92, Rio +10, Rio +20 podem nortear premissas para que empresas
como a Marcopolo organizem ações e metas de responsabilidade socioambiental? As três
conferências, de alguma forma, tratam prioritariamente das prevenções de acidentes ambientais,
ética e responsabilidade social. Esses encontros discutiram, documentaram e indicaram
processos e apontaram objetivos para conceitos como produção e consumo sustentável,
governança, ética para sustentabilidade, inclusão social, entre outros assuntos.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
APRESENTAÇÃO
O tratado foi um marco específico e particular para as discussões sobre as aceleradas mudanças
climáticas. Acordos como esse implicam em comprometimento e reduções de emissões, o que
levaria a uma segunda discussão envolvendo ética, equidade e desenvolvimento social. Para
tanto, percebe-se a necessidade de avaliar cada caso e elaborar acordos e metas para agir
globalmente. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar o Protocolo de Kyoto e
perceber que ele não foi apenas mais uma conferência que virou um acordo.
Bons estudos.
• Relacionar alguns fenômenos que levam aos conceitos de aquecimento global e efeito
estufa.
• Identificar o conceito do Protocolo de Kyoto, sua origem e momento histórico e ações.
• Destacar alguns debates, resultados e aplicabilidades que aconteceram durante e após o
protocolo.
DESAFIO
Você tem uma empresa multinacional de fundição que movimenta um grande valor econômico
no mercado mundial. Sua empresa é conhecida por comercializar bons produtos, ter postura
ética e responsabilidade social e ambiental. Um dos grandes marketings da empresa é a
credibilidade.
A partir de 2005, sua demanda de vendas aumentou e consecutivamente sua produção também.
Mas, para fechar parcerias de compras e vendas, você deve ter selos de certificação, que
confirmam qualidade administrativa do produto e responsabilidade socioambiental. Outro
grande problema de sua expansão é que as filiais localizadas em outros países já excederam suas
cotas de emissões atmosféricas e não podem mais poluir para manter as certificações e,
consecutivamente, as parcerias e as vendas. Qual seria sua alternativa? Que ações e medidas
você pode tomar?
INFOGRÁFICO
No infográfico, é possível perceber as principais causas que levam aos impactos ambientais e
sociais e às mudanças climáticas rígidas, para as quais o Protocolo de Kyoto oferece medidas de
mitigação.
CONTEÚDO DO LIVRO
No capítulo desta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar o Protocolo de Kyoto e conhecer
alguns debates, resultados e metas desse movimento que se tornou base para as discussões do
superaquecimento global.
Boa leitura.
MEIO AMBIENTE
Thais Miranda
Revisão técnica:
ISBN 978-85-9502-573-8
CDU 502
Introdução
Neste texto, você irá estudar o Protocolo de Kyoto, os acordos, as medidas
e metas estabelecidas, compreendendo que não foi apenas mais uma
conferência para assuntos ambientais. O tratado foi um marco específico
e particular para as discussões sobre as aceleradas mudanças climáticas.
Acordos como este implicam em comprometimento e reduções de
emissões, o que levaria a uma segunda discussão, que seria sobre ética,
equidade e desenvolvimento social. Para tanto, percebe-se a necessidade
de avaliar cada caso e elaborar acordos e metas para agir globalmente.
O Atlas Nacional do Brasil Milton Santos (nova versão do Atlas Nacional do Brasil) foi
lançado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O documento revelou
que, de 2007 a 2009, o número de brasileiros afetados por inundações, secas, vendavais
e temperaturas extremas foi triplicado.
Protocolo de Kyoto 231
Emissões de Percentual
CO2 (toneladas de emissões
País PIB (US$, 2010) métricas, 2008) globais (2008)
Assim, foi criado o sistema de “Crédito de Carbono”, que conta com cer-
tificados emitidos para uma pessoa ou empresa que reduziu a sua emissão de
gases do efeito estufa (GEE).
Por convenção, uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) corresponde a
um crédito de carbono, que pode ser negociado no mercado internacional. A
redução da emissão de outros gases, igualmente geradores do efeito estufa,
também pode ser convertida em créditos de carbono, utilizando-se o conceito
de carbono equivalente (equivalência em dióxido de carbono).
Comprar créditos de carbono no mercado corresponde, aproximadamente, a
comprar uma permissão para emitir GEE. O preço dessa permissão, negociado
no mercado, deve ser necessariamente inferior ao da multa que o emissor
deveria pagar ao poder público, por emitir GEE. Para o emissor, portanto,
comprar créditos de carbono no mercado significa, na prática, obter um des-
conto sobre a multa devida.
Acordos internacionais como o Protocolo de Kyoto determinam uma cota
máxima de GEE que os países desenvolvidos podem emitir. Os países, por
Protocolo de Kyoto 237
sua vez, criam leis que restringem as emissões de GEE. Assim, aqueles países
ou indústrias que não conseguem atingir as metas de reduções de emissões
tornam-se compradores de créditos de carbono.
Discutindo melhorias para um novo acordo — O que poderia conter nas reso-
luções de um novo acordo?
Um dos pontos mais importantes e polêmicos diz respeito aos países em desen-
volvimento que ficaram de fora das medidas propostas por Kyoto e agora deverão
adotar compromissos semelhantes aos dos países desenvolvidos. Os Estados Unidos
terão de adotar ações equivalentes às dos demais países industrializados. Também
deve ser pensado um mecanismo para reduzir o desmatamento nas florestas tropicais,
como a Amazônica.
Outros três tópicos devem ser contemplados: adaptação às mudanças climáticas,
financiamento aos países em desenvolvimento e transferência de tecnologia.
Protocolo de Kyoto 239
No Brasil
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, destacou, em seu discurso
sobre o Brasil no Protocolo de Kyoto, que esse foi um resultado histórico. “O
Protocolo de Kyoto é mais do que um documento, ele expressa a convicção de
que a mudança climática exige uma ação multilateral, a abordagem baseada em
regras. O Protocolo de Kyoto é o padrão de integridade ambiental”, afirmou a
240 Protocolo de Kyoto
ministra. O Brasil exerceu importante papel para esse resultado e foi elogiado
por vários países por seu desempenho nas negociações.
A ministra destacou, também, que o Brasil está trabalhando muito e com
sucesso na luta contra as mudanças climáticas. “Estamos orgulhosos dos
nossos esforços na redução do desmatamento na Amazônia, que falam por
si. Estamos cumprindo tudo com o que nos comprometemos, de acordo com
esta Convenção”, enfatizou. Teixeira reafirmou o compromisso do país em
continuar sua participação ativa na Convenção Quadro das Nações Unidas
sobre Mudanças Climáticas, “...plenamente consciente de que o multilateralismo
é a melhor ferramenta para enfrentar o aquecimento global”.
No entanto, Teixeira afirmou que o Brasil não está totalmente satisfeito com
o resultado obtido. “Queríamos mais. Acreditamos que é necessário mais, mas
também acreditamos que uma Conferência que garantiu o segundo período do
Protocolo de Kyoto é, por definição, um sucesso”, disse. A ministra lamentou
que Partes do Anexo I estejam gradualmente se afastando das obrigações
estabelecidas na Convenção: “esses países não estão tomando a liderança e
não estão apoiando os países em desenvolvimento suficientemente em seus
esforços para combater as alterações climáticas”, postura que a ministra clas-
sificou como “inaceitável”.
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no-catar-e-estende-protocolo-de-kyoto-ate-2020.htm>. Acesso em: 19 dez. 2016.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
No vídeo, você vai saber o que se alcançou com o Protocolo de Kyoto e o que aconteceu após
conhecer um pouco o seu sucessor: a COP18 e suas definições.
EXERCÍCIOS
B) Reduzir temperaturas globais fazendo manejos florestais e aumentar o uso dos recursos
renováveis.
E) Reduzir em 20% as emissões atmosféricas dos EUA, da China e da Austrália, assim como
aplicar tecnologias mais limpas nesses países.
A) Não, países em desenvolvimento deveriam participar e tomar algumas cautelas, mas não
precisariam se comprometer com metas específicas, pois pouco contribuíram para as
mudanças climáticas e tendiam a ser os mais afetados por elas.
C) Não, as ações para países como o Brasil se restringiam a precauções e diligências com a
mata atlântica.
C) Envolver a prática dos 3Rs nos processos industriais e criar legislação para obrigatoriedade
de tecnologias mais limpas.
D) Estabelecer parcerias entre países com projetos ambientalmente responsáveis, dar direito
aos países desenvolvidos para comprar "créditos" das nações que poluem pouco e criar o
mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL), conhecido como o "mercado de créditos de
carbono".
B) Inicialmente, os EUA refugou ser signatário, porém metade dos municípios do país
protestou, o que o levou a optar por executar medidas.
E) Sim, Canadá, Noruega e Nova Zelândia, conjunto de países que se aliaram aos EUA.
NA PRÁTICA
A brasileira Klabin está entre as dez maiores produtoras de papéis e afins no ranking mundial,
setor de extrema importância na economia. Mas também é uma indústria extremamente
impactante para o meio ambiente. Os fatores poluentes são diversos, decorrentes desse tipo de
produção.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor: