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26/05/2022 07:27 Sistemas de Gestão Ambiental

SISTEMAS DE GESTÃO
AMBIENTAL
CAPÍTULO 1 - AS SOLUÇÕES
CIENTÍFICAS E TECNOLÓGICAS SÃO
SUFICIENTES PARA RESOLVER A CRISE
AMBIENTAL EXISTENTE NO SÉC. XXI?
Rafael Leite Macedo

INICIAR

Introdução
A capacidade humana de transformar a natureza para melhorar suas condições
de existência permitiu avanços que transformaram o mundo. De tal forma que a
população mundial, em 2018, ultrapassou os sete bilhões de habitantes. Isso só
foi possível com o desenvolvimento do trabalho humano, que consiste na
intervenção direta sobre a natureza, para extrair energia e recursos, satisfazendo
necessidades, com o objetivo de proporcionar bem-estar à população. Mas esse
objetivo nem sempre foi cumprido.

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O aumento populacional, o aperfeiçoamento das formas de trabalho e a


intervenção sobre a natureza (a exemplo da agricultura e da industrialização),
somados às novas formas de relação econômica (a exemplo do capitalismo),
desencadearam, na primeira metade do séc. XX, uma série de preocupações em
relação às consequências das ações humanas sobre o meio ambiente.
Que consequências são essas? Como se deu o processo de observação, denúncia
e mudança de atitude em relação aos problemas ambientais? Quais foram os
principais eventos que permitiram avanços significativos na implementação da
Gestão Ambiental, do nível global ao local?
Neste capítulo trataremos sobre a origem da Gestão Ambiental, desde as suas
primeiras iniciativas à crise alarmante, quanto às definições conceituais e ações
articuladas entre governos, empresas e sociedade civil.
Ao final, teremos, de forma clara e objetiva, o conceito de Gestão Ambiental, o
entendimento sobre o paradigma do Desenvolvimento Sustentável e um
panorama geral da Gestão Ambiental em nível internacional e no Brasil.
Acompanhe com atenção e bons estudos!

1.1 Gestão Ambiental


As questões ambientais têm sido alvo de preocupações há centenas de anos,
mesmo antes da Revolução Industrial. Mas somente a partir da metade do séc.
XX, o tema ganhou notoriedade e se tornou assunto premente na agenda
internacional. Isso só foi possível com a percepção de que o uso da energia e dos
recursos naturais em escala exploratória, para fins de subsistência e atendimento
às necessidades de uma população cada vez maior, se tornaria insustentável.
A insustentabilidade das atividades humanas sobre o meio ambiente gerou a
necessidade de mudanças, e a gestão ambiental passou a despontar como
possível solução para o enfrentamento dos problemas presentes. Está nela o
papel de indicar, no processo de tomada de decisão do desenvolvimento
civilizatório, os melhores caminhos para o uso racional dos recursos naturais, a
prevenção e o combate aos impactos gerados pelas atividades humanas.

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O que veremos é a definição objetiva do conceito de Gestão Ambiental,


contextualizada a partir da compreensão histórica da relação entre os humanos e
o meio ambiente, suas consequências e mudanças de paradigma.

1.1.1 Definição
Na interação a seguir, falaremos sobre a definição do conceito de Gestão
Ambiental. Clique para saber mais.

A Gestão Ambiental, ou Administração Ambiental,


contempla as diretrizes e ações realizadas por um
indivíduo, ou organização, pública ou privada, que
busque neutralizar, diminuir, ou remediar os impactos
negativos sobre o meio ambiente, em decorrência da
ação humana (BARBIERI, 2016).

Observe que este conceito abrange a utilização racional


dos recursos naturais pelos indivíduos ou organizações,
bem como a destinação adequada de seus resíduos. As
iniciativas foram impulsionadas nas últimas décadas
por inúmeros aspectos (pressão por movimentos
sociais, políticas públicas de comando e controle,
incentivos fiscais e subsídios, novas tecnologias e 
descobertas científicas).

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Cabe ressaltar que a Gestão Ambiental não foi um


movimento espontâneo. A humanidade, inicialmente
impactada pela falta de recursos naturais básicos para a
sua subsistência, foi exposta a uma série de desastres
ambientais, registrados a partir da metade do séc. XX
que ocasionaram poluição, perda da biodiversidade e
agravamento da saúde de comunidades em todo o
mundo. O aumento da quantidade de ocorrências
desastrosas e as consequências sentidas pelas
populações tornaram o tema inerente à tomada de
decisão em nível global.

A Gestão Ambiental tem, em sua essência, ao menos três dimensões: espacial,


institucional e temática, como podemos ver na figura a seguir.  

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Figura 1 - As dimensões envolvem a delimitação dos temas de atuação, a abrangência na qual as ações
tenham eficácia e os agentes responsáveis por deliberações e iniciativas. Fonte: BARBIERI, 2016, p. 20.

Portanto, é importante destacar que a Gestão Ambiental transcende práticas


empresariais, tornando-se um conceito e uma nova forma de enxergar o mundo.
Trata-se de um novo paradigma na forma de lidar com a economia, a sociedade e
o meio ambiente.

1.1.2 Contextualização
O uso do meio ambiente como fonte de energia e de recursos para a subsistência
não se aplica somente aos seres humanos, mas a todos os que se encontram
neste planeta. No entanto, há uma diferença que destaca o humano dos demais:
a sua consciência, inteligência e capacidade de premeditar seus atos.
A humanidade assumiu uma posição dominadora sobre as demais espécies,
beneficiada, cada vez mais, pelas descobertas científicas e tecnológicas. A
formação cultural das cidades modificou a visão básica de uso da natureza como

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meio de subsistência e incorporou novos anseios a serem atendidos, em


detrimento do mundo natural (DIAS, 2017). 

VOCÊ QUER LER?


O livro “Sapiens”, de Yuval Noah Harari (2014), nos ajuda a compreender a evolução do Homo
Sapiens, repassando a história da humanidade e relacionando-a com as questões do presente, com
uma reflexão crítica, que está diretamente associada ao conteúdo presente.

O ponto crucial na aceleração dos problemas ambientais foi a era Industrial,


iniciada na Inglaterra no séc. XVIII. É a partir dela que o aumento na escala de
produção e consumo, passa a transformar completamente as cidades, o
ambiente natural e as condições de vida da população.

VOCÊ QUER VER?


“A história das coisas” ou “The History of Stuff” é um documentário de Annie Leonard (2007) que
mostra didaticamente todo o processo industrial, que vai desde a extração da matéria-prima,
produção, distribuição, comercialização e descarte, gerando reflexões sobre os padrões de consumo
impostos pelas corporações, a poluição do meio ambiente e o risco à saúde humana. Assista
em:  <https://www.youtube.com/watch?v=3c88_Z0FF4k (https://www.youtube.com/watch?
v=3c88_Z0FF4k)>.

No final do séc. XVIII, o economista Thomas Malthus (1766-1834) publicou um


estudo pessimista sobre os problemas do aumento populacional e uma possível
escassez dos recursos naturais. Futuramente Paul e Anne Ehrlich seriam adeptos
aos estudos de Malthus a partir de teorias neomalthusianas, incluindo novas
previsões sobre a bomba populacional. Em um sentido contrário, os otimistas, ou

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cornucopianos (figura da mitologia grega que significa a abundância eterna), não


estavam preocupados com a escassez de recursos, pois acreditavam na ciência e
tecnologia como solução para qualquer crise existente.
Essas análises foram importantes na compreensão das diferentes visões sobre
como o ser humano se apodera da natureza e a usa ao seu bel prazer. Mas ambas
as reflexões são analisadas sob um olhar antropocêntrico, isso significa que não
havia ainda uma sensibilização em relação ao meio ambiente, os demais seres
vivos e a importância do equilíbrio ambiental.
Em paralelo a isso, surgiram os primeiros movimentos ambientalistas ao longo
do séc. XIX. O modelo industrial sofreu acentuada queda no nível de qualidade de
vida, devido à poluição do ar e precariedade dos serviços de saneamento básico.
Surgiu a partir daí um movimento ambientalista preservacionista, voltado para a
valorização das áreas naturais com vistas à contemplação e o lazer. Em resumo,
nos séculos XVIII e XIX prevaleceram duas posições: o antropocentrismo e o
biocentrismo, ou ecocentrismo. 

VOCÊ SABIA?
Em 1872 foram criados nos Estados Unidos da América (EUA) os primeiros parques naturais do
mundo, o Parque Nacional de Yellowstone e, em 1890, o Parque Nacional de Yosemite. Estas
áreas foram definidas para a proteção da vida selvagem, então ameaçada pela industrialização e
urbanização. Alguns estudiosos como os naturalistas estadunidenses Henry David Thoreau
(1817-1892) e George Perkins Marsh (1801-1882) influenciaram estas iniciativas.

No início do séc. XX há uma divisão do movimento ambientalista. John Muir


(1838-1914) defendia o movimento preservacionista, enquanto surgia uma visão
conservacionista liderada por Gifford Pinchot (1865-1946). Os conservacionistas
defendiam o uso racional dos recursos naturais. Contudo, as duas guerras
mundiais, que aconteceram na primeira metade do séc. XX, frearam ambos os
movimentos, pois exigiram uma acelerada expansão da atividade econômica
como modelo de desenvolvimento.

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O que não havia sido observado é que além da incapacidade do planeta em


suportar tal impacto a curto prazo, muitos dos seus recursos explorados estavam
entrando em processo de escassez. Os recursos naturais como o sol, o ar, a água,
plantas, fauna, entre outros, são classificados como energias renováveis
(relativamente infinitos). Contudo, há uma classificação também para recursos
não renováveis (relativamente finitos), tais como de origem fóssil, minérios,
argila, areia, etc. Essa classificação é vista com cautela, pois há uma relatividade
associada ao esgotamento ou capacidade de regeneração dos recursos
(BARBIERI, 2016). Essa noção depende do tempo, como pode ser visto na figura a
seguir. 

Figura 2 - Recursos naturais: tradicionalmente classificados em renováveis, ou não renováveis, sua


noção de esgotamento ou renovação está relacionada à dimensão temporal. TIVY; O’HARE, 1991, apud
BARBIERI, 2016, p. 170.Recursos naturais: tradicionalmente classificados em renováveis, ou não
renováveis, sua noção de esgotamento ou renovação está relacionada à dimensão temporal. Fonte:
TIVY; O’HARE, 1991, apud BARBIERI, 2016, p. 170.

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A partir das décadas de 1950 e 1960, surgiram uma série de ocorrências de


desastres ambientais e estudos científicos, fatores que desencadearam
preocupações permanentes em relação aos problemas ambientais em todo o
mundo.

VOCÊ QUER LER?


No livro “Gestão Ambiental - Responsabilidade Social e Sustentabilidade”, Reinaldo Dias (2017) lista
26 desastres ambientais no Brasil e no mundo a partir da década de 1940. Entre os casos estão o
desastre nuclear na usina de Chernobyl, a ex-União Soviética, em 1986, e a explosão da plataforma de
petróleo Deepwater Horizon, nos Estados Unidos, em 2010, cuja história virou filme em 2016. No
Brasil, são citados o vazamento de metanol e óleo combustível na baía do Porto de Paranaguá, em
2004, e a ruptura de uma barragem de rejeitos tóxicos em Mariana, interior de Minas Gerais, em 2015.

Os desastres ambientais são causados por poluentes, que podem ser tanto
materiais, quanto energia, que ocasionam mudanças nas propriedades físico-
químicas e capacidade de receptação e regeneração do meio ambiente. Para
entender melhor como funciona o processo de poluição, podemos classificar, de
acordo com a fonte de poluição, o meio receptor e o impacto ocasionado ao meio
ambiente, conforme descrito na figura a seguir.

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Figura 3 - A poluição pode ser vista sob vários aspectos e ser classificada de acordo com uma
diversidade de critérios, o que a torna complexa, frente aos impactos ambientais gerados. Fonte:
BARBIERI, 2016, p. 15.

A humanidade vem causando cada vez mais poluição a partir de uma


diversificada linha de atividades econômicas. Uma das razões para isso é a
grande quantidade de emissão de agentes químicos, cuja composição envolve
uma série de poluentes, como podemos ver no quadro a seguir. 

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Quadro 1 - Relação de atividades humanas e a produção de determinados agentes poluentes


específicos, que variam conforme os insumos e processos de produção típicos do setor. Fonte:
BARBIERI, 2016, p. 16.

Esses poluentes podem ser primários ou secundários, varia conforme a sua


emissão. A permanência desses poluentes no ambiente depende das
características físico-químicas e das condições do ambiente (BARBIERI, 2016, p.
17).
Em 1962, a bióloga Rachel Carson (1907-1964) publicou em “Primavera
Silenciosa” os perigos do uso inconsequente do DDT (dicloro-difenil-
tricloroetano), um inseticida que foi usado pelos EUA para combater mosquitos
causadores da malária e da dengue durante a guerra do Pacífico, bem como
pragas em plantações.   Era um insumo de baixo custo e altamente eficiente a
curto prazo, mas com consequências nocivas a longo prazo, aos seres vivos e ao
meio ambiente. 

VOCÊ QUER VER?


American Experience: Rachel Carson (FERRARI, 2017) é um documentário sobre a história de vida da
bióloga, cuja obra foi inspiradora para movimentos ambientalistas e políticas governamentais de
restrição ao uso de pesticidas como o DDT. Um filme emocionante, instigante e reflexivo.

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Assim, teremos, a partir dos anos 1960, transformações globais na forma de


enxergar os problemas ambientais. Tanto a postura dos neomalthusianos,
quanto a visão cornucopiana devem ser vistas com ceticismo. Como diria
Barbieri (2016), a preocupação maior deve-se centrar no combate à pobreza e na
mudança do modelo de crescimento associado ao alto padrão de consumo,
considerando os limites possíveis da Terra, de suportar as ações do homem.
Muitos dos países que apresentam um padrão de vida elevado, dependem de
recursos de outros países, o que agrava ainda mais a exploração do meio
ambiente e a elevação da pobreza dos grupos sociais que dependem destes
recursos.
A ciência e a tecnologia não são suficientes para solucionar todos os problemas
ambientais surgidos pelas atividades humanas. Existem questões culturais,
sociais, políticas e econômicas, que são inerentes ao enfrentamento dos
problemas ambientais. A Gestão Ambiental inclui definitivamente a pasta
ambiental nas tomadas de decisões em todos os setores da sociedade. Deste
modo, a ciência e a tecnologia devem estar à disposição da Gestão Ambiental,
não o contrário. Avanços em processos de extração de matéria-prima, produção,
consumo e descarte vêm sendo compatibilizados aos novos conceitos, diretrizes
e iniciativas em Gestão Ambiental, nos últimos anos.
Nos próximos tópicos, você terá a oportunidade de se aprofundar sobre o que há
de mais recente nas discussões ambientais.

1.2 Desenvolvimento Sustentável


Nos últimos 100 anos, as dinâmicas socioculturais foram caracterizadas pela
centralidade da economia como chave para um progresso que prometeu
liberdade, justiça e bem-estar. A partir dos anos de 1940, o conceito de
desenvolvimento surgiu em uma realidade de reconstrução dos países
devastados durante a Segunda Guerra Mundial. Em nações do “Norte”, com
estruturas fundiárias anacrônicas, agricultura atrasada, industrialização
incipiente, desemprego e subemprego crônicos eram problemas similares aos
encontrados em países periféricos, ou do “Sul” (SACHS, 2004).

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Em paralelo, a opinião pública se tornou mais crítica sobre as limitações dos


recursos naturais e os perigos decorrentes dos impactos gerados ao meio
ambiente, em virtude da exploração desenfreada, diversos eventos e relatórios
internacionais incluíram a dimensão ambiental na agenda internacional. Esta
“revolução ambiental” trouxe consequências éticas e epistemológicas que
influenciaram a maneira como a sociedade passou a enxergar seu
desenvolvimento (SACHS, 2002).
Vamos, agora, compreender o conceito de Desenvolvimento Sustentável, bem
como os fatores que desencadearam sua origem e uso como linha matriz de
pensamento para o desenvolvimento econômico dos países, em consonância
com a justiça social e o respeito ao meio ambiente.

1.2.1 Definição
A construção do conceito de Desenvolvimento Sustentável passou por várias
etapas de maturação até chegar ao status de novo paradigma a ser adotado pela
civilização, como modelo de desenvolvimento. Podemos destacar, neste
processo, ao menos três marcos importantes. Clique nos itens a seguir.

A interseção entre crescimento econômico, redução da pobreza e


respeito ao meio ambiente chamada de “ecodesenvolvimento”,
durante o debate da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente Humano (CNUMAH), realizado em 1972 em Estocolmo
(Suécia).

As primeiras definições sobre sustentabilidade e


desenvolvimento sustentável, apresentadas respectivamente no
documento “Estratégia Mundial para a Conservação da Natureza”
(1980), elaborado pela União Internacional para a Conservação
da Natureza (UICN), o Programa de Meio Ambiente das Nações
Unidas (PNUMA) e World Wildlife Fund (WWF), bem como o
documento “Nosso Futuro Comum”, ou Relatório Brundtland,
elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD).

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O fortalecimento, popularização e direcionamento prático do


Desenvolvimento Sustentável na Conferência sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), realizada no Rio de
Janeiro, em 1992.

Portanto, destes conceitos, o proposto pelo Relatório Brundtland foi incorporado


na agenda política e difundido em todo o mundo a partir da Rio-92. Ele define o
Desenvolvimento Sustentável “não como um estado de equilíbrio, mas como um
processo de mudança em que o uso de recursos, a direção de investimentos, a
orientação do desenvolvimento tecnológico e as mudanças institucionais
concretizam o potencial de atendimento das necessidades humanas do presente
e do futuro” (WCED, 1987, p. 10-11).
O documento deixa bem clara a intenção de conectar crescimento econômico e
meio ambiente. O foco nesta ligação se constitui como um fato novo em
comparação a outras propostas (BURSZTYN; BURSZTYN, 2013). A partir dessa
definição, diversos pesquisadores e teóricos adotaram diferentes correntes de
pensamento sobre o que, de fato, seria Desenvolvimento Sustentável, com
posturas de apoio a Brundtland, assim como críticas que polarizaram as linhas
de pensamento.
Pierri (2001) dividiu as correntes sobre o Desenvolvimento Sustentável em três:
corrente forte, moderada e fraca. Para nos situar, tanto este capítulo quanto a
disciplina de Sistemas de Gestão Ambiental, como um todo, seguem conceitos e
ferramentas que adotam a linha de pensamento moderado. Justifica-se, não só
pela sua hegemonia em termos de discussão e ação, mas pela sua
compatibilidade com a agenda ambiental em nível global, regional e local. As
diferentes correntes de pensamento, sobretudo as extremistas, ajudam a
encontrar falhas e promover reflexões que transcendem uma visão limitada da
realidade, permitindo a proposição de novas ideias e soluções que agreguem ao
modus operandi do Desenvolvimento Sustentável vigente. Nesta perspectiva,
vamos apresentar, de uma forma simplificada, como as três dimensões do
Desenvolvimento Sustentável (econômico, social e ambiental) são incorporadas
na prática organizacional. 

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SO
rias do segmento químico BASF e Braskem foram eleitas pela Organização das Nações Unidas (ONU), em
mo líderes no Desenvolvimento Sustentável. A honraria concedida destacou as políticas de
ilidade empresarial, realizadas com foco na redução dos gases do efeito estufa (GEE), a partir do uso de
alternativas, produtos cuja base de recursos naturais é renovável, bem como investimento
iental. Segundo a BASF, foi possível reduzir em até 20% a emissão de GEE e investir no uso de
eros como fonte para a produção de plásticos recicláveis. Entre algumas iniciativas reconhecidas da
estão o Projeto Ser + Realizador, focado na inclusão social e incremento de renda de mais de 40
vas de catadores de materiais recicláveis, oportunizando a reciclagem de mais de 4 mil toneladas de
No âmbito da Educação Ambiental, a empresa coordena o Programa de Educação Ambiental (PEA),
ando a educação de mais de 2.500 jovens estudantes e moradores de comunidades do entorno de seus
ustriais. Estas, entre outras ações em Gestão Ambiental de ambas as empresas estão alinhadas aos 17
do Desenvolvimento Sustentável (ODS).

O caso acima é uma constatação das transformações ocorridas nas últimas


décadas, quando empresas que eram consideradas “vilãs” dos problemas
ambientais, passaram a investir na busca por um Desenvolvimento Sustentável. É
possível atingir ganhos econômicos adotando estratégias e modelos de negócios
que valorizam os colaboradores, as comunidades do entorno e tornem o negócio
mais justo socialmente, com condições de trabalho que permitam melhorar a
qualidade de vida dos profissionais e suas famílias. Além disso, a preocupação
ambiental incentiva o trabalho de pesquisa e desenvolvimento de alternativas
tecnológicas para a redução dos impactos ambientais e, ao mesmo tempo,
aproxima o ser humano da natureza, agregando novos valores que mudem para
uma visão de reconhecimento dos serviços ambientais essenciais à sadia
qualidade de vida das presentes e futuras gerações.

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Figura 4 - O equilíbrio dinâmico do Desenvolvimento Sustentável é essencial ao crescimento


econômico consciente, a justiça social e o respeito ao meio ambiente. Fonte: DIAS, 2017, p. 45.

Este equilíbrio nas dimensões do Desenvolvimento Sustentável (Figura acima) se


identifica com o conceito de Triple Bottom Line, ou Tripé da Sustentabilidade,
como conhecido no Brasil. Organizações importantes como a Global Reporting
Initiative (GRI) vem adotando o termo como princípio de valores, objetivos e
processos. Este conceito teve papel importante na composição de indicadores
quantitativos e qualitativos que medem os impactos econômicos, sociais e
ambientais das organizações. Para tanto, até que se chegasse neste nível de novo
paradigma de desenvolvimento, o conceito percorreu diversas fases até sua
devida incorporação na agenda ambiental.

1.2.2 Origem
Por consequência de um enraizamento paradigmático influenciado por Descartes
e Bacon, o desenvolvimento apoiado pela agenda ambiental internacional, a
partir da segunda metade do séc. XX, adotou uma linha natural de domínio sobre
a natureza e uma relação de uso racional, tendo em vista suas limitações
enquanto recursos renováveis e não renováveis.
O movimento para a formação do conceito de Desenvolvimento Sustentável
começou na preparação da Conferência de Estocolmo em 1972, quando mostrou
a existência de duas posições. Clique sobre elas a veja a descrição a seguir.

Otimista
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Na qual a natureza tinha condições abundantes e, portanto, passível de ser


explorada e mitigada com soluções tecnológicas.

Pessimista

Que indica a insustentabilidade ocasionada pelo crescimento demográfico,


industrial e urbano, com o consumo como base do ciclo produtivo e do
crescimento econômico. 

O desaparecimento da humanidade seria apenas uma questão de tempo, em


consequência da exaustão dos recursos e dos efeitos da poluição (SACHS, 2002).
Assim surgiu uma posição intermediária, ou moderada, ainda de permanência do
status quo, porém, socialmente receptivo e implementado por meios favoráveis
ao meio ambiente. Para Ignacy Sachs (2002), o Desenvolvimento Sustentável
segue o mesmo paradigma sob um conceito endógeno, autossuficiente,
orientado para as necessidades, em harmonia com a natureza e aberto às
mudanças institucionais.

VOCÊ O CONHECE?
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Ignacy Sachs (91 anos) é um economista polonês, naturalizado francês. Suas obras lançam reflexões
sobre a necessidade de um novo paradigma de desenvolvimento. Esteve na organização da
Conferência de Estocolmo (1972), contribuindo diretamente na formulação da base conceitual, que se
tornaria futuramente o conceito de Desenvolvimento Sustentável. Também participou da Rio-92
como Conselheiro Especial e é autor de mais de 20 livros sobre desenvolvimento e meio ambiente.

O documento “Nosso Futuro Comum”, como abordado na definição de


Desenvolvimento Sustentável, foi referência e base importante para os debates
que aconteceram na Conferência Rio-92. O evento aprovou documentos
importantes sobre assuntos de ordem global relativos ao Desenvolvimento
Sustentável. A partir disso, o conceito assume uma posição privilegiada na
agenda global, sendo tema de encontros, debates, fóruns internacionais e base
para a construção de novas regulamentações.

1.3 Gestão Ambiental Internacional:


da formação de instituições e normas
ambientais
A Gestão Ambiental, em paralelo ao conceito de Desenvolvimento Sustentável
que impulsionou a sua prática em toda a sociedade, apresentou pelo menos três
fases distintas de ideias e linhas de atuação. Em um nível global, problemas
ambientais desencadearam denúncias, debates, eventos e a formação de novas
instituições e regulamentações.
A primeira fase ocorreu no final do século XIX até a CNUMAH, em 1972. A segunda
fase começa com a realização da CNUMAH e se estende até 1992, com a
realização da Rio-92. A terceira fase da Gestão Ambiental, em nível global,
caracteriza-se pela promoção do Desenvolvimento Sustentável até os dias atuais.
Vamos estudar, agora, um resumo destas três fases, destacando os principais
acontecimentos, conceitos e diretrizes que regem a aplicação da Gestão
Ambiental nos dias atuais.

1.3.1 Contextualização
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Até aqui, foi possível observar que a preocupação ambiental e as iniciativas em


Gestão Ambiental só tomaram proporções globais a partir da segunda metade do
século XX, embora em nível local, regional e nacional já existissem iniciativas
datadas anteriormente.
Clique nos itens a seguir para conhecer os principais acontecimentos, conceitos e
diretrizes que nortearam a Gestão Ambiental até meados de 1970.

Nas décadas de 1950 e 1960, aumentaram as preocupações


ambientais, devido à divulgação de estudos sobre os desastres
ambientais causados pelo acelerado crescimento econômico no
período pós-guerra.

Em 1968 é realizada, em Paris, a Conferência sobre a Biosfera.


Este evento foi importante para trazer uma perspectiva
interdisciplinar, envolvendo acadêmicos das ciências naturais,
tecnológicas e sociais.

Os anos de 1970 são emblemáticos em virtude da quantidade de


eventos internacionais importantes e pela acelerada criação de
instituições e normas de proteção ambiental. Como
consequência da Conferência da Biosfera, a Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO),
lança em 1971, o Programam Homem e Biosfera, focado no
estudo das relações da humanidade com o meio ambiente.

Em 1972, o grupo internacional Clube de Roma, composto por


industriais, pesquisadores e diplomatas, publica o estudo
“Limites do Crescimento”. A publicação foi um alerta sobre a
responsabilidade compartilhada dos países ricos em assumir as
consequências dos desastres ambientais.

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Em junho de 1972 é realizada a CNUMAH. O evento foi motivado pelas denúncias


dos desastres ambientais sucedidos nas décadas anteriores, devido ao acelerado
período industrial pós-guerra, assim como as reuniões científicas que deram
sustentação ao debate. A Conferência estimulou a cooperação internacional para
o equilíbrio entre os interesses dos países desenvolvidos e dos países
considerados pobres. Este foi um dos maiores desafios, haja vista que os países
pobres e emergentes eram contra a redução da exploração dos recursos naturais
em larga escala, alegando a necessidade do progresso como forma de reduzir a
pobreza.
As discussões ao longo da Conferência resultaram em um Plano de Ação; na
Declaração sobre Meio Ambiente; na determinação do dia mundial do meio
ambiente (5 de junho); na resolução sobre as experiências com armas nucleares;
e na resolução sobre as disposições institucionais e financeiras.
A Declaração de Estocolmo reúne princípios que, embora não tenham valor
jurídico, são considerados “princípios declaratórios de caráter incitativo e com
alcance moral, político, operacional e que contribuíram para a aceitação de
certos princípios como regras ordinárias” (LAVIEILLE, 2004 apud BURSZTYN;
BURSZTYN, 2013).
A Conferência também originou em 1972 a criação do Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), responsável pela reprodução de
informações sobre meio ambiente, programas de avaliação ambiental e fomento
à cooperação internacional. A partir da conferência houve um aumento
expressivo na formação de órgãos ambientais, pesquisas e programas de ações
ambientais em todo o mundo. No início dos anos 1970, pelo menos dez países
tinham órgãos ambientais nacionais, instituições especializadas e comitês. Este
número subiu para 60, em 1974, chegando ao final da década a um número
estimado de 100 países (DIAS, 2017).
O restante dos anos 1970 e 1980 é marcado pelo aumento do conhecimento
científico e da consciência ambiental. Organizações Não-Governamentais (ONGs)
ganham força, assim como iniciativas de cooperação internacional para lidar com
temas de nível global, tais quais: mudança do clima; destruição da camada de
ozônio e proteção da biodiversidade.

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Com o aumento dos acidentes ambientais e divulgação de novos estudos


científicos, a preocupação ambiental foi além dos grupos de intelectuais e
ativistas, atingindo os empresários e produtores. Estes últimos adotaram novas
práticas em Gestão Ambiental movidos pelo aumento das legislações e busca de
novos nichos de mercado. Em 1988, é criado o Painel Intergovernamental de
Especialistas sobre a Mudança no Clima (IPCC), órgão de análise e divulgação do
conhecimento sobre as mudanças climáticas.
Os anos 1990 começam com um dos eventos mais emblemáticos para a definição
de diretrizes que vão permear a Gestão Ambiental em todos os níveis de governo:
a Rio-92. O evento foi motivado pelo movimento ambientalista, associado a uma
grande repercussão dos desastres ambientais ocorridos nos últimos anos e a
publicação do Relatório Brundtland. A Conferência tinha um viés de intervenção,
como nunca antes visto, fundamentado em estratégias e medidas de combate
aos problemas ambientais em diferentes níveis, além de incluir definitivamente o
conceito de Desenvolvimento Sustentável na agenda ambiental. Após dias de
debates, foram aprovados pelos governos participantes cinco textos. Clique a
seguir para conhece alguns deles.

Declaração do Rio

A “Declaração do Rio”, enfatiza o conceito de Desenvolvimento


Sustentável adotando princípios de ordem moral, política e
operacional, mobilizando os estados e a sociedade como um todo. 

Agenda 21

Outro documento deles é a Agenda 21, documento sem valor


jurídico, mas utilizado até hoje como base de plano prático do
Desenvolvimento Sustentável nas organizações. Para o auxílio à
aplicação da Agenda 21, foi criada a Comissão para o
Desenvolvimento Sustentável (CDS), vinculada à ONU. 

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Declaração de Princípios sobre Florestas

O terceiro documento é a Declaração de Princípios sobre Florestas.


Ele propõe maior soberania aos estados e o manejo adequado das
florestas. Algumas convenções como a Convenção-Quadro sobre
Mudanças Climáticas e a Convenção sobre Diversidade Biológica
visaram maior cooperação, estudos e melhor gerenciamento dessas
pastas em diferentes níveis, desde o local ao global.

Um dos grandes feitos da Rio-92 foi a convergência de opiniões opostas na busca


por um caminho mais sustentável. Por um lado, países considerados
desenvolvidos e que apresentavam um padrão de consumo insustentável,
tiveram de lidar com as necessidades dos países em desenvolvimento, onde os
problemas sociais e o anseio por um crescimento industrial eram vistos como
prioritários à frente das questões ambientais. Houve também um esforço para
acordos de apoio financeiro e transferência de tecnologia aos países em
desenvolvimento.
A Agenda 21 voltou a ser tema de debate em 1997, quando 170 países se
reuniram em Nova York, para discutir os efeitos após a Rio-92 e adotar novas
formas de impulsionar seus princípios.
No ano 2000, a realização da Assembleia Geral das Nações Unidas provocou a
convocação da Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, a ser
realizada posteriormente em 2002 na cidade de Johanesburgo. A Rio+10 mostrou
pouco avanço em relação à Rio-92. Agravados por um contexto econômico
mundial desfavorável, somado à crise social com a miséria, o tema não alcançou
propostas claras de implementação. A Rio+10 resultou na Declaração Política e
um Plano de Implementação, dos quais avaliaram desde a Conferência de
Estocolmo a Rio-92 os problemas e compromissos a serem tratados para o
alcance do Desenvolvimento Sustentável.

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Passados alguns anos, as Nações Unidas definiram em 2009 a realização da


Conferência Rio+20. No contexto do Desenvolvimento Sustentável surge um tema
de destaque: a Economia Verde. Conceito este que aborda a importância da
mudança para uma economia pautada na eficiência dos recursos e redução dos
impactos ambientais, sob uma visão circular, na qual os resíduos são vistos como
recursos úteis. A pobreza, assunto não resolvido nos últimos 20 anos, ganhou
novamente peso no debate.
O contexto do evento, assim como em 2002, não era o mais favorável.
Circunstâncias políticas e econômicas como a crise econômica da Europa e a
recente crise americana de 2008, sinalizavam que as metas não seriam ousadas.
O documento final reafirmou diagnósticos e propósitos que já tinham sido
afirmados em textos anteriores, evidenciando a fraqueza nas formas de ação
concreta (BURSZTYN; BURSZTYN, 2013). No entanto, o documento final da Rio+20
lançou a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, destacando 17
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) (figura a seguir) e 169 metas,
incluindo uma seção focada nos meios de implementação e parcerias globais que
permitam avanços econômicos na agenda. 

Figura 5 - Os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável devem ser incorporados aos objetivos de


todos os países do mundo e implementados até 2030. Fonte: Plataforma Agenda 2030 (2018).

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As principais conferências realizadas (1972, 1992, 2002 e 2012) permitiram maior


debate entre diversos setores da sociedade, criação de valores e possibilidades
de ações que buscassem o alcance do Desenvolvimento Sustentável em nível
global. Mesmo que todos estes eventos tenham sido alvo de críticas em relação a
sua real efetividade e ganhos circunstanciais em termos de avanços sobre a
busca do Desenvolvimento Sustentável, países avançaram na criação de órgãos
ambientais, melhorias nos mecanismos legais e incentivo à prática da Gestão
Ambiental por empresas. Movimentos criados por organizações do terceiro setor
ganharam força e impulsionaram essas mudanças. Houve maior incentivo à
pesquisa e ao desenvolvimento científico e tecnológico, abrindo campo para a
formação de profissionais.

1.4 Gestão Ambiental no Brasil: da


formação de instituições e normas
ambientais
O Brasil, como um país colonizado, teve ao longo da sua história as
consequências da forte expansão comercial europeia, caracterizada pela
exploração dos recursos naturais e das populações nativas como mão de obra. A
partir da colonização, o Brasil passou por alguns ciclos econômicos relacionados
aos recursos naturais existentes em abundância, sobretudo suas florestas
nativas. A exploração do pau-brasil, dos minérios, produção de açúcar, café, soja,
borracha e crescimento industrial proporcionaram aumento populacional e
formação desordenada de cidades.
A Gestão Ambiental no Brasil precede ao século XX. Assim como nos demais
países em processo de industrialização, os impactos ambientais gerados pelas
atividades econômicas despertaram alertas e crises que desencadearam
regulamentações para lidar com os riscos da poluição e da redução dos recursos
naturais. Sob influência dos acontecimentos em escala global, o país sofreu
fortes transformações durante o século XX, com a criação de instituições e
normas ambientais, base esta que fortaleceu o desenvolvimento da política
ambiental em nível nacional, estadual e municipal.

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Vamos entender neste tópico, a contextualização para compreender o processo


histórico e como as mudanças na sociedade tornaram a Gestão Ambiental
assunto premente na tomada de decisão política e empresarial.

1.4.1 Contextualização
A proteção da natureza não é um tema recente no Brasil. Desde o período
colonial há registros de regulamentações que buscavam lidar com situações de
risco. Algumas ordenações jurídicas do Reino tinham observações sobre o meio
ambiente, especialmente a supressão vegetal em proporções abusivas.
No período imperial (séc. XIX) outras normas de proteção ao meio ambiente
foram promulgadas, além de artigos que tratavam especificamente sobre o
controle dos rios públicos, minas e terras. Não se pode afirmar que estes
instrumentos foram efetivos em suas propostas, dado o cenário político histórico
caracterizado pelo domínio do poder local pelas oligarquias (BURSZTYN;
BURSZTYN, 2013).
A partir dos anos 1930, o Brasil passou por um novo processo político,
influenciado pelo golpe de Estado com a entrada de Getúlio Vargas no poder. O
Estado ditava as atividades econômicas e as políticas de proteção social. O
governo de Kubitscheck nos anos 1950 deu uma nova estrutura de Estado, mais
sistemática e focada no planejamento governamental (BURSZTYN; BURSZTYN,
2013). Essas mudanças modificaram a disposição populacional no território
nacional. Ao mesmo tempo em que o país sofreu com a industrialização e o
crescimento demográfico, as obras de ampliação das estradas e construção de
cidades planejadas, como Brasília, modificaram o fluxo migratório da população
para o interior do país. Isso ampliou o aparato governamental em todos os cantos
do Brasil.
A temática ambiental foi favorecida por este período, quando surgiram estudos e
novas regulamentações. O Brasil promulgou, em 1923, o Decreto n. 16.300
(BRASIL, 1923), relativo ao saneamento, como forma de impedir impactos à
saúde da população, derivados de atividades industriais.
Em 1934 foi promulgado o primeiro Código de Águas (BRASIL, 1934). A
Constituição de 1934 (BRASIL, 1934) foi inovadora na competência do Estado em
legislar sobre atividades industriais em solo brasileiro, considerando minério, uso

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da água, geração de energia, florestas, caça e pesca, etc. Entre algumas leis de
destaque estão: Código Florestal (1934); Código de Caça e Pesca (1934); Política
Nacional de Saneamento (1967) e Lei de Proteção dos Animais (1934).
Ainda que, nos anos de 1970, o Estado tenha se reduzido em termos de poder, as
políticas ambientais continuaram em evolução diante da preocupação em nível
global e eventos como a Conferência de Estocolmo.

VOCÊ SABIA?
Integrante da comissão preparatória da Conferência de Estocolmo, o Brasil liderou 77 países e
teve apoio dos países considerados emergentes ao não concordar com os acordos iniciais
propostos pela conferência. Na época, o Brasil adotou uma posição de defesa ao crescimento
econômico exploratório, considerado pelo governo militar como forma de resolução da miséria,
assumindo que o meio ambiente ficaria em segundo plano.

Mesmo assim, em 1973, foi criada a primeira agência ambiental federal, a


Secretaria Especial de Meio Ambiente (SEMA). Ela assumiu grandes
responsabilidades, desde a criação, assessoria e colaboração com órgãos de
controle ambiental, fomento à Educação Ambiental e estabelecimento de
normas. Clique na interação a seguir para continuar lendo sobre este assunto.

Dois anos depois, o governo publicou o Decreto-Lei n.


1.413 (BRASIL, 1975), referente ao controle da poluição
ambiental ocasionada por atividades industriais. Esta
preocupação já era recorrente desde o final dos anos
1960, em virtude do aumento da poluição industrial. A
realização do Simpósio sobre Poluição Ambiental em
1971, favoreceu a implementação desta norma. A

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norma obrigou a adoção de práticas preventivas e


corretivas sobre possíveis poluições causadas pelas
atividades produtivas. 

Contudo, em caso de atividades industriais que fossem


de alta relevância ao desenvolvimento e segurança do
país, somente o Poder Executivo Federal poderia
intervir. A partir do mesmo ano foram registrados sinais
de descentralização do poder do governo federal com a
responsabilidade de alguns Estados em cuidar do
processo de licenciamento ambiental.

Muitos dos Órgãos Estaduais do Meio Ambiente (OEMA)


surgiram nos anos 1970, responsáveis, principalmente,
pelo saneamento das cidades, licenciamento ambiental
e fiscalização. A Fundação Estadual de Engenharia do
Meio Ambiente (FEEMA) foi instituída em 1975 no Rio de
Janeiro, e em 1976, no Estado de São Paulo, a
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
(CETESB).

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A SEMA até o momento não agia sozinha em


determinadas situações, pois dependia do Ministério do
Interior (MINTER) para algumas resoluções. Em 1976,
ampliaram, em conjunto, uma legislação ambiental que
permitisse maior autonomia aos órgãos estaduais. A
decisão foi vista como uma maneira de melhorar a
efetividade da política pública em nível local.

Em 1981, o governo federal instituiu a Política Nacional


do Meio Ambiente (PNUMA), dirigindo ao Sistema
Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e o Conselho
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) a
responsabilidade pela sua execução. Trata-se de uma
política ambiental que é referência até os dias atuais.
Somente o CONAMA (colegiado formado por órgãos do
governo federal, estadual, municipal, empresas e
sociedade civil) foi responsável pela deliberação de
temas relacionados à proteção de biomas, gestão de 
espécies da fauna e da flora, qualidade da água,
gerenciamento de resíduos, áreas protegidas, poluição
sonora e do ar, entre outros. 

Em 1988, é promulgada a nova Constituição do país,


sendo um marco histórico na promoção da política
ambiental brasileira e servindo de base legal para a
regulação ambiental.

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Em 1989, é criado o Instituto Brasileiro do Meio


Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
O órgão foi uma resposta às pressões dos movimentos
ambientalistas em nível nacional e internacional,
centralizando a responsabilidade que era atribuída a
outros órgãos do governo federal, incluindo a SEMA. 

A década de 1990 foi marcada, inicialmente, por


medidas firmes do governo Fernando Collor (1990-
1992) no combate ao desmatamento na Amazônia. No
primeiro ano foi instituída a Secretaria Especial do Meio
Ambiente da Presidência da República (SEMAM), órgão
que foi importante no enraizamento da proteção
ambiental na estrutura do Estado (BURSZTYN;
BURSZTYN, 2013). Após transformações em sua
nomenclatura, em 1999, tornou-se definitivamente
Ministério do Meio Ambiente, responsável pela
proteção, recuperação do meio ambiente e
incorporação das premissas do Desenvolvimento
Sustentável.

A partir de 2006, o IBAMA foi fragmentado em vários


órgãos. Algumas jurisdições foram distribuídas para o
Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio), Serviço Florestal Brasileiro
(SFB) e Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal
(FNDF).

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Desde os anos 1990, o Brasil incorporou definitivamente


em diferentes níveis de governo, a questão ambiental
em suas políticas públicas. Os estados e,
principalmente, os municípios mobilizaram esforços
para a implementação de políticas ambientais em nível
local. Isso só foi possível, também, a partir da
descentralização dos recursos, que foram destinados
localmente para a resolução dos problemas ambientais.
Muitos programas tiveram o apoio de fundos
orçamentários, tanto de fonte nacional, quanto
internacional.

Em tempos atuais, o Brasil tem seguido com a sua lógica focada no


desenvolvimento de base econômica, moldando o perfil político-institucional e
as características das políticas públicas (BURSZTYN; BURSZTYN, 2013). No
entanto, a dimensão ambiental tem sido levada em consideração, mesmo que
limitada à lógica econômica. Experiências desde os anos 2000, tem mostrado
avanços significativos em relação à agenda ambiental. 
Essas iniciativas se tornaram importantes no direcionamento estratégico e
modos de ação de empresas e organizações do terceiro setor. 

Síntese
Concluímos a primeira parte da disciplina de Sistemas de Gestão Ambiental.
Pudemos compreender os conceitos e fatos históricos que contribuíram para as
práticas da Gestão Ambiental, em âmbito dos governos, empresas e organizações

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do terceiro setor. São, portanto, os alicerces que sustentam o novo paradigma na


forma de enxergar o desenvolvimento da humanidade. 
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
aprender o conceito de Gestão Ambiental, suas dimensões e classificações,
compreendendo que ele não surgiu de forma espontânea e, sim, por uma
necessidade, em decorrência das consequências da ação humana sobre o
meio ambiente;
identificar as principais correntes de pensamento que contribuíram para as
discussões científicas e políticas, gerando acordos internacionais que
influenciaram diretamente na incorporação da Gestão Ambiental em todos
os setores da sociedade;
aprender o conceito de Desenvolvimento Sustentável, importante base na
mudança de paradigma para um desenvolvimento mais consciente,
socialmente justo e ambientalmente responsável;
compreender a evolução histórica das atividades humanas, o processo de
exploração dos recursos naturais, suas consequências ao meio ambiente e
a realização de estudos, eventos, criação de normas e instituições que
formaram a estrutura necessária para a prática da Gestão Ambiental do
nível global ao local;
refletir sobre as diferentes perspectivas da Gestão Ambiental,
desenvolvendo uma visão crítica sobre a real efetividade das suas práticas
na atualidade e se são suficientes para o enfrentamento da crise ambiental
no século XXI.

Bibliografia
BARBIERI, J. C. Gestão Ambiental Empresarial - Conceitos, modelos e
instrumentos. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 06/2016.

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BRASIL. Decreto n. 16.300, de 31 de dezembro de 1923. Approva o regulamento


do Departamento Nacional de Saúde Pública. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1910-1929/D16300.htm
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1910-1929/D16300.htm)>. Acesso
em: 21/11/2018.
BRASIL. Decreto n. 24.643, de 10 de julho de 1934. Decreta o Código de Águas.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D24643.htm
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D24643.htm)>. Acesso em:
21/11/2018.
BRASIL. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil (de 16 de
julho de 1934). Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao34.htm
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao34.htm)>. Acesso
em: 21/11/2018.
BRASIL. Decreto Federal n. 1.413 de 14 de agosto de 1975. Dispõe sobre o
controle da poluição do meio ambiente provocada por atividades industriais.
BURSZTYN, M. BURSZTYN, M. A. Fundamentos de política e gestão ambiental:
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DIAS, R. Gestão Ambiental - Responsabilidade Social e Sustentabilidade. 3. ed.
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FERRARI, M. American Experience: Rachel Carson. Direção: Michelle Ferrari.
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HARARI, Y. N. Sapiens: a brief history of humankind. New York: Random House,
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LEONARD, A. A história das coisas (Story of Stuff). Produção: Tides Foundation;
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PIERRI, N. El Proceso histórico y teórico que conduce a la propuesta del
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