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SUMÁRIO

GEOGRAFIA ............................................................................................................ pág 01


Planejamento 1: Fim do planeta ou fim da humanidade?........................... pág 01
Planejamento 2: Ser humano: programado para se autodestruir ............... pág 07
Planejamento 3: A revolução da informação ............................................. pág 12
Planejamento 4: Desafios urbanos do séc. XXI ......................................... pág 16
Planejamento 5: Conexões reais, pessoas virtuais..................................... pág 22

HISTÓRIA .............................................................................................. pág 27


Planejamento 1: As teorias socioeconômicas capitalista e socialista
(proposta A) .......................................................................................... pág 27
Planejamento 2: As teorias socioeconômicas capitalista e socialista
(proposta B) .......................................................................................... pág 33
Planejamento 3: A construção da hegemonia estadunidense ..................... pág 39

FILOSOFIA............................................................................................. pág 51
Planejamento 1: CTSA - Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente I ........ pág 53
Planejamento 2: CTSA - Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente II ....... pág 63

SOCIOLOGIA ......................................................................................... pág 73


Planejamento 1: As relações entre a cidade e o campo ............................. pág 73
Planejamento 2: Os problemas sociais no campo brasileiro ....................... pág 81
Planejamento 3: Movimentos Sociais do Campo ....................................... pág 87

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MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS – MAPA
REFERÊNCIA
2023

Geografia Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:

Competência Específica 03: Contextualizar, analisar e avaliar criticamente as relações das sociedades com
a natureza e seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas à proposição de soluções que
respeitem e promovam a consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável em âmbito local,
regional, nacional e global.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

A geografia do colapso (EM13CHS301) Problematizar hábitos e práticas individuais e coletivos de


ambiental do planeta. produção e descarte (reuso e reciclagem) de resíduos na contemporaneidade e
elaborar e/ou selecionar propostas de ação que promovam a sustentabilidade
socioambiental e o consumo responsável.
(EM13CHS302) Analisar e avaliar os impactos econômicos e socioambientais de
cadeias produtivas ligadas à exploração de recursos naturais e às atividades
agropecuárias em diferentes ambientes e escalas de análise, considerando o
modo de vida das populações locais e o compromisso com a sustentabilidade.
(EM13CHS303) Debater e avaliar o papel da indústria cultural e das culturas de
massa no estímulo ao consumismo, seus impactos econômicos e
socioambientais, com vistas a uma percepção crítica das necessidades criadas
pelo consumo.
(EM13CHS304) Analisar os impactos socioambientais decorrentes de práticas
de instituições governamentais, de empresas e de indivíduos, discutindo as
origens dessas práticas, e selecionar aquelas que respeitem e promovam a
consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Fim do planeta ou fim da humanidade?
DURAÇÃO: 02 aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
As mudanças climáticas são uma das maiores ameaças que a humanidade enfrenta atualmente. Com o
aumento da temperatura global e a intensificação de eventos climáticos extremos, como ondas de calor,
secas, enchentes e furacões, o futuro da humanidade está em risco. Uma das maiores preocupações é o
aumento do nível do mar, que pode levar à inundação de grandes áreas costeiras, forçando milhões de
pessoas a se deslocarem. Além disso, as mudanças climáticas afetam a produção de alimentos, com a
diminuição das colheitas devido à falta de água e ao aumento das pragas.
As mudanças climáticas também afetam a saúde humana, com o aumento de doenças transmitidas por
mosquitos e outros insetos, bem como com o aumento das mortes por ondas de calor. Além disso, a
poluição do ar, muitas vezes causada pela queima de combustíveis fósseis, contribui para agravar a
qualidade de vida e aumentar as taxas de mortalidade em áreas urbanas. As mudanças climáticas também

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podem afetar a economia global, com o aumento dos custos de produção e transporte, bem como o
declínio do turismo em áreas afetadas por eventos climáticos extremos.

Para evitar os piores impactos das mudanças climáticas, é essencial que a humanidade tome medidas
imediatas e decisivas. Isso inclui a redução das emissões de gases de efeito estufa, a transição para
fontes de energia limpa, como a solar e a eólica, e a implementação de políticas de adaptação para
ajudar as comunidades mais vulneráveis a enfrentar os impactos das mudanças climáticas. Se essas
medidas não forem tomadas, o futuro da humanidade será marcado por catástrofes cada vez mais
frequentes e intensas, com consequências desastrosas para a vida humana, a economia global e o meio
ambiente. Portanto, é essencial que a humanidade trabalhe unida para enfrentar o desafio das
mudanças climáticas e garantir um futuro sustentável para todos.

B) DESENVOLVIMENTO:
AULA 1
Apresenta aos estudantes o que é o IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change) ou Painel
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (Imagem 1). Em sequência explique o que são os
relatórios de avaliação e que estes estão em sua sexta edição (Imagem 2) e que estes relatórios não são
uma pesquisa direcionada e sim um compilado de diversas pesquisas que apontam para a confirmação
das mudanças climáticas produzidas pela ação humana (Imagem 3). Em seguida explique aos
estudantes que estas mudanças afetaram não somente o clima, mas também a fauna, a flora, as
reservas de água, a agricultura e as áreas habitáveis para o ser humano.
Imagem 1 – Logo do IPCC.

Fonte: (IPCC, [2023])

Imagem 2 – Área de acesso do Relatório de Avaliação 6.

Fonte: (IPCC, [2023])

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Imagem 3 – Gráficos de previsão de aquecimento global.

Fonte: (IPCC, [2023])

AULA 2
Solicite aos estudantes que se reúnam em grupo de 3 a 5 pessoas, para cada grupo ofereça um tema
ligado às necessidades da sociedade que serão afetadas pelas mudanças climáticas, como: recursos
hídricos, agricultura, habitação, biodiversidade, poluição dos oceanos e mares, etc. Os estudantes
deverão debater sobre as consequências das mudanças climáticas em cada um dos temas ofertados e
suas consequências para a vida da humanidade. Um estudante de cada grupo deverá apresentar as
consequências que o grupo avaliou.

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Por fim, o professor deve apontar ao longo de cada apresentação sobre o quanto tempo a humanidade
poderá sobreviver com o tema apresentado afetado, como também se o planeta sem o ser humano
conseguirá se regenerar.

RECURSOS:
Quadro; projetor; computador; acesso à internet; laboratório de informática para a avaliação.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
A avaliação ocorre por meio de participação, engajamento dos estudantes nas atividades e discussões
propostas.

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ATIVIDADES
1 – Faça uma pesquisa sobre os locais no mundo já afetados pelas mudanças climáticas e os principais
impactos para o ser humano das mudanças que já estão ocorrendo.

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REFERÊNCIAS
INTERGOVERNMENTAL Panel on Climate Change - IPCC. AR6 Synthesis Report: Climate Change
2023. Disponível em: https://www.ipcc.ch/report/ar6/syr/. Acesso em: 31 mar. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [ S. l.],
2022. Disponível em: https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%A
Dculo%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 25 abr. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [ S. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 25 abr.
2023.

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COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:

Competência Específica 03: Contextualizar, analisar e avaliar criticamente as relações das sociedades
com a natureza e seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas à proposição de soluções
que respeitem e promovam a consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável em
âmbito local, regional, nacional e global.

OBJETO(S) DE HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
As extinções em massa que (EM13CHS301) Problematizar hábitos e práticas individuais e coletivos
ocorreram no planeta terra. de produção e descarte (reuso e reciclagem) de resíduos na
contemporaneidade e elaborar e/ou selecionar propostas de ação que
promovam a sustentabilidade socioambiental e o consumo
responsável.
(EM13CHS302) Analisar e avaliar os impactos econômicos e
socioambientais de cadeias produtivas ligadas à exploração de
recursos naturais e às atividades agropecuárias em diferentes
ambientes e escalas de análise, considerando o modo de vida das
populações locais e o compromisso com a sustentabilidade.
(EM13CHS303) Debater e avaliar o papel da indústria cultural e das
culturas de massa no estímulo ao consumismo, seus impactos
econômicos e socioambientais, com vistas a uma percepção crítica das
necessidades criadas pelo consumo.
(EM13CHS304) Analisar os impactos socioambientais decorrentes de
práticas de instituições governamentais, de empresas e de indivíduos,
discutindo as origens dessas práticas, e selecionar aquelas que
respeitem e promovam a consciência e a ética socioambiental e o
consumo responsável.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Ser humano: programado para se autodestruir.
DURAÇÃO: 02 aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
A Terra já passou por diversas extinções em massa ao longo de sua história, nas quais um grande
número de espécies desapareceu rapidamente. A mais conhecida é a extinção dos dinossauros, há
cerca de 66 milhões de anos, que foi causada pelo impacto de um asteroide. No entanto, existiram
outras cinco extinções em massa antes dessa, causadas por diversos fatores, como erupções
vulcânicas em larga escala, mudanças climáticas, queda do nível do mar, entre outros.
Atualmente, a humanidade é vista como uma possível causa de uma nova extinção em massa, devido
à destruição de habitats naturais, poluição, mudanças climáticas, entre outras atividades humanas.
Cabe a nós, como seres conscientes, tomar medidas para minimizar nosso impacto no meio ambiente e
preservar a biodiversidade do planeta. A história da Terra é marcada por diversas extinções em massa,
eventos em que uma quantidade significativa de espécies desaparece em um curto período de tempo.
Há registro de pelo menos seis extinções em massa ao longo dos 4,6 bilhões de anos de existência do
planeta, sendo que a mais recente ocorreu há cerca de 65 milhões de anos, no fim do período
Cretáceo.

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B) DESENVOLVIMENTO:
AULA 1
Inicie a aula apresentando para os estudantes sobre o tempo de existência do planeta Terra, em torno
de 4,5 bilhões de anos. Em seguida demonstre que avaliar os processos ocorridos no planeta dentro da
escala de tempo utilizada para mensurar a vida do ser humano, em anos, não é usual e dificulta a
apreensão da extensão dos processos que formaram o planeta Terra atualmente.
Apresente aos estudantes a escala de tempo geológico, onde os principais eventos formadores do
planeta estão separados de maneira diferentes dos dias, semanas e meses. Mostre ao estudante que
os éons são períodos de tempo mais longos, que são subdivididos em eras, que por sua vez podem ser
divididos em períodos e enfim são divididos em épocas.

AULA 2
Após apresentar a escala de tempo geológico aos estudantes explique que cada período de tempo
milhões, senão, bilhões de anos se passam, neste período de tempo a Terra passou por muitas
alterações de clima, atmosfera, magnetismo, vulcanismos e terremotos, eixo de rotação e mesmo
translação. Essas alterações causam mudanças na receptividade para a vida no planeta, dessa forma
mudanças muito extensas ou bruscas podem extinguir grande volume da flora e fauna do planeta
“rapidamente”, considerando a escala de tempo geológico.
Apresente aos estudantes as 5 extinções em massa de vida no planeta que já ocorreram (imagem 2).
Explique quando aconteceram e suas possíveis causas. Por fim associa as mudanças climáticas
causadas pelo ser humano a mais uma alteração brusca da receptividade de vida no planeta, e
explique aos estudantes que para o ser humano, que vive no máximo 110 anos, essas podem parecer
pequenas, mas que quando se acumulam tem caráter alarmante.

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Imagem 1 – Extinções em massa.

Fonte: (LIMA, [2023])

RECURSOS:
Projetor, mapas, computador, acesso à internet, laboratório de informática.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
A avaliação ocorre por meio de participação, engajamento dos estudantes nas atividades e discussões
propostas.

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ATIVIDADES
Atividade individual
Para cada extinção em massa já ocorrida no planeta, os cientistas estimaram a quanto tempo ela
ocorreu, apresente o número de milhões de anos para os estudantes e solicite que eles apontem o
éon, a era, o período e época de cada uma das extinções.

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REFERÊNCIAS
BALDRAIA, André; SAMPAIO, Fernando dos Santos; SUCENA, Ivone Silveira. Ser protagonista:
geografia, 3º ano: Ensino Médio. São Paulo: Edições SM, 2016.
EXTINÇÕES em massa que aconteceram na terra parte 6 de 6 Sexta extinção em massa. Demis Lima.
[s. l.], [2023]. Disponível em: <https://demislima.com.br/extincoes-em-massa-que-aconteceram-na-
terra-parte-6-de-6-sexta-extincao-em-massa/>. Acesso em: 30 abril. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [ S. l.],
2022. Disponível em: https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADcul
o%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 25 abr. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [ S. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 25 abr.
2023.

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COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:

Competência Específica 02: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e


espaços, mediante a compreensão dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais geradores
de conflito e negociação, desigualdade e igualdade, exclusão e inclusão e de situações que envolvam
o exercício arbitrário do poder.
Competência Específica04: Analisar as relações de produção, capital e trabalho em diferentes
territórios, contextos e culturas, discutindo o papel dessas relações na construção, consolidação e
transformação das sociedades.

OBJETO(S) DE HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
A geografia das revoluções (EM13CHS202). Analisar e avaliar os impactos das tecnologias na
industriais. estruturação e nas dinâmicas das sociedades contemporâneas (fluxos
populacionais, financeiros, de mercadorias, de informações, de valores
éticos e culturais etc.), bem como suas interferências nas decisões
políticas, sociais, ambientais, econômicas e culturais.
(EM13CHS206) Compreender e aplicar os princípios de localização,
distribuição, ordem, extensão, conexão, entre outros, relacionados com
o raciocínio geográfico, na análise da ocupação humana e da produção
do espaço em diferentes tempos.
(EM13CHS402) Analisar e comparar indicadores de emprego, trabalho e
renda em diferentes espaços, escalas e tempos, associando-os a
processos de estratificação e desigualdade socioeconômica.
(EM13CHS404) Identificar e discutir os múltiplos aspectos do trabalho
em diferentes circunstâncias e contextos históricos e/ou geográficos e
seus efeitos sobre as gerações, em especial, os jovens e as gerações
futuras, levando em consideração, na atualidade, as transformações
técnicas, tecnológicas e informacionais.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: A revolução da informação.
DURAÇÃO: 02 aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
A indústria 4.0 é uma revolução na forma como as empresas produzem e entregam seus produtos e
serviços. Ela se baseia na utilização de tecnologias avançadas, como a Internet das Coisas, Inteligência
Artificial e automação de processos, para criar sistemas de produção mais inteligentes, flexíveis e
eficientes. Com a indústria 4.0, é possível integrar processos de produção, logística e manutenção em
tempo real, monitorar o desempenho das máquinas e prever falhas, além de permitir a personalização
em massa de produtos.
Essa transformação digital tem impactos significativos na economia global, mudando a forma como as
empresas competem e como os consumidores interagem com elas. A adoção da indústria 4.0 é
fundamental para garantir a competitividade e a sustentabilidade das empresas no futuro.

B) DESENVOLVIMENTO:
AULA 01
Apresente aos estudantes o período, as causas e as consequências das revoluções industriais I, II e
III. Explique que a revolução industrial I, em meados do século XVIII, que foi possível devido ao

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excedente da produção agrícola, o que possibilitou a liberação da mão de obra no campo para as
cidades, causando o êxodo rural e a aceleração da urbanização dos países da Europa Ocidental.
Apresente aos estudantes o histórico industrial Inglaterra, Alemanha e França.
Em seguida apresente aos estudantes a industrialização dos Estados Unidos da América, baseada na
exploração de seu vasto território, que apresentava amplos recursos minerais e energéticos. Mostre
aos estudantes a ligação com a ocupação do oeste americano através de ferrovias e aquisição de
territórios possibilitou a forte industrialização americana entre o século XVIII e XIX.
Por fim apresente as causas da industrialização tardia da América Latina, Ásia e África pós Segunda
Grande Guerra Mundial e como estas áreas estão relacionadas ao forte adensamento populacional
nessas regiões.

AULA 02
Reúna os estudantes em grupos de 3 a 5 pessoas e solicite que eles elaborem uma lista com as
principais redes sociais que os integrantes do grupo utilizam, como também as formas de acessá-
las. Solicite a lista de cada grupo e anote os nomes de redes sociais e forma de acesso sem que o
mesmo item não se repita. Em seguida mostre aos estudantes que as redes sociais fazem parte da
indústria 4.0, que utiliza dados em massa produzidos pelos próprios usuários para obter lucro.
Utilizando um computador e projetor mostre o ChatGPT para os estudantes e como a inteligência
artificial funciona a partir de treinamento efetuado por humanos.

RECURSOS:
Quadro, projetor multimídia, computador, acesso à internet em sala ou laboratório de informática.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
A avaliação ocorre por meio de participação, engajamento dos estudantes nas atividades e discussões
propostas.

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ATIVIDADES
Atividade individual.
Solicite que os estudantes ou, se possível, passe o filme “O Dilema das Redes”. Peça que cada
estudante aponte um momento do filme em que ele já passou por algo similar na vida real.

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REFERÊNCIAS
BALDRAIA, André; SAMPAIO, Fernando dos Santos; SUCENA, Ivone Silveira. Ser protagonista:
geografia, 3º ano: Ensino Médio. São Paulo: Edições SM, 2016.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [ S. l.],
2022. Disponível em: https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo
%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 25 abr. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [ S. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 25 abr.
2023.

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COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:

Competência Específica 01: Analisar políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos
âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir de procedimentos
epistemológicos e científicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente com relação a
esses processos e às possíveis relações entre eles.
Competência Específica 05: Reconhecer e combater as diversas formas de desigualdade e violência,
adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos Humanos.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
Cidades do futuro: Antropo- (EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor
cêntricas ou Ecocêntricas. argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais,
ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização
de dados e informações de natureza qualitativa e quantitativa
(expressões artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos
históricos, gráficos, mapas, tabelas etc.).
(EM13CHS106) Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e
iconográfica e de diferentes gêneros textuais e as tecnologias digitais
de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e
ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se
comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos,
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e
coletiva.
(EM13CHS502) Analisar situações da vida cotidiana (estilos de vida,
valores, condutas etc.), desnaturalizando e problematizando formas de
desigualdade e preconceito, e propor ações que promovam os Direitos
Humanos, a solidariedade e o respeito às diferenças e às escolhas
individuais.
(EM13CHS503) Identificar diversas formas de violência (física,
simbólica, psicológica etc.), suas causas, significados e usos políticos,
sociais e culturais, avaliando e propondo mecanismos para combatê-
las, com base em argumentos éticos.
(EM13CHS504). Analisar e avaliar os impasses ético-políticos
decorrentes das transformações científicas e tecnológicas no mundo
contemporâneo e seus desdobramentos nas atitudes e nos valores de
indivíduos, grupos sociais, sociedades e culturas.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Desafios urbanos do séc. XXI.
DURAÇÃO: 02 Aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Os desafios urbanos do século XXI são complexos e afetam milhões de pessoas em todo o mundo.
Com o aumento da urbanização, cidades estão enfrentando problemas como congestionamento,
poluição do ar e sonora, falta de moradia acessível, desigualdades sociais e econômicas, entre outros.
A urbanização desordenada e a falta de planejamento urbano adequado contribuem para agravar
esses desafios. Além disso, as mudanças climáticas estão afetando cada vez mais as cidades, com
eventos climáticos extremos, como enchentes e secas, que geram impactos sociais e econômicos
significativos.

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Para enfrentar esses desafios, são necessárias soluções inovadoras e integradas, envolvendo governos,
setor privado, sociedade civil e academia. Essas soluções devem levar em consideração a
sustentabilidade ambiental e a inclusão social, promovendo cidades mais justas, saudáveis e prósperas
para todos.

B) DESENVOLVIMENTO:
AULA 01
Apresente para os estudantes os dados de urbanização do mundo durante o séc. XX, explique que
devido aos avanços tecnológicos que se estabeleceram na agricultura no pós-guerra, um contingente
menor de população foi necessário no campo para a produção de alimentos. Essa população migrou
para as cidades, o êxodo rural, em busca de trabalho, esse movimento acelerou o crescimento das
cidades. Esse crescimento acelerado foi mais acentuado nas cidades dos países subdesenvolvidos
(imagem 1), pois a infraestrutura de transporte nessas cidades não permitia que os habitantes das
cidades morassem em cidades satélites ou na região do entorno desses centros urbanos.
As cidades da América Latina, em especial as brasileiras, passaram por processos de urbanização muito
intenso e carentes de planejamento urbano, o que acarretou problemas sociais e ambientais. Um
problema social grave é a segregação espacial, onde parte da população fica aleijada de serviços
públicos e mesmo de urbanização básica (imagem 2). Apresente aos estudantes dados sobre o
saneamento básico nas cidades brasileiras (imagem 3) que além de ser um problema social, pois causa
doenças na população, é um problema ambiental, pois polui as fontes de água para a própria cidade.

Imagem 1 – Cidades com mais de 10 milhões de habitantes em 2014.

Fonte: (BALDRAIA; SAMPAIO; SUCENA, 2023)

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Imagem 2 – Divisa entre Morumbi e Paraisópolis – SP.

Fonte: (GOOGLE EARTH, 2023)

Imagem 3 – Saneamento Básico no Brasil.

Fonte: (ECODEBATE, 2023)


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AULA 02
Solicite aos estudantes que façam um trabalho de campo no bairro onde moram, peça que anotem
problemas na infraestrutura das ruas, equipamentos públicos, iluminação, todo ponto que o estudante
considera um problema. Munido da lista elaborada no trabalho de campo solicite que os estudantes se
sentem em círculo e encontrem problemas em comum nos bairros onde moram. O professor deve
anotar esses problemas comuns a maioria dos estudantes no quadro. Neste momento o professor deve
solicitar que os estudantes se reúnam em grupos e apontem soluções para os problemas encontrados.
O professor deve executar o papel de mediador apontando a possibilidade de solução com a medida
encontrada pelos estudantes.

RECURSOS:
Quadro, projetor multimídia, computador, acesso à internet em sala ou laboratório de informática.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
A avaliação ocorre por meio de participação, engajamento dos estudantes nas atividades e discussões
propostas.

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ATIVIDADES
Solicite aos estudantes façam uma pesquisa na internet com locais no mundo que sofriam com os
problemas encontrados por eles no seus bairros. Peça que os estudantes encontrem soluções aplicadas
a esses problemas que mitigaram ou resolveram o problema. Requeira aos estudantes que redijam um
texto curto apresentando a solução encontrada e se seria aplicável em sua realidade.

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REFERÊNCIAS
FERREIRA, Ivanir. Água e saneamento - Covid-19 teria tido menos impacto no Brasil se a Agenda 2030
tivesse avançado. Ecodebate. [s. l.], [2023]. Disponível em:
<https://www.ecodebate.com.br/2020/05/06/agua-e-saneamento-covid-19-teria-tido-menos-impacto-
no-brasil-se-a-agenda-2030-tivesse-avancado/>. Acesso em: 30 abril. 2023.
BALDRAIA, André; SAMPAIO, Fernando dos Santos; SUCENA, Ivone Silveira. Ser protagonista:
geografia, 3º ano: Ensino Médio. São Paulo: Edições SM, 2016.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [ s. l.],
2022. Disponível em: https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%
20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 25 abr. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [ S. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 25 abr.
2023.

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COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:

Competência Específica 02: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e


espaços, mediante a compreensão dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais geradores
de conflito e negociação, desigualdade e igualdade, exclusão e inclusão e de situações que envolvam
o exercício arbitrário do poder.
Competência Específica 04: Analisar as relações de produção, capital e trabalho em diferentes
territórios, contextos e culturas, discutindo o papel dessas relações na construção, consolidação e
transformação das sociedades.

OBJETO(S) DE HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
Globalização: Tempo e (EM13CHS202) Analisar e avaliar os impactos das tecnologias na
Espaço. estruturação e nas dinâmicas das sociedades contemporâneas (fluxos
Análises geográficas das populacionais, financeiros, de mercadorias, de informações, de
territorialidades sociais da valores éticos e culturais etc.), bem como suas interferências nas
globalização. decisões políticas, sociais, ambientais, econômicas e culturais.
(EM13CHS204) Comparar e avaliar os processos de ocupação do
espaço e a formação de territórios, territorialidades e fronteiras,
identificando o papel de diferentes agentes (como grupos sociais e
culturais, impérios, Estados Nacionais e organismos internacionais) e
considerando os conflitos populacionais (internos e externos), a
diversidade étnico-cultural e as características socioeconômicas,
políticas e tecnológicas.
(EM13CHS206) Compreender e aplicar os princípios de localização,
distribuição, ordem, extensão, conexão, entre outros, relacionados
com o raciocínio geográfico, na análise da ocupação humana e da
produção do espaço em diferentes tempos.
(EM13CHS401). Identificar e analisar as relações entre sujeitos,
grupos e classes sociais diante das transformações técnicas,
tecnológicas e informacionais e das novas formas de trabalho ao
longo do tempo, em diferentes espaços e contextos.
(EM13CHS403) Caracterizar e analisar processos próprios da
contemporaneidade, com ênfase nas transformações tecnológicas e
das relações sociais e de trabalho, para propor ações que visem à
superação de situações de opressão e violação dos Direitos
Humanos.
(EM13CHS404) Identificar e discutir os múltiplos aspectos do
trabalho em diferentes circunstâncias e contextos históricos e/ou
geográficos e seus efeitos sobre as gerações, em especial, os jovens
e as gerações futuras, levando em consideração, na atualidade, as
transformações técnicas, tecnológicas e informacionais.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Conexões reais, pessoas virtuais.
DURAÇÃO: 02 Aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Os desafios urbanos do século XXI são complexos e afetam milhões de pessoas em todo o mundo.
Com o aumento da urbanização, cidades estão enfrentando problemas como congestionamento,
poluição do ar e sonora, falta de moradia acessível, desigualdades sociais e econômicas, entre outros.

22
A urbanização desordenada e a falta de planejamento urbano adequado contribuem para agravar
esses desafios. Além disso, as mudanças climáticas estão afetando cada vez mais as cidades, com
eventos climáticos extremos, como enchentes e secas, que geram impactos sociais e econômicos
significativos.
Para enfrentar esses desafios, são necessárias soluções inovadoras e integradas, envolvendo governos,
setor privado, sociedade civil e academia. Essas soluções devem levar em consideração a
sustentabilidade ambiental e a inclusão social, promovendo cidades mais justas, saudáveis e prósperas
para todos.

B) DESENVOLVIMENTO:
AULA 01
Apresente para os estudantes os dados sobre utilização da internet no mundo (imagem 1), faça com
que eles reflitam sobre quais os países têm maior percentual de pessoas acessando a rede mundial de
computadores. Exponha para os estudantes a importância de se ter mais que acesso, mas domínio e
qualidade no acesso a internet. Explique que o domínio dessa tecnologia garante o desenvolvimento de
tecnologias e de empregos mais qualificados e com melhores remunerações, pois o fluxo de
informação é também o fluxo de capital (imagem 2).
Imagem 1 – Percentual das populações com acesso à internet.

Fonte: (MOREIRA; SENE, 2017)

Imagem 2 – Fluxo global de informação.

Fonte: (MOREIRA; SENE, 2017)

23
AULA 02
Solicite aos estudantes que listem 10 amigos que mais eles veem presencialmente, em seguida peça
para que eles entrem em suas redes sociais e listem os 10 amigos que mais interagem com eles em
suas redes sociais. Haverá incongruência entre os amigos presentes na realidade e no mundo virtual,
aponte que as redes sociais podem ser uma ferramenta para manter contato com colegas, mas ao
mesmo tempo afasta pessoas reais que estão próximas fisicamente dos estudantes.
Essa faceta da globalização, que possibilita uma comunicação global deve ser apontada como um
problema no séc. XXI, já que o virtual e o real não se separam mais. Outra face negativa da
globalização no séc. XXI gerada pela hiper comunicação são as fake News, que tem o poder de
influenciar milhões de pessoas com notícias falsas.

RECURSOS:
Quadro, projetor multimídia, computador, acesso à internet em sala ou laboratório de informática.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
A avaliação ocorre por meio de participação, engajamento dos estudantes nas atividades e discussões
propostas.

24
ATIVIDADES
1 – Solicite aos estudantes façam uma pesquisa na internet com as fake News mais difundidas nos
últimos 3 meses. Nessa lista de fake News peça que os estudantes apontem se a época da divulgação
da informação falsa eles acreditaram ou não se a informação era verdadeira ou não. A partir desse
ponto o professor deve guiar os estudantes e apontar formas de distinguir o que é ou tem potencial de
ser uma notícia falsa.

2 – Utilizando a iniciativa da atividade 1, o professor deve apresentar uma notícia falsa e uma
verdadeira para os estudantes que envolva o tema mudanças climáticas. Solicite que os estudantes se
separem em 4 ou 5 grupos e estes grupos devem apontar se a notícia é falsa ou verdadeira. Em
seguida o professor deve apontar as incongruências na notícia falsa e explicar aos estudantes como
identificá-la.

25
REFERÊNCIAS
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [ S. l.],
2022. Disponível em: https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20
Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 25 abr. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [ S. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 25 abr.
2023.
MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia Geral e do Brasil: espaço geográfico e
globalização, 2º ano: Ensino Médio. São Paulo: Edições Scipione, 2017.
SANTORO, M. Mapa De Fluxos Globais. 5 jan. de 2014. Twitter: @msantoro1978. Disponível em:
https://twitter.com/msantoro1978/status/419890514515599360/photo/1. Acesso em: 28 abril. 2023

26
MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS – MAPA
REFERÊNCIA
2023

Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:

Competência Específica 2: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços,


mediante a compreensão dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais geradores de conflito e
negociação, desigualdade e igualdade, exclusão e inclusão e de situações que envolvam o exercício
arbitrário do poder.
Competência Específica 3: Contextualizar, analisar e avaliar criticamente as relações das sociedades com a
natureza e seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas à proposição de soluções que
respeitem e promovam a consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável em âmbito local,
regional, nacional e global.
Competência Específica 4: Analisar as relações de produção, capital e trabalho em diferentes territórios,
contextos e culturas, discutindo o papel dessas relações na construção, consolidação e transformação das
sociedades.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

Modelos Socioeconô- (EM13CHS202) Analisar e avaliar os impactos das tecnologias na estruturação e


micos: capitalismo/ nas dinâmicas das sociedades contemporâneas (fluxos populacionais, financeiros,
socialismo. de mercadorias, de informações, de valores éticos e culturais etc.), bem como
suas interferências nas decisões políticas, sociais, ambientais, econômicas e
culturais.
(EM13CHS306) Contextualizar, comparar e avaliar os impactos de diferentes
modelos econômicos no uso dos recursos naturais e na promoção da
sustentabilidade econômica e socioambiental do planeta.
(EM13CHS401) Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos e classes
sociais diante das transformações técnicas, tecnológicas e informacionais e das
novas formas de trabalho ao longo do tempo, em diferentes espaços e contextos.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: As teorias socioeconômicas capitalista e socialista (proposta A).
DURAÇÃO: 4 aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
As discussões sobre os modelos socioeconômicos capitalista e socialista são comuns no dia a dia da
contemporaneidade. Partidos políticos defendem, em maior e/ou menor grau, a adoção de medidas
consideradas mais liberais (capitalistas) ou mais assistencialistas (socialistas). Fazer com que as juventudes
entendam as origens e os arcabouços teóricos dos dois modelos, permite uma mais efetiva cidadania de
nossos(as) jovens na consolidação da democracia e da república brasileiras.

27
B) DESENVOLVIMENTO:
Professor(a), na aula anterior, solicite que os(as) estudantes escrevam em seus cadernos o que
eles(as) sabem/entendem sobre o que é capitalismo e sobre o que é socialismo/comunismo. Diga-lhes
que devem escrever sem amarras, escrever aquilo que já ouviram pessoas comentando, que já
assistiram/ouviram em meios de comunicação e o que aprenderam (e recordam) em anos anteriores
na escola.

AULAS 01 E 02
Primeiramente, docente, solicite que alguns(mas) discentes leiam o que escreveram sobre o que
entendem sobre capitalismo e socialismo/comunismo. Depois, recolha os escritos de todos(as) que
fizeram a atividade. Nessas duas aulas, a proposta é solicitar os equipamentos necessários para
reproduzir partes do conteúdo de duas das quatro películas selecionadas (selecionar uma sobre a
temática capitalista e outra sobre a temática socialista). A ideia é que você, professor(a), assista os
quatros filmes indicados, escolha dois para passar em aula, e selecione trechos deles para reprodução
nas duas aulas. (considerando que cada aula tem 50 minutos).
Logo, na aula 01, você reserve um tempo para ouvir alguns(mas) estudantes e, na sequência,
reproduza em meio eletrônico, trechos de uma das duas obras cinematográficas selecionadas
previamente. Na aula 02, você, professor(a), deve iniciar reproduzindo trechos do segundo filme
selecionado. (Lembre-se de selecionar trechos nas duas obras que permitam aos(às) estudantes
aumentarem ou criarem argumentos e entendimentos sobre os dois modelos socioeconômicos). Nos
momentos finais dessa segunda aula, divida a sala em dois grupos: metade da turma deve escrever
argumentos que defendam o sistema capitalista e aponte incongruências no sistema
socialista/comunista e a outra metade da turma deve fazer o inverso: escrever argumentos que
defendam o sistema socialista/comunista e aponte as incongruências do modelo capitalista.

AULA 03
Solicite que os(as) estudantes apresentem os argumentos que elencaram defendendo e apontando
críticas aos dois sistemas. Após essa escuta inicial, debate com a sala, considerando a epistemologia
sobre o tema, o que é o capitalismo, o que é o socialismo e o que é o comunismo. Frise, professor(a),
que as aplicações desses modelos socioeconômicos não significam que as teorias são/foram
respeitadas em uníssono. Ou seja, o debate serve para que os principais regramentos basilares dos
dois modelos sejam expostos aos(às) discentes como forma, também, deles(as) melhorarem a escrita
de seus argumentos. Ao fim da aula, recolha as folhas com os escritos de cada estudante.

AULA 04
Na última aula desta sequência didática sobre os modelos socioeconômicos capitalista e
socialista/comunista, solicite aos(às) estudantes que, levando em consideração o aprendizado das
aulas anteriores, escrevam uma redação sobre como poderia ser a adoção de um dos modelos
socioeconômicos trabalhados (capitalismo ou socialismo/comunismo) no Brasil tendo como eixo
estruturante a preservação dos Direitos Humanos. Ao final da aula, docente, recolha a produção
textual dos(as) discentes.
Professor(a): ao final da última aula você terá recolhido três produções textuais dos(as) estudantes.
Em posse dessas três produções você verificará a evolução e o grau de consolidação das habilidades
selecionadas para serem trabalhadas por meio desse objeto de conhecimento. Tendo isso em mente,
atribua valor quantitativo para o conjunto dos textos e aponte para cada um(a) dos(as) estudantes o
quanto cada um aprimorou no aprendizado sobre o tema.

28
Sugestões de recursos audiovisuais:
Filmes para debate o sistema capitalista:
→ Capitalismo: uma história de amor. (2009). Discute o colapso da economia mundial no início do
século XXI. Aborda as trapaças políticas e econômicas que corrompem os ideais democráticos.
→ Salvando o capitalismo. (2017). Discussão sobre um novo caminho para esse sistema
econômico por meio de abordagens mais justas e democráticas.

Filmes para debate o sistema socialista:


→ O jovem Karl Marx (2017). Relato biográfico de Marx, responsável pela teoria comunista. Relata
o encontro dele com Engels, que auxilia na consolidação do pensamento socialista.
→ O fim do sonho americano (2015). Noam Chomsky traz 10 pontos sobre a concentração de
riqueza que causam as desigualdades socioeconômicas. A obra permite aos(às) estudantes um
arcabouço teórico passível de ser utilizado na redação do Enem.

RECURSOS:
Livro didático, filmografia selecionada, textos acadêmicos, recursos audiovisuais.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Avaliação qualitativa: participação de cada estudante e cada uma das etapas desse sequenciamento
didático. Avalie a produção física de conteúdos, comportamento e atenção na exibição dos trechos dos
filmes e a participação oral nas aulas.
Avaliação quantitativa: atribuir valor às produções desenvolvidas pelos(as) discentes: folha 1: o que
eles(as) entendem como sistema capitalista e sistema; folha 2: argumentos defendendo um sistema
socioeconômico e apontando as incongruências do modelo opositor e folha 3: redação sobre aplicação
de um dos modelos no Brasil tendo em vista a preservação dos Direitos Humanos.

29
ATIVIDADES
1 – Complete as colunas com as informações solicitadas.

SISTEMA ÉPOCA DE SURGIMENTO PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

CAPITALISMO

SOCIALISMO/COMUNISMO

2 – (UFMG-1997) Assinale a alternativa que apresenta a concepção de trabalho de Adam Smith.


a) A divisão do trabalho deve ser controlada pelo Estado, de forma a garantir a estabilidade na
oferta de empregos.
b) A maior produtividade pressupõe a especialização do trabalho, a divisão entre vários homens
daquilo que anteriormente era produzido por um só.
c) Os parasitas, aqueles que não trabalham, não podem participar e nem se beneficiar da riqueza
produzida pela coletividade.
d) Uma maior colaboração entre produtores diretos garante uma maior socialização das riquezas e
o Estado do Bem-Estar Social.

3 – (Faap-1996) Os pensadores do liberalismo econômico, como Adam Smith, Malthus e outros,


defendiam:
a) Intervenção do Estado na economia.
b) O mercantilismo como política econômica nacional.
c) Socialização dos meios de produção.
d) Liberdade para as atividades econômicas.
e) Implantação do capitalismo de Estado.

4 – (UNICAMP-2003) O industrial Henry Ford observou certa vez: Não pude constatar que o trabalho
repetitivo cause danos de qualquer espécie ao homem. Especialistas de inclinações liberais
asseguraram-me que o trabalho repetitivo destrói o físico e a mente, porém esse não foi o resultado de
nossas investigações. A tarefa mais monótona de toda a fábrica é aquela na qual um homem pega
uma engrenagem, a agita dentro de um tanque de óleo e a coloca em um cesto. Não requer energia
muscular, nem inteligência. No entanto, um homem está nessa tarefa há oito anos ininterruptos. Ele
economizou, investiu seu dinheiro, e tem hoje cerca de 40 mil dólares. (Adaptado de Huw Beynon,
Trabalhando para Ford, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1995, p. 150.)

30
a) Qual foi o sistema de produção industrial introduzido por Henry Ford e em que ele consistia?
b) Segundo Ford, quais as vantagens deste sistema de produção?
c) Que críticas foram feitas a este sistema?

5 – (UFMG-1997) "... A história de todas as sociedades existentes até hoje é a história da luta de
classes..." (MARX, K. ENGELS, F. Manifesto Comunista. 1848)
A partir dessa ideia central do pensamento marxista, pode-se afirmar que:
a) na sociedade capitalista, as classes fundamentais se diferenciam mais claramente e a consciência
de classe se desenvolve de maneira mais completa.
b) na sociedade feudal, as classes ficam mais definidas devido à extrema exploração dos senhores
sobre os seus servos e sua impossibilidade de deter a posse das terras.
c) nas sociedades antigas, as classes são definidas de acordo com os costumes comunais, ficando a
liderança dos grupos para aqueles que detiverem poderes sagrados.
d) no mundo moderno, as classes alcançam um maior grau de diferenciação e conseguem definir
seus papéis sociais buscando uma maior integração entre si.

31
REFERÊNCIAS
BECK, U. Liberdade ou Capitalismo. São Paulo: Ed. Unesp. 2002.
BENJAMIM, W. O capitalismo como religião. São Paulo: Boitempo. 2010.
BRASIL. Ministério da Educação. Sistema de Avaliação da Educação Básica - documentos de
referência: versão 1.0. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira; Diretoria
de Avaliação da Educação Básica, Brasília, 2018. Disponível em:
https://download.inep.gov.br/educacao_basica/saeb/2018/documentos/saeb_documentos_de_referenc
ia_versao_1.0.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
COGGIOLA, O. Da Revolução Industrial ao Movimento Operário: as origens do mundo
contemporâneo. [s. l.], 14 dez. 2015. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Osvaldo-
Coggiola/publication/287205625_Revolucion_Industrial_e_Movimento_Operario_As_origens_do_mundo
_contemporaneo/links/5673188208ae1557cf49472a/Revolucion-Industrial-e-Movimento-Operario-As-
origens-do-mundo-contemporaneo.pdf. Acesso em: 13 abr. 2023.
FERRAZ, C. L. Marxismo e teoria das classes sociais. Politeia: História e Sociedade. Uesb. v.9, n.1,
p. 271 – 301. 2009. Disponível em:
https://periodicos2.uesb.br/index.php/politeia/article/view/3835/3162. Acesso em: 13 abr. 2023.
MAIER, C.; SIMON, A. Marx – uma biografia em quadrinhos. São Paulo: Boitempo, 2018. 64p.
MARX, K.; ENGELS, F. Manifesto Comunista. São Paulo: Boitempo, 2010.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.],
2022. Disponível em: https://acervodenoticias.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%AD
culo%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf Acesso em: 05 fev. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 05 fev.
2023.
NANCLARES, N. H.; RIVERO, J. L. P. Poder y prosperidad. La superación de las dictaduras
comunistas y capitalistas. [s. l.] 1 jan. 2002. Disponível em:
https://www.researchgate.net/profile/Nuria-Hernandez-Nanclares/publication/28114868_Mancur_
Olson_poder_y_prosperidad_la_superacion_de_las_dictaduras_comunistas_y_capitalistas/links/09e415
0b8a25522a8f000000/Mancur-Olson-poder-y-prosperidad-la-superacion-de-las-dictaduras-comunistas-
y-capitalistas.pdf. Acesso em: 13 abr. 2023.

32
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:

Competência Específica 2: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e


espaços, mediante a compreensão dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais geradores
de conflito e negociação, desigualdade e igualdade, exclusão e inclusão e de situações que envolvam
o exercício arbitrário do poder.
Competência Específica 3: Contextualizar, analisar e avaliar criticamente as relações das sociedades
com a natureza e seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas à proposição de soluções
que respeitem e promovam a consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável em
âmbito local, regional, nacional e global.
Competência Específica 4: Analisar as relações de produção, capital e trabalho em diferentes
territórios, contextos e culturas, discutindo o papel dessas relações na construção, consolidação e
transformação das sociedades.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

Modelos Socioeconômicos: (EM13CHS202) Analisar e avaliar os impactos das tecnologias na


capitalismo/socialismo. estruturação e nas dinâmicas das sociedades contemporâneas (fluxos
populacionais, financeiros, de mercadorias, de informações, de valores
éticos e culturais etc.), bem como suas interferências nas decisões
políticas, sociais, ambientais, econômicas e culturais.
(EM13CHS306) Contextualizar, comparar e avaliar os impactos de
diferentes modelos econômicos no uso dos recursos naturais e na
promoção da sustentabilidade econômica e socioambiental do planeta.
(EM13CHS401) Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos e
classes sociais diante das transformações técnicas, tecnológicas e
informacionais e das novas formas de trabalho ao longo do tempo, em
diferentes espaços e contextos.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: As teorias socioeconômicas capitalista e socialista (proposta B).
DURAÇÃO: 4 aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Às discussões sobre os modelos socioeconômicos capitalista e socialista são comuns no dia a dia da
contemporaneidade. Partidos políticos defendem, em maior e/ou menor grau, a adoção de medidas
consideradas mais liberais (capitalistas) ou mais assistencialistas (socialistas). Fazer com que as
juventudes entendam as origens e os arcabouços teóricos dos dois modelos, permite uma mais efetiva
cidadania de nossos(as) jovens na consolidação da democracia e da república brasileiras.

B) DESENVOLVIMENTO:
Professor(a), na aula anterior, solicite que os(as) estudantes escrevam em seus cadernos o que
eles(as) sabem/entendem sobre o que é capitalismo e sobre o que é socialismo/comunismo. Diga-lhes
que devem escrever sem amarras, escrever aquilo que já ouviram pessoas comentando, que já
assistiram/ouviram em meios de comunicação e o que aprenderam (e recordam) em anos anteriores
na escola.

AULAS 01 E 02
Nessas duas aulas, a proposta é solicitar os equipamentos necessários para reproduzir o conteúdo
sobre o sistema capitalista [vídeos e texto. Caso não seja possível a utilização do audiovisual, apenas a
impressão dos quadrinhos para distribuição à turma(s). Escolhe um ou dois materiais sobre o sistema

33
socialista/comunista. (Caso não seja possível a reprodução do vídeo do manifesto de Marx, fotocopie o
cordel e/ou parte dos quadrinhos {HQs}). (Considerando que cada aula tem 50 minutos)].
Primeiramente, solicite que alguns(mas) discentes leiam o que escreveram sobre o que entendem
sobre capitalismo e socialismo/comunismo. Depois, recolha os escritos de todos(as) que fizeram a
atividade.
Logo, na aula 01, reserve um tempo para ouvir alguns(mas) estudantes e, na sequência, reproduza os
vídeos (caso tenha esse recurso) e faça leitura orientada sobre o quadrinho acerca do sistema
capitalista. Na aula 02, você, professor(a), deve iniciar reproduzindo o filme selecionado sobre o
manifesto comunista (Caso seja possível). Faça leitura orientada com a sala de estudantes do
manifesto comunista em cordel e/ou em quadrinhos e que foram fotocopiados previamente. Lembre-
se, professor(a), que as obras selecionadas permitem aos(às) estudantes aumentarem ou criarem
argumentos e entendimentos sobre os dois modelos socioeconômicos. Nos momentos finais dessa
segunda aula, divida a sala em dois grupos: metade da turma deve escrever argumentos que
defendam o sistema capitalista e aponte incongruências no sistema socialista/comunista e a outra
metade da turma deve fazer o inverso: escrever argumentos que defendam o sistema
socialista/comunista e aponte as incongruências do modelo capitalista.

AULA 03
Solicite que os(as) estudantes apresentem os argumentos que elencaram defendendo e apontando
críticas aos dois sistemas. Após essa escuta inicial, debate com a sala, considerando a epistemologia
sobre o tema, o que é o capitalismo, o que é o socialismo e o que é o comunismo. Frise, professor(a),
que as aplicações desses modelos socioeconômicos não significam que as teorias são/foram
respeitadas em uníssono. Ou seja, o debate serve para que os principais regramentos basilares dos
dois modelos sejam expostos aos(às) discentes como forma, também, deles(as) melhorarem a escrita
de seus argumentos. Ao fim da aula, recolha as folhas com os escritos de cada estudante.

AULA 04
Na última aula desta sequência didática sobre os modelos socioeconômicos capitalista e
socialista/comunista, solicite aos(às) estudantes que, levando em consideração o aprendizado das
aulas anteriores, escrevam uma redação sobre como funciona o sistema capitalista no Brasil,
apontando mudanças que poderiam ser implantadas e características que devem permanecer por
serem positivas. Ao final da aula, docente, recolha a produção textual dos(as) discentes.
Professor(a): ao final da última aula você terá recolhido três produções textuais dos(as) estudantes.
Em posse dessas três produções você verificará a evolução e o grau de consolidação das habilidades
selecionadas para serem trabalhadas por meio desse objeto de conhecimento. Tendo isso em mente,
atribua valor quantitativo para o conjunto dos textos e aponte para cada um(a) dos(as) estudantes o
quanto cada um aprimorou no aprendizado sobre o tema.

Sugestões de recursos literários e audiovisuais:


Capitalismo:
→ Entendendo o Capitalismo.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Df65s1XOy5M.
→ Capitalismo: o que é e como surgiu? (Canal Politize!) .
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=jNeUx0LAJXQ
→ Sistema capitalista em quadrinhos.
Disponível em: https://pt.slideshare.net/FernandaEduardoMattos/o-sistema-econmico-capitalista-
em-quadrinhos.

34
Socialismo:
→ Manifesto comunista em cordel.
Disponível em: https://professorjailton.com.br/novo/biblioteca/o-manifesto-comunista-em-cordel-
antonio-queiroz-de-franca.pdf.
→ Manifesto comunista em quadrinhos.
Disponível em: https://pt.slideshare.net/PedroOtoni/manifesto-comunista-em-quadrinhos.
→ Manifesto comunista em vídeo.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=EaVbYyky-Bw.

RECURSOS:
Livro didático, literatura selecionada, filmografia selecionada, textos acadêmicos, recursos impressos.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Avaliação qualitativa: participação de cada estudante e cada uma das etapas desse sequenciamento
didático. Avalie a produção física de conteúdos, comportamento e atenção na exibição dos trechos dos
filmes e a participação oral nas aulas.
Avaliação quantitativa: atribuir valor às produções desenvolvidas pelos(as) discentes: folha 1: o que
eles(as) entendem como sistema capitalista e sistema; folha 2: argumentos defendendo um sistema
socioeconômico e apontando as incongruências do modelo opositor e folha 3: redação sobre o
capitalismo brasileiro e possíveis mudanças e permanências.

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ATIVIDADES
1 – Complete as colunas com as informações solicitadas.

SISTEMA ÉPOCA DE SURGIMENTO PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

CAPITALISMO

SOCIALISMO/COMUNISMO

2 – (UFMG-1997) Assinale a alternativa que apresenta a concepção de trabalho de Adam Smith.


a) A divisão do trabalho deve ser controlada pelo Estado, de forma a garantir a estabilidade na
oferta de empregos.
b) A maior produtividade pressupõe a especialização do trabalho, a divisão entre vários homens
daquilo que anteriormente era produzido por um só.
c) Os parasitas, aqueles que não trabalham, não podem participar e nem se beneficiar da riqueza
produzida pela coletividade.
d) Uma maior colaboração entre produtores diretos garante uma maior socialização das riquezas e
o Estado do Bem-Estar Social.

3 – (Faap-1996) Os pensadores do liberalismo econômico, como Adam Smith, Malthus e outros,


defendiam:
a) Intervenção do Estado na economia.
b) O mercantilismo como política econômica nacional.
c) Socialização dos meios de produção.
d) Liberdade para as atividades econômicas.
e) Implantação do capitalismo de Estado.

4 – (UNICAMP-2003) O industrial Henry Ford observou certa vez: Não pude constatar que o trabalho
repetitivo cause dano de qualquer espécie ao homem. Especialistas de inclinações liberais
asseguraram-me que o trabalho repetitivo destrói o físico e a mente, porém esse não foi o resultado de
nossas investigações. A tarefa mais monótona de toda a fábrica é aquela na qual um homem pega
uma engrenagem, a agita dentro de um tanque de óleo e a coloca em um cesto. Não requer energia
muscular, nem inteligência. No entanto, um homem está nessa tarefa há oito anos ininterruptos. Ele
economizou, investiu seu dinheiro, e tem hoje cerca de 40 mil dólares. (Adaptado de Huw Beynon,
Trabalhando para Ford, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1995, p. 150.)

36
a) Qual foi o sistema de produção industrial introduzido por Henry Ford e em que ele consistia?
b) Segundo Ford, quais as vantagens deste sistema de produção?
c) Que críticas foram feitas a este sistema?

5 – (UFMG-1997) "... A história de todas as sociedades existentes até hoje é a história da luta de
classes..." (MARX, K. ENGELS, F. Manifesto Comunista. 1848)
A partir dessa ideia central do pensamento marxista, pode-se afirmar que:
a) na sociedade capitalista, as classes fundamentais se diferenciam mais claramente e a
consciência de classe se desenvolve de maneira mais completa.
b) na sociedade feudal, as classes ficam mais definidas devido à extrema exploração dos senhores
sobre os seus servos e sua impossibilidade de deter a posse das terras.
c) nas sociedades antigas, as classes são definidas de acordo com os costumes comunais, ficando
a liderança dos grupos para aqueles que detiverem poderes sagrados.
d) no mundo moderno, as classes alcançam um maior grau de diferenciação e conseguem definir
seus papéis sociais buscando uma maior integração entre si.

37
REFERÊNCIAS
BECK, U. Liberdade ou Capitalismo. São Paulo: Ed. Unesp. 2002.
BENJAMIM, W. O capitalismo como religião. São Paulo: Boitempo. 2010.
BRASIL. Ministério da Educação. Sistema de Avaliação da Educação Básica - documentos de
referência: versão 1.0. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira; Diretoria
de Avaliação da Educação Básica, Brasília, 2018. Disponível em:
https://download.inep.gov.br/educacao_basica/saeb/2018/documentos/saeb_documentos_de_referenc
ia_versao_1.0.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
COGGIOLA, O. Da Revolução Industrial ao Movimento Operário: as origens do mundo
contemporâneo. [s. l.], 14 dez. 2015. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Osvaldo-
Coggiola/publication/287205625_Revolucion_Industrial_e_Movimento_Operario_As_origens_do_mundo
_contemporaneo/links/5673188208ae1557cf49472a/Revolucion-Industrial-e-Movimento-Operario-As-
origens-do-mundo-contemporaneo.pdf. Acesso em: 13 abr. 2023.
FERRAZ, C. L. Marxismo e teoria das classes sociais. Politeia: História e Sociedade. Uesb. v.9, n.1,
p. 271 – 301. 2009. Disponível em:
https://periodicos2.uesb.br/index.php/politeia/article/view/3835/3162. Acesso em: 13 abr. 2023.
MAIER, C.; SIMON, A. Marx – uma biografia em quadrinhos. São Paulo: Boitempo, 2018. 64p.
MARX, K.; ENGELS, F. Manifesto Comunista. São Paulo: Boitempo, 2010.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.],
2022. Disponível em: https://acervodenoticias.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%A
Dculo%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf Acesso em: 05 fev. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 05 fev.
2023.
NANCLARES, N. H.; RIVERO, J. L. P. Poder y prosperidad. La superación de las dictaduras
comunistas y capitalistas. [s. l.] 1 jan. 2002. Disponível em:
https://www.researchgate.net/profile/Nuria-Hernandez-Nanclares/publication/28114868_Mancur_Olson
_poder_y_prosperidad_la_superacion_de_las_dictaduras_comunistas_y_capitalistas/links/09e4150b8a2
5522a8f000000/Mancur-Olson-poder-y-prosperidad-la-superacion-de-las-dictaduras-comunistas-y-
capitalistas.pdf. Acesso em: 13 abr. 2023.

38
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:

Competência Específica 05: Comparar as formas tipicamente modernas com as novas formas de
participação cidadã e de organização do trabalho.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

Estados Unidos no século (EM13CHS504) Analisar e avaliar os impasses ético-políticos decorrentes


XIX. das transformações científicas e tecnológicas significados e usos
políticos, sociais e culturais, avaliando e propondo mecanismos para
combatê-las, com base em argumentos éticos.
(EM13CHS603) Compreender e aplicar conceitos políticos básicos
(Estado, poder, formas, sistemas e regimes de governo, soberania etc.)
na análise da formação de diferentes países, povos e nações e de suas
experiências políticas.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: A construção da hegemonia estadunidense.
DURAÇÃO: 4 aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
B) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Forjado sobre o espectro ideológico do Destino Manifesto, o(s) Estados Unidos da América, ao longo
do século XIX, se constrói e consolida como uma das principais nações do mundo. Esse processo
construtivo de poder político e econômico irá, consequentemente, buscar criações de dependência das
demais nações do continente americano à essa nação. A proposta desse sequenciamento de aulas é
promover a análise da construção desse país e como isso influencia na construção das demais nações
americanas ao longo do século XIX. Ademais, permite analisar e discutir, na contemporaneidade, como
esse processo é percebido, tanto politicamente, quanto econômica e culturalmente pelas populações
de todo o planeta.

C) DESENVOLVIMENTO:
AULA 01
Professor(a), inicie a aula versando sobre o processo ideológico que forja a mentalidade formadora das
populações coloniais na América do Norte. Principalmente nas áreas mais ao norte das colônias
inglesas na América, a ocupação se deu por refugiados puritanos, vítimas de perseguição da
consolidação anglicana na Grã-Bretanha. Esses perseguidos passam a criar a mentalidade de que o
refúgio é a destinação divina de novas terras para prosperar a nação puritana. Os primeiros colonos,
os pais peregrinos, irão “vencer” as dificuldades iniciais (terras inóspitas, resistência dos povos
originais) e formarão os territórios que, no fim do século XVIII, formará os Estados Unidos da América.
A ideia do Destino Manifesto é a base ideológica que embasa todo o processo de expansão e
domínio dessa nação ao longo dos séculos XIX, XX e XXI.
Na sequência, docente, você pode fazer um paralelo sobre a teoria do Destino Manifesto e as ações
contemporâneas estadunidenses sobre territórios e povos estrangeiros à guisa de preservação da
democracia e do capitalismo no mundo. Pode, também, versar sobre como a indústria cultural desse
país é utilizada para propagar os ideais dessa nação e seus valores. Um ponto de convergência desse
objeto de conhecimento com o cotidiano de nossas juventudes é a comemoração do Dia de Ações de
Graça, que comemora o sucesso dos pais peregrinos, e que é difundido através de séries televisivas e
filmes.

39
Para finalizar a aula, docente, explique que, no cenário de formação da nação estadunidense, há, como
forma de preservação dessa nação, o apoio dela às emancipações na América Latina. Através da
divulgação dos ideais iluministas e de apoio financeiro, o governo estadunidense desenvolveu a
Doutrina Monroe, que previa justamente todo apoio às recém-criadas nações no continente
americano. Sob o slogan “América para os americanos” é proposta uma interferência com vistas a
ampliar mercados e tê-los com sustentação ao desenvolvimento industrial e econômico dos Estados
Unidos.

AULA 02
Nessa aula, professor(a), o tema será a expansão territorial da nação estadunidense. Sob o comando
ideológico do Destino Manifesto, foi promovida uma expansão territorial por meio de guerras, compras
de territórios, anexações e ocupação e dizimação de povos indígenas. Para exemplificar a Marcha para
o Oeste, você pode reproduzir com projetor ou fotocopiar as seguintes imagens:
Imagem 1 – Território dos EUA

Fonte: (WIKIPÉDIA, [2023])

Nessa imagem se exemplifica, por datas, como se construiu o território estadunidense. Demonstre os
territórios que eram indígenas e foram tomados e anexação de metade do território mexicano por meio
de confronto bélico. Essa anexação explica, inclusive, a predominância de população de origem latina
no centro oeste dessa nação.
Imagem 2 – Progresso Americano

Fonte: (WIKIPÉDIA, [2023])

40
Nessa imagem se vê a providência divina guiando o povo para as novas terras. Demonstre aos(às)
estudantes que a providência divina carrega o progresso (fios de eletricidade, trens, navios, carroças).
À sua frente, na parte que está na escuridão se vê povos indígenas fugindo, numa demonstração de
darwinismo social e de combate ao “primitivo”.
Demonstre aos(às) discentes sobre o incentivo à imigração europeia como forma de povoar esses
novos territórios (Homestead Act) podendo, inclusive, fazer um paralelo com a Lei de Terras do
Império Brasileiro. Enquanto a estadunidense incentivou a ocupação e distribuição, forjando uma
extensa classe média no país, a brasileira era excludente e concentradora.
Se possível for, por tempo e materialidade, reproduza trechos de algumas das obras sugeridas sobre o
processo de expansão territorial estadunidense.

AULA 03
Professor(a), essa aula será dedicada a debater e analisar as divergências políticas e sociais internas
dos Estados Unidos. Paralelamente ao processo de expansão territorial, as diferenças econômicas entre
as áreas norte (mais industrial, policultora e de mão de obra majoritária livre) e sul (mais agrária,
monocultora e escravagista) aumentavam. Os políticos do norte eram mais apegados aos ideários
iluministas e aos ideais do Destino Manifesto e da Doutrina Monroe. Por consequência, em busca do
desenvolvimento industrial e da livre concorrência, viam na escravização de negros(as) um entrave
para o desenvolvimento dos Estados Unidos e dos outros países da América. Já os políticos sulistas
defendiam a manutenção da escravização, visto que dependiam dessa mão de obra para manterem
suas riquezas e privilégios. A expansão territorial e o tipo base de mão de obra a ser adotado nos
novos espaços conquistados serão elemento base da distensão entre as duas áreas e que resultará, em
1860, na separação de vários estados sulistas e formação de uma nova nação: Os Estados
Confederados da América. A Guerra de Secessão, ou Guerra Civil Americana, durou cinco anos e se
iniciou quando da vitória de Abraham Lincoln para a presidência do país.
Após os cinco anos de conflito, a parte norte (EUA) venceu a parte sul (Confederados) e o país foi
reunificado. É importante ressaltar que a ideia de separação ia contra as ideologias que forjaram a
nação: Destino Manifesto e Doutrina Monroe, que pregava a grande nação puritana destinada por
Deus a ser hegemônica.
Docente, mesmo com a abolição da escravatura durante o processo da guerra, a cidadania à
população negra foi negada. No processo de chamada Reconstrução Radical os estados do norte
permitiram que leis segregacionistas fossem implantadas nos estados do sul para garantir a
manutenção do território. Nessa mesma época surgiram os grupos supremacistas brancos, como, por
exemplo, a Ku Klux Klan. Nesse momento, pode-se fazer um paralelo com as questões raciais que
afligem tanto o Brasil quanto os Estados Unidos.
Se possível for, por tempo e materialidade, reproduz trechos de algumas das obras sugeridas sobre o
processo de abolição da escravatura e sobre a Guerra de Secessão.

AULA 04
Como finalização desta sequência de aulas para o objeto de conhecimento selecionado, se propõe a
reprodução, em fotocópia, música e vídeo, de duas obras contemporâneas sobre o continente
americano. Docente, fotocopie as letras das músicas e as disponibilize aos(às) estudantes. Separe os
equipamentos para a reprodução dos clipes musicais e/ou somente dos áudios musicais. A reprodução
dos videoclipes é mais pertinente pois as imagens auxiliam na compreensão dos debates sociais
contidos nas duas músicas.

41
→ Música 01 – This is America – Childish Galdino.
Dispoível em: https://www.youtube.com/watch?v=VYOjWnS4cMY.

Letra e tradução:

Yeah, yeah, yeah, yeah, yeah Sim, sim, sim, sim, sim
Yeah, yeah, yeah, go, go away Sim, sim, sim, vá, vá embora
Yeah, yeah, yeah, yeah, yeah Sim, sim, sim, sim, sim
Yeah, yeah, yeah, go, go away Sim, sim, sim, vá, vá embora
Yeah, yeah, yeah, yeah, yeah Sim, sim, sim, sim, sim
Yeah, yeah, yeah, go, go away Sim, sim, sim, vá, vá embora
Yeah, yeah, yeah, yeah, yeah Sim, sim, sim, sim, sim
Yeah, yeah, yeah, go, go away Sim, sim, sim, vá, vá embora
We just wanna party
Party just for you Só queremos fazer uma festa
We just want the money Festa só para você
Money just for you Só queremos o dinheiro
I know you wanna party (yeah) Dinheiro só para você
Party just for free Eu sei que você quer se divertir
Girl, you got me dancing' (girl, you got me Se divertir só para mim
dancin') Garota, você me fez dançar (Sim, garota, me
Dance and shake the frame fez dançar)
We just wanna party (yeah) Dance e mexa o corpo
Party just for you (yeah) Só queremos festa (Sim)
We just want the money (yeah) Festa só para você (Sim)
Money just for you (ooh) Só queremos o dinheiro (Sim)
I know you wanna party (yeah) Dinheiro só para você (você)
Party just for free (yeah) Eu sei que você quer festa (Sim)
Girl, you got me dancin' (girl, you got me Festa só para mim (Sim)
dancin') Garota, você me fez dançar (Sim, garota, me
Dance and shake the frame (ooh) fez dançar)
This is America Dance e mexa o corpo (você)
Don't catch you slippin' now
Don't catch you slippin' now Essa é a América
Look what I'm whippin' now Não seja pego escorregando
This is America (woo) Não seja pego escorregando
Don't catch you slippin' now Olhe o que estou agitando
Don't catch you slippin' now Essa é a América (woo)
Look what I'm whippin' now Não seja pego escorregando
This is America (skrrt, skrrt, woo) Não seja pego escorregando
Don't catch you slippin' now (ayy) Olhe o que estou agitando
Look at how I'm livin' now
Police be trippin' now (woo) Essa é a América (skrrt, skrrt, woo)
Yeah, this is America (woo, ayy) Não seja pego escorregando (ayy)
Guns in my area (word, my area) Veja como eu estou vivendo agora
I got the strap (ayy, ayy) A polícia tá se armando agora (woo)
I gotta carry 'em Sim, essa é a América (woo, ayy)
Yeah, yeah, I'ma go into this (ugh) Armas na minha área (juro, na minha área)
Yeah, yeah, this is guerilla, woo Eu peguei a pistola (ayy, ayy)
Yeah, yeah, I'ma go get the bag Tenho que carregá-la
Yeah, yeah, or I'ma get the pad Sim, sim, vou entrar nessa (ugh)

42
Yeah, yeah, I'm so cold like yeah (yeah) Sim, sim, isso é guerrilha (woo)
I'm so dope like yeah (woo) Sim, sim, vou pegar a grana
We gon' blow like yeah (straight up, uh) Sim, sim, ou vou pegar a casa
Ooh-ooh-ooh-ooh-ooh, tell somebody Sim, sim, eu sou tão frio assim, sim (Sim)
You go tell somebody Eu tô tão chapado, sim (woo)
Grandma told me Nós vamos fumar um baseado, sim (na real,
Get your money, black man (get your money) uh)
Get your money, black man (get your money)
Get your money, black man (get your, black Ooh, ooh, ooh, ooh, ooh, conte a alguém
man) Vá contar a alguém
Get your money, black man (get your, black Minha avó me disse
man) Pegue sua grana, homem negro (pegue sua
Black man grana)
This is America (woo, ayy) Pegue sua grana, homem negro (pegue sua
Don't catch you slippin' now (woo, woo, don't grana)
catch you slippin', now) Pegue sua grana, homem negro (pegue,
Don't catch you slippin' now (ayy, woah) homem negro)
Look what I'm whippin' now (Slime) Pegue sua grana, homem negro (pegue,
This is America (yeah, yeah) homem negro)
Don't catch you slippin' now (woah, ayy) Homem negro
Don't catch you slippin' now (ayy, woo)
Look what I'm whippin' now (ayy) Essa é a América
Look how I'm geeking' out (hey) Não seja pego escorregando
I'm so fitted (I'm so fitted, woo) (woo, woo, Não seja pego escorregando
I'm on Gucci (I'm on Gucci) agora)
I'm so pretty (yeah, yeah) Olhe o que estou agitando
I'm gon' get it (ayy, I'm gon' get it) Essa é a América (grana!)
Watch me move (blaow) Essa é a América
This a celly (ha) Não seja pego escorregando
That's a tool (yeah) Não seja pego escorregando
On my Kodak (woo, Black) Olhe o que estou agitando
Ooh, know that (yeah, know that, hold on)
Get it (get it, get it) Olha como estou viajando (Ei)
Ooh, work it (21) Eu sou tão estiloso (eu sou tão estiloso, woo)
Hunnid bands, hunnid bands, hunnid bands Estou vestindo Gucci (vestindo Gucci)
(hunnid bands) Eu sou tão bonito (Sim, sim)
Contraband, contraband, contraband Eu vou mandar ver (ayy, vou mandar ver)
(contraband) Olhe como eu me mexo (blaow)
I got the plug on Oaxaca (woah) Isso é um celular (ha)
They gonna find you like blocka (blaow) Isso é uma ferramenta (Sim)
Ooh-ooh-ooh-ooh-ooh, tell somebody Na minha Kodak (woo, negro)
(America, I just checked my following list and) Ooh, eu sei disso (sim, sei disso, espere)
You go tell somebody O entendi (entendi, entendi)
(You mothafuckas owe me) Ooh, trabalhe (21)
Grandma told me Notas de cem, notas de cem, notas de cem
Get your money, black man (black man) (notas de cem)
Get your money, black man (black man) Contrabando, contrabando, contrabando
Get your money, black man (black man) (contrabando)
Get your money, black man (black man) Tenho um traficante em Oaxaca
Black man (one, two, three, get down) Eles vão te achar com um tiro

43
Ooh-ooh-ooh-ooh-ooh, tell somebody
You go tell somebody Ooh, ooh, ooh, ooh, ooh, conte a alguém
Grandma told me, "Get your money, " black América, verifiquei minha lista
man Vá contar a alguém
Get your money, black man (black man) Vocês me devem
Get your money, black man (black man) Minha avó me disse
Get your money, black man (black man) Pegue sua grana, homem negro (homem
Black man negro)
You just a black man in this world Pegue sua grana, homem negro (homem
You just a barcode, ayy negro)
You just a black man in this world Pegue sua grana, homem negro (pegue,
Drivin' expensive foreigners, ayy homem negro)
You just a big dawg, yeah Pegue sua grana, homem negro (pegue,
I kenneled him in the backyard homem negro)
No, probably ain't life to a dog Homem negro
For a big dog Um, dois, abaixe-se
Ooh, ooh, ooh, ooh, ooh, conte a alguém
Vá contar a alguém
Minha avó me disse, "pegue sua grana"
Pegue sua grana, homem negro (homem
negro)
Pegue sua grana, homem negro (homem
negro)
Pegue sua grana, homem negro (homem
negro)
Pegue sua grana, homem negro (homem
negro)
Homem negro

Você é só um negro neste mundo


Você é só um código de barras, ayy
Você é só um negro neste mundo
Dirigindo para ricos, ayy
Você é só um amigo, sim
Eu o acorrentei no quintal
Não, provavelmente não é vida para um cão
Para um cão grande

Vagalume. Disponível em: Vagalume. Disponível em:


https://www.vagalume.com.br/childish-gambino/this-is- https://www.vagalume.com.br/childish-gambino/this-
america.html. is-america-traducao.html.

44
→ Música 02 – This is Not America – Residente
Vídeo musical: https://www.youtube.com/watch?v=GK87AKIPyZY.
Letra e tradução:

Estamo' aquí Estamos aqui


Oye, que estamo' aquí Ouça, que estamos aqui
Mérame, estamo' aquí Olha pra mim, estamos aqui
Desde hace rato, cuando ustedes llegaron Há um tempo, quando vocês chegaram
Ya estaban las huellas de nuestros zapatos As pegadas dos nossos sapatos já estavam
Se robaron hasta la comida'e gato aqui
Y todavía se están lamiendo el plato Roubaram até a comida do gato
Bien encabrona'o con estos ingratos E ainda estão lambendo o prato
Hoy le doy duro a los tambores Muito puto com esses ingratos
Hasta que me acusen de maltrato Hoje vou rufar forte os tambores
Si no entiendes el dato Até me acusarem de maus tratos
Pues te lo tiro en cumbia Se você não sabe interpretar dados
Bossanova, tango o vallenato Bem, então te demonstro em cumbia
A lo calabó y Bambú, bien Frontú Bossa nova, tango ou vallenato
Con sangre caliente como Timbuktu Firme como Ilomba e Bambu, muito Frontú
Estamos dentro del menú Com sangue quente tipo Timbuktu
2pac se llama 2pac por Túpac Amaru del Perú Estamos incluídos no menu
América no es solo USA, papá 2pac se chama 2pac pelo Túpac Amaru do
Esto es desde Tierra del Fuego hasta Canadá Peru
Hay que ser bien bruto, bien hueco A América não é apenas os EUA, mano
Es como decir que África es solo Marruecos Ela vai desde a Terra do Fogo até o Canadá
A estos canallas Tem que ser muito ignorante, muito cabeça-
Se les olvidó que el calendario que usan se lo oca
inventaron los Mayas É tipo dizer que África é só o Marrocos
Con La Valdivia Precolombina Esses canalhas
Desde hace tiempo, ah Se esqueceram que o calendário que eles
Este continente camina usam foi inventado pelos Maias
Pero ni con toda la marina Com a Valdívia pré-colombiana
Pueden sacar de la vitrina la peste campesina Há muito tempo, ah
Esto va pa'l capataz de la empresa Este continente já anda
El machete no solo es pa' cortar caña Mas nem mesmo com toda a marinha
También es pa’ cortar cabezas Eles conseguem jogar a peste rural pela
Aquí estamos, siempre estamos janela
No nos fuimos, no nos vamos Essa aqui vai para o feitor da empresa
Aquí estamos pa' que te recuerdes O facão não serve só pra cortar cana
Si quieres, mi machete te muerde Também serve pra cortar cabeças
Aquí estamos, siempre estamos Estamos aqui, estamos sempre
No nos fuimos, no nos vamos Nós não fomos embora, nós não vamos
Aquí estamos pa' que te recuerdes Estamos aqui pra você se lembrar
Si quieres, mi machete te muerde, ah Se você quiser, meu facão vai te pegar
Si quieres, mi machete te muerde, ah Estamos aqui, estamos sempre
Si quieres, mi machete te muerde, ah Nós não fomos embora, nós não vamos
Si quieres, mi machete te muerde, ah Estamos aqui pra você se lembrar
Te muerde, ah Se você quiser, meu facão vai te pegar, ah
Te muerde, ah Se você quiser, meu facão vai te pegar, ah
Los paramilitares, la guerrilla Se você quiser, meu facão vai te pegar, ah
Los hijos del conflicto, las pandillas Se você quiser, meu facão vai te pegar, ah
45
Las listas negras, los falsos positivos Te pegar, ah
Los periodistas asesinados, los desaparecidos Te pegar, ah
Los narcos gobiernos, todo lo que robaron Os paramilitar, a guerrilha
Los que se manifiestan y los que se olvidaron Os filhos do conflito, as gangues
Las persecuciones, los golpes de Estado Listas negras, os falsos positivos
El país en quiebra, los exiliados Os jornalistas assassinados, os desaparecidos
El peso devaluado Os governos de milícia, tudo que eles
El tráfico de droga, los carteles roubaram
Las invasiones, los emigrantes sin papeles Aqueles que se manifestam e os que foram
Cinco presidentes en once días esquecidos
Disparo a quema ropa por parte de la policía As perseguições, os golpes de Estado
Más de cien años de tortura O país falido, os exilados
La nova trova cantando en plena dictadura A moeda desvalorizada
Somos la sangre que sopla la presión O tráfico de drogas, os cartéis
atmosférica As invasões, os imigrantes sem documentos
Gambino, mi hermano Cinco presidentes em onze dias
Esto sí es América Baleado à queima-roupa pela polícia
Aquí estamos, siempre estamos Mais de cem anos de tortura
No nos fuimos, no nos vamos A nova trova cantando em plena ditadura
Aquí estamos pa' que te recuerdes Somos o sangue que sopra a pressão
Si quieres, mi machete te muerde atmosférica
Aquí estamos, siempre estamos Gambino, meu irmão
No nos fuimos, no nos vamos Esta, sim, é a América
Aquí estamos pa' que te recuerdes Estamos aqui, estamos sempre
Si quieres, mi machete te muerde, ah Nós não fomos embora, nós não vamos
Si quieres, mi machete te muerde, ah Estamos aqui pra você se lembrar
Si quieres, mi machete te muerde, ah Se você quiser, meu facão vai te pegar
Si quieres, mi machete te muerde, ah Estamos aqui, estamos sempre
Te muerde, ah Nós não fomos embora, nós não vamos
Te muerde, ah Estamos aqui pra você se lembrar
Se você quiser, meu facão vai te pegar, ah
Se você quiser, meu facão vai te pegar, ah
Se você quiser, meu facão vai te pegar, ah
Se você quiser, meu facão vai te pegar, ah
Te pegar, ah
Te pegar, ah

Letras. Disponível em: Letras. Disponível em:


https://www.letras.mus.br/residente/this-is-not-america- https://www.letras.mus.br/residente/this-is-not-
part-ibeyi/. america-part-ibeyi/traducao.html.

Após a execução das duas músicas, debate com a sala de aula sobre os processos hegemônicos
estadunidenses atuais sobre a América Latina. Converse sobre como essa hegemonia provoca vários
problemas socioeconômicos para os povos latino-americanos. Conclua solicitando aos(às) estudantes
que produzam uma imagem (desenho, grafite, colagem, virtual) que resuma todos os assuntos
trabalhados nas aulas. Esse será o objeto final do processo avaliativo de construção das habilidades
selecionadas para serem construídas e consolidadas por meio desse objeto de conhecimento.

46
Sugestões de recursos audiovisuais:
Filmes para debate sobre a questão da escravização no(s) Estados Unidos:
→ 12 anos de escravidão. (2013). Conta a história de Solomon Northup, um negro livre do estado
de Nova Iorque que é sequestrado e vendido como escravizado.
→ Amistad. (1997). Em 1839, em um navio a caminho da América do Norte, há uma revolta. Boa
parte da película envolve um drama no tribunal sobre o líder do motim no navio.
→ O nascimento de uma nação. (2016). Nat Tuner, escravizado e pregador letrado, orquestra
uma revolta.

Filmes para debate sobre a guerra civil e a emancipação dos(as) escravizados(as):


→ Lincoln. (2012). Retrata a luta do presidente estadunidense contra a sedição dos estados
sulistas e em defesa da emancipação dos(as) escravizados(as).

Filmes para debate sobre a expansão para o Oeste (Marcha para o Oeste):
→ A última diligência. (1996). Um grupo misto de passageiros(as) deve se organizar para
sobreviver à jornada e à resistência dos povos indígenas.
→ Desaparecidas. (2003). Uma médica de fronteira se alia ao seu desconhecido pai para tentar
resgatar a filha sequestrada.
→ Banzé no Oeste. (1974). Filme satírico sobre um especulador desonesto que contrata um xerife
negro para tentar expulsar a população de uma cidade, composta somente de brancos, que fica
no trajeto proposto para uma ferrovia.

RECURSOS:
Livro didático, literatura selecionada, filmografia selecionada, músicas selecionadas, textos acadêmicos,
recursos fotocopiados, equipamentos de reprodução de imagens e sons.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Avaliação qualitativa: observação da participação oral de cada estudante além da disciplina em sala de
aula.
Avaliação quantitativa: Imagem produzida por cada estudante. Aplicação das atividades sugeridas.

47
ATIVIDADES
1 – (UFSCar-2008) Se vendemos nossa terra a vós, deveis conservá-la à parte, como sagrada, como
um lugar onde mesmo um homem branco possa ir sorver a brisa aromatizada pelas flores dos
bosques. Assim consideraremos vossa proposta de comprar nossa terra. Se nos decidirmos a aceitá-la,
farei uma condição: o homem branco terá que tratar os animais desta terra como se fossem seus
irmãos. Sou um selvagem e não compreendo outro modo. Tenho visto milhares de búfalos
apodrecerem nas pradarias, deixados pelo homem branco que neles atira de um trem em movimento.
Sou um selvagem e não compreendo como o fumegante cavalo de ferro possa ser mais importante
que o búfalo, que nós caçamos apenas para nos mantermos vivos. (Carta do chefe índio Seattle ao
presidente dos Estados Unidos, que pretendia comprar as terras de sua tribo em 1855.)
a) Identifique uma diferença na maneira do chefe índio e dos brancos entenderem a relação entre
o homem e a natureza.
b) Explique as consequências, para a população indígena dos Estados Unidos, do contato com os
brancos.

2 – (Fuvest-2000) Entre as mudanças ocorridas nos Estados Unidos, após a Guerra de Secessão (1861-
1865), destacam-se:
a) a garantia de direitos civis e políticos aos negros - incluindo o direito ao sufrágio universal e o
reconhecimento da cidadania dos imigrantes recém-chegados.
b) a consolidação da unidade nacional, a chegada de novas levas de imigrantes, o aumento do
mercado interno e um grande desenvolvimento industrial.
c) graves desentendimentos em relação às fronteiras com o México, levando a uma nova guerra,
na qual os Estados Unidos ganharam metade do território mexicano.
d) o incentivo à vinda de imigrantes e a definitiva ocupação do oeste, cujas fronteiras, em 1865,
ainda estavam nas Montanhas Rochosas.
e) o empobrecimento e a humilhação do Sul que, derrotado pelo Norte, foi alijado das esferas do
poder federal e teve sua reconstrução impedida.

3 – (FGV-2005) As eleições presidenciais de 1860 nos Estados Unidos foram vencidas por Abraham
Lincoln, nortista e líder do Partido Republicano. Nem todas as unidades da federação aceitaram o
resultado eleitoral, e alguns estados sulistas criaram os Estados Confederados da América. Era o início
da Guerra de Secessão, resultado das inúmeras divergências entre os estados do Norte e do Sul. Entre
essas divergências, pode-se apontar
a) a questão fundiária, na qual o Sul defendia o acesso à terra para negros libertos, e o Norte
defendia o acesso apenas por meio da compra.
b) a questão bancária, em que o Sul defendia a criação de um banco emissor nacional, e o Norte,
a formação de bancos regionais e particulares.
c) a proposta antagônica para a política alfandegária, em que o Norte defendia o protecionismo,
enquanto o Sul apoiava o livre-cambismo.
d) a questão da escravidão, na qual o Sul defendia a imediata abolição dessa instituição, e o Norte
queria o fim gradual do escravismo.
e) a defesa do Homestead Act pelo Norte e pelo Sul, apesar de que, na visão do Norte, essa lei só
deveria atender aos homens recém-libertos da escravidão.

4 – (UFMG-2005) Leia este trecho de documento: Odeio-a porque impede a nossa República de
influenciar o mundo pelo exemplo da liberdade; oferece possibilidade aos inimigos das instituições
livres de taxar-nos, com razão, de hipocrisia e faz com que os verdadeiros amigos da liberdade nos
olhem com desconfiança. Mas, sobretudo, porque obriga tantos entre nós, realmente bons, a uma
guerra aberta contra os princípios da liberdade civil. Discurso de Abraham Lincoln, em 1859.
48
Nesse trecho de discurso, Abraham Lincoln, que seria eleito Presidente dos Estados Unidos no ano
seguinte, faz referência
a) à política de segregação racial existente nos estados do sul dos Estados Unidos, que gerou a
formação de organismos voltados ao extermínio dos negros, à destruição de suas propriedades
e a atentados constantes contra suas comunidades.
b) à posição dos estados do sul de defesa intransigente de tarifas protecionistas, o que levava os
Estados Unidos a comprometer a crença na liberdade de mercado, numa conjuntura de
predomínio do capitalismo liberal.
c) à questão da escravidão, que levou a uma guerra civil, nos Estados Unidos, entre o Norte,
industrializado, e o Sul, que lutava para preservar a mão-de-obra escrava nas suas plantações
de produtos para a exportação.
d) à defesa, pelos imigrantes, do extermínio dos índios nas terras conquistadas a oeste,
especialmente após a edição do Homestead Act, visando ao desenvolvimento da agricultura e
da pecuária naquelas áreas.

5 – (Vunesp-2005) Nós, americanos, somos um povo peculiar, escolhido — o Israel de nosso tempo;
carregamos a arca das liberdades do mundo (…). Deus predestinou, e a humanidade espera grandes
feitos da nossa raça; e grandes coisas sentimos em nossa alma. O resto das nações precisa,
brevemente, estar na nossa retaguarda. Somos os pioneiros do mundo; a guarda avançada mandada
através da terra virgem de coisas não experimentadas, para abrir no Novo Mundo um caminho que é
nosso… (Herman Melville. White Jacket, 1850.)
Considerando o trecho do escritor norte-americano, responda.
a) Que doutrina esse texto expressa?
b) Tendo em vista o cenário internacional contemporâneo e a atuação dos EUA, é possível
estabelecer alguma relação entre a atual política externa norte-americana e as ideias expressas
no texto? Justifique sua resposta.

49
REFERÊNCIAS
AYERBE, L. F. Estados Unidos e América Latina: a construção da hegemonia. São Paulo: Ed.
Unesp. 2002.
BRASIL. Ministério da Educação. Sistema de Avaliação da Educação Básica - documentos de
referência: versão 1.0. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira; Diretoria
de Avaliação da Educação Básica, Brasília, 2018. Disponível em:
https://download.inep.gov.br/educacao_basica/saeb/2018/documentos/saeb_documentos_de_referenc
ia_versao_1.0.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
CHILDISH Gambino - This Is America. [s. l.: s. n.], [2023]. 1 vídeo (4 mim), publicado pelo canal
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2023.
COSTA, Priscila Borba da. O Destino Manifesto do Povo Estadunidense: Uma Análise dos Elementos
Delineadores do Sentimento Religioso Voltado à Expansão Territorial. V Congresso Internacional de
História (UEM). De 21 a 23 de setembro de 2011. p. 2267 – 2276. Disponível em:
http://www.cih.uem.br/anais/2011/trabalhos/224.pdf. Acesso em: 10 abr. 2023.
EXPANSÃO territorial dos Estados Unidos. Wikipedia. [s. l.], [2023]. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Evolu%C3%A7%C3%A3o_territorial_dos_Estados_Unidos. Acesso em: 22
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LASERNA, Roberto. El caudillismo fragmentado. Revista Nueva Sociedad. N. 209, mayo-junio de 2007.
Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Roberto-Laserna/publication/28181755_El_
Caudillismo_Fragmentado/links/00b495284aa3a5d027000000/El-Caudillismo-Fragmentado.pdf. Acesso
em: 12 abr. 2023.
MARTIN, André. Guerra de Secessão. In: MAGNOLI, D. (org). História das Guerras. São Paulo:
Contexto, 2006. p. 219 – 252.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.],
2022. Disponível em: https://acervodenoticias.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%A
Dculo%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf Acesso em: 05 fev. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de Formação
e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 05 fev.
2023.
MIRANDA, A. R. de A.; RAMOS, A. L. A. Religião Civil, Destino Manifesto e Política
Expansionista Estadunidense. Revista Ameríndia, vol. 4, n. 2/2007. Disponível em:
https://repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/14940/1/2007_art_alaramos.pdf. Acesso em: 10 abr. 2023.
MOÇO, A. C. P. Os 150 anos do início da Guerra de Secessão dos Estados Unidos da América:
resistência, memória e esquecimento. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História (Anpuh). São
Paulo, julho de 2011. Disponível em: http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1300311984
_ARQUIVO_AnaisANPUH2011.pdf. Acesso em: 11 abr. 2023.
RESIDENTE - This is Not America (Official Video) ft. Ibeyi. [s. l.: s. n.]. 1 vídeo (4 min), publicado pelo
canal Residente. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=GK87AKIPyZY. Acesso em: 2 jun.
2023.

50
MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS – MAPA
REFERÊNCIA
2023

Filosofia Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
Competência Específica 01: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos
âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir de procedimentos
epistemológicos e científicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente com relação a esses
processos e às possíveis relações entre eles.
Competência Específica 02: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e
espaços, mediante a compreensão dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais geradores de
conflito e negociação, desigualdade e igualdade, exclusão e inclusão e de situações que envolvam o
exercício arbitrário do poder.
Competência Específica 03: Contextualizar, analisar e avaliar criticamente as relações das sociedades com
a natureza e seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas à proposição de soluções que
respeitem e promovam a consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável em âmbito local,
regional, nacional e global.
Competência Específica 05: Identificar e combater as diversas formas de injustiça, preconceito e
violência, adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos
Humanos.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

Ética ambiental: Desen- (EM13CHS101) Analisar e comparar diferentes fontes e narrativas expressas
volvimento social e em diversas linguagens, com vistas à compreensão e à crítica de ideias
acordos internacionais. filosóficas e processos e eventos históricos, geográficos, políticos,
econômicos, sociais, ambientais e culturais.
Ética dos negócios:
compromisso com o (EM13CHS102) Identificar, analisar e discutir as circunstâncias históricas,
meio ambiente e geográficas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e culturais da
responsabilidade social. emergência de matrizes conceituais hegemônicas (etnocentrismo, evolução,
modernidade etc.), comparando-as a narrativas que contemplem outros
Relações interpessoais; agentes e discursos.
ambiente; impactos so-
ciais; conservação e (EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor
patrimônio; cidadania; argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais, ambientais,
direitos civis, sociais e culturais e epistemológicos, com base na sistematização de dados e
políticos. informações de natureza qualitativa e quantitativa (expressões artísticas,
textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos, gráficos, mapas,
Economia solidária; com- tabelas etc.).
sumo responsável;
desenvolvimento (EM13CHS104) Analisar objetos da cultura material e imaterial como suporte
sustentável. de conhecimentos, valores, crenças e práticas que singularizam diferentes
sociedades inseridas no tempo e no espaço.
Desenvolvimento cien-
tífico e tecnológico. (EM13CHS106) Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica e de
diferentes gêneros textuais e as tecnologias digitais de informação e
Política de resíduos e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas
educação ambiental. práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e
disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e
exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

51
(EM13CHS202) Analisar e avaliar os impactos das tecnologias na
estruturação e nas dinâmicas das sociedades contemporâneas (fluxos
populacionais, financeiros, de mercadorias, de informações, de valores
éticos e culturais etc.), bem como suas interferências nas decisões
políticas, sociais, ambientais, econômicas e culturais.
(EM13CHS204) Comparar e avaliar os processos de ocupação do espaço
e a formação de territórios, territorialidades e fronteiras, identificando o
papel de diferentes agentes (como grupos sociais e culturais, impérios,
Estados Nacionais e organismos internacionais) e considerando os
conflitos populacionais (internos e externos), a diversidade étnico-cultural
e as características socioeconômicas, políticas e tecnológicas.
(EM13CHS205) Analisar a produção de diferentes territorialidades em
suas dimensões culturais, econômicas, ambientais, políticas e sociais, no
Brasil e no mundo contemporâneo, com destaque para as culturas
juvenis.
(EM13CHS301) Problematizar hábitos e práticas individuais e coletivos de
produção e descarte (reuso e reciclagem) de resíduos na
contemporaneidade e elaborar e/ou selecionar propostas de ação que
promovam a sustentabilidade socioambiental e o consumo responsável.
(EM13CHS302) Analisar e avaliar os impactos econômicos e
socioambientais de cadeias produtivas ligadas à exploração de recursos
naturais e às atividades agropecuárias em diferentes ambientes e escalas
de análise, considerando o modo de vida das populações locais e o
compromisso com a sustentabilidade.
(EM13CHS303) Debater e avaliar o papel da indústria cultural e das
culturas de massa no estímulo ao consumismo, seus impactos
econômicos e socioambientais, com vistas a uma percepção crítica das
necessidades criadas pelo consumo.
(EM13CHS304) Analisar os impactos socioambientais decorrentes de
práticas de instituições governamentais, de empresas e de indivíduos,
discutindo as origens dessas práticas, e selecionar aquelas que respeitem
e promovam a consciência e a ética socioambiental e o consumo
responsável.
(EM13CHS305) Analisar e discutir o papel dos organismos nacionais de
regulação, controle e fiscalização ambiental e dos acordos internacionais
para a promoção e a garantia de práticas ambientais sustentáveis.
(EM13CHS306) Contextualizar, comparar e avaliar os impactos de
diferentes modelos econômicos no uso dos recursos naturais e na
promoção da sustentabilidade econômica e socioambiental do planeta.
(EM13CHS501) Compreender e analisar os fundamentos da ética em
diferentes culturas, identificando processos que contribuem para a
formação de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a autonomia e o
poder de decisão (vontade).
(EM13CHS502) Analisar situações da vida cotidiana (estilos de vida,
valores, condutas etc.), desnaturalizando e problematizando formas de
desigualdade e preconceito, e propor ações que promovam os Direitos
Humanos, a solidariedade e o respeito às diferenças e às escolhas
individuais.
(EM13CHS504) Analisar e avaliar os impasses ético-políticos decorrentes
das transformações científicas e tecnológicas no mundo contemporâneo
e seus desdobramentos nas atitudes e nos valores de indivíduos, grupos
sociais, sociedades e culturas.

52
PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: CTSA - Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente I.
DURAÇÃO: 5 aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA
Em nossas vidas particulares não paramos de usufruir dos benefícios que a ciência nos proporciona.
Nos mais diferentes âmbitos de nossa existência a ciência se mistura com a nossa própria forma de
viver. Contudo, poucos de nós nos atentamos para o fato de que essa mesma ciência possui uma
história. Toda forma de conhecimento do mundo tem a sua própria história e conhecer essa história
pode ser uma ferramenta valiosa para compreendermos os muitos avanços e também desafios que a
atividade científica traz para as nossas formas de vida. A reflexão acerca de questões voltadas para a
ciência, a tecnologia, sociedade e ambiente é uma atitude que a filosofia desempenha com bastante
frequência. Um aspecto especial que irá merecer a nossa atenção nessa sequência didática será as
implicações do progressivo científico em nossa sociedade e em nossos ambientes, onde vamos
encontrar profundas mudanças que o mundo da técnica opera.

B) DESENVOLVIMENTO:
AULA 1 (aula expositiva - apresentação do tema de estudo e breve contextualização
histórica): Nos séculos XVI e XVII, Francis Bacon era mais um dos filósofos que voltava os seus
estudos para questões acerca da natureza e do progresso da ciência. Defendia que o conhecimento
possibilitaria o domínio do homem sobre a natureza, passo importante na emancipação humana. Os
períodos históricos seguintes assistiram ao amplo desenvolvimento da técnica, mas trouxe consigo uma
contradição. Se, por um lado, a tecnologia tem o potencial de fornecer instrumentos que melhoram a
vida das sociedades, por outro, ela pode levar ao esgotamento dos recursos naturais, entre outros
efeitos nocivos, comprometendo as condições de existência do próprio planeta. É com base no
diagnóstico dos problemas ambientais enfrentados na contemporaneidade que o filósofo Félix Guattari
(1930-1992) desenvolverá sua crítica à ciência nos moldes baconianos, preconizando uma nova
maneira de nos relacionarmos com a técnica, da qual não se pode desvincular as problemáticas éticas
e políticas.

AULA 2: Projetar para a turma o vídeo do ilustrador e animador inglês Steve Cutts. O vídeo consegue
traduzir com um pode de síntese o quadro contraditório com o qual somos obrigados a conviver -
quadro este que desvela tanto o potencial da tecnologia em fornecer instrumentos que melhoram a
vida nas sociedades quanto o esgotamento dos recursos naturais que decorrem do uso exacerbado
desses mesmos potenciais tecnológicos. Ao término do vídeo você pode provocar os estudantes
perguntando a eles qual a imagem do vídeo que chamou mais a atenção e pedir para ele correlacionar
com alguma experiência vivida. Ex.: Jogar lixo em lugares indevidos é uma experiência que dificilmente
eles irão escapar.

AULA 3 (aula prática): Algumas perguntas norteadoras para essa aula serão: como eu me relaciono
com o outro e com o ambiente ao meu redor? Estabeleço uma relação de respeito para com a
natureza? Ou a uso como sendo apenas um recurso em benefício próprio? Contribuo com a sua
preservação ou ajo de forma predatória? Tendo essas perguntas como horizonte de investigação, você
poderá abrir assim uma temática de pesquisa com os estudantes onde a própria escola será o
laboratório de trabalho. A definição de um tema de pesquisa obviamente deverá levar em conta as
demandas que os próprios estudantes também irão apresentar. Portanto, trata-se de uma via de mão
dupla onde você usará o conhecimento prévio dos mesmos e estes complementarão com algumas
sugestões que poderão embasar a pesquisa em sala de aula.

53
AULA 4 (aula prática): Caso seja necessário você poderá retomar a exibição do vídeo do ilustrador e
animador inglês Steve Cutts para mostrar qual é o objeto que será investigado na pesquisa. Tendo
esse pressuposto um primeiro desafio a ser enfrentado pela comunidade escolar seria o problema da
reciclagem, um tema que se encontra presente hoje em diversas agendas, sejam elas governamentais
ou da sociedade civil. Como reciclar de forma responsável agindo em parceria com o meio ambiente? É
uma excelente oportunidade para a comunidade escolar conhecer mais de perto o trabalho das
Associações de Catadores de materiais recicláveis que prestam um serviço de excelência para com a
natureza e mesmo para com a sociedade e que são na maioria das vezes invisibilizados. A comunidade
escolar pode fazer parcerias com essas Associações de Catadores para, por exemplo, realizar oficinas
que irão trabalhar a importância do espaço escolar para desenvolver uma cultura de prevenção e
proteção para com relação ao meio ambiente.

AULA 5 (Laboratório de informática): Um espaço interessante para explorar o tema é o recurso ao


universo da informática. Para os estudantes, que são o principal público-alvo dessa ação pedagógica, a
aquisição de um vocabulário específico em educação ambiental poderá oferecer instrumentos mais
eficazes na compreensão do ambiente em que eles compartilham as suas existências com outros
sujeitos éticos. “Como fazer a coleta seletiva?”, “A diferença entre material reciclável e lixo”, “O que é
a educação ambiental?”, são algumas das oficinas que podem ser desenvolvidas dentro do espaço
escolar com a contribuição preciosa das pessoas que trabalham com a reciclagem. Outro destaque a
ser observado aqui é o quanto as nossas ações ou omissões afetam o ambiente que vivemos e como a
ciência e a técnica impactam esse mesmo ambiente. Conscientizar a comunidade escolar sobre a
importância da coleta seletiva poderá ser um primeiro passo rumo à construção de uma nova relação
para com o meio ambiente. Conhecer as experiências e os conhecimentos dessas pessoas que
trabalham com a reciclagem também pode ser uma ferramenta para adentrarmos mais em seus
respectivos contextos. Algumas referências que poderão dar suporte para esta aula são:

→ Vídeo: Educação ambiental em sala de aula e nas ruas.


Disponível em: https://youtu.be/hm2bUCs98vQ.
→ Texto: Educação ambiental deve ser trabalhada de forma ampla.
Disponível em: https://www.institutounibanco.org.br/aprendizagem-em-foco/54/.

Imagem 1 - Materiais para reciclagem.

Fonte: (ATLANTIKOS [2020])

54
SUGESTÕES AUDIOVISUAIS E TEXTUAIS PARA SUBSIDIAR O DESENVOLVIMENTO DO
PLANEJAMENTO:

→ Vídeo: Man.
Disponível em: https://youtu.be/WfGMYdalClU
→ Texto: Associação dos Catadores de Papelão e Material Reaproveitável – ASMARE.
Disponível em: https://www.novosparadigmas.org.br/pratica/associacao-dos-catadores-de-
papelao-e-material-reaproveitavel-asmare/
→ Texto: Maioria dos brasileiros não sabe como funciona a reciclagem, diz pesquisa.
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-50564869
→ Texto: A solução inovadora contra a montanha de lixo plástico que produzimos.
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-57356175.

RECURSOS:
Projetor multimídia; pincéis atômicos; conexão com a internet ou recorte textual impresso; celulares.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Como se trata de uma atividade essencialmente interdisciplinar, poderia ser realizada em dois
momentos. Como trata-se de um tema que extrapola os limites da sala de aula, uma sugestão é que a
comunidade escolar trabalhe o tema como um projeto pedagógico onde outras disciplinas serão
preciosas ferramentas na execução do projeto. Em um primeiro momento, com as orientações gerais e
mesmo o contato com alguns textos que chamam a atenção para o problema acerca da relação entre
conhecimento e domínio da natureza. Nessas orientações gerais pode ser incluído o momento em que
será feita a comunicação entre comunidade escolar e Associação de Catadores dando assim início a
essa parceria. Já no segundo, poderia ser a construção de formulários para entender melhor o perfil
das pessoas que trabalham com material reciclável. A coleta de informações via formulários pode nos
ajudar a mensurar alguns dados que vivemos atualmente com respeito à reciclagem.

55
ATIVIDADES
TEXTO 1
“[...] Só então poderemos dizer ter colocado nas mãos dos homens, como justo e fiel tutor, as suas
próprias fortunas, estando o intelecto emancipado e, por assim dizer, liberto da menoridade; daí, como
necessária, segue-se a reforma do estado da humanidade, bem como a ampliação do seu poder sobre
a natureza. Pelo pecado o homem perdeu a inocência e o domínio das criaturas. Ambas as perdas
podem ser reparadas, mesmo que em parte, ainda nesta vida; a primeira com a religião e com a fé, a
segunda com as artes e com as ciências. Pois a maldição divina não tornou a criatura irreparavelmente
rebelde; mas, em virtude daquele diploma: Comerás do pão com o suor de tua fronte1, por meio de
diversos trabalhos (certamente não pelas disputas ou pelas ociosas cerimônias mágicas), chega, enfim,
ao homem, de alguma parte, o pão que é destinado aos usos da vida humana.” (BACON, Francis.
Novum organum. São Paulo: Nova Cultural, 1999, p. 218).

TEXTO 2
“Chernobyl [...] [revelou] brutalmente os limites dos poderes técnico-científicos da humanidade e as
‘marchas a ré’ que a ‘natureza’ nos pode reservar. É evidente que uma responsabilidade e uma gestão
mais coletivas se impõem para orientar as ciências e as técnicas em direção a finalidades mais
humanas. Não podemos nos deixar guiar cegamente pelos tecnocratas dos aparelhos de Estado para
controlar as evoluções e conjurar os riscos nesses domínios, regidos no essencial pelos princípios da
economia de lucro. Certamente seria absurdo querer voltar atrás para tentar reconstituir as antigas
maneiras de viver. Jamais o trabalho humano ou hábitat voltarão a ser o que eram há poucas décadas,
depois das revoluções informáticas, robóticas, depois do desenvolvimento do gênio genético e depois
da mundialização do conjunto dos mercados. A aceleração da velocidade de transporte e comunicação,
a interdependência dos centros urbanos [...] constituem igualmente um estado de fato irreversível que
conviria antes de tudo reorientar. De uma certa maneira, temos que admitir que será preciso lidar com
esse estado de fato. Mas esse lidar implica uma recomposição dos objetivos e dos métodos do
conjunto do movimento social nas condições de hoje. Para simbolizar essa problemática, que me seja
suficiente evocar a experiência de Alain Bombard na televisão quando apresentou duas bacias de
vidro: uma contendo água poluída, com a que podemos recolher no porto de Marselha e na qual
evoluía um polvo vivo, como que animado por movimentos de dança; a outra, contendo água do mar
isenta de qualquer poluição. Quando ele mergulhou o polvo na água ‘normal’, após alguns segundos,
vimos o animal se encarquilhar, se abater e morrer.” (GUATTARI, Félix. As três ecologias. 20. ed.
Campinas: Papirus, 2009, p. 24-25).

Questões:
1 − Qual é a concepção de ciência desenvolvida por Francis Bacon no trecho citado?
2 − Como Guattari encara os efeitos da racionalidade tecnocrática?
3 − Em sua opinião, o modo de Bacon entender o papel da ciência tem muitos adeptos ainda hoje?

___________________
1 Gênesis, 3, 19.

56
TEXTO 3
“Começou a brotar uma ideia nas últimas décadas do século XX, mesmo que ela tenha uma origem
mais remota: a de uma espaçonave, a Terra, nau em que navega a humanidade. Essa espaçonave é
impulsionada hoje em dia por quatro motores: ciência, técnica, economia e lucro, e esses motores não
estão sob controle. Não me insiro num pensamento binário e não estou dizendo que a ciência é
nefasta, pelo contrário, mas digo sim que ela desenvolveu poderes de destruição inéditos e
descontrolados. O desenvolvimento tecnoeconômico atual produz a degradação da biosfera, que, por
sua vez, causa a degradação da civilização humana. [...] Tudo isso evidencia as ambivalências e as
complexidades dessa dupla planetarização. Não poderia a Europa produzir novos antídotos a partir de
sua cultura, a partir de uma política de diálogo e de simbiose, de uma política de civilização que
promoveria qualidades da vida, e não apenas o quantitativo, que interromperia a corrida pela
hegemonia? Não poderia a Europa voltar às raízes do humanismo planetário que no passado ela
própria forjou? Não poderia ela reinventar o humanismo?” (MORIN, Edgar. Cultura e barbárie na
Europa. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2009, p. 70).

Questões:
1 − Para o autor, de que modo a ciência teria contribuído para a degradação da civilização?
2 − Por que a ideia de progresso e evolução baseada no desenvolvimento tecnológico se mostra frágil?

APROFUNDANDO O TEMA:
Você sabia que existe uma legislação específica sobre os resíduos sólidos? É a Política Nacional de
Resíduos Sólidos, regulamentada pela lei 12.305, de 02 de agosto 2010 (Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm).
Imagem 2 - Catador de material reciclável.

Fonte: (REVISTA IHU UNISINOS [2014]).

Política Nacional de Resíduos Sólidos


A sociedade do consumo é também a sociedade dos resíduos: em 2018, o Brasil gerou mais de 79
milhões de toneladas de lixo, dos quais 6 milhões não foram sequer recolhidas nos locais de geração.
Reduzir a quantidade de lixo e realizar seu descarte sem riscos para o ambiente ou para a saúde da
população é um dos grandes desafios da sustentabilidade.
Para enfrentar esse desafio, o Brasil instituiu, em 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS),
buscando estimular hábitos de consumo sustentável, incentivar a reciclagem e o reaproveitamento dos
resíduos sólidos e criar estratégias legais para a destinação adequada dos dejetos irrecuperáveis. A lei
estabelece metas para a eliminação dos lixões (o prazo inicial era 2014, mas foi estendido para 2021) e
57
prevê a criação de planos de gerenciamento de resíduos sólidos nos níveis estadual, municipal e
regional. Os catadores de materiais recicláveis foram contemplados por essa legislação, com o objetivo
de facilitar a criação de associações ou cooperativas de forma que ampliem sua capacidade de
atuação.
A PNRS compartilha a responsabilidade pela gestão do lixo entre os diferentes setores envolvidos. Ao
governo cabe fiscalizar e garantir a infraestrutura adequada para o descarte. O conjunto da população,
por sua vez, tem como incumbência separar seus resíduos e descartá-los de maneira adequada.
Algumas empresas do setor privado devem assumir a coleta dos produtos que fabricam, distribuem ou
comercializam para reaproveitamento ou para descarte, modelo conhecido como logística reversa:
“Art. 33. São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos
produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e
de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de:
I. agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o
uso, constitua resíduo perigoso [...];
II. pilhas e baterias;
III. pneus;
IV. óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
V. lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
VI. produtos eletroeletrônicos e seus componentes.”

BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Brasília: Presidência da República, 2010.

Essa legislação trouxe avanços importantes, mas ainda falta muito para que suas diretrizes se tornem
realidade: a maior parte dos municípios brasileiros ainda não estabeleceu planos de gestão de resíduos
e existem pelo menos três mil lixões ativos distribuídos por 1600 municípios. Essas montanhas de lixo
depositadas a céu aberto causam graves problemas socioambientais: a deterioração dos materiais
exala odores fortes, contamina as águas superficiais e subterrâneas pela infiltração do chorume -
líquido proveniente da decomposição do lixo - e é foco de transmissão de doenças à população do seu
entorno. Em 2018, pouco menos de 60% dos resíduos coletados no Brasil foram destinados a aterros
sanitários, nos quais o lixo é compactado e coberto diariamente com uma camada de terra, oferecendo
menor risco à saúde pública. Os aterros podem ainda explorar o biogás, produzido pela decomposição
de matéria orgânica depositada para a geração de eletricidade.

Atividade
Entre os objetivos da PNRS estão: a não geração, a redução, a reutilização, a reciclagem, o tratamento
dos resíduos sólidos e a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. Para conferir se você e
sua comunidade estão contribuindo para a efetivação desses objetivos, realize as seguintes etapas:
1 − Busquem saber se há no município em que a escola está situada: um lixão em atividade; um
programa público de coleta e reciclagem de resíduos; uma instituição que realize a coleta de óleo
usado no preparo de alimentos; um ponto de coleta de pilhas e baterias, pneus, lâmpadas e produtos
eletrônicos.
2 - Para cada objetivo da PNRS anteriormente citado, os estudantes, organizados em grupos de 4
integrantes, devem criar um cartaz. Cada estudante vai escrever uma iniciativa que realiza ou que
pretende realizar para atender esse objetivo. Vocês podem levar em conta as atribuições da prefeitura
e das empresas do município.
3 − Por fim, ilustrem e fixem os cartazes em um local visível da escola. Aproveitem os cartazes para
divulgar os endereços de coleta e os contatos das empresas que atuam na reciclagem de resíduos
especiais.

58
Atividade
1 − Em 2018, o Painel de Ciência Climática da ONU divulgou as consequências previstas caso as
temperaturas globais subam 2 ◦ C. Entre elas, algumas dizem respeito à biodiversidade: nesse cenário,
entre as 105 mil espécies estudadas, 16% das plantas, 8% dos vertebrados e 18% dos insetos podem
perder metade de sua distribuição geográfica. Reflita sobre essas informações e procure explicar a
relação entre aquecimento global e biodiversidade.

2 − Em nossas atividades diárias contribuímos para a emissão de gases de efeito estufa. Na internet,
há diversos sites que disponibilizam calculadoras para estimar a emissão de metano (CH 4 ) e dióxido de
carbono (CO2) causada pelos meios de transporte, pelo consumo de energia e pela decomposição de
resíduos sólidos. Procure um site que realize o cálculo das suas emissões e descubra quantas árvores
seriam necessárias para compensá-las. Em sala, compare seu resultado com o dos colegas e escreva
no caderno (tablet, celular etc.) cinco medidas que você poderia adotar para diminuir a sua emissão de
gases de efeito estufa.

Imagem 3 - Planeta Terra.

Fonte: (NAÇÕES UNIDAS [2022]).

59
REFERÊNCIAS
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia.
Volume único. São Paulo: Moderna, 2016.
ASPIS, Renata Lima; GALLO, Sílvio. Ensinar filosofia: um livro para professores. São Paulo: Atta
Mídia e Educação, 2009.
ASSOCIAÇÃO dos Catadores de Papelão e Material Reaproveitável (ASMARE). Novos Paradigmas:
por um outro mundo possível, Barro Preto - Belo Horizonte, [2023]. Disponível em:
https://www.novosparadigmas.org.br/pratica/associacao-dos-catadores-de-papelao-e-material-
reaproveitavel-asmare/. Acesso em: 24 maio. 2023.
BRASIL. LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos
Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Brasília, DF:
Presidência da República, [2023]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2010/lei/l12305.htm. Acesso em: 24 maio. 2023.
BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Brasília: Presidência da República, 2010. Disponível
em <http: //www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm>. Acesso em: 26 fev.
2020.
BACON, Francis. Novum organum. São Paulo: Nova Cultural, 1999, p. 218.
CHAUÍ, Marilena. Iniciação à filosofia. 3ª ed. São Paulo: Editora Ática, 2016.
DICAS para uma reciclagem de sucesso! Atlantikos, [s. l.], 20 jun. 2020. Disponível em:
https://www.atlantikos.com.br/dicas-de-reciclagem/. Acesso em: 24 maio. 2023.
EDUCAÇÃO ambiental deve ser trabalhada de forma ampla. Aprendizagem em Foco, [s. l.], ago.
2019. Instituto Unibanco, nº 54. Disponível em: https://www.institutounibanco.org.br/aprendizagem-
em-foco/54/. Acesso em: 24 maio. 2023.
EDUCAÇÃO ambiental em sala de aula e nas ruas: governo e especialistas debatem implantação. [s. l.:
s. n.], 28 jun. 2022. 1 vídeo (25min). Publicado pelo canal TV Senado. Disponível em:
https://youtu.be/hm2bUCs98vQ. Acesso em: 24 maio. 2023.
FEYERABEND, Paul K. A ciência em uma sociedade livre; tradução de Vera Joscelyne. São Paulo:
Editora Unesp, 2011.
FOUREZ, Gérard. A construção das ciências: introdução à filosofia e à ética da ciência.
Tradução de Luiz Paulo Rouanet. - São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1995.
GRANGER, Gilles-Gaston. A ciência e as ciências. Tradução de Roberto Leal Ferreira. São Paulo:
Editora Unesp, 1994.
GUATTARI, Félix. As três ecologias. 20. ed. Campinas: Papirus, 2009.
JONAS, Hans. O princípio responsabilidade: ensaio de uma ética para a civilização
tecnológica. Tradução do original alemão Marijane Lisboa, Luiz Barros Montez. Rio de Janeiro:
Contraponto: Ed. PUC-Rio, 2006.
LATHAM, Katherine. A solução inovadora contra a montanha de lixo plástico que produzimos. BBC
News Brasil, [s. l.], 17 jun. 2021. BBC Future. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/vert-
fut-57356175. Acesso em: 24 maio. 2023.
MAIORIA dos brasileiros não sabe como funciona a reciclagem, diz pesquisa. BBC News Brasil, [s.
l.], 27 nov. 2019. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-50564869. Acesso em: 24
maio. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.],
2022. Disponível em: https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%
ADculo%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
MAN. [s.l.: s.n], 21 dez. 2012. 1 vídeo (3:36 min). Publicado pelo canal Steve Cutts. Disponível em:
https://youtu.be/WfGMYdalClU. Acesso em: 24 maio. 2023.

60
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 05 fev.
2023.
MORIN. Edgar. Cultura e barbárie na Europa. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2009.
O QUE são as mudanças climáticas? Nações Unidas Brasil, Brasília - DF, 2023. Disponível em:
https://brasil.un.org/pt-br/175180-o-que-s%C3%A3o-mudan%C3%A7as-clim%C3%A1ticas. Acesso
em: 24 maio. 2023.
RAMOS BRAICK, Patrícia et al. Moderna Plus: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. v. Natureza
em Transformação. São Paulo: MODERNA, 2020.
RECICLAGEM de resíduos sólidos: a propaganda é bonita, mas o processo explora os catadores.
Entrevista especial com Alex Cardoso. Instituto Humanistas Unisinos, São Leopoldo – RS, 24 jun.
2014. Disponível em: https://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/532579reciclagem-de-residuos-solidos-a-
propaganda-e-bonita-mas-o-processo-explora-os-catadores-entrevista-especial-com-alex-cardoso.
Acesso em: 24 maio. 2023.
ROSSI, Paolo. Francis Bacon: da magia à ciência; tradução Aurora Fornoni Bernardini Londrina:
Eduel, Curitiba: Editora da UFPR, 2006.
WOLFF, Francis. Três utopias contemporâneas; traduzido por Mariana Echalar. São Paulo; Editora
Unesp, 2018.

61
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
Competência Específica 01: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais
nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir de procedimentos
epistemológicos e científicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente com relação a
esses processos e às possíveis relações entre eles.
Competência Específica 02: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e
espaços, mediante a compreensão dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais geradores
de conflito e negociação, desigualdade e igualdade, exclusão e inclusão e de situações que envolvam
o exercício arbitrário do poder.
Competência Específica 03: Contextualizar, analisar e avaliar criticamente as relações das sociedades
com a natureza e seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas à proposição de soluções
que respeitem e promovam a consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável em
âmbito local, regional, nacional e global.
Competência Específica 05: Identificar e combater as diversas formas de injustiça, preconceito e
violência, adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos
Humanos.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

Ética ambiental: Desenvol- (EM13CHS101) Analisar e comparar diferentes fontes e narrativas


vimento social e acordos expressas em diversas linguagens, com vistas à compreensão e à
internacionais. crítica de ideias filosóficas e processos e eventos históricos,
geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais.
Ética dos negócios: compro-
misso com o meio ambiente (EM13CHS102) Identificar, analisar e discutir as circunstâncias
e responsabilidade social. históricas, geográficas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e
culturais da emergência de matrizes conceituais hegemônicas
Relações interpessoais; (etnocentrismo, evolução, modernidade etc.), comparando-as a
ambiente; impactos sociais; narrativas que contemplem outros agentes e discursos.
conservação e patrimônio;
cidadania; direitos civis, (EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor
sociais e políticos. argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais,
ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização
Economia solidária; com- de dados e informações de natureza qualitativa e quantitativa
sumo responsável; desen- (expressões artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos
volvimento sustentável. históricos, gráficos, mapas, tabelas etc.).
Desenvolvimento científico (EM13CHS104) Analisar objetos da cultura material e imaterial como
e tecnológico. suporte de conhecimentos, valores, crenças e práticas que
Política de resíduos e singularizam diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço.
educação ambiental. (EM13CHS106) Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e
iconográfica e de diferentes gêneros textuais e as tecnologias digitais
de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e
ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se
comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos,
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e
coletiva.
(EM13CHS202) Analisar e avaliar os impactos das tecnologias na
estruturação e nas dinâmicas das sociedades contemporâneas (fluxos
populacionais, financeiros, de mercadorias, de informações, de valores
éticos e culturais etc.), bem como suas interferências nas decisões
políticas, sociais, ambientais, econômicas e culturais.
(EM13CHS204) Comparar e avaliar os processos de ocupação do
espaço e a formação de territórios, territorialidades e fronteiras,
identificando o papel de diferentes agentes (como grupos sociais e
culturais, impérios, Estados Nacionais e organismos internacionais) e
considerando os conflitos populacionais (internos e externos), a

62
diversidade étnico-cultural e as características socioeconômicas,
políticas e tecnológicas.
(EM13CHS205) Analisar a produção de diferentes territorialidades em
suas dimensões culturais, econômicas, ambientais, políticas e sociais,
no Brasil e no mundo contemporâneo, com destaque para as culturas
juvenis.
(EM13CHS301) Problematizar hábitos e práticas individuais e coletivos
de produção e descarte (reuso e reciclagem) de resíduos na
contemporaneidade e elaborar e/ou selecionar propostas de ação que
promovam a sustentabilidade socioambiental e o consumo
responsável.
(EM13CHS302) Analisar e avaliar os impactos econômicos e
socioambientais de cadeias produtivas ligadas à exploração de
recursos naturais e às atividades agropecuárias em diferentes
ambientes e escalas de análise, considerando o modo de vida das
populações locais e o compromisso com a sustentabilidade.
(EM13CHS303) Debater e avaliar o papel da indústria cultural e das
culturas de massa no estímulo ao consumismo, seus impactos
econômicos e socioambientais, com vistas a uma percepção crítica das
necessidades criadas pelo consumo.
(EM13CHS304) Analisar os impactos socioambientais decorrentes de
práticas de instituições governamentais, de empresas e de indivíduos,
discutindo as origens dessas práticas, e selecionar aquelas que
respeitem e promovam a consciência e a ética socioambiental e o
consumo responsável.
(EM13CHS305) Analisar e discutir o papel dos organismos nacionais de
regulação, controle e fiscalização ambiental e dos acordos
internacionais para a promoção e a garantia de práticas ambientais
sustentáveis.
(EM13CHS306) Contextualizar, comparar e avaliar os impactos de
diferentes modelos econômicos no uso dos recursos naturais e na
promoção da sustentabilidade econômica e socioambiental do planeta.
(EM13CHS501) Compreender e analisar os fundamentos da ética em
diferentes culturas, identificando processos que contribuem para a
formação de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a autonomia e
o poder de decisão (vontade).
(EM13CHS502) Analisar situações da vida cotidiana (estilos de vida,
valores, condutas etc.), desnaturalizando e problematizando formas de
desigualdade e preconceito, e propor ações que promovam os Direitos
Humanos, a solidariedade e o respeito às diferenças e às escolhas
individuais.
(EM13CHS504) Analisar e avaliar os impasses ético-políticos
decorrentes das transformações científicas e tecnológicas no mundo
contemporâneo e seus desdobramentos nas atitudes e nos valores de
indivíduos, grupos sociais, sociedades e culturas.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: CTSA - Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente II.
DURAÇÃO: 5 aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

63
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Em uma sociedade industrial que está assentada sob a ideologia da égide da ciência e da tecnologia,
se produz muito, o consumo é alto e desenfreado pelos indivíduos e também o desperdício (no caso de
alimentos) é grande. Vivemos constantemente nesse paradoxo: uma sociedade que tanto produz, mas
que também desperdiça enormemente. Uma sociedade em que muitos tem de tudo e nessa mesma
sociedade outros não possuem absolutamente nada, nem o que comer. O pequeno documentário Ilha
das Flores de Jorge Furtado nos insere nesse contexto problemático que questiona profundamente
alguns de nossos hábitos e dos quais na maioria das vezes não nos damos conta das suas
consequências.
Imagem 1 - Crianças na Ilha das Flores.

Fonte: (CONEXÃO PLANETA, 2019)

B) DESENVOLVIMENTO:
AULA 1 (aula expositiva): Nessa primeira etapa de sensibilização concentraremos os nossos
esforços em ter os olhos fixos e atentos na tela pelas questões que são levantadas pelo documentário
e também manteremos os olhos fixos e atentos quanto à realidade que nos cerca e nos interpela com
as suas inúmeras desigualdades sociais, em especial o problema da fome que voltou a assolar a vida
de milhares de famílias brasileiras nos últimos anos (Cf. https://jornal.usp.br/artigos/desigualdade-
inseguranca-alimentar-e-fome-no-brasil/). De forma bastante espontânea podemos fazer um pequeno
registro dessa situação catastrófica que atinge a dignidade de milhões de brasileiros perguntando aos
nossos estudantes se eles conhecem alguém que já passou ou passa por essa situação e não seremos
surpreendidos com os relatos deles. Não é novidade nenhuma frisar que muitos de nossos estudantes
possuem a escola como sendo a única fonte alimentar. É o único lugar onde eles conseguem fazer as
suas alimentações de forma regular. Talvez muitos não saibam, mas o problema da fome está bem ao
nosso lado e precisamos assumir uma postura ética frente a esse problema: “o que eu devo fazer?” foi
a pergunta de fundo que o filósofo Kant colocou como sendo o ponto de partida de toda a antropologia
filosófica. Não é uma simples pergunta uma vez que ela estava revestida de um imperativo categórico
moral que nos leva a tomar consciência do nosso dever enquanto sujeitos morais. Recorrendo à
literatura o poema de Manuel Bandeira nos ajuda a compreender a que nível pode chegar a
degradação humana com a consequente perda de toda a dignidade do homem.

64
O BICHO
Manuel Bandeira
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
o examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.

(BANDEIRA, M. Poesias completas. 4ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1986).

Preparação para as atividades - exercício de projeção:

• Que tipo de sentimento a leitura do trecho do poema provoca em mim?


• Sinto-me afetado pela descrição? Ou sou indiferente?
• Seres humanos em situações degradantes: o que eu tenho a ver com isso?
• Qual a minha responsabilidade em promover uma cultura do cuidado e da empatia?
• O sofrimento nessas situações limite questionam o modo de vida que eu levo?

Imagem 2 - Família assolada pela fome.

Fonte: (BRASIL DE FATO, 2020)

AULA 2 (aula expositiva): RODA DE DIÁLOGO - CARTOGRAFIAS COTIDIANAS


Observação: As próximas aulas que compõem este planejamento (AULA 2, AULA 3, AULA 4 E AULA
5) reproduzem na íntegra (com pequenas adaptações) uma proposta de roda de diálogo idealizada por
Shirlei Rezende Sales e publicada no Cadernos temáticos: juventude brasileira e ensino médio -
Propostas de Rodas de Diálogo: Atividades e Oficinas (Disponível em:
https://observatoriodajuventude.ufmg.br/wp-content/uploads/2021/07/Caderno-14-Propostas-de-
Rodas-de-Dialogo-Atividades-e-Oficinas-1.pdf).

Tema: Juventude no território.


Área do conhecimento: Linguagem, Códigos e suas Tecnologias; Ciências Humanas e suas
Tecnologias; Ciências Naturais, Geografia, Expressão Gráfica, História e Memória.

65
Área temática: Juventude e Território.
Público: Estudante do Ensino Médio.
Objetivo: Trabalhar a temática do território, refletindo com os jovens sobre os espaços onde eles
vivem, circulam e sobre lugares que eles gostariam de conhecer no território. A atividade propõe a
reflexão sobre os trajetos, rotas e apropriações dos espaços coletivos pelos sujeitos, investindo na
troca subjetiva entre os participantes e no compartilhamento de práticas que a escola normalmente
desconhece da vida dos jovens.

AULA 3 (aula prática)


Como será a roda:
1º momento/Exercício de observação do percurso da casa até a escola: Apresentar a
atividade e seus propósitos. Realizar um exercício de observação do percurso da casa até a escola: um
dia antes da atividade, solicitar que cada estudante observe atentamente o percurso que ele executa
da casa até a escola. Sugira que ele observe, por exemplo, a paisagem construída e a natural, as áreas
de comércio, áreas de lazer, marcos históricos, vistas, mirantes, sinalização, engenhos de publicidade,
áreas verdes, árvores, as pessoas que normalmente encontra no caminho, placas, estabelecimentos
comerciais, avisos, estátuas, igrejas, monumentos, enfim, elementos que sejam relevantes para revelar
o caminho percorrido diariamente.

2º momento/Exercício de mapa mental do percurso (em sala de aula): Individualmente, cada


estudante irá produzir, de forma livre, uma lista de lugares por onde ele passa, sendo esta o mais
minuciosa possível, com o objetivo de traçar, com palavras, seu caminho de casa até a escola,
apontando aspectos que lembram esse percurso. O importante aqui é buscar localizar na rotina
cotidiana desse trajeto, no lugar de um observador atento ao que é corriqueiro, pontos de identificação
que sejam pessoais, subjetivos e também referências coletivas, ou seja, relevantes para a coletividade.
Algumas perguntas norteadoras que podem ajudar nesse exercício de mapeamento: “Qual é o lugar
onde moro?”, “Quais elementos da paisagem me chamam a atenção por uma razão qualquer?”, “O que
eu observo ou posso observar?”, “Quais lugares frequento no percurso que faço da casa até a escola
ou o inverso?”, “Quais lugares eu frequento mais?”, “Quais eu gostaria de conhecer?”, “Quais eu
gostaria de ir mais?”, “Que meios de transporte eu uso para me locomover?”

AULA 4 (aula prática)


3º momento/Unir os mapas individuais, assinalar os espaços de lazer e sociabilidade e os
espaços que eles gostariam de conhecer: Assim que todos os estudantes finalizarem os seus
mapas, peça que se agrupem em quatro ou cinco pessoas, que discutam os seus mapas individuais
nos grupos e, após essa discussão, condensem, em um só mapa (em uma cartolina ou folha grande de
craft, podemos também usar os recursos digitais como powerpoint já que estamos falando de
preservação e redução de descartes na natureza), os percursos individuais, utilizando uma cor
diferente para cada pessoa. Importa, nesse momento, discutir os espaços que eles conhecem e não
conhecem na região. Caso haja pontos de intercessão, que eles sejam observados e assinalados
também. Peça que visualizem em conjunto o mapa, discutam sobre a localização de seus colegas e
façam um levantamento do que mais chamou a atenção em relação às localizações. Não é necessário
se preocupar com a escala real das distâncias e sim buscar incluir os elementos que são importantes
para cada um. Solicite que os participantes incluam nesse mapa mais dois parâmetros: 1. Os lugares
que o aluno frequenta na vida social, cultural, espaços de lazer; 2. Os lugares que ele não conhece na
região, mas gostaria de conhecer. Pode-se utilizar símbolos para marcar esses lugares no papel ou nos
slides.

66
4º momento/Apresentação: Assim que todos os grupos consolidarem os seus mapas, peça que o
apresentem para o restante da turma, destacando os pontos que foram observados pelo grupo. O
professor deve mediar as apresentações e estar atento para aspectos como: diversidade cultural,
assuntos de interesse comum, pontos de convergência e divergência nas escolhas, direito ao ir e vir e
ao acesso aos bens coletivos, bem como a indagação sobre circuitos mais e menos frequentados. O
mais importante é fazer com eles possam reconhecer o espaço onde vivem, compreendendo as
questões que interferem na sua vida cotidiana, se percebendo em relação ao território que habitam,
circulam e gostariam de conhecer, além de suscitar, também, a vontade de conhecimento e de trocas.

AULA 5 (Finalizando a roda de diálogo)


5º momento/Postagem e relato: Fazer um relato das conclusões alcançadas em casa grupo a
partir do mapa, fazer um registro fotográfico e postar na comunidade nas mídias sociais da escola,
comentando também como foi a experiência de produzir o mapa. O educador poderá reunir todos os
mapas e relatos e postar a atividade ou encaminhar a experiência para divulgação da SEE dando a
devida publicidade para a experiência pedagógica. (CORREA, p. 23-27).

− Sugestões: Caso haja possibilidade na escola, sugerimos que a turma escolha o lugar ou os
lugares que mais desejam conhecer e que se organize uma excursão, com um projeto de
estudo de campo e materiais de apoio. Outra atividade que se desdobrar da pesquisa
cartográfica e dos mapas é a criação de um jogo de tabuleiro ou de cartas sobre as
informações recolhidas nos mapas coletivos2.

SUGESTÃO DE DOCUMENTÁRIO:
→ Ilha das Flores (1989). Direção de Jorge Furtado.
Disponível em: https://youtu.be/Xxuei6Br6Fg.

RECURSOS:
Projetor multimídia; pincéis atômicos; conexão com a internet ou recorte textual impresso; celulares.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
A nossa atual Lei de diretrizes e bases da educação nacional (LDB) preconiza em seu artigo 3º § 3 um
pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas e é dentro deste contexto que a avaliação deve ser
entendida3. Partindo desse pressuposto pedagógico, o professor irá construir estratégias de avaliação
de forma colaborativa com os seus estudantes. Poderá assim alternar formas distintas de avaliação
uma vez que as propostas dos temas de estudos são amplas (interdisciplinares e transdisciplinares).
Em uma perspectiva de avaliação diagnóstica, o professor ou os professores, precisariam levantar o
saber prévio dos estudantes relacionado a um problema que a maioria deles tem consciência que o
problema da fome e desperdício de alimentos. O google formulários é uma preciosa ferramenta para
mensurar esses dados quantificando, por exemplo, como é a dinâmica de desperdício de alimentos em
casa. Para título de exemplo, uma pergunta norteadora do formulário poderia ser: consumo toda a
refeição que coloco em meu prato ou sempre desperdiço? E na escola?

_____________________________________
2
Como fechamento da atividade, sugerimos também que o grupo assista o vídeo disponível em:
http://www.emdialoogo.uff.br/content/juventude-rural-identidade#comment-5021. Outra referência é o trabalho
que o coletivo artístico Poro realizou em Brasília, para se pensar o território dessa cidade com intervenções.
Disponível em: http://www.emdialogo.uff.br/content/coletivo-artistico-poro-discute-o-territorio-e-propoe-outros-
setores-para-brasilia
3
LDB : Lei de diretrizes e bases da educação nacional. – Brasília : Senado Federal, Coordenação de Edições
Técnicas, 2017.

67
Depois das refeições descarto os alimentos que sobram em qualquer lugar? Desperdiço muita comida?
É comum encontrar no ambiente escolar, colheres, garfos e pratos espalhados (jogados) dentro do
próprio espaço escolar. Em uma perspectiva formativa é fundamental que os estudantes desenvolvam
uma consciência de responsabilidade para aquilo que estão usando. O prato, a colher, o garfo que são
jogados às vezes em qualquer lugar demonstram desrespeito para com o próximo (no caso, as
auxiliares de serviços gerais) que terão depois de recolher todos esses objetos espalhados por toda a
escola. É um momento propício também para questionar a forma com que me relaciono com o que me
alimento e perceber as consequências éticas que esse ato traz consigo. Por fim, em uma perspectiva
de avaliação somativa o professor precisará juntamente com os professores de outros componentes
curriculares construir estratégias pedagógicas para solidificar os referidos temas de estudo em uma
avaliação bimestral. O mais importante é que é a dinâmica que irá sendo construída ao longo das aulas
é que determinará muitas formas em que se poderá avaliar os estudantes. Portanto, não se trata de
nada fixo, mas formas de avaliação bastante flexíveis onde a assimilação se dará aos poucos. Com o
passar do tempo e refletindo depois os resultados que serão obtidos com essas propostas pedagógicas
os temas de estudo poderão tornar-se em um projeto pedagógico constante da escola que poderá
inclusive ajudar outros estabelecimentos de ensino a adaptarem-se para usar em outros contextos
escolares.

68
ATIVIDADES
CONSUMO CONSCIENTE
O texto a seguir discute como as relações de consumo podem ser inspiradas no desejo de conciliar
satisfações pessoais e sustentabilidade, considerando aspectos econômicos, sociais e ambientais.

“A humanidade já consome 30% mais recursos naturais do que a capacidade de renovação


da Terra. Se os padrões de consumo e produção se mantiverem no atual patamar, em
menos de 50 anos serão necessários dois planetas Terra para atender as nossas
necessidades de água, energia e alimentos. Não é preciso dizer que esta situação
certamente ameaçará a vida no planeta, inclusive da própria humanidade. [...]
O consumidor consciente é aquele que leva em conta, ao escolher os produtos que compra,
o meio ambiente, a saúde humana e animal, as relações justas de trabalho, além de
questões como preço e marca.
O consumidor consciente sabe que pode ser um agente transformador da sociedade por
meio do seu ato de consumo. Sabe que os atos de consumo têm impacto e que, mesmo
um único indivíduo, ao longo de sua vida, produzirá um impacto significativo na sociedade
e no meio ambiente.
Por meio de cada ato de consumo, o consumidor consciente busca o equilíbrio entre a sua
satisfação pessoal e a sustentabilidade, maximizando as consequências positivas e
minimizando as negativas de suas escolhas de consumo, não só para si mesmo, mas
também para as relações sociais, a economia e a natureza.
O consumidor consciente também procura disseminar o conceito e a prática do consumo
consciente, fazendo com que pequenos gestos realizados por um número muito grande de
pessoas promovam grandes transformações.
Além disso, o consumidor consciente valoriza as iniciativas de responsabilidade
socioambiental das empresas, dando preferência às companhias que mais se empenham na
construção da sustentabilidade por meio de suas práticas cotidianas.
O consumidor consciente pode ser praticamente no dia a dia, por meio de gestos simples
que levem em conta os impactos da compra, uso ou descarte de produtos ou serviços, ou
pela escolha das empresas da qual comprar, em função de seu compromisso com o
desenvolvimento socioambiental.”
(MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. O que é consumo consciente? Quem é o consumidor consciente?)
Disponível em: https://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/producao-e-consumo-
sustentavel/consumo-consciente-de-embalagem/quem-e-o-consumidor-consciente.html. Acesso em: 20 fev.
2020.

Questões

1 − Com base na leitura do texto, explique de que maneira cada pessoa pode ser um agente
transformador e contribuir para a sustentabilidade do planeta.

2 − Liste em seu caderno dez hábitos que você poderia adotar em seu dia a dia com o objetivo de se
tornar um consumidor mais consciente. Em seguida, destaque na lista aqueles que ainda não pratica e
pense em uma forma de incorporá-los à sua rotina.

3 − Leia o texto a seguir e responda às questões.

69
“O programa da sociedade de crescimento não é outro se não o da modernidade, ou seja,
a maior felicidade para o maior número. Ele foi formulado quase simultaneamente por
toda uma série de pensadores da Europa iluminista, de Cesare Beccaria a Jeremy
Bentham. Com efeito, como assinala o filósofo e teólogo protestante Jacques Ellul nos
anos 1970: ‘A ideologia da felicidade exige um crescimento de consumo de bem-estar,
criando o terreno favorável para a eclosão de novas necessidades. [...] Mas quanto mais
aumenta o consumo, mais a ideologia da felicidade deve ser poderosa para preencher o
vazio do absurdo do ciclo iniciado. A via de acesso à felicidade é a do bem-estar, e
somente a dele.’ Ora, estamos assistindo à falência dessa felicidade quantificada e,
portanto, ao desmoronamento de um dos pilares imaginários da sociedade ocidental hoje
globalizada.” (LATOUCHE, S. Convivialidade e decrescimento. Cadernos IHU ideias, São
Leopoldo, n. 166, 2012. p. 3.)
a) O que o autor quer dizer com “felicidade quantificada”?
b) Para você, é necessário colocar em xeque os fundamentos da sociedade de crescimento para
inventar outras concepções de felicidade? Justifique.

4 − Com base no texto a seguir, responda: é possível conciliar consumo e hábitos sustentáveis?
“Também o consumo muda de figura ao longo do tempo. [...] atualmente, as empresas
hegemônicas produzem o consumidor antes mesmo de produzir os produtos. Um dado
essencial do entendimento do consumo é que a produção do consumidor, hoje, precede à
produção dos bens e dos serviços. Então, [...], a chamada autonomia da produção cede
lugar ao despotismo do consumo. Daí, o império da informação e da publicidade. Tal
remédio teria 1% de medicina e 99% de publicidade, mas todas as coisas no comércio
acabam por ter essa composição: publicidade + materialidade; publicidade + serviços, e
esse é o caso de tantas mercadorias cuja circulação é fundada numa propaganda
insistente e frequentemente enganosa.” (SANTOS, M. Por uma outra globalização: do
pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000).

Imagem 3 - Dia do Consumo Consciente.

Fonte: (EKOS BRASIL, 2020)

Para conhecer melhor o tema deste planejamento consulte o Manual de Educação para o Consumo
Sustentável (Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao8.pdf).

70
REFERÊNCIAS
BANDEIRA, M. Poesias completas. 4ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1986.
CONSUMO SUSTENTÁVEL: Manual de educação. Brasília: Consumers International/ MMA/ MEC/
IDEC, 2005. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao8.pdf. Acesso em: 24
maio. 2023.
CORREA, Licinia Maria; ALVES, Maria Zenaide; LINHARES, Carla (Org.). Cadernos temáticos:
juventude brasileira e Ensino Médio. - Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014. volume 14.
CORTINA, Adela; MARTÍNEZ, Emilio. Ética. Tradução de Silvana Cobucci Leite. 3ª ed. Edições Loyola:
São Paulo, 2005.
DAYRELL, Juarez (Org.) Por uma pedagogia das juventudes: experiências educativas no
Observatório da Juventude da UFMG. - Belo Horizonte: Mazza Edições, 2016.
GALLO, Sílvio. Metodologia do ensino de filosofia: uma didática para o ensino médio.
Campinas, SP: Papirus, 2012.
GONÇALVES DE JESUS, Josimar; HOFFMANN, Rodolfo. Desigualdade, insegurança alimentar e fome no
Brasil. Jornal da USP, São Paulo, 08 fev. 2023. Disponível em:
https://jornal.usp.br/artigos/desigualdade-inseguranca-alimentar-e-fome-no-brasil/. Acesso em: 24
maio. 2023.
GUIMARÃES, Renato. Ilha das Flores: o que aprendemos sobre o lixo e humanidade com o melhor
curta metragem de todos os tempos. Conexão Planeta, [s. l.], 6 maio. 2019. Disponível em:
https://conexaoplaneta.com.br/blog/ilha-das-flores-o-que-aprendemos-sobre-lixo-com-o-melhor-curta-
metragem-de-todos-os-tempos/. Acesso em: 24 maio. 2023.
ILHA das flores (HiDef/Filme Completo/Português). [s. l.: s. n.], 30 maio. 2021. 1 vídeo (13min).
Publicado pelo canal Figura2000. Disponível em: https://youtu.be/Xxuei6Br6Fg. Acesso em: 24 maio.
2023.
LANA, Cibele. Dia do Consumo Consciente: entenda e calcule sua pegada ecológica. Ekos Brasil, São
Paulo – SP, 15 out. 2020. Disponível em: https://www.ekosbrasil.org/dia-do-consumo-consciente-
entenda-e-calcule-sua-pegada-ecologica/. Acesso em: 24 maio. 2023.
LATOUCHE, S. Convivialidade e decrescimento. Cadernos IHU ideias, São Leopoldo, n. 166, 2012.
LDB : Lei de diretrizes e bases da educação nacional. Brasília : Senado Federal, Coordenação de
Edições Técnicas, 2017.
MARCONDES, Danilo. Textos básicos de ética. 3ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.],
2022. Disponível em: https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%
ADculo%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 09 fev.
2023.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. O que é consumo consciente? Quem é o consumidor consciente?)
Disponível em: https://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/producao-e-consumo-
sustentavel/consumo-consciente-de-embalagem/quem-e-o-consumidor-consciente.html. Acesso em: 20
fev. 2020.
PALFREY, John. Nascidos na era digital: entendendo a primeira geração de nativos digitais.
Tradução Magda França Lopes; revisão técnica: Paulo Gileno Cysneiros. Porto Alegre: Grupo A, 2011.
SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal . Rio de Janeiro:
Record, 2000

71
SAVATER, Fernando. As perguntas da vida. Tradução Monica Stahel. São Paulo: Martins Fontes,
2001.
SIBILIA, Paula. Redes ou paredes: a escola em tempos de dispersão. Tradução Vera Ribeiro. -
Rio de Janeiro: Contraponto, 2012.
SUDRÉ, Lu. "Se nada for feito, voltamos ao Mapa da Fome", diz diretor da ONU sobre Brasil: Dados
recentes da ONU ainda não enquadram o país na lista, mas segundo Daniel Balaban, a perspectiva é
negativa. Brasil de Fato, São Paulo – SP, 14 jul. 2020. Disponível em:
https://www.brasildefato.com.br/2020/07/14/se-nada-for-feito-voltamos-ao-mapa-da-fome-diz-diretor-
da-onu-sobre-brasil. Acesso em: 24 maio. 2023.
RAMOS BRAICK, Patrícia et al. Moderna Plus: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. v. Natureza
em Transformação. São Paulo: MODERNA, 2020.

72
MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS – MAPA
REFERÊNCIA
2023

Sociologia Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
Competência Específica 02: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e
espaços, mediante a compreensão dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais geradores de
conflito e negociação, desigualdade e igualdade, exclusão e inclusão e de situações que envolvam o
exercício arbitrário do poder.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

O campo e a cidade: as análises (EM13CHS201) Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações,


sociais sobre os fenômenos das mercadorias e do capital nos diversos continentes, com destaque
sociais que ocorrem no campo e para a mobilidade e a fixação de pessoas, grupos humanos e povos,
no espaço urbano. em função de eventos naturais, políticos, econômicos, sociais e
culturais.
A influência da política de
Estado na ocupação de espaços (EM13CHS205) Analisar a produção de diferentes territorialidades em
urbanos e rurais. suas dimensões culturais, econômicas, ambientais, políticas e sociais,
no Brasil e no mundo contemporâneo, com destaque para as culturas
A relação entre desigualdade juvenis.
social, os processos políticos e
econômicos que excluem as (EM13CHS206) Compreender e aplicar os princípios de localização,
pessoas do campo. distribuição, ordem, extensão, conexão, entre outros, relacionados
com o raciocínio geográfico, na análise da ocupação humana e da
produção do espaço em diferentes tempos.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: As relações entre a cidade e o campo.
DURAÇÃO: 2 aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Professor(a), ao apresentar, estudar e trabalhar esse tema, proporcione aos estudantes um conhecimento
objetivo, reflexivo e crítico sobre o campo e a cidade, orientando-os para que estabeleçam uma relação do
que estão estudando sobre “o campo e a cidade” com a realidade atual da zona rural (campo) com a zona
urbana.
Introduza uma explicação dialógica que possibilite e oportunize também aos estudantes um estudo e
análise da formação dos territórios e fronteiras nos diferentes tempos e espaços.
Depois oriente-os para a reflexão sobre os processos sociais, políticos, econômicos e culturais,
oportunizando aos estudantes identificarem e entenderem que os conflitos, a desigualdade e igualdade, a
exclusão e inclusão que ocorreram e ocorrem nesse espaço são resultados da relação que a sociedade
desenvolveu e estruturou para o campo e a cidade.

73
B) DESENVOLVIMENTO:
AULA 1
Caro(a) professor(a) conduza o processo de aprendizagem possibilitando aos estudantes a leitura,
entendimento e reflexão sobre o campo e a cidade, realizando análises sociais sobre os fenômenos
sociais que ocorrem no campo e no espaço urbano identificando a relação entre o desenvolvimento do
campo e da cidade, estabelecendo uma reflexão crítica e contextualizada da vida no campo e na
cidade.
Continuando, é necessário e importante que você professor(a) oportunize aos estudantes um ambiente
em que possam estudar e refletir de forma ampla a diferenciação das ações políticas adotadas e
vivenciadas no campo e na cidade, como responsável pela enorme desigualdade social existente entre
a população rural e urbana.
Para isso, use, leia, dialogue e faça as intervenções e ponderações necessárias, usando e estudando
com os estudantes o texto “As relações entre a cidade e o campo”, e dando continuidade, oriente-os e
os dividam em duplas para que possam realizar a tarefa interativa proposta abaixo.

Texto

AS RELAÇÕES ENTRE A CIDADE E O CAMPO


Luana Caroline Kunast Polon

Enquanto cidade e campo são formas concretas, materialização de um modo de vida, urbano e
rural são representações sociais. Apesar de serem comumente tratados como sinônimos, os
conceitos de rural e campo, urbano e cidade, possuem diferenças em suas conceituações.
Historicamente a relação entre cidade e campo é vista por meio da divisão do trabalho em:
intelectual e manual, de modo que na cidade é beneficiado o produto oriundo do campo. Como
cidade no Brasil entendem-se os perímetros urbanos das sedes municipais, territórios e
populações considerados urbanizados. A cidade é o centro da organização social e econômica,
portanto, nela estão concentrados os principais serviços e produtos que são consumidos tanto
pela população da própria cidade, quanto pela população do campo, a qual não consegue
produzir tudo aquilo de que necessita.
Desta forma, a cidade pressupõe sedentarismo e uma hierarquia sócio-espacial. Conforme
Paul Singer (1993), “a cidade é o modo de organização (sócio)espacial que permite à classe
dominante maximizar a extração regular de um mais-produto do campo e transformá-lo em
garantia alimentar para sua sustentação e de um exército que garanta a regularidade dessa
dominação e extração” (MONTE-MÓR, 2006, p. 07). A cidade não apenas controla e
comercializa a produção do campo, mas também passa a transformá-la e agregar valor à esta,
expandindo sua esfera de dominação. O campo, que até então era praticamente
autossuficiente, se vê dependente da cidade, em alguns casos, até para compra de produtos
básicos de vida, como alimentos. Assim, tem-se a subordinação do campo em relação à
cidade.
Durante as décadas, a crescente industrialização, fez com que muitas pessoas deixassem o
campo e migrassem para as cidades. Este fenômeno é conhecido como ÊXODO RURAL, e
produz profundas consequências na organização urbana. No Brasil, este teve maior relevância
entre os anos de 1960-1980, quando muitas pessoas deixaram o campo, deslocando-se para as
cidades em busca de empregos nas fábricas. Com o avanço no meio técnico, a mão-de-obra no
campo foi substituída pelos maquinários, expulsando as pessoas da terra, causando um
inchaço urbano.

74
Na cidade, o produto do campo é transformado nas fábricas e, posteriormente, revendido aos
consumidores. “A indústria impõe à cidade sua lógica centrada na produção e o espaço da
cidade organizado como lócus privilegiado do excedente econômico, do poder político e da
festa cultural, legitimado como obra e regido pelo valor de uso coletivo, passa a ser privatizado
e subordinado ao valor de troca” (MONTE-MÓR, 2006, p. 09). Assim, os produtos deixam de
possuir seu valor original, de uso, e passam a ser valorizados pelo custo de troca. Neste
processo, o “homem do campo” se torna mais uma vez subordinado à fábrica, pois vê sua
produção ser transformada e acrescida de valor.
A configuração do espaço brasileiro passou por profundas transformações a partir da segunda
metade do século XX, o que culminou tanto em pontos positivos, quanto em profundos
problemas. Dentre os pontos positivos desse processo estão “a queda da mortalidade infantil
(que passou da taxa de 150 mortes para cada mil nascidos vivos em 1940 para 29,6 em 2000),
o aumento da expectativa de vida (40,7 anos de vida média em 1940 para 70,5 em 2000), a
queda da taxa de fertilidade (6,16 filhos por mulher em idade fértil em 1940 para 2,38 em
2000) e o nível de escolaridade (55,9% de analfabetos em 1940 para 13,6% em 2000). Foi
notável também a ampliação do saneamento e a ampliação da coleta de lixo domiciliar, mas
apesar da melhora referida, alguns desses indicadores ainda deixam muito a desejar”
(MARICATO, 2005, p. 01).
Há também diversos desafios impostos ao urbano, como a dependência das pessoas em
relação à cidade. As pessoas que antes obtinham seu sustento com base nas atividades do
campo, agora são forçadas a se submeterem às atividades industriais. Antes consumiam o
produto do seu trabalho, agora o dinheiro intermedia a compra dos produtos necessários. Além
disso, a questão fundiária é um grande problema do urbano, já que existe uma inadequada
distribuição das populações no território brasileiro, havendo uma maior proporção de pessoas
por quilômetro quadrado na região Sudeste do país. Um dos mais complexos desafios diz
respeito à mobilidade urbana, uma vez que o uso de automóveis particulares foi disseminado
(sociedade de consumo), em detrimento ao uso de transporte público.
Ainda, a especulação imobiliária tornou-se um entrave ao dinamismo do urbano, já que o
inchaço das cidades ocasiona a especulação imobiliária, quando as áreas mais centrais são
valorizadas em detrimento das periféricas. Assim, as populações de baixa renda são
comumente expulsas para as regiões mais marginais.
Um outro problema bastante conhecido é o fenômeno que ficou conhecido como favelização,
quando há a valorização de algumas áreas, as pessoas “expulsas” de suas casas são “forçadas”
aos espaços inadequados e até ilegais para moradia. As questões ambientais são problemas
que afetam igualmente o urbano, com problemas como as ocupações indevidas (encostas de
morros, áreas de preservação, etc.), a dificuldade de escoamento das águas (compactação dos
solos, asfaltamento), a poluição (sonora, visual, lixo, etc.), a falta de acesso ao saneamento
básico e ainda as enchentes, enxurradas, ilhas de calor, etc. Em relação aos problemas do
urbano, Ermínia Maricato defende que o primeiro passo para a mudança é a construção de
projetos de longo prazo que incluam mudanças nos transportes e a revisão do uso e ocupação
do solo. A revisão sobre uso e ocupação do solo se baseia em controlar a especulação e incluir
as populações que são marginalizadas.
Fonte: POLON, Caroline Kunast. As relações entre cidade e campo. Brasil Escola.
Disponível em: https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/geografia/as-relacoes-entre-cidade-campo.htm.

75
Orientações:
− Organizem-se em 03 fileiras, formando duplas
− Leiam, dialoguem e consultem o texto
− A atividade deverá ser respondida pelos dois estudantes em seus respectivos cadernos
− A correção será feita de forma interativa, na próxima aula.

Atividades
1) Consulte o texto e assinale a alternativa que completa corretamente a frase abaixo:
“...impôs à cidade sua lógica centrada na produção e o espaço da cidade organizado como lócus
privilegiado do excedente econômico, do poder político e da festa cultural.”
a) O êxodo rural.
b) O inchaço urbano.
c) O avanço técnico.
d) O sedentarismo.
e) A indústria.

2) Explique como é vista historicamente a relação entre cidade e campo, na visão autora do texto.

3) Atualmente é um grande entrave ao dinamismo urbano, já que o inchaço das cidades ocasiona a
especulação fazendo com que as áreas mais centrais sejam muito valorizadas em detrimento das
periféricas.
a) o crescimento populacional
b) a especulação imobiliária
c) o êxodo rural
d) a industrialização moderna
e) a expansão comercial

4) No Brasil ____ _________ correspondem aos perímetros das sedes municipais, territórios e
populações considerados urbanizados.
a) as metrópoles
b) os campos
c) as cidades
d) a região industrial
e) o centro comercial

5) Cite 2 pontos positivos das transformações ocorridas no espaço brasileiro na segunda metade do
século XX.

6) Complete:
O ________ ____________ produziu profundas consequências na organização urbana, pois a
crescente ____________, fez com que muitas pessoas deixassem o _______ e migrassem para as
cidades, ampliando o fato de que antes o campo era autossuficiente e com isso passou a ser
dependente da _________, principalmente para compra de produtos
__________ ______ _______________. (consulte os parágrafos 3 e 4)

76
7) Quais são os problemas que a favelização (ocupação de espaços inadequados e até ilegais) causam
ao espaço urbano e à população?

8) Cite duas consequências que o avanço no meio técnico causou ao meio rural, ao campo.

RECURSOS:
Sala de aula, quadro, xerox do texto e da atividade, caderno, caneta, lápis e borracha.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
O(a) professor(a) deverá avaliar a realização e correção da atividade sobre o conteúdo estudado.

Aula 2

O(a) professor(a) deve fazer uma breve explicação, retomando o assunto e tudo o que foi tratado e
iniciado na aula anterior. Depois, informar e orientar os estudantes de que a correção da atividade será
feita de forma interativa com a participação de alguns estudantes, que deverão ler a pergunta e anotar
a resposta no quadro, participando e compartilhando com toda a turma as respostas corretas da
atividade.

Dando continuidade, o(a) professor(a) fará o convite a alguns estudantes para que leiam e anotem no
quadro a resposta da pergunta que foi convidado a responder. E durante essa correção será a
oportunidade do(a) professor(a) esclarecer, destacar e enfatizar os pontos centrais sobre a cidade e o
campo.

Finalizando, o(a) professor(a) deve fazer sua análise final do assunto e do processo sobre como foi
trabalhado e desenvolvido o tema, oportunizando aos estudantes a desejarem um momento para
compartilhar com a turma o seu ponto de vista sobre a questão do campo e da cidade no contexto
atual.

RECURSOS:
Sala de aula, quadro, pincel.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
O(A) professor(a) deverá avaliar a participação e dedicação dos estudantes durante a correção da
atividade, motivando-os a verificarem suas respostas e esclarecerem suas dúvidas.

77
ATIVIDADES
1 − (Enem)
Texto I
Ao se emanciparem da tutela senhorial, muitos camponeses foram desligados legalmente da antiga
terra. Deveriam pagar, para adquirir propriedade ou arrendamento. Por não possuírem recursos,
engrossaram a camada cada vez maior de jornaleiros e trabalhadores volantes, outros, mesmo tendo
propriedade sobre um pequeno lote, suplementavam sua existência com o assalariamento esporádico.
MACHADO, P. P. Política e colonização no Império. Porto Alegre: EdUFRGS, 1999 (adaptado).

Texto II

Com a globalização da economia ampliou-se a hegemonia do modelo de desenvolvimento


agropecuário, com seus padrões tecnológicos, caracterizando o agronegócio. Essa nova face da
agricultura capitalista também mudou a forma de controle e exploração da terra. Ampliou-se, assim, a
ocupação de áreas agricultáveis e as fronteiras agrícolas se estenderam.
SADER, E.; JINKINGS, I. Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do Caribe. São Paulo: Boitempo, 2006 (adaptado).

Os textos demonstram que, tanto na Europa do século XIX quanto no contexto latino-americano do
século XXI, as alterações tecnológicas vivenciadas no campo interferem na vida das populações locais,
pois:

a) induzem os jovens ao estudo nas grandes cidades, causando o êxodo rural, uma vez que
formados, não retornam à sua região de origem.
b) impulsionam as populações locais a buscar linhas de financiamento estatal com o objetivo de
ampliar a agricultura familiar, garantindo sua fixação no campo.
c) ampliam o protagonismo do Estado, possibilitando a grupos econômicos ruralistas produzir e
impor políticas agrícolas, ampliando o controle que tinham dos mercados.
d) aumentam a produção e a produtividade de determinadas culturas em função da intensificação
da mecanização, do uso de agrotóxicos e cultivo de plantas transgênicas.
e) desorganizam o modo tradicional de vida impelindo-as à busca por melhores condições no
espaço urbano ou em outros países em situações muitas vezes precárias.

2 − (UFPB) A urbanização brasileira intensificou-se a partir dos anos de 1960, atingindo mais de 85%
no último censo demográfico realizado em 2010. Em contrapartida, a população rural vem caindo a
cada censo demográfico realizado, e o Brasil passa a ser cada vez mais urbano e menos rural.
Com base nessas informações e na literatura sobre o assunto, identifique as afirmativas corretas:

I. Os serviços essenciais, como escolas e hospitais, estão concentrados na zona urbana,


contribuindo para o êxodo rural e o inchamento das cidades.
II. O êxodo rural vem aumentando ultimamente, implicando a falta de mão de obra no campo e a
consequente diminuição da produção agrícola brasileira.
III. A mecanização da agricultura é homogênea em todas as regiões do Brasil, implicando o êxodo
rural e a consequente urbanização.
IV. As cidades brasileiras, em geral, não estão preparadas para receber um grande contingente de
população rural, acarretando a falta e a escassez de serviços básicos, como escola, moradia e
leitos hospitalares.
Estão corretas apenas as afirmativas:

78
a) I e II.
b) I e IV.
c) I, II e III.
d) I, II e IV.
e) I, III e IV.

79
REFERÊNCIAS
CARLOS, Ana Fani Alessandri. O Espaço Urbano: Novos Escritos sobre a Cidade. São Paulo: Labur
Edições, 2007.
CORRÊA, Roberto Lobato. O espaço urbano. 3ª Ed. São Paulo: Ática, 1995.
LEFEBVRE, Henry. O direito à cidade. São Paulo: Moraes, 1991.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.],
2022. Disponível em: https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%
ADculo%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 05 abr. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://drive.google.com/file/d/1I8T4Cody3pUScohWX4aQVGipgyWLKK8g/view. Acesso em: 05 abr.
2023.
MONTE-MÓR. Roberto L. de Melo. O que é o urbano, no mundo contemporâneo. Belo Horizonte:
UFMG/Cedeplar, 2006.
NAVARRO, Zander. Desenvolvimento rural no Brasil: os limites do passado e os caminhos do
futuro. Estudos Avançados, São Paulo, v. 16, n. 43, dez. 2001.
POLON, Caroline Kunast. As relações entre cidade e campo. Brasil Escola. [s. l.], [2023]. disponível
em: https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/geografia/as-relacoes-entre-cidade-campo.htm. Acesso
em: 29 abr. 2023.
SANTOS, Milton. A Urbanização Brasileira. SP, Hucitec, 1993.
VEIGA, José Eli da. Nem tudo é urbano. In: Ciência e Cultura, V. 52, nº 2. São Paulo. Abr/Jun,
2004.

80
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
Competência Específica 02: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e
espaços, mediante a compreensão dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais geradores
de conflito e negociação, desigualdade e igualdade, exclusão e inclusão e de situações que envolvam
o exercício arbitrário do poder.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

Os interesses e agentes (EM13CHS203) Contrapor os diversos significados de território, fronteiras


envolvidos na dinâmica e vazio (espacial, temporal e cultural) em diferentes sociedades,
social na cidade e no contextualizando e relativizando visões dualistas como
campo. civilização/barbárie, nomadismo/sedentarismo e cidade/campo, entre
outras.
As disputas acerca do
uso e ocupação de (EM13CHS204) Comparar e avaliar os processos de ocupação do espaço
territórios. e a formação de territórios, territorialidades e fronteiras, identificando o
papel de diferentes agentes (como grupos sociais e culturais, impérios,
Estados Nacionais e organismos internacionais) e considerando os
conflitos populacionais (internos e externos), a diversidade étnico-cultural
e as características socioeconômicas, políticas e tecnológicas.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Os problemas sociais no campo brasileiro.
DURAÇÃO: 01 aula.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Professor(a), apresente e proponha o estudo dos problemas sociais no campo brasileiro estabelecendo
uma correlação com a conjuntura social da nossa sociedade.
Desenvolva uma abordagem explicativa que estimule os estudantes a pensarem de forma crítica e
reflexiva sobre a como era é a vida no campo, estabelecendo uma comparação com a vida na cidade,
e depois oriente-os a refletirem e analisarem como a cidade acaba contribuindo para o aumento dos
problemas sociais no campo.
E, para concluir, proponha e possibilite que os estudantes contraponham os diversos significados de
território, fronteiras das diferentes sociedades, contextualizando e relativizando as visões sobre o
campo e a cidade, como as mudanças e interferências causadas pela modernização e industrialização
nessa zona rural.

B) DESENVOLVIMENTO:
Inicialmente, o(a) professor(a) deve retomar o que foi estudado, abordado e trabalhado na aula
anterior, fazendo uma ligação e estabelecendo a devida sequência da compreensão do campo e da
cidade, enfatizando agora os problemas sociais do campo, comparar e avaliar os processos de
ocupação do espaço e a formação de territórios, identificando o papel de diferentes agentes (como
grupos sociais e culturais, impérios, Estados Nacionais e organismos internacionais) e considerando os
conflitos populacionais (internos e externos).
Depois, avançando e aprofundando o processo de análise e estudo, o(a) professor(a) deve apresentar
e convidar os estudantes para pensarem, estudarem e refletirem sobre a diversidade étnico-cultural e
as características socioeconômicas, políticas e tecnológicas existentes no campo e percorrendo o
estudo sobre os interesses e agentes envolvidos na dinâmica social na cidade e no campo utilizando o
conhecimento, as informações e ideias que já possuem.

81
Professor(a), motive, desperte e oriente os estudantes a estudarem fazendo uma leitura reflexiva e
crítica identificando os reais interesses que orientam a organização, administração e estruturação social
tanto na cidade quanto no campo.
E como fonte de informação, leitura e desenvolvimento desse conhecimento e habilidades, o(a)
professor(a) deve usar do texto “Os problemas sociais no campo brasileiro” e também do vídeo “Zona
rural e zona urbana” disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=busC85J8dAk, tendo a
oportunidade de desenvolver uma aula interdisciplinar entre as áreas da Sociologia e da Geografia.

Os problemas sociais no campo brasileiro


Wagner de Cerqueira

"Os problemas no campo brasileiro se arrastam há centenas de anos. A distribuição desigual


de terras desencadeia uma série de conflitos no meio rural. Essa questão teve início durante a
década de 1530, com a criação das capitanias hereditárias e o sistema de sesmarias, no qual
a Coroa portuguesa distribuía terrenos para quem tivesse condições para produzir, desde que
fosse pago um sexto da produção para a Coroa.
Com isso, poucas pessoas adquiriram grandes extensões de terra, estabelecendo diversos
latifúndios no país. Algumas famílias concentraram grandes propriedades rurais, e os
camponeses passaram a trabalhar como empregados para os detentores de terra. Contudo, a
violência no campo se intensificou com a independência do Brasil, em 1822, quando a
demarcação de imóveis rurais ocorreu através da lei do mais forte, provocando vários
assassinatos.
Outro artifício muito utilizado e que desencadeia uma série de conflitos é a grilagem. Esse
método é destinado à falsificação de documentos de posse da terra, em que os grileiros
colocam documentos falsos em caixas fechadas com grilos até que os papéis fiquem com
aparência de envelhecidos. Posteriormente, o imóvel é vendido por meio desse documento
falso, ocasionando a expulsão do proprietário, que normalmente é um pequeno agricultor.
Além desses fatores que beneficiam os grandes detentores de terra, outro problema é a atual
organização da produção agrícola. A mecanização e a utilização massiva de tecnologia no
campo têm forçado os pequenos produtores a venderem suas propriedades e trabalharem
como empregados ou migrarem para as cidades, visto que muitos deles não conseguem
mecanizar sua produção, fato que resulta no baixo rendimento, o que os coloca em
desvantagem no mercado.

82
Diante desse cenário de concentração fundiária, vários movimentos sociais foram criados com
o intuito de reverter esse quadro. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST),
por exemplo, reivindica a realização da reforma agrária, ocupando latifúndios como forma de
pressionar o governo. No entanto, essas ocupações nem sempre são solucionadas de forma
pacífica, desencadeando conflitos no campo.
Outros problemas no campo são a utilização de mão de obra infantil e a exploração do
trabalhador. Apesar da abolição da escravatura ter ocorrido em 1888, o Brasil ainda registra
denúncias de trabalho escravo. Proprietários de algumas fazendas contratam funcionários,
que são obrigados a custear a viagem, alimentação, estadia, etc. Sendo assim, o trabalhador,
antes mesmo de iniciar as atividades, já está endividado, sendo obrigado a trabalhar para
quitar todo o “investimento” do patrão.
Portanto, é necessário que políticas públicas sejam desenvolvidas para solucionar esses
problemas, de forma a reduzir a desigualdade no campo, fiscalizar as condições de trabalho,
além de oferecer subsídios para os pequenos produtores rurais.

Fonte: FRNACISCO, 2023.

RECURSOS:
Quadro, sala de aula, pincel, cópia, caderno, lápis, borracha.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
O(A) professor(a) irá avaliar a atividade elaborada e respondida pela dupla, podendo assim verificar o
que foi assimilado, como também o nível das perguntas e o comprometimento dos estudantes.

83
ATIVIDADES
Proposta de redação
OCUPAÇÃO URBANA DESORDENADA

Texto I
Após sua industrialização, o Brasil deparou com o inchamento das cidades com o êxodo
rural e a consequente queda na qualidade de vida dos indivíduos que residiam nesses
locais. Nesse contexto, formaram-se os maiores problemas vivenciados pelas grandes
metrópoles brasileiras: o crescimento horizontal desordenado, a invasão de áreas
protegidas, a ausência de planejamento e a precariedade das habitações, retratos da
realidade dos municípios populosos do Brasil e de todo o terceiro mundo.
A ocupação urbana promove o crescente desmatamento e a impermeabilização do solo.
O resultado disso se traduz no assoreamento de rios e córregos com a frequência ainda
maior de cheias e inundações, que atingem exatamente os estratos mais pobres da
população. O desajuste entre uma crescente população humana e os espaços
destinados a sua ocupação resultou em uma significativa pressão sobre o meio físico
urbano, tendo consequências variadas, tais como: poluição atmosférica, do solo, das
águas, enchentes, deslizamentos etc.
https://qualidadeonline.wordpress.com/2010/10/21/ocupacao-urbana-desenfreada-e-o-meio-ambiente/

Texto II

https://lh3.googleusercontent.com/-Gh7JPAwvQXQ/V-A_PGdFMII/AAAAAAAALkc/MMMXmZgjAYQ/s1600-
h/clip_image008%25255B3%25255D.jpg

Texto III
Quatro pessoas morrem após deslizamento de terra em São José dos Campos
Terra deslizou sobre casa na Zona Norte
Uma mulher, dois adolescentes e uma criança foram encontrados sem vida.Quatro
pessoas morreram, entre elas uma criança e dois adolescentes, após deslizamento de
terra atingir uma casa neste sábado (5) no bairro dos Freitas, na zona norte de São José
dos Campos. Uma jovem de 19 anos também ficou ferida. O caso aconteceu por volta
das 23h30, enquanto a família dormia na casa. De acordo com o Corpo de Bombeiros,
eles dormiam em um cômodo quando a encosta deslizou e caiu sobre o imóvel. O imóvel
estava em uma área de risco, segundo a Defesa Civil.

http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2016/03/quatro-pessoas-morrem-apos-deslizamento-
de-terra-em-sao-jose.html

84
Texto IV
(...) a rápida urbanização, associada à inexistência de planejamentos e crises
econômicas, provoca total desorganização no uso do solo, o que dá origem a bairros
sem nenhuma infraestrutura pelo preço da destruição de áreas verdes e rios, além de
provocar a saturação dos serviços públicos. As características marcantes da ocupação
desordenada são as favelas, a ocupação em morros e encostas, a ocupação nas
planícies fluviais (margens de córregos e rios) e periféricas. Já os processos de violência
e degradação ambiental, indicadores importantes da má qualidade de vida urbana, são
gerados principalmente a partir de assentamentos irregulares, como loteamentos
clandestinos e ocupação de áreas de risco.
http://sobretudo.ceilandia.com/?p=4926

A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de


sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua
portuguesa, sobre o tema: “A questão da ocupação urbana desordenada no Brasil”.
Apresente proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione,
organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de
seu ponto de vista.

Fonte: OCUPAÇÃO urbana desordenada - modelo ENEM. Redigir.


Disponível em: https://www.plataformaredigir.com.br/tema-redacao/ocupacao-urbana_redacao-enem.

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REFERÊNCIAS
FRANCISCO, Wagner de Cerqueira e. Os problemas sociais no campo brasileiro. Brasil escola. [s. l.],
[2023]. Disponível em https://brasilescola.uol.com.br/brasil/os-problemas-sociais-no-campo-
brasileiro.htm-. Acesso em: 26 abr. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.],
2022. Disponível em: https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%
ADculo%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 05 abr. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de Formação
e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://drive.google.com/file/d/1I8T4Cody3pUScohWX4aQVGipgyWLKK8g/view. Acesso em: 05 abr.
2023.
PRADO, A. et alli (2022). “A Cultura do Privilégio e sua imperativa superação pela cultura da
igualdade”. Resumo Executivo. Documento para discussão. Instituto Lula.
OCUPAÇÃO urbana desordenada - modelo ENEM. Redigir. [s. l.], [2021]. Disponível em:
https://www.plataformaredigir.com.br/tema-redacao/ocupacao-urbana_redacao-enem. Acesso em: 2
jun. 2023.
SANTOS, Milton. A Urbanização Brasileira. SP, Hucitec, 1993.
ZONA urbana e zona rural. [s . l.: s. n.], [2021], 1 vídeo (7 min) publicado pelo canal Educar sempre.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=busC85J8dAk. Acesso em: 2 jun. 2023.

86
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
Competência Específica 02: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e
espaços, mediante a compreensão dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais geradores
de conflito e negociação, desigualdade e igualdade, exclusão e inclusão e de situações que envolvam
o exercício arbitrário do poder.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

A importância dos movi- (EM13CHS203) Contrapor os diversos significados de território,


mentos sociais para a fronteiras e vazio (espacial, temporal e cultural) em diferentes
diminuição das desigual- sociedades, contextualizando e relativizando visões dualistas como
dades na ocupação da civilização/barbárie, nomadismo/sedentarismo e cidade/campo, entre
terra. outras.
A relação entre desi- (EM13CHS204) Comparar e avaliar os processos de ocupação do espaço
gualdade social, os e a formação de territórios, territorialidades e fronteiras, identificando o
processos políticos e papel de diferentes agentes (como grupos sociais e culturais, impérios,
econômicos que excluem Estados Nacionais e organismos internacionais) e considerando os
as pessoas do campo. conflitos populacionais (internos e externos), a diversidade étnico-
cultural e as características socioeconômicas, políticas e tecnológicas.

ATIVIDADES
TEMA DE ESTUDO: Movimentos Sociais do Campo.
DURAÇÃO: 01 aula.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Continuando o processo de ensino e aprendizagem sobre o campo e a cidade, o (a) professor (a)
deve trabalhar e aprofundar com os estudantes o tema “Movimentos sociais do campo”, oferecendo e
oportunizando a eles o conhecimento e a compreensão do surgimento, das causas e motivações para
a criação dos desses Movimentos sociais, lendo, dialogando e refletindo sobre o que é apresentado
no texto que será usado.
Para isso, o (a) professor orientará e fará uma explicação dialógica que possibilitará que os
estudantes conheçam e compreendam a importância desses movimentos sociais para a sociedade
contemporânea, e como esses movimentos sociais cresceram e contribuíram e contribuem para a
melhoria da vida no campo.

B) DESENVOLVIMENTO:
Inicialmente o (a) professor (a) deve oferecer aos estudantes uma explicação informativa e
contextualizada sobre os movimentos sociais do campo, destacando o papel e a importância que eles
têm para a população rural.
Dando continuidade à aula, é importante propor aos estudantes que se dediquem a analisar e
contrapor os diversos significados de território identificando em especial a zona rural, comparando,
avaliando os processos de ocupação desse espaço, como também identificando o papel de diferentes
conflitos populacionais (internos e externos), a diversidade étnico-cultural e as características
socioeconômicas, políticas e tecnológicas.
E após essa abordagem inicial, o (a) professor (a) deve orientar os estudantes a se organizarem em
pequenos grupos, para realizarem a leitura em conjunto sobre a origem dos movimentos sociais,
concedendo-lhes tempo para lerem, pesquisarem no texto e responderem tarefa contida nas
Atividades.

87
Texto

Movimentos Sociais do Campo

Rodolfo F. Alves Pena


Os movimentos sociais do campo visam à democratização da posse pela terra e à
reparação de injustiças sociais sobre os trabalhadores do campo.

Fonte: Agência Brasil citado por Mundo Educação.

Os movimentos sociais do campo são aqueles que envolvem o campesinato, isto é, os


trabalhadores rurais. Entre as suas principais bandeiras de luta estão a reforma agrária, a
melhoria das condições de trabalho e o combate ao processo de substituição do homem
pela máquina no meio agropecuário.
Apesar de haver as mais variadas siglas, os movimentos sociais do campo constituíram-se,
historicamente, a partir de duas principais frentes: as Ligas Camponesas, entre as décadas
de 1940 e 1960, e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), criado na
década de 1980.
As Ligas Camponesas surgiram após o final da ditadura militar do Governo Vargas e
estruturaram-se com bases e orientações do PCB – Partido Comunista Brasileiro. Porém,
foi somente durante a década de 1950 que as Ligas conseguiram uma integração que
envolveu quase a totalidade do país, através das organizações ou ligas regionais. No
entanto, com o golpe militar de 1964, as Ligas Camponesas foram extintas pelo poder da
repressão ditatorial.
Em 1984, durante o período da redemocratização, os trabalhadores rurais novamente se
organizaram e fundaram o MST, durante o primeiro congresso nacional do movimento,
realizado na cidade de Cascavel, no Paraná. Em sua agenda de lutas estão: a reforma
agrária, a luta pela terra e a transformação social.
Desde a sua fundação, o MST atua através da ocupação de grandes latifúndios e terras
improdutivas, construindo assentamentos. Porém, é importante observar que esse é
apenas o seu método de ação, e não o seu objetivo final. Após a ocupação, o movimento
realiza pressão para que o Estado ofereça condições de infraestrutura básica como rede
elétrica e outros.
Durante as ocupações, o MST costuma oferecer apoio às famílias, com a criação de escolas
e cursos de formação política e de técnicas de cultivo e agricultura familiar, estimulando a
organização dos pequenos produtores rurais em cooperativas.
Fonte: PENA, 2023.

88
RECURSOS:
Auditório ou pátio da escola, xerox do texto, folha de ofício, caneta, lápis e borracha.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Caberá ao professor (a) avaliar o resumo em tópicos e a apresentação desse resumo à turma.

89
ATIVIDADES
Orientações

− Organizem-se em grupos (04 ou 05 estudantes).


− Leiam o texto “Movimentos sociais do campo”.
− Dialoguem, façam as anotações dos problemas, situações e ideias que mais chamaram a
atenção.
− Pensem e correlacionem com o que foi estudado nas aulas anteriores e com os problemas que
têm conhecimento e que ainda são vivenciados pela população que vive no campo.
− Produza um resumo em tópicos do que anotaram e destacaram do texto, acrescente os
problemas que identificaram e refletiram em grupo.
− Pensem e combinem a melhor forma de apresentar, como também os representantes que farão
a apresentação desse resumo em tópicos para a turma.

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REFERÊNCIAS
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.],
2022. Disponível em: https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%
ADculo%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 05 abr. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://drive.google.com/file/d/1I8T4Cody3pUScohWX4aQVGipgyWLKK8g/view. Acesso em: 05 abr.
2023.
PENA, Rodolfo F. Alves. Movimentos sociais do campo. Mundo educação. [s. l.], [2023]. Disponível
em: https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/movimentos-sociais-campo.htm. Acesso em: 02
maio 2023.
SANTOS, Milton. A Urbanização Brasileira. SP, Hucitec, 1993.

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