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Os valores de uma sociedade

consumista: impactos do
consumismo na sociedade.

Resumo

O artigo relata a diferença entre o consumo, aquilo adquirido por necessidade, e o


consumismo, uma forma compulsiva de adquirir bens materiais ou serviços que não são
necessários para sobrevivência. Todo esse contexto está envolvido com o sistema
econômico que se beneficia com essa atividade, o capitalismo, e com os meios que
propagam aquisição de produtos. O texto cita alguns teóricos que expressam suas visões
sobre esse assunto, como o sociólogo polonês Zygmunt Bauman e o Steve Jobs. É
salientado o quão prejudicial o consumismo é para o meio ambiente, devido aos lixos
produzidos por esse fenômeno. O modo como as indústrias lidam com a visão
sustentável influencia no cotidiano de cada consumidor, sendo um fator importante para
entender o novo modelo que o consumismo está inserido. Apesar de não parecer um
assunto preocupante, o artigo mostra aquilo que está por trás desse fenômeno e como ele
impacta a sociedade, analisando seus prós e contras.

Introdução
O consumo é natural e fundamental para a existência da sociedade. No entanto, ele não é
igual ao consumismo, e isso pode ser distinguido pela forma como cada um se comporta.
O consumismo é motivado pelo egoísmo e a necessidade criada de satisfação dos
prazeres pessoais, ao contrário do consumo movido por meio da necessidade de
sobreviver, adquirindo somente aquilo que é necessário e evitando o supérfluo, sendo
essencial para o sistema
econômico, em razão de
proporcionar manufatura para as
indústrias. Mas sejamos
sinceros, quem nunca pensou ou
até mesmo comprou algo que
não era essencial para a sua
sobrevivência? Por trás desses
impulsos existem sistemas que
se beneficiam e acabam se
intensificando e outros que
sofrem com o aumento dessa
atividade.

A partir do século XIX, a Revolução Industrial, possibilitou o aumento em escala de


produção e incrementou o volume de mercadorias em circulação, o mundo assim, se
modificou profundamente, trazendo conforto à sociedade. Com o auxílio da
industrialização, obtiveram-se grandes transformações na sociedade, como o
desenvolvimento econômico nos moldes do liberalismo e o consumismo alienado,
trazendo consigo mercadorias autônomas, independentes dos esforços humanos. Por
conseguinte, gerando um "choque" inconsciente causado pelo consumo das pessoas no
tocante à aquisição de bens. Atualmente as indústrias têm como aliados as propagandas
em TV, jornais, revistas e informativos de vendas, que levam-as ao consumismo
exagerado por meio das campanhas de marketing.

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Desenvolvimento

Para entender os motivos que levam o consumismo a ser uma atividade em alta, é
preciso ter consciência que a maioria dos países possui a política do capitalismo atuando
sobre seus Estados. Essa política tem como características, dois pilares essenciais: a
produção e o consumo, em outras palavras, para que esse sistema funcione é necessário
que exista a procura de produtos impulsionando a produção e consequentemente o
consumo.

O consumista se deixa
influenciar excessivamente pela
mídia, sendo permanentemente
incentivado a adquirir novos
produtos, o que é comum em um
sistema dominado pelas
preocupações de ordem material,
no qual os apelos do capitalismo
calam fundo na mente humana.
Não é à toa que o universo
contemporâneo no qual habitamos
é conhecido como “sociedade de
consumo”. A atual sociedade,
contamina seus cidadãos com a
promessa de riqueza como única fonte de felicidade e enquanto isso a coletividade adoece
um pouco mais a cada dia, deixando de se fartar nos valores humanos, como o amparo, a
diversidade e a caridade.

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Embora algumas indústrias estejam mais conscientes com os produtos de carácter
sustentável utilizados em suas produções, muitas delas não possuem como questão central
a durabilidade desses materiais produzidos. Essa situação, não ajuda acabar com
consumismo desnecessário, pois elas promovem propagandas, incentivando a aquisição
de seus produtos. Apesar de as pessoas serem mais seletivas em relação às empresas que
forneçam seus desejos de consumo, isso não ameniza a quantidade excessiva de produtos
adquiridos por elas.

O sociólogo Zygmunt Bauman, polonês radicado na Inglaterra, tem sua própria


versão. Para ele, esse fenômeno faz parte da fluidez na sociedade de consumo onde não se
valoriza o permanente, mas o temporário; onde predomina o que Bauman chama de
modernidade líquida na medida em que nada é sólido ou conserva a forma por muito
tempo. “Tudo em mudança, vive-se inconstância, o que provoca insegurança e medo”.
Ele observou nos distúrbios ingleses a expressão radical da sociedade de consumo em que
as pessoas buscam sua identidade não naquilo que são, mas naquilo que consomem e
exibem como se dissessem: “Eu sou o que o que eu compro”.

Levando o assunto para um lado mais consciente, percebemos que o principal


prejudicado nessa circunstância é o meio ambiente, pois o consumismo é um dos
fenômenos que mais geram lixos no planeta terra. Esse cenário é responsável pela
emissão de gases poluentes, degradação e devastação ambiental, destruindo
consequentemente, os ecossistemas e afetando diretamente o próprio destino da
humanidade que está comprometido pelos padrões insustentáveis de consumo. De acordo
com o Instituto Worldwatch (2013), há um cálculo que demonstra que existem mais de
1,7 bilhões de membros da classe consumista. Um estilo de vida e cultura comum na
Europa, América do Norte, Japão e alguns outros poucos países menores, no século XX,
agora tornou-se em escala global. Dentre essa classe as mulheres são as que mais
possuem problemas relacionados às perturbações compulsivas, geralmente elas acabam
tendo ansiedade e pouca autoestima, que justificam por vezes essas ações.

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Conclusão

Apesar de ser uma situação séria, há uma certa despreocupação por parte das
pessoas que utilizam essa atividade por puro impulso. Com a correria do dia a dia
acabamos esquecendo de analisar nossas ações, e isso é devido ao mundo do trabalho.
Onde tudo acaba sendo movido pelo trabalho, que por consequência é movido por
dinheiro e por fim movido pelo desejo de possuir bens materiais. Logo percebe-se, que se
cria um círculo vicioso, do qual somente com muito esforço e um eficaz tratamento
terapêutico o sujeito pode se libertar.

O consumismo afeta
os valores de uma sociedade por
meio da valorização de bens
materiais, aprofundamento das
diferenças (de modo que
aqueles que possuem acesso a
estes bens costumam manter-se
em posições de privilégio) e
pelo modo como a relaciona
com a natureza. A cultura do
consumismo também é uma
forma que as pessoas utilizam
para mostrar a parte da
sociedade que elas estão inseridas. Steve Jobs mostrou como é o marketing: “As pessoas
não sabem o que querem até você mostrar a elas”. Por isso é importante para o nosso
entendimento que essa atividade só seja incentivada por conta da sua lucratividade. O
consumismo acaba desencadeando outra situação preocupante, o transtorno de
acumulação compulsiva que alguns consumistas possuem. Esses exageros, geralmente,
vêm acompanhados de dívidas cada vez mais crescentes.

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A mesma sociedade que não abre mão do consumo, tampouco renuncia aos seus
valores se pergunta: qual a contribuição que determinado produto traz para minha saúde,
para minha comunidade e para o planeta? Para conciliar tudo isso o consumidor está
muito mais consciente, não apenas no sentido ambiental, mas também no social e
identitário. Buscar entender de quem compra, de que é feito o produto, impactos
causados, quem mais consome e que tipo de atitude a empresa tem em relação aos seus
colaboradores e à comunidade, é a melhor forma de agir. Por isso é preciso incentivar
esse comportamento em favor de um consumo mais consciente, onde o consumidor
busque produtos e serviços que tenham como objetivo diminuir os impactos ao meio
ambiente. Dessa forma, será prevenido a destruição dos recursos naturais que são a nossa
fonte de sobrevivência. Adotando essa postura responsável, a fim de uma vida mais
consciente com o lugar onde vivemos, estaremos vivendo de acordo com a capacidade
ecológica do planeta.

Referências:
https://www.infoescola.com/psicologia/consumismo/
http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=e634932bdcf89870
https://www.inovarse.org/sites/default/files/T16_087.pdf

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https://www.mises.org.br/article/2427/o-consumismo-nao-gera-
crescimento-economico--e-sua-defesa-e-o-cerne-da-teoria-keynesiana
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/o-capitalismo-
sociedade-consumo.htm
https://www.istoedinheiro.com.br/conciliando-consumo-e-valores-
pessoais/

https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F
%2Fjcenfermagem.tumblr.com
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