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AVALIAÇÃO DE RISCO E
IMPACTOS AMBIENTAIS
Introdução à Avaliação de Impactos
Ambientais - Histórico
APRESENTAÇÃO
A espécie humana tem uma alta capacidade de promover alterações ambientais. A promoção de
impactos ambientais compreende um processo histórico inerente à evolução (ou involução)
humana. Portanto, foi necessário promover, ao longo dos últimos anos, a criação de processos
capazes de identificar e de avaliar a sua magnitude.
Bons estudos.
DESAFIO
Imagine que atualmente você ocupa o cargo de gestor ambiental de uma grande empresa,
a qual atua no ramo de produção e transporte de derivados de petróleo.
Essa empresa tem planos de ampliar a capacidade produtiva ao longo dos próximos dois anos.
Para isso, será necessário ampliar uma planta industrial localizada no município fictício de
Verdenópolis.
Devido ao seu perfil proativo, você inicia um levantamento de acidentes ambientais mundiais
que ocorreram nos últimos anos, a fim de se familiarizar com o tema e de compreender os
impactos gerados por estes eventos. A partir desse levantamento, você consegue gerar um banco
de dados relacionado aos acidentes ambientais e aos seus respectivos impactos.
Elabore uma planilha que apresente acidentes ambientais (no mínimo cinco), o país de
ocorrência, o ano e seus respectivos impactos ambientais (no mínimo três impactos para cada
acidente).
INFOGRÁFICO
CONTEÚDO DO LIVRO
Boa leitura!
TE
I E N
M B AS
AECNOLO G I
E N K EDORA
T B E L A GANIZA
CI SCHW OR
A492 Ambiente [recurso eletrônico] : tecnologias / Organizadora,
Cibele Schwanke. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre :
Bookman, 2013.
CDU 502.1
capítulo 8
Avaliação de impacto
ambiental
OBJETIVOS
Após o estudo deste capítulo, você deverá ser capaz de:
De acordo com Absy (1995), diferentemente dos países desenvolvidos, que im-
plantaram a AIA em resposta às pressões sociais e ao avanço da consciência am-
bientalista, no Brasil ela foi adotada, principalmente, por exigência dos organis-
146
mos multilaterais de financiamento, Banco Interamericano de Desenvolvimento
(BID) e Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD).
PENSAMENTO CRÍTICO
Leia o livro Primavera silenciosa, de Rachel Carson (1962), e reflita sobre as ações do homem sobre a na-
tureza, considerando a demanda por produtos e serviços.
A Lei nº 6.938/1981 (BRASIL, 1981) destaca, em seu artigo 10, que a construção, a
instalação, a ampliação e o funcionamento de estabelecimentos e atividades utili-
zadoras de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes NO SITE
de causar degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental. Acesse o ambiente virtual
de aprendizagem: www.
O licenciamento ambiental, previsto pelo Decreto nº 99.274/1990 (BRASIL, 1990c) e bookman.com.br/tekne,
o
regulamentado pela Resolução CONAMA nº 237/1997 (BRASIL, 1997), é um proce- e leia na íntegra a Lei n
dimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a locali- 6.938/1981.
zação, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utiliza-
doras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras
ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, consi-
derando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao
caso (artigo 1º da Resolução). Os empreendimentos e as atividades sujeitas ao licen-
ciamento ambiental encontram-se relacionados no Anexo 1 da referida Resolução.
147
PARA
PARA SABER
SAB MAIS
Verifique as atividades sujeitas ao licenciamento ambiental, consultando o Anexo 1 da Resolução CONA-
o
MA n 237/1997.
148
Os empreendimentos e as atividades consideradas efetiva ou potencialmente
causadoras de significativa degradação do meio, quando da solicitação da licença
prévia, deverão apresentar o estudo de impacto ambiental (EIA) e o relatório de
impacto sobre o meio ambiente (RIMA).
• diretos e indiretos;
• temporários e permanentes;
• grau de reversibilidade.
149
Devem ser consideradas ainda, as propriedades cumulativas e sinérgicas dos im-
pactos; a distribuição dos ônus e benefícios sociais, bem como apresentadas as
medidas mitigadoras dos impactos negativos.
A análise detalhada é aplicada somente nos casos de atividades que tenham o po-
tencial de causar impactos significativos, neste caso, deve-se efetuar o estudo de
impacto ambiental da atividade, com o respectivo relatório de impacto ambiental.
Caso o empreendimento seja implantado, ocorre o monitoramento dos impactos
causados pela atividade, bem como a aplicação das medidas de gestão ambiental.
2. Ferrovias.
4. Aeroportos.
150
7. Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragem
para fins hidrelétricos, acima de 10 MW, de saneamento ou de irrigação, aber-
tura de canais para navegação, drenagem e irrigação, retificação de cursos
d’água, abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias, diques.
11. Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia pri-
mária, acima de 10 MW.
151
Os custos e as despesas referentes ao EIA/RIMA, tais como: coleta e aquisição dos
dados e informações, trabalhos e inspeções de campo, análises de laboratório, es-
DICA tudos técnicos e científicos, bem como acompanhamento e monitoramento dos
Acesse o site do IBAMA, impactos, elaboração do RIMA e fornecimento de pelo menos cinco cópias, corre-
selecione um EIA/RIMA rão por conta do proponente do projeto (Resolução CONAMA nº 1/1986, artigo 8º).
para consulta e verifique o
Os conteúdos mínimos que devem ser apresentados no estudo de impacto am-
conteúdo do documento e os
biental, conforme a Resolução CONAMA nº 1/1986 (BRASIL, 1986a), podem ser
tópicos estudados.
observados no Quadro 8.2.
DICA
Utilização dos métodos de avaliação
Acompanhe no site do órgão ambiental
ambiental do seu estado,
as datas das audiências Como visto anteriormente, a avaliação dos impactos ambientais decorrentes do
públicas e participe! projeto e de suas alternativas é uma exigência legal. Para auxiliar nessa avaliação,
existem diversos métodos para comparar, organizar e analisar informações sobre
impactos ambientais de uma proposta, incluindo os meios de apresentação escri-
ta e visual dessas informações (BASTOS; ALMEIDA, 2007).
152
Quadro 8.2 Conteúdo mínimo a ser apresentado no estudo de impacto ambiental
Informações gerais do empreendedor: identificação, localização, entre outros.
Caracterização do empreendimento: objetivos, porte, etapas de implantação, entre outros.
Área de influência do empreendimento:
• área de impacto direto;
• área de influência direta;
• área de influência indireta;
Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto
Completa descrição e análise dos recursos ambientais e suas interações, tal como existem, de modo
a caracterizar a situação ambiental da área, antes da implantação do projeto, considerando:
a) Meio físico: o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, a topografia,
os tipos e aptidões do solo, os corpos d’água, o regime hidrológico, as correntes marinhas, as
correntes atmosféricas.
b) Meio biológico e os ecossistemas naturais: a fauna e a flora, destacando as espécies indicadoras
da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as
áreas de preservação permanente.
c) Meio socioeconômico: o uso e ocupação do solo, os usos da água e a socioeconomia, destacando
os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as relações de
dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura
desses recursos.
Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas:
Por meio de identificação, previsão da • os impactos positivos e negativos
magnitude e interpretação da importância dos (benéficos e adversos);
prováveis impactos relevantes, discriminando: • diretos e indiretos;
153
De acordo com os autores, ainda não existe uma metodologia completa e ideal que
atenda a todos os diferentes EIAs e suas respectivas fases. Além de atender aos requi-
sitos e às normas legais, a seleção da metodologia dependerá de diversos fatores, tais
como o tempo para o desenvolvimento do estudo, dos recursos financeiros disponí-
veis, da existência de informações ou dados existentes, da adaptação/adequação do
método às condições específicas de cada atividade e área de estudo analisada.
PARA
PARA SABER
SAB MAIS
Leia o artigo Uso das metodologias de avaliação de impacto ambiental em estudos realizados no Ceará, de
Oliveira e Moura (2009), disponível no ambiente virtual de aprendizagem.
Algumas das características dos métodos podem ser observadas no Quadro 8.3.
154
Quadro 8.3 Principais métodos de avaliação de impacto ambiental e suas
características (Continuação)
Método Características
Método das 1) Consiste em uma análise bidimensional, organizada em um quadro onde são
matrizes de listados horizontal e verticalmente os fatores ambientais e as ações de projeto.
interação (matriz Métodos basicamente de identificação.
de Leopold) 2) Tem maior destaque a matriz de Leopold (1971), que completa considera 100
ações que podem causar impactos e 88 características e condições ambientais.
Método das 1) Procura estabelecer a sequência de impactos ambientais a partir de uma
redes de determinada intervenção, utilizando método gráfico.
interação 2) Utiliza diagramas, gráficos ou fluxogramas, mostrando a cadeia de
(networks) modificações que ocorrem, ou seja, os impactos diretos e indiretos que podem
resultar de um empreendimento. Abrange efeitos secundários e terciários.
3) Tem maior destaque Sorensen (1974).
Método da 1) Confecciona cartas temáticas relativas aos fatores ambientais potencialmente
superposição de afetados, tais como: embasamento geológico, tipo de solo, declividades.
cartas (overlays) 2) Faz a superposição das imagens segundo conceito de fragilidade (cartas de
restrição) e potencial de uso (cartas de aptidão).
3) É bastante utilizado na escolha de traçado de projetos lineares: rodovias, dutos,
linhas de transmissão e em diagnósticos ambientais.
Método dos 1) Trabalha com modelos matemáticos.
modelos de 2) É estruturado com base na definição dos objetivos, escolha de variáveis e
simulação estabelecimento de suas inter-relações, discussão e interpretação dos resultados.
3) Simula várias alternativas do projeto.
155
Quadro 8.3 Principais métodos de avaliação de impacto ambiental e suas
características (Continuação)
Método Características
Método 1) É estruturado, em geral, na forma de uma hierarquia:
da análise • Meta: intenção ou objetivo muito genérico e que pode ser atendido por
multiobjetivo objetivos mais específicos que são quantificados por atributos.
• Objetivos: refletem as aspirações do decisor em relação ao atendimento de uma
determinada meta. Pode ser alcançado pela sua maximização ou minimização.
• Atributos: permitem avaliar como um determinado objetivo está sendo
alcançado. Aspecto mensurável (reais, metros ou ordinal – alto, médio, baixo).
Fonte: Braga et al. (2005), Oliveira e Moura (2009), Sánchez (2008), Santos (2007) e Tommasi (1994).
156
Indicadores são bits de informação que resumem as características de um sistema,
ou o que está acontecendo no mesmo, simplificando fenômenos complexos.
Contudo, na prática, o que acontece é que uma empresa, que apresenta um EIA/
RIMA, muitas vezes precisa avaliar a bacia de uma maneira sistêmica, pois ciclos,
processos, serviços ambientais estão interligados. Quando a atividade está em
funcionamento por vários anos, com passivo ambiental associado, deve-se ana- Avaliação de impacto ambiental
lisar os diversos usos da bacia, sob pena do estado do ambiente encontrado, ser
creditado nas responsabilidades exclusivamente daquela atividade, uma vez que
as demais não foram estudadas.
Uma avaliação completa dos links causais, isto é, a identificação das relações de
causa e efeito das atividades, na área de influência do estudo, é um importante
passo na identificação de indicadores.
Na análise das relações de causa e efeito, um aspecto ambiental pode ser dividido
em cinco elementos diferentes (Figura 8.1):
capítulo 8
157
FORÇA MOTRIZ PRESSÃO
Tendências ambiental- Atividades antropogênicas
mente relacionadas, afetando diretamente o
por exemplo, pressão meio, por exemplo, a
populacional alteração de habitat.
RESPOSTA ESTADO
A sociedade estabelece a Mudanças observáveis no
proteção de áreas ambiente, por exemplo,
consideradas importantes a ameaça ou extinção de
processos ecológicos para uma parte do total de
solucionar o problema. espécies.
IMPACTO
lecidas por meio de pesquisa e experiências anteriores (p. ex., a ligação entre
agricultura intensiva e o potencial de erosão do solo que tem sido observado em
numerosas ocasiões).
158
Escolha dos indicadores
Deve-se estabelecer um conjunto limitado de indicadores, visando a facilitar a in-
terpretação dos resultados. Deve-se levar em consideração que muitos indicado-
res estão correlacionados, portanto, a escolha de bons indicadores é mais eficaz do
que um grande número de indicadores.
Nesse sentido, as relações de causa e efeito, são, portanto, instrumentos vitais para
definir os impactos e assim orientar e subsidiar a seleção dos indicadores.
159
Estabelecer valores de Monitorar Estado
referência a serem usados: do Meio durante
• na área ambiental de influências; a implementação
• para comparações com • Efeitos adversos
atividades futuras. mitigados.
• Se os impactos
positivos são
Estudos de Estudos de
menores do que
pré-viabilidade viabilidade
o previsto, imple-
mentar ações.
Ideias Implementação
de atividade
Problemas: ou atividade já
necessidade implementada com
de avaliar passivo ambiental
Atividade finalizada
Trazendo de volta
conhecimentos e
experiência Monitorar Estado
Avaliação da atividade do Meio durante
e operação a implementação
• Efeitos adversos Figura 8.2 Monitoramento dos
mitigados. impactos ou degradação ambientais
• Se os impactos
positivos são de um projeto ou de uma atividade,
menores do que visando a avaliação ambiental.
o previsto, imple- Fonte: Organisation for Economic Co-opera-
mentar ações. tion and Development (1999).
160
Após os indicadores terem sido desenvolvidos e os dados coletados, ainda é neces-
sário interpretar os resultados. O estabelecimento prévio de um valor de referência é
essencial para a comparação dos resultados. Sem esse valor não é possível interpretar
se os resultados indicam uma melhora ou uma deterioração da qualidade ambiental.
• A alternativa zero, que é o cenário no qual se deve considerar o meio sem as ativi-
dades projetadas ou já em andamento, deve ser pensada e desenvolvida com mui-
to cuidado. Sem uma alternativa zero, a interpretação dos indicadores fica muito
difícil, devido à falta de um importante componente de comparação.
JUNTANDO TUDO!
1) Efetue uma análise crítica do EIA/RIMA consultado no site do IBAMA, destacando no documento os
conceitos abordados ao longo do capítulo.
REFERÊNCIAS
ABSY, M. L. (Coord.). Avaliação de impacto ambiental: agentes sociais, procedimentos e ferramentas. Brasília: Insti-
tuto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, 1995. Disponível em: ⬍http://www.hidro.
ufcg.edu.br/twiki/pub/Disciplinas/SistemasAmb/AIA.pdf⬎. Acesso em: 07 nov. 2012.
BASTOS, A. C. S.; ALMEIDA, J. R. Licenciamento ambiental brasileiro no contexto da avaliação de impactos am-
bientais. In: CUNHA, S. B.; GUERRA, A. J. T. Avaliação e perícia ambiental. 8. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.
BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
capítulo 8
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 1, de 23 de janeiro de 1986. Diário Oficial da União,
17 fev. 1986a. Seção 1, n. 31, p. 2.548.
161
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 11, de 18 de março de 1986. Diário Oficial da União,
2 maio 1986b. Seção 1, p. 6346.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 6, de 16 de setembro de 1987. Diário Oficial da
União, 22 out. 1987. Seção 1, p. 17500.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 9, de 6 de dezembro de 1990. Diário Oficial da União,
28 dez. 1990a. Seção 1, p. 25539.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 10, de 6 de dezembro de 1990. Diário Oficial da
União, 28 dez. 1990b. Seção 1, p. 25540.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 237, de 19 de dezembro de 1997. Diário Oficial da
União, 22 dez. 1997. Seção 1, n. 247, p. 30841.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Diário Oficial da União, 5 out. 1988. Seção 1, n.
191-A, p. 1.
BRASIL. Decreto n° 99.274, de 6 de junho de 1990. Diário Oficial da União, 7 jun. 1990c. Seção 1, n. 109, p. 10887.
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Diário Oficial da União, 2 set. 1981. Seção 1, p. 16509.
KAPUSTA, S. C.; RAYA-RODRIGUES, M. T. M. Análise de impacto ambiental. Porto Alegre: Instituto Federal de Educa-
ção, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, 2009. v. 1.
LIMA, A. L. Impactos ambientais associados à usina hidrelétrica de Três Irmãos: o fenômeno de ação e reação. 2003.
115 f. Dissertação (Mestrado Engenharia Civil) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2003.
OLIVEIRA, F. C.; MOURA, H. J. T. Uso das metodologias de avaliação de impacto ambiental em estudos realizados
no Ceará. PRETEXTO, v. 10, n. 4, p. 79-98. 2009. Disponível em: ⬍http://www.fumec.br/revistas/index.php/pretex-
to/article/view/498/493⬎. Acesso em: 21 mar. 2013.
ORGANISATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT. Indicators for the integration of environ-
mental concerns into transport policies. Paris: OECD, 1999.
ROCHA, E. C.; CANTO, J. L.; PEREIRA, P. C. Avaliação de impactos ambientais nos países do Mercosul. Ambienbien-
te & Sociedade, v. 8, n. 2, p. 147-160, 2005. Disponível em: ⬍http://www.scielo.br/pdf/asoc/v8n2/28609.pdf⬎.
Acesso em: 05 mar. 2012.
SANTOS, R. F. Planejamento ambiental: teoria e prática. São Paulo: Oficina de Textos, 2007.
Ambiente: tecnologias
TOMMASI, L. R. Estudo de impacto ambiental. São Paulo: CETESB; Terragraph Artes e Informática, 1994.
162
DICA DO PROFESSOR
O vídeo a seguir apresenta uma breve apresentação desta unidade de aprendizagem, assim como
uma contextualização relacionada aos impactos ambientais. Em um segundo momento,
apresentam-se alguns marcos históricos relacionados à Análise de Impactos Ambientais.
EXERCÍCIOS
A) 1950
B) 1960
C) 1970
D) 1980
E) 1990
B) Carta da Terra
A) Muitas das ações impactantes ocorrem em razão de projetos que são propostos para
ambientes diferentes, gerando uma relação única de causa e efeito.
B) Formação diversificada de profissionais capazes de realizar uma avaliação de impactos
ambientais.
E) A avaliação de impactos deve ser realizada apenas com base em dados secundários
(baseados em bibliografia).
NA PRÁTICA
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
APRESENTAÇÃO
Ao se deparar com uma nova área de conhecimento, é normal encontrar uma série de palavras
novas. Como futuros profissionais, é fundamental ter pleno conhecimento sobre alguns
conceitos relacionados à Avaliação de Impactos Ambientais, assunto a ser abordado nesta
Unidade de Aprendizagem.
Bons estudos.
DESAFIO
Suponha que você é gestor ambiental em uma empresa de consultoria responsável pela
elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) necessário para o licenciamento de uma
grande planta industrial.
Uma das preocupações que o acompanha neste trabalho é a necessidade de que todas as pessoas
que venham a ter contato com o EIA consigam entender todos os conceitos presentes no
capítulo de Avaliação de Impactos Ambientais.
Para ter certeza que este entendimento será possível, você inicia a produção de um glossário, o
qual deverá apresentar, no mínimo, os significados relacionados aos seguintes conceitos:
- Área de Influência
- Aspecto Ambiental
- Impacto Ambiental
- Poluição
- Matriz de impacto
- Medidas Mitigadoras
- Medidas Compensatórias
INFOGRÁFICO
Boa leitura!
AVALIAÇÃO DE
IMPACTOS
AMBIENTAIS
Ronei Stein
Revisão técnica:
Vanessa de Souza Machado
Bióloga
Mestre e Doutora em Ciências
Ronei Stein
Engenheiro Ambiental
Mestre em Engenharia Civil e Preservação Ambiental
ISBN 978-85-9502-344-4
Introdução
Quando você se depara com uma nova área de conhecimento, é normal en-
contrar uma série de palavras novas. Como futuro profissional, é fundamental
ter pleno conhecimento sobre alguns conceitos relacionados à Avaliação de
Impactos Ambientais, assunto que você vai estudar neste capítulo.
O EIA/RIMA deve ser realizado por uma equipe técnica multidisciplinar, que contará
com profissionais das mais diferentes áreas, como, por exemplo, geólogos, físicos,
biólogos, psicólogos, sociólogos, advogados, engenheiros (das mais diferentes áreas),
arqueólogos, entre outros, que avaliarão os impactos ambientais positivos e negativos
do empreendimento pretendido, conforme ressalta Fiorillo (2014).
20 Introdução à Avaliação de Impactos Ambientais (AIA): conceitos
Mitigação se refere ao ato de diminuir a intensidade de algo, fazendo com que fique
mais brando, calmo ou relaxado. Ou seja, os responsáveis pelo licenciamento ambiental
e o empreendedor, conjuntamente, devem traçar uma estratégia buscando tecnologias
e ações para reduzir os impactos significativos, de forma a diminuir sua magnitude
e sua importância.
Componente
ambiental AR ÁGUA SOLO
ATIVIDADES Quantidade/ Ruído Qualidade Sedimentos/ Lençol Erosão Est. físico Compactação
cor assoreamento freático
Construção 5 4 4 4 0 6 5 6
de estradas
1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1
e aceiros
Introdução à Avaliação de Impactos Ambientais (AIA): conceitos
1 2 1 1 1 1 1 1 1 2 1 2 1 3
Exploração
florestal
Introdução à Avaliação de Impactos Ambientais (AIA): conceitos 29
BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P.; VIANA, V. J. Poluição ambiental e saúde pública. São
Paulo: Érica, 2014.
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.
Brasília, DF, 1981. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.
htm>. Acesso em: 20 dez. 2017.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Caderno de licenciamento ambiental. Brasília, DF:
MMA, 2009. (Programa Nacional de Capacitação de Gestores Ambientais).
BRASIL. Roteiro de apresentação para Plano de Recuperação de área Degradada (PRAD)
Terrestre. Brasília, DF: ICMBio, 2013. Disponível em: <http://www.icmbio.gov.br/parna-
serradabocaina/images/stories/o_que_fazemos/gestao_e_manejo/Roteiro_PRAD_
versao_3.pdf>. Acesso em: 06 dez. 2017.
CONAMA. Resolução CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, sec. 1, p. 2548-2549, 17 fev. 1986.
FIORILLO, C. A. P. Curso de direito ambiental. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
GESTÃO AMBIENTAL. Conheça as medidas de prevenção, mitigação e remediação
ambiental. Mercado em Foco, Tubarão, 2017. Disponível em: <http://mercadoemfoco.
unisul.br/conheca-as-medidas-de-prevencao-mitigacao-e-remediacao-ambiental/>.
Acesso em: 08 dez. 2017.
IBAMA. Manual de Recuperação de áreas degradadas pela mineração. Brasília, DF: IBAMA,
1990. 96p.
Introdução à Avaliação de Impactos Ambientais (AIA): conceitos 31
No vídeo a seguir, faz-se uma contextualização relacionada aos principais conceitos presentes
em processos de Avaliação de Impactos Ambientais.
EXERCÍCIOS
A) Medidas que compensam a perda de um bem (ou função) que será perdido em decorrência
do projeto em análise.
A) um relatório que não precisa ser elaborado caso o Estudo de Impacto Ambiental tenha sido
disponibilizado.
4) Um impacto ambiental é:
A) elemento das atividades, produtos ou serviços de uma organização que pode interagir com
o meio ambiente.
B) introdução no meio ambiente de qualquer forma de matéria ou energia que possa afetar
negativamente os seres vivos.
C) algo que compensa a perda de um bem (ou função) que será perdido em decorrência do
projeto em análise.
C) Aspectos ambientais.
D) Impactos ambientais.
E) Medidas compensatórias.
NA PRÁTICA
Imagine-se atuando como gestor ambiental de uma empresa que pretende implantar uma nova
fábrica. Neste momento, você deve iniciar um processo preliminar de avaliação de impactos
ambientais, o qual gerará um relatório com informações que poderão subsidiar a decisão da
diretoria em avançar com essa implantação.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
APRESENTAÇÃO
Bons estudos.
DESAFIO
Como gestor ambiental de uma construtora especializada em implantação de estradas, você tem
ciência disso. Tanto que pretende melhorar o processo de Avaliação de Impactos Ambientais
provocados pela construção de novas rodovias.
Ao levar esta iniciativa à direção, você é questionado sobre a real necessidade desse processo.
Nesse momento, você percebe que o caminho para a sensibilização da direção deverá passar por
uma justificativa legal. Você inicia então uma compilação de trechos presentes em legislação
específica que o auxiliará nesta missão.
A fim de contemplar esse desafio, você deverá montar um texto que apresente, no mínimo, dois
instrumentos legais (leis, decretos, portarias, resoluções, etc.) capazes de justificar a necessidade
de realização de uma Avaliação de Impactos Ambientais.
INFOGRÁFICO
CONTEÚDO DO LIVRO
Para uma melhor compreensão dos temas abordados nesta Unidade de Aprendizagem,
acompanhe um trecho do livro Meio ambiente e sustentabilidade.
M514 Meio ambiente e sustentabilidade [recurso eletrônico] /
Organizadores, André Henrique Rosa, Leonardo Fernandes
Fraceto, Viviane Moschini-Carlos. – Dados eletrônicos. –
Porto Alegre : Bookman, 2012.
CDU 502-022.316
Objetivos do capítulo
Existe impacto ambiental quando uma atividade produz uma alteração no meio ou
em qualquer um de seus componentes. Analisar os impactos ambientais é qualificar
e quantificar estas alterações. Essas análises avaliam a qualidade ambiental com e
sem determinada ação ou empreendimento. É necessário que se realizem essas ava-
liações antes da realização de um projeto, com o objetivo de efetuar o planejamento
e a formulação de propostas do ponto de vista ambiental, ou seja, considerando
todos os fatores ambientais. Isto deve acontecer por parte do empreendedor da ati-
vidade ou ação e por parte das autoridades públicas quando aprovam, ou rejeitam,
uma proposta ou uma determinada alternativa. A análise de riscos ambientais é uma
atividade correlata à análise de impactos e que pode, inclusive, ocorrer em conjunto
com esta. Risco é conceituado como uma situação de perigo, com a imediata possi-
bilidade de um evento indesejável ocorrer. A análise de riscos envolve a identificação,
avaliação, gerenciamento e contenção de riscos ao ambiente e também à saúde pú-
blica. Os estudos de riscos ambientais antecipam eventos ambientalmente maléficos,
planejando ações de controle e de emergência.
lisados. A matriz mais conhecida e mais uti- les com configuração linear (ferrovias, ro-
lizada é a matriz de Leopold (Leopold et al., dovias, oleodutos e outros).
1971). Na sua concepção original, possui 88
linhas (aspectos ambientais) e 100 colunas
(atividades) perfazendo um total de 8.800 Métodos quantitativos
quadrículas. O preenchimento de uma qua-
drícula representa a identificação de um Os impactos são quantificados e transfor-
impacto para o qual são atribuídos valores mados em unidades padronizadas, ponde-
de 1 a 10 quanto a dois aspectos. O primeiro radas em função da importância relativa, e
é a definição da magnitude do impacto manipulados matematicamente. Obtêm-se
sobre um setor específico do ambiente. O índices de impacto total para um número
segundo aspecto é a medida do grau de im- de alternativas a serem comparadas. Um
portância de uma determinada ação sobre o exemplo clássico é o Sistema Battelle – Co-
fator ambiental. Se o impacto for positivo, lumbus (DEE et al 1973), que foi desenvol-
deve-se indicar com um sinal positivo antes vido para avaliar projetos de recursos hídri-
do valor de magnitude. cos e manejo de qualidade de água, mas
A matriz deve vir acompanhada de que, no entanto, podem ser adaptados para
um texto que aborde os aspectos mais rele- outros tipos de empreendimentos.
vantes dos impactos identificados. Os tópicos de interesse são divididos
em quatro categorias: ecologia, poluição
ambiental, estética, interesse humano e so-
Superposição de cartas cial. Cada categoria é composta por um
conjunto de componentes. Cada compo-
Elabora-se um inventário onde os fatores nente compreende um conjunto de fatores,
ambientais são mapeados. Esses dados são in- totalizando 78 variáveis.
terpretados em função da localização das ati- As medidas ou estimativas dos parâ-
vidades e traduz-se em mapas de capacidade metros ambientais são transformadas e
para cada atividade. A área de estudo é subdi- normalizadas através de curvas específicas
vidida em unidades geográficas (quadrícu- ou funções, em índices de qualidade am-
las). Para cada unidade são levantadas infor- biental (IQA), para permitir a comparação
mações sobre os fatores ambientais e os inte- entre os impactos. Este índice varia de 0 a 1.
resses da comunidade. Esses interesses são Quando a variável possui apenas juízo de
agrupados por categorias não conflitantes valor, a população é consultada.
(econômicas, sociais, paisagísticas), limitadas Cada variável possui um valor de im-
quanto à abrangência de identificação de im- portância relativa dentro do sistema, que é
pactos, pois só utilizam dados que podem ser fixado para projetos similares e baseia-se no
representados pela cartografia. No entanto, julgamento da equipe multidisciplinar.
esta limitação pode ser contornada com a uti- Multiplica-se o IQA de cada fator am-
lização de um Sistema de Informação Geo- biental e seu peso. A somatória desses pro-
gráfica (SIG). Assim torna-se extremamente dutos resulta no valor para o meio ambien-
eficaz para a definição de padrões espaciais e te. Faz-se o cálculo para o ambiente sem o
localização dos efeitos e impactos, pois as pre- projeto (partindo-se de medidas reais dos
visões são feitas por unidade de área. parâmetros ambientais) e com o projeto e
Esse método é adequado para síntese e suas várias alternativas.
importante na elucidação de relações espa- O impacto ambiental é expresso pela
ciais complexas e é recomendável nos pro- diferença do valor do ambiente com e sem a
jetos de desenvolvimento regional e naque- ação, mais as várias alternativas.
224 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
diagnósticos ambiental da área de influên- requisitos básicos a serem atendidos nas fases
cia do projeto; a identificação dos prováveis de localização, instalação e operação, obser-
impactos ambientais da implantação e ope- vados os planos municipais, estaduais e fede-
ração da atividade, considerando o projeto, rais de uso do solo. A emissão da LP ocorre
suas alternativas, os horizontes de tempo de somente após a aprovação do EIA/RIMA.
incidência dos impactos e indicando os mé-
todos, técnicas e critérios adotados para sua
identificação, quantificação e interpretação; Licença de instalação (LI)
a caracterização da qualidade ambiental fu-
tura da área de influência comparando as Solicitada depois de concluído o projeto
diferentes situações da adoção do empreen- executivo do empreendimento e antes do
dimento e suas alternativas, bem como a hi- início das obras. É concedida após análise e
pótese de sua não realização; a descrição do aprovação dos projetos que especificam os
efeito esperado das medidas mitigadoras dispositivos de controle ambiental e as me-
previstas em relação aos impactos negati- didas de mitigação ou compensação am-
vos, mencionando aqueles que não pude- biental.
rem ser evitados, e o grau de alteração espe-
rado; o programa de acompanhamento e
monitoramento dos impactos; e, finalmen- Licença de operação (LO)
te, a recomendação quanto a alternativa
mais favorável (conclusões e comentários Solicitada antes da operação comercial do
de ordem geral). empreendimento. Autoriza, após diferentes
verificações, o início da atividade e o fun-
cionamento de seus equipamentos de con-
LICENCIAMENTO AMBIENTAL trole ambiental, de acordo com o previsto
nas licenças anteriores.
O processo de avaliação de impactos am- Os agentes que participam da elabora-
bientais (AIA), no Brasil, está vinculado, ção da avaliação de impactos ambientais
pela legislação, ao processo de licenciamen- devem conduzir suas atuações de maneira
to ambiental pelas empresas e pelo setor integrada, visando sempre aos princípios
público quando da instalação de ações, pro- norteadores da Política Nacional do Meio
gramas e projetos. O licenciamento am- Ambiente e a Legislação Brasileira. O pro-
biental apresenta uma variada gama de par- cesso de avaliação de impactos ambientais
ticularidades, cuja complexidade e nível de é, em suma, um conjunto tripartite de ações
exigências estão relacionadas com as dife- conjugadas, configurado pela participação
rentes naturezas dos empreendimentos ou dos órgãos ambientais, dos empreendedo-
projetos apresentados aos órgãos ambien- res e de equipes multidisciplinares encarre-
tais. Assim, basicamente os empreendimen- gadas de produzir documentos técnicos que
tos necessitam de três licenças fundamen- irão subsidiar as tomadas de decisão. Este
tais para seu pleno funcionamento e cum- conjunto integrado nada mais é do que o
primento das etapas de sua existência: reflexo das conjunturas formais de partici-
pação no referido processo, que são: a socie-
dade, que afinal vai julgar e decidir sobre a
Licença prévia (LP) relação custo-benefício de determinada ação
ou empreendimento; a economia de uma
Deve ser requerida pelo empreendedor no região ou país, que se consolida com a apli-
início do planejamento da obra, contendo os cação de recursos financeiros, energia e ma-
226 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
Relação custo-benefício
Procedimentos para
realização do EIA Não se deve esquecer que, além de oferecer
um conhecimento do ambiente regional, as
Os estudos de impactos ambientais devem avaliações pretendem também escolher as
atentar também para quatro pontos princi- melhores alternativas para um projeto ou
pais: ação determinados.
Como o objetivo fundamental de um
a) identificação causa-efeito; estudo de impacto ambiental é a otimização
228 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
do uso de um território e dos recursos nele da avaliadas pelo público para posterior jul-
existentes, deve-se balancear as consequên- gamento (Machado, 2009).
cias do impacto ao ambiente (que seriam
causados por um projeto) e os benefícios
socioeconômicos que este projeto poderia Tramitação do EIA
trazer para a região. (com ênfase para o
Outro ponto que deve ser analisado Estado de São Paulo)
com cuidado é a generalização de soluções,
ou seja, aplicar soluções regionais de um A Secretaria do Meio Ambiente fornece o
modo global para qualquer área física, des- Roteiro Básico para elaboração do EIA/
respeitando as características específicas de RIMA e, a partir deste, se desenvolverá o Pla-
cada região. no de Trabalho que será submetido à apro-
Os estudos ambientais podem tam- vação da Secretaria.
bém ser benéficos do ponto de vista econô- Com o Plano de Trabalho aprovado, o
mico, uma vez que podem prever e corrigir interessado (proponente do projeto e a equi-
os impactos por custos menores, uma vez pe multidisciplinar) desenvolverá e apresen-
que proporcionam amplos conhecimentos tará o EIA/RIMA, em tantas vias quantas
dos recursos ambientais existentes. forem solicitadas pela Secretaria, através do
Importante que se reconheçam que to- Departamento de Avaliação de Impactos
dos os procedimentos a serem tomados se- Ambientais (DAIA) que procederá:
jam bem estabelecidos legal e institucional-
mente para que existam aparatos econômi- a) à abertura de processo;
cos e humanos bem definidos pelos agentes b) ao preenchimento de ficha contendo:
que precisam realizar um estudo de impac-
– identificação e caracterização do em-
tos ambientais.
preendimento;
– localização do empreendimento;
– identificação dos principais impactos
Participação do público e das áreas técnicas a serem consulta-
das para análise do estudo.
A participação do público em um estudo de
impactos ambientais é um importante as- c) à preparação de informe a ser enviado
pecto. As audiências públicas podem ser so- pela Assessoria de Comunicação, ao Di-
licitadas pela comunidade afetada por um ário Oficial e/ou órgãos da imprensa
empreendimento ou pelo próprio órgão local, para divulgação;
ambiental, quando existem aspectos polê- d) à coordenação da análise do estudo, corre-
micos ou esclarecimentos obscuros no pro- lacionando os pareceres emitidos pelas
jeto. Não se exige cidadania brasileira para áreas consultadas, e resultando na prepa-
manifestar-se sobre os estudos ambientais. ração de parecer estabelecendo exigências,
Não se concebe um EIA sem a possibilidade ou recomendando condições em que o
de serem emitidas opiniões de pessoas e de empreendimento deva ser licenciado;
entidades (ONGs, sindicatos, universida- e) após a análise, a Secretaria submete o
des, partidos políticos, tribos indígenas, EIA/RIMA, bem como parecer ao CON-
etc). Uma decisão política, e mesmo técni- SEMA (Conselho Estadual do Meio
ca, em matéria de meio ambiente torna-se Ambiente), para decisão;
coerente quando as opiniões dos especialis- f) após a decisão do CONSEMA, o proces-
tas são esclarecidas, publicadas e em segui- so retorna ao DAIA para preparação de
informação aos órgãos licenciadores e à
Assessoria de Comunicação sobre a de-
cisão do CONSEMA.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR
Por meio desta apresentação, será possível obter conhecimentos relacionados à legislação
aplicada à Avaliação de Impactos Ambientais.
EXERCÍCIOS
1) Você atua como gestor ambiental em uma empresa de consultoria. Uma grande
indústria contrata a sua empresa para auxiliá-la em processos de licenciamento
ambiental. Um primeiro questionamento realizado por esse importante cliente é se
deve ser realizada uma Avaliação de Impacto Ambienta por meio de um EIA-RIMA
para a instalação de um novo complexo industrial. Para responder a esta questão,
você buscaria subsídios legais em qual dos seguintes instrumentos?
A) Constituição Federal
B) Decreto 6848/09
D) Lei 6938/81
E) Lei 7802/89
2) Como gestor ambiental, você tem ciência de que uma Avaliação de Impactos
Ambientais deve ser construída à luz de orientações legais, tais como as diretrizes
gerais expressas na Resolução CONAMA 01/86. Dentre os objetivos listados a seguir,
indique qual NÃO pertence à referida Resolução.
A) Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização do projeto, confrontando-as
com a hipótese da não execução do projeto.
C) Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos,
denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia
hidrográfica na qual se localiza.
5) A empresa onde você atua como gestor ambiental demandou a realização de uma
Avaliação de Impacto Ambiental para implantação de uma estação de tratamento de
efluentes. Para isso, você realiza a contratação de uma empresa capaz de realizar tal
avaliação. Quem será tecnicamente responsável pela elaboração dessa Avaliação de
Impactos Ambientais?
D) O gestor ambiental.
Imagine-se atuando como gestor ambiental de uma empresa que pretende ampliar uma de suas
unidades. Caso este empreendimento demande um processo de Avaliação de Impactos
Ambientais, caberá ao gestor responsável o completo entendimento da legislação aplicada. O
desconhecimento relacionado à legislação poderá provocar a elaboração de relatórios não
condizentes com os pré-requisitos legais esperados pelos órgãos licenciadores. O conhecimento
relacionado à legislação é fundamental no dia a dia de um gestor ambiental.
O estudo de impacto ambiental é um estudo composto basicamente por quatro grandes etapas:
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
APRESENTAÇÃO
Você já imaginou quanto é necessário gastar para a produção de bens de consumo tão utilizados
em nossa rotina diária? Quanto representa o custo de um computador, desde a sua produção até
chegar a sua casa, por exemplo? Já imaginou o risco e o impacto ambiental das atividades de
produção desses equipamentos e bens de consumos geral?
Os riscos e impactos não são facilmente percebidos em uma atividade e, considerando que ela
pode vir a gerar impactos, dentre os mecanismos mais praticados na avaliação está a avaliação
do impacto ambiental (AIA).
Você saberia dizer qual a grande finalidade desse tipo de estudo? Ele objetiva prever os
possíveis impactos ambientais de uma atividade, como a extração de minérios, a agricultura e a
construção de barragens, antes que a própria atividade cause degradação da qualidade ambiental
de uma determinada região. Com isso, esse tipo de estudo é fundamental em qualquer atividade,
mesmo para aquelas que possam não parecer oferecer risco ou impacto; é necessário pensar
sobre as possibilidades.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai ver sobre risco e impacto ambiental, como funciona
o plano de controle ambiental (PCA), os impactos da mineração e o papel do PCA nesses casos.
Bons estudos.
Existe uma distinção entre os conceitos de risco e impacto provenientes das atividades.
O risco pode ser definido como qualquer probabilidade de que um perigo ocorra e atinja uma
população ou o meio ambiente. Já impacto está relacionado a fatores que são responsáveis pela
modificação do meio, seja negativa ou positiva.
Dentre as atividades que geram riscos e possíveis impactos ambientais, podemos citar a
agricultura. Essa atividade tão diversificada e densamente praticada em nosso país está
associada a uma grande variabilidade socioeconômica. Assim, podemos dizer que essa atividade
é um sistema heterogêneo e complexo.
De um lado, os sistemas agrícolas mais primitivos que consomem muitos recursos naturais,
desde ao desmatamento até o próprio manejo inadequado do solo (erosão, redução dos
nutrientes, lixiviação, etc.). Já outro ramo mais elaborado dessa cadeia produtiva consome
menos recursos naturais, porém introduz elementos novos, como inseticidas, pesticidas,
fertilizantes, sais, etc.
Toda essa atividade gera grandes impactos ambientais. Os sistemas mais tradicionais, por serem
menos elaborados, acabam sendo responsáveis pelo impacto ambiental crônico.
Já os sistemas mais elaborados acabam por minimizar os impactos causados por suas atividade,
até por respeitarem e atenderem a AIA e, assim, se preocupam com pontos importantes que
podem gerar impactos e riscos ambientais, como a localização da atividade, a evolução do
manejo do solo com o tempo, além das técnicas e tecnologias que serão utilizadas na atividade.
Você foi designado para avaliar os possíveis impactos da atividade agrícola de uma determinada
região, em específico os impactos ambientais causados pela irrigação da agricultura.
Aponte quais os fatores que poderiam causar alterações no meio ambiente e quais seriam
os métodos de avaliação mais indicados desses impactos.
INFOGRÁFICO
Veja neste Infográfico as etapas para que sejam diagnosticados os riscos e impactos ambientais
e a forma para que os efeitos causados possam ser prevenidos, minimizados ou tratados por
meio do PCA. Confira.
CONTEÚDO DO LIVRO
Boa leitura.
AVALIAÇÃO DE
IMPACTOS
AMBIENTAIS
Introdução
Imagine quanto é necessário gastar para a produção de bens de consumo
tão utilizados em nossa rotina diária. Quanto representa o custo de um
computador, desde a sua produção até chegar à sua casa, por exemplo?
Já calculou o risco e o impacto ambiental que as atividades de produção
desses equipamentos e bens de consumos geram? Os riscos e impactos
não são facilmente percebidos em uma atividade e, considerando que
ela pode vir a gerar impactos, dentre os mecanismos mais praticados na
sua avaliação está a Avaliação do Impacto Ambiental (AIA). Você saberia
dizer qual é a grande finalidade desse tipo de estudo?
Neste capítulo, você estudará sobre risco e impacto ambiental e verá
como funciona o Plano de Controle Ambiental, os impactos da mineração
e o papel do PCA nesses casos.
292 Percepções de riscos, plano de gestão dos impactos e componentes estruturantes...
Qualquer que seja a situação, a avaliação do impacto deve sempre focar em quatro
pontos principais:
1. identificação causa-efeito;
2. previsão ou estimativa dos efeitos e magnitudes dos indicadores de determinado
impacto;
3. interpretação dos efeitos ambientais;
4. prevenção dos efeitos ambientais.
Gestão do reservatório.
Gerencial Monitoramento e avaliação da implantação do PBA.
Comunicação social.
Outro tipo de programa é o chamado Plano Básico Ambiental (PBA), que tam-
bém é um estudo elaborado com base em estudos anteriores, como o EIA/RIMA,
apresentando detalhes das medidas de remediação e de recuperação dos impactos
ambientais apontados. Ele é direcionado a empreendimentos referentes à geração
de energia elétrica, sejam hidrelétricas, termoelétricas ou linhas de transmissão,
com base na Resolução Conama 6/87. O PBA é direcionado para atividades de
potencial impacto ambiental ou que agridam o meio ambiente. Assim, ele deverá
ser apresentado durante a Licença de Instalação (LI), após a aprovação do EIA.
Todos esses planos referentes ao controle e à gestão ambiental podem ser
integrados por sistemas de gestão ambiental. Os Planos de Gestão Ambiental
se referem à análise e à aprovação de uma atividade, além de outras medidas
que avaliam o impacto dessa atividade em um meio ambiente, propondo me-
didas para atenuar, prevenir e compensar os impactos negativos e valorizar os
impactos positivos. Veja a seguir como essas medidas podem ser distribuídas
em etapas no controle de impactos ambientais.
Componentes de um plano
de controle ambiental
Para você compreender mais facilmente sobre os componentes de um plano
de controle ambiental, podemos enumerar cada etapa do processo da seguinte
maneira:
1. Apresentação
2. Descrição do programa
3. Objetivos
4. Objetivos específicos
5. Metodologia
6. Detalhamento das atividades
7. Cronograma de implantação
8. Equipe de execução
9. Equipamentos utilizados
10. Custos de implantação e execução
Para a elaboração do PCA, podem ser utilizados muitos quadros e modelos de documen-
tos em modelos já disponíveis pelos órgãos fiscalizadores das esferas federal, estadual e
municipal. Assim, podem ser sugeridos, por exemplo, quadros com sugestões de ações
de controle e forma de registro para os impactos previstos. No Quadro 2, são apresentadas
essas sugestões para obras e serviços de infraestrutura com base em um serviço existente.
(Continua)
300 Percepções de riscos, plano de gestão dos impactos e componentes estruturantes...
(Continuação)
Leituras recomendadas
INTERNATIONAL ASSOCIATION FOR IMPACT ASSESMENT; INSTITUTE OF ENVIRONMEN-
TAL ASSESSMENT. Principles of environmental impact assessment best practice. Fargo:
IAIA, 1999. Disponível em: <https://www.iaia.org/uploads/pdf/principlesEA_1.pdf>.
Acesso em: 26 out. 2017.
SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. 2. ed. São Paulo:
Oficina de Textos, 2013.
UNITED NATIONS ENVIRONMENT PROGRAMMEUNEP. Environmental Impact Assessment
Training Resource Manual. 2. ed. Geneva: UNEP, 2002.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR
O PCA é um estudo ambiental baseado nas Resoluções do CONAMA nº 9/90 e nº 10/90, que é
solicitado como uma primeira etapa dentro de um processo de solicitação de licença de
atividades, como mineradoras, principalmente. Ele contém todos os projetos executivos de
redução e mitigação de impactos ambientais que foram listados na fase de licença prévia (LP).
Vamos abordar no vídeo mais detalhes dos processos e das etapas contidos no PCA. Assista.
EXERCÍCIOS
1) O risco pode ser definido como qualquer probabilidade de que um perigo ocorra e
atinja uma população ou o meio ambiente. Já impacto está relacionado a fatores que
são responsáveis pela modificação do meio, seja negativa ou positiva.
Podemos dizer que um método efetivo para estimar os riscos seria:
B) estimar com base em dados estatísticos as ações que podem gerar risco.
D) realizar a AIA.
E) fazer levantamentos com base na vivência dos moradores de uma dada região que sofrerá
influência.
2) A partir dos objetivos e das solicitações sobre a elaboração do PCA, podemos afirmar
que:
A) é um estudo aplicado a atividades de baixo impacto ambiental.
B) é um estudo complementar para que determinada atividade possa renovar sua licença de
operação.
E) ele apresenta os impactos ambientais das atividades, mas não contempla estudos de
redução dos impactos, por isso é um estudo bem preliminar.
A) I, III e IV.
B) I, II e III.
D) I, II e V.
E) I, II, IV e V.
4) A partir do conceito de risco, podemos afirmar que:
C) o risco ao meio biológico é representado por atividades como: uso e ocupação do solo e da
água.
E) os riscos podem ser: para pessoas, para o meio ambiente e para o patrimônio da empresa
ou da sociedade.
5) Dentre as etapas que compõem o PCA, podemos citar o acompanhamento. Essa etapa
importante tem como principal objetivo garantir que as ações a serem tomadas na
AIA sejam praticadas. A dificuldade na aplicação dessa etapa pode estar relacionada
a:
C) negligência do empreendedor.
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
A gestão ambiental é uma atividade que se desenvolve a cada dia e, hoje, ela utiliza de muitos
mecanismos para facilitar as tratativas entre todos os envolvidos. Você pode conhecer melhor
sobre o PCA e suas aplicações à AIA consultando a Resolução do CONAMA nº 9/90.
A gestão ambiental é uma atividade que se desenvolve a cada dia e, hoje, ela utiliza de muitos
mecanismos para facilitar as tratativas entre todos os envolvidos. Você pode conhecer melhor
sobre o PCA e suas aplicações à AIA consultando a Resolução do CONAMA nº 10/90.
Este artigo comenta as potencialidades e principais utilizações dos recursos hídricos na Região
Amazônica, sendo enfocada sua importância no desenvolvimento do setor industrial no Estado
do Pará.
APRESENTAÇÃO
A partir do momento em que os primeiros hominídeos deixaram a proteção das árvores para se
arriscar em espaços abertos, iniciou-se um processo incansável de adaptação do meio natural e
de transformação das matérias-primas abundantes na natureza, em produtos voltados aos desejos
e às necessidades humanas em busca de desenvolvimento social e tecnológico, dando origem à
atividade industrial. Porém, se todo esse avanço tecnológico nas atividades industriais, de um
lado, trouxe benefícios à população, de outro, também introduziu mudanças geralmente danosas
ao meio ambiente, capazes de provocar grandes impactos aos ecossistemas.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai ver conceitos e alguns dos principais acidentes
ambientais, por meio de um eixo condutor, representado pelo enfoque da gestão de risco, em
que se considera continuar avançando em direção à homologação de definições e à integração de
processos com o intuito de minimizar ou até mesmo evitar situações de emergência ambiental.
Bons estudos.
DESAFIO
Sabemos que a poluição ambiental dos centros urbanos passou a ser um grande problema após a
Revolução Industrial. O aumento da população e o consumismo exagerado acabam gerando
enormes volumes de lixo e poluindo o ambiente, além de causarem sérios problemas de saúde.
Após reportagens denunciarem as terríveis condições de saúde pública dos moradores e a
degradação ambiental nos ecossistemas locais de uma determinada cidade, em razão dos
materiais expelidos pelo parque industrial da região, a cidade passa a ser alvo de críticas por
parte da sociedade e de ambientalistas.
Saiba mais sobre essa história.
Você, como profissional da área ambiental e parte da equipe de meio ambiente dessa região,
diga que medidas deverão ser tomadas pela sua equipe para que os índices de poluição sejam
reduzidos, melhorando a qualidade ambiental e da saúde das pessoas dessa localidade.
INFOGRÁFICO
No Infográfico, você vai ver o conceito de poluição ambiental e os seus principais efeitos sobre
os recursos hídricos, os solos e a atmosfera, gerando alterações no meio ambiente, conhecidas
como impacto ambiental.
Confira.
CONTEÚDO DO LIVRO
No capítulo Acidentes ambientais, da obra Avaliação de impactos ambientais, você vai ver o
que é poluição ambiental e os fatores de risco relacionados a ela, bem como os impactos
negativos que ela causa sobre o solo, os recursos hídricos, a atmosfera e a biodiversidade.
Também vai ver os principais acidentes ambientais no Brasil e no mundo e as consequências
desses desastres. Além disso, vai ver o que são os estudos de avaliação de impactos ambientais e
de que maneira eles podem ser utilizados para minimizar ou, quem sabe, até evitar tais impactos.
Boa leitura.
AVALIAÇÃO DE
IMPACTOS
AMBIENTAIS
Karine Scherer
Acidentes ambientais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
A partir do momento em que os primeiros hominídeos deixaram a pro-
teção das árvores para se arriscar em espaços abertos, iniciou-se um
processo incansável de adaptação do meio natural e de transformação
das matérias-primas abundantes na natureza em produtos voltados aos
desejos e necessidades humanas em busca de desenvolvimento social e
tecnológico, dando origem à atividade industrial. Porém, todo esse avanço
tecnológico nas atividades industriais, se de um lado trouxe benefícios à
população, de outro, introduziu mudanças geralmente danosas ao meio
ambiente, capazes de provocar grandes impactos nos ecossistemas.
Neste capítulo, você verá conceitos e alguns dos principais acidentes
ambientais, com base em um eixo condutor representado pelo enfoque
da gestão de risco, na qual se considera continuar avançando em direção
à homologação de definições e à integração de processos com o intuito
de minimizar ou até mesmo evitar situações de emergência ambiental.
Riscos ambientais
Podemos considerar como risco tudo aquilo que se refere à possibilidade
de ocorrências indesejáveis e passíveis de causar danos para a saúde, para
os sistemas econômicos e para o meio ambiente. Portanto, entre os riscos
ambientais que, com maior frequência, dão origem a acidentes, estão aqueles
relacionados com o processamento, armazenamento e transporte de produtos.
Assim, visando a um melhor planejamento e um maior controle por parte das
empresas para evitar tais situações, a legislação ambiental está estruturada
para punir severamente uma empresa que transgrida padrões de qualidade em
suas descargas ou que introduza modificações indesejadas no meio ambiente,
pois os riscos de contaminação, principalmente quando atingem o solo e os
corpos d’água, podem ter proporções desastrosas.
A identificação dos riscos inerentes às atividades da empresa e a avaliação
de suas possíveis consequências constituem os passos iniciais para qualquer
sistema de gestão. Com a avaliação de riscos, como a identificação e qualifica-
ção dos diferentes tipos de falhas que podem ocorrer e os volumes de descargas
que podem ser lançados em caso de acidentes, calculando a possibilidade e a
amplitude de um possível acidente, pode-se propor mudanças no projeto, com
o intuito de minimizar tais riscos ou até mesmo evitá-los.
Acidentes ambientais 269
Risco ao solo
A poluição dos solos é causada pela introdução de elementos químicos, como
hidrocarbonetos de petróleo, metais pesados como chumbo, cádmio, mercúrio,
cromo e arsênio e pela aplicação indiscriminada de pesticidas ou, então, por
alterações causadas pela ação do homem e seu mau uso, como a exploração
mineral não racional e a disposição inadequada de resíduos sólidos e líquidos,
que, além de contaminar o solo, podem atingir também o lençol freático.
O maior risco da contaminação do solo por elementos poluentes está no
fato de que essas substâncias sejam arrastadas pelas águas superficiais e
subterrâneas por distâncias que se encontrem fora das áreas sob controle e
monitoramento, gerando uma pluma de contaminação cuja remediação será
custosa e demorada. Por essa razão, o estudo da contaminação dos solos e as
soluções adotadas para que isso seja evitado estão quase sempre relacionados
com a contaminação das águas.
A contaminação dos solos é, hoje, um tema de grande relevância nas gran-
des aglomerações urbanas pela dificuldade de disposição adequada de seus
resíduos, gerados em grandes quantidades, pois uma área de disposição e
confinamento de resíduos pode gerar ainda outros riscos, como odores, gases
tóxicos, chorume, além do inevitável impacto visual negativo. Vale ressaltar
que a erosão e as inundações, provocadas pelo desmatamento de áreas, por
exemplo, também apresentam impactos consideráveis sobre o solo.
Risco atmosférico
A poluição do ar é provocada pelo acúmulo de elementos como monóxido de
carbono, hidrocarbonetos, óxidos de nitrogênio, de enxofre, ozônio, compostos
de chumbo, fuligem e fumaça branca que, em determinadas concentrações,
podem apresentar efeitos nocivos ao homem e ao meio ambiente. Essas subs-
tâncias, conhecidas como poluentes atmosféricos, podem aparecer sob a
forma de gases ou partículas provenientes de fontes naturais, como vulcões e
neblinas, ou ainda de fontes artificiais, produzidas pelas atividades humanas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2015), a poluição
atmosférica é responsável por mais de 7 milhões de mortes por ano no
mundo, devido à grande incidência de materiais particulados, constituídos
por poeiras e fuligem, que estão entre os principais causadores de doenças
Acidentes ambientais 271
Risco à biodiversidade
A conservação da biodiversidade e dos recursos naturais deve ser observada
no desenvolvimento de empreendimentos impactantes. Tendo em vista que
biodiversidade é a variabilidade entre os organismos vivos de todas as origens,
em todos os seus níveis e abrangências, que vão desde os microrganismos até
as grandes espécies aquáticas e terrestres, sejam elas endêmicas ou ameaçadas,
domesticadas ou selvagens, a sua preservação se torna extremamente impor-
tante, já que o seu equilíbrio facilita a polinização das colheitas, o controle
biológico de pragas e doenças, alimentação, medicamentos e, principalmente,
a manutenção do equilíbrio em todos os ambientes terrestres.
A interferência do homem de forma descontrolada sobre o meio ambiente tem
alterado a diversidade biológica de maneira drástica. Perda e fragmentação dos ha-
bitats, introdução de espécies e doenças exóticas, exploração excessiva de espécies
de plantas e animais, monocultura, pecuária, poluição, alterações climáticas são
apenas alguns dos fatores que estão contribuindo para o desequilíbrio da biodiver-
sidade. Estima-se que 27 mil espécies desapareçam a cada ano; se mantivermos a
devastação e os níveis de poluição neste ritmo, o planeta não conseguirá fornecer
os recursos necessários para a manutenção da população humana.
272 Acidentes ambientais
ASSUNÇÃO, J.V.; PESQUERO, C.R. Dioxinas e furanos: origens e riscos. Revista de Saúde
Pública, São Paulo, v.33, n.5, p.523-530, out. 1999. Disponível em: <http://www.scielo.
br/pdf/rsp/v33n5/0640.pdf>. Acesso em: 07 dez. 2017.
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.
Brasília, DF, 1981. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.
htm>. Acesso em: 28 nov. 2017.
BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos
Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Bra-
sília, DF, 2010. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.
cfm?codlegi=636>. Acesso em: 28 nov. 2017.
CARSON, R. Primavera silenciosa. São Paulo: Gaia, 2011.
CONAMA. Resolução CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986. Dispõe sobre critérios
básicos e diretrizes gerais para a avaliação de impacto ambiental. Brasília, DF: Ministério
do Meio Ambiente, 1986. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/
res/res86/res0186.html>. Acesso em: 18 out. 2017.
CONAMA. Resolução CONAMA nº 003, de 28 de junho de 1990. Dispõe sobre padrões de
qualidade do ar, previstos no PRONAR. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente, 1990,
Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=100>.
Acesso em: 28 nov. 2017.
VALLE, C.E. Como se preparar para as Normas ISSO 14.000: qualidade ambiental. 2. ed.
São Paulo: Pioneira, 1995. 137 p.
Leituras recomendadas
BARBOSA, R.P. Avaliação de Risco e Impacto Ambiental. São Paulo. Saraiva, 2014.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Brasília, DF, 2017. Disponível em: <http://www.
mma.gov.br/biodiversidade-global/impactos>. Acesso em: 22 out. 2017.
PHILIPPI JR, A.; ROMÉRO, M. A.; BRUNA, G.C. Curso de Gestão Ambiental. São Paulo:
Manole, 2014, 1245 p.
PINTO, T. J. A. et al. Ciências Farmacêuticas: sistema de gestão ambiental. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. 354 p.
SÁNCHEZ, L.H. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e métodos. São Paulo:
Oficina de Textos, 2008. 495 p.
DICA DO PROFESSOR
Na Dica do Professor, você vai ver o que é eutrofização, quais são os elementos responsáveis
para que ela aconteça e algumas formas de minimizar esse processo. A eutrofização é um
processo que pode acontecer como consequência de alguma situação em que ocorre liberação de
substâncias tóxicas na água, que podem ser provenientes de algum desastre ambiental, como o
rompimento de um dique.
EXERCÍCIOS
1) Quais são os principais gases emitidos na atmosfera e que são responsáveis pelo efeito
estufa?
B) Dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, pois têm a capacidade de aquecer o ambiente.
A) A partir do momento em que o homem saiu de baixo das copas das árvores e passou a
construir suas casas.
B) Após o acidente nuclear de Chernobyl, que resultou na explosão de um reator, gerando
uma imensa nuvem radioativa de iodo-131 e césio-137.
A) a camada de óleo impede a penetração de luz, assim, não ocorre a fotossíntese pelas algas
bentônicas que, no sistema oceânico, são os principais organismos fotossintetizantes.
D) o óleo, ao ser derramado, cria uma película superficial, o que não afeta tanto os
organismos marinhos, pois eles se deslocam. Porém, atinge as aves pescadoras, pois o óleo
gruda em suas penas, podendo ocasionar a morte por afogamentos.
A) Apenas a fauna do Rio Doce foi afetada, já que somente peixes morreram em função do
desastre.
B) Com o acidente, o Rio Doce morreu completamente e não há a menor chance de recuperar
suas águas.
C) Não foi alterada a oxigenação da água do Rio Doce, já que a grande quantidade de lama
sedimentou-se imediatamente após o acidente.
D) A vida aquática não foi afetada pela destruição de algas e plantas aquáticas presentes no
Rio Doce, com isso, o foco da recuperação deve ser o repovoamento dos peixes no local.
NA PRÁTICA
O Sr. Manoel recebeu uma notificação do Departamento de Meio Ambiente da cidade onde
mora. Ele estava sendo notificado como responsável pelo acidente ambiental que causou a
queima de árvores em uma área verde nas proximidades de sua indústria, pois os seus
funcionários colocaram fogo em restos de materiais que deveriam ter sido descartados de
maneira correta.
A queima desse material aconteceu ao ar livre, sendo que, com o vento, as chamas se
espalharam, queimando uma parte da área verde.
O documento dizia que o Sr. Manoel deveria recuperar a área afetada pelo incêndio, de maneira
a minimizar o impacto causado na vegetação, em uma área considerada de preservação
permanente (APP), por meio da realização de um Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas
(PRAD), além de pagar uma multa referente ao dano causado.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
Saiba mais a respeito da longa e polêmica discussão sobre a Usina Hidrelétrica de Belo
Monte, a maior do Brasil, localizada no Estado do Pará. Em Belo Monte: impactos sociais,
ambientais, econômicos e políticos, você vai ver os impactos que a construção da usina
trouxe.
APRESENTAÇÃO
Bons estudos.
DESAFIO
Para realizar a tarefa, você solicitou ao empreendedor uma descrição dos processos necessários
à implantação e operação do empreendimento. A partir dos itens abaixo, você deverá listar os
aspectos ambientais referentes a tal empreendimento.
IMPLANTAÇÃO
- Terraplanagem
- Construção de acessos internos
- Circulação de veículos
- Aumento de material particulado no ar
- Operação de guindastes
- Aumento de ruídos
- Redução no número de espécies de fauna
- Contratação de mão de obra local
OPERAÇÃO
- Circulação de veículos
- Óbito de aves e morcegos
- Fragmentação de populações da fauna
- Operação de aerogeradores
- Descarte indevido de resíduos
INFOGRÁFICO
CONTEÚDO DO LIVRO
Boa leitura.
AVALIAÇÃO DE
IMPACTOS
AMBIENTAIS
Introdução
A AIA envolve uma investigação de inúmeros fatores, dentre os quais
pode-se citar os aspectos ambientais. Ao longo deste capítulo, obteremos
mais informações sobre tais aspectos e sua importância no processo de
avaliação de impactos.
Foi por meio da norma ISO 14001 que surgiu a expressão aspecto ambiental.
Essa expressão era desconhecida até então pelos profissionais envolvidos em
AIA, ou era utilizada com outra conotação. Dessa forma, com o auxílio da
ISO 14000, essa expressão passou lentamente a ser incorporada ao vocabulário
de profissionais da indústria e de consultores, chegando, também, aos órgãos
governamentais (SÁNCHEZ, 2013).
A NBR ISO 14001 define aspecto ambiental como “elementos das ativida-
des, produtos e serviços de uma organização que podem interagir com o meio
ambiente”. O aspecto pode ser uma máquina, um equipamento ou mesmo uma
atividade executada por um determinado empreendimento, ou então por alguma
determinada atividade. Denomina-se aspecto ambiental significativo aquele
aspecto que tem um impacto ambiental significativo (ASSOCIAÇÃO..., 2004).
Porém, existem outras definições de aspecto ambiental, sendo que a Marinha
(BRASIL, [2017]) denomina como o elemento característico (particularidade,
característica) de determinada atividade, instalação, processo, produto ou
Conceituação de aspectos ambientais 83
serviço de uma organização que pode interagir com o meio ambiente. Sánchez
(2013) define aspecto ambiental como todo o mecanismo por meio do qual
uma ação humana causa um impacto ambiental. Ou seja, toda a ação humana
(atividade, produtos ou serviços) gera um aspecto ambiental, que, por sua vez,
irá resultar em um impacto ambiental.
É fundamental ressaltar que uma mesma ação pode levar a vários aspectos
ambientais e, por conseguinte, causar diversos impactos ambientais. Da mesma
forma, um determinado impacto ambiental pode ocasionar em várias causas
ou efeitos ambientais.
(Continua)
86 Conceituação de aspectos ambientais
(Continuação)
(Continua)
Conceituação de aspectos ambientais 87
(Continuação)
EXERCÍCIOS
A) Elemento das atividades, produtos ou serviços de uma organização que pode interagir com
o meio ambiente.
B) Modificação benéfica do meio ambiente, que resulte, no todo ou em parte, das atividades,
produtos ou serviços de uma organização.
C) Introdução no meio ambiente de qualquer forma de matéria ou energia que possa afetar
negativamente os seres vivos.
D) Atividade que compensa a perda de um bem ou função que será perdido em decorrência do
projeto em análise.
E) Modificação adversa do meio ambiente, que resulte, no todo ou em parte, das atividades,
produtos ou serviços de uma organização.
3) Durante vistoria em uma planta industrial na qual você atua como gestor ambiental,
é possível visualizar as situações a seguir. Qual das imagens apresentadas representa
um aspecto ambiental?
A)
B)
C)
D)
E)
4) Após visualizar a imagem a seguir, identifique qual das opções não representa um aspecto
ambiental.
B) Beneficiamento de matérias-primas.
C) Contratação de operários.
5) Como gestor ambiental, você deve estar atento a uma série de normas e leis. Uma das
normas compreende a NBR ISO 14001:2004. Indique qual das opções não está
presente na norma.
A) Identificar os aspectos ambientais de suas atividades, produtos ou serviços.
D) A identificação dos aspectos ambientais deve ser realizada apenas após o início da
operação de determinada atividade.
NA PRÁTICA
Veja, na prática, algumas das relações diretas de causa-efeito entre aspectos e impactos
ambientais em uma construção civil. O esquema exemplifica como essa diferença/relação se dá
considerando resíduos sólidos e líquidos.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
APRESENTAÇÃO
Como futuro gestor ambiental, você terá contato com muitos conceitos relacionados à área. Um
dos conceitos que demandará bom tempo do seu dia a dia é o de impactos ambientais, seja nos
processos de identificação, controle e/ou mitigação. Nesta Unidade de Aprendizagem falaremos
sobre esse importante conceito.
Bons estudos.
DESAFIO
Alterações no meio ambiente provocam impactos ambientais; por isso, é possível realizar um
levantamento de impactos ambientais em qualquer construção/intervenção. Você já pensou que
pode identificar os impactos ambientais da sua casa, do seu local de trabalho ou de um
empreendimento comercial?
Você precisa realizar um levantamento dos impactos ambientais. Portanto, escolha de onde vai
partir seu trabalho e descreva quais impactos resultam dos aspectos ambientais que envolvem
esse lugar. Se for um empreendimento comercial, lembre-se de que as atividades desenvolvidas
são fundamentais para a identificação dos impactos.
INFOGRÁFICO
O infográfico destaca os principais conceitos que compõem a definição de "impacto ambiental".
CONTEÚDO DO LIVRO
Boa leitura!
AVALIAÇÃO DE
IMPACTOS
AMBIENTAIS
Ronei Stein
Revisão técnica:
Vanessa de Souza Machado
Bióloga
Mestre e Doutora em Ciências
Ronei Stein
Engenheiro Ambiental
Mestre em Engenharia Civil e Preservação Ambiental
ISBN 978-85-9502-344-4
Introdução
Como futuro gestor ambiental, você terá contato com muitos conceitos
relacionados à área. Um dos conceitos que demandará grande parte do
seu dia a dia é o de impactos ambientais, seja nos processos de identifica-
ção, controle e/ou mitigação dos mesmos. Neste capítulo, você estudará
sobre esse importante conceito.
Importância da identificação
dos impactos ambientais
A Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) consiste nos procedimentos le-
gais, institucionais e técnico-científicos que têm o objetivo de caracterizar e
identificar impactos potenciais na instalação futura de um empreendimento,
ou seja, prever a magnitude e a importância desses impactos. Na grande
maioria dos casos, a AIA está atrelada ao licenciamento ambiental, que tem
por objetivo a proteção do meio ambiente, mas sem deixar de lado o desen-
volvimento econômico.
Apesar de parecer simples com essa definição, na prática, esse é um assunto
que gera muita discussão porque, dependendo da atividade/empreendimento
68 Conceituação de impactos ambientais
Descrição do
impacto ambiental Exemplo prático
Quadro 2. Itens que devem ser avaliados ao longo da Avaliação de Impactos Ambientais
(AIA), visando encontrar medidas mitigadoras.
Etapa do
empreendimento Itens a serem avaliados
(Continua)
78 Conceituação de impactos ambientais
(Continuação)
Quadro 2. Itens que devem ser avaliados ao longo da Avaliação de Impactos Ambientais
(AIA), visando encontrar medidas mitigadoras.
Etapa do
empreendimento Itens a serem avaliados
EXERCÍCIOS
2)
Ao realizar uma Avaliação de Impactos Ambientais, você se depara com inúmeras
situações em diferentes setores da empresa onde atua. Lembrando que um impacto
ambiental compreende qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e
biológicas do meio ambiente, selecione, dentre as opções listadas abaixo, quais seriam
consideradas impactos ambientais.
A) Impressão de folhas.
E) Consumo de água.
3) Avalie as imagens presentes nas alternativas desta questão. Como gestor ambiental,
você deve indicar qual delas representa um impacto ambiental.
A)
B)
C)
D)
E)
B) Etiquetagem de produtos.
E) Lavagem de instrumentos.
5) Dentre os impactos listados abaixo, identifique um que possui relação direta com o
meio socioeconômico.
D) Transporte de trabalhadores.
E) Demissão de trabalhadores.
NA PRÁTICA
Os impactos ambientais podem ser exemplificados com o Mar de Aral (um grande lago de água
salgada), que fica entre o Cazaquistão e Uzbequistão. Esse pode ser considerado um dos maiores
impactos ambientais da História. Com o desvio de alguns rios, iniciou-se um longo processo de
impactos ambientais na região; as intervenções não cessaram e resultaram, entre outros
impactos, em contaminação de lençóis freáticos, impossibilitando o trabalho na lavoura. As
atividades pesqueiras também foram intensamente prejudicadas, e, com o aumento do
desemprego, os impactos ambientais que se apresentam foram também econômicos.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Manual para elaboração de estudos para o
licenciamento com avaliação de impacto ambiental.
APRESENTAÇÃO
Bons estudos.
DESAFIO
Você é convocado a propor medidas de mitigação para esse impacto. Descreva um projeto
de medida de mitigação que poderia ser feito, citando, pelo menos, cinco etapas.
INFOGRÁFICO
A avaliação de impactos no meio biótico é dividida em dois grupos, conforme ilustrado a seguir:
CONTEÚDO DO LIVRO
O capítulo 10 do livro Meio ambiente e sustentabilidade traz um trecho que trata do tema
abordado nesta Unidade de Aprendizagem. Comece a leitura no início do capítulo e vá até o
item "Programa de monitoramento".
Boa leitura.
M514 Meio ambiente e sustentabilidade [recurso eletrônico] /
Organizadores, André Henrique Rosa, Leonardo Fernandes
Fraceto, Viviane Moschini-Carlos. – Dados eletrônicos. –
Porto Alegre : Bookman, 2012.
CDU 502-022.316
Objetivos do capítulo
Existe impacto ambiental quando uma atividade produz uma alteração no meio ou
em qualquer um de seus componentes. Analisar os impactos ambientais é qualificar
e quantificar estas alterações. Essas análises avaliam a qualidade ambiental com e
sem determinada ação ou empreendimento. É necessário que se realizem essas ava-
liações antes da realização de um projeto, com o objetivo de efetuar o planejamento
e a formulação de propostas do ponto de vista ambiental, ou seja, considerando
todos os fatores ambientais. Isto deve acontecer por parte do empreendedor da ati-
vidade ou ação e por parte das autoridades públicas quando aprovam, ou rejeitam,
uma proposta ou uma determinada alternativa. A análise de riscos ambientais é uma
atividade correlata à análise de impactos e que pode, inclusive, ocorrer em conjunto
com esta. Risco é conceituado como uma situação de perigo, com a imediata possi-
bilidade de um evento indesejável ocorrer. A análise de riscos envolve a identificação,
avaliação, gerenciamento e contenção de riscos ao ambiente e também à saúde pú-
blica. Os estudos de riscos ambientais antecipam eventos ambientalmente maléficos,
planejando ações de controle e de emergência.
lisados. A matriz mais conhecida e mais uti- les com configuração linear (ferrovias, ro-
lizada é a matriz de Leopold (Leopold et al., dovias, oleodutos e outros).
1971). Na sua concepção original, possui 88
linhas (aspectos ambientais) e 100 colunas
(atividades) perfazendo um total de 8.800 Métodos quantitativos
quadrículas. O preenchimento de uma qua-
drícula representa a identificação de um Os impactos são quantificados e transfor-
impacto para o qual são atribuídos valores mados em unidades padronizadas, ponde-
de 1 a 10 quanto a dois aspectos. O primeiro radas em função da importância relativa, e
é a definição da magnitude do impacto manipulados matematicamente. Obtêm-se
sobre um setor específico do ambiente. O índices de impacto total para um número
segundo aspecto é a medida do grau de im- de alternativas a serem comparadas. Um
portância de uma determinada ação sobre o exemplo clássico é o Sistema Battelle – Co-
fator ambiental. Se o impacto for positivo, lumbus (DEE et al 1973), que foi desenvol-
deve-se indicar com um sinal positivo antes vido para avaliar projetos de recursos hídri-
do valor de magnitude. cos e manejo de qualidade de água, mas
A matriz deve vir acompanhada de que, no entanto, podem ser adaptados para
um texto que aborde os aspectos mais rele- outros tipos de empreendimentos.
vantes dos impactos identificados. Os tópicos de interesse são divididos
em quatro categorias: ecologia, poluição
ambiental, estética, interesse humano e so-
Superposição de cartas cial. Cada categoria é composta por um
conjunto de componentes. Cada compo-
Elabora-se um inventário onde os fatores nente compreende um conjunto de fatores,
ambientais são mapeados. Esses dados são in- totalizando 78 variáveis.
terpretados em função da localização das ati- As medidas ou estimativas dos parâ-
vidades e traduz-se em mapas de capacidade metros ambientais são transformadas e
para cada atividade. A área de estudo é subdi- normalizadas através de curvas específicas
vidida em unidades geográficas (quadrícu- ou funções, em índices de qualidade am-
las). Para cada unidade são levantadas infor- biental (IQA), para permitir a comparação
mações sobre os fatores ambientais e os inte- entre os impactos. Este índice varia de 0 a 1.
resses da comunidade. Esses interesses são Quando a variável possui apenas juízo de
agrupados por categorias não conflitantes valor, a população é consultada.
(econômicas, sociais, paisagísticas), limitadas Cada variável possui um valor de im-
quanto à abrangência de identificação de im- portância relativa dentro do sistema, que é
pactos, pois só utilizam dados que podem ser fixado para projetos similares e baseia-se no
representados pela cartografia. No entanto, julgamento da equipe multidisciplinar.
esta limitação pode ser contornada com a uti- Multiplica-se o IQA de cada fator am-
lização de um Sistema de Informação Geo- biental e seu peso. A somatória desses pro-
gráfica (SIG). Assim torna-se extremamente dutos resulta no valor para o meio ambien-
eficaz para a definição de padrões espaciais e te. Faz-se o cálculo para o ambiente sem o
localização dos efeitos e impactos, pois as pre- projeto (partindo-se de medidas reais dos
visões são feitas por unidade de área. parâmetros ambientais) e com o projeto e
Esse método é adequado para síntese e suas várias alternativas.
importante na elucidação de relações espa- O impacto ambiental é expresso pela
ciais complexas e é recomendável nos pro- diferença do valor do ambiente com e sem a
jetos de desenvolvimento regional e naque- ação, mais as várias alternativas.
224 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
EXERCÍCIOS
A) O ar e a água.
C) A fauna e a flora.
D) As sociedades.
E) A vegetação e as águas.
C) O encerramento do empreendimento.
D) O desmatamento.
C) a geração de efluentes.
D) a poluição do ar.
E) a evasão populacional.
A) Répteis.
B) Vegetação.
C) Mamíferos.
D) Aves.
E) Ar.
NA PRÁTICA
Imagine-se como gestor ambiental de uma empresa que comprou uma área na região Sudeste do
país para ampliação. Neste processo de ampliação, você será o responsável pela condução dos
trâmites necessários ao licenciamento.
Durante a avaliação de impactos ambientais conduzida por você, foi possível identificar a
necessidade de realizar a supressão total de vegetação em praticamente toda a área que receberá
o empreendimento.
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
APRESENTAÇÃO
Bons estudos.
INFOGRÁFICO
O livro Ambiente: tecnologias traz, no capítulo 8, a partir do item "Utilização dos métodos de
avaliação ambiental", mais detalhes que complementam o tema abordado nesta Unidade de
Aprendizagem. Leia o trecho selecionado a seguir.
Boa leitura.
TE
I E N
M B AS
AECNOLO G I
E N K EDORA
T B E L A GANIZA
CI SCHW OR
A492 Ambiente [recurso eletrônico] : tecnologias / Organizadora,
Cibele Schwanke. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre :
Bookman, 2013.
CDU 502.1
DICA
Utilização dos métodos de avaliação
Acompanhe no site do órgão ambiental
ambiental do seu estado,
as datas das audiências Como visto anteriormente, a avaliação dos impactos ambientais decorrentes do
públicas e participe! projeto e de suas alternativas é uma exigência legal. Para auxiliar nessa avaliação,
existem diversos métodos para comparar, organizar e analisar informações sobre
impactos ambientais de uma proposta, incluindo os meios de apresentação escri-
ta e visual dessas informações (BASTOS; ALMEIDA, 2007).
152
Quadro 8.2 Conteúdo mínimo a ser apresentado no estudo de impacto ambiental
Informações gerais do empreendedor: identificação, localização, entre outros.
Caracterização do empreendimento: objetivos, porte, etapas de implantação, entre outros.
Área de influência do empreendimento:
• área de impacto direto;
• área de influência direta;
• área de influência indireta;
Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto
Completa descrição e análise dos recursos ambientais e suas interações, tal como existem, de modo
a caracterizar a situação ambiental da área, antes da implantação do projeto, considerando:
a) Meio físico: o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, a topografia,
os tipos e aptidões do solo, os corpos d’água, o regime hidrológico, as correntes marinhas, as
correntes atmosféricas.
b) Meio biológico e os ecossistemas naturais: a fauna e a flora, destacando as espécies indicadoras
da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as
áreas de preservação permanente.
c) Meio socioeconômico: o uso e ocupação do solo, os usos da água e a socioeconomia, destacando
os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as relações de
dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura
desses recursos.
Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas:
Por meio de identificação, previsão da • os impactos positivos e negativos
magnitude e interpretação da importância dos (benéficos e adversos);
prováveis impactos relevantes, discriminando: • diretos e indiretos;
153
De acordo com os autores, ainda não existe uma metodologia completa e ideal que
atenda a todos os diferentes EIAs e suas respectivas fases. Além de atender aos requi-
sitos e às normas legais, a seleção da metodologia dependerá de diversos fatores, tais
como o tempo para o desenvolvimento do estudo, dos recursos financeiros disponí-
veis, da existência de informações ou dados existentes, da adaptação/adequação do
método às condições específicas de cada atividade e área de estudo analisada.
PARA
PARA SABER
SAB MAIS
Leia o artigo Uso das metodologias de avaliação de impacto ambiental em estudos realizados no Ceará, de
Oliveira e Moura (2009), disponível no ambiente virtual de aprendizagem.
Algumas das características dos métodos podem ser observadas no Quadro 8.3.
154
Quadro 8.3 Principais métodos de avaliação de impacto ambiental e suas
características (Continuação)
Método Características
Método das 1) Consiste em uma análise bidimensional, organizada em um quadro onde são
matrizes de listados horizontal e verticalmente os fatores ambientais e as ações de projeto.
interação (matriz Métodos basicamente de identificação.
de Leopold) 2) Tem maior destaque a matriz de Leopold (1971), que completa considera 100
ações que podem causar impactos e 88 características e condições ambientais.
Método das 1) Procura estabelecer a sequência de impactos ambientais a partir de uma
redes de determinada intervenção, utilizando método gráfico.
interação 2) Utiliza diagramas, gráficos ou fluxogramas, mostrando a cadeia de
(networks) modificações que ocorrem, ou seja, os impactos diretos e indiretos que podem
resultar de um empreendimento. Abrange efeitos secundários e terciários.
3) Tem maior destaque Sorensen (1974).
Método da 1) Confecciona cartas temáticas relativas aos fatores ambientais potencialmente
superposição de afetados, tais como: embasamento geológico, tipo de solo, declividades.
cartas (overlays) 2) Faz a superposição das imagens segundo conceito de fragilidade (cartas de
restrição) e potencial de uso (cartas de aptidão).
3) É bastante utilizado na escolha de traçado de projetos lineares: rodovias, dutos,
linhas de transmissão e em diagnósticos ambientais.
Método dos 1) Trabalha com modelos matemáticos.
modelos de 2) É estruturado com base na definição dos objetivos, escolha de variáveis e
simulação estabelecimento de suas inter-relações, discussão e interpretação dos resultados.
3) Simula várias alternativas do projeto.
155
Quadro 8.3 Principais métodos de avaliação de impacto ambiental e suas
características (Continuação)
Método Características
Método 1) É estruturado, em geral, na forma de uma hierarquia:
da análise • Meta: intenção ou objetivo muito genérico e que pode ser atendido por
multiobjetivo objetivos mais específicos que são quantificados por atributos.
• Objetivos: refletem as aspirações do decisor em relação ao atendimento de uma
determinada meta. Pode ser alcançado pela sua maximização ou minimização.
• Atributos: permitem avaliar como um determinado objetivo está sendo
alcançado. Aspecto mensurável (reais, metros ou ordinal – alto, médio, baixo).
Fonte: Braga et al. (2005), Oliveira e Moura (2009), Sánchez (2008), Santos (2007) e Tommasi (1994).
156
Indicadores são bits de informação que resumem as características de um sistema,
ou o que está acontecendo no mesmo, simplificando fenômenos complexos.
Contudo, na prática, o que acontece é que uma empresa, que apresenta um EIA/
RIMA, muitas vezes precisa avaliar a bacia de uma maneira sistêmica, pois ciclos,
processos, serviços ambientais estão interligados. Quando a atividade está em
funcionamento por vários anos, com passivo ambiental associado, deve-se ana- Avaliação de impacto ambiental
lisar os diversos usos da bacia, sob pena do estado do ambiente encontrado, ser
creditado nas responsabilidades exclusivamente daquela atividade, uma vez que
as demais não foram estudadas.
Uma avaliação completa dos links causais, isto é, a identificação das relações de
causa e efeito das atividades, na área de influência do estudo, é um importante
passo na identificação de indicadores.
Na análise das relações de causa e efeito, um aspecto ambiental pode ser dividido
em cinco elementos diferentes (Figura 8.1):
capítulo 8
157
FORÇA MOTRIZ PRESSÃO
Tendências ambiental- Atividades antropogênicas
mente relacionadas, afetando diretamente o
por exemplo, pressão meio, por exemplo, a
populacional alteração de habitat.
RESPOSTA ESTADO
A sociedade estabelece a Mudanças observáveis no
proteção de áreas ambiente, por exemplo,
consideradas importantes a ameaça ou extinção de
processos ecológicos para uma parte do total de
solucionar o problema. espécies.
IMPACTO
lecidas por meio de pesquisa e experiências anteriores (p. ex., a ligação entre
agricultura intensiva e o potencial de erosão do solo que tem sido observado em
numerosas ocasiões).
158
DICA DO PROFESSOR
Nas avaliações de impactos ambientais no meio físico, pode-se detalhar o diagnóstico, incluindo
diferentes indicadores de impactos, conforme a seguir:
EXERCÍCIOS
D) os solos e a ar.
2) Qual das opções a seguir apresenta exemplos de componentes que agem ativamente
nos processos físicos?
A) Energia gravitacional
B) Energia elétrica
C) Água
D) Rochas
E) Fauna e flora
A) Desmatamento.
D) Geração de efluentes.
E) Geração de gases.
4) O meio físico pode ter sua dinâmica deflagrada, catalisada, acelerada ou retardada
por alguns agentes. Qual dos seguintes impactos está diretamente relacionado ao
meio físico?
B) O afugentamento de fauna.
C) A fragmentação de populações.
D) O aumento da renda per capta.
E) O aumento da violência.
A) Observação da AID.
NA PRÁTICA
Imagine que você esteja realizando uma avaliação de impactos ambientais para um projeto de
licenciamento, em que seja possível mapear as áreas que sofrem influências dos diferentes
impactos previstos do empreendimento.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
APRESENTAÇÃO
Bons estudos.
DESAFIO
Imagine que você, gestor ambiental, esteja coordenando o licenciamento para a construção
de linhas de transmissão de energia.
Durante o processo de implantação desta linha, espera-se que ocorram as seguintes ações:
INFOGRÁFICO
CONTEÚDO DO LIVRO
Boa leitura.
TE
I E N
M B AS
AECNOLO G I
E N K EDORA
T B E L A GANIZA
CI SCHW OR
A492 Ambiente [recurso eletrônico] : tecnologias / Organizadora,
Cibele Schwanke. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre :
Bookman, 2013.
CDU 502.1
A análise detalhada é aplicada somente nos casos de atividades que tenham o po-
tencial de causar impactos significativos, neste caso, deve-se efetuar o estudo de
impacto ambiental da atividade, com o respectivo relatório de impacto ambiental.
Caso o empreendimento seja implantado, ocorre o monitoramento dos impactos
causados pela atividade, bem como a aplicação das medidas de gestão ambiental.
2. Ferrovias.
4. Aeroportos.
150
7. Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragem
para fins hidrelétricos, acima de 10 MW, de saneamento ou de irrigação, aber-
tura de canais para navegação, drenagem e irrigação, retificação de cursos
d’água, abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias, diques.
11. Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia pri-
mária, acima de 10 MW.
151
Os custos e as despesas referentes ao EIA/RIMA, tais como: coleta e aquisição dos
dados e informações, trabalhos e inspeções de campo, análises de laboratório, es-
DICA tudos técnicos e científicos, bem como acompanhamento e monitoramento dos
Acesse o site do IBAMA, impactos, elaboração do RIMA e fornecimento de pelo menos cinco cópias, corre-
selecione um EIA/RIMA rão por conta do proponente do projeto (Resolução CONAMA nº 1/1986, artigo 8º).
para consulta e verifique o
Os conteúdos mínimos que devem ser apresentados no estudo de impacto am-
conteúdo do documento e os
biental, conforme a Resolução CONAMA nº 1/1986 (BRASIL, 1986a), podem ser
tópicos estudados.
observados no Quadro 8.2.
DICA
Utilização dos métodos de avaliação
Acompanhe no site do órgão ambiental
ambiental do seu estado,
as datas das audiências Como visto anteriormente, a avaliação dos impactos ambientais decorrentes do
públicas e participe! projeto e de suas alternativas é uma exigência legal. Para auxiliar nessa avaliação,
existem diversos métodos para comparar, organizar e analisar informações sobre
impactos ambientais de uma proposta, incluindo os meios de apresentação escri-
ta e visual dessas informações (BASTOS; ALMEIDA, 2007).
152
Quadro 8.2 Conteúdo mínimo a ser apresentado no estudo de impacto ambiental
Informações gerais do empreendedor: identificação, localização, entre outros.
Caracterização do empreendimento: objetivos, porte, etapas de implantação, entre outros.
Área de influência do empreendimento:
• área de impacto direto;
• área de influência direta;
• área de influência indireta;
Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto
Completa descrição e análise dos recursos ambientais e suas interações, tal como existem, de modo
a caracterizar a situação ambiental da área, antes da implantação do projeto, considerando:
a) Meio físico: o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, a topografia,
os tipos e aptidões do solo, os corpos d’água, o regime hidrológico, as correntes marinhas, as
correntes atmosféricas.
b) Meio biológico e os ecossistemas naturais: a fauna e a flora, destacando as espécies indicadoras
da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as
áreas de preservação permanente.
c) Meio socioeconômico: o uso e ocupação do solo, os usos da água e a socioeconomia, destacando
os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as relações de
dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura
desses recursos.
Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas:
Por meio de identificação, previsão da • os impactos positivos e negativos
magnitude e interpretação da importância dos (benéficos e adversos);
prováveis impactos relevantes, discriminando: • diretos e indiretos;
153
De acordo com os autores, ainda não existe uma metodologia completa e ideal que
atenda a todos os diferentes EIAs e suas respectivas fases. Além de atender aos requi-
sitos e às normas legais, a seleção da metodologia dependerá de diversos fatores, tais
como o tempo para o desenvolvimento do estudo, dos recursos financeiros disponí-
veis, da existência de informações ou dados existentes, da adaptação/adequação do
método às condições específicas de cada atividade e área de estudo analisada.
PARA
PARA SABER
SAB MAIS
Leia o artigo Uso das metodologias de avaliação de impacto ambiental em estudos realizados no Ceará, de
Oliveira e Moura (2009), disponível no ambiente virtual de aprendizagem.
Algumas das características dos métodos podem ser observadas no Quadro 8.3.
154
Quadro 8.3 Principais métodos de avaliação de impacto ambiental e suas
características (Continuação)
Método Características
Método das 1) Consiste em uma análise bidimensional, organizada em um quadro onde são
matrizes de listados horizontal e verticalmente os fatores ambientais e as ações de projeto.
interação (matriz Métodos basicamente de identificação.
de Leopold) 2) Tem maior destaque a matriz de Leopold (1971), que completa considera 100
ações que podem causar impactos e 88 características e condições ambientais.
Método das 1) Procura estabelecer a sequência de impactos ambientais a partir de uma
redes de determinada intervenção, utilizando método gráfico.
interação 2) Utiliza diagramas, gráficos ou fluxogramas, mostrando a cadeia de
(networks) modificações que ocorrem, ou seja, os impactos diretos e indiretos que podem
resultar de um empreendimento. Abrange efeitos secundários e terciários.
3) Tem maior destaque Sorensen (1974).
Método da 1) Confecciona cartas temáticas relativas aos fatores ambientais potencialmente
superposição de afetados, tais como: embasamento geológico, tipo de solo, declividades.
cartas (overlays) 2) Faz a superposição das imagens segundo conceito de fragilidade (cartas de
restrição) e potencial de uso (cartas de aptidão).
3) É bastante utilizado na escolha de traçado de projetos lineares: rodovias, dutos,
linhas de transmissão e em diagnósticos ambientais.
Método dos 1) Trabalha com modelos matemáticos.
modelos de 2) É estruturado com base na definição dos objetivos, escolha de variáveis e
simulação estabelecimento de suas inter-relações, discussão e interpretação dos resultados.
3) Simula várias alternativas do projeto.
155
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR
EXERCÍCIOS
A) na medidas de gestão.
B) no monitoramento.
C) na análise Inicial.
D) na análise detalhada.
E) as especulações imobiliárias.
B) Na audiência pública.
D) No monitoramento.
NA PRÁTICA
Imagine que você, gestor ambiental, esteja realizando uma avaliação de impactos
ambientais para um projeto de licenciamento.
Em reunião com a equipe para delimitação da avaliação do meio antrópico, você sugere que seja
utilizada a metodologia de entrevista com a comunidade diretamente afetada e delimita alguns
temas para a elaboração das perguntas, como estes a seguir:
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
APRESENTAÇÃO
Tão importante quanto saber o que é um impacto e quais são os indicadores que o compõem é
conhecer metodologias capazes de utilizar essas informações em favor da Avaliação de
Impactos Ambientais. Portanto, tendo em vista a sua importância, essas metodologias serão
abordadas nesta Unidade de Aprendizagem.
Bons estudos.
DESAFIO
A energia eólica compreende uma fonte de energia cada vez mais utilizada no mundo. No
Brasil, esta realidade não é diferente. Assim como qualquer empreendimento, um parque eólico
também provoca impactos ambientais.
Sabendo disso, você deverá buscar imagens de um parque eólico localizado no Brasil (o mais
próximo possível da região onde você mora) e elaborar um relatório fotográfico desse
empreendimento. Para cada foto, você deverá montar uma lista com, no mínimo, dois impactos
ambientais. Lembre-se de caracterizar o empreendimento informando a localização, o número
de aerogeradores instalados e a potência total do empreendimento (em Megawatts).
INFOGRÁFICO
CONTEÚDO DO LIVRO
Boa leitura.
AVALIAÇÃO DE
IMPACTOS
AMBIENTAIS
Karine Scherer
Revisão técnica:
Vanessa de Souza Machado
Bióloga
Mestre e Doutora em Ciências
Ronei Stein
Engenheiro Ambiental
Mestre em Engenharia Civil e Preservação Ambiental
ISBN 978-85-9502-344-4
Introdução
Tão importante quanto saber o que é um impacto e quais são os indi-
cadores que o compõem é conhecer metodologias capazes de utilizar
essas informações a favor da Avaliação de Impactos Ambientais. Portanto,
tendo em vista a sua importância, neste capítulo, você aprenderá sobre
essas metodologias.
Ad hoc
Ad hoc é uma expressão latina que significa, literalmente, “para isto” ou “para
esta finalidade”; e no contexto jurídico, é utilizado para um fim específico.
Esse método tem como diretrizes principais a sua aplicação para um projeto
específico, no qual é importante que os profissionais técnicos envolvidos sejam
muito experientes, pois a principal técnica de avaliação se baseia na adoção
do brainstorming, expressão inglesa que significa “tempestade cerebral” ou
“tempestade de ideias”.
O Ad hoc funciona como um bate-papo entre os técnicos, que, baseados
em seus conhecimentos empíricos, apresentariam estimativas subjetivas dos
impactos ambientais e de outros aspectos relevantes, sendo adequado em
casos que exijam rapidez e objetividade em situações de escassez de tempo e
dados para uma avaliação mais elaborada. Também apresentam as avaliações
por meio de tabelas e matrizes, que servem como orientação dissertativa para
outros métodos de avaliação e de fácil compreensão para o público geral; por
114 Metodologias para Avaliação de Impactos Ambientais
Checklist
Matrizes de interação
Redes de interação
Métodos de simulação
Ao contrário dos métodos citados até agora, que têm como característica
uma avaliação mais objetiva, subjetiva e com mais ênfase na identificação
dos impactos, nos métodos de simulação, há a predominância da valoração
quantitativa e qualitativa dos dados.
Os critérios na simulação são baseados em modelos matemáticos de
avaliação, ou seja, não basta saber quais impactos foram diagnosticados; é
preciso representar ordinariamente todas as informações para saber o quanto
esses impactos podem trazer de riscos, tendo em vista que, teoricamente, a
matemática traduz, em números, a suposição exata de um evento acontecer.
Sua vantagem principal é o aspecto temporal de sua metodologia, que pode
criar um cenário futuro dos impactos, a interação entre eles, os fatores
avaliados, a organização dos dados colhidos e sua possibilidade de variação
dos diagnósticos, apresentando como desvantagem o custo elevado e o uso
de computadores.
Combinação de métodos
Objetivos da AIA
Por se tratar de um instrumento de grande valia na gestão ambiental, a AIA
deve seguir diretrizes que permitam abranger os vários aspectos de compo-
sição na detecção de impactos, tendo como objetivo minimizar os efeitos
adversos mais significativos, propondo o melhoramento dos fatores em não
conformidade com a sua análise. Dessa forma, essa avaliação deve prevenir,
antecipar ou compensar todo tipo de impacto gerado (positivo ou negativo),
objetivando a promoção do desenvolvimento sustentável, da otimização dos
recursos naturais e da proteção do meio ambiente.
De acordo com a International Association for Impact Assessment (1999)
(Associação Internacional para a Avaliação de Impactos), a AIA deve ser/ter:
A utilização de diferentes
metodologias e processos de AIA
O estudo das metodologias de Avaliação de Impacto Ambiental nos permite
ampliar o conhecimento e o entendimento a respeito de cada método específico,
assim como suas características, funções, aspectos, vantagens e desvantagens,
facilitando a aplicação de um desses métodos ou até mesmo da combinação
de mais de um método em um mesmo projeto. A combinação dos métodos
se faz necessária uma vez que nenhum modelo pode ser aplicado a todos os
tipos de empreendimentos e ambientes, de maneira que cada um proporciona
uma melhor identificação e avaliação dos impactos ambientais em cada fase
do projeto. No entanto, segundo Costa, Chaves e Oliveira (2005), devido à
diversidade de métodos de AIA, é necessário que haja uma seleção criteriosa,
além de adaptações para que esses métodos de avaliação sejam realmente úteis
na tomada de decisão dos projetos. Portanto, fica a critério de cada equipe
técnica a escolha de um ou de mais métodos adequados ou parte deles para
avaliar o impacto de determinadas atividades.
Metodologias para Avaliação de Impactos Ambientais 121
https://goo.gl/Rht4Yo
ANTUNES, P.B. Manual de Direito Ambiental. 3. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011.
AZEVEDO, P. B. et al. Diagnóstico da degradação ambiental na área do lixão de Pom-
bal – PB. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, Pombal, v.10, n.1,
p. 20-34, 2015. Disponível em: <http://www.gvaa.com.br/revista/index.php/RVADS/
article/view/3294>. Acesso em: 05 fev. 2018.
BARBOSA, R.P. Avaliação de Risco e Impacto Ambiental. São Paulo: Érica, 2014. (Série Eixos).
BRASIL. Lei n° 6.938 de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.
Brasília, DF, 1981. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6938.
htm>. Acesso em: 03 fev. 2018
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Brasília, DF, 2018. Disponível em: <http://www.
mma.gov.br/biodiversidade-global/impactos>. Acesso em: 19 nov. 2017.
CONAMA. Resolução CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986. Dispõe sobre critérios
básicos e diretrizes gerais para a avaliação de impacto ambiental. Brasília, DF, 1986.
Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legislacao/CONAMA_RES_
CONS_1986_001.pdf>. Acesso em: 05 fev. 2018.
COSTA, M. V., CHAVES, P. S. V., OLIVEIRA, F. C. Uso das técnicas de avaliação de impacto
ambiental em estudos realizados no Ceará. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS
DA COMUNICAÇÃO. 28., Rio de Janeiro, 2005. Artigos... São Paulo: Intercom, 2005.
Disponível em: <http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/1542138827602223451
51472018846239931712.pdf>. Acesso em: 05 fev. 2018.
INTERNATIONAL ASSOCIATION FOR IMPACT ASSESMENT; INSTITUTE OF ENVIRONMEN-
TAL ASSESSMENT. Principles of environmental impact assessment best practice. Fargo:
IAIA, 1999. Disponível em: <https://www.iaia.org/uploads/pdf/principlesEA_1.pdf>.
Acesso em: 26 out. 2017.Leituras recomendadas
PHILIPPI JUNIOR, A.; ROMÉRO, M. A.; BRUNA, G.C. Curso de Gestão Ambiental. 2. ed.
Barueri: Manole, 2014. 1245p.
POLETO, C. Introdução ao Gerenciamento Ambiental. Rio de Janeiro: Interciência, 2010.
336p.
SÁNCHEZ, L.H. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e métodos. 2. ed. São Paulo:
Oficina de Textos, 2013.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR
EXERCÍCIOS
B) Eco-invent.
C) ISO 14001.
D) EcoQuantum
E) IVAM Data.
A) Reversibilidade.
B) Sinergismo.
C) Listas pré-existentes.
D) Qualificação de impactos.
E) Uso de indicadores.
NA PRÁTICA
O método check list, por exemplo, tem a vantagem de ser conciso, organizado e de fácil
compreensão. Indicado para analisar preliminarmente uma determinada situação, ele, uma vez
que prevê impactos futuros, incita a busca da avaliação das possíveis consequências; como
desvantagem, o método check list não apresenta as inter-relações entre os fatores ambientais,
também não apresenta condições de identificar os impactos secundários.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
Ambiente - Tecnologias
APRESENTAÇÃO
Bons estudos.
DESAFIO
INFOGRÁFICO
No infográfico a seguir, estão ilustradas três metodologias para avaliar impactos ambientais,
sendo esclarecidos os seus focos principais para se chegar a uma avaliação adequada.
CONTEÚDO DO LIVRO
CDU 502-022.316
lisados. A matriz mais conhecida e mais uti- les com configuração linear (ferrovias, ro-
lizada é a matriz de Leopold (Leopold et al., dovias, oleodutos e outros).
1971). Na sua concepção original, possui 88
linhas (aspectos ambientais) e 100 colunas
(atividades) perfazendo um total de 8.800 Métodos quantitativos
quadrículas. O preenchimento de uma qua-
drícula representa a identificação de um Os impactos são quantificados e transfor-
impacto para o qual são atribuídos valores mados em unidades padronizadas, ponde-
de 1 a 10 quanto a dois aspectos. O primeiro radas em função da importância relativa, e
é a definição da magnitude do impacto manipulados matematicamente. Obtêm-se
sobre um setor específico do ambiente. O índices de impacto total para um número
segundo aspecto é a medida do grau de im- de alternativas a serem comparadas. Um
portância de uma determinada ação sobre o exemplo clássico é o Sistema Battelle – Co-
fator ambiental. Se o impacto for positivo, lumbus (DEE et al 1973), que foi desenvol-
deve-se indicar com um sinal positivo antes vido para avaliar projetos de recursos hídri-
do valor de magnitude. cos e manejo de qualidade de água, mas
A matriz deve vir acompanhada de que, no entanto, podem ser adaptados para
um texto que aborde os aspectos mais rele- outros tipos de empreendimentos.
vantes dos impactos identificados. Os tópicos de interesse são divididos
em quatro categorias: ecologia, poluição
ambiental, estética, interesse humano e so-
Superposição de cartas cial. Cada categoria é composta por um
conjunto de componentes. Cada compo-
Elabora-se um inventário onde os fatores nente compreende um conjunto de fatores,
ambientais são mapeados. Esses dados são in- totalizando 78 variáveis.
terpretados em função da localização das ati- As medidas ou estimativas dos parâ-
vidades e traduz-se em mapas de capacidade metros ambientais são transformadas e
para cada atividade. A área de estudo é subdi- normalizadas através de curvas específicas
vidida em unidades geográficas (quadrícu- ou funções, em índices de qualidade am-
las). Para cada unidade são levantadas infor- biental (IQA), para permitir a comparação
mações sobre os fatores ambientais e os inte- entre os impactos. Este índice varia de 0 a 1.
resses da comunidade. Esses interesses são Quando a variável possui apenas juízo de
agrupados por categorias não conflitantes valor, a população é consultada.
(econômicas, sociais, paisagísticas), limitadas Cada variável possui um valor de im-
quanto à abrangência de identificação de im- portância relativa dentro do sistema, que é
pactos, pois só utilizam dados que podem ser fixado para projetos similares e baseia-se no
representados pela cartografia. No entanto, julgamento da equipe multidisciplinar.
esta limitação pode ser contornada com a uti- Multiplica-se o IQA de cada fator am-
lização de um Sistema de Informação Geo- biental e seu peso. A somatória desses pro-
gráfica (SIG). Assim torna-se extremamente dutos resulta no valor para o meio ambien-
eficaz para a definição de padrões espaciais e te. Faz-se o cálculo para o ambiente sem o
localização dos efeitos e impactos, pois as pre- projeto (partindo-se de medidas reais dos
visões são feitas por unidade de área. parâmetros ambientais) e com o projeto e
Esse método é adequado para síntese e suas várias alternativas.
importante na elucidação de relações espa- O impacto ambiental é expresso pela
ciais complexas e é recomendável nos pro- diferença do valor do ambiente com e sem a
jetos de desenvolvimento regional e naque- ação, mais as várias alternativas.
224 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
EXERCÍCIOS
A) Matrizes
B) Sobreposição de cartas
C) Checklist
D) Diagramas de interação
E) Ad hoc
A) Ad hoc
B) Diagramas de interação
C) Checklist
D) Matrizes de interação
E) Sobreposição de cartas
A) Matriz de impactos
B) Sobreposição de cartas
C) Ad hoc
D) Lista de impactos
E) Diagrama de interações
NA PRÁTICA
Ao elaborar ou estudar um projeto já pronto, é possível, com essa metodologia, mapear as áreas
que sofrem influências dos diferentes impactos previstos para o empreendimento.
No exemplo apresentado a seguir, pode-se observar que foi identificada uma sobreposição de
dois impactos diretamente relacionados ao meio antrópico (produção de ruído e alteração da
paisagem).
Nesse caso, esta zona que sofre com dois impactos simultâneos deverá receber uma atenção
especial no momento de propor os programas ambientais.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
Ambiente: Tecnologias
APRESENTAÇÃO
Bons estudos.
DESAFIO
Ao ser contratado como gestor ambiental por uma importante indústria, o seu primeiro desafio
compreendeu a atualização dos dados presentes na planilha de aspectos e impactos. Para isso,
você iniciou uma inspeção no setor de produção dessa indústria.
Inicialmente, você percebeu que a chaminé está liberando materiais particulados fora do padrão
aceitável pela legislação (aspecto), provocando, assim, a alteração da qualidade do ar (impacto).
Você também percebeu que uma tubulação está liberando efluentes diretamente em um arroio
sem o devido tratamento (aspecto), comprometendo, assim, a qualidade da água desse corpo
hídrico (impacto) e, consequentemente, a deterioração da biota existente nesse local (impacto).
Felizmente, você também pôde perceber que alguns trabalhadores foram contratados devido ao
crescimento da empresa (aspecto), a qual abriu novas vagas de trabalho, promovendo um
aumento da renda per capta da cidade onde a indústria está localizada (impacto).
Considerando essas informações, elabore uma tabela levando em conta impactos e aspectos,
origem e duração. Comente suas escolhas.
INFOGRÁFICO
CONTEÚDO DO LIVRO
Boa leitura.
TE
I E N
M B AS
AECNOLO G I
E N K EDORA
T B E L A GANIZA
CI SCHW OR
A492 Ambiente [recurso eletrônico] : tecnologias / Organizadora,
Cibele Schwanke. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre :
Bookman, 2013.
CDU 502.1
156
Indicadores são bits de informação que resumem as características de um sistema,
ou o que está acontecendo no mesmo, simplificando fenômenos complexos.
Contudo, na prática, o que acontece é que uma empresa, que apresenta um EIA/
RIMA, muitas vezes precisa avaliar a bacia de uma maneira sistêmica, pois ciclos,
processos, serviços ambientais estão interligados. Quando a atividade está em
funcionamento por vários anos, com passivo ambiental associado, deve-se ana- Avaliação de impacto ambiental
lisar os diversos usos da bacia, sob pena do estado do ambiente encontrado, ser
creditado nas responsabilidades exclusivamente daquela atividade, uma vez que
as demais não foram estudadas.
Uma avaliação completa dos links causais, isto é, a identificação das relações de
causa e efeito das atividades, na área de influência do estudo, é um importante
passo na identificação de indicadores.
Na análise das relações de causa e efeito, um aspecto ambiental pode ser dividido
em cinco elementos diferentes (Figura 8.1):
capítulo 8
157
FORÇA MOTRIZ PRESSÃO
Tendências ambiental- Atividades antropogênicas
mente relacionadas, afetando diretamente o
por exemplo, pressão meio, por exemplo, a
populacional alteração de habitat.
RESPOSTA ESTADO
A sociedade estabelece a Mudanças observáveis no
proteção de áreas ambiente, por exemplo,
consideradas importantes a ameaça ou extinção de
processos ecológicos para uma parte do total de
solucionar o problema. espécies.
IMPACTO
lecidas por meio de pesquisa e experiências anteriores (p. ex., a ligação entre
agricultura intensiva e o potencial de erosão do solo que tem sido observado em
numerosas ocasiões).
158
Escolha dos indicadores
Deve-se estabelecer um conjunto limitado de indicadores, visando a facilitar a in-
terpretação dos resultados. Deve-se levar em consideração que muitos indicado-
res estão correlacionados, portanto, a escolha de bons indicadores é mais eficaz do
que um grande número de indicadores.
Nesse sentido, as relações de causa e efeito, são, portanto, instrumentos vitais para
definir os impactos e assim orientar e subsidiar a seleção dos indicadores.
159
Estabelecer valores de Monitorar Estado
referência a serem usados: do Meio durante
• na área ambiental de influências; a implementação
• para comparações com • Efeitos adversos
atividades futuras. mitigados.
• Se os impactos
positivos são
Estudos de Estudos de
menores do que
pré-viabilidade viabilidade
o previsto, imple-
mentar ações.
Ideias Implementação
de atividade
Problemas: ou atividade já
necessidade implementada com
de avaliar passivo ambiental
Atividade finalizada
Trazendo de volta
conhecimentos e
experiência Monitorar Estado
Avaliação da atividade do Meio durante
e operação a implementação
• Efeitos adversos Figura 8.2 Monitoramento dos
mitigados. impactos ou degradação ambientais
• Se os impactos
positivos são de um projeto ou de uma atividade,
menores do que visando a avaliação ambiental.
o previsto, imple- Fonte: Organisation for Economic Co-opera-
mentar ações. tion and Development (1999).
160
Após os indicadores terem sido desenvolvidos e os dados coletados, ainda é neces-
sário interpretar os resultados. O estabelecimento prévio de um valor de referência é
essencial para a comparação dos resultados. Sem esse valor não é possível interpretar
se os resultados indicam uma melhora ou uma deterioração da qualidade ambiental.
• A alternativa zero, que é o cenário no qual se deve considerar o meio sem as ativi-
dades projetadas ou já em andamento, deve ser pensada e desenvolvida com mui-
to cuidado. Sem uma alternativa zero, a interpretação dos indicadores fica muito
difícil, devido à falta de um importante componente de comparação.
JUNTANDO TUDO!
1) Efetue uma análise crítica do EIA/RIMA consultado no site do IBAMA, destacando no documento os
conceitos abordados ao longo do capítulo.
REFERÊNCIAS
ABSY, M. L. (Coord.). Avaliação de impacto ambiental: agentes sociais, procedimentos e ferramentas. Brasília: Insti-
tuto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, 1995. Disponível em: ⬍http://www.hidro.
ufcg.edu.br/twiki/pub/Disciplinas/SistemasAmb/AIA.pdf⬎. Acesso em: 07 nov. 2012.
BASTOS, A. C. S.; ALMEIDA, J. R. Licenciamento ambiental brasileiro no contexto da avaliação de impactos am-
bientais. In: CUNHA, S. B.; GUERRA, A. J. T. Avaliação e perícia ambiental. 8. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.
BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
capítulo 8
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 1, de 23 de janeiro de 1986. Diário Oficial da União,
17 fev. 1986a. Seção 1, n. 31, p. 2.548.
161
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR
Assista ao vídeo para obter melhor entendimento relacionado ao uso dos indicadores ambientais
para a qualificação de impactos ambientais.
EXERCÍCIOS
1) Entre as opções a seguir, indique uma que poderia ter sua expressão classificada
como positiva.
C) Aumento de ruído.
E) Afugentamento de fauna.
D) Alteração na paisagem.
D) Geração de ruído.
A) positivo.
B) negativo.
C) direto.
D) temporário.
E) permanente.
C) A seleção de indicadores deve considerar o custo para obtenção dos dados necessários,
adotando-se sempre a alternativa com menor custo.
NA PRÁTICA
Imagine-se como gestor ambiental de uma grande fábrica. Durante a sua atuação profissional,
você realiza regulares avaliações de impacto, a fim de monitorar continuamente se a empresa
encontra-se alinhada às condicionantes ambientais presentes na licença de operação.
A fim de sanar este problema, você passa a inserir, na sua planilha de controle, alguns
indicadores que permitem não só identificar um impacto, mas também qualificá-lo. A partir
desse momento, você passa a ter mais subsídios para justificar, a sua diretoria, a necessidade de
intervenção em algum processo, produto ou instalação da empresa.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
APRESENTAÇÃO
Bons estudos.
DESAFIO
Você foi convocado para realizar uma avaliação de impactos ambientais em uma cidade que está
passando por uma série de transformações relacionadas às tecnologias adotadas na agricultura e
pecuária. A fim de ilustrar essa realidade, você analisará as imagens presentes nesse desafio.
Durante esta análise, você deverá identificar os impactos ambientais e classificá-los em relação
a sua escala temporal (imediatos, médio prazo e longo prazo), reversibilidade (reversível ou
irreversível), cumulatividade (cumulativo ou não cumulativo) e sinergia (sinérgico ou não
sinérgico).
Use uma tabela com as seguintes colunas para apresentar a sua análise: impacto, escala
temporal, reversibilidade, cumulatividade e sinergia.
INFOGRÁFICO
O infográfico a seguir apresenta uma compilação dos indicadores ambientais abordados nesta
Unidade de Aprendizagem.
CONTEÚDO DO LIVRO
Boa leitura.
TE
I E N
M B AS
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E N K EDORA
T B E L A GANIZA
CI SCHW OR
A492 Ambiente [recurso eletrônico] : tecnologias / Organizadora,
Cibele Schwanke. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre :
Bookman, 2013.
CDU 502.1
156
Indicadores são bits de informação que resumem as características de um sistema,
ou o que está acontecendo no mesmo, simplificando fenômenos complexos.
Contudo, na prática, o que acontece é que uma empresa, que apresenta um EIA/
RIMA, muitas vezes precisa avaliar a bacia de uma maneira sistêmica, pois ciclos,
processos, serviços ambientais estão interligados. Quando a atividade está em
funcionamento por vários anos, com passivo ambiental associado, deve-se ana- Avaliação de impacto ambiental
lisar os diversos usos da bacia, sob pena do estado do ambiente encontrado, ser
creditado nas responsabilidades exclusivamente daquela atividade, uma vez que
as demais não foram estudadas.
Uma avaliação completa dos links causais, isto é, a identificação das relações de
causa e efeito das atividades, na área de influência do estudo, é um importante
passo na identificação de indicadores.
Na análise das relações de causa e efeito, um aspecto ambiental pode ser dividido
em cinco elementos diferentes (Figura 8.1):
capítulo 8
157
FORÇA MOTRIZ PRESSÃO
Tendências ambiental- Atividades antropogênicas
mente relacionadas, afetando diretamente o
por exemplo, pressão meio, por exemplo, a
populacional alteração de habitat.
RESPOSTA ESTADO
A sociedade estabelece a Mudanças observáveis no
proteção de áreas ambiente, por exemplo,
consideradas importantes a ameaça ou extinção de
processos ecológicos para uma parte do total de
solucionar o problema. espécies.
IMPACTO
lecidas por meio de pesquisa e experiências anteriores (p. ex., a ligação entre
agricultura intensiva e o potencial de erosão do solo que tem sido observado em
numerosas ocasiões).
158
Escolha dos indicadores
Deve-se estabelecer um conjunto limitado de indicadores, visando a facilitar a in-
terpretação dos resultados. Deve-se levar em consideração que muitos indicado-
res estão correlacionados, portanto, a escolha de bons indicadores é mais eficaz do
que um grande número de indicadores.
Nesse sentido, as relações de causa e efeito, são, portanto, instrumentos vitais para
definir os impactos e assim orientar e subsidiar a seleção dos indicadores.
159
Estabelecer valores de Monitorar Estado
referência a serem usados: do Meio durante
• na área ambiental de influências; a implementação
• para comparações com • Efeitos adversos
atividades futuras. mitigados.
• Se os impactos
positivos são
Estudos de Estudos de
menores do que
pré-viabilidade viabilidade
o previsto, imple-
mentar ações.
Ideias Implementação
de atividade
Problemas: ou atividade já
necessidade implementada com
de avaliar passivo ambiental
Atividade finalizada
Trazendo de volta
conhecimentos e
experiência Monitorar Estado
Avaliação da atividade do Meio durante
e operação a implementação
• Efeitos adversos Figura 8.2 Monitoramento dos
mitigados. impactos ou degradação ambientais
• Se os impactos
positivos são de um projeto ou de uma atividade,
menores do que visando a avaliação ambiental.
o previsto, imple- Fonte: Organisation for Economic Co-opera-
mentar ações. tion and Development (1999).
160
Após os indicadores terem sido desenvolvidos e os dados coletados, ainda é neces-
sário interpretar os resultados. O estabelecimento prévio de um valor de referência é
essencial para a comparação dos resultados. Sem esse valor não é possível interpretar
se os resultados indicam uma melhora ou uma deterioração da qualidade ambiental.
• A alternativa zero, que é o cenário no qual se deve considerar o meio sem as ativi-
dades projetadas ou já em andamento, deve ser pensada e desenvolvida com mui-
to cuidado. Sem uma alternativa zero, a interpretação dos indicadores fica muito
difícil, devido à falta de um importante componente de comparação.
161
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR
Assista ao vídeo a seguir para obter um melhor entendimento relacionado ao uso dos
indicadores ambientais para a qualificação de impactos ambientais.
EXERCÍCIOS
1) A indústria em que você atua como gestor ambiental libera quantidades controladas
de amônia na atmosfera. Outra indústria, localizada nas proximidades, libera,
também de maneira controlada, óxidos de enxofre. Ao se unir na atmosfera, esses
dois componentes podem contribuir para a formação de chuva ácida. Nesse exemplo,
percebe-se que a avaliação de impactos ambientais deve se preocupar com qual dos
seguintes indicadores?
A) Reversibilidade.
B) Escala temporal.
C) Cumulatividade.
D) Sinergia.
E) Duração.
A) Reversibilidade.
B) Duração.
C) Sinergia.
D) Cumulatividade.
E) Escala temporal.
A) imediatos.
B) de curto prazo.
C) de longo prazo.
D) temporários.
E) permanentes.
5) Uma indústria localizada a 5 quilômetros de um vilarejo produz ruídos que não são
percebidos por esta comunidade. Em uma distância similar, mas em direção oposta,
existe outra indústria que também produz ruídos. Quando as duas industrias operam
simultaneamente, percebe-se que algumas pessoas ouvem o ruído da operação desses
empreendimentos. Essa situação serve de exemplo para exaltar a importância de qual
dos indicadores a seguir?
A) Cumulatividade.
B) Escala temporal.
C) Reversibilidade.
D) Reversibilidade.
E) Sinergia.
NA PRÁTICA
Atualmente, você ocupa o cargo de gestor ambiental de uma futura fábrica. Dentre todas as
etapas, há a instalação do canteiro de obras. Lá, você precisará classificar os impactos que isso
vai causar. Serão necessárias instalações sanitárias, de alimentação, de vestuário, etc., para que
os trabalhadores do projeto que trabalharão no canteiro tenham a infraestrutura necessária para
executar suas funções. Os possíveis impactos que serão causados são:
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
APRESENTAÇÃO
A frequência e os tipos de degradação ambiental que o planeta vem sofrendo têm aumentado e
diversificado muito no decorrer da história da humanidade, pois desde o surgimento do homem
na Terra, este vem modificando a natureza conforme as suas necessidades biológicas, culturais,
econômicas e sociais. A degradação ambiental, causada pela liberação de dejetos e gases
industriais, o aumento nos níveis de nitrogênio no ambiente e o vazamentos de óleo, em
conjunto com o crescimento da população humana e de suas atividades associadas à agricultura,
à industrialização e ao comércio, têm contribuído para a depredação da biodiversidade,
ameaçando a qualidade de vida e a sustentabilidade dos ecossistemas.
Portanto, nesta Unidade de Aprendizagem, você vai ver o conceito de degradação ambiental,
suas causas e que efeitos ela pode ter sobre a natureza e o homem.
Bons estudos.
DESAFIO
Confira.
CONTEÚDO DO LIVRO
No capítulo Degradação ambiental, do livro Avaliação de impactos ambientais, você vai ver o
que é degradação ambiental e suas principais consequências ao meio ambiente e à
biodiversidade.
Boa leitura.
AVALIAÇÃO DE
IMPACTOS
AMBIENTAIS
Karine Scherer
Degradação ambiental
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
A frequência e os tipos de degradação ambiental que o planeta vem
sofrendo têm aumentado e diversificado muito no decorrer da história,
pois desde o surgimento do homem na Terra, este vem modificando a
natureza conforme as suas necessidades biológicas, culturais, econômicas
e sociais. A degradação ambiental, causada pela liberação de dejetos e
gases industriais, pelo aumento nos níveis de nitrogênio no ambiente e
pelos vazamentos de óleo, em conjunto com o crescimento da população
humana e de suas atividades associadas à agricultura, industrialização e
comércio, tem contribuído para a depredação da biodiversidade, amea-
çando a qualidade de vida e a sustentabilidade dos ecossistemas.
Portanto, neste capítulo, você vai ver o conceito de degradação am-
biental, suas causas e que efeitos ela pode ter sobre a natureza e o homem.
Conceitos
A Lei nº 6.938/1981, que institui a Política Nacional do Meio Ambiente, em seu
art. 3º, inciso II, diz que degradação ambiental é a degradação da qualidade
ambiental, por meio de alterações adversas das características do meio am-
biente. Porém, a Lei não deixa claro se o causador da degradação é o homem,
se é uma consequência de atividades antrópicas ou, então, se é um fenômeno
natural, como um raio que atinge uma determinada área verde, destruindo
esta por meio de um incêndio.
50 Degradação ambiental
mais elevados, tendo em vista que as camadas superficiais do solo, que são
as mais férteis, terão sido carregadas para os corpos d’água ou para as zonas
de menor cota topográfica, provocando o assoreamento destas. Os efeitos
da agricultura também são sentidos pela biodiversidade, tendo em vista que
a fauna e a flora são reduzidas e impactadas de forma significativa. Outro
fator preocupante e que está ligado à agricultura é o fato de ela ser a maior
consumidora mundial de água doce, utilizada nos sistemas de irrigação. Em
resumo, pode-se dizer que a agricultura promove a degradação ambiental
ao remover a cobertura vegetal, afastar a fauna, expor o solo à erosão e à
compactação e, ainda, reduzir a qualidade dos recursos hídricos por meio
do assoreamento e da contaminação destes com resíduos de agrotóxicos e
fertilizantes.
Já no ambiente urbano, os danos ambientais são causados pelo desma-
tamento para o desenvolvimento da área urbana, que resulta em alterações
climáticas, afastamento e remoção da fauna. Ocorre a alteração do regime
hídrico de bacias hidrográficas urbanas em virtude da impermeabilização
do solo, da canalização de córregos e arroios, da ausência de mata ciliar,
além das zonas para amortecimento de enchentes. As alterações no regime
hídrico levam a uma redução cada vez mais significativa do tempo de
detenção das bacias, que, por sua vez, implica em riscos de inundações
cada vez mais frequentes. A industrialização do ambiente urbano também
é responsável pela contaminação química e orgânica dos recursos hídricos,
dos solos e da atmosfera.
Não podemos deixar de mencionar os danos ambientais ocasionados pela
mineração, que é responsável pela remoção de grandes volumes de cobertura
vegetal, solo e rochas. A mineração também contamina recursos hídricos
superficiais e subsuperficiais durante a lavra, o beneficiamento e a disposição
dos minérios, inclusive depois do encerramento de suas atividades, por meio
da geração de drenagens contaminadas, além de provocar grandes alterações
na paisagem.
De modo geral, a degradação ambiental se dará quando houver alterações
de ordem química (acúmulo de metais em solos ou corpos d’água e variação de
parâmetros como pH ou oxigênio dissolvido), física (assoreamento de leitos de
rios, compactação e selamento de solos) ou biológica (bioacumulação, redução
em termos de biodiversidade, extinção de espécies, eliminação e fragmentação
de coberturas florestais e redução no banco de plântulas e sementes no solo).
Tais alterações repercutem de maneira negativa sobre a regeneração natural,
ao impedir ou retardar esta, em função da escassez de recursos.
Degradação ambiental 53
brânquias dos peixes, impedindo sua respiração, às penas das aves e aos
pelos dos mamíferos, eliminando o colchão de ar retido entre os pelos e as
penas. O resultado é a perda da capacidade de isolamento térmico, fazendo
com que o animal não consiga se proteger do frio e acabe morrendo.
Eutrofização: quando são lançados esgotos domésticos nas águas ou
quando detergentes, fertilizantes ou adubos chegam a ela, o excesso
de minerais provoca a proliferação de algas microscópicas que vivem
próximas à superfície. Com isso, forma-se uma camada de algas, que
impede a penetração de luz na água e a realização da fotossíntese nas
camadas mais profundas. As algas abaixo da superfície morrem e a sua
grande quantidade favorece o aumento das bactérias decompositoras,
que passam a consumir muito oxigênio para realizar a decomposição; co-
meça a faltar oxigênio na água e os peixes e outros organismos aeróbios
morrem. Com a falta de oxigênio, a decomposição da matéria orgânica,
antes aeróbica, passa a ser anaeróbica, o que acarreta a produção de
gases tóxicos, como o gás sulfídrico.
Poluição térmica: ocorre quando a água utilizada na refrigeração de
usinas que geram eletricidade é lançada em um ecossistema aquático.
O aquecimento da água pode prejudicar os animais estenotérmicos.
Além disso, a quantidade de oxigênio dissolvido na água diminui com o
aumento da temperatura, podendo acarretar a morte de seres aeróbicos.
Degradação do solo
A poluição dos solos é causada pela introdução de elementos químicos,
como hidrocarbonetos de petróleo, metais pesados como chumbo, cádmio,
mercúrio, cromo e arsênio e pela aplicação indiscriminada de pesticidas ou,
então, por alterações causadas pela ação do homem e seu mau uso, como
a exploração mineral não racional e a disposição inadequada de resíduos
sólidos e líquidos, que, além de contaminar o solo, podem atingir também
o lençol freático.
O maior risco de contaminação do solo por elementos poluentes está
no fato de essas substâncias serem arrastadas pelas águas superficiais e
subterrâneas por distâncias que se encontrem fora das áreas sob controle e
monitoramento, gerando uma contaminação cuja remediação será custosa e
demorada. Por essa razão, o estudo da contaminação dos solos e as soluções
adotadas para que isso seja evitado estão quase sempre relacionados com a
contaminação das águas.
A contaminação dos solos é hoje um tema de grande relevância nas
grandes aglomerações urbanas, pela dificuldade de disposição adequada de
seus resíduos, gerados em grandes quantidades, pois uma área de disposição
e confinamento de resíduos pode gerar ainda outros riscos, como odores,
gases tóxicos, chorume, além do inevitável impacto visual negativo. Vale
ressaltar que a erosão e as inundações, provocadas pelo desmatamento de
áreas, por exemplo, também apresentam impactos consideráveis sobre o solo.
O mau uso da terra pode acelerar a erosão e provocar em algumas regiões a
formação ou a expansão das condições típicas de deserto (desertificação).
Sobre a degradação dos solos, podemos destacar, também os defensivos
agrícolas. As culturas agrícolas são muito sensíveis ao ataque de pragas,
sendo particularmente perigoso nas monoculturas, nas quais insetos e outros
organismos parasitas se propagam com muita facilidade em razão da pro-
ximidade entre as plantas e da ausência de predadores naturais. Por isso o
homem desenvolveu diversos tipos de defensivos agrícolas, que protegem as
sementes, as plantações e os alimentos estocados contra o ataque de pragas.
Acontece que a degradação de alguns pesticidas, como os organoclorados, dos
quais um exemplo é o DDT, é lenta e eles tendem a se acumular ao longo das
cadeias alimentares. Nos animais, o DDT se deposita no tecido adiposo, no
cérebro, no fígado, nos rins, nos pulmões e nas glândulas sexuais, podendo
causar problemas nesses órgãos.
A Figura 2, a seguir, mostra um exemplo da aplicação de pesticidas na
agricultura.
56 Degradação ambiental
Degradação atmosférica
A poluição do ar é provocada pelo acúmulo de elementos como monóxido de
carbono, hidrocarbonetos, óxidos de nitrogênio, enxofre, ozônio, compostos
de chumbo, fuligem e fumaça branca, que, em determinadas concentrações,
pode apresentar efeitos nocivos ao homem e ao meio ambiente. Essas subs-
tâncias, conhecidas como poluentes atmosféricos, podem aparecer sob a
forma de gases ou partículas provenientes de fontes naturais, como vulcões e
neblinas ou, ainda, de fontes artificiais, produzidas pelas atividades humanas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (2016), a poluição atmosférica é
responsável por mais de 7 milhões de mortes por ano no mundo, em razão da
grande incidência de materiais particulados, constituídos por poeiras e fuligem,
que estão entre os principais causadores de doenças ocupacionais, como a
silicose e a asbestose. Além dos efeitos nocivos causados pela emissão de gases
e particulados, os odores, as radiações ionizantes, as emissões radioativas e a
poluição sonora também podem ser considerados como poluentes atmosféricos.
O crescimento nas taxas de incidência de algumas doenças ocupacionais
de origem respiratória e as condições extremas de contaminação do ar, que se
tornavam cada vez mais comuns em algumas regiões dos países industrializados,
foram os principais fatores que atuaram em favor de um controle mais rigoroso do
Degradação ambiental 57
lançamento de poluentes no ar. Pode-se dizer que hoje não existem mais razões
técnicas para que as indústrias continuem a lançar poluentes no ar, graças aos
avanços alcançados nos projetos de instalações de filtragem e de tratamento de
gases e vapores expelidos pelos processos industriais. Redes de monitoramento,
modelos de dispersão e sistemas de medição contínua são alguns dos recursos
técnicos disponíveis para assegurar um bom controle da qualidade do ar, porém,
em razão dos custos elevados de muitas dessas instalações, esse processo ainda
pode ser postergado. Dentro da poluição atmosférica, podemos citar:
Perda da biodiversidade
A conservação da biodiversidade e dos recursos naturais são dois fatores que
devem ser observados no desenvolvimento de empreendimentos impactantes.
Tendo em vista que biodiversidade é a variabilidade entre os organismos vivos
de todas as origens, em todos os seus níveis e abrangências, que vão desde
os micro-organismos até as grandes espécies aquáticas e terrestres, sejam
elas endêmicas ou ameaçadas, domesticadas ou selvagens, a sua preservação
se torna extremamente importante, tendo em vista que o equilíbrio facilita
a polinização das colheitas, o controle biológico de pragas e doenças, a ali-
mentação, os medicamentos e, principalmente, a manutenção do equilíbrio
em todos os ambientes terrestres.
A interferência do homem de forma descontrolada sobre o meio ambiente
tem alterado a diversidade biológica de maneira drástica. Perda e fragmentação
dos habitats, introdução de espécies e doenças exóticas, exploração excessiva
de espécies de plantas e animais, monocultura, pecuária, poluição e altera-
ções climáticas são apenas alguns dos fatores que estão contribuindo para o
desequilíbrio da biodiversidade. Estima-se que 27 mil espécies desapareçam
a cada ano. Se mantivermos a devastação e os níveis de poluição nesse ritmo,
o planeta não conseguirá fornecer os recursos necessários para a manutenção
da população humana.
https://goo.gl/pXL6wl
Degradação ambiental 59
Recuperação ambiental
A Constituição Federal brasileira determina, em seu art. 255, que “[...] todos
têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
do povo, essencial e saudável a qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público
e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações [...]”, em consonância com a Lei Federal nº 6.938/1981, que institui a
Política Nacional do Meio Ambiente e que tem por objetivos a preservação, a
melhoria e a recuperação da qualidade ambiental propícias à vida, considerando
o meio ambiente como patrimônio público.
Essa lei é bastante clara no que diz respeito à proteção do ambiente
natural, definindo que áreas degradadas deverão ser recuperadas, obje-
tivando seu entorno a uma forma de utilização de acordo com o plano
preestabelecido para uso do solo, visando à obtenção da qualidade do meio
ambiente. Podemos observar que a legislação ambiental brasileira não se
esgota na Lei Federal nº 6.938/1981, tendo em vista que outras leis, decretos
e resoluções expandem o leque de exigências, como é o caso da Lei Fede-
ral nº 9.605/1998, a qual deixa claro que cabe ao responsável pelo dano a
recuperação da área degradada.
https://goo.gl/Xj6PDi
Esse tipo de diagnóstico ambiental também poderá ser solicitado por corpo
técnico de órgãos públicos de controle ambiental para empreendimentos em
etapa de licenciamento ambiental. Nesse caso, será exigido dos empreendi-
mentos, com relevância ambiental significativa, a elaboração de estudo de
impacto ambiental (EIA) e seu respectivo relatório de impacto sobre o meio
ambiente (RIMA). É por meio do EIA/RIMA que será feito o diagnóstico
ambiental que dará suporte aos técnicos com relação a licenciamento am-
biental, proposta de manejo de áreas afetadas e implementação de medidas
mitigatórias e compensatórias.
Ao término do diagnóstico ambiental, será possível elaborar um plano
de recuperação no qual se define o objetivo a ser alcançado ao término dos
trabalhos e qual metodologia utilizar. Os sistemas para recuperação de áreas
degradadas deverão ser específicos para cada situação, contemplando, entre
outros fatores, localização, clima, topografia, estabilidade do terreno, solo,
vegetação e natureza dos agentes causadores da degradação. Deve-se ter em
mente que o objetivo geral desse tipo de trabalho será o de sempre devolver
ao ecossistema em recuperação a sua estabilidade, resiliência, dinâmica su-
cessional, longevidade e qualidade paisagística, a tal ponto que não necessite
mais de intervenção antrópica.
62 Degradação ambiental
BARBOSA, R.P. Avaliação de risco e impacto ambiental. São Paulo: Saraiva, 2014.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Presidência da
República, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicao.htm>. Acesso em: 15 jan. 2018.
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.
Brasília: Presidência da República, 1981. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/L6938.htm>. Acesso em: 15 jan. 2018.
BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre a Política Nacional do
Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras
providências. Brasília: Presidência da República, 1998. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9605.htm>. Acesso em: 15 jan. 2018.
Degradação ambiental 64
Leituras recomendadas
LOTT, C. P. M.; BESSA, G. D.; VILELA, O. Reabilitação de áreas e fechamento de minas.
Brasil Mineral, n. 228, jun. 2004.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. OMS divulga estimativas nacionais sobre ex-
posição à poluição do ar e impacto na saúde. 27 set. 2016. Disponível em: <http://
www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5249:oms-
-divulga-estimativas-nacionais-sobre-exposicao-a-poluicao-do-ar-e-impacto-na-
-saude&Itemid=839>. Acesso em 9 fev. 2018.
PHILLIPPI JR., A.; ROMÉRO, M. A.; BRUNA, G. C. Curso de gestão ambiental. 2. ed. São
Paulo: Manole, 2014.
PINTO, T. J. A. et al. Ciências farmacêuticas: sistema de gestão ambiental. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2009.
POLETO, C. Introdução ao gerenciamento ambiental. Rio de Janeiro: Interciência, 2010.
SÁNCHEZ, L. H. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. São Paulo: Oficina
de Textos, 2008.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR
Esta Dica do Professor trata sobre o licenciamento ambiental. Você vai ver o conceito de
licenciamento ambiental e de licença ambiental e, ainda, que o processo de licenciamento se
divide em três fases: licença prévia (LP), licença de instalação (LI) e licença de operação (LO).
O licenciamento ambiental é uma exigência feita a todos os empreendimentos ou atividades que
empregam recursos naturais ou que possam causar algum tipo de poluição ou degradação ao
meio ambiente.
Assista.
EXERCÍCIOS
1) As queimadas são utilizadas com frequência pelos agricultores como recurso para
preparar o solo para o plantio. É correto afirmar que o uso sistemático dessa conduta
não é indicado, por qual motivo?
C) Impermeabiliza o solo.
3) O ciclo da água pode ser aproveitado para produzir energia. Dessa forma, se faz
necessária a construção de uma barragem para represar a água e gerar energia
elétrica. Porém, a construção de barragens é responsável por diversos impactos
ambientais. Dentre eles, podemos citar:
D) inexistente, pois o carvão mineral utilizado para a geração de energia elétrica é pouco
poluente, por apresentar baixo teor de gases que provocam as chuvas ácidas.
NA PRÁTICA
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
Veja mais sobre as definições gerais sobre o assunto, bem como os procedimentos e os métodos
necessários para a elaboração de um PRAD.
APRESENTAÇÃO
Bons estudos.
DESAFIO
Imagine que você foi contratado como gestor ambiental em um frigorífico para abate de frangos,
na região nordeste do Brasil. Segundo as normas de boas práticas para alimentos, as estruturas
de frigoríficos devem ser mantidas a temperaturas controladas, para não haver degradação ou
contaminação das carnes. O frigorífico em que você trabalha possui um sistema antigo de
refrigeração com uso de amônia, com riscos já identificados de vazamentos. A próxima
reunião já foi agendada e você precisa apresentar no mínimo três programas, com seus
respectivos objetivos, para serem inseridos no plano de gerenciamento para esse risco
ambiental. Não se esqueça de que não há verbas para inclusão de novas tecnologias ou para
troca do sistema de refrigeração existente.
INFOGRÁFICO
No infográfico a seguir, constam as cinco etapas que compõem a análise de riscos ambientais.
CONTEÚDO DO LIVRO
Boa leitura!
AVALIAÇÃO DE
IMPACTOS
AMBIENTAIS
Karine Scherer
Revisão técnica:
Vanessa de Souza Machado
Bióloga
Mestre e Doutora em Ciências
Ronei Stein
Engenheiro Ambiental
Mestre em Engenharia Civil e Preservação Ambiental
ISBN 978-85-9502-344-4
Introdução
Neste capítulo, será abordada a análise de riscos ambientais. O emprego
predominante da análise de risco acontece durante o licenciamento
ambiental de fontes potencialmente geradoras de acidentes ambientais.
Essa análise, portanto, é fundamental em Estudos de Impactos Ambientais
(EIA)/Relatório de Impactos Ambientais (RIMA).
Riscos ambientais
A Política Nacional do Meio Ambiente, introduzida pela Lei nº 6.938/1981,
prevê a utilização de diversos instrumentos para a implantação do gerencia-
mento de riscos ambientais. Entre eles, está a Avaliação de Riscos Ambientais,
que, na maioria das vezes, está inserida no EIA/RIMA (Estudo de Impacto
Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental), por meio da decisão de orga-
nizações governamentais de controle ambiental. (BRASIL, 1981). Assim, o
gerenciamento de riscos ambientais é precedido por uma série de processos
de avaliação das consequências de eventos potencialmente capazes de causar
impactos na saúde pública e no meio ambiente. Por exemplo, explosões, incên-
dios, derramamentos e emissões imediatas de substâncias tóxicas causadas
por acidentes são exemplos do primeiro tipo de consequência. Portanto, para
avaliar um risco, é necessário estimar a probabilidade de que o evento venha
a ocorrer, bem como a extensão dos danos que o mesmo poderá causar.
246 Análise de riscos ambientais
Identificação de riscos
Considera-se que a noção de risco está ligada à ideia de ameaça, no caso de que
um evento indesejável e danoso venha a ocorrer. Assim, os riscos podem ser
classificados a partir da natureza de seus agentes (químicos, biológicos, físicos
e psicossociais), de sua fonte geradora (meios de transporte, fármacos e proce-
dimentos medicos, hábitos individuais, entre outros) ou mesmo em relação ao
sujeito do risco (riscos à segurança, riscos à saúde humana, riscos ambientais,
riscos ao bem estar público, riscos financeiros, riscos ocupacionais, entre outros).
O mapeamento de riscos que podem afetar o meio ambiente em uma deter-
minada área ou instalação de uma empresa é o primeiro passo para a solução
dos problemas ambientais que a afligem. Esses riscos são avaliados por seus
efeitos sobre as três áreas básicas em que se divide tradicionalmente o meio
ambiente: as águas, o solo e o ar.
A poluição das águas se dá pela introdução de produtos que, por meio de
suas ações físicas, químicas e biológicas, degradam a qualidade da água e
afetam os organismos vivos nela existentes.
A poluição dos solos é causada principalmente pelo seu mau uso (exploração
mineral não racional, aplicação indiscriminada de pesticidas e outros produtos
químicos de uso na agricultura) e pela disposição incorreta de resíduos sólidos
ou líquidos que, além de contaminar o próprio solo, podem atingir o lençol
freático, passando a ser, também, agentes na poluição das águas.
A poluição do ar é causada pela acumulação na atmosfera de substâncias
em concentrações que gerem efeitos nocivos ao homem e ao meio ambiente.
Os principais contaminantes do ar são monóxido de carbono, hidrocarbo-
netos, óxidos de nitrogênio e enxofre, oxidantes fotoquímicos e materiais
particulados que, por efeito de sua reduzida granulometria, permanecem
em suspensão na atmosfera.
254 Análise de riscos ambientais
Também podemos citar duas outras formas de poluição ambiental que podem
assumir características de elevada nocividade: as radiações ionizantes, geradas
pelas atividades humanas (vazamentos e perdas ocorridos em centrais nucleares,
experimentos nucleares, radiações de equipamentos de raios X e microondas,
além dos subprodutos de algumas instalações de mineração) e a poluição sonora,
gerada em grandes aglomerados urbanos e nas atividades industriais que não
tenham sido adequadamente projetadas para controlar a propagação dos ruídos
resultantes de seus processos e equipamentos de produção.
Riscos ao solo
A poluição dos solos é causada pela introdução de elementos químicos, como
hidrocarbonetos de petróleo, metais pesados como chumbo, cádmio, mercúrio,
cromo e arsênio e pela aplicação indiscriminada de pesticidas (Figura 1). Sua
causa também se deve a alterações causadas pela ação do homem e seu mau
uso, como a exploração mineral não racional e a disposição inadequada de
resíduos sólidos e líquidos que, além de contaminar o solo, podem atingir
também o lençol freático.
Riscos à atmosfera
A poluição do ar é provocada pelo acúmulo de elementos como monóxido
de carbono, hidrocarbonetos, óxidos de nitrogênio, de enxofre, ozônio,
compostos de chumbo, fuligem e fumaça branca que, em determinadas
concentrações, podem apresentar efeitos nocivos ao homem e ao meio am-
biente. Essas substâncias, conhecidas como poluentes atmosféricos, podem
aparecer sob a forma de gases ou partículas provenientes de fontes naturais,
como vulcões e neblinas, ou ainda de fontes artificiais, produzidas pelas
atividades humanas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (2015), a poluição atmosférica
é responsável por mais de 7 milhões de mortes por ano no mundo devido
à grande incidência de materiais particulados, constituídos por poeiras e
fuligem, que estão entre os principais causadores de doenças ocupacionais,
como a silicose e a asbestose. Além dos efeitos nocivos causados pela emis-
são de gases e particulados, os odores, as radiações ionizantes, as emissões
radioativas e a poluição sonora também podem ser considerados como fatores
de risco para a atmosfera.
O crescimento nas taxas de incidência de algumas doenças ocupacionais
de origem respiratória e as condições extremas de contaminação do ar, que se
tornavam cada vez mais comuns em algumas regiões dos países industriali-
zados, foram os principais fatores que atuaram em favor de um controle mais
rigoroso do lançamento de poluentes no ar. Pode-se dizer que, hoje, não existem
mais razões técnicas para que as indústrias continuem a lançar poluentes no
ar, graças aos avanços alcançados nos projetos de instalações de filtragem e
de tratamento de gases e vapores expelidos pelos processos industriais. Redes
de monitoramento, modelos de dispersão e sistemas de medição contínua são
alguns dos recursos técnicos disponíveis para assegurar um bom controle da
qualidade do ar; no entanto, em razão dos custos elevados de muitas destas
instalações, esse processo ainda pode ser postergado.
Análise de riscos ambientais 257
Prevenção de riscos
Alguns impactos são de ocorrência incerta, mas essa incerteza não pode, de
forma alguma, ser negligenciada durante os estudos de Avaliação de Impacto
Ambiental (AIA) e, muito menos, durante os processos de operação do empre-
endimento. Da mesma forma, o plano de gestão deve incluir medidas voltadas
para esses impactos, pois quando o Estudo de Impacto Ambiental (EIA)
comporta um estudo detalhado de risco ou é complementado por um estudo de
análise de risco, isso se torna evidente, tendo em vista que o estudo de risco irá
propor uma série de medidas de redução e gestão do risco que, naturalmente,
deverão fazer parte do plano de gestão do empreendimento. Entretanto, mesmo
que o projeto não comporte graves perigos e não seja necessária a preparação
de um estudo de risco, a incerteza sobre a ocorrência de certos impactos (que
ocorrerão somente se certas condições se manifestarem) não pode ser usada
para justificar a ausência de medidas para a redução de riscos, de modo que
elas devem fazer parte do conjunto de medidas mitigadoras.
No caso da prevenção de riscos, dois conjuntos de medidas podem fazer
parte do plano de gestão ambiental: o plano de gerenciamento de riscos e o
plano de atendimento a emergências. O Plano de Gerenciamento de Riscos
(PGR) deve contemplar todas as ações a serem implementadas em caso de
ocorrência de acidentes. Cabe ao órgão licenciador determinar a necessidade
de apresentação de um PGR, a fase do processo de licenciamento em que o
plano e o seu conteúdo devem ser apresentados.
Para boa parte dos empreendimentos sujeitos ao processo de AIA, não é neces-
sário um grande detalhamento dos procedimentos de segurança e gerencimentos
de riscos, tendo em vista que apresentam riscos substancialmente menores que o
de indústrias químicas ou de instalações de transporte e armazenagem de petróleo
258 Análise de riscos ambientais
Leituras recomendadas
BARBOSA, R. P. Avaliação de Risco e Impacto Ambiental. São Paulo. Saraiva, 2014.
BRITO, R.M.L.D. Responsabilidade Ambiental: metodologia de análise de risco am-
biental. Dissertação (Mestrado em Biologia) - Faculdade de Ciências, Universidade
do Porto, Porto, 2013.
COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL. Manual (P4.261): orien-
tação para a elaboração de estudos de análise de riscos. São Paulo: CETESB, 2003.
PHILIPPI JUNIOR, A.; ROMÉRO, M. A.; BRUNA, G. C. Curso de Gestão Ambiental. 2. ed.
São Paulo: Manole, 2014.
PINTO, T. J. A. et al. Ciências Farmacêuticas: sistema de gestão ambiental. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2009. 354 p.
SÁNCHEZ, L. H. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e métodos. São Paulo:
Oficina de Textos, 2008. 495 p.
VALLE, C. E. Como se preparar para as Normas ISO 14.000: qualidade ambiental. 2. ed.
São Paulo: Pioneira, 1995. 137 p.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR
EXERCÍCIOS
1) A análise de riscos ambientais pode ser dividida em cinco etapas: identificação dos
perigos, análise dos riscos, monitoração do plano, implementação de um plano de
controle/redução dos riscos e:
A) mitigação de riscos.
B) meio biótico.
D) riscos tecnológicos.
D) Geológico e hidrográfico.
E) Sociais e econômicos.
A) Riscos agudos.
B) Riscos naturais.
C) Riscos crônicos.
D) Riscos biológicos.
E) Riscos siderais.
A) Probabilidade x magnitude
B) Aspecto x impacto
C) Fauna e flora
D) Meios antrópicos e físico
E) Comunidade x impactos
A) Risco natural
B) Risco biológico
C) Risco geológico
D) Risco sideral
E) Risco atmosférico
NA PRÁTICA
Você sabe que a galvanoplastia é tida como uma das mais tóxicas entre os outros tipos de
indústrias, pois ela é um ramo da indústria metal-mecânica em que as superfícies metálicas ou
plásticas são tratadas a partir de processos químicos ou eletrolíticos.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
Resolução nº 1, de 23 de janeiro de 1986. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 fev. 1986.
APRESENTAÇÃO
Bons estudos.
DESAFIO
Suponha que você, na condição de gestor ambiental, está trabalhando em uma incorporadora
imobiliária e recebeu a licença de instalação (LI) de uma novo empreendimento a ser instalado
em uma cidade próxima.
Item 1. O esgotamento sanitário gerado pelo canteiro de obras deverá ser coletado em banheiros
químicos e adequadamente destinado ou tratado por meio de fossa séptica e de filtro anaeróbio
adequadamente dimensionado.
Item 2. Resíduos Classe A deverão ser encaminhados para a central de triagem do município,
para aterros licenciados pelo órgão ambiental competente.
Item 5. Deverão ser adotadas medidas mitigatórias no que diz respeito à erosão do solo, ao
derramamento de material em vias públicas, à poluição do ar pela movimentação de cargas, à
contaminação do solo, entre outras.
Diante destes itens, elabore um plano de monitoramento que obedeça as restrições e condições
exigidas pelo órgão competente.
INFOGRÁFICO
CONTEÚDO DO LIVRO
Boa leitura.
AVALIAÇÃO DE
IMPACTOS
AMBIENTAIS
Raquel Finkler
Revisão técnica:
Vanessa de Souza Machado
Bióloga
Mestre e Doutora em Ciências
Ronei Stein
Engenheiro Ambiental
Mestre em Engenharia Civil e Preservação Ambiental
ISBN 978-85-9502-344-4
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar os elementos fundamentais ao processo
de monitoramento de impacto ambiental, que é uma das etapas que
compõem um Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Além disso, o moni-
toramento serve para verificar se o empreendimento está atendendo à
legislação e/ou às condicionantes que constam na licença ambiental.
O monitoramento ambiental é uma etapa fundamental para a deter-
minação de efeitos adversos do empreendimento no meio. Com os dados
resultantes do monitoramento, você pode identificar possibilidades de
ajustes nos processos e garantir a qualidade ambiental do meio.
Monitoramento ambiental:
objetivos e importância
A garantia da qualidade ambiental está prevista na Política Nacional do Meio
Ambiente (BRASIL, 1981). No artigo 4º da referida Lei, constam os seus
objetivos, merecendo destaque:
https://goo.gl/knEz7U
Indicadores
De acordo com o site do Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, 2018a),
indicadores são:
https://goo.gl/8tmYZ5
Monitoramento de impactos ambientais 339
descrição;
objetivo;
medidas mitigadoras, potencializadoras ou compensatórias a serem
adotadas;
metodologia;
recursos materiais e humanos;
indicadores ambientais;
etapas do empreendimento;
cronograma de execução;
sistemas de registros e acompanhamento;
responsável pela execução.
Monitoramento de impactos ambientais 341
definição de objetivos;
delimitação da área de estudo;
definição de metodologias;
realização de coleta de dados;
organização e interpretação de dados;
elaboração de relatórios.
https://goo.gl/Tghtd6
Após a realização da coleta, que também deve ser realizada por profissionais
habilitados, os dados devem ser analisados a partir de análises estatísticas,
gráficos, tabelas e outras ferramentas disponíveis. Além disso, nessa etapa de
organização e interpretação, pode-se comparar as informações obtidas com
padrões de qualidade estabelecidos na legislação.
Por fim, na etapa de elaboração de relatório, a interpretação dos dados deve
servir de subsídio para a indicação de impactos ambientais, sua evolução e a
proposição de medidas mitigadoras, se for o caso.
https://goo.gl/XYpjFs
Monitoramento de impactos ambientais 343
BRASIL. Avaliação ambiental estratégica. Brasília, DF: MMA, 2002b. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/aae.pdf>. Acesso em: 04
fev. 2018.
BRASIL. Estratégia do Programa Nacional de Monitoramento Ambiental dos Biomas
Brasileiros. Brasília, DF: MMA, 2016. Disponível em: <http://www.florestal.gov.br/snif/
images/Publicacoes/estrategia_programa_monitoramento_ambiental_biomas.
pdf>. Acesso em: 04 fev. 2018.
BRASIL. Governança ambiental. Ministério do Meio Ambiente, Brasília, DF, 2018a. Dispo-
nível em: <http://www.mma.gov.br/governanca-ambiental/informacao-ambiental/
sistema-nacional-de-informacao-sobre-meio-ambiente-sinima/indicadores>. Acesso
em: 03 jan. 2018.
BRASIL. Guia de Procedimentos do Licenciamento Ambiental Federal: documento de
referência. Brasília, DF: MMA, 2002a. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/es-
truturas/sqa_pnla/_arquivos/Procedimentos.pdf>. Acesso em: 04 frv. 2018.BRASIL.
Indicadores de programas: guia metodológico. Brasília, DF: Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão, 2010.
BRASIL. Lei n° 6.938 de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.
Brasília, DF, 1981. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6938.
htm>. Acesso em: 03 fev. 2018.
BRASIL. PNIA 2012 Painel Nacional de Indicadores Ambientais: referencial teórico, com-
posição e síntese dos indicadores da versão-piloto. Brasília, DF: MMA, 2014. Disponível
em: <http://www.mma.gov.br/images/arquivos/Banner/banner_pnia_2012.pdf>.
Acesso em: 04 fev. 2018.
BRASIL. Programa nacional de capacitação de gestores ambientais. Brasília, DF: MMA,
2009b. 4v.
BRASIL. Programa Nacional do Meio Ambiente II PNMA II - Fase 2 – 2009-2014: compo-
nente desenvolvimento institucional, subcomponente monitoramento ambiental.
Brasília, DF: MMA, 2009a.
BRASIL. Rede Nacional: redes de monitoramento. Portal da Qualidade das Águas,
Brasília, DF, 2018. Disponível em: <http://portalpnqa.ana.gov.br/rede-nacional-rede-
-monitoramento.aspx>. Acesso em: 04 fev. 2018.
COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO. Manual para elaboração de estu-
dos para o licenciamento com avaliação de impacto ambiental. São Paulo: CETESB, 2014.
CONAMA. Resolução CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986. Dispõe sobre critérios
básicos e diretrizes gerais para a avaliação de impacto ambiental. Brasília, DF, 1986.
Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legislacao/CONAMA_RES_
CONS_1986_001.pdf>. Acesso em: 05 fev. 2018.
CONAMA. Resolução nº 237, de 19 de dezembro de 1997. Brasília, DF: MMA, 1997.
346 Monitoramento de impactos ambientais
Confira!
EXERCÍCIOS
E) Número de cães que visitam o local; número de pessoas que circulam na dependência do
empreendimento; chuvas torrenciais.
B) Negar o pedido, pois animais oriundos de regiões diferentes não podem ser agrupados.
D) Negar o pedido e sugerir a redução no tamanho das amostras para ter animais para as
réplicas.
E) Autorizar o pedido e sugerir que os animais passem por uma geração de "aclimatação" às
novas condições de cultura antes de serem utilizados.
A) Não precisa ter uma metodologia própria, podendo adotar procedimentos idênticos aos
adotados no monitoramento do meio físico.
Veja, na prática, um estudo de caso, em que foram levantadas algumas ideias de como iniciar e
quais são os conhecimentos prévios que se deve ter para se elaborar o plano de monitoramento.
Indústria de alimentos
Você, como gestor ambiental, foi contratado para executar o monitoramento ambiental em uma
indústria alimentícia:
- O que fazer?
- Quais parâmetros devem ser analisados?
- Qual deve ser a frequência do monitoramento?
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
Resolução no 237, de 19 de dezembro de 1997
APRESENTAÇÃO
Bons estudos.
DESAFIO
Os moradores desse local estão muito preocupados com a poluição sonora que esse
empreendimento causará. Nesse sentido, você está sendo desafiado a pensar e a elaborar uma
lista de atividades, sendo três na implantação e três na operação, que poderá gerar esse impacto.
INFOGRÁFICO
CONTEÚDO DO LIVRO
Parte do Capítulo 10 do livro Meio ambiente e sustentabilidade aborda matrizes, além de ser a
obra que serve de base teórica para esta Unidade de Aprendizagem, tratando da relação do dia a
dia do gestor ambiental com os aspectos do saneamento básico. Leia do item 10.2.2,
"Diagnóstico ambiental" até o item "Tipos de avaliações".
Boa leitura!
M514 Meio ambiente e sustentabilidade [recurso eletrônico] /
Organizadores, André Henrique Rosa, Leonardo Fernandes
Fraceto, Viviane Moschini-Carlos. – Dados eletrônicos. –
Porto Alegre : Bookman, 2012.
CDU 502-022.316
lisados. A matriz mais conhecida e mais uti- les com configuração linear (ferrovias, ro-
lizada é a matriz de Leopold (Leopold et al., dovias, oleodutos e outros).
1971). Na sua concepção original, possui 88
linhas (aspectos ambientais) e 100 colunas
(atividades) perfazendo um total de 8.800 Métodos quantitativos
quadrículas. O preenchimento de uma qua-
drícula representa a identificação de um Os impactos são quantificados e transfor-
impacto para o qual são atribuídos valores mados em unidades padronizadas, ponde-
de 1 a 10 quanto a dois aspectos. O primeiro radas em função da importância relativa, e
é a definição da magnitude do impacto manipulados matematicamente. Obtêm-se
sobre um setor específico do ambiente. O índices de impacto total para um número
segundo aspecto é a medida do grau de im- de alternativas a serem comparadas. Um
portância de uma determinada ação sobre o exemplo clássico é o Sistema Battelle – Co-
fator ambiental. Se o impacto for positivo, lumbus (DEE et al 1973), que foi desenvol-
deve-se indicar com um sinal positivo antes vido para avaliar projetos de recursos hídri-
do valor de magnitude. cos e manejo de qualidade de água, mas
A matriz deve vir acompanhada de que, no entanto, podem ser adaptados para
um texto que aborde os aspectos mais rele- outros tipos de empreendimentos.
vantes dos impactos identificados. Os tópicos de interesse são divididos
em quatro categorias: ecologia, poluição
ambiental, estética, interesse humano e so-
Superposição de cartas cial. Cada categoria é composta por um
conjunto de componentes. Cada compo-
Elabora-se um inventário onde os fatores nente compreende um conjunto de fatores,
ambientais são mapeados. Esses dados são in- totalizando 78 variáveis.
terpretados em função da localização das ati- As medidas ou estimativas dos parâ-
vidades e traduz-se em mapas de capacidade metros ambientais são transformadas e
para cada atividade. A área de estudo é subdi- normalizadas através de curvas específicas
vidida em unidades geográficas (quadrícu- ou funções, em índices de qualidade am-
las). Para cada unidade são levantadas infor- biental (IQA), para permitir a comparação
mações sobre os fatores ambientais e os inte- entre os impactos. Este índice varia de 0 a 1.
resses da comunidade. Esses interesses são Quando a variável possui apenas juízo de
agrupados por categorias não conflitantes valor, a população é consultada.
(econômicas, sociais, paisagísticas), limitadas Cada variável possui um valor de im-
quanto à abrangência de identificação de im- portância relativa dentro do sistema, que é
pactos, pois só utilizam dados que podem ser fixado para projetos similares e baseia-se no
representados pela cartografia. No entanto, julgamento da equipe multidisciplinar.
esta limitação pode ser contornada com a uti- Multiplica-se o IQA de cada fator am-
lização de um Sistema de Informação Geo- biental e seu peso. A somatória desses pro-
gráfica (SIG). Assim torna-se extremamente dutos resulta no valor para o meio ambien-
eficaz para a definição de padrões espaciais e te. Faz-se o cálculo para o ambiente sem o
localização dos efeitos e impactos, pois as pre- projeto (partindo-se de medidas reais dos
visões são feitas por unidade de área. parâmetros ambientais) e com o projeto e
Esse método é adequado para síntese e suas várias alternativas.
importante na elucidação de relações espa- O impacto ambiental é expresso pela
ciais complexas e é recomendável nos pro- diferença do valor do ambiente com e sem a
jetos de desenvolvimento regional e naque- ação, mais as várias alternativas.
224 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
diagnósticos ambiental da área de influên- requisitos básicos a serem atendidos nas fases
cia do projeto; a identificação dos prováveis de localização, instalação e operação, obser-
impactos ambientais da implantação e ope- vados os planos municipais, estaduais e fede-
ração da atividade, considerando o projeto, rais de uso do solo. A emissão da LP ocorre
suas alternativas, os horizontes de tempo de somente após a aprovação do EIA/RIMA.
incidência dos impactos e indicando os mé-
todos, técnicas e critérios adotados para sua
identificação, quantificação e interpretação; Licença de instalação (LI)
a caracterização da qualidade ambiental fu-
tura da área de influência comparando as Solicitada depois de concluído o projeto
diferentes situações da adoção do empreen- executivo do empreendimento e antes do
dimento e suas alternativas, bem como a hi- início das obras. É concedida após análise e
pótese de sua não realização; a descrição do aprovação dos projetos que especificam os
efeito esperado das medidas mitigadoras dispositivos de controle ambiental e as me-
previstas em relação aos impactos negati- didas de mitigação ou compensação am-
vos, mencionando aqueles que não pude- biental.
rem ser evitados, e o grau de alteração espe-
rado; o programa de acompanhamento e
monitoramento dos impactos; e, finalmen- Licença de operação (LO)
te, a recomendação quanto a alternativa
mais favorável (conclusões e comentários Solicitada antes da operação comercial do
de ordem geral). empreendimento. Autoriza, após diferentes
verificações, o início da atividade e o fun-
cionamento de seus equipamentos de con-
LICENCIAMENTO AMBIENTAL trole ambiental, de acordo com o previsto
nas licenças anteriores.
O processo de avaliação de impactos am- Os agentes que participam da elabora-
bientais (AIA), no Brasil, está vinculado, ção da avaliação de impactos ambientais
pela legislação, ao processo de licenciamen- devem conduzir suas atuações de maneira
to ambiental pelas empresas e pelo setor integrada, visando sempre aos princípios
público quando da instalação de ações, pro- norteadores da Política Nacional do Meio
gramas e projetos. O licenciamento am- Ambiente e a Legislação Brasileira. O pro-
biental apresenta uma variada gama de par- cesso de avaliação de impactos ambientais
ticularidades, cuja complexidade e nível de é, em suma, um conjunto tripartite de ações
exigências estão relacionadas com as dife- conjugadas, configurado pela participação
rentes naturezas dos empreendimentos ou dos órgãos ambientais, dos empreendedo-
projetos apresentados aos órgãos ambien- res e de equipes multidisciplinares encarre-
tais. Assim, basicamente os empreendimen- gadas de produzir documentos técnicos que
tos necessitam de três licenças fundamen- irão subsidiar as tomadas de decisão. Este
tais para seu pleno funcionamento e cum- conjunto integrado nada mais é do que o
primento das etapas de sua existência: reflexo das conjunturas formais de partici-
pação no referido processo, que são: a socie-
dade, que afinal vai julgar e decidir sobre a
Licença prévia (LP) relação custo-benefício de determinada ação
ou empreendimento; a economia de uma
Deve ser requerida pelo empreendedor no região ou país, que se consolida com a apli-
início do planejamento da obra, contendo os cação de recursos financeiros, energia e ma-
226 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
O vídeo a seguir apresenta tópicos importantes para a elaboração de matrizes para avaliação de
impactos.
EXERCÍCIOS
1) As matrizes para avaliação de impactos são formadas, basicamente, por duas fontes
de informações, que são:
2) Nas matrizes para avaliação de impactos, são identificados dois atributos para os
impactos identificados, que são:
A) a importância e a magnitude.
B) a importância e a frequência.
C) a magnitude e a extensão.
D) a importância e a natureza.
E) a magnitude e a cumulatividade.
B) a comunidade e o projeto.
NA PRÁTICA
Imagine-se como gestor ambiental em uma empresa que está realizando a ampliação de sua
produção de peças automotivas, com o licenciamento de uma nova unidade produtiva em um
município na região Sul do país.
Para esse projeto, foi identificado o impacto de "melhoria nas estradas vicinais", que irá
interferir em vários processos ambientais aquáticos. Você, então, percebe que se trata de um
impacto bastante significativo e justifica, em reunião, que os serviços de:
Dessa forma, aumentará a carga de sedimentos enviados aos corpos d'água - podendo, por sua
vez, promover o assoreamento dos leitos e, consequentemente, a alteração da comunidade
aquática.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
Proposta de uma matriz para avaliação de impactos ambientais em uma indústria plástica.