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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE

FACULDADE DE FILOSOFIA DOM AURELIANO MATOS – FAFIDAM


CURSO: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
DISCIPLINA: LIMNOLOGIA
PROFESSORA: JANAINA ANDRADE

COMPARTIMENTAÇÃO DAS ÁGUAS DOS


AMBIENTES CONTINENTAIS

PAULA RÉGIA NUNES CHAVES

LIMOEIRO DO NORTE.CE
2023
INTRODUÇÃO

Os ecossistemas aquáticos em geral, apresentam certas características quando


comparados a ecossistemas terrestres. O meio aquoso acelera a taxa de transferência de
nutrientes e metabólitos através de membranas celulares, o que potencializa a absorção
e transformação de matéria pelos organismos aquáticos.
A dinâmica de processos biogeoquímicos é mais rápida, repercutindo entre
outros, com elevadas taxas de produtividade primária.
A alta viscosidade da água, permite que alguns organismos aquáticos têm alta
mobilidade enquanto outros têm sua locomoção quase determinada pelo movimento da
massa dágua. Propriedades físicas da água como elevado calor específico e índice de
refração luminosa, são decisivas para determinar variações espaciais, principalmente
verticais, na distribuição térmica e luminosa no ambiente aquático, o que
consequentemente tem caráter decisivo sobre a distribuição dos organismos no
ambiente.
QUAIS SERIAM ESSES COMPARTIMENTOS QUE PODERIAM
SER ENCONTRADOS EM CORPOS HÍDRICOS CONTINENTAIS?
Os compartimentos de um lago são:
Região Litorânea ou ripária;
Região Limnética ou pelágica;
Região Bentônica
Interface Água-ar

Esses compartimentos não


estão isolados, mas, em
constante interação de trocas
de matérias e energia.
Essa classificação tem apenas um caráter didático com o intuito de criar
compreensão para que ela seja obtida da melhor maneira possível.
Região Litorânea
Apresenta contato direto com
ecossistema terrestre.
Sofre influência diretamente desse
ambiente e pode ser dividido em:
 eulitoral
 sublitoral
(presença de macrófitas submersas).

Sua característica é a presença de


vegetação aquática:
Macroalgas, briófitas, pteridófitas e
plantas superiores.
Região Litorânea
Região considerada ecótono:

 ecossistema terrestre
 ecossistema lacustre.

Apresenta todos os níveis tróficos


de um ecossistema comum.

Produtores primários, herbívoros,


predadores e decompositores.
Região Litorânea

Por ser de grande complexidade


trófica é habitado tanto por
organismos aquáticos quanto
terrestres e apresenta cadeias
alimentares de herbivoria, na
qual a fonte de energia é a
biomassa vegetal viva, como
cadeias de detritivoria que tem
como fonte de energia a
biomassa vegetal morta
Região Litorânea

Cadeias de detritivoria que


tem como fonte de energia a
biomassa vegetal morta é a
principal responsável pelo
fluxo de energia nesse
compartimento uma vez que
praticamente 90% da
biomassa vegetal viva não é
consumida por herbívoros e
acumulada no ambiente sob
forma de detrito.
Região Litorânea
A grande variedade de
macrófitas presentes na região
litorânea, pode ser o indicativo de
quão complexa é esse ambiente,
por ter uma grande variedade de
macrófitas aquáticas com diferentes
morfologias e formas de vida,
como:

alóctones folhas de árvores oriundas


de fora do ambiente aquático
autóctones folhas de árvores oriundas
do próprio ambiente aquático.
Região Litorânea
Entre os consumidores, a
comunidade de invertebrados,
tanto os que vivem em íntima
associação com a vegetação, como
gastrópodes, insetos e crustáceos,
bem como os de vida livre, como
organismos zooplanctônicos,
correspondem para a maior
proporção da biodiversidade de
animais na região litorânea.
Região Litorânea

Quanto maior a
diversidade de macrófitas
presentes no ambiente litorâneo
(de plantas aquáticas) maior serão
as chances de se ter uma
diversidade aumentada de seus
invertebrados e vertebrados
presentes no ambiente.
Região Litorânea
A extensão de regiões litorâneas
depende de características morfométricas do
ambiente lacustre, como tamanho, profundidade
e razão perímetro/volume.
Essas características determinam se a
radiação solar alcança o fundo do Lago, a fim de
permitir a germinação e o crescimento da
vegetação.
Por estas razões, em alguns ecossistemas
lacustres a região litorânea é pouco desenvolvida
ou mesmo ausente, como é o caso da maioria dos
lagos profundos como os de origem vulcânica ou
represa, onde há declive das margens que
impossibilita o estabelecimento e crescimento da
vegetação aquática.
Região Litorânea
Para uma região litorânea
ser bem desenvolvida é necessário
dar condições para que as
macrófitas submersas possam se
desenvolver. Para que as
macrófitas possam se desenvolver é
preciso que a luz penetre até as
partes mais profundas da região
litorânea
Região Limnética ou Pelágica
Organismos planctônicos e nectônicos
Essa região é muito
homogênea horizontalmente – caso
se faça uma análise em estratos
horizontais percebe-se que as
condições deste ambiente tende a não
mudar muito
Mas, podem variar bastante
quando a observação é feita
verticalmente – nesse caso esses
ambientes tendem a ser bastante
heterogêneo devido a gradientes nas
concentrações ou valores de
variáveis como: oxigênio, ph,
salinidade e temperatura.
Região Limnética ou Pelágica
Organismos planctônicos e nectônicos

As variáveis como: oxigênio, ph e


salinidade se classifica na estratificação
química e a temperatura se classifica na
estratificação térmica ou física

Na maioria dos casos a


estratificação química determinada pela
estratificação térmica ou seja a variação de
temperatura acaba gerando variações desses
fatores químicos. E a estratificação térmica
acaba sendo influenciada pela variação da
penetração da radiação solar.
Região Limnética ou Pelágica
Organismos planctônicos e nectônicos

Observando a imagem pode-se


perceber que com o aumento da
profundidade você tem uma
diminuição da penetração da radiação
solar, daí a ausência de luz acaba
gerando modificações na temperatura
e essas modificações acaba provocando
variações nos componentes químicos.
Isso causa uma mudança na
densidade dessas camadas de massa de
água e dificultando a mistura desses
compostos.
Região Limnética ou Pelágica
Organismos planctônicos e nectônicos

A região limnética pode ser dividida em


dois estratos verticais: o epilímnio e zona
eufótica e o hipolímnio e zona afótica. Essas
zonas que compõem a região pelágica não
necessariamente são as mesmas e podem ser
que aconteçam de uma se sobrepor a outra.
Há uma possibilidade da região
limnética ser toda homogênea em termos
verticais. Em lagos rasos (lagoas) onde a luz
penetra até o fundo do corpo hídrico, temos toda
a coluna de água aquecida de forma homogênea,
daí automaticamente a estratificação térmica não
existe e possivelmente a estratificação química
também não, o resultado é que o Epilímnio e o
Hipolímnio acaba não se caracterizando.

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