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Limnologia Biótica

• Lagos, represas, áreas alagadas e rios funcionam como ecossistemas


complexos, com interações permanentes e dinâmicas com a bacia
hidrográfica à qual pertencem

• O sistema lacustre como unidade interage efetivamente com a bacia


hidrográfica e recebe a influência de todas as atividades humanas que
nela se desenvolvem
Principais comunidades de um lago
Biota
Biota (do grego βίος, bíos = vida)
• é o grupo de seres vivos que habitam
uma determinada área por um
determinado período

Zoologia e a Botânica
Hábitos e características dos organismos aquáticos
Herbívoros
• alimentam-se de plantas aquáticas, fitoplâncton,
perifíton ou macrófitas
Hábitos e características dos organismos aquáticos
Carnívoros
• alimentam-se de organismos aquáticos herbívoros
ou de outros organismos aquáticos, exceto plantas
Hábitos e características dos organismos aquáticos
Detritívoros
• alimentam-se de restos de vegetais, sedimentos ou
restos animais
Vida aquática
Os rios, lagos e represas podem
apresentar vida, a essa vida seja
ela fauna ou flora, denomina-se
biota e, tem relevância na
caracterização dos sedimentos
bem como na composição da
água
climáticos

profundidade
que a luz profundidade
solar alcança

Vida
Vida
aquática composição
química da correntezas
água

coluna
ventos
d´água
Limnologia
Biótica
Divisões do ambiente
aquático
Divisões do ambiente aquático
• Interações nas bacias hidrográficas - incluindo as atividades humanas
• Além da carga natural de nutrientes inorgânicos (nitrogênio e fósforo) e de outros elementos
essenciais
• sofrer o impacto das diversas atividades humanas
• um certo direcionamento no sentido oligotrofia-eutrofia
• capacidade do lago de reciclar o material nele introduzido depende dos processos
• Circulação
• Compartimentalização
• Comunidade biológica - aceleração no transporte de matéria orgânica ou como um
freio, no caso da vegetação e das comunidades vegetais associadas no litoral
região
litorânea

Os principais região
compartimentos interface
água-ar lago limnética
ou
pelágica

região
profunda
Compartimentos dos ambientes aquáticos continental
Compartimentos dos ambientes aquáticos
continental

• A zona litoral dos lagos é um filtro


importante de elementos e substâncias
que são contribuições da bacia
hidrográfica, e as relações dessa zona
litoral com a zona limnética do lago são
fundamentais na troca de matéria
orgânica entre essas duas regiões do
lago
Divisões do ambiente aquático
Região litorânea ou ripária
• Região de transição (ecótono) entre o ecossistema terrestre e o lacustre
• Abundância de plantas aquáticas e algas;
• Apresenta todos os níveis tróficos de um ecossistema
• produtores primários, herbívoros, predadores e decompositores

habitado tanto por


organismos aquáticos quanto Corresponde ao compartimento do lago que está
em contato direto com o ecossistema terrestre
terrestres adjacente, sendo portanto, influenciado
herbivoria - fonte de energia diretamente por ele.
é a biomassa vegetal viva
90% da biomassa vegetal
viva não é consumida por
herbívoros
detritivoria - fonte de
energia, a biomassa vegetal
morta
Divisões do ambiente aquático
Região litorânea ou ripária
• A cobertura vegetal interfere nos mecanismos de transporte de água, reduz a erosão e
aumenta o potencial de infiltração, sendo fundamental para a recarga dos aquíferos
• A composição da matéria particulada e dissolvida nos rios depende da vegetação que constitui
a bacia hidrográfica
• O material particulado é importante na reciclagem de nutrientes e funciona como substrato e
alimento
• O material dissolvido interfere nas propriedades óticas da água e ainda pode ser usado como
alimento
Divisões do ambiente aquático
Região litorânea ou ripária
• compartimento “autônomo”
• Neste compartimento a colonização por macroalgas, briófitos, pteridófitos e plantas
superiores (macrófitas aquáticas) é a sua principal característica
• A base desta cadeia, os detritos, tem sua origem principalmente da biomassa morta de
macrófitas aquáticas
• A principal responsável pelo fluxo de energia neste compartimento, no qual participam
inúmeros invertebrados aquáticos
Região litorânea ou zona litorânea
Região litorânea ou zona litorânea
• Região litorânea é pouco desenvolvida ou mesmo
ausente
• lagos profundos como os de origem vulcânica
ou represas, onde a acentuada declividade das
margens impossibilita o estabelecimento e
crescimento da vegetação aquática.
• Ecossistemas aquáticos continentais - a
profundidade é muito reduzida, geralmente
denominados de lagoas, grande porte ou mesmo a
totalidade de suas áreas são tomadas por bancos
de macrófitas aquáticas
• A região limnética é muito reduzida ou mesmo
inexistente
• Região Amazônica, Pantanal e em várzeas de
rios em todo o território nacional
Região Limnética
ou Pelágica
• é em geral muito homogênea
horizontalmente
• mas pode ser extremamente
heterogênea verticalmente devido a
gradientes nas concentrações ou valores
de variáveis como oxigênio, pH,
salinidade (estratificação química) e
temperatura (estratificação térmica ou
física)
Região Limnética ou Pelágica
Região limnética ou zona pelágica
• Rodeada pela região litorânea, próxima a região superficial;
• Região bem iluminada, dominada pelo plâncton (fito e zooplâncton);
• Uma grande variedade de peixes de água doce também podem ocupar essa região.
Região Limnética ou
Pelágica
• As comunidades características - plâncton e o nécton.
• A comunidade planctônica é constituída por vírus
(virioplâncton), bactérias (bacterioplâncton), algas, uni e
pluricelulares (fitoplâncton), protozoários (protozooplâncton),
fungos e invertebrados (zooplâncton), que se caracterizam
pela capacidade de flutuar na água
• Alguns invertebrados como crustáceos (e. g. cladóceros e
copépodes) e larvas de insetos (e. g. chaoborídeos) são
capazes de nadar ativamente, fato este que os auxilia
significativamente na realização de migrações verticais e
horizontais ao longo da coluna d’água
• O fluxo de energia na região limnética se dá principalmente
através do fitoplâncton e do bacterioplâncton
Região
Profunda
ou
Bentônica • A região que compreende os substratos não
consolidados ou consolidados associados ao fundo do
ecossistema aquático
Região Profunda
ou Bentônica
• Caracterizada pela ausência de
organismos fotoautotróficos, causada pela
não penetração de luz e por ser uma
região totalmente dependente da
produção de matéria orgânica na região
litorânea e limnética.
• Em geral muito heterogênea
• é associada principalmente com a
complexidade física criada por sedimentos,
rochas, conchas, detritos originados da
região litorânea ou da vegetação terrestre e
pela colonização do sedimento por
organismos bentônicos
Interface Água-Ar
• Região habitada por duas comunidades: a do nêuston e a do plêuston
• Nêuston: É formada por organismos microscópicos como bactérias,
fungos e algas.
• organismos que flutuam na superfície da água (epineuston) ou
vivem imediatamente abaixo da superfície (hyponeuston),

• Plêuston: se refere a organismos que vivem na camada superficial fina


que existe na interface ar-água de um corpo de água.
• por macrófitas aquáticas e animais
• aguapé, alface d’água e inúmeros pequenos animais como larvas de
Culex (Diptera), que permanecem penduradas verticalmente na
película superficial, perfurando-a e obtendo ar atmosférico para sua
respiração
Região Profunda ou
Bentônica
• Região bentônica pode estar localizada na região
eufótica ou afótica dependendo da profundidade
do ambiente
• Os táxons dominantes na região bentônica são
algas perifíticas, macrófitas aquáticas, bactérias,
protozoários e uma grande diversidade de insetos
aquáticos e outros invertebrados, além de peixes.
• As principais fontes de energia para a produção
secundária bentônica incluem a produção primária
realizada por algas bentônicas, macrófitas
aquáticas, sedimentação do fitoplâncton e aporte
de subsídios alóctones provenientes da vegetação
terrestre
Região Profunda ou
Bentônica
Esta região é caracterizada pela ausência de organismos fotoautróficos

região totalmente dependente da produção


não penetração de luz de matéria orgânica na região litorânea e
limnética

Sua comunidade, a bentônica, é formada principalmente por


invertebrados aquáticos como: oligoquetas (tubificídeos), crustáceos
(ostrácodes), moluscos (gastrópodos e bivalvos), larvas de insetos
(quironomídeos, efemerópteros, odonata, etc.)

A diversidade e a densidade populacional dos organismos bentônicos


depende, em primeiro lugar, da quantidade de alimento disponível e da
concentração de oxigênio da água
• As Figs. 11.1 e 11.2 mostram a concepção de Vollenweider (1987) relativa às características dos lagos na bacia
hidrográfica, os efeitos antropogênicos e os principais processos internos de reciclagem, os quais determinam, em grande
parte, o nível de biomassa e o grau de trófica.
Principais
comunidades
de um lago
zona das plantas
aquáticas

proporciona
Organismos que alimento:
Compõem as
• caracóis
Comunidades • sanguessugas
Aquáticas • camarões e outros
crustáceos
• insetos adultos e
suas larvas
• peixes
• anfíbios
Litoral

detritos, os quais são


fonte de energia para
inúmeros invertebrados

Bentos - é mais
Organismos que diversificado
Compõem as • macroinvertebrado
Comunidades
Aquáticas Vivendo associado
• macrófitas
• Sedimento

Moluscos gastrópodes
e bivalves, crustáceos
restos vegetais e larvas de inseto
Ocupada por algas
dispersas e bactérias
capazes de fazer
fotossíntese

Organismos que
Vivem alguns
Compõem as macroinvertebrados que
Comunidades também são
encontrados na zona
Aquáticas Litoral

O sedimento se
constitui em uma
mistura de areia e lodo
Invertebrados que habitam o
Bentos são dependentes das
plantas e dos animais que vivem
no litoral e que chegam ao fundo
mortos.

Temperatura mais baixa e a


pobreza em oxigênio

Redução da luz, a ausência


de vegetação e a presença de lodo
- limitam a ocorrência de muitas
espécies

Macroinvertebrados - anelídeos e
algumas larvas de insetos
(Chaoboridae, Chironomidae,
Polymitarcyidae)
Estado trófico
Estado trófico
• Sistema de ordenação de lagos que considera
os processos de produção biológica e os
classifica de acordo com o grau de trofia
• Oligotróficos
• Mesotróficos
• Eutróficos
• Distróficos - com alta concentração de
material húmico dissolvido
Verticalização da
coluna d’água em lagos
Zonação por
temperatura
Zonação por temperatura

O principal processo que gera o aquecimento


térmico é a radiação solar que atinge a
superfície da água.

O aquecimento térmico estabelece uma


camada de água menos densa e com a
temperatura mais elevada na superfície.

Essa estratificação térmica e de densidade é


um importante fenômeno nos sistemas
aquáticos continentais, e grande parte dos
processos e mecanismos de funcionamento
resulta do gradiente vertical assim formado.
Quanto à verticalização da coluna d’água
em lagos (Circulação Vertical), as regiões
dos lagos podem ser classificadas como:

Epilimnio:
camada mais superficial, com
temperaturas mais elevadas e de livre
circulação ou movimentação;
- Mais aquecida e menos densa
- Bastante homogênea pela ação do
vento e pelo aquecimento térmico
diurno e resfriamento térmico noturno
- Formam termoclinas temporárias
(durante o período diurno)
Fonte: https://www.aquaculturebrasil.com/artigo/117/circulacao-vertical-na-piscicultura-em-tanque-rede-de-ambientes-tropicais-e-semiarido
Quanto à verticalização da coluna d’água
em lagos (Circulação Vertical), as regiões
dos lagos podem ser classificadas como:

Metalimnio ou mesolímnio:
posicionado entre a camada mais aquecida e a
mais fria dos lagos, apresenta redução acentuada
de temperatura;
- Aqueda gradual de temperatura em relação ao
epilímnio é difícil definir seus limites.
- As termoclinas se formam nesta camada de água
- Birge (1987) – termoclina – É a região em que a
temperatura cai pelo menos 1°C a cada metro foi
denominada
Quanto à verticalização da coluna d’água
em lagos (Circulação Vertical), as regiões
dos lagos podem ser classificadas como:

Birge (1987) – termoclina – É a


região em que a temperatura cai
pelo menos 1°C a cada metro foi
denominada

Hutchinson (1957), retomando esse


conceito, definiu-a como termoclina
planar, ou seja, a região que
compreende um plano imaginário
no lago em um nível intermediário
entre duas profundidades nas quais
a diferença térmica é maior
Quanto à verticalização da coluna d’água
em lagos (Circulação Vertical), as regiões
dos lagos podem ser classificadas como:

• Hipolimnio: a mais profunda das


camadas, permanecendo com
temperaturas baixas com menor
circulação.
• A camada de água inferior, mais densa
e com
• temperaturas mais baixas, é
denominada hipolímnio
• O conceito de plano imaginário no lago,
dividindo duas camadas:
• uma iluminada e com circulação
completa e produtiva,
• uma escura, com circulação reduzida
e onde prevalecem processos de
decomposição
Zonação por
luminosidade
Zonação por luminosidade

A luz do sol é atenuada pelos sedimentos e


fitoplâncton suspensos na água

Bloom de
Crescimento de epífitas
fitoplâncton
sobre as folhas

Erosão costeira e escoamento


durante a cheia dos rios
aumentam os sedimentos em
suspensão
Resuspensão de
sedimento do fundo pela
ação das ondas

Nitrogênio e Vegetação
fósforo aquática
submersa
(macfrófitas)
Zonação por luminosidade
A interação entre a luz e a água é
importante por três razões:

• A luz é necessária para a fotossíntese;


• Organismos com olhos ou fotossensíveis usam a
luminosidade como sensor de localização;
• Luz aquece a água e promove estratificação térmica.

Nos ambientes aquáticos, a luminosidade


não atinge todas as camadas da mesma
forma.

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