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UNIVERSIDADE SAVE

CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE BIOLOGIA

Cadeira: Hidrobiologia

Docente: dr Nunes Ponda

Estudante: Benilde Augusto Guambe

Tema: Adaptações de organismos de grandes profundidades face as


condições de obscuridade

Nos ambientes marinhos, quase todas as características físicas e químicas da


água dependem da quantidade de sais dissolvidos - a salinidade. Tanto a
salinidade como o teor de oxigênio podem ser considerados uniformes, exceto
em locais com características particulares, como estuários e manguezais.

Os organismos que formam as comunidades biológicas nos ambientes


marinhos estão submetidos a uma série de outros fatores físicos (profundidade,
luminosidade, tipo de substrato, características das correntes, temperatura,
iluminação, pressão hidrostática, marés e ondas) químicos (pH, nitritos) e de
origem biológica (competição e predação).

A profundidade é um dos fatores mais importantes na distribuição dos


organismos pois as condições de luminosidade, pressão e temperatura variam
em função dela. A pressão por exemplo, aumenta em uma atmosfera a cada 10
metros de profundidade, as radiações da luz solar são absorvidas
diferentemente de acordo com a profundidade e a temperatura geralmente
diminui da superfície para o fundo, embora correntes quentes possam ocorrer
em regiões profundas.

Os substratos marinhos atuais usualmente possuem uma margem (região da


plataforma continental) adjacente às massas terrestres (zona litoral) que se
estende em direção ao mar até uma profundidade média de 150 a 200 metros,
que representa o limite da penetração da luz. O limite desta plataforma, é
frequentemente marcado por um brusco desnível (talude continental) que se
estende a profundidades de 1000 metros ou mais, pois a região, denominada
batipelágica tem uma profundidade muito variável, além de apresentar fossas
superiores a 10000 metros de profundidade.

Toda a coluna de água que cobre os fundos até a superfície está dividida em
duas zonas: nerítica, que cobre a plataforma continental, e oceânica, além
desta.

Os organismos que vivem no fundo do mar, independente da profundidade, são


denominados bentônicos, palavra grega cujo significado é "fundo do oceano" e
aqueles habitantes da região pelagial são distinguidos pela capacidade de
locomoção. Os que são nadadores como peixes e lulas formam o necton e
aqueles com fraca ou nula movimentação, sendo arrastados pelos ventos e
correntes constituem o plâncton, cujo significado é errante.

A maioria dos filos animais (Reino Metazoa ou Animalia) tem representantes no


mar, dentre os quais destacam-se os equinodermos, que são exclusivamente
marinhos, as esponjas, os cnidários, os moluscos, os anelídeos (poliquetos) e
os artrópodes (crustáceos), predominantemente marinhos. Também estão
representadas cianobactérias (Reino Eubacteria ) as algas verdes, marrons e
vermelhas , diatomáceas e protozoários (Protoctista) , assim como alguns
representantes dos Reinos Fungi e Plantae.

As estratégias de sobrevivência são variadas e inúmeras as adaptações dos


organismos marinhos, particularmente daqueles que vivem na fronteira entre
terra e água e os animais das regiões batipelágicas. A resistência às mudanças
de salinidade e temperatura e o poder adesivo de organismos marinhos que
habitam o litoral exposto às ondas, são exemplos marcantes dessas
adaptações.

A transparência de muitos organismos planctônicos é conseqüência da riqueza


em água dos tecidos, uma adaptação que permite flutuar. O destaque no
abissal está na modificação dos tecidos e do protoplasma dos animais para
suportar pressões extremamente altas e na capacidade de muitos produzirem
luz própria, embora certos seres de regiões superficiais também sejam capazes
de produzir bioluminescência.

Para a maioria dos organismos balanço hídrico e salino é garantido devido à


isotonia da água do mar em relação à concentração iônica interna e a
reprodução de animais no mar pode ser por fertilização externa e
desenvolvimento indireto, onde as larvas são muito úteis na dispersão das
espécies. Os gametas, zigotos ou esporos das algas também são eliminados
na água e por isto apresentam flagelos .

PRAIAS ROCHOSAS

As praias rochosas existem onde o efeito das ondas no contorno litorâneo é


principalmente erosivo, transportando os materiais inconsolidados e deixando
as rochas expostas e a aparência da praia depende muito do tipo de rocha
exposta. Onda há declive há variedade de meios habitáveis: praias expostas,
penhascos protegidos, poças de maré, areia dentro de fissuras ou sob seixos.

Ao visitarmos uma praia rochosa, é notável como alguns animais estão sempre
expostos à claridade , enquanto outros desta se escondem, o que expressa a
influência da luz neste ambiente e tal fato diferencia as comunidades de praias
rochosas daquelas de praias arenosas e lodosas, menos influenciadas pela
luminosidade.

As algas verdes, por exemplo, colonizam os níveis mais superiores, enquanto


as marrons as seguem em profundidade, e em níveis ainda mais profundos,
são encontradas as algas vermelhas. Esta distribuição correlaciona-se com a
absorção diferenciada da luz solar pela água do mar: a luz branca, as
radiações vermelhas e as alaranjadas penetram apenas muito
superficialmente, permitindo que a clorofila faça a fotossíntese, enquanto as
radiações verdes azuis e violetas atingem respectivamente, profundidades
progressivamente maiores. A clorofila é então acompanhada ou substituída por
outros pigmentos como a ficofeína (algas marrons) e a ficoeritrina (algas
vermelhas), capazes de realizar fotossíntese na presença das radiações verdes
e azuis.
A densidade e composição das comunidades de praias rochosas são
influenciadas pela intensidade das ondas, pois este é um dos principais fatores
que determinam o tipo de crescimento das algas sobre as rochas, já que a
oxigenação e o aporte de nutrientes são bons. Em nítido contraste com as
comunidades de praias arenosas e lodosas, onde muitos indivíduos vivem
enterrados no solo (infauna), muitas das plantas e animais nas praias rochosas
são facilmente percebidas, seja na chamada zona do entremarés, seja na
região jamais descoberta pelas águas , denominada infralitoral. ou sublitoral.

PRAIAS ARENOSAS

O sedimento das praias arenosas usualmente inclui uma variedade de tipos e


tamanhos de partículas, como areias grosseiras e areias finas. As praias
amarelas, por exemplo, são constituídas quase inteiramente por grãos grossos
de sílica. As praias são afetadas por ventos e ondas que inibem o
desenvolvimento de uma comunidade com boa diversidade de espécies.

A zona litoral usualmente consiste em uma relativa gradação de regiões,


podendo existir dunas na porção mais alta. No nível mais baixo, já na água,
podem existir poças de maré e poucas zonas com rochas, bastante irregulares.

Nas comunidades de praias arenosas predominam os animais da infauna, ou


seja, que vivem enterrados na areia ou em tubos por eles construídos. Seus
representantes mais característicos são os poliquetos e os moluscos,
particularmente os bivalves. Há também seres intersticiais que vivem nos
espaços entre os grãos de areia.

Em regiões abrigadas, dentro de baías, a fauna geralmente é mais


diversificada caso não seja perturbada por fatores estranhos, como a poluição.

RECIFES DE CORAL

Os recifes de coral são ambientes compostos por formações rochosas de


origem biológica, principalmente formada por animais delicados, certos
Cnidários coloniais. Estes animais apresentam uma relação mutualística com
algas microscópicas: estas oferecem alimento e oxigênio para os corais, os
quais, por sua vez, fornecem nutrientes e abrigo. Esta associação é muito
importante para o crescimento dos corais e, por isso, os recifes são típicos de
águas rasas, onde ocorre penetração da luz, necessária às atividades de
fotossíntese. Além da luminosidade, as águas devem ser limpas e a
temperatura em torno dos 25° C, sem variação superior a 6° C.

O branqueamento dos corais, tema atual e debatido por especialistas do


mundo, ocorre quando as algas são expelidas em resposta ao estresse
causado principalmente por poluição, sedimentação ou ciclos de aquecimento
natural. Considerando que os mares tropicais são pobres em nutrientes e que
os ambientes coralinos são altamente produtivos, beneficiando muitas espécies
residentes e visitantes, o branqueamento é uma ameaça à saúde deste
ecossistema.

Bibliografia

POSTNOTE 2007. Novas indústrias em alto mar. Parliament Office of Science


and Technologynº 288, Londres, Reino Unido. 2007

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