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MAMÍFEROS

São encontrados mamíferos das ordens Cetacea, Pinnipedia e Sirenia no


nécton marinho. Seus representantes são consecutivamente, baleias e golfinhos,
focas, leões marinhos e morsas e peixe boi vaca marinha e dugongos. São
características principais: a presença de pelos em pelo menos um período da vida,
possuir sangue quente, dar à luz e amamentar seus filhos (PAES, 2002).
Os cetáceos são compostos principalmente por baleias de barbatanas, que
migram para as águas quentes dos trópicos para ter seus filhotes e para regiões
polares para se alimentar. Seu alimento principal é o krill e zooplâncton que ficam
retidos nas placas de queratina chamadas barbatanas. Exemplos delas são as
baleias jubarte e fin. Já os que possuem dentes cônicos, possuem apenas uma
narina, incluem os cachalotes, orcas, golfinhos e botos, que se alimentam de lulas,
peixes, focas e pinguins. As baleias foram excessivamente exploradas pelo homem,
para extração de óleo e carne. Atualmente, sua pesca é proibida e as medidas de
proteção não cabem aos pequenos cetáceos.

FIGURA – CETÁCEOS (A – Baleia jubarte e B – golfinhos)

B
FONTE: Disponível em: <http://tvselvagem.blogspot.com.br/2012/06/baleia-jubarte-imagens.html>.
Acesso em: 13 out. 2013.

Os leões marinhos e morsas possuem os quatro membros modificados para


natação e passam maior parte da sua vida na terra ou em blocos flutuantes, além de
se reunirem para descanso e reprodução. A maioria das espécies se alimenta de
peixes, cefalópodes, moluscos e crustáceos. Esse grupo foi largamente explorado
para extração de couro, óleo e presas, o que fez sua diminuição populacional atual.
FIGURA – REPRESENTANTES DE PINÍPEDES E SIRENIOS
FONTE: Disponível em: <http://www.anda.jor.br/09/01/2011/mais-um-ano-recorde-de-mortes-de- peixe-
boi-nos-eua>. Acesso em: 13 out. 2013.

Por fim, o grupo dos peixes boi e dugongo são os únicos herbívoros e
necessitam de grande quantidade de algas para seu sustento alimentar. Essas
espécies são confinadas na região costeira e pela proximidade ao homem foram
quase dizimadas. Poucos remanescentes vivem solitariamente ou em grupos
familiares em estuários, baías e enseadas.

AVES

As aves não fazem parte efetivamente do nécton marinho, mas participam


ativamente da cadeia alimentar e são um importante nível trófico. Os pinguins
podem chegar até 250 metros de profundidade. Em sua maioria, se reúnem em
grandes concentrações e exercem grandes efeitos ecológicos como predadores.
Fazem parte desse grupo com atividades marinhas os pinguins, albatrozes,
fragatas, petréis, pelicanos, maçaricos e gaivotas. Algumas espécies podem passar
anos em alto mar, retornando somente para reprodução. Elas possuem bicos de
forma determinada para cada tipo de presa, tais como pelicano e biguás, que em
pleno voo mergulham e capturam grande quantidade de zooplâncton, krill, lulas e
peixes. As aves marinhas possuem uma glândula especializada na excreção do sal
ingerido na água do mar, esquematizada na figura abaixo.
FIGURA – AVE MARINHA E ESTRUTRURA DA GLÂNDULA DE SAL

FONTE: Disponível em: <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/FisiologiaAnimal/excrecao.php>.


Acesso em: 13 out. 2013.

PEIXES

Os peixes marinhos exibem grande variedade morfológica e ciclo de vida,


ambos são dependentes do local que habitam. Incluem no grupo, as lampreias,
celacantos, tubarões e linguados. Eles possuem mais da metade do número de
espécies de vertebrados descritos. Somente marinha, são descritas 15 mil espécies.
Os três grupos taxonômicos encontrados no ambiente marinho são Agnatha,
Chondrichthyes e Osteichthyes.
FIGURA – REPRESENTANTES DOS PEIXES MARINHOS

FONTE: Adaptação de Osteichthyes. Disponível em:


<http://www.esu.edu/~milewski/intro_biol_two/lab_13_vertebrata/Vertebrata.htm>.
Acesso em: 13 out. 2013.
Com hábito tipicamente nectônico, também podem ser encontrados em
recifes de corais, estuário, lagoas costeiras e até em profundezas abissais. Podem
ser classificados pela forma do corpo e papel ecológico, por exemplo, os predadores
de perseguição geralmente têm tamanho grande, corpo hidrodinâmico e nadadeiras
espaçadas. Os peixes de superfície possuem boca orientada para cima, em casos
de predar animais de superfície, coloração clara no ventre e escura no dorso. Já os
peixes de fundo sofreram algumas modificações, a boca é voltada para o fundo e
são achatados lateralmente.
A pesca é uma atividade milenar e ainda hoje é considerada fonte importante
de geração de alimento, emprego e renda. Gera outras atividades de forma indireta,
como a venda do pescado, a confecção e indústria de insumos.

ZONA COSTEIRA E PLATAFORMA CONTINENTAL DO BRASIL

A região da plataforma continental é uma das mais produtivas do ambiente


marinho. Nela ocorre a ressurgência de nutrientes advindos dos estuários e rios e
remineralização de nutrientes bentônicos e pelágicos.
A zona costeira do Brasil é considerada uma Zona Econômica Ecológica e
ocupa 3,5 milhões de quilômetros quadrados, uma das maiores do mundo. Em sua
longa extensão, a zona costeira passa por biomas que chegam até o litoral, vai do
amazônico, caatinga, restinga e mata atlântica. É influenciada pelo clima tropical,
quente e úmido, que leva à existência de espécies peculiares à região, que vai do
Cabo Orange, na foz do rio Oiapoque, até o extremo sul em Arroio Chuí
(KNOPPERS et al., 2002).
Ao longo da faixa litorânea, encontramos grande diversidade de formações
geológicas e recortes do relevo, com dunas, ilhas, recifes, costões rochosos, brejos,
falésias, estuários dentre outros. Por termos biomas distintos, podemos encontrar
aspectos totalmente diferentes em poucos quilômetros, por exemplo, a presença de
restingas, manguezais lagunas e praias não são uniformes ao longo do litoral, nem
sua fauna e flora iguais (KNOPPERS et al., 2002).
O litoral sul começa no Arroio Chuí e vai até o Paraná. Recortado por
manguezais é característico pela riqueza de aves e mamíferos. Em sequência, o
litoral sudeste se inicia em São Paulo e vai até o Recôncavo Baiano, apresenta
indústrias e a área é bastante povoada. Característica pela costa recortada, com
várias baías e enseadas, com presença de falésias, recifes, arenitos e praias.
O litoral nordestino vai do Recôncavo Baiano até a foz do Rio Parnaíba, sendo
marcada pelas dunas que se movimentam com a força dos ventos e recifes de
calcário e arenito. Também há presença de manguezais, restingas e cerrado. Área
comum de desova de tartarugas e presença de peixe boi.

FIGURA – PLATAFORMA CONTINENTAL BRASILEIRA

FONTE: Zona costeira marinha. Disponível em:


<http://www.mma.gov.br/biodiversidade/biodiversidade-aquatica/zona-costeira-e-marinha>.
Acesso em: 13 out. 2013.

Por fim, o litoral amazônico, que vai do Rio Parnaíba à foz do Rio Oiapoque.
Essa região é a mais rica em pescado, pela presença de grande quantidade de
nutrientes advindos do deságue dos grandes rios da região. Apresenta grande
quantidade de manguezais e região lamacenta. Por causa disso é um grande berçário
de animais marinhos e aves.
PRODUÇÃO PRIMÁRIA MARINHA

No ambiente marinho o fitoplâncton (conjunto de microrganismos


fotossintéticos) domina a produção primária (cerca de 95%) os tornando o grupo mais
importante dos produtores primários do planeta e desempenhando um papel vital,
pois é a base da cadeia alimentar marinha. Esta produção se dá pela conversão de
carbono inorgânico em matéria orgânica através da fotossíntese, tendo como
resultado final a liberação de oxigênio, sendo semelhante nos ecossistemas terrestres
e aquáticos, mas diferente nos fatores de quantidade de carbono fixado e
produtividade.
Esta produtividade marinha depende da luminosidade, disponibilidade de
nutrientes e predação por zooplâncton herbívoro (pastagem) e mecanismos físicos
(ressurgência, convergência, divergência, turbulência, entre outros). Já a
produtividade terrestre possui quase as mesmas características como a necessidade
de luminosidade e disponibilidade de nutrientes. Estes são fatores limitantes da
produção (LOURENÇO & MARQUES JÚNIOR, 2002).
A fotossíntese não é uniforme na camada fótica, não ocorrendo na superfície,
pois possui excesso de energia tendo efeito destrutivo e sim um ponto abaixo onde
possui a máxima produção. A luminosidade não é constante ao longo do ano, assim a
luz é um fator limitante, tanto marinho como terrestre, sendo observada a diminuição
na medida em que se desloca para os polos (LOURENÇO & MARQUES JÚNIOR,
2002).
As plantas terrestres como o fitoplâncton necessitam de nutrientes para
crescer e manter seu sistema fisiológico, sendo que a maioria dos indivíduos se
encontra presente na água do mar, pois ocorre o escoamento superficial e
concentrado nas zonas costeiras, já nas regiões oceânicas, o suprimento vem das
águas subsuperficiais, que representam um reservatório de nutrientes para a zona
fótica e sendo de grande importância os processos físicos como a mistura vertical e a
ressurgência, assim como a terra supre as necessidades das plantas terrestres
(LOURENÇO & MARQUES JÚNIOR, 2002).
OS PRODUTORES PRIMÁRIOS

Todas as formas de vida dependem de forma direta ou indireta dos organismos


capazes de transformar energia solar em energia química. Essa transformação é
dada pela equação (LOURENÇO & MARQUES JÚNIOR, 2002):

Energia solar
Co2 + H2O [CH2O] + O2
Nutrientes

Compostos orgânicos ricos em energia

FONTE: Elaborado pelo autor.

No ambiente marinho, a produção primária é elevada e os organismos


fotossintetizantes que se destacam são o fitoplâncton, cianobactérias, microalgas
bentônicas, macroalgas e plantas vasculares (LOURENÇO & MARQUES JÚNIOR,
2002).

Fitoplâncton

O fitoplâncton refere-se ao conjunto de microalgos presentes na coluna d’água


e que fica a deriva das massas oceânicas. São espécies dotadas de clorofila e ouros
pigmentos, constituem fonte primária de alimento para o zooplâncton e bentônicos,
sendo os principais produtores marinhos.
Vivem de forma livre e em colônias, sem divisão de funções ou especialização.
Seus representantes são as diatomáceas, dinoflagelados, silicoflagelados,
criptofíceas, clorofíceas e cianobactérias.
FIGURA – ALGAS FITOPLANCTÔNICAS

FONTE: Disponível em: <http://www.cienciaybiologia.com/bmarina/fitoplancton.htm>.


Acesso em: 15 out. 2013.

Quanto à categorização de tamanho, podem ser: igual ou superior a 20


micrômetros, plâncton de rede ou microplâncton; os que atravessam a malha de 20
micrômetros são chamados de nanoplânctons; os menores de 2 micrômetros são os
picoplânctons. No ambiente oceânico, a maior biomassa encontrada são os
picoplânctos, compostos basicamente pelas cianobactérias e organismos menores
(LOURENÇO & MARQUES JÚNIOR, 2002).

Macroalgas

Este grupo é composto basicamente por algas que podem se vistas a olho nu.
Apresentam um nível de complexidade estrutural maior que as algas do fitoplâncton.
O corpo inteiro da alga é chamado de talo, independente do seu tamanho e pode
apresentar diferenciações de tecido, como alguns pelos, estrutura de fixação e outras
(LOURENÇO & MARQUES JÚNIOR, 2002).
Estes organismos possuem hábitos bentônicos, mas são capazes de
sobreviver flutuando em alto mar. Possuem diversidade de forma, podendo explorar
todo o ambiente. Existem espécies pequenas, com poucas células que vivem entre
tecidos de outras ou substrato e no oposto, espécie de 90 metros de comprimento,
como as algas gigantes que formam “florestas” submersas na costa oeste da América
do Norte (LOURENÇO & MARQUES JÚNIOR, 2002).

FIGURA – FLORESTA DE ALGAS MACROCYSTIS

FONTE: Disponível em: <https://seaweedindustry.com/seaweed/type/macrocystis-pyrifera>.


Acesso em: 13 out. 2013.

PRODUTOS NATURAIS MARINHOS

Produtos naturais ou metabólicos especiais são fonte de alimento, fragrância,


pigmento, inseticida, remédio e outros de grande importância para o homem. Mais de
25% dos fármacos têm origem natural de plantas e 12% de microrganismos.
O ambiente marinho é pouco conhecido, devido à dificuldade de extração de
determinados metabólicos ou organismos para estudos bioquímicos e industriais. Já
foram descobertos mais de 10.000 produtos naturais marinhos em pesquisas
realizadas no Brasil (PINTO et al., 2002).
PRODUTOS NATURAIS DE ALGAS MARINHAS

As algas podem ser usadas na produção de medicamentos, combustíveis,


cosméticos, alimentos para animal e para o homem. São usadas no preparo de
sushis, substâncias espessantes e estabilizantes de sorvetes, derivados de carnes,
peixes e leite.
Na medicina podem ser usadas para regeneração óssea, pela presença do
fosfato de cálcio de rodófilas. Diversos estudos na área ocorrem para o
desenvolvimento de fármacos. No Brasil, as tentativas de pesquisa na área são
grandes, como demonstrados por Teixeira:
No Brasil, desde 2005, foi constituída a Redealgas (Rede Nacional em
Biotecnologia de Macroalgas Marinhas). Trata-se de uma rede de pesquisa e constitui
um importante fórum para a discussão de programas de pesquisas e linhas de ações
para o desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e Inovação sobre a biodiversidade
marinha do litoral brasileiro. A Redealgas conta com a colaboração de pesquisadores,
que se dedicam ao estudo das diferentes áreas do conhecimento científico e
tecnológico das macroalgas, e de representantes de órgãos governamentais, não
governamentais e de empresas envolvidas na produção e aproveitamento das
macroalgas marinhas (TEIXEIRA, 2013, p. 346).
As algas também são usadas para elaboração de cosméticos como xampus,
hidratantes, condicionadores, cremes faciais e máscaras faciais, pois fornecem
vitaminas e minerais como suplemento para pele.
FIGURA – MÁSCARA FACIAL COMPOSTA POR ALGAS MARINHAS

FONTE: Disponível em: <http://www.beautyrock.com.br/2013/06/mascara-bio-extratus-botica- algas.html>.


Acesso em: 13 out. 2013.

PRODUTOS NATURAIS MARINHOS DE ESPONJAS

Espojas das espécies Dysidea avara e Geodia cydonium, produzem avarol e


avarona, substâncias antibacteriana, antitumoral, antiviral, antiinflamatria e
antileucémica. Já as espécies de Spongia fazem parte do tratamento homeopático de
estímulo a glândulas da tireoide e disfunção endócrina (PEREZ, 2013).

FIGURA - DYSIDEA AVARA

FONTE: Disponível em: <http://www.cotebleue.org/avara.html>. Acesso em: 15


out. 2013.

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