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Universidade Federal do ABC

Programa de Pós-Graduação em Energia

“ENERGIAS RENOVÁVEIS DO MAR”

CAPÍTULO 1b:

Oceanos e Recursos Marinhos


(alimentos, metais e energia)

Prof. Dr. Federico B. Morante Trigoso


SUMÁRIO

1. Recursos marinhos
2. Recursos renováveis marinhos
3. Alimentos do mar
4. Pesca no mundo
5. Aquicultura
6. Recursos não-renováveis marinhos
7. Recursos minerais em áreas oceânicas
8. Nódulos de manganês
9. Petróleo e gás
10. Hidratos de metano
11. Energia elétrica dos oceanos
10. Exercício
RECURSOS MARINHOS

 Desde tempos antigos o oceano e as suas margens têm sido


usados pelo homem para transporte, fonte de alimentos,
recreação, obtenção de materiais para arte e construção e como
uma fonte de energia.

 Tais usos continuam, porém têm sido adicionados


continuamente novos usos, tais como, comunicação, mineração,
produção de água doce por dessalinização e despejo de detritos.

 O domínio oceânico tem se tornado uma arena de importância


crescente para a exploração de recursos pelo homem.

 RECURSOS NATURAIS: são os suprimentos obteníveis do meio


natural, tais como o alimento que comemos, o ar que respiramos,
os combustíveis, os produtos minerais, os metais e a água
requeridos para sustentar nossa crescente e complexa
civilização.
RECURSOS MARINHOS
 RECURSOS RENOVÁVEIS: são produtos reabastecíveis pela
produção direta desses recursos em resposta à energia do Sol, que
age tanto nos processos de fotossíntese, responsáveis pelos
alimentos e produtos florestais, como na evaporação produzindo
água doce.

 Como o tempo de acumulação da maioria dos recursos


renováveis é curto, os limites locais para as taxas de sua utilização
são mais prudentemente determinados pela sua razão de
reabastecimento.

 RECURSOS NÃO-RENOVÁVEIS: são produtos em esgotamento


pois a exploração de um determinado depósito significa
necessariamente que uma reserva cada vez menor permanecerá
para ser extraída.

 Pode não ocorrer segunda “colheita” para os recursos não-


renováveis e, não importando o quanto lentamente utilizemos o
produto, este será fatalmente exaurido.
RECURSOS MARINHOS

RECURSOS RENOVÁVEIS MARINHOS

 Pesca
 Extrativismo
 Aquicultura
 Potencial energético de ondas, marés, correntes marinhas e
gradiente térmico e de salinidade
 Dessalinização da água do mar

RECURSOS NÃO-RENOVÁVEIS MARINHOS

 Carvão, petróleo, gás e hidratos de metano


 Minerais metálicos
 Minerais não metálicos
RECURSOS RENOVÁVEIS MARINHOS
 Os recursos renováveis do oceano são de duas espécies:
 RECURSOS VIVENTES DO MAR em toda sua grande diversidade,
utilizados principalmente para alimentação, mas também
suprindo diversos itens, como pérolas, peles e dentes de baleia,
por exemplo.

 ÁGUA DOCE que


extraímos do mar, como
um recurso renovável,
no sentido de que
finalmente ela tomará o
seu caminho de volta ao
oceano, após ser
utilizada pelo homem.
ALIMENTOS DO MAR
 O alimento do mar tem sido, desde longa data, um importante
complemento para a dieta do ser humano em países marítimos.
 Peixes, mamíferos marinhos e moluscos têm sido utilizados em
comunidades através do mundo, no decorrer da historia da
Humanidade.
 Além disso, a pesca também contribui para um aumento da
ração individual de proteínas.
 As proteínas de origem marinha são proteínas de qualidade,
contendo a maior parte dos ácidos aminados necessários ao
crescimento (estes atuam como receptáculos das proteínas).
 Essas proteínas constituem para certos países uma
contribuição essencial à alimentação humana.
 O consumo “real” de proteínas marinhas é de fato muito mais
elevado, pois ao consumo direto se acrescenta um consumo
indireto sob forma de carnes ou de aves alimentadas em grande
parte com farinhas de peixe.
ALIMENTOS DO MAR

A maioria das
comunidades litorâneas
utiliza os produtos do
mar, principalmente
crustáceos e moluscos,
como uma fonte de
proteínas.
ALIMENTOS DO MAR
PRINCIPAIS ÁREAS DE PESCA DO MUNDO

Costa noroeste da Europa


 A plataforma continental é muito extensa, as águas são
relativamente frias ou temperadas e a salinidade tem um valor
propício ao desenvolvimento de diferentes tipos de espécies
piscícolas.
Costa oriental do Canadá e do nordeste dos Estados Unidos
 A plataforma continental é muito larga e verifica-se o contato da
corrente quente do Golfo com a corrente fria do Lavrador.
Costa do Peru e Chile
 Influência da corrente fria de Humboldt que transporta uma
grande quantidade de plâncton.
Costa ocidental da América do Norte e do Extremo Oriente
(Pacífico Norte)
 Área de pesca mais importante do mundo onde as águas são
relativamente frias e ricas em plâncton.
PESCA NO MUNDO (2013)
AQUICULTURA
Fonte: Prof. Dr. Daniel Eduardo Lavanholi de Lemos – http://www.io.usp.br

 Aquicultura é a criação e o cultivo de animais e plantas na água,


sendo assim, é a contrapartida aquática da agricultura e pecuária
que são realizadas majoritariamente sobre a terra.
 O pescado, alimento de excelente qualidade nutricional, pode
ser obtido tanto por meio de captura (pesca) como pelas criações,
sendo que estas são fonte de cerca de metade do que o homem
consome atualmente.
 A aquicultura estaria para a pesca assim como há dois mil anos
a pecuária se tornou predominante em relação à caça na oferta de
alimento de origem animal.
 A aquicultura é o meio de produção de alimentos com maior
crescimento globalmente.
 A maioria de sua produção é ainda realizada em países
asiáticos, liderada pela China, o que faz do ocidente uma região
relativamente menos explorada, na maioria dos países.
AQUICULTURA
AQUICULTURA
 O Brasil já produz um volume significativo e dispõe de diversas
condições excelentes para se tornar um grande produtor de
aquicultura.

O Brasil possui:
espaços aquáticos
propícios marinhos e
continentais,
temperaturas
elevadas, polos de
pesquisa e extensão,
uma das três maiores
indústrias de alimento
animal do mundo e
abundância de
matérias-primas para
a fabricação de
rações.
Itapema Maricultura (Ilhabela, SP)
RECURSOS NÃO RENOVÁVEIS MARINHOS

 Os recursos não-renováveis do oceano são principalmente os


recursos minerais, isto é, todas as substâncias inanimadas de
ocorrência natural úteis ao ser humano, quer sejam de origem
inorgânica ou orgânica.

 OS RECURSOS MINERAIS METÁLICOS DO OCEANO não seguem


as abundancias da crosta, porém devem ser procurados, removidos
e processados antes do uso, e somente após o cumprimento
dessas etapas é que pode ser atribuído um valor ao produto.

 A distribuição mundial desigual de recursos minerais no


continente aumentaram o significado futuro dos minerais marinhos,
além do óleo e gás.

 O conhecimento de sua distribuição, categoria, gênese e


abundância cresce de forma rapida, particularmente para aqueles
minerais economicamente significantes em um futuro próximo.
RECURSOS MINERAIS EM ÁREAS OCEÂNICAS

 Excluindo óleo e gás, atualmente os mais importantes produtos


minerados em mar aberto, tanto em quantidade como em valor, são
os agregados (areia e cascalho) para a indústria da construção,
seguida pelos placeres submersos de estanho, os carbonatos
bioclásticos para corretivo de solo e cimento e as acumulações
fosfáticas para uso em fertilizantes.

 As grandes quantidades de nódulos de manganês (polimetálicos)


também devem ser consideradas como contribuição valiosa para o
suprimento mundial de níquel, cobre, cobalto e manganês.

 Acumulações de sulfetos mapeados no Pacífico leste


representam novas ocorrências a serem pesquisadas com
profundidade, embora requerendo o desenvolvimento de novas
tecnologias, antes de serem minerados economicamente.
RECURSOS MINERAIS EM ÁREAS OCEÂNICAS

OCORRÊNCIAS SUPERFICIAIS

 Granulados siliciclásticos (areia e cascalho)

 Granulados bioclásticos (carbonato de cálcio e areias


calcárias)

 Depósitos de placeres (cassiterita, ilmenita, ouro e


diamante)

 Fosforitas (minerais fosfáticos)

 Nódulos polimetálicos ou de manganês

 Crostas cobaltíferas

 Sulfetos polimetálicos e outros depósitos hidrotermais

 Outras ocorrências (glauconita, barita, lamas orgânicas e


vasas organogênicas)
RECURSOS MINERAIS EM ÁREAS OCEÂNICAS

OCORRÊNCIAS SUBSUPERFÍCIE

 Evaporitos (sal)

 Enxofre

 Carvão

 Hidratos de gás
MINERAÇÃO OCEÂNICA
 Atualmente o interesse na exploração mineira nos oceanos está
dirigido a três principais recursos:
 Nódulos de manganês

 Crostas cobaltíferas

 Sulfetos polimetálicos
 Existem dois lugares possíveis onde é possível realizar essa
mineração:

 Mineração dentro das águas territoriais de uma nação.

 Mineração em águas internacionais consideradas


patrimônio comum das nações onde os recursos devem ser
compartilhados por todos.
 A autoridade central que fornece licenças específicas para
exploração em águas internacionais é a ISA (International Seabed
Authority) com sede na cidade de Kingston, capital da Jamaica.
NÓDULOS DE MANGANÊS
 Os nódulos de manganês, também denominados nódulos
polimetálicos, ocorrem normalmente a grandes profundidades (ao
redor de 4.000 metros) nas bacias oceânicas, não sendo
significantes as ocorrências em águas rasas.

Fonte: (Maribus, 2014)

 Esses nódulos cobrem enormes


áreas principalmente no fundo do
oceano Pacifico e do oceano
Indico.

 São do tamanho entre uma


batata e uma cabeça de alface e
contém elementos químicos como
manganês, ferro, cobre, níquel e
cobalto junto com outras
substâncias como molibdênio,
zinco e lítio.
NÓDULOS DE MANGANÊS

 Os nódulos de manganês crescem quando os compostos de


metal são dissolvidos na coluna de água (crescimento hidrogenado)
ou na água contida nos sedimentos (crescimento por diagénese) e
ficam depositados em volta de núcleos. A maior parte dos nódulos
são um produto tanto do crescimento por diagénese quanto do
hidrogenado.
NÓDULOS DE MANGANÊS
 Os nódulos de manganês se encontram em todos os oceanos,
porém somente em 4 regiões sua densidade permite exploração em
nível industrial.
NÓDULOS DE MANGANÊS
NÓDULOS DE MANGANÊS
 “Muitos países e
empresas mineram o leito
oceânico raso para
extrair petróleo, areia e
diamantes. Agora eles
estão explorando suas
camadas profundas em
busca de metais cruciais,
tais como níquel e
cobalto. Pesquisadores
mapearam três tipos de
depósitos em águas
internacionais que
parecem particularmente
promissoras (regiões
coloridas). Nôdulos de
manganês podem ser os
mais economicamente
viáveis para extrair.”
Fonte: (Scientific American
Brasil, no 185, 2018)
NÓDULOS DE MANGANÊS

 A Autoridade Internacional do Leito Marinho, também chamada


Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISA), que regula a
mineração em águas internacionais, emitiu 16 licenças de
exploração para nódulos de manganês na Zona de Fratura Clarion-
Clipperton (CCFZ), uma região do leito marinho no Oceano Pacífico
mais ou menos do tamanho da Europa.

 A maioria das rochas está localizada em águas mais profundas


que 4.000 metros.

 À medida que concede licenças, a autoridade designa áreas


reservadas para possível exploração futura por países em
desenvolvimento, assim como áreas protegidas onde não pode
ocorrer nenhuma mineração.

 Alguns países também estão procurando minerais dentro de suas


zonas econômicas exclusivas (ZEEs) correspondente a suas águas
internacionais de 200 milhas náuticas (370 quilômetros).
NÓDULOS DE MANGANÊS

No futuro os nódulos de manganês poderão ser retirados do fundo


do mar por colheitadeiras apropriadas e bombeados para um navio
através de tubos especiais, porém essas máquinas terão que ser
construídas.
NÓDULOS DE MANGANÊS
 A máquina coletora removerá os 10 a 15 centímetros superiores
do leito marinho e poderiam compactar o fundo do mar nessa
região.

 Uma diversificada variedade de vida a uma escala de 50 mícrons


ou maior vive nos nódulos ou nos sedimentos.

 A maioria dessas criaturas morrerá devido à operação de


esquadrinhamento, ou “varredura”, ou será sufocada pela nuvem
sedimentar à medida que esta precipita e se assenta novamente no
fundo.

 Microrganismos menores, tais como bactérias, respondem pelo


restante da biomassa, não está claro quão bem essas diminutas
espécies se sairão.

 Elas serão levantadas com o sedimento e precipitarão e se


assentarão a muitos quilômetros de distância, aquelas que
dependem dos nódulos como um substrato para suas existências
provavelmente se darão mal.
METAIS NA ELEVAÇÃO DO RIO GRANDE

 No Brasil a denominada Elevação do Rio Grande é constituída


por um conjunto de platôs submarinos localizado a 1500
quilômetros da costa do Rio de Janeiro.
 O principal desses platôs, chamado “área Alfa”, é um chapadão
submarino do tamanho da Inglaterra, cujo ponto mais alto está a
700 metros de profundidade e o mais baixo a 5 mil metros.

A Elevação do Rio Grande


está além dos limites da
plataforma continental jurídica
brasileira, ou seja se encontra
em águas internacionais.
METAIS NA ELEVAÇÃO DO RIO GRANDE

 Nesse local foram identificados depósitos submarinos em


quantidades e concentrações até milhares de vezes maiores que
em terra firme, de elementos químicos como cobalto, manganês,
lítio e uma família de 17 metais conhecidos pela designação “terras
raras” que engloba o telúrio, samário, ítrio, praseodímio e disprósio.

O braço
mecânico do
submersível
Shinkai 6500
coleta amostra
de crosta na
Elevação do Rio
Grande.
(Fonte: Revista
Piauí, no 142,
julho de 2018)
PETRÓLEO E GÁS
 Há uma longa tradição na produção offshore de petróleo e gás.

 Um dos pioneiros da produção offshore de petróleo foi o


industrial americano Henry L. Willians quem começou a extrair
petróleo no campo Summerland na Califórnia, no litoral próximo a
Santa Bárbara, nos anos de 1890.

 Com as tecnologias de perfuração e tecnologia tornando-se cada


vez mais sofisticadas atualmente é possível extrair petróleo e gás
em cada vez maiores profundidades.

 Existem por volta de 900 plataformas marinhas de produção de


petróleo e gás a grande escala ao redor do mundo.

 O recorde de produção de petróleo em águas profundas fica no


campo de Tobago com 2934 metros abaixo da superfície do Golfo
do México.

 O recorde de produção de gás se encontra na plataforma


marinha localizada no campo Cheyenne, também no Golfo do
México, com 2700 metros.
PETRÓLEO E GÁS
 Nos últimos anos as mais significativas descobertas de campos
de gás e petróleo no mar, em profundidades maiores a 400 metros,
foram realizadas no Atlântico Sul e na costa oeste da África.
PETRÓLEO E GÁS
 Entre 2007 e 2012 foram encontrados 481 campos de petróleo e
gás em águas profundas (deep) e ultra-profundas (ultra-deep).
 Campos com reservas recuperáveis estimadas em, no mínimo,
170 bilhões de barris respondem por mais de 50% da produção
offshore.

Shallow water = águas rasas

 Um olhar sobre os
volumes da produção em
campos offshore de
petróleo e gás entre 2007
e 2012 mostra claramente
que a maior parte desses
recursos está localizado a
uma profundidade de mais
de 400 metros.
PETRÓLEO E GÁS
 A produção diária de petróleo no pré-sal brasileiro passou da
média de aproximadamente 41 mil barris por dia, em 2010, para o
patamar de 1 milhão de barris por dia em meados de 2016, um
crescimento de quase 24 vezes.
HIDRATOS DE METANO
 Em adição a abundancia de minerais, petróleo e gás, no fundo
dos oceanos também existem hidratos de metano.

 Sua existência é conhecida desde a década de 1930, porém só a


partir dos primeiros anos do século XXI começou a ser objeto de
serias considerações como uma fonte futura de energia de origem
fóssil.

 Desde 1964, ano em que pesquisadores


russos realizaram perfuração do solo oceânico,
vem crescendo o interesse científico (e
também econômico) por regiões de
acumulação de hidratos de metano.

 Tais acumulações constituem uma nova


fronteira no campo da pesquisa por recursos
energéticos.

 Seu interesse pelo aumentou muito por


conta da comprovação de grandiosas reservas.
HIDRATOS DE METANO
 O hidrato de metano é também conhecido por hidrato de gás,
metano hidratado, ou clatrato (palavra de origem latina que significa
“gaiola”.

 Esse nome advém do fato de o


hidrato de metano ser um
composto cristalino em que
moléculas de água, ligadas umas
às outras por meio de pontes de
hidrogênio, confinam moléculas
de gás, como metano e dióxido
de carbono.
O tipo de ligação
intermolecular é similar à
estrutura do gelo comum, no
entanto o arranjo geométrico
das moléculas de água forma
uma estrutura que encerra os
gases que outrora estavam em
solução na água.
HIDRATOS DE METANO
 O composto se parece muito com gelo, por conta disso, quando
da combustão do desse combustível, há a impressão de que o gelo
está pegando fogo, de onde deriva a expressão “gelo que arde”.
HIDRATOS DE METANO
 Esses compostos são comuns em margens continentais do globo
todo, formando uma imensa reserva que pode afetar sobremaneira
o ciclo do carbono.

 Um estudo da USGS
estima que a quantidade
de hidrato de metano
existente no mundo
equivale a duas vezes os
recursos fósseis já
descobertos.

 Publicações datadas
de 1998 sugerem que as
reservas nos Estados
unidos podem suprir suas
necessidades atuais de
consumo de energia por
cerca de 64 mil anos.
HIDRATOS DE METANO
 Hidratos de metano ocorrem em todos os oceanos e em algumas
regiões localizadas em terra firme.

Os pontos brancos indicam ocorrências identificadas com métodos


geofísicos. Os pontos azuis indicam ocorrências verificadas por
amostragem direta. Os mais importantes lugares pesquisados estão
ressaltados com números (Fonte: Maribus, 2014)
ENERGIA ELÉTRICA DOS OCEANOS

 A energia elétrica a partir dos oceanos pode ser produzida


basicamente por meio de dois tipos de energia:
 TÉRMICA: a partir do calor do Sol armazenado na
superfície dos oceanos, principalmente na região entre
os trópicos .
 MECÂNICA: pela ação das ondas, marés e correntes.

 OSMOSE: a partir do gradiente de salinidade existente


no encontro da água doce com a água do mar.

Ondas e marés são fontes intermitentes de energia,


enquanto a energia térmica e a energia osmótica
do oceano é contínua.
ENERGIA ELÉTRICA DOS OCEANOS

 A energia térmica é produzida pelo calor solar que aquece a


camada da superfície muito mais que as águas profundas do
oceano e essa diferença de temperatura pode ser usada para
gerar energia elétrica.
 A energia mecânica é produzida pelas ondas impulsionadas
principalmente pelos ventos e pelas marés geradas pela atração
gravitacional do Sol e da Lua, envolvendo grandes quantidades de
energia cinética e potencial que podem ser convertidas em
eletricidade.

 A energia por osmose é produzida com base no processo físico


em que a água se movimenta entre dois meios com
concentrações diferentes de soluto. A separação através de uma
membrana semipermeável permite somente a passagem das
moléculas de água, originando uma pressão osmótica capaz de
movimentar uma turbina Pelton.
ENERGIA ELÉTRICA DOS OCEANOS

 Estimativas do potencial de geração energética dos


oceanos indicam a possibilidade de obtenção de:

 40.000 TW na exploração da energia térmica.

 2.500 GW para as ondas.

 2.700 GW para as marés.

 2.600 GW para osmose (considerando somente os


principais rios do mundo)

 Como comparativo, a UHE Itaipú possui 14 GW de potência


instalada com 20 unidades geradoras de 700 MW cada.
ENERGIA ELÉTRICA DOS OCEANOS
ENERGIA ELÉTRICA DOS OCEANOS

 Também existe a possibilidade de explorar o potencial


energético das CORRENTES OCEÁNICAS OU MARINHAS
(diferentes das correntes de maré), que se originam
principalmente dos ventos e de variações de densidade da
água.

 Embora as correntes marinhas tenham velocidades menores


que os ventos, a água que elas movimentam é muito mais
densa que o ar, de modo que elas carregam mais energia.

 Há, entretanto, grandes dificuldades para produzir energia a


partir das correntes, em razão de problemas relativos, por
exemplo, ao posicionamento de turbinas, que devem ser
dotadas, ao mesmo tempo, de grande resistência e
estabilidade.

 Por tais motivos, a exploração desse potencial energético


ainda se encontra em estagio experimental.
COMENTÁRIO FINAL

 Os oceanos desempenham papel importante na formação do


clima global e, ao mesmo tempo, oferecem grande potencial de
energia renovável para as futuras gerações, sem a ameaça dos
efeitos danosos do aquecimento global e do acumulo de
resíduos nucleares, dois dos maiores problemas decorrentes
das atuais formas de geração de energia.

 Mas, a exploração de energia marinha em larga escala exigirá


captação em grandes áreas oceânicas, em ambientes muitas
vezes agressivos e de difícil acesso.

 Além disso, será preciso levar em conta potenciais impactos


em atividades como a pesca, a navegação, o turismo e o lazer.

 Estes desafios começam a ser enfrentados por projetos


promissores já em desenvolvimento.
EXERCÍCIO

A área oceânica disponível na faixa entre as latitudes 10oN e


10oS é de aproximadamente 80 milhões de km2 e recebe um
fluxo de energia solar médio diário de 215 W/m2. Que
porcentagem dessa energia disponível precisarão utilizar
supostas usinas hidrelétricas flutuantes para igualar a
potência instalada no Brasil em 2016 de 143.932.730 kW?
BIBLIOGRAFIA

Centro de Excelência para o Mar Brasileiro, Cembra. (2019). O


Brasil e o Mar no Século XXI: Relatório aos tomadores de decisão
do país. Niteroi, RJ: Cembra, 2ª ed. rev., atualizada e ampliada
491p.
https://www.cembra.org.br/index.php/9-categoria-livro/18-livro-o-brasil-e-o-mar-no-
seculo-xxi

MARIBUS. World Ocean Review (WOR 3) – living with the oceans /


Report No 3 Marine Resources: Opportunities and Risks. Hamburg:
Future Ocean and Mare, 2014.

MARTINS, Luiz Roberto Silva e SOUZA, Kaiser Gonçalves de.


Ocorrência de recursos minerais na plataforma continental
brasileira e áreas oceânicas adjacentes. Parcerias Estratégicas
No 24, pp. 137-190, agosto de 2007.

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