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ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS NÁUTICAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MÁQUINAS

ENGENHARIA DE MÁQUINAS MARÍTIMAS

Cadeira: Protecção do Meio Marinho

TEMA: Impacto da poluição através dos esgotos sanitários de um


navio

Turma: 3MQ 2019

Docente: Felizardo Chemane

Discente: Ailton Stélio Daniel Machango

Maputo, Agosto de 2021


Índice
Introdução ............................................................................................................................. 3
Porquê estudar sobre a poluição do meio marinho? ............................................................... 4
Objetivos............................................................................................................................... 4
O meio marinho .................................................................................................................... 5
Poluição do meio marinho ..................................................................................................... 6
O PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO NO AMBIENTE MARINHO .......... Erro! Indicador não
definido.
Impacto da poluição através dos esgotos sanitários de um navio ............................................ 7
Conclusão ............................................................................................................................. 9
Bibliografia ......................................................................................................................... 10

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Introdução
O presente relatório fala sobre impacto da poluição do meio marinho com os esgotos
sanitários de um navio, mas seria difícil de compreender o assunto sem antes realmente saber
o que é o meio marinho.

Em primeiro lugar o meio marinho é o meio constituído por massa de água salgada contendo
vida animal e vegetal.

Assim como qualquer meio, o meio marinho é alvo da poluição que é uma grande
preocupação sendo que acontece quase sempre, seja quando atiramos algo ao mar, um navio
despejando óleos e outros resíduos.

Existem algumas atividades humanas que são responsáveis pelas mudanças nas condições
ecológicas marinhas e isso pode significar alteração ou destruição e perda do habitat marinho.
Isso pode acarretar poluição da água, poluição do ar e poluição do solo que intoxicam o meio
ambiente e contaminam a água. A poluição térmica resultante das atividades industriais
também destrói os hábitos marinhos. O resultado final é o esgotamento de espécies marinhas
de animais e plantas.

O esgoto sanitário de bordo, quando não tratado ou tratado de maneira ineficiente , quando
lançado ao mar contem resíduos de matéria orgânica e organismos patogênicos nocivos ao
homem. Os navios têm um grande impacto negativo no meio aquático e os esgotos sanitários
de um navio contribuem para tal como veremos adiante.

Na tentativa de reduzir ou gerir a poluição e também de o protger deste meio, foram feitas
varias conferências para se discutir o assunto e foram criadas várias leis.

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Porquê estudar sobre a poluição do meio marinho?
A água é um recurso indispensável para a nossa existência e é por este motivo que a busca de
soluções para a redução da poluição do meio marinho está sempre no activo.

Segundo (Banze, 2019) a água é um recurso renovável e esgotável, por isso tem sido objecto
de uma atenção especial a nível global considerando pelo número de conferências sobre o
meio ambiente face ao conjunto de problemas ambientais crescentes, levou a que se
realizasse sob a égide das Nações Unidas tais são as Conferências de Estocolmo em 1972,
Rio de Janeiro em 1992, Dublin em 1992, Joanesburgo em 2002, Cancún em 2010 e delas
foram adoptadas vários princípios e recomendações sobretudo no que diz respeito a
preservação da natureza e de todos os seus recursos, especialmente a poluição de recursos
hídricos. E também tem havido vários fóruns Mundiais da água, a que aconteceu em Kyoto,
no Japão em 2003 e em Montreal, no Canada em 2006.

Objetivos
Gerais

- falar do meio marinho;

- da poluição do mesmo, entre outros.

Especifico

- falar do impacto da poluição através dos esgotos sanitários de um navio.

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O meio marinho
Como já se havia dito antes marinho é o meio constituído por massa de água salgada
contendo vida animal e vegetal.

De acordo com (Figueiredo & Gomes, 2009) a Terra, apesar do seu nome, é um planeta
dominado por água. Os oceanos cobrem 362 000 000 km2, o que representa
aproximadamente 71% da superfície terrestre. Em torno de 61% do Hemisfério Norte e 81%
do Hemisfério Sul são cobertos por oceanos. Os oceanos são geralmente profundos, com 84%
dos fundos marinhos localizados a profundidades superiores a 2 000 m. A profundidade
média dos oceanos é de 4 000m e a fossa de Mindanao é a região mais profunda, com 11
524m, localizada no Pacífico Oeste. Os oceanos representam o principal reservatório de água
da hidrosfera terrestre, com aproximada mente 98% do total. O menor reservatório é a
atmosfera com somente 0,001% (tabela 1.1). Apesar disso, a atmosfera é vital na
transferência de água de um reservatório para outro, através do ciclo hidrológico.

Os oceanos oferecem aproximadamente 300 vezes mais espaço habitável do que o provido
por habitats terrestres e de água doce. A vida, de acordo com a hipótese atualmentemais
aceita, se originou provavelmen te em águas rasas dos oceanos primitivos e hoje os oceanos
abrigam um vasto conjunto de formas variadas de vida. Excetuando-se o grupo dos insetos,
verifica-se uma maior diversidade animal nos ambientes marinhos quando comparados aos
ambientes terrestres ou de água doce. A razão para estamaior representação de ani mais
nomar é, talvez, devido a evolução ter se processado pormais tempo nos seus vários
ambientes e amaior estabilidade, num tempo geológico, de seus fatores ambientais. O
ambiente marinho é habitado por quase todos os grupos animais, com exceção dos Myriapoda
e Onycophora. Por outro lado, alguns grupos zoológi cos são exclusivamente marinhos, tais
como os Ctenophora, Brachiopoda, Echinodermata, Chaetognata, Phoronida, Cephalopoda e
Tunicata. Em relação aos vegetais, 12 filos ocorrem nosmares, sendo que 5 deles só ocorrem
nos ambientes terrestre ou de água doce: Charophyta, Bryophyta, Pteridophyta,
Gymnospermae e Dicotiledonea.

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Poluição do meio marinho
A poluição marinha tem sido razão de preocupação de toda sociedade mundial. Os níveis de
poluição provocados pela ação descontrolada da humanidade têm levado a Organização das
Nações Unidas a organizar diversas Convenções e Tratados para disciplinar o uso do recurso
do mar e a prevenção da poluição ambiente marinho. Foram evocados princípios ambientais
como da precaução e do poluidor-pagador na criação de um conjunto de regras de forma a
contribuir efetivamente para diminuição dos riscos de poluição marinha em vários aspectos.

Segundo (Asla, Pinto & Oliveira, 2018) a preservação da qualidade de vida do planeta passa
necessariamente pelo cuidado com os oceanos, pois são os reguladores do clima no planeta,
além de serem fontes de riquezas e alimentos. A poluição marinha é consequência do seu uso
indiscriminado e do falso pensamento de que a capacidade do mesmo de receber dejetos e
resíduos era ilimitada. O mar se tornou receptor final de diversos elementos, provenientes de
rios, lançamento de esgoto in natura e despejos de navios ou plataformas de petróleo. Os
aportes mais comuns em áreas costeiras são os de origem orgânica, oriundos de despejos de
esgotos e que são constituídos basicamente de matéria orgânica. Como apresentam nitrogênio
e fósforo predominantemente na sua composição, ocorre o crescimento desordenado de
microalgas (eutrofização) e o aparecimento de espécies indesejáveis como as cianobactérias.
Além da matéria orgânica encontrada no esgoto e drenagem urbana, outros tipos de
contaminantes podem ser encontrados principalmente oriundos de efluentes industriais, como
hidrocarbonetos, substâncias inorgânicas e radioativas. A navegação, assim como a
exploração de petróleo no mar também, gera diversos tipos de poluentes na água, como
hidrocarbonetos de petróleo, introdução de espécies exóticas pelas águas de lastro e
elementos químicos acumulados nos sedimentos e liberados pelo processo de dragagem nos
portos que dão apoio às atividades marítimas. A preocupação com a poluição do meio
ambiente marinho assumiu outra perspectiva a partir da década de 1970, quando incidentes
marítimos de grande relevância envolvendo principalmente petroleiros, assolaram as costas
de países da Europa e dos Estados Unidos. Várias Conferências foram convocadas a partir
desta década gerando inúmeras regras e normas que visavam aumentar a segurança na
navegação e diminuir a poluição do meio ambiente marinho.

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Impacto da poluição através dos esgotos sanitários de um navio
O mau funcionamento da unidade de tratamento séptico a bordo dos diversos tipos de
embarcações que navegam nos mares e rios do nosso planeta, pode acarretar poluição desses
ecossistemas e também transmitir doenças ao homem.

O esgoto sanitário produzido a bordo precisa receber tratamento antes de ser descarregado no
mar. Pois ele é composto de bactérias nocivas que podem causar risco à saúde humana e ao
meio ambiente marinho. (Pereira, 2011)

O aumento da matéria orgânica diminui a quantidade de oxigênio existente na água, matando


a vida marinha nela contida. Além da possiblidade de eutrofização pela presença de
nutrientes, provocando o crescimento acelerado de algas que conferem odor, gosto e
biotoxinas à água, tendo consequências catastróficas para quase todos os organismos vivos
que povoam a zona nerítica, suficiente para deteriorar e até mesmo destruir totalmente o
mundo subaquático.

O indicador do grau de poluição das águas pelos esgotos é realizado com a dosagem da
quantidade da bactéria como a Escherichia coli, que não é patogênica por si só, porém sua
presença em grande concentração nas águas mostra contaminação por fezes e indica a
presença provável de microrganismos patogênicos. A maioria das estirpes de Echerichia coli
é inofensiva, habitando normalmente a flora intestinal de humanos e animais. Entretanto
algumas cepas são patogênicas tanto para humanos como para animais. As doenças mais
comuns causadas por esta bactéria são: diarreias aquosas, inflamação do cólon e hemorragias.
Algumas estirpes dessa espécie são capazes de invadir e colonizar o trato gastrointestinal
humano causando inflamação, febre, necrose e disenteria. As doenças causadas por cepas
patogênicas de Echerichia coli são de importância epidemiológica e é responsável por uma
parte significativa das estatísticas de mortandade infantil causadas por doenças diarreicas
agudas em países em desenvolvimento. (Sales & Martinez, 2016)

Mais consequências que o esgoto pode causar se não for tratado:

 o esgoto contém nitrogênio e fósforo que, sendo fertilizantes, favorecem o crescimento de


algas; o crescimento excessivo das algas pode impedir a penetração da luz do sol e sujar a
água;

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 o esgoto contém material orgânico que as bactérias no ambiente começarão a decompor;
fazendo isso, essas bactérias consumirão oxigênio da água e a falta de oxigênio mata os
peixes;

 os sólidos suspensos no esgoto tornam a água escura e podem afetar a capacidade de


respiração e visão de muitos peixes; A proliferação das algas, a redução de oxigênio, e a
escuridão destroem a capacidade do mar manter a subsistência de suas espécies marinhas e de
toda forma de vida contida nele.

Todas essas embarcações tem que obedecer às normas prescritas na Convenção Marpol 73/78
que é uma das várias resoluções da IMO (Organização Marítima Mundial). Segundo a
Convenção Marpol, as definições para esgoto sanitário e tanque de armazenamento são:

 Esgoto sanitário

1 descarga e outros rejeitos provenientes de qualquer tipo de instalações sanitárias ou


mictórios; .

2 descarga proveniente de compartimentos médicos (farmácias, enfermarias, etc.), feita


através de pias, banheiras e dalas ou embornais localizados naqueles compartimentos;

3 descarga provenientes de compartimentos que contenham animais vivos; ou .

4 outras descargas de água quanto misturadas com as descargas mencionadas acima.

Tanque de armazenamento significa um tanque utilizado para a coleta e armazenagem de


esgoto. As disposições do anexo IV da Marpol aplicam-se a:

1 navios novos, com arqueação bruta igual ou maior que 400;

2 navios novos, com arqueação bruta menor de 400, que estejam certificados para transportar
mais de 15 pessoas;

3 navios existentes, com arqueação bruta igual ou maior que 400, cinco anos depois da
entrada em vigor do Anexo IV; e

4 navios existentes, com arqueação bruta menor de 400, que estejam certificados para
transportar mais de 15 pessoas, cinco anos depois da entrada em vigor do Anexo IV.

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Conclusão
Apôs o termino do trabalho é notável que a água é utilizada em todos os segmentos da
sociedade e está presente no uso doméstico, comercial e industrial. O seu uso gera grande
quantidade de resíduos líquidos que devem ser descartados de forma segura no intuito de
preservar o meio ambiente e assegurar a saúde da população que ali reside.

Além da qualidade de vida e a questão ambiental, a descarga do esgoto produzido a bordo de


um navio mercante é um dos diversos fatores que também devem ser priorizados quando se
quer impedir a aplicação de multas tanto à companhia de navegação quanto ao armador.

É recomendado que todas as embarcações obedeçam às normas prescritas na Convenção


Marpol 73/78 que é uma das várias resoluções da IMO (Organização Marítima Mundial).
Segundo a Convenção Marpol.

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Bibliografia
Aslan, J. Oliveira, M & Pinto, A. (2018). Poluição do meio ambiente marinho: um breve
panorama dos princípios, instrumentos jurídicos e legislação brasileira.

Banze, I. (2019). A Problemática dos danos as águas interiores e sua reparação.


Faculdade de Direito.Universidade Eduardo Mondlane. Maputo

Figueiredo, A & Gomes, A. (2009). O Ambiente Marinho. Universidade Federal


Fluminense.

Martinez, A & Sales, M. (2016). Tanque Septico e Responsabilidade Ambiental. Centro de


Instrução Graça Aranha. Escola de Formacao de Oficiais da Marinha Mercante. Rio de
Janeiro.

Pereira, D. (2011). Preservacao do Meio Ambiente Marinho (Principais preocupações dos


navegantes). Centro de Instrução Graça Aranha. Escola de Formacao de Oficiais da Marinha
Mercante. Rio de Janeiro.

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