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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Análise da poluição dos oceanos e mares em Moçambique e no Mundo

Victória Passinguice Waheia - 708217187

Curso: Gestão Ambiental


Disciplina: Hidrogeografia-T-C
Ano de Frequência: 2º

Cuamba, outubro, 2022


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Análise da poluição dos oceanos e mares em Moçambique e no Mundo


Victória Passinguice Waheia - 708217187

Curso: Gestão Ambiental


Disciplina: Hidrogeografia-T-C Ano
de Frequência: 2º

Tutor: Cláudia Nanhecua

Cuamba, outubro, 2022


Índice
1. Introdução..................................................................................................................3

1.1. Objectivos...........................................................................................................3

1.1.1. Geral............................................................................................................3

1.1.2. Específicos...................................................................................................3

2. Metodologia...............................................................................................................3

3. A análise da poluição dos oceanos e mares em Moçambique e no Mundo...............4

3.1. Poluição nos mares e oceanos.............................................................................4

3.2. Poluição dos oceanos e mares em Moçambique.................................................4

3.3. Tipos de Poluição Marinha.................................................................................7

3.3.1. Poluição por Hidrocarbonetos em Mares Europeus....................................7

3.3.2. Poluição Proveniente de embarcações: incidentes com navios tanques e os


regimes de protecção..................................................................................................7

3.4. O Princípio do Poluidor-Pagador no Ambiente Marinho...................................8

3.5. Princípio da Precaução no Ambiente Marinho...................................................8

4. Conclusão.................................................................................................................10

5. Bibliografia..............................................................................................................11
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1. Introdução

A água constitui um dos elementos fundamentais para a sobrevivência dos


seres vivos. De acordo com alguns autores a qualidade da água, hoje, tornou-se um
factor limitante para o desenvolvimento sustentável e para o aumento da qualidade de
vida, passando a ser considerada um recurso finito do ponto de vista qualitativo. A
preocupação com a poluição do meio ambiente marinho assumiu outra perspectiva a
partir da década de 1970, quando incidentes marítimos de grande relevância
envolvendo principalmente petroleiros, assolaram as costas de países da Europa e dos
Estados Unidos. Várias Conferências foram convocadas a partir desta década gerando
inúmeras regras e normas que visavam aumentar a segurança na navegação e diminuir
a poluição do meio ambiente marinho. É importante salientar que a preservação da
água também diz respeito aos recursos hídricos marinhos, os quais constituem um
importante factor para o crescimento social e económico nas cidades litorâneas.
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
 Saber a cerca da poluição dos oceanos e mares em Moçambique e no Mundo.

1.1.2. Específicos
 Descrever as Princípais formas da poluição dos oceanos e mares;
 Identificar os tipos de poluicao maranha.

2. Metodologia
Para a realização do trabalho foi a partir da consulta bibliográfica, que consistiu na leitura e
análise das informações de diversas obras, e com auxilio da internet.
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3. A análise da poluição dos oceanos e mares em Moçambique e no Mundo


3.1. Poluição nos mares e oceanos
A poluição das águas provém de várias fontes, porém todas essas fontes são
relacionadas ao aspecto humano e de má gestão do lixo. A actividade agro-industrial é uma
das grandes poluidoras orgânicas das águas.
Para Abreu, (2011). A poluição marinha é definida como a introdução, pelo
Homem, de substâncias ou energia no ambiente marinho (incluindo estuários) que
produzem efeitos negativos, como danos aos recursos vivos e à saúde humana,
gerando obstáculos às actividades marinhas (incluindo pesca e lazer) e a redução da
qualidade de vida. Entre as diversas fontes de poluição marinha destacam-se as Marés
Negras e o Lixo Marinho.
O meio ambiente marinho formado pelos oceanos, mares e os complexos das
zonas costeiras é considerado um dos componentes essenciais do sistema que
possibilita a existência da vida sobre a Terra, além de ser uma riqueza que oferece
possibilidade para um desenvolvimento sustentável. (Freitas, 2009).
Segundo Brites (2010) o termo poluição é utilizado para designar a introdução
de qualquer substância que normalmente não existe no ecossistema e à qual os
organismos não estão adaptados. Tais substâncias, chamadas de poluentes, provocam a
degradação física e química do ambiente.
3.2. Poluição dos oceanos e mares em Moçambique
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o lixo no mar é todo aquele resíduo
que o antigo dono classificou como sem utilidade e é encontrado no mar.
Atualmente, Moçambique estima que os resíduos plásticos sejam responsáveis
por 60% a 80% do lixo que chega aos oceanos. Ademais, alguns autores salientam que
ao andar do tempo se a populacao em geral principalmente os que vivem em
provincias onde há oceanos, mares, praias e lagos, não soberem fazer o descarte dos
residuos solidos haverá mais plástico do que peixes nos oceanos, em peso. De difícil
decomposição, hoje em dia sabe-se que o plástico nos oceanos se fragmenta em
diversos tamanhos menores. Essa fragmentação se dá pela influência do sol, dos
movimentos das ondas e, também, da ação de microrganismos (Zanella, 2013).
Idem Através da dispersão por ventos e chuvas, o resíduo produzido e mal
descartado nas cidades e zonas rurais alcançam as águas dos rios. À medida em que os
rios deságuam no mar, este resíduo produzido a milhares de quilômetros de distância
do litoral também pode contribuir para a poluição dos oceanos. Além disso, a poluição
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das praias também tem potencial de poluir os mares, já que o resíduo disposto
incorretamente nas areias está sujeito à ação das ondas e marés, que o carregam para
dentro do oceano. Além disso, as atividades que ocorrem no mar também contribuem
para a poluição dos oceanos. Os descartes inadequados de resíduos oriundos das
atividades de pesca, de embarcações de turismo e lazer e de plataformas de petróleo
são os principais contribuintes marítimos da poluição dos oceanos.

Por outro lado, uma considerável parte das águas marítimas sobre as quais a
República de Moçambique exerce os seus poderes de jurisdição, nos termos do direito
interno e internacional, é sulcada por navios de diferentes tipos, incluindo navios
tanques, os quais realizam descargas ilícitas de hidrocarbonetos e de outras s
substâncias nocivas para o ambiente marinho e costeiro (Zanella, 2013).
Idem Esta prática acarreta sérios riscos para a sanidade do ambiente marinho e
costeiro do pais bem como para a saúde humana, daí que. urge a adopção de um
instrumento legal pelo qual se possa prevenir, controlar e combater a poluição marinha
por navios dentro das águas jurisdicionais e ao largo da costa moçambicana ou por
fontes de origem telúrica.
Nestes termos, ao abrigo do disposto no artigo 33, conjugado com o n.° 1 do
artigo 9 e artigos 12, 13 e 14 da Lei n.° 20/97, de 1 de Outubro, o Conselho de
Ministros decreta:
E aprovado o Regulamento para a Prevenção da Poluição e Protecção do Ambiente Marinho e
Costeiro, anexo ao presente decreto e que dele faz parte integrante.
De acordo com Zanella, (2013). Compete ainda ao Ministério para a Coordenação
da Acção Ambiental tomar as medidas adequadas para eliminar a poluição das águas
mencionadas no número anterior, por substâncias per gosas incluídas nas famílias e
grupos de substâncias constantes no Anexo IV assim como para reduzir a poluição das
referidas águas pelas substâncias perigosas incluídas nas famílias e grupos de
substâncias constantes do Anexo V, nos termos do presente Regulamento e da
regulamentação vigente sobre a gestão de resíduos.
Brites (2010) afirma ainda que:
Segundo convenções internacionais, a poluição dos oceanos é a
introdução, pelo homem, de substâncias que provoquem, directa
ou indirectamente, danos à vida marinha, ameacem a saúde
humana ou comprometam a actividade pesqueira. Os principais
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poluentes do meio marinho são o esgoto doméstico, petróleo e


seus derivados, metais pesados, substâncias orgânicas e o lixo.

A ausência de uma política urbana integrada às demais políticas públicas, se


reflecte em grandes concentrações urbanas pontuais ao longo de um litoral onde
menos de 20% dos municípios costeiros são beneficiados por serviços de saneamento
básico e drenagem urbana (Protecção, 2010).
O esgotamento sanitário insuficiente e precário compromete a saúde da
população e polui os cursos d’água ameaçando hoje, inclusive a balneabilidade de
nossas praias em diversos pontos monitorados.
Todas as grandes cidades do planeta têm problemas com o lixo. No mundo
inteiro, estudiosos buscam novas tecnologias para a colecta, reciclagem e destinação
final do lixo, como forma de reduzir o perigo de doenças e ajudar a preservar o meio
ambiente.
Vale ressaltar que cinco das nove regiões metropolitanas brasileiras se
encontram à beira-mar e que metade da população brasileira reside a menos de 200 km
do mar. Esse contingente gera cerca de 56 mil toneladas por dia de lixo, e o destino, de
90% desse total são lixões a céu aberto, que contribuem para a poluição de rios, lagoas
e do próprio mar (Proteção, 2010,).
As marés negras correspondem a grandes manchas de hidrocarbonetos
(petróleo e derivados) as quais representam cerca de 10% do total anual da poluição
dos oceanos. Todos os anos são derramadas cerca de 3 000 000 de toneladas de
petróleo nos oceanos. As principais causas de marés negras são a ruptura de oleodutos,
o transporte de hidrocarbonetos em alto-mar em petroleiros e as actividades de
exploração petrolífera offshore.
As marés negras originam grandes catástrofes ecológicas. As suas
consequências são extremamente diversificadas e graves: a película opaca que se
forma à superfície da água impede a entrada de luz nos oceanos e limita as trocas
gasosas, originando uma forte redução da taxa de fotossíntese, assim como a asfixia de
vários animais, devido à diminuição da quantidade de oxigénio dissolvido nas águas, o
que acarreta ainda o incremento das populações de bactérias anaeróbias (Holder &
Câmara, 2014).
As aves marinhas são extremamente afectadas pelas Marés Negras devido à
libertação de gases tóxicos, ao facto de os hidrocarbonetos dissolverem a camada de
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gordura que torna as suas penas impermeáveis que conduz à morte por hipotermia e
pelo petróleo aderir às penas tornando as aves pesadas demais para voar ou nadar
acabando por se afogar.
Idem O impacte ambiental de uma Maré Negra pode prolongar-se bastante no
tempo, já que os hidrocarbonetos são solúveis nas gorduras, sendo, por isso mesmo,
fixados pelos seres vivos, nos quais atuam como agentes cancerígenos, a médio e
longo prazo e ainda por parte destes hidrocarbonetos perderem a sua volatilidade após
o derrame, fazendo com que “afundem” e se juntem aos sedimentos do fundo
oceânico.

3.3. Tipos de Poluição Marinha


3.3.1. Poluição por Hidrocarbonetos em Mares Europeus
Sob a égide do princípio da liberdade de navegação, o espaço marinho,
historicamente, serve de via de circulação do comércio internacional e
consequentemente de elo globalizado entre as sociedades. Por consequência é
especialmente afectado pelo transporte marítimo, principalmente, em razão do
aumento das actividades de navegação a partir da segunda metade do século XX, o
que contribuiu para o problema da poluição dos mares e oceanos, em especial pelo
hidrocarboneto em razão das suas características quanto mercadoria e em razão das
dimensões e condições dos navios petroleiros que oferecem riscos ao meio ambiente
(Freitas, 2009).
Segundo a Direcção-Geral da Autoridade Marítima de Portugal - DGAM
(2011), estima-se que durante a extracção e o transporte por mar, sejam introduzidos
nos oceanos, por acção humana voluntária ou involuntária, aproximadamente 5
milhões de toneladas de hidrocarbonetos por ano, o que representa uma das principais
causas da poluição dos oceanos.
Apesar do hidrocarboneto ser um composto químico que possui inúmeras
desvantagens ambientais associadas, sejam elas terrestres, atmosféricas ou marinhas, o
mundo tornou-se dependente, económico e socialmente, da indústria petrolífera em
todas as escalas dos processos derivados do petróleo e os seus respectivos materiais de
consumo, seja em plásticos de uso doméstico ou de uso único, seja em combustíveis
fósseis que alimentam os veículos.
Incluídos nesta dependência, destacam-se dois riscos extremos ao meio
ambiente marinho: os derrames de petróleo nos mares e oceanos, e os microplásticos.
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Ambos com impactos alarmantes que põem em risco a continuidade da vida em cadeia
a todas as espécies do planeta.

3.3.2. Poluição Proveniente de embarcações: incidentes com navios tanques e os


regimes de protecção
Precede-se mencionar que a poluição marinha por óleo nos oceanos tem
recebido grande atenção dos legisladores, dada a visibilidade do poluente.
Outrossim, vale apontar que somente após a ocorrência dos maiores incidentes
com petroleiros nas últimas décadas que geraram impactos desastrosos no meio
ambiente marinho como os ocorridos com os navios tanques SS Torney Canyon
(1967), Amoco Cadiz (1978), Erika (1999) e o Prestige (2002) é que a regulamentação
internacional avançou e em especial a da UE, que desde 2003 proíbe que os petroleiros
de casco simples118 que transportem combustíveis de material pesado, possam, à
princípio, frequentar os portos europeus ou terminais sob jurisdição de um país da
Comunidade.
Tal medida adoptada justifica-se, no exercício do princípio de soberania, ao
passo de que as regiões Atlânticas europeias correm alto risco de sofrerem danos
causados por eventuais incidentes com petroleiros e outros derrames nos mares.

3.4. O Princípio do Poluidor-Pagador no Ambiente Marinho


O princípio do poluidor-pagador obriga a empresa poluidora, não só a
reparação do dano causado, como também, ao custeio de medidas repressivas e
preventivas; constituindo um verdadeiro desestimulo à prática de acções nocivas ao
meio ambiente uma vez que, configurado o dano ambiental, será a própria empresa
poluidora quem custeará os encargos da recuperação ambiental (Holder & Câmara,
2014).
O princípio do poluidor-pagador é um imperativo de segurança marítima que
obriga a reparação do dano ambiental, uma obrigação que deverá ser entendida como a
mais completa reposição do estado em que se encontrava o local antes da ocorrência
do dano, ou seja, uma reparação que tenha em conta os três níveis da biodiversidade: a
diversidade genética, a diversidade das espécies e a diversidade dos ecossistemas, em
conformidade com a Convenção sobre a Diversidade Biológica, de 1992 (Abreu,
2011).
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Idem Em 2008, o princípio do poluidor-pagador foi aplicado no caso da poluição provocada


pelo petroleiro Erika. O Tribunal de Paris decidiu condenar a empresa TOTAL S.A. que
fretou o petroleiro, bem como o armador, o gestor do petroleiro e a empresa italiana RINA a
pagar 154 milhões de euros ao Estado francês, 38 milhões de euros às regiões e municípios
franceses atingidos pelas 20 mil toneladas de óleo derramado pelo Erika.
3.5. Princípio da Precaução no Ambiente Marinho
A fim de desenvolver políticas efectivas em relação ao meio ambiente, é
necessário ter em mãos os melhores dados científicos, especialmente quanto a sua
precisão. Entretanto, ao lado de poucas certezas, pairam muitas incertezas científicas.
Estas incertezas têm historicamente dificultado muito a criação de leis internacionais
de protecção ao meio ambiente.
A ideia da precaução no Direito marítimo surgiu da necessidade de conter os
elevados níveis de poluição marinha provocados pela crença errada de que o mar tinha
uma capacidade infinita de assimilar substâncias poluentes. A tese da capacidade de
assimilação, com que tradicionalmente se lidava com a degradação ambiental, foi-se
revelando incapaz de quantificar a capacidade de absorção de um dado recurso ou
sistema ambiental.
O princípio da precaução encontra-se previsto na Convenção de Paris para a
Protecção do Meio Ambiente Marinho do Atlântico Nordeste, de 1992, da qual o
Brasil não faz parte, e que dispõe sobre quais medidas devem ser tomadas quando
existem motivos razoáveis de riscos para a saúde humana ou danos aos ecossistemas
para introdução de substâncias no meio marinho (Freitas, 2009).
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4. Conclusão
Chegado ao fim do trabalho conclui-se que O crescimento populacional,
associado ao desenvolvimento, a exploração dos recursos do mar e a crença na
infinidade destes recursos pelo homem, tem alterado significativamente os níveis de
poluição nos mares. A partir desta percepção, e ao reconhecer que o mar, por ser um
recurso de uso comum, foi realizado convenções e tratados internacionais ao longo dos
últimos 50 anos na tentativa de criar mecanismos de controlo e prevenção da poluição
marinha. A responsabilidade do empreendedor por danos causados ao meio ambiente
marinho, a partir da aplicação de multas de valores irrisórios, induzem um sentimento
ao agente poluidor de que é mais oneroso prevenir a poluição do que propriamente
poluir.
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5. Bibliografia

1. Abreu, L.C. (2011). O Princípio do Poluidor-Pagador: Um Imperativo de Segurança


Marítima. Direito e Ambiente, Lisboa.
2. Brites, A. D. (2010). Esgoto, petróleo e metais pesados ameaçam águas.
3. Cabral, L. J. S. (2010). Convenções Internacionais sobre Poluição do Mar por Navios
e a Posição do Estado Brasileiro (Dissertação). Universidade Federal do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro.
4. DGAM, Direção-Geral da Autoridade Marítima de Portugal. (2011). Guia de apoio ao
combate à poluição do mar por hidrocarbonetos e outras substâncias perigosas.
Lisboa: Ministério da Defesa Nacional - Marinha.
5. Freitas, D. P. (2009). Poluição marítima: legislação, doutrina e jurisprudência. Ed.
Juruá Editora, Curitiba.
6. Holder, J; Câmara, C. G. (2014). Poluição Marinha e Responsabilidade Civil nas
Atividades Off-Shore da Indústria do Petróleo.
7. Proteção dos oceanos, de todos os tipos de mares - inclusive mares fechados e
semifechados - e das zonas costeiras, e proteção, uso racional e desenvolvimento de
seus recursos vivos. In: AGENDA 21. cap. 17. 2010.
8. Zanella, Tiago Vinicius. (2013). Poluição marinha por plásticos e o direito internacional do ambiente.

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