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1. Introdução............................................................................................................................ 3
2. Metodologia ........................................................................................................................ 3
5. Conclusão .......................................................................................................................... 12
6. Bibliografia........................................................................................................................ 13
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1. Introdução
A Escola eclética ou dos ecléticos de medicina foi uma antiga escola de medicina na
Grécia Antiga e em Roma. Elas foram assim chamadas porque selecionavam de
cada escola filosófica as opiniões que para elas pareciam as mais prováveis. Elas
pareciam ter sido um ramo da escola metódica. Elas foram fundadas, ao que parece,
por Arquígenes. A partir do século II a.C., surge o ecletismo na Grécia que é uma
atitude filosófica que procura reunir o que existe de melhor dos diversos sistemas
existentes. Os ecléticos salientam que não temos um critério que nos leve a verdade,
mas podemos atingir a probabilidade, podemos aproximar da verdade com a
evidência da probabilidade. O provável passa a ser para nós o verdadeiro sabendo
que é apenas o provável.
1.1.Objectivos
1.1.1. Geral
Saber sobre Escola eclética.
1.1.2. Específicos
Identificar Ciclo de Formação - Aproximadamente 1835-1848;
Característica Periodização e Cronologia da Escola Ecléctica.
2. Metodologia
Para a realização do trabalho foi a partir da consulta bibliográfica, que consistiu na leitura e
análise das informações de diversas obras, e com auxilio da internet.
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Esta corrente consiste em uma atitude filosófica dos que não seguem sistema algum,
pretendendo formar um todo, buscando a coerência dos elementos escolhidos em diversos
sistemas, escolhendo de cada um a parte que parece mais próxima da verdade.
Na condição de país independente, o Brasil teve a felicidade de encontrar dois grandes
mestres de filosofia: Silvestre Pinheiro Ferreira (1769/1846) e Victor Cousin (1793/1867).
Silvestre Pinheiro Ferreira aqui viveu, no Rio de Janeiro, por mais de onze anos, de 1810 a
1821. Entre 1813 e 1820 ministrou um curso de filosofia posteriormente publicado com o
título de Preleções Filosóficas, reeditado pelo IBF em
1970- que deixaria marcas profundas no curso da meditação ulterior. Victor Cousin foi
escolhido como director espiritual por alguns brasileiros que viveram em Paris na década de
trinta. Na condição de seus discípulos, realizaram no Brasil um movimento empolgante,
instaurando no país o debate filosófico autêntico, editando livros e revistas, formando
professores e participando activamente da discussão teórica que tinha lugar em parte da
Europa (Castro, 1995).
Victor Cousin foi vítima de mesquinha disputa literária e acabou passando à
posteridade como uma figura de segundo plano graças ao que escreveu Hippolite Taine
(1828/1898) em Lês philosophes classiques du XIX siècle em France. A chamada geração de
setenta investiu furiosamente contra a Escola criada por seus discípulos no Brasil, sem
reconhecer-lhe qualquer mérito, salvo Tobias Barreto (1839/1889) que, mesmo encampando
as críticas proclamava ter-lhe despertado o gosto pelos estudos filosóficos.
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nós mesmos essa obra, a fim de formarmos juízo próprio, sendo este certamente o meu
próprio caso, desde que somente o fiz recentemente. Quem se der a esse trabalho verificará
sem dificuldade o primarismo das teses de Taine que, pelo menos nessa obra, não tem a
menor noção do que seja filosofia.
Nas edições recentes, na apresentação, Henri Gouhier como que se desculpa pelo fato de
tratar-se de artigos de um jovem de 27 anos, aparecidos em 1855 e 1856 na “Revue de
L’Instruction Publique”. O confronto entre as simplificações do positivismo, que então se
ocupa de difundir, e o que Victor Cousin fez em matéria de história da Filosofia, como
indiquei precedentemente, serve para mostrar de que lado milita o autêntico saber. A
recuperação da imagem de Cousin, que pretendo haver iniciado, talvez possa resgatar o
significado da Escola Ecléctica Brasileira (Magalhães, 1865).
Acredito que a cronologia adiante inserida possa dar uma ideia da magnitude assumida
pelo movimento filosófico que passou à história com a denominação de Escola Ecléctica
Brasileira.
4.2.Cronologia
4.2.1. Ciclo de Formação - Aproximadamente 1835-1848
1828 - 1832 (?) - Estada de Salustiano Pedrosa (fins do século XVIII -1858) em Paris
onde conclui o curso de direito, na Sorbonne, e frequentou cursos de Jouffroy.
1833 - 2 de Fevereiro. Início do magistério de Salustiano Pedrosa em Cachoeira
(Recôncavo da Bahia).
1834 - Ano provável do término do “Compêndio de Filosofia”, de Monte Alverne
(1784-1858), publicado postumamente (1859), onde faz profissão de fé ecléctica. Da
Ordem Franciscana e pregador da Capela Imperial, atraiu, para o Eclectismo vário
jovens (entre estes Manuel de Araújo Porto Alegre, mais tarde Barão de Santo Ângelo
(1806- 1874); Francisco de Sales Torres Homem (1812-1876) e Domingos de
Magalhães). 1835 - Início do magistério de Frei José do Espírito Santo (1812:1872),
no Convento da Ordem Franciscana, na Bahia, de que diz Sacramento Blake ter sido
“O primeiro brasileiro que vulgarizou as doutrinas da Escola Ecléctica, fundada em
França por Cousin e Royer Collard”.
1836 - Edição em Paris de dois números de “Niterói – Revista Brasiliense”, onde
aparece um dos primeiros textos filosóficos de Magalhães (Filosofia da Religião) e
colaboração de Silvestre Pinheiro Ferreira.
1837- Frei José do Espírito Santo passa a ensinar também no Seminário
Arquiepiscopal da Bahia.
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anos, período em que “sua cela foi sempre visitada pelo que há de melhor em nossa
sociedade”.
É provavelmente nesse ano que Eduardo Ferreira França (1809-1857), professor da Faculdade
de Medicina da Bahia, como parlamentar filiado ao Partido Liberal começa a abandonar suas
convicções naturalistas extremadas, adquiridas na longa estada na França (dos 15 anos aos 25
anos de idade) onde se bacharelou em ciências (1828) e formou-se em medicina (1834).
1852 – 1859 - Colaboração semanal de António Pedro de Figueiredo no “Diário de
Pernambuco”, onde se evidencia a mudança de problemática (prevalência da
fundamentação da moral passando o conhecimento para segundo plano).
1853 - Publicação na França da edição autónoma de “Du Vrai, du Beau et du Bien”,
de Victor Cousin.
1854 - “O Noticiador Católico” (Bahia) inicia (nº. de 24 de Junho) a publicação de
uma série de artigos de crítica à obra precedente de Cousin, extraída de brochura
publicada na França, de autoria do abade Maynard, com o título de “Últimos escritos
de M. Cousin”.
Aparecimento das “Investigações de Psicologia”, de Eduardo Ferreira França, que se
considera como contendo a síntese do debate realizado no ciclo de formação e que
consagra a vitória da Escola.
1855 - Aparecimento, na Bahia das duas obras “Filosofia racional e moral” (contendo a 2ª
edição do “Catecismo de Lógica; noções de Metafísica e Ética geral e especial”); “Prelecções
de Lógica e Prelecções de Filosofia Moral”, de Salustiano Pedrosa.
1857 - Falecimento de Eduardo Ferreira França.
1858 - Falecimento de Salustiano Pedrosa.
Aparecimento da “Memória sobre o magistério e escritos filosóficos do Dr. Salustiano
Pedrosa”, de Eunápio Deiró (Bahia) publicação da 1ª edição de “Fatos do Espírito
Humano”, de Domingos Gonçalves de Magalhães.
Falecimento de Monte Alverne.
1859- Edição francesa dos “Fatos do Espírito Humano”, de D. G. Magalhães (tradução
de M. N. Chancelle, Paris, Librailie d’Auguste Fontaine).
Edição (póstuma) do “Compêndio de Filosofia” de Monte Alverne.
Falecimento de António Pedro de Figueiredo.
1862 - Aparecimento da obra “Ensaio sobre o direito administrativo”, de Paulino José Soares,
Visconde de Uruguai (1807-1866), devotado à justificação teórica das instituições imperiais
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5. Conclusão
Chegando esse ponto, conclui-se que a Escola Eclética representa expressivo movimento
intelectual, dotado de plena autonomia em relação às fontes inspiradoras, Além do mais, seus
principais integrantes ainda não estavam movidos pela inferioridade que se apossou de grande
número de intelectuais brasileiros como subproduto da ascensão do positivismo -, razão pela
qual discutiram em pé de igualdade com Victor Cousin e outros representantes franceses da
Escola.
De todos os modos, as causas internas que a levaram a tão fragorosa derrota, nos decênios
posteriores aos anos oitenta, ainda não foram suficientemente estudadas. À primeira vista,
com a solução dada por Janet à questão mais significativa do Ciclo do Apogeu, a Escola
Eclética Brasileira passava a dispor de proposta inteiramente diferenciada dos tradicionalistas,
o que a tomaria apta a enfrentar, no terreno das idéias, a onda cientificista. Tal enfrentamento,
entre outras coisas, inclui-se entre os aspectos insuficientemente pesquisados.
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6. Bibliografia
1. Barreto, Vicente. António Pedro de Figueiredo. (1974). uma revisão crítica. Revista
Brasileira de Filosofia.
2. Castro, António Mauro Mauanis de. (1995). A filosofia de Gonçalves de Magalhães.
Rio de Janeiro, Universidade Gama Filho. São Paulo.
3. Magalhães, D.J.G. – (1865). Fatos espírito humano. 2ª ed. Rio de Janeiro, Garnier.
4. Pinheiro, Machado, Geraldo, (1974). A crítica filosófica e o livro “Fatos do espírito.