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CURSO DE PSICOLOGIA
FILOSOFIA ESCOLÁSTICA
MANAUS-AM
2023
ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS-ESBAM
CURSO DE PSICOLOGIA
FILOSOFIA ESCOLÁSTICA
EQUIPE:
ALINE TACAFAZ
ANA CLARA PRADO DE OLIVEIRA
ARIELA LIMA BRAGA
CAMILLA CAMBRAIA
FELIPE DA COSTA SOUZA
GUILHERME SANTANA LIMA
HASSAN AYDA DO NASCIMENTO
KAROLINE CAMPÊLO
LEATRICE SOUSA DOS SANTOS
LORENA DA SILVA FERREIRA
MARIA LETÍCIA DA SILVA BISPO
MANAUS-AM
2023
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SUMÁRIO
• Introdução______________________________________________04
• 1.O que foi a filosofia escolástica__________________________05
• 2.O contexto histórico da filosofia escolástica______________ 06
• 3.Quais são as características da filosofia escolástica_______ 06
3.1-As três fases da filosofia escolástica__________________08
3.2-Principais filósofos escolásticos_____________________09
3.2.1-Tomás de Aquino(1225-1274)_____________________09
3.2.2-Alberto Magno(1196-1280)________________________11
3.2.3-Santo Anselmo de Canterbury(1033-1109)___________13
3.2.4-Guilherme de Ockham(1285-1347)_________________15
3.2.5-Pedro Abelardo(1709-1142)_______________________18
3.3-Relação da filosofia escolástica com o Renascentismo__20
3.3.1-Impactos da filosofia escolástica__________________20
3.3.2-A disputa escolástica____________________________22
• Considerações finais___________________________________23
• Referências___________________________________________24
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• INTRODUÇÃO
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1. O QUE FOI A FILOSOFIA ESCOLÁSTICA?
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revalorização das teses aristotélicas, que foram aprofundadas a partir dos
dogmas católicos.
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A Metafísica é a área que estuda e tenta explicar as principais questões
do pensamento filosófico, como a existência do ser, a causa e o sentido da
realidade, e os aspectos ligados a natureza.
A forma de trabalhar poderia ser através de comentários às obras de
filósofos como Aristóteles. Isso era incentivado nas universidades medievais. Os
alunos só passavam da Filosofia para a Teologia após comentar o Livro das
Sentenças, de Pedro Lombardo.
Contudo, esta não era a única forma de produzir. Como o trabalho era
inspirado na estrutura das escolas, onde havia disputas entre os alunos sobre
questões variadas, surgem delas os textos de Questões Disputadas. Neles, os
filósofos apresentam problemas que são discutidos com autoridades,
argumentos e soluções.
Dois dos principais problemas da Filosofia Escolástica são: a questão da
criação, e a questão dos universais.
• Criação: Os cristãos acreditam que o mundo foi criado por Deus a partir
do nada. Isso os afasta dos gregos, que acreditavam que o mundo
sempre existiu (Aristóteles), ou foi criado a partir de uma matéria anterior
(Platão). Algumas questões são levantadas sobre este tema. Por
exemplo: se nada surge do nada, como o mundo foi criado desta forma?
Ou se a criação se deu dentro ou fora do tempo.
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até mesmo da existência deles. Havia duas posições principais: a dos realistas
e a dos nominalistas.
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• 3.2-PRINCIPAIS FILÓSOFOS ESCOLÁSTICOS
o 3.2.1-Tomás de Aquino(1225-1274)
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escrituras sagradas. Aquino encontrava-se no meio dessa Disputa de Questões
ou, como eles chamavam, Quaestio Disputata.
Esse embate resume a produção filosófica das universidades mais antigas
em seus tempos de gestação. Os acadêmicos dedicavam-se a debater sobre a
primazia de um ou de outro campo. Havia aqueles que afirmavam a primazia da
teologia sobre a pagã filosofia. Outros afirmavam a primazia do pensamento
filosófico. Aquino foi um dos que defenderam um elo entre a filosofia pagã grega
e a teologia cristã, buscando em Aristóteles elementos para firmar essa ligação,
formando o “pensamento tomista” e o “tomismo aristotélico”.
Uma das maiores influências de Aristóteles sobre o tomismo encontra-se
na distinção entre essência e existência. Para Aristóteles, não havia procedência
formal que conectasse aquilo que existe em essência a um objeto. Aquino cria
um movimento de conexão, sem fazer perder o preceito filosófico, afirmando que
o que existe em essência existe de alguma maneira, mesmo que
ontologicamente.
Para Aquino, a identidade (princípio fundamental da lógica aristotélica) era
o elo fundamental que, ao conectar a existência e a essência, mostrava o toque
divino. A perfeição divina era capaz de alcançar e de explicar essa relação tão
obscura e intrigante.
Baseado na filosofia aristotélica, Tomás de Aquino desenvolveu as Cinco
Vias que Provam a Existência de Deus, uma espécie de regressão causal que,
em todos os casos (nos cinco argumentos), Deus é o princípio. As cinco vias são
dispostas desta maneira:
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• A causa não causada, ou a primeira causa eficiente: partindo da mesma
reflexão que foi desenvolvida na primeira via, é necessário entender que
tudo foi causado no mundo, exceto uma primeira causa. Essa é a causa
prima e ela não teve evento anterior. Foi um primeiro momento em que
uma primeira coisa aconteceu. Essa causa não causada é Deus.
• Ser necessário e seres possíveis: os conceitos de necessidade e
possibilidade estão em jogo. Existem seres possíveis, que podem ou não
existir. Existem os seres necessários, que, independentemente das
contingências, existem. Os seres contingentes são gerados, existem e
são extintos (deixam de existir). Eles estão em transformação contínua.
Porém, existe um ser que é. Do mesmo modo que é, sempre foi e sempre
será. Esse é o ser necessário e Ele é Deus.
• Graus de perfeição: baseando-se na filosofia platônica, Aquino classifica
diferentes graus de perfeição existente entre os seres. Existe uma espécie
de hierarquia entre os graus de perfeição que pode classificar seres entre
a bondade e a nobreza, por exemplo. Para Tomás de Aquino, se há essa
hierarquia, deve haver um padrão de excelência que serve para a
correção dos seres mais evoluídos. Esse padrão é Deus.
• Governo supremo: há uma organização das coisas e dos seres materiais.
Os corpos, mesmo que inconscientemente, orientam-se para um fim.
Essa ordenação é um governo supremo, ordenado por Deus.
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Alberto Magno foi professor de Tomás de Aquino e na Igreja Católica é
venerado como santo e protetor dos cientistas. Foi também um grande estudioso
da ciência e para ele a ciência e a fé podem andar juntas, pois não são contrárias.
Em suas obras destacou a importância da experimentação e da investigação
para a pesquisa científica. Destaca-se em suas pesquisas científicas a
demonstração de que a terra é redonda.
A filosofia para Alberto era tanto meditação como prática. A filosofia
meditativa era formada pela matemática, pela física e pela metafísica. A filosofia
prática do indivíduo é a moral, da família é a doméstica e a filosofia do Estado e
da sociedade é a política. Ele distingue de cinco formas o conhecimento filosófico
que podemos ter de Deus e o conhecimento teológico através do qual Deus se
revelou.
A primeira diferença é que a filosofia utiliza somente a razão para
conhecer Deus, e a teologia usa também a fé, ultrapassando a razão.
A segunda diferença é que a filosofia parte de ideias iniciais que devem
ser conhecidas como evidentes e a teologia parte de uma iluminação que age
sobre a razão, dando a essa novas dimensões.
A terceira distinção entre filosofia e a teologia é que a filosofia nasce da
experiência e a teologia nasce da revelação de Deus. A quarta é que a razão
não pode dizer quem é Deus, mas a fé, mesmo de modo insuficiente, pode. E a
quinta distinção é que a filosofia é uma ação teórica e a fé é uma ação que
envolve teoria e afetividade. A teologia tem por base a revelação e a inspiração
e a filosofia tem por base a razão.
Deus se revela ao homem de duas maneiras. A primeira é de forma geral
e é essa revelação que recebem os filósofos. A segunda maneira é uma
revelação superior que nos leva à intuição do sobrenatural. A Teologia tem por
base a segunda revelação. Na primeira revelação aparecem as verdades da
razão, na segunda revelação aparecem as verdades da fé.
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o 3.2.3-Santo Anselmo de Canterbury
(1033-1109)
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O que ficou conhecido como o Argumento Ontológico para a existência de
Deus, a tentativa de Anselmo de provar a existência de Deus apenas por meio
do raciocínio abstrato a priori , foi apresentado em seu “Proslogion”.
Resumidamente se (como ele acreditava) Deus pode ser definido como
“aquele do qual nada maior pode ser concebido “, então Deus não pode ser uma
noção meramente abstrata e intelectual , porque um Deus que realmente existe
seria maior. Portanto, a existência de Deus está implícita no próprio conceito de
Deus, e dizer que Deus não existe é uma contradição em termos .
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o 3.2.4 Guilherme de Ockham(1285-1347)
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medieval, constituindo-se em uma das questões mais centrais da ontologia na
tradição filosófica.
Essa questão origina-se principalmente do comentário de Boécio (480-
524) ao Isagoge (por sua vez um comentário às Categorias de Aristóteles) de
Porfírio (232-305). Nesse comentário, Boécio refere-se à famosa questão sobre
a natureza dos gêneros e espécies (os universais):
• Seriam entidades existentes em si mesmas, ou entidades mentais?
• Seriam independentes das coisas, ou existiriam nelas?
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todos os outros entendimentos que o conhecimento nos possibilita, é nele que
inicia todo conhecimento experimental. No conhecimento intuitivo não existem
intermediários entre o objeto conhecido e o indivíduo que vai conhecer esse
objeto.
O conhecimento abstrativo é a totalização, a soma dos diversos
conhecimentos intuitivos individuais e não necessita para sua formulação da
existência concreta do objeto do conhecimento.
"Não devemos multiplicar os entes se não for necessário" (OCKHAM,
s/d) é a frase de Ockham que resume o que mais tarde ficou conhecida como
sendo A Navalha de Ockham. Como cada indivíduo é único, única também é a
sua capacidade intelectual, não existe um universal para o conhecimento.
Fazer abstrações sobre a essência de diversos entes é algo supérfluo e
inútil. O conhecimento baseia-se no mundo empírico e individual. A Navalha de
Ockham exclui do conhecimento possível o conhecimento metafísico. Somente
podemos conhecer o que podemos experimentar.
Em outros termos a Navalha de Ockham diz que entre duas teorias que
explicam o mesmo fenômeno devemos escolher sempre a mais simples. No caso
de Ockham a explicação mais simples é a mostrada pela experiência.
Ockham, após se desinteressar pela pesquisa dos problemas metafísicos,
conduz sua atenção para os assuntos da natureza, pois essa é o objeto direto
das experiências sensíveis. A natureza é o território do conhecimento humano,
é para o mundo físico que os homens devem orientar sua atenção e direcionar
suas pesquisas.
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o 3.2.5-Pedro Abelardo(1709-1142)
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nos estudos e nas argumentações teológicas para descobrir quais são os
argumentos legítimos e quais são os argumentos não autênticos e através dela
fazer prevalecer as verdadeiras doutrinas cristãs. Não é a razão que vai assimilar
a fé, mas a fé que vai apropriar-se da razão, pois o discurso filosófico não vai
tornar sem efeito o conjunto de sentenças da teologia, mas vai auxiliar no seu
entendimento e torná-lo mais fácil de compreender. A filosofia vai ser a
mediadora entre as verdades reveladas e o pensamento humano. Segundo a
filosofia de Abelardo, não é possível crer nas coisas que não se compreende.
O método lógico de análise utilizado por Abelardo consistia em estudar a
questão filosófica fazendo um exame das partes que a constituem, percebendo
assim os diversos pontos de vista incoerentes e contrários. É necessário a
realização de uma investigação completa que vai determinar as diferenças entre
as argumentações de um tema. A razão vai prevalecer sobre a opinião de quem
tem grande entendimento sobre determinado assunto. Abelardo não vai contra a
utilidade do pensamento de uma autoridade enquanto não houver meios ou
conhecimentos suficientes para se colocar em prática a razão. A partir do
momento que a razão encontrar condições de por si mesmo encontrar a verdade,
a autoridade passa a ser inútil.
Abelardo busca fazer uma conciliação, um entendimento, um acordo ou
ao menos um diálogo ente os primeiros filósofos, em especial Platão, e as teorias
teológicas do cristianismo. Pedro Abelardo acreditava que os primeiros filósofos,
mesmo estando fora do cristianismo, buscavam também a verdade através da
investigação lógica. Os primeiros filósofos e os filósofos cristãos estão unidos
pela razão.
A essência de Deus é impossível de ser definida, pois ela não pode ser
expressa. E não pode ser expressa porque para isso Deus teria que ser uma
substância, e Deus está fora de todas as coisas que conhecemos e que
possamos vir a conhecer. Para tentar explicar a trindade da pessoa divina
Abelardo usa como metáfora a gramática que diferencia quem fala, para quem
se fala e o que se fala. Na unidade divina as três pessoas podem ser uma só,
pois é possível falar de si a si mesmo. A primeira pessoa é também o fundamento
das outras duas, pois se não existir quem fala não existirá também o que se fala
e a quem se fala.
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Sobre as questões éticas Abelardo afirma que o pecado não é em si a
ação física, mas o elemento psicológico dessa ação, ou seja, o pecado é a
intenção de pecar e não a ação.
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foram os primeiros a desenvolver a ideia de um mercado que se autorregulava
(Woods Jr, 2005).
Tanto os escolásticos tardios quanto os anteriores são pedra angular na
formulação de conceitos que são comuns e necessários para o estudo das mais
importantes correntes econômicas, ao ponto de Schumpeter (1954, p. 93) afirmar
que “[...] São eles que chegam mais perto do que qualquer outro grupo de serem
os fundadores da economia cientifica”.
Nos escolásticos se encontram importantes reflexões sobre comércio,
intercâmbio e preço justo, além disso, também encontramos em seus escritos as
raízes da teoria subjetiva do valor (Sànchez-Serna; Arias Bello, 2012).
Os escolásticos, a despeito do que se pode imaginar devido a sua
formação religiosa, não estavam preocupados apenas com questões teológicas,
eles atuaram nas áreas da filosofia e teoria do conhecimento. Juntamente com
a filosofia e a teologia, os escolásticos obtiveram grande sucesso no
desenvolvimento das áreas de gramática, retórica, direito civil e canônico,
navegação e medicina (Grice-hutchinson, 1952; Schumpeter, 1954).
A maior parte dos historiadores da economia afirma que a ciência
econômica nasceu no século XVIII com Adam Smith e os pensadores
concomitantes a ele. Na contramão destes, existem historiadores e
comentaristas da escolástica que argumentam que os filósofos dessa corrente
foram os primeiros a desenvolver a ideia de um mercado que se autorregulava
(Woods Jr, 2005).
Tanto os escolásticos tardios quanto os anteriores são pedra angular na
formulação de conceitos que são comuns e necessários para o estudo das mais
importantes correntes econômicas, ao ponto de Schumpeter (1954, p. 93) afirmar
que “[...] São eles que chegam mais perto do que qualquer outro grupo de serem
os fundadores da economia cientifica”. Nos escolásticos se encontram
importantes reflexões sobre comércio, intercâmbio e preço justo, além disso,
também encontramos em seus escritos as raízes da teoria subjetiva do valor
(Sànchez-Serna; Arias Bello, 2012).
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o 3.3.2-A disputa escolástica
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
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