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ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS-ESBAM

CURSO DE PSICOLOGIA

FILOSOFIA ESCOLÁSTICA

MANAUS-AM
2023
ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS-ESBAM
CURSO DE PSICOLOGIA

FILOSOFIA ESCOLÁSTICA

EQUIPE:
ALINE TACAFAZ
ANA CLARA PRADO DE OLIVEIRA
ARIELA LIMA BRAGA
CAMILLA CAMBRAIA
FELIPE DA COSTA SOUZA
GUILHERME SANTANA LIMA
HASSAN AYDA DO NASCIMENTO
KAROLINE CAMPÊLO
LEATRICE SOUSA DOS SANTOS
LORENA DA SILVA FERREIRA
MARIA LETÍCIA DA SILVA BISPO

Trabalho solicitado pela


professora Graciete da Rocha
Ayres para obtenção de nota
parcial na disciplina de
Fundamentos Sociofilosóficos da
Psicologia.

MANAUS-AM
2023

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SUMÁRIO

• Introdução______________________________________________04
• 1.O que foi a filosofia escolástica__________________________05
• 2.O contexto histórico da filosofia escolástica______________ 06
• 3.Quais são as características da filosofia escolástica_______ 06
3.1-As três fases da filosofia escolástica__________________08
3.2-Principais filósofos escolásticos_____________________09
3.2.1-Tomás de Aquino(1225-1274)_____________________09
3.2.2-Alberto Magno(1196-1280)________________________11
3.2.3-Santo Anselmo de Canterbury(1033-1109)___________13
3.2.4-Guilherme de Ockham(1285-1347)_________________15
3.2.5-Pedro Abelardo(1709-1142)_______________________18
3.3-Relação da filosofia escolástica com o Renascentismo__20
3.3.1-Impactos da filosofia escolástica__________________20
3.3.2-A disputa escolástica____________________________22
• Considerações finais___________________________________23
• Referências___________________________________________24

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• INTRODUÇÃO

A Filosofia Escolástica ou simplesmente Escolástica, é uma das vertentes


da filosofia medieval. Foi um período da Filosofia Medieval em que a filosofia
aristotélica e a junção entre fé e razão ganharam centralidade para explicar os
elementos teológicos. Surgiu na Europa no século IX e permaneceu até o início
da Renascimento, no século XVI.
O maior representante da Escolástica foi o teólogo e filósofo italiano São
Tomás de Aquino conhecido como “Príncipe da Escolástica”.
Além de ser uma corrente filosófica, a Escolástica pode ser considerada
um método de pensamento crítico que influenciou as áreas do conhecimento das
Universidades Medievais.
Nesse método de aprendizagem diversas disciplinas estavam inseridas
no currículo, as quais estavam divididas em:
• Trivium: gramática, retórica e dialética
• Quadrivium: aritmética, geometria, astronomia e música.

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1. O QUE FOI A FILOSOFIA ESCOLÁSTICA?

A Filosofia Escolástica ou escolasticismo foi um método de investigação


e de aprendizagem, foi a principal forma de fazer filosofia durante esse período,
de modo que ela se desenvolveu em um contexto de dogmatismo cultural e
científico, onde as verdades deveriam ser consideradas sob a luz da religião, não
podendo ser verdadeiro algo que fosse no sentido contrário à interpretação da
Bíblia. A filosofia aristotélica e a junção entre fé e razão ganhavam centralidade
para explicar os elementos teológicos, para isso, buscava-se conciliar a
Revelação e a Filosofia Grega Clássica.
De modo diferente das sete artes liberais, o saber escolástico era
principalmente teológico e filosófico. Contudo, era imprescindível que os alunos
aprendessem as disciplinas que compunham as artes, que eram divididas em
dois grupos: Trivium e Quadrivium.
• Trivium: composto pelas disciplinas: gramática, dialética e retórica, é um
conjunto de conhecimentos que abrange desde a forma da escrita, o
significado das palavras, a lógica do pensamento até ao uso da linguagem
que deveria ser escolhida para comunicar e ensinar o que se
compreendeu.
• Quadrivium: “Cruzamento e articulação de quatro ramos ou caminhos”,
cujo objetivo destas artes era a providência dos meios e dos métodos para
o estudo da matéria, que estavam sujeitos ao aprimoramento na área das
disciplinas superiores (Medicina, Direito e Teologia).

Assim como a construção das catedrais medievais, o saber escolástico é


um trabalho realizado em conjunto. Por isso, não há um destaque tão grande de
um autor sobre os demais. Nem mesmo há uma ideia de originalidade como
entendemos atualmente.
Porém, isso não significa que os textos são anônimos, nem que tudo seja
homogêneo. Pelo contrário, a Filosofia Escolástica teve muitas mentes
perspicazes, riquezas e variedades surpreendentes.
Isto se verifica pelo volume e pela qualidade de suas obras, que são
discutidas até os dias de hoje. A maior inovação desse momento é a

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revalorização das teses aristotélicas, que foram aprofundadas a partir dos
dogmas católicos.

2.CONTEXTO HISTÓRICO DA FILOSOFIA ESCOLÁSTICA

A Filosofia escolástica surgiu num momento de transição. O mundo antigo


termina no século V, com a queda do Império Romano e a formação de novas
comunidades políticas como o reino dos visigodos e dos francos, dando início à
Idade Média.
O fim da Idade Média é tradicionalmente identificado com a queda do
império Bizantino, em 1453. Deste modo, seria um período de dez séculos, em
que muita coisa aconteceu.
No sentido da produção filosófica, houve uma diminuição severa dos
trabalhos nos primeiros quatro séculos decorrente da queda de Roma. Isso fez
com que os elementos da cultura antiga ficassem praticamente perdidos,
dispersos.
Assim, o trabalho intelectual neste momento se refere mais ao esforço
para manutenção dos saberes antigos do que à criação de novos
conhecimentos.
Isso mudou quando as comunidades políticas se organizaram sob o
império carolíngio, no século IX. Neste momento, surgem as escolas e o saber
cultivado nelas será a Filosofia Escolástica.

3.QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS DA FILOSOFIA ESCOLÁSTICA?

A Filosofia Escolástica tem como principal característica a ligação com a


fé cristã. A filosofia era encarada como uma ciência auxiliar da teologia, sendo
uma busca racional para solução de problemas religiosos.
Os filósofos estavam preocupados em formular, interpretar, explicar ou
demonstrar os dogmas católicos. Para isso, recorriam principalmente aos
conhecimentos metafísicos da filosofia clássica e patrística.

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A Metafísica é a área que estuda e tenta explicar as principais questões
do pensamento filosófico, como a existência do ser, a causa e o sentido da
realidade, e os aspectos ligados a natureza.
A forma de trabalhar poderia ser através de comentários às obras de
filósofos como Aristóteles. Isso era incentivado nas universidades medievais. Os
alunos só passavam da Filosofia para a Teologia após comentar o Livro das
Sentenças, de Pedro Lombardo.
Contudo, esta não era a única forma de produzir. Como o trabalho era
inspirado na estrutura das escolas, onde havia disputas entre os alunos sobre
questões variadas, surgem delas os textos de Questões Disputadas. Neles, os
filósofos apresentam problemas que são discutidos com autoridades,
argumentos e soluções.
Dois dos principais problemas da Filosofia Escolástica são: a questão da
criação, e a questão dos universais.

• Criação: Os cristãos acreditam que o mundo foi criado por Deus a partir
do nada. Isso os afasta dos gregos, que acreditavam que o mundo
sempre existiu (Aristóteles), ou foi criado a partir de uma matéria anterior
(Platão). Algumas questões são levantadas sobre este tema. Por
exemplo: se nada surge do nada, como o mundo foi criado desta forma?
Ou se a criação se deu dentro ou fora do tempo.

Estas questões geraram muitas disputas entre os intelectuais.

• Universais: A questão dos universais atravessou toda a Idade Média. Os


universais são o gênero e a espécie das coisas. Os objetos que vemos
são indivíduos, mas nós pensamos sempre em categorias de gênero.

Um exemplo: você está caminhando na rua e vê um ipê-amarelo. No


entanto, o seu pensamento é de que o ipê é uma árvore (gênero) de uma espécie
entre tantas.
A confusão entre as categorias universais que poderiam ser geradas levou
a disputas entre os intelectuais medievais. Algumas questões giravam em torno

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até mesmo da existência deles. Havia duas posições principais: a dos realistas
e a dos nominalistas.

• Realistas: Defendiam a existência dos universais enquanto entidades


metafísicas, que abrigavam as características gerais dos seres.
• Nominalistas: Defendiam que os universais eram palavras estabelecidas
por convenção para denominar ideias.

Santo Tomás de Aquino, o maior nome da Filosofia Escolástica, apresenta


como solução que os universais são criações da inteligência, mas com base na
realidade. A partir da observação dos indivíduos se chega a classificações
gerais.
Assim, os universais não são coisas, mas estão nas coisas. Por isso, não
são apenas palavras, como queriam os nominalistas.

• 3.1- AS 3 FASES DA FILOSOFIA ESCOLÁSTICA

A Filosofia Escolástica pode ser dividida em três fases. No entanto, elas


se referem mais ao modo de fazer algo do que ao aspecto temporal.

• Primeira fase: Caracteriza-se pela plena convicção de que a fé


e a razão podem ser harmonizadas. Os filósofos dessa fase são
herdeiros dos filósofos patrísticos e o maior nome entre eles é
o de Santo Anselmo da Cantuária.
• Segunda fase: Caracteriza-se pelas grandes sistematizações
que são feitas com base na Filosofia Clássica, na Lógica, na
Retórica e na Teologia Cristã. O maior nome é o de Santo
Tomás de Aquino e é o momento de esplendor da Escolástica.
• Terceira Fase: É a fase de decadência da escolástica, quando
o Renascimento começou a dar sinais de ascensão. O principal
nome é o do fundador do nominalismo, Guilherme de Ockham.

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• 3.2-PRINCIPAIS FILÓSOFOS ESCOLÁSTICOS

O principal nome da Filosofia Escolástica foi Santo Tomás de Aquino. Ele


foi autor de diversos trabalhos, entre os quais se destaca a Suma Teológica. Esta
é um conjunto de livros de consulta sobre dogmas e conteúdos da fé católica.
Até os dias atuais a obra de Santo Tomás é valorizada na Igreja Católica.
Contudo, não só nela, sendo objeto de pesquisa nas universidades do mundo
inteiro.
Santo Tomás foi aluno de Alberto Magno, que é também um dos grandes
nomes da Escolástica.

o 3.2.1-Tomás de Aquino(1225-1274)

Tomás de Aquino foi um padre católico e discípulo do


grande escolástico
Alberto Magno. Ele auxiliou na reintrodução da
filosofia aristotélica no pensamento europeu e
atualizou a teologia cristã junto à filosofia medieval,
tendo escrito sobre os conflitos entre fé e razão
existentes no período.
Aquino é o maior representante da Escolástica, pensamento desenvolvido
em um momento de expansão e grande domínio católico na Europa. Havia, no
século XIII, uma iminente necessidade de formação de novos líderes religiosos,
o que impulsionou a formação de escolas e universidades cristãs para a
formação de novos sacerdotes para a Idade Média. As universidades mais
antigas do mundo datam dessa época. Tomás de Aquino formou-se e lecionou
em universidades cristãs desse período.
Suas principais influências são, de um lado, Platão e Santo Agostinho (que
pode ser considerado um neoplatônico) e, de outro, Alberto Magno e Aristóteles
(que representa o pensamento filosófico grego dominante durante a Escolástica).
Havia uma disputa cabal entre os intelectuais do século XIII: de um lado,
os dialéticos (professores de Filosofia) defendiam a preponderância da filosofia
grega pagã para as explicações do mundo; de outro, encontravam-se os
teólogos cristãos, que buscavam dar a explicação para o mundo por meio das

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escrituras sagradas. Aquino encontrava-se no meio dessa Disputa de Questões
ou, como eles chamavam, Quaestio Disputata.
Esse embate resume a produção filosófica das universidades mais antigas
em seus tempos de gestação. Os acadêmicos dedicavam-se a debater sobre a
primazia de um ou de outro campo. Havia aqueles que afirmavam a primazia da
teologia sobre a pagã filosofia. Outros afirmavam a primazia do pensamento
filosófico. Aquino foi um dos que defenderam um elo entre a filosofia pagã grega
e a teologia cristã, buscando em Aristóteles elementos para firmar essa ligação,
formando o “pensamento tomista” e o “tomismo aristotélico”.
Uma das maiores influências de Aristóteles sobre o tomismo encontra-se
na distinção entre essência e existência. Para Aristóteles, não havia procedência
formal que conectasse aquilo que existe em essência a um objeto. Aquino cria
um movimento de conexão, sem fazer perder o preceito filosófico, afirmando que
o que existe em essência existe de alguma maneira, mesmo que
ontologicamente.
Para Aquino, a identidade (princípio fundamental da lógica aristotélica) era
o elo fundamental que, ao conectar a existência e a essência, mostrava o toque
divino. A perfeição divina era capaz de alcançar e de explicar essa relação tão
obscura e intrigante.
Baseado na filosofia aristotélica, Tomás de Aquino desenvolveu as Cinco
Vias que Provam a Existência de Deus, uma espécie de regressão causal que,
em todos os casos (nos cinco argumentos), Deus é o princípio. As cinco vias são
dispostas desta maneira:

• O movimento do motor primeiro: em todo o universo, há movimento.


Aristóteles propõe que para o movimento, existe um movente (motor), que
dá a propulsão e o movimento ao corpo movido. Se fôssemos procurar
cada movente de cada movimento, sem conjecturar a existência de um
primeiro motor que não foi movido por ninguém, faríamos um movimento
ad infinitum e não encontraríamos a causa primeira. Portanto, é
necessário pensar que há uma causa primeira (motor imóvel) que colocou
o primeiro movimento em tudo.

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• A causa não causada, ou a primeira causa eficiente: partindo da mesma
reflexão que foi desenvolvida na primeira via, é necessário entender que
tudo foi causado no mundo, exceto uma primeira causa. Essa é a causa
prima e ela não teve evento anterior. Foi um primeiro momento em que
uma primeira coisa aconteceu. Essa causa não causada é Deus.
• Ser necessário e seres possíveis: os conceitos de necessidade e
possibilidade estão em jogo. Existem seres possíveis, que podem ou não
existir. Existem os seres necessários, que, independentemente das
contingências, existem. Os seres contingentes são gerados, existem e
são extintos (deixam de existir). Eles estão em transformação contínua.
Porém, existe um ser que é. Do mesmo modo que é, sempre foi e sempre
será. Esse é o ser necessário e Ele é Deus.
• Graus de perfeição: baseando-se na filosofia platônica, Aquino classifica
diferentes graus de perfeição existente entre os seres. Existe uma espécie
de hierarquia entre os graus de perfeição que pode classificar seres entre
a bondade e a nobreza, por exemplo. Para Tomás de Aquino, se há essa
hierarquia, deve haver um padrão de excelência que serve para a
correção dos seres mais evoluídos. Esse padrão é Deus.
• Governo supremo: há uma organização das coisas e dos seres materiais.
Os corpos, mesmo que inconscientemente, orientam-se para um fim.
Essa ordenação é um governo supremo, ordenado por Deus.

o 3.2.2- Alberto Magno(1196-1280)

Foi um dos primeiros filósofos a ensinar e


comentar os textos de Aristóteles. O seu trabalho
filosófico foi basicamente para ampliar e desenvolver os
escritos de Aristóteles e os comentários de Averróis. Ele
difundiu no ocidente as filosofias gregas e árabes e seu
empenho é o de através da lógica e da filosofia fazer
coexistir a fé e a razão, aplicando a filosofia aristotélica
ao pensamento cristão.

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Alberto Magno foi professor de Tomás de Aquino e na Igreja Católica é
venerado como santo e protetor dos cientistas. Foi também um grande estudioso
da ciência e para ele a ciência e a fé podem andar juntas, pois não são contrárias.
Em suas obras destacou a importância da experimentação e da investigação
para a pesquisa científica. Destaca-se em suas pesquisas científicas a
demonstração de que a terra é redonda.
A filosofia para Alberto era tanto meditação como prática. A filosofia
meditativa era formada pela matemática, pela física e pela metafísica. A filosofia
prática do indivíduo é a moral, da família é a doméstica e a filosofia do Estado e
da sociedade é a política. Ele distingue de cinco formas o conhecimento filosófico
que podemos ter de Deus e o conhecimento teológico através do qual Deus se
revelou.
A primeira diferença é que a filosofia utiliza somente a razão para
conhecer Deus, e a teologia usa também a fé, ultrapassando a razão.
A segunda diferença é que a filosofia parte de ideias iniciais que devem
ser conhecidas como evidentes e a teologia parte de uma iluminação que age
sobre a razão, dando a essa novas dimensões.
A terceira distinção entre filosofia e a teologia é que a filosofia nasce da
experiência e a teologia nasce da revelação de Deus. A quarta é que a razão
não pode dizer quem é Deus, mas a fé, mesmo de modo insuficiente, pode. E a
quinta distinção é que a filosofia é uma ação teórica e a fé é uma ação que
envolve teoria e afetividade. A teologia tem por base a revelação e a inspiração
e a filosofia tem por base a razão.
Deus se revela ao homem de duas maneiras. A primeira é de forma geral
e é essa revelação que recebem os filósofos. A segunda maneira é uma
revelação superior que nos leva à intuição do sobrenatural. A Teologia tem por
base a segunda revelação. Na primeira revelação aparecem as verdades da
razão, na segunda revelação aparecem as verdades da fé.

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o 3.2.3-Santo Anselmo de Canterbury
(1033-1109)

Santo Anselmo de Canterbury (1033-1109)


foi um filósofo e teólogo italiano do período
medieval . Ele é frequentemente chamado
de "Pai da Escolástica" , e é considerado por
muitos como o primeiro filósofo erudito da
teologia cristã .

Ele é particularmente conhecido por sua tentativa de elaborar um sistema


racional de fé e como o originador do Argumento Ontológico para a existência
de Deus . Ele exerceu uma influência importante nos escolásticos posteriores ,
bem como na doutrina subsequente da Igreja em vários assuntos teológicos.
Ele ocupou a importante posição de arcebispo de Canterbury durante um
período particularmente turbulento na história inglesa e papal.
Embora Anselmo tenha escrito prodigiosamente ao longo de sua vida,
suas obras são geralmente tratadas ou diálogos assistemáticos sobre questões
isoladas , e não tratados elaborados como as obras de Santo Tomás de Aquino
. Ele faz muito poucas referências a pensadores anteriores em sua obra, e sua
originalidade e frescor têm sido frequentemente comentados. Indiscutivelmente,
suas únicas influências principais são Santo Agostinho e, em menor medida,
Boécio .
Anselmo procurou compreender a consciência cristã por meio da razão ,
embora insistisse que a fé era um pré – requisito , e não um resultado , de tal
compreensão. Em “De Veritate” ele afirma a existência de uma verdade absoluta
(Deus) da qual todas as outras verdades participam, e então, antes de expandir
suas teorias, ele primeiro precisava racionalizar a existência de Deus.
As provas filosóficas de Deus de Anselmo são o conteúdo principal de seu
“Monologion” e “Proslogion” . Seguindo Santo Agostinho , ele acreditava que
conceitos relativos como “bom”, “ótimo” e “justo” não teriam sentido sem algum
padrão absoluto , e o ser absoluto que representa esses padrões absolutos é o
que conhecemos como Deus. No entanto, Anselmo estava ciente de que esse
argumento usa o raciocínio indutivo de bases a posteriori , e não estava satisfeito
com ele.

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O que ficou conhecido como o Argumento Ontológico para a existência de
Deus, a tentativa de Anselmo de provar a existência de Deus apenas por meio
do raciocínio abstrato a priori , foi apresentado em seu “Proslogion”.
Resumidamente se (como ele acreditava) Deus pode ser definido como
“aquele do qual nada maior pode ser concebido “, então Deus não pode ser uma
noção meramente abstrata e intelectual , porque um Deus que realmente existe
seria maior. Portanto, a existência de Deus está implícita no próprio conceito de
Deus, e dizer que Deus não existe é uma contradição em termos .

O argumento é certamente engenhoso , mas tem a aparência de um


truque linguístico, e o mesmo argumento ontológico poderia ser usado para
provar a existência de qualquer coisa perfeita . Por exemplo, o contemporâneo
de Anselmo , o monge Gaunilo , usou-o para mostrar que uma ilha perfeita
deve existir. As respostas de Anselmo a Gaunilo foram longas, detalhadas e
densas, mas o argumento foi controverso desde então.
Anselmo também foi o autor de uma série de outros argumentos para a
existência de Deus, com base em fundamentos cosmológicos e teleológicos ,
mas esta não foi sua única contribuição para a teologia cristã. Em outras obras,
ele se esforçou para apresentar os fundamentos racionais das doutrinas cristãs
da criação , a Trindade , o pecado original , o livre arbítrio e a expiação .
Discutindo o mistério da Trindade , por exemplo, ele partiu do ponto de
vista de que o ser humano não poderia conhecer Deus por si mesmo, mas
apenas por analogia (a memória e a inteligência do homem representam a
relação do Pai com o Filho , e a relação que mantêm um para o outro simboliza
o Espírito Santo ). Quanto à expiação , ele argumentou em seu “Cur Deus Homo”
que, porque Deus é infinito , qualquer ferida em sua honra causada pelos
pecados do Homem também deve ser infinita, e a única forma de satisfação
infinita pois esses pecados podem ser concedidos em nome do homem pela
morte voluntária de Jesus, que é Deus e Homem .
Suas obras foram copiadas e disseminadas durante sua vida, e ele
exerceu uma influência importante nos escolásticos posteriores , incluindo São
Boaventura, São Tomás de Aquino , John Duns Scotus e Guilherme de Ockham,
bem como na doutrina subsequente da Igreja em vários assuntos.

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o 3.2.4 Guilherme de Ockham(1285-1347)

Guilherme de Ockham (c.1300-50) foi


talvez o filósofo mais influente do séc.XIV e
teve inúmeros seguidores assim como
adversários nesse período, devido a suas
posições originais e, sob certos aspectos
revolucionárias, principalmente nos campos
da lógica, da metafísica e da teoria política.
Ockham escreveu então várias obras de
cunho político, no espírito da Ordem
Franciscana, criticando o caráter mundano da Igreja e seu envolvimento na
política da época além de defender uma separação entre o poder espiritual
(atributo do papa), e o poder político (atributo do imperador). Trata-se na verdade
de mais um momento de eclosão da crise política que se encontra na origem
mesma do Sacro Império Romano-Germânico com Carlos Magno, e que eclodirá
novamente dois séculos mais tarde, no contexto da Reforma protestante.
Basicamente temos quatro grandes linhas de tratamento desse tema.
Dentre elas, Ockham adota o nominalismo, posição inaugurada em uma versão
radical por Roscelino (séc. XII), que afirma serem os universais apenas palavras,
flatus ,vocis, sons emitidos, não havendo nenhuma entidade real correspondente
a eles. O nominalismo de Ockham é, no entanto, mais sofisticado e elaborado
do que o do séc. XII. Na verdade, Ockham defende um misto de nominalismo e
conceitualismo, pois entende o universal como um termo que corresponde a um
conceito por meio do qual nos referimos a essas qualidades ou características.
O nominalismo tem sido também bastante discutido na filosofia da linguagem
contemporânea, devido à sua valorização da linguagem e postura antimetafísica.
A influência de Ockham está relacionada, porém, mais à sua obra lógica
e metafísica, na qual assume uma posição nominalista frente à célebre questão
dos universais, uma discussão que percorreu praticamente toda a filosofia

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medieval, constituindo-se em uma das questões mais centrais da ontologia na
tradição filosófica.
Essa questão origina-se principalmente do comentário de Boécio (480-
524) ao Isagoge (por sua vez um comentário às Categorias de Aristóteles) de
Porfírio (232-305). Nesse comentário, Boécio refere-se à famosa questão sobre
a natureza dos gêneros e espécies (os universais):
• Seriam entidades existentes em si mesmas, ou entidades mentais?
• Seriam independentes das coisas, ou existiriam nelas?

Essa obra teve grande influência na Idade Média, diferentes pensadores


tomando posição acerca das diferentes possibilidades de resposta. Essa obra
teve grande influência na Idade Média, diferentes pensadores tomando posição
acerca das diferentes possibilidades de resposta.
Para Ockham a fé não pode fazer conhecer de maneira clara e inequívoca
as suas verdades. A fé não pode apresentar argumentos que possam ser
demonstrados. A verdade manifesta por Deus não pertence ao mundo racional.
A filosofia não pode se submeter à teologia porque a teologia não é uma ciência,
mas uma série de afirmações e sentenças que não se relacionam lógica e
racionalmente. O que une as afirmações da teologia é a fé e não a razão.
A razão também não pode proporcionar assistência e apoio para a fé, pois
para as coisas divinas a razão é ineficaz. Somente a fé consegue esclarecer
assuntos da revelação divina. O entendimento da revelação divina vai além da
capacidade humana e portanto não é racionalmente compreensível. A razão
humana trabalha em um território diverso do território da fé.
O mundo para Ockham é a soma das diversas partes que acabam fazendo
o todo, mas essas partes não têm entre si uma ligação ou uma ordenação
necessária. Essas diversas partes individuais são o objeto da ciência. O universo
é composto por um conjunto de elementos divididos, isolados e eventuais.
A prioridade que o autor dá ao indivíduo faz com que também tenha
prioridade a experiência e é nela que ele coloca a base do conhecimento, que
pode ser intuitivo ou abstrativo.
O conhecimento intuitivo é que vai demonstrar se algo existe
concretamente. A compreensão intuitiva da realidade do mundo é o que origina

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todos os outros entendimentos que o conhecimento nos possibilita, é nele que
inicia todo conhecimento experimental. No conhecimento intuitivo não existem
intermediários entre o objeto conhecido e o indivíduo que vai conhecer esse
objeto.
O conhecimento abstrativo é a totalização, a soma dos diversos
conhecimentos intuitivos individuais e não necessita para sua formulação da
existência concreta do objeto do conhecimento.
"Não devemos multiplicar os entes se não for necessário" (OCKHAM,
s/d) é a frase de Ockham que resume o que mais tarde ficou conhecida como
sendo A Navalha de Ockham. Como cada indivíduo é único, única também é a
sua capacidade intelectual, não existe um universal para o conhecimento.
Fazer abstrações sobre a essência de diversos entes é algo supérfluo e
inútil. O conhecimento baseia-se no mundo empírico e individual. A Navalha de
Ockham exclui do conhecimento possível o conhecimento metafísico. Somente
podemos conhecer o que podemos experimentar.

Em outros termos a Navalha de Ockham diz que entre duas teorias que
explicam o mesmo fenômeno devemos escolher sempre a mais simples. No caso
de Ockham a explicação mais simples é a mostrada pela experiência.
Ockham, após se desinteressar pela pesquisa dos problemas metafísicos,
conduz sua atenção para os assuntos da natureza, pois essa é o objeto direto
das experiências sensíveis. A natureza é o território do conhecimento humano,
é para o mundo físico que os homens devem orientar sua atenção e direcionar
suas pesquisas.

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o 3.2.5-Pedro Abelardo(1709-1142)

Pedro Abelardo foi um filósofo


escolástico francês, considerado um dos
maiores pensadores do século XII. Também
ficou famoso seu relacionamento com a aluna
Heloísa.
Pedro Abelardo nasceu em Pallet,
França. Destinado por família a seguir a carreira
militar. Porém, o jovem Abelardo escolheu o
caminho da filosofia e das letras. Teve como discípulo Roscelino de Compiègne
e Guilherme de Champeaux. Aprendeu o Trivium, conjunto de disciplinas ligadas
à linguagem na Idade Média.
A teologia passou a ser logo o centro das preocupações de Abelardo. Sua
obra principal, ”Dialética”, inspirada em Boécio, foi usada bastante difundida nas
escolas medievais, junto aos primeiros estudos contidos no Trivium. A obra
ensinava aos estudantes como debater questões teológicas e metafísicas. Seu
método de ensino foi considerado revolucionário na época, pois estimulava os
debates e as contradições entre as questões estabelecidas.
Ficou conhecido seu romance com uma aluna, Heloísa. Os dois tiveram
um filho, Astrolábio. Abelardo sofreu castração e entrou para um mosteiro.
Mesmo assim, trocou cartas regularmente com Heloísa.
A frase "a dúvida nos leva à pesquisa e através dessa conhecemos a
verdade" é um dos princípios de Abelardo que direciona tanto seus pensamentos
filosóficos como teológicos. O filósofo parte dessa ideia inicial para formar e
fundamentar o seu raciocínio crítico. A dúvida é onde começa o caminho para a
pesquisa, é uma frequente interrogação que nos leva a um exame mais
aprofundado das questões que nos interessam. Através da dúvida o filósofo
Abelardo emprega um caráter científico às suas investigações.
A dialética é para Abelardo muito mais do que um discurso feito de forma
habilidosa, ela é o instrumento que ajuda a distinguir com clareza o verdadeiro
do falso. Seguindo regras lógicas ela vai conseguir determinar se o discurso
científico é verdadeiro ou é falso. Abelardo pretende utilizar o vigor da dialética

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nos estudos e nas argumentações teológicas para descobrir quais são os
argumentos legítimos e quais são os argumentos não autênticos e através dela
fazer prevalecer as verdadeiras doutrinas cristãs. Não é a razão que vai assimilar
a fé, mas a fé que vai apropriar-se da razão, pois o discurso filosófico não vai
tornar sem efeito o conjunto de sentenças da teologia, mas vai auxiliar no seu
entendimento e torná-lo mais fácil de compreender. A filosofia vai ser a
mediadora entre as verdades reveladas e o pensamento humano. Segundo a
filosofia de Abelardo, não é possível crer nas coisas que não se compreende.
O método lógico de análise utilizado por Abelardo consistia em estudar a
questão filosófica fazendo um exame das partes que a constituem, percebendo
assim os diversos pontos de vista incoerentes e contrários. É necessário a
realização de uma investigação completa que vai determinar as diferenças entre
as argumentações de um tema. A razão vai prevalecer sobre a opinião de quem
tem grande entendimento sobre determinado assunto. Abelardo não vai contra a
utilidade do pensamento de uma autoridade enquanto não houver meios ou
conhecimentos suficientes para se colocar em prática a razão. A partir do
momento que a razão encontrar condições de por si mesmo encontrar a verdade,
a autoridade passa a ser inútil.
Abelardo busca fazer uma conciliação, um entendimento, um acordo ou
ao menos um diálogo ente os primeiros filósofos, em especial Platão, e as teorias
teológicas do cristianismo. Pedro Abelardo acreditava que os primeiros filósofos,
mesmo estando fora do cristianismo, buscavam também a verdade através da
investigação lógica. Os primeiros filósofos e os filósofos cristãos estão unidos
pela razão.
A essência de Deus é impossível de ser definida, pois ela não pode ser
expressa. E não pode ser expressa porque para isso Deus teria que ser uma
substância, e Deus está fora de todas as coisas que conhecemos e que
possamos vir a conhecer. Para tentar explicar a trindade da pessoa divina
Abelardo usa como metáfora a gramática que diferencia quem fala, para quem
se fala e o que se fala. Na unidade divina as três pessoas podem ser uma só,
pois é possível falar de si a si mesmo. A primeira pessoa é também o fundamento
das outras duas, pois se não existir quem fala não existirá também o que se fala
e a quem se fala.

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Sobre as questões éticas Abelardo afirma que o pecado não é em si a
ação física, mas o elemento psicológico dessa ação, ou seja, o pecado é a
intenção de pecar e não a ação.

• RELAÇÃO DA FILOSOFIA ESCOLÁSTICA COM O


RENASCENTISMO

A relação entre filosofia e teologia Entre os renascentistas e iluministas,


criou-se a ideia de que a Escolástica havia se submetido a Aristóteles como um
servo feudal se curva ao seu mestre, o que os estudos do século 20 desmentiram
profundamente. A verdade é que, com a chegada da imensa obra de Aristóteles,
foram surgindo naturalmente dois partidos nas universidades: os tradicionais,
agostinianos e platônicos, que não admitiam a ideia de ciências autônomas em
relação à teologia, e os "modernos" aristotelistas, fascinados a tal ponto com a
investigação da filosofia natural que buscaram tornar as ciências independentes
da teologia.
Essa discussão levou a grandes contendas acerca da relação entre fé e
razão, cuja ruptura definitiva ficaria a cargo do franciscano inglês Guilherme de
Ockham no século 14, abrindo de vez as portas para a ciência moderna.

o 3.3.1- Impactos da Escola Escolástica

Os escolásticos, a despeito do que se pode imaginar devido a sua


formação religiosa, não estavam preocupados apenas com questões teológicas,
eles atuaram nas áreas da filosofia e teoria do conhecimento. Juntamente com
a filosofia e a teologia, os escolásticos obtiveram grande sucesso no
desenvolvimento das áreas de gramática, retórica, direito civil e canônico,
navegação e medicina (Grice-hutchinson, 1952; Schumpeter, 1954).
A maior parte dos historiadores da economia afirma que a ciência
econômica nasceu no século XVIII com Adam Smith e os pensadores
concomitantes a ele. Na contramão destes, existem historiadores e
comentaristas da escolástica que argumentam que os filósofos dessa corrente

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foram os primeiros a desenvolver a ideia de um mercado que se autorregulava
(Woods Jr, 2005).
Tanto os escolásticos tardios quanto os anteriores são pedra angular na
formulação de conceitos que são comuns e necessários para o estudo das mais
importantes correntes econômicas, ao ponto de Schumpeter (1954, p. 93) afirmar
que “[...] São eles que chegam mais perto do que qualquer outro grupo de serem
os fundadores da economia cientifica”.
Nos escolásticos se encontram importantes reflexões sobre comércio,
intercâmbio e preço justo, além disso, também encontramos em seus escritos as
raízes da teoria subjetiva do valor (Sànchez-Serna; Arias Bello, 2012).
Os escolásticos, a despeito do que se pode imaginar devido a sua
formação religiosa, não estavam preocupados apenas com questões teológicas,
eles atuaram nas áreas da filosofia e teoria do conhecimento. Juntamente com
a filosofia e a teologia, os escolásticos obtiveram grande sucesso no
desenvolvimento das áreas de gramática, retórica, direito civil e canônico,
navegação e medicina (Grice-hutchinson, 1952; Schumpeter, 1954).
A maior parte dos historiadores da economia afirma que a ciência
econômica nasceu no século XVIII com Adam Smith e os pensadores
concomitantes a ele. Na contramão destes, existem historiadores e
comentaristas da escolástica que argumentam que os filósofos dessa corrente
foram os primeiros a desenvolver a ideia de um mercado que se autorregulava
(Woods Jr, 2005).
Tanto os escolásticos tardios quanto os anteriores são pedra angular na
formulação de conceitos que são comuns e necessários para o estudo das mais
importantes correntes econômicas, ao ponto de Schumpeter (1954, p. 93) afirmar
que “[...] São eles que chegam mais perto do que qualquer outro grupo de serem
os fundadores da economia cientifica”. Nos escolásticos se encontram
importantes reflexões sobre comércio, intercâmbio e preço justo, além disso,
também encontramos em seus escritos as raízes da teoria subjetiva do valor
(Sànchez-Serna; Arias Bello, 2012).

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o 3.3.2-A disputa escolástica

Possivelmente a maior contribuição da Escolástica à filosofia tenha sido o


seu notável rigor metodológico e dialético. Os estudantes das principais
universidades precisavam passar por exames que envolviam a disputa oral de
argumentos, sempre regida pelo uso da lógica formal e intermediada por um
mestre.
Pedro Abelardo se inspirou nesse método dialético e o aprofundou em sua
obra Sic et Non, que virou referência para a resolução de problemas a partir da
sucessão de afirmações e negações sobre um mesmo tópico. Para isso, era
imprescindível uma definição satisfatória dos termos, que evitasse
ambiguidades.
Tiveram muito sucesso nesse sentido os escolásticos, chegando a criar
palavras totalmente novas a partir das raízes do grego e do latim, o que acabou
resultando no latim escolástico. A própria evolução das ciências se deve em
grande parte ao desenvolvimento desse rigor terminológico.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao decorrer do estudo, evidenciou-se uma questão metodológica que


consideramos relevante para a nossa discussão: na construção deste novo
saber elaborado pela escolástica, a “experiência psicológica” articula-se em
conjunto com outras dimensões da experiência humana (a dimensão somática e
dimensão espiritual), sendo impossível, portanto, concebê-la de modo autônomo
(conforme pelo contrário entende a Psicologia moderna).
Desse modo, é preciso um grande cuidado para identificar o que é
concebido como estritamente “psicológico” e para reconhecer como este é
“ordenado” no âmbito de uma estrutura e de uma dinâmica mais complexas,
constitutivas, do ser humano em sua totalidade, conforme a visão da época.
De fato, nos Exercícios Espirituais e nas demais obras de São Tomás os
fenômenos propriamente psicológicos, por exemplo são vistas desde o âmbito
espiritual na tentativa de conciliar a fé e a razão. Por outro lado, é fundamental
dizer que a psicologia hoje difere deste não tanto pelo conteúdo senão pelo
método utilizado para explicar tais fenômenos.
De qualquer forma, é inegável a contribuição que a produção escolástica
representa no âmbito do processo cultural que - ao longo dos séculos -visa a
obter a construção de formas novas de conhecimento do homem e da sociedade.
Pois, conforme bem assinala Maravall (1997, p. 123), a característica peculiar
que o conhecimento de si mesmo adquire neste período, “é o valor táctico e
eficaz, segundo o qual não se vaiem busca de uma verdade última, mas de
regras que permitem àqueles que as alcancem adequar-se às circunstâncias da
realidade entre as quais se move”.
Conhecer-se a si mesmo, em suma, para tornar-se dono de si e da
realidade ao redor, conhecer-se para refazer-se.

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REFERÊNCIAS

DUKA, Marilia. Escolástica. Todo Estudo. Disponível em:


https://www.todoestudo.com.br/filosofia/escolastica. Acesso em: 03 de April de
2023.

Filósofo e Teólogo: Santo Anselmo de Canterbury. Disponível em:


https://guiadafilosofia.com.br/filosofo-e-teologo-santo-anselmo-
decanterbury/amp. Acesso em 29 de março de 2023.

“Alberto Magno” - Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2023.


Disponível em: http://www.filosofia.com.br/historia_show.php?id=50

“Guilherme de Ockham” - Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação,


2023. Disponível na Internet em
http://www.filosofia.com.br/historia_show.php?id=54. Acesso em 29 de março
de 2023.

PORFÍRIO, Francisco. Tomás de Aquino. In Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/tomas-aquino.htm. Acesso em 31 de
março de 2023.

Resumo de Filosofia Escolástica: Características, pensadores e suas fases.


Disponível em https://beduka.com/blog/materias/filosofia/filosofiaescolastica.
Acesso em 30 de março de 2023.

SANTOS Renan. Escolástica – A Filosofia durante a Idade Média. In Especial


para a Página 3 Pedagogia & Comunicação. Disponível em:
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/escolastica-a-filosofia-durantea-
idade-
media.htm#:~:text=A%20relação%20entre%20filosofia%20e,do%20século%20
20%20desmentiram%20profundamente . Acesso em 31 de março de 2023.

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