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Escola Superior de Ciências Náuticas

Departamento de engenharia de Máquinas

Engenharia de Máquinas Marítimas

Cadeira: Máquinas e Instalações Eléctricas

Tema: Dínamo ou Geradores de corrente contínua

Docente: Antônio Macamo

Discente:

Ailton Stélio Daniel Machango

Maputo, Julho de 2022


Escola Superior de Ciências Náuticas

Departamento de engenharia de Máquinas

Engenharia de Máquinas Marítimas

Cadeira: Máquinas e Instalações Eléctricas

Docente: Antônio Macamo

Trabalho de caracter avaliativo da


cadeira de Máquinas e Instalações
Eléctricas, orientada pelo docente
Discente:
Antônio Macamo
Ailton Stélio Daniel Machango

Maputo, Julho de 2022


Índice
Introdução ............................................................................................................................. 4
Objetivos............................................................................................................................... 5
Máquinas eléctricas ............................................................................................................... 6
Fundamentos dos Geradores e Motores elétricos ................................................................... 8
Produção de electricidade por meio do electromagnetismo .................................................. 10
Máquinas de corrente contínua ............................................................................................ 11
Constituição das Máquinas de Corrente Contínua ................................................................ 11
Producão de fem Alternada ................................................................................................. 17
Principio de funcionamento de geradores de corrente contínua ............................................ 18
Excitação do Campo ........................................................................................................... 20
Reversibilidade dos dínamos ............................................................................................... 21
Sentido de rotação ............................................................................................................... 21
Controle de Velocidade do Motor de Corrente Contínua ..................................................... 23
Avarias mais frequentes ...................................................................................................... 24
Conclusão ........................................................................................................................... 25
Referências Bibliográficas................................................................................................... 26
Introdução
Quase todas as pessoas vivem e trabalham no extremo de um circuito elétrico. Diferentes
formas de energia podem ser convertidas em eletricidade (energia elétrica) e, do mesmo
modo, a eletricidade pode ser convertida em diferentes formas de energia.

Para dizer com isto que as máquinas eléctricas são bastante fundamentais no dia-a-dia.
Michael Faraday nos ajuda a entender o seu principio de funcionamento como veremos mais
à frente.
Porquê estudar os geradores/dínamos de corrente contínua?

A eletricidade é a única forma de energia cujo controle, utilização e conversão em outras


formas de energia são relativamente fáceis, ela provavelmente continuará a ser a forma
principal de energia utilizada pelo homem e estuda-la vai continuar a nos trazer mais
benefícios e assim continuamos a desenvolver.

O conhecimento deste tema é extremamente importante para um profissional desta área, pois
tais equipamentos estão presentes em praticamente todos os segmentos de mercado nos quais
vamos trabalhar.

Objetivos
Gerais:

 Falar das Máquinas de corrente contínua e alternada de forma geral;


 Indicar seu principio de funcionamento, sua aplicação,
 Características e principais avarias.

Especifico

 Falar dos Dínamos/Geradores de corrente contínua.


Máquinas eléctricas
De acordo com (Villar, 2006) a eletricidade é a única forma de energia cujo controle,
utilização e conversão em outras formas de energia são relativamente fáceis, ela
provavelmente continuará a ser a forma principal de energia utilizada pelo homem.

A primeira indicação da possibilidade de intercâmbio entre energia elétrica e mecânica foi


apresentada por Michael Faraday em 1831. Esta descoberta é considerada por alguns como o
maior avanço individual no progresso da ciência para atingir o aperfeiçoamento final da
humanidade. A conversão eletromagnética de energia relaciona as forças elétricas e
magnéticas do átomo com a força mecânica aplicada à matéria e ao movimento.

Como resultado desta relação, a energia mecânica pode ser convertida em energia elétrica, e
vice-versa, através das Máquinas eléctricas.

A Lei de Faraday em máquinas rotativas é fundamental para entender o princípio de


funcionamento delas, uma vez que a conversão eletromagnética de energia se dá quando
surgem variações de fluxo pela rotação das partes móveis da máquina. Isso pode ser
visualizado melhor na Figura 1 que mostra o princípio de funcionamento de um gerador e de
um motor através da rotação de uma espira, em meio a um campo magnético formado por
ímãs permanentes. Desta forma, uma energia mecânica é retirada do eixo de rotação e o
aparato funciona como um motor elétrico.

Fig.1. Princípio de funcionamento de um gerador e de um motor (Da Silva & Júnior, 2018)
Quando a rotação desta espira é viabilizada através da entrega de uma energia mecânica no
eixo de rotação da espira, este aparato opera como gerador, pois uma FEM é induzida através
da rotação mecânica em meio a um campo magnético existente, surgindo então uma tensão
alternada nos terminais da espira. A tensão alternada é recolhida nos

fixo. Neste caso, a espira é percorrida por uma corrente alternada, e surgirá uma força que
impulsiona os condutores ativos, criando um movimento de rotação. A energia elétrica
produzida através desta conversão eletromecânica de energia pode ser reconvertida várias
vezes, antes que a energia seja finalmente convertida à forma que realizará o trabalho útil.
(Villar, 2006)

- Mecânica (Motores);

- Térmica (Estufas);

- Luminosa (Lâmpadas);

- Química (Processos Eletroquímicos);

- Outras formas de Energia Elétrica.

Fig.2. As principais etapas do sistema elétrico e as máquinas elétricas. (Villar, 2006)


Fundamentos dos Geradores e Motores elétricos
Quase todas as pessoas vivem e trabalham no extremo de um circuito elétrico. Diferentes
formas de energia podem ser convertidas em eletricidade (energia elétrica) e, do mesmo
modo, a eletricidade pode ser convertida em diferentes formas de energia. O gerador elétrico
é o dispositivo que transforma energia mecânica em energia elétrica. O motor elétrico,
essencialmente um gerador usado de modo diferente, transforma energia elétrica em energia
mecânica.

Os geradores são usados para fornecer quase toda a energia elétrica usada atualmente. Um
dos nossos principais problemas é encontrar fontes de energia para o acionamento desses
geradores. Por este motivo, torna-se cada vez maior a necessidade de novas fontes
alternativas de energia.

Embora seja grande a variedade de geradores e motores elétricos, verificaremos que todos
eles são basicamente muito semelhantes. Todos os geradores e motores elétricos usam a
interação entre condutores em movimento e campos magnéticos (ou vice-versa). Neste ponto,
é conveniente rever o que foi estudado sobre magnetismo e efeitos magnéticos (em
Eletrotécnica), antes de prosseguir com o estudo dos geradores e dos motores elétricos.

É importante lembrarmos que o funcionamento dos geradores e motores de CC e de CA


depende simplesmente da interação de campos magnéticos e condutores percorridos por
corrente elétrica. (Villar, 2006)

Uma fem é induzida em um condutor que se move através de um campo magnético. Todas as
usinas geradoras, que proporcionam quase toda a energia elétrica consumida atualmente no
mundo, usam este princípio simples para converter uma forma qualquer de energia em
energia elétrica. A maioria das estações geradoras usa a energia térmica produzida pela
queima de combustíveis fósseis, tais como carvão, óleo ou gás natural para obter vapor. O
vapor é utilizado então para acionar uma turbina acoplada a um gerador. Ocorrem, assim,
várias transformações de energia: primeiro, a energia química do combustível é convertida
em calor; depois, a energia térmica é transformada em energia mecânica, ou de movimento,
na turbina; e, finalmente, a energia mecânica é convertida em energia elétrica no gerador.
Independentemente da fonte original de energia – carvão, óleo, gás, plutônio, urânio, queda
’ , , vento – a etapa final é sempre a conversão da energia mecânica de rotação em
energia elétrica, em um gerador.
O mesmo acontece em todos os pequenos conjuntos geradores nos navios e nos veículos
motorizados, e também nas fontes de energia de emergência. É de grande importância
lembrar que a energia elétrica é quase que totalmente produzida em usinas hidrelétricas, que é
uma das formas mais baratas e limpas de se produzir eletricidade. Também devemos lembrar
que o potencial hidrelétrico já foi praticamente esgotado, o que exige uma busca incessante
por fontes alternativas de energia. No nosso Estado, por exemplo, teremos em breve a
implantação de uma usina termelétrica que utilizará o gás natural como combustível para
obter o vapor que acionará as pás da turbina. Por fazer uso de um combustível abundante na
região, o preço do kWh produzido será bastante baixo, o que viabilizará o investimento.

Fig.3.
As principais formas de se produzir energia elétrica. (Villar, 2006)
Produção de electricidade por meio do electromagnetismo
Desde que haja movimento relativo entre o condutor e o campo magnético, há produção de
eletricidade. A tensão obtida é conhecida como tensão induzida ou fem induzida, e o processo
para obtê-la, cortando o campo magnético com um condutor, é chamado de indução e
explicado pela Lei de Faraday. O valor da tensão induzida no condutor que corta o campo
magnético depende de diversos fatores:

1 - quando se aumenta a Velocidade de corte das linhas do campo magnético pelo condutor, a
fem também aumenta;

2 - quando a Intensidade do Campo Magnético aumenta, a fem induzida também aumenta;

3 - se o Número de Espiras que corta o campo magnético é aumentado, a fem induzida é


novamente aumentada.

A polaridade da fem induzida será tal que a corrente resultante criará um campo magnético
que reagirá com o campo do ímã e se oporá ao movimento da bobina. Este fenômeno ilustra o
princípio conhecido como Lei de Lenz. Esta lei afirma que, quando existe indução
eletromagnética, o sentido da fem induzida é tal que o campo magnético dela resultante se
opõe ao movimento que produz a fem. (Villar, 2006)

Faraday mostrou que uma força eletromotriz é gerada em uma bobina de N espiras quando
esta é submetida a uma variação de fluxo magnético (∆ꬾ ) em seu interior. A intensi
FE , , v
magnético que atravessa a área da bobina. (Da Silva & Júnior, 2018)

Esse fenômeno, conhecido como lei de Faraday da indução eletromagnética, pode ser
demonstrado matematicamente pela seguinte expressão, em que λ φ = N corresponde ao
fluxo concatenado na bobina:
Máquinas de corrente contínua
As máquinas elétricas rotativas, geralmente, podem operar como motor ou como gerador.
Quando a máquina opera como gerador, ocorre à transferência de energia da carga
(armazenada pelas massas em movimento) para a máquina e o conjugado desenvolvido pela
máquina atua contra o movimento, provocando a frenagem do acionamento, que é o principal
objetivo neste modo de operação.

O gerador é uma máquina que converte energia mecânica de rotação em energia elétrica. A
energia mecânica pode ser fornecida por uma queda ’ , v , v , , ó
diesel ou por um motor elétrico.

Fig.4. Máquina operando como gerador.

Constituição das Máquinas de Corrente Contínua


Tal como as outras máquinas eléctricas rotativas, a máquina de corrente contínua é
constituída por duas partes principais:

1. Uma parte fixa, o estator, destinada fundamentalmente à criação do fluxo indutor.

2. Uma parte móvel, designada por rotor, que contém duas peças essenciais:

O enrolamento do induzido onde se processa a conversão de energia mecânica em eléctrica e


vice-versa, e o colector que constitui um conversor mecânico de "corrente alternada-corrente
contínua" ou vice-versa. Entre o estator e o rotor encontra-se uma parte de ar que os separa: o
entreferro.

A figura representa um corte esquemático de uma máquina de corrente contínua. Para


facilitar a interpretação não se representam o colector e as escovas e cada secção do induzido
é representada apenas por um condutor.
Fig.5. Constituição de uma máquina de corrente
contínua
São peças constituintes do estator:

- A carcaça (1), que suporta a máquina e que também serve para a circulação do fluxo indutor
- Os pólos indutores (2), ou pólos principais, que juntamente com os enrolamentos de
excitação (3) criam o fluxo magnético indutor principal (o seu número é designado por 2p).

- Os pólos auxiliares ou de comutação (4).

- Os enrolamentos de comutação (5).

- Os enrolamentos de compensação (6), destinados a reduzir o fluxo magnético provocado


pelos enrolamentos do rotor.

São peças constitutivas do rotor: - O núcleo do rotor (7). Tem a forma cilíndrica e é
ranhurado no sentido do eixo.

- Os enrolamentos do induzido (8). São colocados nas ranhuras do núcleo do rotor.

- O colector. É constituído por lâminas de cobre isoladas umas das outras e colocadas na
direcção do veio. São ainda partes constitutivas, os rolamentos, as escovas e porta escovas, os
ventiladores etc.

Carcaça

A carcaça é a parte que sustenta os pólos da máquina e pela qual se faz a fixação. Dado que o
fluxo magnético é constante, não é necessário que esta peça seja folheada para evitar as
perdas por correntes de Foucault. Neste sentido, esta peça pode ser fabricada em ferro
fundido ou em aço.

Pólos indutores

Os pólos indutores têm o aspecto que se pode ver na figura 1.8. A parte mais próxima do
rotor designa-se por expansão polar. Dado que estes pólos estão sujeitos a campo de indução
magnética variável, são construídos em chapa magnética empilhada para se reduzirem as
correntes de Foucault. Os enrolamentos do circuito indutor são enrolamentos do tipo
concentrado.
Fig.6: Carcaça, pólos indutores, pólos
de comutação e enrolamentos de compensação. (Máquinas de Corrente Contínua, Anônimo)

Enrolamentos de compensação

Colocados em cavas nos pólos principais estes enrolamentos só existem nas máquinas de
potência elevada (> 150 kW) pois encarecem a máquina de forma considerável. A sua acção
será vista mais à frente.

Núcleo do induzido

Podem ser de dois tipos: em anel e em tambor. Os induzidos em anel já não são utilizados,
mas aparecem frequentemente descritos em livros de Máquinas Eléctricas devido à sua maior
facilidade de compreensão. Actualmente utilizam-se apenas induzidos em tambor feitos de
chapa de aço magnético ranhurado

Enrolamentos do induzido

Os enrolamentos do induzido são constituídos por secções feitas em moldes e colocadas nas
ranhuras do rotor. Estas secções são ligadas umas às outras e ao colector. Os enrolamentos
em anel de Gramme foram os primeiros a serem inventados e hoje têm apenas interesse
histórico ou pedagógico. Os enrolamentos em tambor ou Siemens substituíram os
enrolamentos em anel devido ao facto de serem mais económicos. Pode demonstrar-se que
um determinado enrolamento em tambor tem sempre um enrolamento em anel que lhe é
equivalente. (Máquinas de Corrente Contínua, Anônimo)
Assim, uma vez que é mais fácil de compreender, o enrolamento em anel será utilizado em
algumas explicações que se seguirão mais à frente. O enrolamento em anel executa-se sobre
um anel de ferro colocando sobre ele um determinado número de espiras que se iniciam e
terminam em lâminas adjacentes de forma que o enrolamento apresenta a forma de um
circuito fechado.

fig.7.

As espiras enroladas possuem um condutor interno e outro externo ao anel. Os condutores


externos, estão sujeitos ao campo de indução magnética B provocado pelo circuito indutor, e
por isso, são sede de fenómenos de conversão electromecânica de energia. Estes condutores,
quando forem percorridos por correntes, estão sujeitos à força de Laplace, e quando rodam a
uma determinada velocidade geram-se neles f.e.m. induzidas. Os condutores internos do anel
não participam nos fenómenos de conversão electromecânica de energia pois não estão
sujeitos a nenhum campo magnético, a não ser o campo criado por eles próprios. Assim estes
condutores são inactivos e têm a finalidade de ligar os condutores activos entre si. Os
condutores internos dos enrolamentos em anel, além de contribuírem para um aumento do
peso e consequente aumento do volume e preço das máquinas, contribuem também para um
aumento de resistência eléctrica do induzido. Para evitar os inconvenientes mencionados
recorre-se ao enrolamento induzido tipo tambor. Neste enrolamento os condutores externos
encontram-se instalados em cavas, não existindo condutores internos. O retorno da corrente
de um condutor activo sob um determinado pólo é realizado por outro condutor activo noutro
pólo de sinal contrário
Colector

Geralmente o colector é realizado com lâminas de cobre isoladas. É torneado de modo a


tomar uma forma rigorosamente cilíndrica permitindo que as escovas assentem
perfeitamente. A ligação aos condutores do enrolamento do induzido pode ser feita por
soldadura ou por meio de ligadores apropriados. O colector é realizado de forma diferente,
consoante a potência e a velocidade máxima admissível da máquina, e constitui a peça mais
delicada e mais cara de toda a máquina.

Escovas e conjunto de suporte

As escovas podem ser de diversos materiais (Carvão, Metal, etc.) e diversas tipos (macias,
duras, etc.). Actualmente empregam-se quase exclusivamente escovas grafíticas ou de carvão
e metal. A escova coloca-se no porta escovas, e é comprimida por meio de uma mola contra o
colector. Esta compressão não deverá ser excessiva para evitar o seu rápido desgaste bem
como um aumento das perdas mecânicas da máquina.

Fig.8.Porta escovas e escovas. (Máquinas de Corrente Contínua, Anônimo)

Normalmente os porta escovas podem rodar em torno do colector de modo a permitir o ajuste
da posição das escovas. Todas as escovas de igual polaridade são ligadas entre si por barras
condutoras. Estas barras encontram-se ligadas aos terminais da máquina ou vão directamente
ligar-se aos enrolamentos dos pólos auxiliares ou aos pólos de compensação que são ligados
em série com o induzido.
Producão de fem Alternada
•A , ó ó ;

•G AC ó 1 ó
estátor;

– 1 par de anéis deslizantes onde encostam 2 escovas estacionárias permite um circuito


fechado de corrente para o exterior.

– Pode-se ligar uma carga entre as escovas.

fig.9. (ISPV, n/a)

Diferenças entre Dínamos e Alternadores

•O Dí A h –o
principio básico de operação é também o mesmo dado que temos um enrolamento a girar no
meio de um campo magnético, e que produz uma fem alternada.

•A diferem na forma como os enrolamentos estão ligados ao exterior

– um alternador utiliza anéis deslizantes;

– um dínamo utiliza um comutador.


Principio de funcionamento de geradores de corrente contínua
O princípio de funcionamento do gerador de corrente contínua tem por base a Lei de Faraday
, Φ v v ,v
tempo, resultará nesta espira uma força eletromotriz induzida (e), cujo valor será proporcional
à intensidade do fluxo e à taxa de variação do mesmo.

A indução desta força eletromotriz (FEM) na espira vai resultar na circulação de uma
corrente, desde que o circuito esteja fechado, conforme está mostrado na figura

Fig.10. Geração de FEM em uma espira.


(Maquinas eléctricas, Anônimo)

O fluxo magnético em máquinas de corrente contínua é produzido nos pólos que estão
localizados na parte estática (carcaça) mantendo-se desta forma sua direção fixa. A alteração
de sua intensidade e sentido é conseguida com a mudança da corrente de campo, o que se
presta a modificar e/ou corrigir as condições operacionais. Deste modo, para a análise do
funcionamento do Gerador de Corrente Contínua, pode-se considerá-lo constante. Sua
variação em relação à espira é conseguida imprimindo-se uma velocidade (giro) à espira.

Fig.11. Espira na armadura


movendo-se em relação ao campo. (Maquinas eléctricas, Anônimo)
Se a espira está movendo-se com n [rpm], o fluxo principal em relação a espira vai variar
conforme a expressão:

: Φ - valor máximo do fluxo

n.t - , â α.

Neste caso, a FEM induzida na espira é dada por:

ou seja, a FEM induzida tem forma de onda senoidal no tempo.

Isto implica que a corrente produzida por esta FEM também será alternada. Para o caso em
análise, onde está considerando-se a presença de apenas uma espira, para que a corrente vista
alternada (senoidal) tenha um único sentido de circulação no circuito externo, é necessária a
utilização de um único anel ao invés de dois anéis. Este anel deve ser cortado ao meio e cada
uma das partes resultantes deve ser isolada eletricamente da outra. Desta forma, obtém-se a
construção indicada na figura 7. Conforme pode-se verificar nesta figura, a corrente no
circuito externo terá um único sentido de circulação. O anel de comutação foi denominado
por comutador. (Maquinas eléctricas, Anônimo)
Excitação do Campo
Os geradores CC recebem seus nomes de acordo com o tipo de excitação de campo utilizado.
Q “ ” CC
(separada), como por exemplo, uma bateria, ele é chamado de gerador de excitação
independente. Quando o gerador fornece a sua própria excitação, ele é chamado de gerador
auto-excitado. Se o seu campo estiver ligado em paralelo com a armadura, ele é chamado de
gerador shunt ou em derivação. Quando o campo está em série com a armadura, o gerador é
chamado de gerador série. Se forem usados os dois campos, shunt e série, o gerador é
chamado de gerador composto. Os geradores compostos podem ser ligados em derivação
curta com o campo-shunt em paralelo somente com a armadura, ou formando uma derivação
longa, com o campo-shunt em paralelo com a armadura e com o campo-série. Num gerador
composto, o campo-shunt predomina e é o mais forte dos dois. Quando a fmm do campo-
série auxilia a fmm do campo-shunt, o gerador é denominado de composto cumulativo (ou
aditivo). Quando a fmm do campo-série se opõe à fmm do campo-shunt, o gerador é
denominado de composto diferencial (ou subtrativo). Os reostatos de campo são resistências
ajustáveis colocadas nos circuitos de campo para variar o fluxo do campo e, portanto a fem
gerada pelo gerador. No campo-shunt o controle do fluxo magnético (através do controle da
corrente) é realizado com um reostato colocado em série com o enrolamento de campo-shunt,
já no campo-série o reostato deve ser colocado no circuito em paralelo com o enrolamento de
campo-série.

Fig.14. Gerador CC com excitação


independente. (Villar, 2006)
Fig.15. Circuitos de geradores CC auto-excitados (Villar, 2006)

Reversibilidade dos dínamos


Qualquer dínamo DC é reversível, pode produzir corrente quando se roda o induzido ou
produzir movimento quando recebe corrente. No primeiro caso funciona como gerador, no
segundo como motor (transforma energia eléctrica em energia mecânica).
(CFP MELIAV, 2008)

Sentido de rotação
■ U í m sentido de rotação dependente,
conforme se trate de uma máquina série , shunt ou compound.

■ “O , j ,
v v í ”

■ “O h , ja qual for o terminal de entrada de corrente, gira sempre no mesmo


v í ”
Fig.16. Inversão do sentido de Marcha

fig.17. Inversão do sentido de Marcha


Controle de Velocidade do Motor de Corrente Contínua

O motor de corrente contínua possui dupla excitação, ou seja, tem-se o enrolamento de


campo (ou de excitação) e o enrolamento de armadura. Qual é o efeito de uma variação na
corrente de excitação sobre a velocidade do motor? Um aumento da tensão aplicada à
armadura do motor implica aumento ou redução de sua velocidade?
O controle do motor, então, é bastante simples: em vazio, a velocidade é proporcional à
tensão aplicada e inversamente proporcional ao valor do fluxo magnético por polo, ou seja da
corrente de excitação ou corrente de campo.8 . É claro que estas estratégias têm
consequências sobre o valor da corrente absorvida. A Fig. 13 mostra qualitativamente a
ê v Ω ," e velocidade do rotor
Ω -/01).

O controle por tensão de armadura (," ) é sempre direto e não tem efeitos sobre a estabilidade
do motor e preferencialmente não podem ser muito ultrapassados os valores nominais de
corrente e de velocidade, pois o motor pode se danificar pelo aquecimento. Evidentemente,
alguma sobrecarga, seja de corrente de armadura, seja de rotação, sempre é tolerável, desde
que seja de curta duração.

Uma observação: nos motores a ímãs permanentes não é possível controlar o valor do fluxo
magnético por polo (), restando apenas o controle por nível de tensão aplicada. Os motores de
pequena potência em sua grande maioria são feitos a ímãs permanentes, não existindo,
portanto, nem o enrolamento de campo, nem a corrente de excitação. São fabricados aos
milhares, veja, por exemplo, quantos destes são utilizados em um automóvel: vidro elétrico,
limpador de para-brisas, posicionamento de antenas, faróis, espelhos...
Avarias mais frequentes
Segundo (Dos Santos, 2012) relativamente às avarias mais susceptíveis a acontecer nos
geradores, estas podem ser categorizadas em: Mecânicas ou Electromagnéticas.

As avarias do foro mecânico podem ser localizadas em dois locais distintos: Rotor ou nas
Chumaceira de Rolamentos.

No que se refere a avarias mecânicas, quase todas elas têm como consequência o
aparecimento de excentricidade. Esta é a condição na qual prevalece um entreferro desigual
entre o rotor e o estator.

Os principais problemas electromecânicos que ocorrem nos geradores de corrente contínua


dizem respeito ao ruído e às vibrações. O ruído, definido com um som que é desagradável
para o ouvinte, tem um aspecto subjectivo que, no entanto, não impede a sua medida.
Existem vibrações inerentes ao movimento rotativo da máquina eléctrica, e que podem ser
provocadas pelo desequilíbrio das massas em movimento rotativo. Por isso, faz parte da
verificação final de uma máquina eléctrica submetida a uma revisão periódica, ou à reparação
de uma avaria grave, a sua equilibragem dinâmica, em que o rotor é submetido a ensaio de
rotação em bancas de ensaio adequadas. (Guedes, 2001)

Aplicações dos Geradores CC

* Atualmente com o uso de inversores de frequência e transformadores, tornou-se fácil a


manipulação da Corrente Alternada.

* Como os geradores CA dão menos manutenção e são mais baratos que os geradores CC
eles têm sido os mais usados atualmente.

* Os geradores CC pode ser encontrados em algumas hidrelétricas na geração de energia


elétrica.
Conclusão
Ao fim do trabalho é possível perceber que na realidade, a máquina de corrente contínua é
uma máquina de corrente alternada dotada de um conversor de "corrente contínua - corrente
alternada" ou viceversa. Na sua realização tradicional este conversor é realizado por um
sistema mecânico designado por colector ou comutador sob o qual assentam escovas.

O seu principio de funcionamento se baseia na lei de Faraday em que ao movimentar um fio


condutor dentro de um campo magnético de forma que este corte linhas de campo, surgirá
nele uma fem.
Referências Bibliográficas
CFP M ELIAV. (2008). Fundamentos Electricidade: Geradores e Motores DC. Núcleo de
Eletrotecnia

Da Silva, R & Júnior, L. (2018). Máquinas Elétricas. Editora e Distribuidora Educacional


S.A. Londrina

Dos Santos, B. (2012). Diagnóstico e Análise de Avarias em Geradores Síncronos de


Imanes Permanentes Aplicados em Turbinas Eólicas. Universidade da Beira Interior.
Engenharia Electrotécnica e Computadores. Covilhã

Guedes, M. (2001). Geradores de Corrente Contínua Aspectos Construtivos e de


Manutenção. Sistema de Geradores de Energia Eléctrica

Máquinas de Corrente Contínua. (N/A).

Villar, G. (2006). Geradores e Motores CC (Máquinas de Corrente Contínua).


CEFETRN- Centro Federal de Educação Tecnológica do RN. Mossoró

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