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MOTORES ELÉTRICOS
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Motores Elétricos
SUMÁRIO
OBJETIVO ................................................................................................................................... 5
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 6
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Motores Elétricos
CONCLUSÕES ............................................................................................................................ 31
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................................... 32
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Motores Elétricos
OBJETIVO
Este texto tem como objetivo estudar o combate ao desperdício de energia em motores
elétricos, destacando dois aspectos:
♦ Escolher o motor de indução e seu acionamento para atender uma dada carga
mecânica de forma a minimizar as perdas e o consumo de energia no sistema elétrico
ao qual estará conectado;
♦ Estudar o funcionamento do motor de indução em operação, visando definir
recomendações e ações para reduzir o consumo de energia elétrica deste motor;
Em ambos os aspectos, os seguintes pontos serão analisados e detalhados neste texto:
♦ Substituição dos motores elétricos convencionais pelos motores de alto rendimento;
♦ A correta especificação de um motor elétrico para um dado acionamento;
♦ A substituição do acionamento convencional por sistemas utilizando eletrônica de
potência;
♦ Realização da manutenção e balanceamento de reatores com significativo impacto no
desempenho dos motores elétricos.
A importância de se estudar o combate ao desperdício de energia nos motores elétricos
pode ser ressaltada apresentando os dados da referência [1] levantados pela ELETROBRÁS:
♦ a conversão de energia elétrica em mecânica corresponde a 50% do consumo de
energia elétrica nas indústrias.
♦ o consumo de energia elétrica como os motores elétricos representa 25% da energia
elétrica consumida no país.
♦ os motores de indução trifásicos correspondem a 70% da potência total dos motores
instalados em sistemas elétricos típicos, os motores elétricos de indução apresentam
rendimento médio próximo dos 80%, podemos estimar que 5% do consumo de
energia elétrica no país são de perdas nestes motores.
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Motores Elétricos
INTRODUÇÃO
Motores elétricos são máquinas que, utilizando o princípio dos campos magnéticos
girantes, de Galileu Ferraris (1885), convertem energia elétrica em mecânica. Para ilustrar os
diferentes tipos de motores elétricos existentes a Figura 1 apresenta a árvore da família dos
motores elétricos.
A divisão em motores "de corrente continua" e "de corrente alternada" é devida,
obviamente, ao tipo da tensão de alimentação. Os "motores de corrente continua" constituem-
se em sinônimo de ajuste fino e controle preciso de velocidade e são, portanto, largamente
utilizados em aplicações que exigem tais características. Vale a pena comentar que a
utilização .dos motores de corrente continua teve um grande incremento no final dos anos 80,
graças à eletrônica de potência. Fontes estáticas de corrente continua com tiristores
confiáveis, de baixo custo e manutenção simples, substituíram os grupos conversores
rotativos. Possuem um elevado custo de aquisição e manutenção. Paradoxalmente, o constante
desenvolvimento de eletrônica de potência vem acarretando a um progressivo abandono dos
motores de corrente contínua, isto porque fontes de tensão e freqüência controladas,
alimentando motores alternados, principalmente os de indução em gaiola, vem se
transformando em opções mais atraentes, quanto ao ajuste e ao controle de velocidade.
Motores Elétricos
Rotor Rotor em
Bobinado Gaiola
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Motores Elétricos
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Motores Elétricos
IS = IM + IR (1)
RR
ER = ⋅ IR + j XR ⋅ IR = jXM ⋅ IM (2)
S
VS = RS ⋅ IS + jXS ⋅ IS - ES (3)
Um motor elétrico operando em regime permanente, está sujeito aos seguintes tipos de
perdas:
♦ Perdas nos enrolamentos ou no cobre;
♦ Perdas em vazio ou no ferro;
♦ Perdas mecânicas referentes ao atrito nos mancais e as potências cedidas para
ventilação;
♦ Perdas suplementares decorrentes da distribuição não uniforme da corrente no
enrolamento e das perdas adicionais no ferro.
A Figura 5 apresenta um diagrama mostrando de forma esquemática as perdas no motor
de indução.
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Motores Elétricos
PERDAS NO COBRE
PC = RR ⋅ IR 2 + RS ⋅ IS 2 (4)
PERDAS NO NÚCLEO
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Motores Elétricos
Para determinação das grandezas e características dos motores de indução, tais como os
parâmetros do circuito equivalente, são executados ensaios, em que os métodos e
procedimentos a serem seguidos estão especificados na norma NBR 5383 da ABNT.
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Motores Elétricos
VDCm
RDC = (5)
2 . IDCm
onde:
VDCm - tensão DC medida entre duas fases do estator
IDCm - corrente DC medido
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Motores Elétricos
3 . VDCm
RDC = (6)
2 . IDCm
Ensaio em Vazio
VV
ZV = (7)
IV
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Motores Elétricos
PV
RV = (8)
IV 2
XV = ZV 2 - RV 2 (9)
1
IV = (10)
2 2
Rp . Xm 2 Rp 2 . Xm
Rs + 2
2
+ Xs + 2
2
R p + Xm R p + Xm
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Motores Elétricos
Rp . Xm 2
Rs + 2
Rp + Xm 2
fpV = (11)
2 2
Rp . Xm 2 Rp 2 . Xm
Rs + + Xs + 2
Rp 2 + Xm 2 Rp + Xm 2
ZV = RV + j . XV (12)
Rp . Xm 2
RV = Rs + 2 (13)
Rp + Xm 2
Rp 2 . Xm
XV = Xs + 2 (14)
Rp + Xm 2
O circuito básico para o ensaio de rotor bloqueado é mostrado na Figura 10. Para este
ensaio, a tensão aplicada no estator é ajustada até obter corrente nominal, para uma freqüência
não superior a 25% da freqüência nominal. Colocando esses valores em pu, a impedância de
rotor bloqueado (ZRB), a resistência de rotor bloqueado (RRB) e a reatância de rotor bloqueado
(XRB) são determinados pelas seguintes equações:
VRB
ZRB = (15)
IRB
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Motores Elétricos
PRB
RRB = (16)
IRB2
O escorregamento, neste caso, é igual a 1,0, a resistência (RR) e reatância (XR) de rotor
possuem valores baixos e dessa forma o valor da corrente de rotor é elevada. Como a tensão
aplicada no estator tem valor reduzido, a corrente e o ramo de magnetização podem ser
desprezados, bem como as perdas no núcleo.
O circuito equivalente para o teste de rotor bloqueado está representado na
Figura 11.
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Motores Elétricos
Como a impedância de rotor nas condições deste ensaio são menores que a
impedância de magnetização, as expressões da resistência de rotor bloqueado (RRB) e a
reatância de rotor bloqueado (XRB), podem ser expressos pelas equações:
RRB ≈ RS + RR (18)
Segundo a norma NBR - 7094, todo motor de indução deve ser provido de uma placa de
identificação metálica, a prova de tempo, em posição visível. A Figura 12 apresenta a placa
de identificação de um motor de indução de 50CV.
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Motores Elétricos
Potência Nominal
É a potência que o motor pode fornecer no seu eixo mecânico em regime contínuo sob
tensão, corrente, fator de potência e velocidade nominal sem que os limites de temperatura
dos enrolamentos sejam excedidos aos valores máximos permitidos por norma. Se esses
limitem forem ultrapassados, ou seja, exigindo do motor uma potência acima da qual ele foi
projetado, haverá uma diminuição da vida útil do motor, podendo até queimar-se
rapidamente.
A potência nominal, normalmente, é fornecida em CV, onde 1CV eqüivale a 0,736 kW.
As potências nominais normalizadas dos motores elétricos trifásicos, em CV, são: 1 - 1,5 - 2 -
3 - 5 - 7,5 - 10 - 12,5 - 15 - 20 - 25 - 30 - 40 - 50 - 60 - 75 - 100 - 125 - 150 200 - 250 - 300 -
350 - 400 - 450 - 500.
Tensão Nominal
É a tensão da rede para o qual o motor foi projetado. As tensões trifásicas mais usadas
nas redes industriais de baixa tensão são: 220 , 380 e 440 V, e para médias tensões são: 2300 ,
4160 e 6600 V. Os motores de indução devem trabalhar dentro de limites de desempenho
satisfatório para um variação de tensão de ± 10 % da sua tensão nominal, desde que sua
freqüência não varie.
A operação de motores elétricos em tensões diferentes da nominal acarretam queda do
desempenho em regime permanente e problemas de aquecimento de estator e rotor.
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Motores Elétricos
Freqüência Nominal
É aquela fornecida pelo circuito de alimentação e para a qual o motor foi dimensionado. O
motor deve trabalhar satisfatoriamente se a freqüência variar dentro de ± 5 % da freqüência
nominal, desde que seja mentida a tensão nominal constante. Se houver, ao mesmo tempo,
variação de tensão, esta deve ser tal que a soma das duas variações não ultrapasse 10 %.
Corrente Nominal
736 ⋅ PNOM
INOM =
3 ⋅ VNOM ⋅ η ⋅ cos θ (20)
onde:
Pnom - potência nominal do motor, em CV;
Vnom - tensão nominal trifásica, em V;
η - rendimento do motor;
cos θ - fator de potência do motor sob carga nominal.
Velocidade Nominal
nS - nNOM
SNOM =
nS (21)
onde:
snom - escorregamento nominal
ns - velocidade síncrona [rpm]
nnom - velocidade nominal [rpm]
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Motores Elétricos
120 ⋅ f
nS =
polos (22)
onde:
ns - velocidade síncrona [rpm]
f - freqüência nominal
Polos - número de pólos
Os dados de placa não informam o valor do número de pólos, porém, é possível obtê-
lo por:
120 ⋅ f
polos ≅
nNOM (23)
onde:
p - número de pólos
f - freqüência nominal
nnom - velocidade nominal [rpm]
É a relação entre a potência ativa (kW) ,convertida em trabalho mecânico, pela potência
aparente (kVA), que vetorialmente corresponde a soma da potência ativa mais a potência
reativa necessária para a magnetização.
A partir da potência nominal, da tensão nominal e do fator de potência nominal é
possível encontrar o valor do rendimento nominal, dado por:
PNOM
ηNOM =
3 ⋅ VNOM ⋅ INOM ⋅ fpNOM (24)
onde:
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Motores Elétricos
Regime de Funcionamento
É a carga permissível que pode ser aplicada continuamente a um dado motor, sob
condições especificadas sem nenhum comprometimento a sua vida útil. O fator de serviço não
esta ligado à capacidade de sobrecarga própria dos motores, valor, em geral, situado entre
140% a 160 % da carga nominal durante períodos curtos. Se trata na verdade de uma
capacidade de sobrecarga contínua ou seja, uma reserva de potência que dá ao motor uma
capacidade de suportar melhor o funcionamento em condições desfavoráveis.
O fator de serviço unitário significa que o motor não foi projetado para funcionar
continuamente acima de sua potência nominal, entretanto ele continua suportando sobrecargas
momentâneas.
Define a temperatura máxima no qual o isolamento do motor pode operar sem perda de
vida útil. A classe de isolamento de um motor está diretamente aos materiais isolantes
empregados no seu isolamento.
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Motores Elétricos
Categoria de Conjugado
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Motores Elétricos
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Motores Elétricos
Grau de Proteção
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Motores Elétricos
IP54 (ambientes muito empoeirados) e IP55 (casos em que os equipamentos são lavados
periodicamente por mangueiras).
Altitude
A altitude do local onde está instalado o motor tem efeito significante na ventilação do
motor e consequentemente no seu desempenho em regime permanente. Os motores são
dimensionados, normalmente, para trabalhar, no máximo, a 1.000 m acima do nível do mar, a
insuficiente troca de calor entre o motor e o ar circulante, leva a uma maior dificuldade de
retirar calor do motor limitando a potência nominal.
Como foi descrito no anteriormente no item 5, a potência transmitida à carga pelo eixo
do motor é menor que a potência ativa absorvida da rede, devido às perdas do motor. Este fato
é traduzido matematicamente pela expressão a seguir :
∑
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PEIXO = PENT - PID
i=1 (25)
Onde :
PENT - potência elétrica de entrada dos motores, medida em seus terminais
PEIXO - potência mecânica fornecida no eixo do motor
ΣPIND - Perdas no cobre + Perdas no ferro + Perdas mecânicas + Perdas
suplementares
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Motores Elétricos
onde:
PFE - perdas no ferro do motor
PCO - perdas no cobre do estator e do rotor
a - relação entre a potência no eixo do motor em relação a potência nominal
1. Para um motor girando em vazio (sem carga mecânica no eixo), a única corrente
circulando nos enrolamentos é a corrente de magnetização e as perdas totais serão
devidas às perdas no ferro e uma pequena parcela de perdas por atrito e ventilação.
Uma vez que esta corrente é quase que totalmente reativa, o fator de potência é muito
baixo.
aP
ηa =
aP + PFE + a 2 ⋅ Pcobre (28)
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Motores Elétricos
dηa
= 0
da (29)
95
94
Rendimento(%)
93
92
91
90
89
88
25 50 75 100 125
Potência no eixo(%)
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a suas linhas "standard". Atualmente, são disponíveis motores de indução de alto rendimento
para potências de 1 a 250 cv.
Em relação ao usuário final, a aplicação do motor AR deve ser considerada para três
situações distintas:
♦ em novas instalações;
♦ como alternativa ao rebobinamento de motores danificados;
♦ substituindo motores que estejam operando normalmente.
Como pode ser observado, o potencial de economia de energia é melhor para motores
de baixas potências do que para os de alta. Por exemplo, se o motor está na faixa entre 10 e 20
HP, o ganho real é de 5 %, enquanto que para faixas acima de 450 HP, o ganho é de apenas
1 %.
De modo geral, os usuários finais tendem a considerar este tipo de investimento para
ganhos de curto prazo (menos de 2 anos).
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Motores Elétricos
CONCLUSÕES
♦ Não se deve operar motores elétricos sem carga no eixo, esta operação acarreta
perdas desnecessárias e redução acentuada do fator de potência da instalação ;
♦ Para motores projetados para uma determinada potência nominal em regime contínuo
e selecionados para regimes intermitentes, ou contínuos com carga intermitente, o
rendimento e o fator de potência vistos pela rede de alimentação, são inferiores aos
nominais do motor selecionado.
♦ Motores de indução típicos apresentam torque de partida baixo e corrente de partida
alta. A partida com um torque elevado nos acionamentos convencionais implica em
um aumento das perdas. Em virtude deste fato, para o acionamento de cargas que
requerem alto conjugado de partida, recomenda-se empregar o acionamento a
freqüência variável.
BIBLIOGRAFIA
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