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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR RIOGRANDENSE

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

ANDRÉ KATAGIRI
EOMAR POL PISSOLATTO
ODAIR BOTTESINI

SISTEMA FOTOVOLTAICO E SISTEMA EÓLICO PARA GERAÇÃO


DE ENERGIA ELÉTRICA

MARAU RS
2017
ANDRÉ KATAGIRI
EOMAR POL PISSOLATTO
ODAIR BOTTESINI

SISTEMA FOTOVOLTAICO E SISTEMA EÓLICO PARA GERAÇÃO


DE ENERGIA ELÉTRICA

Relatório de atividade apresentada à


Graduação em Engenharia Civil, com
finalidade de atender ao trabalho teórico e
prático.

Orientadora: Juliana Triches Boscardin

MARAU RS
2017
ANDRÉ KATAGIRI
EOMAR POL PISSOLATTO
ODAIR BOTTESINI

SISTEMA FOTOVOLTAICO E SISTEMA EÓLICO PARA GERAÇÃO


DE ENERGIA ELÉTRICA

Este relatório foi julgado adequado para atender os requisitos do curso de


Engenharia Civil.

Coordenação do Curso de Graduação em Engenharia Civil

Banca avaliadora:

Presidente: Leandro Paludo


Membro: Aline Matuella Moreira Ficanha
Membro: Aparecido Silva Junior
Membro: Emília Casagrande
Membro: Juliano Bianco da Silva
Membro: Juliana Triches Boscardin
Membro: Lidinara Castelli Scolari
Membro: Paloma Alves da Silva sexto

Marau RS, junho de 2017


RESUMO

A geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis começou a


apresentar maior interesse a partir da crise do petróleo na década de 70. A partir desta
época a utilização do potencial da energia solar e eólica tem crescido
significativamente, dentre outras fontes renováveis de energia. A integração de
sistemas de geração eólica e fotovoltaica parte do princípio, em que uma fonte, em
certo período do ano diminui sua capacidade de produção de energia. Os sistemas
híbridos fotovoltaico-eólico surgem com o intuito de atender a demanda do
proprietário, e de certa maneira um complementar o outro, nesses períodos de
variação das fontes de geração, vento e sol. Portanto, este trabalho tem como objetivo
analisar como é constituído um sistema fotovoltaico-eólico e o tempo de retorno do
capital investido. Este se desdobra em: identificar os elementos que constituem ambos
os sistemas fotovoltaico, e eólico, descrever a origem das duas tecnologias, e
apresentar também os modos de aplicação e funcionamento dos sistemas eólico e
fotovoltaico. Essa pesquisa se caracteriza como sendo do tipo descritiva, com uma
abordagem qualitativa, e no que concerne ao método será selecionado o estudo de
um caso.

Palavras-chave: Energia Elétrica. Fotovoltaico-Eólico. Sistemas Híbridos


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Ilustração 1 – Sistema isolado .................................................................................. 11


Ilustração 2 – Sistema integrado à rede .................................................................. 13
Ilustração 3 – Estrutura de módulo fotovoltaico ....................................................... 14
Ilustração 4 – Célula monocristalina (m-si) .............................................................. 15
Ilustração 5 – Célula policristalina (p-si) .................................................................. 16
Ilustração 6 – Célula fotovoltaica .............................................................................. 16
Ilustração 7 – Moinho de vento horizontal ................................................................ 18
Ilustração 8 – Rotor horizontal .................................................................................. 20
Ilustração 9 – Rotor vertical ...................................................................................... 20
Ilustração 10 – Aerogerador, pequeno, médio e grande porte .................................. 20
Ilustração 11 – Representação do sistema eólico .................................................... 21
Ilustração 12 – Sistema eólico isolado ...................................................................... 25
Ilustração 13 – Sistema eólico interligado à rede elétrica ......................................... 26
Ilustração 14 – Sistema eólico off-shore ................................................................... 26
Ilustração 15 – Sistema híbrido fotovoltaico-eólico ................................................... 27
Ilustração 16 – Formula payback .............................................................................. 28
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7

2 MARCO TEÓRICO .................................................................................................. 9


2.1 Origem do sistema fotovoltaico ............................................................................. 9
2.1.1 Funcionalidade e aplicação ............................................................................... 9
2.1.2 Sistema isolado................................................................................................ 10
2.1.3 Sistema conectado à rede elétrica ................................................................... 12
2.1.4 Módulo fotovoltaico .......................................................................................... 13
2.1.5 Célula fotovoltaica............................................................................................ 14

2.2 Origem e desenvolvimento da energia eólica .................................................... 17


2.2.1 Funcionamento e equipamentos ...................................................................... 19
2.2.2 Aerogeradores ................................................................................................ 20
2.2.3 Rotor de eixo vertical e horizontal .................................................................... 21
2.2.4 Torre e nacele .................................................................................................. 22
2.2.5 Sistemas de controle, transmissão e multiplicadores de velocidade ............... 22
2.2.6 Gerador elétrico .............................................................................................. 23
2.2.7 Emissão de gases e ruído ............................................................................... 23
2.2.8 Impacto visual e impacto sobre a fauna ........................................................... 24
2.2.9 Modos de aplicação dos sistemas eólicos ....................................................... 24
2.2.9.1 Sistemas isolados ......................................................................................... 25
2.2.9.2 Sistemas interligados à rede ......................................................................... 25
2.2.9.3 Sistemas off-shore ........................................................................................ 25

2.3 Sistema Híbrido fotovoltaico-eólico ..................................................................... 27


2.4 Análise de investimento payback ........................................................................ 28

3 METODOLOGIA ................................................................................................... 29

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 30
1 INTRODUÇÃO
O sistema fotovoltaico foi observado pela primeira vez em 1839 por Alexandre
Edmond Becquerel e a primeira célula solar foi criada por Charles Fritts em 1883. Com
o passar dos anos, após o surgimento e a evolução da tecnologia, o sistema passou
a integrar em 1958 os programas espaciais. A partir da década de 70 começou a
implantação dos sistemas em residências com intuito de conscientizar e estimular a
exploração de fontes alternativas devido à crise petrolífera de 1973, (VALLÊRA 2006).
A energia fotovoltaica é produzida quando a luz solar é convertida em energia
com o uso de células solares compostas com materiais semicondutores. Estas células
são normalmente feitas de semicondutores de silício. Quando as células solares são
expostas à luz ocorre o chamado “Efeito Fotovoltaico”, produzindo energia elétrica.
Esta energia também é ambientalmente limpa, silenciosa e segura, (ZILLES 2012).
A energia eólica é originada por meio da energia cinética contida nas massas
de ar chamadas de vento. O aproveitamento destes ventos, se dá pela conversão da
energia cinética de translação em energia cinética de rotação, por meio das turbinas
eólicas, também chamadas de aerogeradores, (ALVES, 2006).
Ainda surgem várias dúvidas de onde a energia eólica começou a ser usada.
Especula-se que os moinhos de vento foram usados no Egito, por Alexandria, há
aproximadamente 3000 anos, no entanto, existem fatos convincentes, de que povos
mais desenvolvidos, como, egípcios, romanos e gregos, já conheciam os moinhos,
(FADIGAS 2011).
A primeira fonte histórica se dá, que os moinhos surgiram por volta de 200 a.C,
onde eram usados na moagem de grãos e no bombeamento de água. Há alguns
séculos mais tarde, descobria-se que os chineses já utilizavam desta tecnologia, feita
de bambus velas de pano com eixos de rotação vertical, para irrigação de seus
campos de arroz, (FADIGAS 2011).
Em um sistema eólico, o vento é a fonte de abastecimento dos aerogeradores,
porém é uma fonte que sofre substanciais variações temporais e espaciais, tanto na
superfície e na altura. Contudo é importante considerar que, a energia disponível por
unidade de área exposta ao vento, é proporcional a velocidade, portanto, qualquer
variação das correntes de vento afetam diretamente na energia fornecida, (SIQUEIRA
2005).

7
Um sistema eólico constitui-se de vários equipamentos elétricos e mecânicos,
que bem dimensionados e ajustados, propiciam um maior rendimento em ganho de
geração de energia elétrica. Os principais componentes são: rotor, nacele, torre,
transmissão e caixa multiplicadora, mecanismos de controle e o gerador elétrico,
(NUNES 2003).
Neste trabalho será proposto compreender se é viável a sua instalação para
um edifício de pequeno porte, ou sua vantagem está voltada apenas para o meio
ambiente. Para compreender sua viabilidade questiona-se: Como é constituído um
sistema híbrido fotovoltaico-eólico e qual a sua viabilidade em relação ao tempo de
investimento realizado?
No intuito de responder tal questionamento propõe-se como objetivo: analisar
como é constituído um sistema híbrido fotovoltaico-eólico e sua viabilidade quanto ao
tempo de investimento. Este se desdobra em, identificar os elementos que constituem
o sistema fotovoltaico, e o sistema eólico; descrever a origem de ambas as
tecnologias; e avaliar o tempo de retorno do investimento por meio de uma análise de
investimento (payback).
O sistema híbrido fotovoltaico-eólico pode tornar-se interessante no que se
refere às construções civis auto sustentáveis, possibilitando várias vantagens.
Subintende-se que, o sistema fotovoltaico teria capacidade de gerar energia elétrica,
devido a fatores climáticos, como dias em que o sol não incide diretamente sobre os
painéis, surge o conceito de um sistema híbrido, afim de atender uma demanda
elétrica em determinado local, por meio da combinação de duas fontes, solar e eólica.
Há tempos, discute-se a necessidade de implantar novas formas de gerar
energia elétrica, que permitam o desenvolvimento do meio urbano, sem prejudicar o
meio ambiente de forma ecológica e eficaz. Sendo assim, será a impulsão para a
realização deste trabalho, afim de entender a constituição e funcionalidade do sistema
híbrido fotovoltaico-eólico, e que a mesma seja entendida pelo leitor, e principalmente
se o investimento na instalação deste sistema em um edifício de pequeno porte, pode
ou não trazer benefícios.

8
2 MARCO TEÓRICO

2.1 Origem do Sistema Fotovoltaico


O surgimento das primeiras células fotovoltaicas, foi em 1883 por Charles Fritts,
que utilizava selênio como condutor, e obtinha-se aproximadamente apenas 1% de
conversão. Com o decorrer do tempo, estudos voltados à evolução da tecnologia e a
descoberta de novos materiais, possibilitou o aumento significante da eficiência,
(VALLÊRA, 2006).
Segundo Vallêra (2006, p.10), “a primeira célula solar moderna foi apresentada
em 1954. Esta célula tinha apenas dois centímetros quadrados de área e uma
eficiência de 6%, gerando 5 MW de potência elétrica.” Em 1958, impulsionados pela
corrida espacial, os Estados Unidos lançaram o Vanguarda I. Este satélite possui um
painel solar de 100 cm², que foi o principal uso até o fim da década de 70.
O autor afirma, que a partir de 1973 devido à crise do petróleo foi dada a partida
para a utilização terrestre de energia fotovoltaica. Desde então, a constante evolução
do sistema, acompanhada de inovações e pesquisas com intensão de diminuir o custo
das células e aumentar a eficiência, vem superando o uso espacial, devido a iniciativas
voltadas a conscientizar sobre as ameaças crescentes das alterações climáticas, e
proteger as fontes de recursos não renováveis diminuindo os impactos ambientais.
Em 2004 com a produção de 100 milhões de células, a eficiência chegou a 16%, e
ultrapassou pela primeira vez 16 GW de potência elétrica anual instalada.
A evolução do sistema fotovoltaico teve seu início em 1883, e em 2004
apresentou um salto considerável. A funcionalidade e aplicação desse sistema passa
a ser explicada na sequencia desse estudo.

2.1.1 Funcionalidade e Aplicação


O sistema fotovoltaico é um conjunto de módulos ligados entre si com
determinada quantidade de células solares que utiliza o efeito fotovoltaico para
converter a energia solar em energia elétrica. Um sistema fotovoltaico pode integrar
uma casa, um edifício ou uma indústria, e seu dimensionamento se dará conforme a
demanda de energia que o consumidor necessita. (RÜTHER, 2004).

9
O sol pode ser considerado como um reator operando a cerca de 100.000.000
°C, a uma distância média da terra de cerca de 150.000.000 km. No topo da
atmosfera a radiação é reduzida a 1353 W/m², ao atravessar a atmosfera, a
radiação solar sofre atenuação por absorção O 3 (UV), H2O (IR), CO2 (IR),
espalhamento pelo ar, vapor d’água e poeira. (RÜTHER, 2004, p. 08)

Segundo Pinho e Galdino (2014), a constante solar, que incide sobre a terra de
1353 W/m2 , é reduzida pela atmosfera, e pela inclinação do planeta, e resulta em uma
incidência sobre os módulos fotovoltaicos de 1000 W/m2. Considerada adequada para
o funcionamento da célula solar fotovoltaica.
Explicam os autores que, a terra, em seu movimento elíptico anual em torno do
sol, apresenta uma excentricidade, seu eixo inclina-se aproximadamente 23,45º, esta
inclinação, faz com que hajam dias mais longos em determinadas regiões da terra, e
uma variação da radiação solar. É nesse intuito que os painéis fotovoltaicos também
são inclinados, para ter a maior incidência de raios do sol durante o dia.
Os sistemas fotovoltaicos, quanto a sua aplicação, podem ser classificados em
isolados, e conectados à rede, estes que por sua vez podem ser híbridos, que quando
à combinação da fonte de energia fotovoltaica, com uma outra fonte de energia, como
hidrelétricas, energia eólica, e fontes não renováveis. (PINHO e GALDINO, 2014).
Entre os modos de instalação do sistema fotovoltaico, para este trabalho serão
estudados, os sistemas isolados, os conectados à rede elétrica e os sistemas híbridos,
na sequência será apresentado o sistema isolado e posteriormente o sistema
conectado à rede elétrica.

2.1.2 Sistemas Isolados


Segundo Câmara (2011), este modo de aplicação do sistema fotovoltaico, é
utilizado em áreas remotas onde o custo de acesso à rede elétrica torna-se mais alto.
É composto pelos painéis solares e por um conjunto de equipamentos auxiliares,
incluindo baterias, controladores de carga e inversores.
Os painéis captam os raios solares e por meio do efeito fotovoltaico
transformam a energia solar em energia elétrica, normalmente com tensões de circuito
aberto de aproximadamente 20 volts, que alimentam as baterias que possuem carga
10
de 12 volts apropriadas para o sistema. As baterias são utilizadas em sistemas
servindo como um banco de armazenamento de energia, possibilitando o uso à noite
e em dias nublados onde a produção de energia elétrica é menor. As baterias
apropriadas para um sistema fotovoltaico, e mais utilizadas são as de chumbo-ácido,
estas por sua vez além de conter matéria ativa do chumbo, contém uma solução
aquosa de ácido sulfúrico e existe uma grande disponibilidade no mercado pelo seu
baixo custo. Sua vida útil se dá pela quantidade de ciclos ou recargas que ela
suportará. (RÜTHER, 2004).
Os controladores de carga ficam entre os painéis solares e as baterias
exercendo uma função de gerenciamento de carga e descarga, assim evitando que
elas sejam sobrecarregadas ou descarregadas. São dimensionados e devem superar
a corrente total dos painéis solares. (NASCIMENTO, 2004).
Os inversores são componentes indispensáveis em instalações de sistemas
fotovoltaico. Os painéis solares captam os raios solares e transformam em energia
elétrica com corrente contínua (DC) em corrente alternada (AC), alimentando os
equipamentos eletroeletrônicos, (NASCIMENTO, 2004). Os componentes básicos de
um sistema isolado são demonstrados na ilustração 1.

Ilustração 1: Sistema Isolado

Fonte:http://www.neosolar.com.br/aprenda/saiba-mais/sistemas-de-energia-solar-
fotovoltaica-e-seus-componentes

A ilustração 1 evidência a forma como o sistema funciona. Os painéis captam


os raios solares que são transferidos para o controlador de carga, acumulam a energia
nas bateria, onde é transferida para os inversores transformando a energia de corrente
contínua para corrente alternada, possibilitando o funcionamento dos aparelhos
elétricos. Na sequência será apresentado o sistema conectado à rede elétrica.
11
2.1.3 Sistema Conectado à Rede Elétrica
De acordo com Zilles (2012), o sistema conectado à rede elétrica, fica
caracterizado por estar ligado à rede elétrica que abastece a população, diferente dos
sistemas isolados que atendem um local determinado. Este sistema composto de
painéis solares e inversores têm como finalidade abastecer o proprietário e pela
injeção de energia na rede elétrica. Pelo fato de dispensar as baterias e controladores
de carga o sistema torna-se 30% mais eficaz garantido que toda a energia produzida
seja consumida.
Explica Zilles (2003, p.12), que “A conexão de sistemas fotovoltaicos à rede
parte do princípio de que cada unidade consumidora é potencialmente uma unidade
de produção de energia elétrica – capaz de atender parcial ou totalmente à sua própria
demanda”.
Neste modo de instalação se faz necessária a medição do consumo e produção
de energia do sistema fotovoltaico. Entre os sistemas de medição disponíveis, para
este trabalho foram escolhidos dois: o sistema de medição única, que segundo
Guimarães (2004), neste modo de medição, um único medidor registrará a entrada e
saída de energia elétrica e apresentará no final do período o consumo de energia e
quanto foi entregue à rede, esta opção, dependerá da concessionária remunerar a
energia produzida. O outro, seria o modo de medição dupla, que para o mesmo autor,
consiste na instalação de dois medidores, que a cada instante um deles estará em
operação, conforme a demanda e potência de energia gerada.
Em todos os modos de instalação de sistemas fotovoltaicos, faz-se necessária
a presença de um equipamento, que converta a corrente continua gerada pelos
módulos, em corrente alternada. Segundo Guimarães (2004), estes equipamentos são
denominados inversores, que são dimensionados considerando fatores de potência
elétrica e potência de pico para funcionamento de equipamentos elétricos. Os
inversores possuem tensões de 12, 48 ou 120 volts em corrente continua, que será
convertida em corrente alternada de 120 ou 240 volts, em frequência rede elétrica de
50 ou 60 hertz.
Explica o autor que estes aparelhos possuem a intenção de facilitar a instalação
elétrica e permitir o uso da energia elétrica fotovoltaica em utensílios elétricos
convencionais. Em instalações de baixa potência, inversores de até 5 kW monofásicos

12
são adequados, acima desta potência são indicados inversores trifásicos, estes
fazem-se adequados e comuns em instalações fotovoltaicas.
De acordo com Guimarães (2004), a maioria dos utensílios domésticos
encontra-se no mercado com tensões de 110 ou 220 volts, por isso faz se necessária
à instalação de inversores, para que a corrente contínua gerada pelos painéis
fotovoltaicos sejam convertidas em corrente alternada. Os componentes de um
sistema integrado a rede elétrica é demonstrado na ilustração 2.

Ilustração 2: Sistema Integrado à Rede

Fonte:http://www.neosolar.com.br/aprenda/saiba-mais/sistemas-de-energia-solar-
fotovoltaica-e-seus-componentes

Na ilustração 2 observa-se como funciona basicamente o sistema de medição


dupla, onde a energia gerada pelo painel fotovoltaico pode ser consumida pela
residência, dependendo do consumo, ou direcionada para a distribuidora de energia
elétrica, sendo isso controlada pelo relógio bidirecional. Na sequência será
apresentado o módulo fotovoltaico.

2.1.4 Módulo Fotovoltaico


Segundo Alvarenga (2014, p.1), “o módulo fotovoltaico é a unidade básica, nele
consiste de uma estrutura composta por um conjunto de células fotovoltaicas ligadas
entre si eletricamente”.
Explica o autor, que do lado exposto ao sol é colocado um vidro que deve ser
o mais transparente possível para que os raios do sol cheguem até a célula. A célula
fotovoltaica, é envolta de ambos os lados por uma resina termoplástica (EVA - Etileno

13
Vinil acetato), que tem função garantir o isolamento físico e elétrico das células, e mais
uma película plástica de (Tedlar - filme de fluoreto de polivinila). Depois disto o
conjunto é enviado a um forno onde é exposto a uma temperatura de 150 °C durante
10 minutos, para garantir a vedação a fim de proteger o módulo da ação do tempo.
De acordo com Alvarenga (2014, p.1), “é indispensável o agrupamento das
células em módulos, pois a mesma fornece pouca energia elétrica, em uma tensão de
apenas 0,4 volts em máxima potência”. A estrutura do módulo fotovoltaico pode ser
observado na ilustração 3.

Ilustração 3: Estrutura do Módulo Fotovoltaico

Fonte: (PRIEB, 2002)

A ilustração 3 tem por objetivo mostrar como é construída a placa fotovoltaica.


Na sequência será apresentado a célula fotovoltaica.

2.1.5 Célula Fotovoltaica


Segundo Vallêra (2006), em 1839 Alexandre Edmond Becquerel, famoso físico
francês na época, durante a execução de um experimento com eletrodos de prata
mergulhadas em uma solução, observou que ao expor o material a luz do sol criava
uma tensão elétrica, assim denominou este acontecimento com o nome de efeito
fotovoltaico. Em um sistema fotovoltaico a célula e considerada a parte fundamental,
pois é onde a energia solar é convertida em energia elétrica.
Este efeito físico, se baseia na propriedade dos materiais semicondutores, de
possuir em uma banda de valência totalmente preenchida com elétrons e uma banda
de condução totalmente vazia. Isto faz com que os fótons da luz solar na faixa do

14
espectro de radiação visível, ao incidir sobre este material, os elétrons da banda de
valência são enviados à banda de condução. (DA SILVA. 2010).

De acordo com Alvarenga (2014), o semicondutor mais utilizado na atualidade


é o silício, por ser o segundo elemento mais abundante na crosta terrestre, e ser um
material de alta confiabilidade e por apresentar níveis de conversão de energia elétrica
altíssimos, porém, o alto valor da produção do módulo com base neste material é
altamente elevado tornando-se muitos casos inviável.
De acordo com Zilles (2012, p.13), “as células são fabricadas em sua maioria
com lâminas de silício, mono ou policristalinas, com área entre 50 cm 2 e 150 cm2 e
espessura entre 0,2 mm e 0,3 mm. Com aparência circular ou quadrada e tonalidade
azul-escuro e preto. A parte superior da célula apresenta raias de coloração cinza
que são constituídas de material semicondutor”.
Explica o autor que as células são capazes de gerar eletricidade numa condição
de sol de 1000 W/m2 e temperatura de 25o C, cada célula pode gerar corrente entre
1,5 A (50 cm2) e 4,5 (150 cm2) em tensão entre 0,46 e 0,48 V.
Segundo Da Silva (2010), a célula composta de silício monocristalino (m-si) é
a que apresenta maior eficiência de conversão superior a 18%, também é a tecnologia
com maior custo por possuir uma quantidade elevada de silício puro comparado às
outras células. Célula de silício monocristalino pode ser observado na ilustração 4.

Ilustração 4: Célula Monocristalina (m-si)

Fonte: www.americadosol.org/silicio-cristalino/

Para Alvarenga (2014), uma célula composta de silício policristalino (p-si) é a


que apresenta menor eficiência, em torno de 12% a 16% e vem sendo bastante
utilizada na atualidade, por conta do custo ser menor que uma célula de silício
15
monocristalino, é consolidadas no mercado pela elevada procura. Uma célula de
silício policristalina pode ser observado na ilustração 5.
Ilustração 5: Célula Policristalina (p-si)

Fonte: www.americadosol.org/silicio-cristalino

De acordo com Nascimento (2004), o cristal de silício puro não possui elétrons
livres denominando-o assim como mau condutor elétrico, afim de alterar este status
faz-se necessária a mistura de outros elementos químicos, este processo denomina-
se dopagem.
De acordo com Castro (2002), dopagem é um processo que é adicionado uma
impureza em elemento semicondutor cristalino a fim de alterar sua propriedade física.
É o que acontece com o silício, para obter uma carga negativa (tipo n) é adicionado
na dopagem o elemento fosforo. Assim caracterizando-o como um doador de elétrons.
Utilizando o boro no processo de dopagem se obtém um material com características
inversas, ou que o boro é um aceitador de elétrons (tipo p). Célula fotovoltaica pode
ser observada na ilustração 6.

Ilustração 6: Célula fotovoltaica

Fonte: (NASCIMENTO, 2004)

Segundo Alvarenga (2014), os elementos são combinados em uma junção pn,


quando os elétrons do lado (p) são excitados pelos raios do sol, atravessam a linha
16
denominada junção (pn), os elétrons acumulam-se do lado (n), denominando-o como
polo negativo enquanto que o lado (p) torna-se positivo.
Explica o autor citado acima que, quando ambos os lados se ligam por meio de
um fio de material condutor, e havendo a incidência continua de radiação solar sobre
a célula fotovoltaica, ela transforma-se em um gerador de eletricidade.

2.2 Origem e Desenvolvimento da Energia Eólica


Um olhar no passado nos mostra que a energia eólica não é recente,
antigamente esse modo de energia exercia um, papel importante no dia-a-dia.
Ainda surgem várias dúvidas de onde a energia eólica começou a ser usada.
Especula-se que os moinhos de vento foram usados no Egito, por Alexandria, há
aproximadamente 3000 anos, no entanto, existem fatos convincentes, de que povos
mais desenvolvidos, como, egípcios, romanos e gregos, já conheciam os moinhos.
(FADIGAS, 2011)
A primeira fonte histórica se dá, que os moinhos surgiram por volta de 200 a.C,
onde eram usados na moagem de grãos e no bombeamento de água. Há alguns
séculos mais tarde, descobria-se que os chineses já utilizavam desta tecnologia, feita
de bambus velas de pano com eixos de rotação vertical, para irrigação de seus
campos de arroz. (FADIGAS, 2011)
De acordo com Fadigas (2011), a partir do século 17, os moinhos com eixos
horizontais começaram a serem usados em países como, França, Inglaterra e
Holanda. Com o desenvolvimento tecnológico das peças, o uso dos moinhos de vento
propiciou otimização de várias atividades que utilizavam da força motriz do vento.
Ilustração 7 a seguir.

17
Ilustração 7: Moinho de vento Horizontal

Fonte: (DUTRA, 2001)

Segundo Dutra (2001), no final do século XIX e praticamente todo século XX,
foi marcado pela dificuldade e desafios em pesquisas e desenvolvimento de novas
tecnologias. Grandes países como, Alemanha, Dinamarca, Estados Unidos, devido a
iniciativas políticas, alcançaram um importante destaque na energia eólica mundial.
Por meio da crise petrolífera na década de 70, o mercado eólico mundial experimentou
profundas transformações.
De acordo com Fadigas (2011), no decorrer dos anos, com o surgimento das
máquinas a vapor, iniciou-se um declínio na utilização da energia eólica, em países
da Europa, onde se encontrava a maior utilização desta tecnologia. A partir do século
XX, os moinhos de vento geravam incertezas, quanto a sua capacidade de gerar
energia, pois não se considerava vantajosa a utilização dos moinhos de vento, perante
a conhecida e abundante disponibilidade de vapor utilizada nas maquinas a vapor.
Desde então os moinhos foram praticamente abandonados, devido a eletrificação das
áreas rurais, atualmente encontra-se vários moinhos de vento em países da Europa,
onde a sua maioria foram aposentados e viraram monumentos históricos.
Segundo Dutra (2001), por meio de estudos realizados, existem atualmente
mais de 30 mil turbinas eólicas em operação no mundo, e devido a estes estudos, os
equipamentos tecnológicos presentes nas turbinas eólicas, veem sofrendo uma
considerável redução de seus custos, e aumentando o desempenho e a
confiabilidade.

18
2.2.1 Funcionamento e Equipamentos
A energia eólica é originada por meio da energia cinética contida nas massas
de ar chamadas de vento. O aproveitamento destes ventos, se dá pela conversão da
energia cinética de translação em energia cinética de rotação, por meio da utilização
de turbinas eólicas, também chamadas de aerogeradores. (FADIGAS, 2011)
Siqueira (2005), afirma que o vento é a fonte de abastecimento dos
aerogeradores, porém é uma fonte que sofre substanciais variações temporais e
espaciais, tanto na superfície e na altura. Contudo é importante considerar que, a
energia disponível por unidade de área exposta ao vento, é proporcional a velocidade,
portanto, qualquer variação das correntes de vento afetam diretamente na energia
fornecida.
A energia eólica pode ser considerada uma das formas em que se manifesta a
energia vinda do sol, pois os ventos, são causados pelo aquecimento diferenciado da
atmosfera. Explica autor, que existem áreas no globo terrestre em que os ventos não
param de soprar, devido ao aquecimento e o resfriamento dos polos norte e sul, estas
áreas são denominadas tropicais. (BRITO, 2008)
Tendo em vista que o eixo da terra tem um inclinação de 23,5 o, de sua orbita
em torno do sol, isto causa uma intensidade e duração variada dos ventos na
superfície da terra, com consequência forma-se os ventos continentais ou periódicos,
e compreendem as monções e as brisas. (BRITO, 2008)
Explica Montezano (2007), que as monções são ventos periódicos que mudam
de direção a cada seis meses. As monções compreendem os ventos que sopram em
determinada direção em uma estação do ano, e em sentido contrário em outra
estação.
Segundo Dutra (2001), devido as características diferentes de superfície
(mares e continentes) de refletir, emitir e absorver o calor recebido do sol, que se
caracterizam por ser ventos que sopram do oceano para o continente e vice-versa.
Sendo as brisas do dia marítimas, isto é, os ventos sopram do mar para a terra, e as
brisas da noite, sopram da terra para o mar.

19
2.2.2 Aerogeradores
Segundo Montezano (2007), a geração de energia elétrica eólica consiste na
utilização de turbinas para a conversão da energia cinética dos ventos. Originados no
século XII, os aerogeradores podem ser diferenciados quanto a sua configuração do
eixo rotor, que pode ser horizontal ou vertical. Nas Ilustrações 8 e 9 a seguir, pode-se
ter uma noção dos tipos de eixos rotores.

Ilustração 8: Rotor Horizontal Ilustração 9: Rotor Vertical

Fonte: (WENZEL, 2008) Fonte: (WENZEL, 2008)

Segundo Wenzel (2008), em relação à potência dos aerogeradores, eles


podem ser de pequeno porte, de até 10 kW de potência, médio porte, de 10 a 250 kW
de potência, e de grande porte, acima de 250 kW. Como representado na Ilustração
10 abaixo.

Ilustração 10: Aerogeradores de Pequeno, Médio e Grande Porte

Fonte: (DUTRA, 2007)

20
Segundo Nunes (2003), um sistema eólico constitui-se de vários equipamentos
elétricos e mecânicos, que bem dimensionados e ajustados, propiciam um maior
rendimento em ganho de geração de energia elétrica. Os principais componentes são:
rotor, nacele, torre, transmissão e caixa multiplicadora, mecanismos de controle e
gerador elétrico. Como apresentando na Ilustração 11 a seguir.
Ilustração 11: Representação do Sistema Eólico

Fonte: (DUTRA, 2007)

2.2.3 Rotor de Eixo Vertical e Horizontal


Segundo Nunes (2003), o rotor é um dos componentes principais do sistema
eólico, por isso seu funcionamento influencia diretamente no rendimento do sistema.
De acordo com Nunes (2003), os rotores de eixo horizontal, são movidos por
forças aerodinâmicas denominadas, forças de arraste e de sustentação. A força de
sustentação atua em sentido de rotação adequada e desejada pelo eixo principal. Já
a força de arraste, atua no sentido contrário, tendendo a reduzir a velocidade das pás
e do eixo rotor.
Segundo Wenzel (2008), o rotor apresenta geralmente, um conjunto de três
pás. Na maioria das máquinas o eixo é o responsável pelo acoplamento do cubo ao
gerador fazendo a transferência da energia mecânica da turbina, e é construído em
aço ou liga metálica de alta resistência. Transmite o torque das pás, as vezes
21
apresentando uma velocidade de rotação baixa sendo necessário aumentar a rotação
utilizando um multiplicador de velocidades de engrenagens.

2.2.4 Torre e Nacele


Segundo a ABDI (2014), a torre sustenta a nacele e o rotor, e os posicionam à
altura de capitação do recurso eólico. As torres são geralmente tubulares, construídas
com aço laminado e concreto, ou treliçadas, feitas com aço galvanizado.
De acordo com o autor, a nacele é a carcaça montada sobre a torre, onde
abriga os equipamentos elétricos e mecânicos do sistema eólico. Tais como,
transmissão e caixa multiplicadora, mecanismos de controle e gerador elétrico.

2.2.5 Sistemas de Controle, Transmissão e Multiplicadores de Velocidade


De acordo com Nunes (2003), as turbinas eólicas mais utilizadas atualmente
utilizam, e necessitam de sistemas de controle de velocidade, ou também chamado
de sistemas de freios. Estes atuam na redução da velocidade das pás e do eixo rotor,
em dias com intensidade de vento excessiva. As turbinas apresentam dois tipos de
sistemas de controle, chamados de controle estol “stall control” e controle de passo
“pitch control”.

As turbinas eólicas apresentam diferentes tipos de controle para frenagem


em velocidades de vento elevadas - são os controles por Estol (Stall) ou
Passo (Pitch). No controle por stall, em altas velocidades de vento, há um
desprendimento do fluxo de vento no perfil aerodinâmico, gerando vórtices e
assim aumentando o arrasto e diminuindo a velocidade angular ou rotação.
Já no controle por pitch, existe um sistema que gira as pás posicionando-as
perpendicularmente ao vento, diminuindo a sustentação aerodinâmica e,
consequentemente, a rotação do rotor. (WENZEL, 2008, p. 16, p.17)

Segundo Nunes (2003), a transmissão que engloba a caixa multiplicadora, tem


como finalidade, transmitir a energia mecânica gerada pelas pás e pelo eixo rotor até
o gerador elétrico. Trata-se de uma estrutura composta por: eixos, mancais,
engrenagens de transmissão e acoplamento.
De acordo com o autor, esta estrutura possui um sistema que compensa a
velocidade da energia vinda do rotor, em uma faixa de 20 a 150 rpm, chamada de

22
caixa multiplicadora, que entrega a energia em condições adequadas para o
funcionamento do gerador elétrico, que trabalha em uma faixa de 1200 a 1500 rpm.

2.2.6 Gerador Elétrico


De acordo com Dutra (2007), a integração dos geradores à um sistema de
conversão, energia mecânica em elétrica, leva-se em consideração fatores
importantes, como, a variação da velocidade dos ventos, exigências de frequência e
tensão na energia final produzida, facilidade de instalação, manutenção, em casos
onde a posição geográfica do sistema eólico é de difícil acesso.
Segundo Marques (2004), os geradores elétricos podem ser classificados como
assíncronos e síncronos, dependendo da maneira com que seu motor trabalha. Os
geradores síncronos caracterizam-se por seu funcionamento ocorrer por meio de
corrente alternada, e sua velocidade é caracterizada por ser em sincronia com a
frequência de alimentação do motor.
De acordo com Marques (2004), os geradores assíncronos, por sua vez,
possuem vantagem por serem capazes de funcionar em corrente alternada, ou
contínua. Por não possuírem sincronismo entre a rotação e a frequência de
alimentação, os geradores assíncronos caracterizam-se por serem mais simples e
robustos, neste caso adiciona-se os condensadores no gerador, afim de reparar a
desigualdade de potência, originadas da falta de sincronia. Em geral, os gerador
assíncrono são considerados muito mais econômicos e possui uma menor
necessidade de manutenção, comparado aos geradores síncronos, além de serem
mais adaptáveis à determinadas aplicações energéticas.
Ressalta Dutra (2007), que cada tipo de gerador possui sua vantagem e
desvantagem, quanto a sua instalação, para que haja um funcionamento adequado e
satisfatório, deve-se solicitar um profissional especializado, pois, é difícil determinar
qual modelo de gerador é mais vantajoso, tudo dependerá de uma análise das
condições de instalação que o sistema irá trabalhar.

23
2.2.7 Emissão de Gases e Ruídos
Segundo Dutra (2001), devido ao seu conjunto de equipamentos, não
proporciona emissão de gases ao meio durante sua operação, desta forma apresenta
vantagens significativas no que se trata de redução, da emissão gases do efeito
estufa, e também na diminuição de CO2 enquanto sua operação, por exemplo, uma
turbina que gera 600 kW, situada em um local de bons ventos, apresentará, conforme
a quantidade de vento e do fator de capacidade, evitando assim a emissão de 20,000
a 36,000 toneladas de CO2, em funcionamento, durante sua vida útil de
aproximadamente 20 anos, em comparação a outros sistemas existentes, entretanto
é um dos mais poluidores durante sua construção.
De acordo com Santos (2006), a geração de ruídos no sistema eólico origina-
se pelo movimento de rotação de seu eixo rotor. Estes que variam de acordo com o
número de pás, e a quantidade de turbinas eólicas em funcionamento. Devido aos
novos requisitos de mercado, e por meio do desenvolvimento tecnológico, e algumas
legislações vigentes, ocorreu um avanço significativo na diminuição dos ruídos.
Segundo Santos (2006), o ruído mecânico, gerado pelo eixo rotor, e pela caixa
multiplicadora de rotação, que funciona na faixa de 1000 a 1500 rpm, onde toda a
vibração é transmitida para as paredes da turbina. De acordo com o autor, os ruído
podem ser também causado pela aerodinâmica das pás, que são influenciadas pela
velocidade do vento.

2.2.8 Impacto Visual e Impacto Sobre a Fauna


Segundo Dutra (2001), estes impactos, quando visuais, tem seu lado positivo e
negativo, apesar que os sistemas eólicos propiciam uma alteração na paisagem
natural, em diversas situações, tem de a atrair turistas, gerando renda, empregos e
promovendo o desenvolvimento na região onde eles estão situados.
Explica o autor, um impacto negativo bastante considerável, dependendo da
localização dos sistemas eólicos, é a interferência eletromagnética, que causam
danos as linhas de transmissão e de comunicação. Quando refere-se aos impactos
sobre a fauna, o principal e importante a se destacar, é o fato de que vários pássaros
diariamente colidem, pela falta de visualização das torres e pás dos sistemas eólicos.

24
2.2.9 Modos de Aplicação dos Sistemas Eólicos
Os sistemas eólicos de geração de energia elétrica, apresentam quatro modos
de instalação, sistemas isolados, sistemas híbridos e sistemas interligados à rede e
sistemas off-Shore. Estes serão apresentados a seguir.

2.2.9.1 Sistemas Isolados


De acordo com Dutra (2007), os sistemas isolados, são adequados para área
mais remotas com difícil acesso das redes elétricas. Possuem em sua configuração,
além do aerogerador, que é a unidade principal, que tem a capacidade de converter a
energia cinética dos ventos em energia elétrica. Possuem mais três equipamentos
auxiliares em sua composição, o banco de baterias, para armazenagem de
eletricidade, o controlador de carga e o inversor. O sistema pode ser visualizado a
Ilustração.

Ilustração 12: Sistema Eólico Isolado

Fonte: (BRITO, 2008)

De acordo com Dutra (2007), o controlador de carga tem como principal


objetivo, impedir que haja uma descarga ou sobrecarga das baterias, assim evitando
que elas sejam danificadas, aumentando sua vida útil. O inversor tem a função de
transformar a corrente contínua, gerada pelo sistema eólico, em corrente alternada,
ideal para o funcionamento de aparelhos eletrônicos.

25
2.2.9.2 Sistemas Interligados à Rede Elétrica
Segundo Santos (2006), os sistemas interligados à rede, podem ser
constituídos pela interligação de dois ou mais aerogeradores, este por sua vez não
necessitam de baterias para armazenamento de energia elétrica, pois toda a energia
gerada pelo sistema é disposta à rede elétrica. Sistema interligado à rede elétrica, na
ilustração 13.

Ilustração 13: Sistema Interligado à Rede Elétrica

Fonte: (MONTEZANO, 2007)

2.2.9.3 Sistemas Off-Shore


De acordo com Dutra (2007), a instalação off-Shore é a que apresenta o maior
custo de instalação e manutenção, de transporte. Este modo de instalação tem
crescido bastante, devido ao esgotamento de áreas de grande potencial em solo.
Segundo Dutra (2001), a indústria eólica tem investido no desenvolvimento
tecnológico das turbinas eólicas off-Shore para uso no mar. Mas o alto valor do
investimento, comparados com os modos de instalação convencionais. Constante
estudo veem sendo realizados para baixar os custos de fundações e cabos para
ligação na rede elétrica. Parque eólico Off-Shore, na ilustração 14.

26
Ilustração 14: Sistema Eólico Off-Shore

Fonte: (MONTEZANO, 2007)

Explica o autor que, o mar, sem dúvida, é o marco alto para o desenvolvimento
da energia eólica.

2.3 Sistema Híbrido Fotovoltaico-Eólico


Sistemas híbridos, são caracterizados por utilizarem duas ou mais fontes de
energia renovável, dentre as fontes as que se sobressaem são a solar e a eólica. O
objetivo dos sistemas híbridos, é produzir o máximo de energia elétrica por meio do
sol e do vento. (GABRIEL FILHO, 2007)
De acordo com Cardim (2012), a principal vantagem dos sistemas híbridos é a
possibilidade do aproveitamento conjugado e otimizado dos recursos disponíveis,
podendo garantir os níveis de qualidade a confiabilidade necessários com redução de
custos de investimento e custos operacionais. A variação da radiação solar ao longo
do dia é praticamente constante, atingindo o seu ponto máximo ao meio dia, e
decrescendo até o sol se por. O comportamento do vento é complementar e possui
elevadas velocidades em dias que a radiação solar for baixa ou inexistente.
Segundo Garcia (2004), os sistemas híbridos são compostos pelos painéis
fotovoltaicos, geradores eólicos, conversores de potência, conversores rotativos,
controladores de carga e de armazenamento de energia, quando o sistema for isolado,
sem conexão à rede elétrica.
Explica Garcia (2004), que os conversores de potência, são responsáveis por
converter a corrente continua, produzida pelo sistema, em corrente alternada. Os
conversores rotativos possuem a mesma função, e ainda, tem a capacidade de alterar

27
a frequência ou fase da corrente alternada, transformar uma corrente monofásica em
trifásica. Na ilustração 15 pode-se ver a configuração de sistema híbrido.

Ilustração 15: Sistema Híbrido Fotovoltaico-Eólico

Fonte: (CARDIM, 2012)

A ilustração 15, apresenta a configuração de um sistema hibrido fotovoltaico-


eólico, composto pelo painel fotovoltaico, gerador eólico e conversores de potência. A
ilustração apresenta também o controlador de carga e banco de baterias, mas para o
sistema que será proposto para este trabalho, estes dois item serão desprezados, já
que se trata de um sistema híbrido fotovoltaico-eólico conectado à rede elétrica.

2.4 Análise de Investimento Payback


De acordo com Gitman (2004), os períodos de payback são comumente
utilizados na avaliação de investimentos. Trata-se do tempo necessário para que o
investidor recupere seu investimento inicial. Quando este método é utilizado na
tomada de decisões de aceitação ou rejeição de projetos, são considerados fatores
quanto a duração do período máximo aceitável de recuperação do investimento.
Quando o tempo de retorno for menor que o período de utilização o projeto é
considerado viável, nos casos em que o tempo for maior o projeto deve ser
considerado inviável.
Explica Zot (2008), que para se calcular o período de payback, em um projeto,
basta dividir o valor do investimento feito, pelo valor do retorno anual. Em alguns
casos, é interessante calcular o saldo acumulado de cada período, que se dá pela

28
divisão do saldo negativo, do início de um período, pelo retorno total obtido no período.
Desta maneira, o payback será o número de períodos que se levou para alcançar
valores positivos. Formula para cálculo de retorno de investimento payback pode ser
observada na ilustração 16.

Ilustração 16: Fórmula Payback

Fonte: (ALVES, 2014)

Explica Gitman (2004), que pode ser considerado uma medida de exposição
ao risco, na maioria das vezes é utilizado como critério de decisão pois se o período
de retorno for alto, deve-se analisar possíveis gastos com manutenção que podem
inviabilizar o investimento.

29
3. METODOLOGIA
A pesquisa realizada até então, pode ser caracterizada pelo tipo descritiva que
para Gil (1991), visa descrever as características de determinada população ou
fenômeno ou estabelecimento de relações entre variáveis. Consiste em técnicas
padronizadas de coleta de dados: questionamento e observação. Sua escolha
ocorreu, pois, o grupo realizará levantamentos de dados e os transcreverá sem
modificá-los de forma considerável.
Quanto a abordagem será utilizada a qualitativa, que de acordo com Gerhardt
(2009), tem como objetivo produzir, explicar e descrever informações aprofundadas e
ilustrativas, sem fazer julgamentos, afim de que suas crenças e preconceitos não
intervenham na pesquisa. Por meio do ambiente natural, encontra-se a fonte direta
para coleta de dados, onde o mesmo serão analisados de forma indutiva. A
abordagem será utilizada, pois, foram pesquisado os modos de aplicação que ambos
os sistemas, eólico e fotovoltaico para um dado edifício de pequeno porte. Sabendo
os modos de aplicação, será identificado os modos de funcionamento dos sistemas,
desde quando os raios do sol incidem sobre as placas fotovoltaicas, e o vento sobre
as pás, até a energia disposta para o consumo em equipamentos elétricos.
Quanto ao método, foi utilizado um estudo de caso. Uma vez que a unidade de
coleta de dados, será um edifício de pequeno porte na cidade de Marau-RS. Trata-se
de um edifício de 5 andares, onde 4 andares é destinado a um escritório de
contabilidade. Onde foi coletado os dados de consumo de energia elétrica do edifício
com proprietário, durante o período de um ano, de 01/09/2016 a 30/08/2017. Quanto
ao custo do sistema, foi obtido junto a empresa que realizou a instalação do sistema,
e com o proprietário.
Neste trabalho também será realizada uma análise de investimento, junto com
uma estimativa de quanta energia o sistema híbrido fotovoltaico-eólico, pode gerar,
por meio do potencial eólico e solar, que serão coletados. Para a análise de
investimento utilizaremos o tempo de retorno do investimento (payback). Que trata-se
do tempo necessário, para que o investidor recupere o seu investimento inicial em um
projeto. Por se tratar de uma análise simples de investimento, foi adotado somente o
critério payback.

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REFERÊNCIAS
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