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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIBRASIL

ENGENHARIA CIVIL

ESTUDO SOBRE O INVESTIMENTO EM PLACAS DE ENERGIA


FOTOVOLTAICAS EM UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE COM CONSUMO
MENSAL ABAIXO DE 600 kWh

CURITIBA
2022
ANDRESA ARAÚJO DA SILVA
JOSÉ EDUARDO DE ALVARENGA SCHNECKEMBERG
LUCAS TADEU FERREIRA DE SOUZA
RAFAEL DAMASCENO

ESTUDO SOBRE O INVESTIMENTO EM PLACAS DE ENERGIA


FOTOVOLTAICAS EM UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE COM CONSUMO
MENSAL ABAIXO DE 600 kWh

Trabalho apresentado à disciplina de Projeto de


Estatística do curso de graduação de Engenharia
Civil do Centro Universitário Unibrasil.

Professor: Nelson Cláudio Siqueira de Luca

CURITIBA
2022
2
RESUMO

O avanço tecnológico da sociedade, o crescimento populacional e a


alta demanda por energia elétrica fazem com que cada dia mais a
busca por fontes de energia alternativas e renováveis seja
necessária. Neste sentido, este estudo tem por finalidade analisar a
viabilidade econômica da implantação de placas de geração de
energia fotovoltaicas em uma empresa de pequeno porte, com
consumo energético abaixo de 600kWh. Para isso demonstramos
como ocorre a transformação de luz solar em eletricidade por meio
de painéis solares fotovoltaicos, os tipos de sistemas encontrados
no mercado, o detalhamento de instalação e funcionamento da
micro usina fotovoltaica. Apresentamos também a questão
legislativa a respeito deste tema, abordando as leis em vigor que se
encontram em andamento no país. E por fim, será demonstrado um
estudo de viabilidade econômica comparando o custo do
investimento no sistema, o valor pago nas tarifas de energia de 24
meses anteriores à instalação das placas e 24 meses posteriores a
instalações das placas. Com estes dados teremos então a
rentabilidade do sistema para que assim possa ser analisado se é
viável ou não a instalação do sistema de geração de energia através
de placas fotovoltaicas em uma empresa com consumo abaixo de
600kWh.

Palavras-chave: Energia renovável. Energia fotovoltaica. Placas


solares. Geração de energia.

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ABSTRACT

The technological advancement of society, population growth and


the high demand for electricity makes the search for alternative and
renewable energy sources increasingly necessary. In this sense, this
aims to analyze the economic feasibility of implementing photovoltaic
energy generation in a small company, with energy below 600kWh.
For this, we demonstrate how a transformation of sunlight into
electricity occurs through photovoltaic solar panels, the types of
systems found on the market, the detailing of installation and
operation of the photovoltaic micro plant. We also present the legal
issue to this topic, addressing how laws in force that are in progress
in the country. Finally, an economic feasibility study will be
demonstrated comparing the months of investment in the system,
the amount paid in energy tariffs for 24 months prior to the installation
of the plates and 24 months after the installation of the plates. With
data we will then have a profitability of the system so that it can be
used for this viable system6 or not an installation of energy
generation through photoelectric plates with a company with a
company.

Keywords: Renewable energy. Photovoltaics. solar boards. Power


generation.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 8

2. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA ENERGIA SOLAR................................. 9

3. ENERGIA SOLAR ................................................................................................ 11


3.1 VANTAGENS E DESVANTAGENS .............................................................. 12
3.2 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA – AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA
ELÉTRICA (ANEEL) ........................................................................................... 13

4. ENERGIA ELÉTRICA ........................................................................................... 15


4.1 GERAÇÃO DISTRIBUÍDA ............................................................................ 15

5. SISTEMAS FOTOVOLTAICOS ............................................................................ 17


5.1 PLACAS FOTOVOLTAICAS......................................................................... 17
5.2 TIPOS DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS................................................... 17
5.3 LEGISLAÇÃO FOTOVOLTAICA NO BRASIL .............................................. 18
5.4 MODALIDADES DE CONSUMO PERMITIDAS PELA REGULAMENTAÇÃO
............................................................................................................................ 19
5.5 GERAÇÃO FOTOVOLTAICA ....................................................................... 19
5.6 ANÁLISE DE INVESTIMENTOS .................................................................. 19

6. INDÚSTRIA E COMÉRCIO COMO MICRO E MINIGERADORES ....................... 20

7. METODOLOGIA ................................................................................................... 20
7.1 DEFINIÇÃO DO AMBIENTE DE ESTUDO ................................................... 21
7.2 SISTEMA FOTOVOLTAICO INSTALADO .................................................... 21
7.3 ANÁLISE DE CONSUMO ENERGÉTICO ANTERIOR À INSTALAÇÃO DAS
PLACAS FOTOVOLTAICAS............................................................................... 21
7.4 ANÁLISE DE GERAÇÃO DE ENERGIA DAS PLACAS FOTOVOLTAICAS 23
7.5 ANÁLISE DE CONSUMO ENERGÉTICO POSTERIOR À INSTALÇÃO DAS
PLACAS FOTOVOLTAICAS............................................................................... 25
7.6 PROCEDIMENTOS PARA CÁLCULO ......................................................... 27
7.7 RENTABILIDADE DO SISTEMA FOTOVOLTAICO ..................................... 28

8. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 29

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 30

10. ANEXOS ............................................................................................................. 32

5
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Valores mensais pagos na tarifa de energia. ......................................... 22

Quadro 2 – Dados estatísticos de consumo energético e valor da tarifa, anterior à


instalação das placas fotovoltaicas. .......................................................................... 22

Quadro 3 – Valores de geração e consumo de energia após instalação das placas


fotovoltaicas .............................................................................................................. 24

Quadro 4 – Valores mensais pagos na tarifa de energia .......................................... 26

Quadro 5 – Dados estatísticos de consumo energético e valor da tarifa, anterior à


instalação das placas fotovoltaicas ........................................................................... 26

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Gráfico de consumo energético e valor da tarifa, anterior à instalação das


placas fotovoltaicas ................................................................................................... 23

Gráfico 2 – Gráfico da geração e consumo de energia após instalação das placas


fotovoltaicas. ............................................................................................................. 25

Gráfico 3 – Gráfico de consumo energético e valor da tarifa, posterior à instalação das


placas fotovoltaicas ................................................................................................... 27

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1. INTRODUÇÃO
O desenvolvimento da sociedade sempre andou junto com o avanço
energético e o alto consumo de energia da atualidade vem causando grandes
preocupações para a humanidade. O aumento populacional ocasiona uma demanda
maior de consumo energético, necessitando desta forma de novas fontes geradoras.
No Brasil, segundo o último Balanço Energético Nacional, publicado pelo
Ministério de Minas e Energias do Governo Federal no ano de 2016, 68% da energia
elétrica é produzida por hidroelétricas. Porém, esta fonte de geração de energia sofre
interferência direta de fatores climáticos, e como vimos nos últimos anos, chuvas
escassas têm ocasionado o baixo nível das represas e o racionamento de energia
elétrica em algumas regiões do país e em muitos casos, nos horários de pico, o
sistema hidroelétrico frequentemente é complementado pelas usinas termoelétricas,
que usam combustíveis fósseis para geração de eletricidade. Porém, o grande
problema deste sistema é que além de altamente oneroso também gera muita
poluição ao meio ambiente.
Observando o território brasileiro, segundo o Atlas Brasileiro de Energia Solar
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, (ABES, 2006), a média de irradiação
solar no país, mesmo nos estados do sul que tem menos índice, é maior que na
maioria dos países europeus, onde projetos para aproveitamento da energia solar são
mais bem difundidos que no Brasil.
Desta forma observa-se o grande potencial brasileiro para a produção de
energia elétrica através do sistema fotovoltaico, e, considerando o atual panorama de
elevados preços da energia elétrica, a perspectiva de incentivos governamentais, a
crescente demanda populacional ou industrial, motivando assim a realização deste
estudo, através do qual será demonstrado a viabilidade econômica da implantação de
um sistema de geração de energia fotovoltaica para empresa de pequeno porte com
consumo abaixo de 600kWh, através dos dados coletados anteriores e posteriores à
instalação das placas, o valor investido e a rentabilidade do sistema.

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2. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA ENERGIA SOLAR

A energia solar fotovoltaica é, por definição, a energia que se obtém via


conversão direta da luz em eletricidade (Efeito Fotovoltaico). Isso só é possível graças
à célula fotovoltaica, cuja fabricação é feita com um material semicondutor, o que
garante que haja tal conversão (PINHO & GALDINO, 2014).
O primeiro estudo conhecido do efeito fotovoltaico se deu em 1839, feito por
Edmond Becquerel através de um experimento aparentemente simples.
Posteriormente, em 1905, a energia fotovoltaica seria objeto de estudo de Albert
Einsten e, em 1958, seria utilizada em um satélite da NASA. Na década seguinte, o
desenvolvimento de células solares com a finalidade de atender as demandas do setor
espacial foi muito significativo em termos de aprimoramento tecnológico.
Cabe destacar, porém, que apesar de terem se desenvolvido células solares
mais eficientes, estas não necessariamente eram mais econômicas. Foi então que as
circunstâncias mundiais mudaram com a primeira crise do petróleo em 1973,
estimulando assim investimentos em pesquisa e desenvolvimento de células solares
com um custo reduzido. Segundo Pinho e Galdino (2014) para que fosse
economicamente viável seria necessário, naquele momento, reduzir até 100 vezes o
custo de produção das células fotovoltaicas em relação ao custo das células usadas
em aplicações espaciais.
A partir da década de 1980, a preocupação com as mudanças climáticas fez
com que cada vez mais investimentos ocorressem, com destaque para a primeira
central solar de grande envergadura instalada na Califórnia em 1982 e para os
programas de telhados solares implementados na Alemanha e posteriormente no
Japão, ambos nos anos 1990 (VÂLLERA & BRITO, 2006).
Enquanto nos anos 1950 o aproveitamento da luz solar em energia elétrica
era de apenas 4,5% a um custo de US$ 1.785/Wp1, em 2015 a eficiência mundial
mais que triplicou para 15%. Além do aumento do percentual de energia solar
convertido em eletricidade, isto é, do aumento da eficiência energética, houve também
uma redução de 1.370 vezes no custo envolvido, passando a ser de US$ 1,30/Wp.
Para que o leitor tenha uma noção da evolução na tecnologia de sistemas
fotovoltaicos, em 2016 já era possível encontrar painéis solares cuja eficiência
energética alcança 23,5% de conversão de energia solar (MME, 2016). O percentual

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de conversão varia de acordo com a tecnologia e o material utilizado na fabricação do
painel escolhido. Por ser de fácil e rápida implementação, além de cada vez mais
proporcionarem uma boa eficiência energética, os painéis fotovoltaicos vêm se
destacando num segmento alternativo à tradicional geração centralizada de energia
elétrica: a Geração Distribuída.

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3. ENERGIA SOLAR

O Sol é uma fonte de energia para a Terra responsável pela manutenção da


vida no Planeta, e a radiação é uma fonte inesgotável que possui um alto potencial de
utilização pelos sistemas de captação para conversão de outra forma de
energia, como a elétrica. Da energia total produzida no interior do Sol, apenas uma
pequena fração chega à Terra, e é essa pequena fração que na superfície do Sol é
transformada de energia nuclear para energia luminosa, que torna a vida terrestre
possível. Pode-se imaginar que essa energia luminosa é composta por pacotes de
pequenas partículas que contém energia e denominados fótons.
Entende-se por energia solar, a energia obtida do Sol, gerada em seu
núcleo, que como ondas eletromagnéticas chega à superfície da Terra, de maneira
direta ou difusa. A diferença em massa é expelida como energia e carregada até a
superfície do Sol, através de um processo conhecido como convecção, e é liberada
em forma de luz e calor. A energia gerada no interior do Sol leva um milhão de anos
para chegar à superfície. Durante este processo 5 milhões de toneladas de energia
pura são liberados.
Dessa forma, o Sol irradia energia por todas as direções e uma pequena
fração atinge a Terra, aquecendo-a e controlando o sistema climático global. O termo
«radiação solar» é usado de forma genérica e pode ser referenciado em termos de
fluxo de potência, quando é especificamente denominado de irradiância solar, ou em
termos de energia por unidade de área, denominado, então, de irradiação solar. Parte
da energia solar que chega à Terra, bate na atmosfera e nas nuvens e retorna para o
espaço. Considerando a radiação solar que chega à superfície terrestre e incide sobre
uma superfície receptora para geração de energia, tem-se que ela é constituída por
uma componente direta e por uma componente difusa.
Em outras palavras, é a fração da radiação solar que atravessa a atmosfera
terrestre sem sofrer qualquer alteração em sua direção original. A difusa é aquela
proveniente de todas as direções e que atinge a superfície após sofrer espalhamento
pela atmosfera terrestre. Destaca-se que ainda que o dia esteja totalmente sem
nuvens, pelo menos 20 % da radiação que atinge a superfície é difusa.

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A exploração dessa energia gerada pelo Sol se apresenta como uma das
alternativas mais promissoras para o desenvolvimento da sociedade no que concerne
à sua demanda energética. A energia solar direta é dividida em cinco grandes grupos:
a) Passiva, onde se insere a arquitetura bioclimática;
b) Ativa, onde se insere o aquecimento e refrigeração solares;
c) Fotovoltaica, para produção de energia elétrica;
d) Geração de energia elétrica a partir de concentradores solares térmicos para
altas temperaturas;
e) Produção de hidrogênio, oxigênio e monóxido de carbono através de um
processo inspirado na fotossíntese (IPCC, 2012).

3.1. VANTAGENS E DESVANTAGENS


Esse modelo de geração de energia é limpo, já que não produz nenhum tipo
de poluição, e é renovável. De acordo com Braga (2008), a vantagem mais clara é
não precisar pagar conta de luz, pois a luz solar é de graça.
Quanto ao sistema fotovoltaicos, a vantagem para os módulos é a
necessidade de mínima manutenção, já que sua vida útil é superior a 25 anos e possui
uma fácil instalação, sem necessidade de peças móveis, desse modo, requer o
mínimo de manutenção, somente limpeza dos painéis. A instalação é simples, não há
consumo algum de combustível, é resistente a condições climáticas externas (granizo,
vento, temperaturas e umidade), não causa impacto ambiental, permite aumentar a
potência instalada através de incorporação de módulos adicionais, gera energia
mesmo em dias nublados (NARUTO, 2017).
Firmino & Souza (2015) enfatizam que além de redução de perdas por
transmissão e distribuição de energia, já que a eletricidade é consumida onde é
produzida, ocorre também a redução de investimentos em linhas de transmissão e
distribuição e fornece maior quantidade de eletricidade nos momentos de maior
demanda (exemplo: uso de ar-condicionado é maior ao meio-dia, e a produção de
energia também é maior neste momento), não exige uma área física dedicada.
As desvantagens são que as células fotovoltaicas necessitam de tecnologia
sofisticadas para a sua fabricação, o custo do investimento ainda é elevado e o
rendimento real de conversão de um módulo é reduzido, face ao custo de investimento
(NARUTO, 2017).

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O custo de rendimento é atrelado ao índice de radiação, temperatura,
quantidade de nuvens, dentre outros e um painel solar consome uma quantidade
enorme de energia para ser fabricado, sendo que a energia para a fabricação de um
painel solar pode ser maior do que a energia gerado por ele (SHAYANI, 2006).
Outro ponto que se trata de uma desvantagem, são que as formas de
armazenamento da energia solar são pouco eficientes quando comparadas, por
exemplo, aos combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás) a energia hidrelétrica
(água) e a biomassa (bagaço da cana ou bagaço da laranja) (TORRES, 2012).

3.2. LEGISLAÇÃO BRASILEIRA – AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA


(ANEEL)
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), autarquia em regime
especial vinculada ao Ministério de Minas e Energia, foi criada para regular o setor
elétrico brasileiro, por meio da Lei n 9.427/1996 e do Decreto n 2.335/1997. O sistema
de compensação de energia elétrica, segundo a resolução, é definido como o sistema
no qual a energia ativa gerada por unidade consumidora com microgeração e
minigeração distribuída compensa o consumo de energia elétrica ativa. O consumo a
ser faturado, referente à energia elétrica ativa, é a diferença entre a energia
consumida e a injetada. Além disso, a resolução cita que os custos de eventuais
melhorias ou reforços no sistema de distribuição em função exclusivamente da
conexão de microgeração distribuída, como por exemplo a adequação do medidor de
energia, não devem fazer parte do cálculo da participação financeira do
consumidor, sendo integralmente arcados pela distribuidora.
Com a edição da Resolução Normativa ANEEL nº 482, de 17 de abril de 2012,
a ANEEL favoreceu a ampliação da geração de energia solar fotovoltaica em unidades
consumidoras. De acordo com a ANEEL (2012), essa normativa que estabelece as
condições gerais para o acesso de microgeração e minigeração distribuída aos
sistemas de distribuição de energia elétrica, criando o sistema de compensação de
energia, no qual injeta-se a energia produzida na rede, sendo tal energia abatida do
consumo da própria unidade ou de outra do mesmo titular.
Conforme a ANEEL (2012), as normas restringem a contratação de geração
distribuída pelas distribuidoras somente a empreendimentos de agentes
concessionários, permissionários e autorizados, não prevendo expressamente a

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compra de unidades consumidoras que instalem painéis solares fotovoltaicos para
consumo e injetem o excedente de energia na rede.
Segundo a resolução 687 da ANEEL (2015), que complementa a resolução
anterior 482/12, vigente desde 1 de março de 2016, permite o uso de qualquer fonte
renovável, além da cogeração qualificada, denominando-se microgeração distribuída
a central geradora com potência instalada até 75 quilowatts (KW) e minigeração
distribuída aquela com potência acima de 75 kW e menor ou igual a 5 MW (sendo 3
MW para a fonte hídrica), conectadas na rede de distribuição por meio de instalações
de unidades geradoras. Quando a quantidade de energia gerada em determinado mês
for superior à energia consumida naquele período, o consumidor fica com créditos que
podem ser utilizados para diminuir a fatura dos meses seguintes.
Ainda de acordo com a resolução da ANEEL (Agência Nacional de Energia
Elétrica, 2015) 687/15 as novas regras, o prazo de validade dos créditos passou de
36 para 60 meses, sendo que eles podem também ser usados para abater o consumo
de unidades consumidoras do mesmo titular situadas em outro local, desde que na
área de atendimento de uma mesma distribuidora. Esse tipo de utilização dos créditos
foi denominado “autoconsumo remoto”.
Caso a energia injetada na rede seja superior à consumida, cria-se um “crédito
de energia” que não pode ser revertido em dinheiro, mas pode ser utilizado para abater
o consumo da unidade consumidora nos meses subsequentes ou em outras unidades
de mesma titularidade (desde que todas as unidades estejam na mesma área de
concessão), com validade de 60 meses (ANEEL, 2015).
Um exemplo é o da microgeração por fonte solar fotovoltaica: de dia, a “sobra”
da energia gerada pela central é passada para a rede; à noite, a rede devolve a
energia para a unidade consumidora e supre necessidades adicionais. Portanto, a
rede funciona como uma bateria, armazenando o excedente até o momento em que
a unidade consumidora necessite de energia proveniente da distribuidora (ANEEL,
2015).

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4. ENERGIA ELÉTRICA

A energia elétrica é baseada na produção de diferenças de potencial elétrico


entre dois pontos. Com isso, os elétrons se movem entre esses pontos criando uma
corrente elétrica. Ela pode ser utilizada em diversos equipamentos de uso doméstico
e industrial e é gerada principalmente através das águas, sol e vento. No Brasil, a
maior parte de energia elétrica gerada vem das usinas hidrelétricas.
O processo de geração de energia elétrica consiste na conversão de outra
forma de energia em energia elétrica, principalmente a partir da energia cinética. A
distribuição, a partir das usinas, ocorre através dos elétrons encontrados nos
condutores das linhas de transmissão.
Segundo Cavalcante (2017), energia elétrica é a capacidade de uma corrente
elétrica realizar trabalho. A mesma pode ser obtida através de meios químicos, físicos
ou mecânicos. A energia se concebe quando há diferença de potencial entre dois
pontos de um condutor, gerando assim uma corrente elétrica. A carga, é uma
propriedade das partículas elementares que compõe o átomo, onde a carga chamada
próton é positiva, localizadas no núcleo do átomo e a chamada elétron é negativa,
localizadas na eletrosfera região ao redor do núcleo. Também faz parte de um átomo
os elétrons que são localizados no núcleo, porém não possui carga.
Segundo Mattede (2017), a tensão é a diferença de Potencial (DDP) entre
dois pontos, ou seja, é a força necessária para movimentar os elétrons e criar assim
uma corrente elétrica, esta DDP pode gerar uma queda de tensão ou uma fonte de
tensão. Ele afirma que a corrente é o fluxo de carga, é relatado pelo número de carga
por unidade de tempo, passando através de uma seção. Os objetos carregados se
movem em respostas as forças elétricas e magnéticas, provenientes de campos
elétrico ou magnético. A corrente é gerada por uma pequena mudança na carga para
uma pequena mudança no tempo.

4.1 GERAÇÃO DISTRIBUÍDA


A geração distribuída é a geração e armazenamento de energia elétrica em
pequena escala, mais próximo ao centro de carga, com opção de interagir, ou
seja, comprar ou vender com a rede, e, em alguns casos, considerando a máxima
eficiência energética. Denomina-se GD como um tipo de geração elétrica que se

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diferencia da realizada pela geração centralizada por ocorrer em locais em que não
seria instalada uma usina geradora convencional, contribuindo assim para aumentar
a distribuição geográfica da geração de energia elétrica em determinada região.
A difusão da geração distribuída foi facilitada pelo progresso tecnológico
mundial no campo da computação, resultando em controle e processamento de dados
mais rápido e mais barato, e no campo das telecomunicações, oferecendo maior
rapidez e menor custo na transmissão de maior volume de informação.
No Brasil, identificam-se diversos fatores que contribuem de forma positiva
para o incremento da geração distribuída. Registra-se que foram políticas públicas de
incentivo ao mercado de energia solar que deram destaque ao Brasil nesse setor. No
mesmo sentido o progressivo crescimento e aperfeiçoamento de tecnologias para
exploração de energia a partir de fontes renováveis e o baixo valor econômico da
venda dessa energia em eventuais leilões, também é fator relevante. Outro aspecto é
a conscientização acerca dos problemas ambientais por meio da promoção de
soluções que reduzem as agressões ao meio ambiente na geração de energia.

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5. SISTEMAS FOTOVOLTAICOS

Sistemas fotovoltaicos são constituídos por um conjunto de equipamentos


interligados em sistema, que tem a finalidade de fazer a conversão da energia
fornecida pelo sol, em energia elétrica, esses sistemas são possíveis por meio das
células fotovoltaicas, as células fotovoltaicas, são responsáveis pela conversão direta
da luz solar em corrente elétrica.
Os sistemas fotovoltaicos têm atraído cada vez mais adeptos, com a
descoberta e desenvolvimento de novas tecnologias, o sistema fotovoltaico vem se
tornando mais acessível, e pode ser instalado em residência, empresas e no
campo, configurando a geração descentralizada, mas também permite o arranjo de
vários módulos para se ter uma usina solar, se dando assim a geração centralizada
de energia elétrica. As células fotovoltaicas funcionam de forma que os fótons
incidentes, colidem com os átomos dos materiais semicondutores, fazendo assim que
os elétrons sejam deslocados. E esse movimento ordenado de elétrons forma a
corrente elétrica (COMETTA, 1978).

5.1 PLACAS FOTOVOLTAICAS


As placas fotovoltaicas são constituídas pelos módulos fotovoltaicos, que por
sua vez são constituídas pelas células fotovoltaicas. Existem diversas tecnologias de
produção de células e módulos fotovoltaicos, as principais são as de silício
monocristalino (m-Si) e o silício policristalino (p-Si), somente essas duas tecnologias
juntas são responsáveis por mais de 85% do mercado de geração fotovoltaica.

5.2 TIPOS DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS


Existem dois tipos de sistemas fotovoltaicos, os conectados à rede (on grid),
e os autônomos (off grid). Ressalta-se que cada tipo de sistema deve ser instalado de
acordo com as condições necessárias para cada projeto, tendo suas vantagens e
desvantagens.
Sistema on grid, normalmente encontrados em residências ou usinas
fotovoltaicas, sistemas fotovoltaicos conectados à rede, além de utilizar de fontes
renováveis de energia também ajudam na redução de investimentos na rede elétrica
e melhoram o serviço de distribuição, pois os sistemas fotovoltaicos distribuídos pelas

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residências atuam como uma geração distribuída e não centralizada. (ANEEL, 2012).
Esses sistemas conectados à rede podem ser centralizados, quando esses
apresentam uma potência instalada de grande porte com a finalidade de abastecer
várias unidades consumidoras, ou podem ser descentralizadas, que é o caso das
residências, onde o sistema gera energia para a própria unidade consumidora. Essa
energia gerada pelo sistema fotovoltaico, inserida na rede de distribuição elétrica, é
medida através de um medidor de energia bidirecional que durante as horas de
geração conta os créditos em energia inseridos na rede, e nas horas que o sistema
não produz energia, registra o consumo da unidade, dessa forma fazendo a
compensação na conta final a ser paga à concessionária
Sistema off grid, é utilizado em casos de bombeamento de água, antenas de
comunicação e eletrificação de locais com difícil acesso, toda a energia produzida pelo
sistema fotovoltaico deve atender as necessidades do sistema, tendo em vista que
esse tipo de sistema é utilizado em lugares remotos, onde não há a possibilidade de
conexão com a rede elétrica (ABELLA, 2005). Essa energia produzida deverá passar
por um regulador e ser armazenada em baterias, que poderão ser utilizados nas horas
em que as placas não estiverem gerando energia.

5.3 LEGISLAÇÃO FOTOVOLTAICA NO BRASIL


A Resolução Normativa - REN n° 482/2012 de 17 de abril de 2012, permitiu
os consumidores de energia conectarem à rede fontes de geração elétrica alternativas
renováveis, solar, eólica, biomassa, hidráulica ou ambas ao mesmo tempo. Segundo
a normativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL², 2017) tem-se dois
grupos de geração, os de microgeração e os de minigeração.
O grupo de microgeração poderia gerar até 100 KW de potência e os
minigeradores de 100 KW até 1MW. Caso os valores produzidos pelo sistema
excederem o consumo da unidade consumidora eles podem ser abatidos em uma
outra unidade consumidora do mesmo titular gerador. Em 24 de novembro de 2015
houve uma retificação da norma 482, sendo substituída agora pela Resolução
Normativa n° 687 que modificou as potencias de micro e minigeração e criou
modalidades de consumo. Quanto as potências, a microgeração passaram de no
máximo 100 kW para 75 kW, e na minigeração de 100 kW a 1 mW, para 75 kW a 5
mW.

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5.4 MODALIDADES DE CONSUMO PERMITIDAS PELA REGULAMENTAÇÃO
Empreendimento com múltiplas unidades consumidoras, podem usar de
fontes renováveis de energia elétrica desde que todas essas unidades estejam
localizadas no mesmo empreendimento em que o sistema gerador estiver instalado;
Geração compartilhada, onde se tem a associação de consumidores por meio de um
consórcio ou cooperativa, que pode ser composta por pessoas físicas ou jurídicas
geradoras de energia, que distribuem essa energia em locais diferentes onde essa
energia será abatida; Autoconsumo remoto, que possibilita para pessoas jurídicas ou
físicas consumirem a energia excedente gerada pelos seus sistemas, em unidades
que estão na mesma área de concessão ou permissão.

5.5 GERAÇÃO FOTOVOLTAICA


Tendo o sol como principal item do sistema, a geração fotovoltaica depende
de três fatores, a área de captação, o tempo de exposição e a de irradiação solar no
ponto em que o sistema está instalado, a irradiação solar na terra, foi medido por
satélites meteorológicos, para se obter uma média desse valor em W/m².
A irradiação solar como sendo um dos principais fatores na geração
fotovoltaica, recebe muitos estudos, com objetivo de se obter valores cada vez mais
refinados sobre essa grandeza física que chega em nosso planeta.

5.6 ANÁLISE DE INVESTIMENTOS


Para análise econômico-financeira, será utilizado o método de payback e o
método de valor presente (VPL), os quais trazem uma análise de viabilidade e tempo
de retorno no investimento em um sistema fotovoltaico. O investimento inicial se dá
pela solução completa do sistema fotovoltaico, e o seu fluxo de caixa é o valor
economizado com o sistema. Na análise do método de valor presente, um desconto
referente a taxa de juros será aplicado no cálculo, fazendo assim uma projeção em
cima de alguma taxa de juros, podendo ser a taxa média da inflação, ou a taxa de um
financiamento utilizado para adquirir o sistema. Ou, ainda, é uma técnica usada para
análise de projetos. É obtido calculando-se o valor presente de uma série de fluxos de
caixa com base em uma taxa de custo de oportunidade conhecida e subtraindo-se o
investimento inicial.

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6. INDÚSTRIA E COMÉRCIO COMO MICRO E MINIGERADORES

Por se tratar de dois setores da economia que consomem muita energia, a


adesão de geração distribuída de energia solar fotovoltaica em estabelecimentos
industriais e comerciais impacta diretamente o nível de energia solar que compõe a
matriz energética do país. Estes representam, respectivamente, 37% e 22% da
capacidade instalada total (todos os tipos de fonte inclusos) de Geração Distribuída
no país, de acordo com dados de julho de 2017. A principal fonte de geração
distribuída no Brasil é a solar fotovoltaica (67,98% do total de potência instalada, o
que pode indicar que talvez boa parte da GD feita por indústrias e comércios também
utilize a fonte UFV.

7. METODOLOGIA

Este trabalho foi desenvolvido por meio de monografias e artigos, com o


intuído de analisar a viabilidade da implantação da energia solar para uma empresa
de pequeno porte, visando descrever detalhadamente o dimensionamento do sistema
fotovoltaico. A pesquisa bibliográfica procura explicar e discutir um tema com base em
referências teóricas publicadas em livros, revistas, periódicos e outros. Busca
também, conhecer e analisar conteúdos científicos sobre determinado tema
(MARTINS, 2001).
Este tipo de pesquisa tem como finalidade colocar o pesquisador em contato
direto com tudo o que foi analisado sobre determinado assunto (MARCONI;
LAKATOS, 2010). Desta forma a pesquisa bibliográfica não é apenas uma mera
repetição do que já foi dito ou escrito sobre determinado assunto, mas sim proporciona
o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a conclusões
inovadoras.
Quanto ao tipo de pesquisa, identifica-se o delineamento como estudo de
caso, com objetivos de caráter exploratório e descritivo, assim como de uma
abordagem qualitativa. Iremos analisar criticamente os dados coletados, ou seja, ler e
interpretar para chegar a conclusões a partir de estudos observacionais. Bem como
na elaboração dos resultados, a viabilidade econômica de um sistema fotovoltaico
para uma pequena empresa.

20
7.1 DEFINIÇÃO DO AMBIENTE DE ESTUDO

O local de pesquisa está situado na cidade de Pinhais, região metropolitana


de Curitiba-PR. A empresa atua na área de projetos de estruturas em concreto armado
e alvenaria estrutural. Seu grupo é composto oito pessoas que utilizam computadores
durante todo o período de trabalho. Frequentemente são utilizados aparelhos elétricos
como ar-condicionado, micro-ondas e cafeteira elétrica. O estado do Paraná está
localizado na região sul do Brasil e não dispões de grande potencial para uso da
energia solar, sendo então a análise de viabilidade econômica, o objetivo do estudo.

7.2 SISTEMA FOTOVOLTAICO INSTALADO


O tipo de sistema instalado foi o on grid, onde a energia produzida é fornecida
para a rede de distribuição da concessionária, sendo medida pelo relógio da empresa
para posterior desconto. Neste sistema a energia consumida pela empresa vem
diretamente da concessionária e ao final é deduzida do consumo a energia produzida.
Neste tipo de sistema não é utilizado banco de baterias para armazenamento
de energia, tornando-o um sistema mais barato que o off grid. O sistema off grid não
é ligado na rede pública e a energia produzida é armazenada em bancos de baterias.
O grande problema deste modelo é que periodicamente o banco de baterias deve ser
substituído, e por se tratar de material que contém metais pesados é menos ecológico,
e ainda, deve ser levado em conta o alto custo de substituição destas baterias.

7.3 ANÁLISE DE CONSUMO ENERGÉTICO ANTERIOR À INSTALAÇÃO DAS


PLACAS FOTOVOLTAICAS
Nos quadros seguintes, temos os valores de consumo energético dos 24
meses anteriores à instalação das placas fotovoltaicas, o valor pago na tarifa e os
dados estatísticos e gráficos destes meses.

21
QUADRO 1: VALORES MENSAIS PAGOS NA TARIFA DE ENERGIA.

Mês Consumo Valor Pago


out/18 550 kWh R$ 530,17
nov/18 530 kWh R$ 501,56
dez/18 540 kWh R$ 479,52
jan/19 450 kWh R$ 375,86
fev/19 590 kWh R$ 491,32
mar/19 540 kWh R$ 445,99
abr/19 480 kWh R$ 397,06
mai/19 700 kWh R$ 574,92
jun/19 650 kWh R$ 535,50
jul/19 650 kWh R$ 540,78
ago/19 630 kWh R$ 545,10
set/19 710 kWh R$ 627,08
out/19 640 kWh R$ 556,22
nov/19 560 kWh R$ 486,26
dez/19 560 kWh R$ 487,20
jan/20 430 kWh R$ 357,07
fev/20 630 kWh R$ 510,37
mar/20 570 kWh R$ 473,56
abr/20 510 kWh R$ 424,97
mai/20 500 kWh R$ 415,68
jun/20 600 kWh R$ 493,29
jul/20 560 kWh R$ 454,94
ago/20 570 kWh R$ 450,16
set/20 620 kWh R$ 488,78
FONTE: OS AUTORES.

QUADRO 2: DADOS ESTATÍSTICOS DE CONSUMO ENERGÉTICO E VALOR DA TARIFA,


ANTERIOR À INSTALAÇÃO DAS PLACAS FOTOVOLTAICAS.
Consumo Valor Pago
Tamanho da amostra 24 24
Valor Mínimo 430 kWh R$ 357,07
Valor Máximo 710 kWh R$ 627,08
Amplitude 280 kWh R$ 270,01
Média Aritmética 573,8 kWh R$ 485,14
R$
Desvio Padrão 70,6 kWh
62,56
Variância 4981,8 kWh R$ 3.913,56
Mediana 565 kWh R$ 487,99
Moda 560 Amodal
FONTE: OS AUTORES.

22
GRÁFICO 1: GRÁFICO DE CONSUMO ENERGÉTICO E VALOR DA TARIFA, ANTERIOR À
INSTALAÇÃO DAS PLACAS FOTOVOLTAICAS.

FONTE: OS AUTORES.

7.4 ANÁLISE DE GERAÇÃO DE ENERGIA DAS PLACAS FOTOVOLTAICAS


Nos quadros seguintes, temos os valores de mensais de geração de energia
das placas fotovoltaicas, o consumo mensal dos meses pós instalação das placas e o
gráfico estatísticos destes meses, para que possamos analisar se a geração de
energia foi suficiente para suprir a demanda no respectivo mês.

23
QUADRO 3: VALORES DE GERAÇÃO E CONSUMO DE ENERGIA APÓS INSTALAÇÃO DAS
PLACAS FOTOVOLTAICAS.

Mês Geração Consumo


out/20 389 kWh 560 kWh
nov/20 478 kWh 520 kWh
dez/20 491 kWh 530 kWh
jan/21 502 kWh 460 kWh
fev/21 529 kWh 550 kWh
mar/21 415 kWh 630 kWh
abr/21 385 kWh 580 kWh
mai/21 398 kWh 610 kWh
jun/21 328 kWh 660 kWh
jul/21 427 kWh 700 kWh
ago/21 339 kWh 680 kWh
set/21 348 kWh 612 kWh
out/21 385 kWh 500 kWh
nov/21 536 kWh 344 kWh
dez/21 471 kWh 318 kWh
jan/22 498 kWh 268 kWh
fev/22 527 kWh 345 kWh
mar/22 415 kWh 343 kWh
abr/22 368 kWh 321 kWh
mai/22 403 kWh 396 kWh
jun/22 305 kWh 516 kWh
jul/22 476 kWh 403 kWh
ago/22 349 kWh 439 kWh
set/22 308 kWh 525 kWh
FONTE: OS AUTORES.

24
GRÁFICO 2: GRÁFICO DA GERAÇÃO E CONSUMO DE ENERGIA APÓS INSTALAÇÃO DAS
PLACAS FOTOVOLTAICAS.

FONTE: OS AUTORES.

7.5 ANÁLISE DE CONSUMO ENERGÉTICO POSTERIOR À INSTALAÇÃO DAS


PLACAS FOTOVOLTAICAS
Nos quadros seguintes, temos os valores de consumo energético dos 24
meses posteriores à instalação das placas fotovoltaicas, o valor pago na tarifa e os
gráficos estatísticos destes meses, para que possamos analisar a redução real no
valor pago comparado com a quantidade de energia gerada.

25
QUADRO 4: VALORES MENSAIS PAGOS NA TARIFA DE ENERGIA.

Mês Consumo Valor Pago


out/20 560 kWh R$ 381,26
nov/20 520 kWh R$ 210,10
dez/20 530 kWh R$ 163,85
jan/21 460 kWh R$ 151,53
fev/21 550 kWh R$ 142,20
mar/21 630 kWh R$ 163,58
abr/21 580 kWh R$ 140,41
mai/21 610 kWh R$ 148,69
jun/21 660 kWh R$ 280,56
jul/21 700 kWh R$ 217,15
ago/21 680 kWh R$ 241,27
set/21 612 kWh R$ 256,52
out/21 500 kWh R$ 371,13
nov/21 344 kWh R$ 224,56
dez/21 318 kWh R$ 152,07
jan/22 268 kWh R$ 148,04
fev/22 345 kWh R$ 154,54
mar/22 343 kWh R$ 153,19
abr/22 321 kWh R$ 150,61
mai/22 396 kWh R$ 139,36
jun/22 516 kWh R$ 305,93
jul/22 403 kWh R$ 229,08
ago/22 439 kWh R$ 211,31
set/22 525 kWh R$ 276,60
FONTE: OS AUTORES.

QUADRO 5: DADOS ESTATÍSTICOS DE CONSUMO ENERGÉTICO E VALOR DA TARIFA,


ANTERIOR À INSTALAÇÃO DAS PLACAS FOTOVOLTAICAS.

Consumo Valor Pago


Tamanho 24 24
Mínimo 268 kWh R$ 139,36
Máximo 700 kWh R$ 381,26
Amplitude 432 kWh R$ 241,90
Média Aritmética 570,9 kWh R$ 208,90
Desvio Padrão 64,9 kWh R$ 70,88
Variância 4214,3 kWh R$ 5.023,69
Mediana 565 kWh R$ 186,98
Moda 560 Amodal
FONTE: OS AUTORES.

26
GRÁFICO 3: GRÁFICO DE CONSUMO ENERGÉTICO E VALOR DA TARIFA, POSTERIOR À
INSTALAÇÃO DAS PLACAS FOTOVOLTAICAS.

FONTE: OS AUTORES.

7.6 PROCEDIMENTOS PARA CÁLCULO


Para a realização da análise de viabilidade, foram utilizados todos os dados
estatísticos de 24 meses anteriores e 24 meses posteriores à instalação das placas.
Estes dados foram comparados com o valor do investimento para instalação, que teve
o custo total de R$ 24.600,00, com garantia de 25 anos de vida útil das placas.
Analisando os dados de geração, é possível verificar que nos 24 meses após
a instalação das placas, foram gerados no total 10.070kWh, sendo a média mensal
de aproximadamente 420kWh.
Analisando os 24 meses valores pagos anterior à instalação das placas,
temos uma média mensal de R$ 485,14 e após a instalação das placas esta média
teve uma redução de valor para R$ 208,90.
Com todo o sistema fotovoltaico estudado e todos os dados levantados,
podemos assim calcular o quanto de economia para a empresa o sistema fotovoltaico
irá proporcionar, fazendo uma comparação entre as médias anteriores e posteriores
a instalação das placas fotovoltaicas, e o mais importante, quanto tempo a empresa
27
levará para que se tenha um retorno do investimento realizado, conforme a equação
1:
T = G / ( VMp – Vma )

Onde:
T = Tempo, em meses, de retorno do investimento;
G = Gasto total para instalação das placas fotovoltaicas;
VMp = Valor médio, em reais, posterior a instalação das placas fotovoltaicas;
VMa = Valor médio, em reais, anterior a instalação das placas fotovoltaicas;

Portanto:
T = 24.600,00 / ( 485,14 – 208,90 )
T ≈ 89 meses

7.7 RENTABILIDADE DO SISTEMA FOTOVOLTAICO


Tendo em vista o retorno de investimento como um indicador importante no
momento de aquisição de um sistema fotovoltaico, outro fator interessante a ser
analisado é, também, a rentabilidade do projeto. Através da equação 2, é possível
chegar a taxa de rentabilidade para o sistema fotovoltaico em questão.
No cenário atual, a relevância do retorno obtido investindo em energia solar é
muito importante frente às outras aplicações financeiras. A rentabilidade de um
sistema fotovoltaico pode ir de 10% a 50% ao ano, dependendo do tamanho do
sistema e do valor da tarifa (SOLAR, 2017).

R = Em / G

Onde:
R = Rentabilidade do sistema;
Em = Economia em um ano;
G = Gasto total para instalação das placas fotovoltaicas;

Portanto:
R = 276,24 * 12 / 24.600
R = 0,1348 = 13,48 %.
28
CONCLUSÃO

A conversão de energia solar em energia elétrica utilizando células


fotovoltaicas se tornou uma alternativa muito viável, pois utiliza uma fonte de energia
inesgotável se considerada a escala de tempo terrestre. Além de utilizar apenas a luz
solar para gerar energia elétrica, os módulos fotovoltaicos não precisam ser
localizados em áreas específicas, não geram ruídos durante o processo de conversão
e podem ser acoplados em edificações.
Com o objetivo inicial de analisar a viabilidade um sistema fotovoltaico como
alternativa de geração de energia e que suprisse as necessidades de uma empresa
de pequeno porte, foi proposto neste trabalho todo o detalhamento desse projeto
diante dos cálculos, investimento e taxa de retorno do sistema para se chegar à
conclusão de que a execução do projeto é viável devida à sua rentabilidade.
Tendo um investimento inicial de R$ 24.600,00 para aquisição dos módulos
fotovoltaicos e acessórios do sistema, a capacidade de geração, nos dois primeiros
anos, foi de 10.070 kWh, resultando em uma economia inicial de R$ 6,629,82. O
tempo retorno de investimento calculado é de aproximadamente 7,4 anos, dentro dos
padrões esperados para um sistema solar para empresa de pequeno porte, com
consumo médio inferior a 600 kWh.
Por se tratar de uma empresa de pequeno porte, com baixo consumo se
comparado a grandes empresas, o tempo de retorno se torna bem superior. Desse
modo, vale ressaltar que quanto maior for o consumo energético de uma empresa,
maior viabilidade terá sistema fotovoltaico.
O investimento no sistema fotovoltaico conectado à rede elétrica, portanto,
torna-se uma opção muito viável devido ao cenário energético atual do país. Além
disso, a microgeração distribuída teve grande crescimento nos últimos anos, sendo
um cenário favorável para esse tipo de sistema, pois a inserção de fontes renováveis
de energia a partir de fonte de energia renováveis na matriz energética mundial tem
sido cada vez mais necessária devido ao aumento do consumo de energia elétrica e
dos problemas ambientais causados principalmente pela queima de combustíveis
fósseis.

29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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da implantação de micro usina fotovoltaica em residência unifamiliar. Disponível
em: < http://dspace.doctum.edu.br:8080/xmlui/handle/123456789/469>. Acesso em:
02 nov. 2022.

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para o acesso de microgeração e mineração distribuída aos sistemas de distribuição
de energia elétrica, o sistema de compensação de energia elétrica, e dá outras
providencias. ANEEL, 2012.

ANEEL. Resolução N°687, de 24 de novembro de 2015. Altera a Resolução


Normativa nº 482, de 17 de abril de 2012, e os Módulos 1 e 3 dos Procedimentos de
Distribuição – PRODIST.

BURATTO, HARGATON; DOMINGOS, MAURICIO. Viabilidade econômico-


financeira de um sistema fotovoltaico residencial: estudo de caso em
Tubarão/SC. Disponível em: <
https://repositorio.animaeducacao.com.br/bitstream/ANIMA/4458/1/TCC%20Hargato
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https://brasilescola.uol.com.br/fisica/corrente-eletrica.htm>. Acesso em: 14 nov. 2022.

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MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Metodologia científica. São Paulo, SP: Atlas,


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MATAVELLI, AUGUSTO CESAR. Geração De Energia Elétrica Utilizando Células


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<https://sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2013/MEQ13015.pdf>. Acesso
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30
MATTEDE, Henrique. Tensão elétrica x Voltagem. Mundo da Elétrica. Disponível
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14 nov. 2022.

NARUTO, D. T. Vantagens e desvantagens da geração distribuída e estudo de


caso de um sistema solar fotovoltaico conectado à rede elétrica. Trabalho de
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TORRES, L. C. G. Células solares para uso espacial. Curso de Introdução à


Tecnologia de Satélites – CSE 200-4. São José dos Campos: Inpe, 2012.

VÂLLERA, A. M., & BRITO, M. C. Meio Século de História Fotovoltaica. Gazeta de


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VIDAL, ADRIANA LOPES. Energia Solar no Brasil: Geração distribuída nos


setores comercial e industrial. Disponível em:
<https://pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/4710/1/Monografia%202017.1%20-
%20Adriana%20Lopes%20Vidal.pdf>. Acesso em: 02 nov. 2022.

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Centro Universitário Unibrasil
Curso de Engenharia Civil
Projeto de Estatística

TERMO DE ADMISSIBILIDADE

Aluno(s): Andresa Araujo da Silva

José Eduardo de Alvarenga Schneckemberg

Lucas Tadeu Ferreira de Souza

Rafael Damasceno

Título do Projeto: ESTUDO SOBRE O INVESTIMENTO EM PLACAS DE


ENERGIA FOTOVOLTAICAS EM UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE COM
CONSUMO MENSAL ABAIXO DE 600 kWh.

Orientador(a): Prof° Nelson Cláudio Siqueira de Luca.

Juízo de admissibilidade do trabalho de conclusão de curso: O


trabalho apresenta aptidão para defesa perante banca examinadora

APTO NÃO APTO

( ) ( )

Curitiba, XX de novembro de 2022.

Assinatura do Professor(a) Orientador(a)


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