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INSTALAÇÕES ELECTRICAS II
Luanda/2019
REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DO ENSINO SUPERIOR
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO INTERNACIONAL DE ANGOLA
INSTALAÇÕES ELECTRICAS II
3ᴼ Ano
Turno: Pós-laboral
Luanda/2019
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INTEGRANTES DO GRUPO
Calisto Miguel V. Ndahafa……………………………………...………201717130
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Conteúdo
INTEGRANTES DO GRUPO ........................................................................................ 3
INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 5
A GESTAO DE ENERGIA ELÉCTRICA – CONTEXTUALIZAÇÃO ............................... 6
ALTERAÇÃO DA NATUREZA DAS CARGAS .......................................................... 6
MAIOR EXIGÊNCIA DOS PROCESSOS .................................................................. 7
MAIOR EXIGÊNCIA DOS CLIENTES ....................................................................... 7
QUESTÕES AMBIENTAIS ........................................................................................ 7
DIVERSIFICAÇÃO DAS FONTES DE ENERGIA PRIMÁRIAS ................................. 8
INTRODUÇÃO DO ARMAZENAMENTO DE ENERGIA ELÉCTRICA ....................... 8
INCERTEZA ASSOCIADA AOS INVESTIMENTOS NO SECTOR ............................ 8
AS REACÇÕES DO SECTOR ...................................................................................... 9
DIAGRAMA DE VARIAÇÃO DA DEMANDA ELÉCTRICA .......................................... 10
DEMANDA MAXÍMA E DEMANDA MÉDIA ................................................................. 11
DEMANDA MÁXIMA ............................................................................................... 12
DEMANDA MÉDIA .................................................................................................. 12
DEMANDA ELÉCTRICA NO CONTEXTO NACIONAL ........................................... 13
PROGNÓSTICO DO CONSUMO GLOBAL DE ENERGIA ......................................... 14
PROGNÓSTICO ELÉCTRICO NACIONAL ATÉ 2025 ............................................ 15
ENERGIAS RENOVAVEIS...................................................................................... 15
METODOS DE CRESCIMENTO DOS CONSUMIDORES .......................................... 16
CONTEXTO NACIONAL - CARACTERIZAÇÃO ..................................................... 16
INDUSTRIALIZAÇÃO DO PAÍS .............................................................................. 18
CONCLUSÃO ............................................................................................................. 20
CONCLUSÕES GERAIS ......................................................................................... 20
CONCLUSÕES ESPECIFICAS – CONTEXTO NACIONAL .................................... 20
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 21
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INTRODUÇÃO
A energia é um insumo crítico na operação das organizações, qualquer que seja o
sector ou actividade económica à qual elas pertencem. Portanto, os atores
económicos devem buscar o seu uso sustentável em toda a cadeia de fornecimento,
desde a obtenção de matérias-primas até a reciclagem de materiais e produtos
descartados.
Além dos aspectos económicos associados ao uso da energia, tais como custos de
produção, produtividade etc., a temática energética também remete a relevantes
impactos socio-ambientais vinculados ao esgotamento de recursos naturais e
mudanças climáticas. Neste sentido, a melhoria do desempenho energético de uma
organização pode representar benefícios importantes por meio da racionalização do
uso dos recursos energéticos e outras providências vinculadas à redução do consumo
e aumento da eficiência. De fato, acções relacionadas à promoção da eficiência
energética equivalem a aproximadamente 50% do potencial de redução de emissões
de gases de efeito estufa no mundo em determinados cenários estudados.
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A GESTAO DE ENERGIA ELÉCTRICA – CONTEXTUALIZAÇÃO
O conceito de gestão de energia nasce a partir da constatação de que iniciativas
isoladas de eficiência energética, mesmo se adoptadas adequadamente na
organização, não se perpetuam ao longo do tempo. De forma geral, mudanças de
tecnologia pontuais, sem o devido acompanhamento sistemático das organizações,
não gera valor ou consistência ao longo do tempo. Sendo assim, os benefícios
decorrentes desse tipo de iniciativa, tais como a redução da emissão de gases de
efeito estufa e o aumento da segurança energética e da produtividade, se mostravam
demasiadamente pontuais e muitas vezes efémeros. Em função disso, passou a ser
demandado um mecanismo mais sofisticado de promoção do uso racional da energia,
que garantisse que os benefícios decorrentes da eficiência energética fossem
percebidos de forma permanente e contínua.
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pois são altamente sensíveis às variações dos parâmetros característicos e da
qualidade da energia que recebem.
QUESTÕES AMBIENTAIS
As alterações climáticas evidenciadas no planeta nas últimas décadas, a
manifestarem-se, entre outras formas, através de fenómenos com cada vez maior
severidade e frequência, têm levado um número crescente de pessoas a olhar de
forma muito séria para estas evidências, a questionar-se sobre as suas causas e a
querer fazer alguma coisa no sentido de tentar ainda inverter o curso destes
acontecimentos. A problemática dos impactos ambientais, exerce já hoje uma grande
influência ao nível das novas tecnologias de produção de energia eléctrica e no
desenvolvimento de directivas que regulem a diminuição do seu impacto ambiental. A
regulamentação entretanto produzida, pretende actuar basicamente a dois níveis.
Tenta por um lado incentivar o desenvolvimento de novas tecnologias de geração
assentes em fontes de energia alternativas e com menor nível de emissão de
poluentes (responsáveis por exemplo, pelo efeito de estufa) efectuando
nomeadamente uma grande aposta nas fontes renováveis. Tenta por outro introduzir
mecanismos que obriguem as centrais geradoras em funcionamento a aplicar
tecnologias que permitam reduzir os níveis de emissão de poluentes.
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DIVERSIFICAÇÃO DAS FONTES DE ENERGIA PRIMÁRIAS
É hoje do conhecimento comum que a queima de combustíveis fósseis, sob todas as
formas, constitui uma das principais ameaças para o equilíbrio ambiental do planeta. O
facto de estes recursos serem esgotáveis e de serem cada vez mais controlados por
países que oferecem baixos níveis de confiança, constituem factores com uma
elevada incerteza para a manutenção dos níveis de crescimento e desenvolvimento
que os estados desejam acautelar. Como medida preventiva para lidar com esta
situação, tem-se assistido nas últimas décadas a um enorme esforço de diversificação
para fontes alternativas. Em muitos países assiste-se a uma grande aposta no gás
natural, devido a este combustível possuir reservas conhecidas mais abundantes que
as do petróleo e níveis de impacto ambiental inferiores às dos outros combustíveis
fósseis.
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PLANEAMENTO PARA GESTÃO DE ENERGIA
Mas, no meio de toda esta turbulência, o que é que tem vindo efectivamente a ser feito
pelas empresas do sector eléctrico a nível mundial? De um modo geral, e em resposta
às grandes pressões de que têm sido alvo, estas têm-se modernizado continuamente
e os índices da qualidade do serviço (à excepção de algumas regiões do globo
altamente críticas), têm melhorado na maioria dos países. Pelo menos assim o
revelam os relatórios anuais divulgados pelas entidades responsáveis. Contudo, a
exigência dos clientes, pelos motivos atrás referidos, cresce a um ritmo superior ao da
capacidade de introduzir melhorias para lhes dar resposta, sendo mesmo impossível a
sua satisfação com as tecnologias tradicionais. E, como em muitas regiões a
instalação de capacidade de produção adicional é efectuada a uma taxa inferior à da
instalação de novas cargas, existe um intervalo significativo entre as necessidades e
as expectativas dos clientes e a capacidade de resposta facultada pelas distribuidoras,
sobretudo em períodos de maior solicitação. Estes factos provocam que, de um modo
genérico, a qualidade da energia eléctrica disponível esteja hoje desadequada às
exigências dos novos tipos de cargas. Poderemos então questionar-nos sobre se
globalmente isso é bom ou mau para o sector. A resposta a esta questão depende do
lado onde nos pretendermos situar:
1. Se do lado da procura (do cliente)
2. Se do lado da oferta de energia
3. Se do lado dos produtores e fornecedores de equipamentos e tecnologias.
Primeiro, encarando o problema pelo lado da procura, é hoje do conhecimento dos
clientes mais informados que não existe, em nenhuma parte do mundo, um sistema
tradicional que possua uma qualidade ideal e uma fiabilidade de 100%. E, por outro
lado, aumentos de fiabilidade acima de determinados valores nos sistemas tradicionais
implicam investimentos muito elevados, que obrigatoriamente se terão de reflectir no
preço do kWh. Será que todos os clientes estão dispostos a pagar mais por um nível
de qualidade de que à partida não necessitam? A resposta a esta questão é óbvia.
Faz assim então todo o sentido encarar o mercado numa óptica de segmentação e de
investimento em serviços diferenciados na qualidade e no preço. É este basicamente o
alvo estratégico das novas tecnologias de geração e de armazenamento de energia
eléctrica analisadas. Do ponto de vista da oferta de energia, a crescente exigência dos
clientes e o diferencial entre a qualidade exigida e a qualidade disponibilizada,
constituem um forte elemento de pressão sobre as empresas e de estímulo para a sua
diferenciação, obrigando-as a uma melhor gestão de todos os recursos envolvidos. As
comercializadoras e distribuidoras, estão assim hoje, perante uma feroz competição
entre si, e neste contexto a sua capacidade de adaptação às novas realidades, de
melhoria da produtividade interna e de serem capazes de oferecer a melhor qualidade
ao menor preço, constituem factores cruciais para a sua sobrevivência.
Para a terceira parte envolvida, os produtores e fornecedores de equipamentos e
tecnologias, o período não podia ser melhor. Estes fabricam e vendem as novas
tecnologias que consomem mais energia, que por sua vez exigem novos
investimentos em capacidade de produção, em novas tecnologias de distribuição, de
contagem, de monitorização, de controlo, etc. Estes "actores" situam-se
simultaneamente nos dois lados da "fronteira" e desempenham um papel
importantíssimo no actual processo de transformação do sector. Decorrente destas
razões, as empresas ligadas ao desenvolvimento e produção de novas tecnologias e à
prestação de serviços no âmbito da melhoria da qualidade e da fiabilidade da energia
eléctrica, os designados mercados da Qualidade da Energia ("Power Quality") e da
Fiabilidade da Energia ("Power Reliability"), têm registado nos últimos anos os mais
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elevados índices de crescimento de todas as actividades económicas da actualidade
(com valores anuais de crescimento que se situam em torno dos 10 a 12%, para as
Fontes de Alimentação Ininterrupta (UPS). Ainda na sequência desta abordagem e
como estratégia global do sector para endereçar a resolução de problemas, tem-se
assistido à implementação de algumas medidas com vista à mitigação dos custos
decorrentes da desadequação da qualidade e fiabilidade da energia eléctrica aos
processos actuais, os denominados Custos da Qualidade da Energia ("Power Quality
Costs"). As grandes linhas de orientação que têm vindo a ser adoptadas actuam nos
seguintes domínios:
1. Desenvolvimento de normas que regulamentem o nível mínimo de qualidade
do serviço que as redes devem oferecer;
2. Desenvolvimento de normas que regulamentem os níveis máximos de
perturbação admissível para as cargas;
3. Desenvolvimento de normas que regulamentem o grau de imunidade mínima
que os dispositivos que utilizam a energia devem possuir
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DEMANDA MAXÍMA E DEMANDA MÉDIA
Em conformidade com as normas técnicas, define-se: “A demanda de uma instalação
é a carga nos terminais receptores, tomada em valor médio num determinado intervalo
de tempo”.
Nessa definição entende-se por “carga” a aplicação que está sendo medida em termos
de potência aparente, activa ou reactiva, ou ainda, em termos do valor eficaz da
intensidade de corrente, conforme a conveniência. O período no qual é tomado o valor
médio é designado por “intervalo de Demanda”. Observa-se que, fazendo-se o
intervalo de demanda tender a zero, pode-se definir a “demanda instantânea”. Para
cada aplicação pode-se levantar, num determinado período, por exemplo, o dia, a
curva da demanda instantânea em função do tempo, obtendo-se a “curva instantânea
de demanda no período”. Evidentemente, nessa curva ocorrerão flutuações muito
grandes na demanda, sendo, portanto, prática comum tomar-se a curva de demanda
do período considerando-se um intervalo de demanda não nulo, usualmente 10 ou 15
minutos. Na figura abaixo apresenta-se uma curva de carga diária genérica, com
intervalo de demanda não nulo. Destaca-se que se a demanda representa potência
activa. A área sob a curva corresponderá à energia consumida diariamente (NELSON
KAGAN, CARLOS CESAR B. O., ERNESTO JOAO ROBBA, 2005).
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DEMANDA MÁXIMA
Ainda em conformidade com as normas técnicas, define-se: “A demanda máxima de
uma instalação ou sistema é a maior de todas as demandas que ocorreram num
período especificado de tempo”. Não se deve confundir o período durante o qual a
demanda foi observada com o intervalo de demanda. Assim, é evidente que quando
se fala em demanda máxima é imprescindível que se especifique o período durantes o
qual a demanda, com intervalo de demanda pré fixado, foi observada, ou seja deve-se
dizer: demanda máxima diária, mensal, ou anual, conforme o período de observação
tenha sido o dia, o mês ou o ano, respectivamente. Usualmente omite-se o intervalo
de demanda que é tomado em 10 ou 15 minutos (NELSON KAGAN, CARLOS CESAR
B. O., ERNESTO JOAO ROBBA, 2005). A figura abaixo ilustra uma demanda máxima
ocorrida próxima às 19 horas.
DEMANDA MÉDIA
É a relação entre a energia eléctrica consumida durante um determinado período
(kWh) e o número de horas desse período. O gráfico abaixo ilustra os conceitos mais
importantes sobre demanda. Os valores em epigrafe são meramente ilustrativos.
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DEMANDA ELÉCTRICA NO CONTEXTO NACIONAL
A procura crescerá significativamente através de um processo de electrificação
concentrado nas capitais de província, sedes de município (onde estarão 97% dos 3,7
milhões de clientes domésticos em 2025) e nas sedes de comuna sempre que a
racionalidade económica e técnica o permitam. Será privilegiada a extensão de rede
para maximizar o número de sedes de município e comuna e a continuidade do
investimento em projectos estruturantes na rede interligada.
Para abastecer com segurança a procura de energia eléctrica, mesmo em anos de
menor afluência hídrica, Angola deverá ter 9,9 GW de potência instalada, com reforço
de potência previsto em todos os sistemas e uma forte aposta na hídrica e gás (que
representarão, respectivamente, 66% e 19% da potência instalada).
Angola superará os 70% de potência instalada renovável – uma das maiores
percentagens no mundo – incluindo a aposta de 800 MW em novas renováveis
(biomassa, solar, eólico e mini-hídricas). Angola estará ao nível dos 10 melhores
países a nível mundial entre a SADC, OPEP e OCDE em potência
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PROGNÓSTICO DO CONSUMO GLOBAL DE ENERGIA
O mundo entrou no século XXI repensando o seu padrão de consumo, principalmente,
no sector energético, área essencial para a manutenção da qualidade de vida das
pessoas e do crescimento económico dos países, mas, por outro lado, se explorado e
consumido em alta escala, torna-se em uma grande preocupação em nível ambiental.
De uma visão geral, o padrão de consumo está ligado a todos os segmentos de
consumo, sendo o energético o que tem chamado mais atenção das autoridades, tanto
em nível de fontes de energias quanto em nível de distribuição e consumo das
mesmas.
O consumo de energia está relacionado directamente ao comportamento de uma
sociedade e ao nível de desenvolvimento de um país. Porém, independentemente do
contexto do consumo de energia, os impactos das acções humanas sobre o meio
ambiente devem ser analisados considerando os níveis de renda e acesso a bens e
serviço.
Para analisar o nível de padrões de consumo de energia, considera-se a intensidade
energética, índice que relaciona a energia ao PIB. Recentemente, a AIE (Agência
Internacional de Energia) informou que o consumo global de energia poderá aumentar
nos próximos 25 anos, factor que levará a população mundial a uma situação de
insegurança.
Alerta-se a respeito do uso permanente de combustível proveniente do carvão, insumo
energético que aumentará a emissão do gás carbónico na atmosfera. O relatório ainda
afirma que a produção de energia proveniente de usinas térmicas nucleares poderá
cair 15% até o ano de 2035 em virtude dos acidentes radioactivos ocorridos em
Fukushima, durante o grande tsunami no Japão.
Historicamente, o aumento do consumo de energia a nível mundial estava
directamente relacionado com o aumento da população e crescimento económico.
Contudo, isto vai mudar nas próximas 3 décadas, prevendo-se que o consumo de
energia global vai alcançar um ponto máximo para, logo a seguir, diminuir
drasticamente. Isto deve-se à aceleração da eficiência energética a uma escala global
e uma participação crescente da electricidade procedente de fontes renováveis no mix
energético.
O consumo mundial de energia vai estabilizar depois de 2030, para depois começar a
diminuir lentamente. Os especialistas calculam que o consumo de energia no ano
2050 terá um incremento de apenas 7%, comparativamente com o ano 2015.
Contrariamente, o consumo mundial de energia nos últimos 15 anos tem vindo a
aumentar de forma significativa. Esta desaceleração do crescimento na procura de
energia dever-se-á a diminuição do crescimento populacional e da produtividade,
com melhorias mais rápidas em matéria de eficiência energética e com a electrificação
dos sectores de transportes e climatização.
No ano 2050, 85% da produção de energia será proveniente de energias
renováveis. A energia fotovoltaica estará no topo da lista - com, aproximadamente, um
terço da participação-, seguida da energia eólica terrestre e marinha, enquanto o
petróleo e o carvão diminuirão em importância.
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PROGNÓSTICO ELÉCTRICO NACIONAL ATÉ 2025
O MINEA, no âmbito da Estratégia Angola Energia 2025, prevê para o sector eléctrico
em Angola:
60% da população com acesso à energia eléctrica a partir da rede
(aproximadamente 18.6 milhões), nomeadamente as populações nas Capitais
de Províncias e 120 Centros Municipais, com as restantes regiões
gradativamente alimentadas por sistemas isolados, até conexão final com a
Rede, após 2025.
A demanda máxima está prevista para 7.2 GW aproximadamente (5 vezes o
valor actual).
Expansão dos sistemas de tensão 400 kV, 220 kV e 60 kV Para acomodar o
aumento do requisito de fluxo de energia das novas centrais até a rede
nacional de transporte.
Planeadas conexões internacionais com o Congo e a Namíbia e possivelmente
Zâmbia Para permitir a Angola, a compra em demanda de ponta e/ou venda o
excedente de energia em período de baixa demanda.
Aproximadamente 15.000 km de linhas de transporte e 200 subestações
previstas.
No sector de produção serão adicionadas centrais de energia, para aumentar a
capacidade total, para 9.9 GW.
Expansão de todos os sistemas de 30 kV, 15 kV e BT, a fim de acomodar o
sistema de transporte expandido
Expansão dos utilizadores com contadores eléctricos (KWH) para 3.7 milhões
Para áreas remotas, sem possibilidade actual de interligação com a rede de
transporte nacional, serão fornecidos sistemas de baixa ou média tensão, a fim
de acomodar os sistemas de energia renovável em sistemas isolados
Estas centrais incluirão um sistema hidro/gás devidamente equilibrado, a fim de
permitir a reserva circulante e produção adequada, mesmo durante os períodos
de seca:
o Hidro: 66%
o Gás: 19%
o Outros termais (diesel, etc.): 14%
Para áreas remotas e/ou fora da rede, sistemas de energia renovável
autónomos, incluindo mini-hídricas, hidrotérmicas, eólicas e centrais de
biomassa estão a ser analisados.
ENERGIAS RENOVAVEIS
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METODOS DE CRESCIMENTO DOS CONSUMIDORES
Estima-se um crescimento médio anual de 15% até 2017 e de 12,5% entre 2017 e
2025. O maior ritmo de crescimento previsto até 2017 está associado essencialmente
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à concretização do Plano de Acção para o período 2013-2017 e ao elevado nível de
investimento aí previsto.
Ao nível da procura, foi considerada a possibilidade de serem implementadas
indústrias intensivas, não previstas até ao momento, com uma potência de até 800
MW, bem como a possibilidade de exportação de energia para o mercado da SADC de
até 800 MW adicionais. O ritmo de electrificação e industrialização do País exigirá o
ajuste do calendário de investimentos na proporção da evolução da procura.
O consumo referido à produção deverá atingir os 39,1 TWh (Figura 5), em 2025 com
um forte peso do segmento doméstico (37%) e um importante contributo dos serviços
(28%) e da indústria (25%).
Angola registará assim um forte aumento do consumo, passando de um consumo
médio de electricidade de 375 kWh por habitante em 2013 para 1.230 kWh em 2025.
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De modo a mitigar o aumento da geração necessária e garantir a segurança
energética deverão ser tomadas medidas de mitigação do consumo tais como:
Instalação de contadores pré-pagos (os clientes pagam o que é consumido, o que
constitui um inibidor do consumo em excesso, e a empresa recebe por
antecipação com melhor prestação do serviço).
Aumento da tarifa (a maior influência no rendimento mensal familiar induz a
necessidade de baixar o consumo);
Eficácia comercial das empresas (instalação de contadores pré-pagos a todos os
clientes, instalação de contadores fiáveis a todos os clientes de média e alta
tensão, alternativas de pagamentos do consumo de electricidade - net/online,
multi-caixa, estabelecimentos comerciais, etc.)
Eficiência energética (introdução de medidas de mitigação tais como lâmpadas de
baixo consumo, equipamentos electrónicos de baixo consumo, painéis solares
térmicos em locais públicos e privados para produção de água quente, educação
para o uso eficiente de energia eléctrica).
A modelação destes vários efeitos, resulta num aumento do consumo do segmento
doméstico e serviços por habitante electrificado de 1,2 MWh/pessoa para 1,5
MWh/pessoaem 2025 (2,3% de taxa de crescimento média anual). O gráfico seguinte
ilustra o forte impacto dos efeitos de mitigação, com reflexo no custo da energia (tarifa,
pré-pago e eficácia comercial), e da eficiência energética na evolução da procura, sem
os quais o consumo do segmento doméstico e serviços seria maior em 42%
aumentando a carga do sistema em 2025 para valores em redor dos 9,5 GW.
INDUSTRIALIZAÇÃO DO PAÍS
A forte aposta da Estratégia de longo prazo Angola 2025 na industrialização do país é
concretizada não só pelo Plano Nacional de Desenvolvimento 2013-2017 onde se
estabelecem projectos estruturantes e prioritários, mas também pelos recentes
instrumentos de planeamento sectoriais, designadamente o Novo Plano para a
Industrialização do país e o Plano Director do Turismo. Esta aposta é ainda reforçada
pelo Programa de aceleração da Diversificação, que visa diversificar as fontes de
riqueza do país.
O peso histórico da indústria no total de produção de energia eléctrica - em redor dos
8% - é o mais baixo entre os principais países da SADC.
A forte perspectiva de crescimento do segmento industrial é suportada pela existência
de um conjunto alargado de mais de 160 projectos estruturantes concretos, em
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diferentes fases de desenvolvimento, agrupados em diferentes clusters cujas
necessidades energéticas e perspectivas de crescimento suportam a meta de 25% do
consumo de electricidade com origem no sector industrial.
Os Pólos de Desenvolvimento Industrial e os recursos minerais – com destaque para o
ferro – representam o principal crescimento, logo seguidos do cluster da agro-
indústria, da habitação e construção (com forte peso das cimenteiras) e demais
indústrias.
A perspectiva de uma grande indústria intensiva com uma carga de pelo menos 0,8
GW, pela sua dimensão, foi contabilizada de forma autónoma prevendo-se soluções
de contingência, em termos de geração, caso se verifique a concretização do projecto.
Adicionalmente, a possibilidade de Angola exportar foi também considerado de forma
autónoma.
Abaixo estão as previsões dos principais consumidores a nível nacional ate 2025
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CONCLUSÃO
CONCLUSÕES GERAIS
Diante da crescente demanda por electricidade e das novas tecnologias presentes no
sector eléctrico, modelos de demanda de energia eléctrica se tornam cada vez mais
relevantes para o planeamento energético.
A actual conjuntura do sector eléctrico, de maior advento de tecnologias de
comunicação e informação, maior entrada de energias renováveis intermitentes e
maior participação da geração distribuída, uma nova abordagem de operacionalização
do sistema eléctrico vem sendo estudada (IEA, 2017). Essa nova abordagem exige
que a demanda de electricidade seja observada como parte integrante do sistema.
Assim, o conhecimento detalhado do consumo eléctrico se faz necessário
(MOHSENIAN-RAD et al., 2010).
Visto que o sector residencial representa uma parcela significativa na demanda total
de electricidade, prever o consumo de energia em residências é uma parte importante
da gestão de electricidade da rede. A modelagem da demanda doméstica de
electricidade é uma tarefa complexa e exige um grande nível de detalhamento. A
tendência hoje em dia é obter a previsão de consumo de energia não apenas no nível
da residência, mas no nível de electrodomésticos e de suas especificidades de uso
(ARGHIRA et al., 2012), o que significa detalhar em termos de variações de
comportamentos entre os tipos de agregados famílias e regiões, diferenças culturais,
variações de uso ao longo das estações e dias, diferenças entre dias de semana e
finais de semana, entre outros (WIDÉN; WÄCKELGÅRD, 2010).
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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