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RODOLFO SANTOS

ESTUDO SOBRE A EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE


POTÊNCIA PARA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA

LONDRINA
2020
RODOLFO SANTOS

ESTUDO SOBRE A EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE


POTÊNCIA PARA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Universidade Pitágoras Unopar, como requisito
parcial para a obtenção do título de graduado
em Engenharia Elétrica.

Orientador: Prof.º Patrich Magro.

LONDRINA
2020
RODOLFO SANTOS

ESTUDO SOBRE A EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE


POTÊNCIA PARA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Universidade Pitágoras Unopar,
como requisito parcial para a obtenção do título
de graduado em Engenharia Elétrica.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Esp. Leandro Guimarães Guerra

Prof. Esp. Pedro Orlando Filho

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Londrina, 9 de dezembro 2020.


SANTOS, Rodolfo. Estudo sobre a evolução dos sistemas de potência para
geração distribuída. 2020. 29 fls. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Engenharia Elétrica) – Universidade Pitágoras Unopar, Londrina, 2020.

RESUMO

Em um cenário de grande escala, poderia substituir investimentos de economias de


escala na capacidade de geração e transmissão, além de tornar mais efusivo a
interdependência dos combustíveis fósseis derivados do petróleo, que em princípio
estão acabando e, portanto, aliviam a poluição ambiental e os efeitos estufa a partir
do seu uso em macro escala, podendo assim garantir a sustentabilidade ambiental.
As energias renováveis, combinadas com uma maior eficiência energética podem
também contribuir para o desenvolvimento sustentável, melhorando o acesso a
energia dos mais isolados e pobres, além de permitir a criação de novas
oportunidades econômicas através da cooperação. Em geral por conta própria
características, tanto do ponto de vista de seu impacto ambiental limitado e a
modularidade que permitem, as energias renováveis são especialmente adequadas
nas áreas rurais (modo isolado e baixa eficiência), como nas áreas urbanas (modo em
geração distribuída e alta eficiência). Além disso, desempenham um papel básico para
garantir a diversificação do mix tecnológico de produção e, portanto, fortalecer a
segurança do abastecimento de energia, reduzindo a dependência de uma única fonte
de abastecimento. É necessário, portanto, criar os mecanismos necessários para
promover a inovação no financiamento do abastecimento de energia e quebra de
barreiras de todos os tipos que dizem respeito à introdução das ditas energias verdes
para a produção de energia elétrica, que requer como ponto de partida o aumento da
coordenação entre agentes participantes: instituições internacionais, setor privado,
organizações de desenvolvimento, organizações governamentais e, especialmente,
os governos do países em desenvolvimento.

Palavras-chave: geração distribuída, energia, fontes renováveis.


SANTOS, Rodolfo. Study on the evolution of power systems for distributed
generation. 2020. 29 fls. Course Conclusion Work (Graduação em Engenharia
Elétrica) - Universidade Pythagoras Unopar, Londrina, 2020.

ABSTRACT

In a large-scale scenario, it could replace investments of economies of scale in


generation and transmission capacity, in addition to making the interdependence of
fossil fuels derived from oil more effusive, which in principle are running out and,
therefore, alleviate environmental pollution and greenhouse effects from their use on
a macro scale, thus being able to guarantee environmental sustainability. Renewable
energies, combined with greater energy efficiency can also contribute to sustainable
development, improving access to energy for the most isolated and poor, in addition to
allowing the creation of new economic opportunities through cooperation. Generally
on their own characteristics, both from the point of view of their limited environmental
impact and the modularity they allow, renewable energies are especially suitable in
rural areas (isolated and low efficiency), as well as in urban areas (in generation and
high efficiency). In addition, they play a basic role in ensuring the diversification of the
technological mix of production and, therefore, strengthening the security of energy
supply, reducing dependence on a single source of supply. It is necessary, therefore,
to create the necessary mechanisms to promote innovation in the financing of energy
supply and the breaking down of barriers of all kinds that concern the introduction of
so-called green energies for the production of electricity, which requires as a starting
point the increased coordination between participating agents: international
institutions, the private sector, development organizations, government organizations
and, especially, the governments of developing countries.

Keywords: distributed generation, energy, renewable sources.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Modelo tradicional de geração de energia .............................................. 10


Figura 2 – Sistema elétrico distribuído e geração convencional .............................. 17
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7
2. DEFINIÇÃO DE GERAÇÃO DISTRIBUÍDA ........................................................... 9
3. GERAÇÃO DISTRIBUÍDA VERSUS GERAÇÃO CONVENCIONAL ................... 14
3.1 VANTAGENS DA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA. ..................................................... 17
3.2 BENEFÍCIOS DA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA PARA O USUÁRIO E A REDE ..... 18
3.3 DESVANTAGENS DA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA. ............................................. 18
4. CARACTERÍSTICAS DA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA ........................................... 20
4.1 INTERLIGAÇÃO DA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA À REDE DE DISTRIBUIÇÃO ... 20
4.2 QUALIDADE DA ENERGIA DE GERAÇÃO DISTRIBUÍDA. ............................... 22
4.3 AVALIAÇÃO DAS PROJEÇÕES DA GD VERSUS O TRADICIONAL –SEP ...... 24
4.4 ASPECTOS ECONÔMICOS INFLUENTES NO DESENVOLVIMENTO DA GD 24
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 26
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 28
1. INTRODUÇÃO

A Geração Distribuída (GD) representa uma mudança no paradigma de


geração de energia elétrica centralizada. Embora possa pensar que é um novo
conceito, a realidade é que tem sua origem, de alguma forma, no início mesmo da
geração elétrica. Na verdade, a indústria elétrica dependia da geração local de
consumo. Mais tarde, como parte do crescimento populacional e da demanda por bens
e serviços, evoluiu para o esquema de Geração Centralizada, precisamente porque a
usina estava no centro geométrico de consumo, enquanto que os consumidores
cresceram em torno dele.
No entanto, havia restrições de tecnologias de geradores elétricos de corrente
contínua e seu transporte máximo devido à baixa tensão, que era de 30 a 57
quilômetros. Ao longo do tempo, a geração de eletricidade foi estruturada como é
conhecida, ou seja, com corrente alternada e transformadores, o que permite
transportar energia elétrica praticamente em qualquer lugar longe do centro de
geração. Nesse cenário perdeu o conceito de Geração Centralizada, já que as
grandes usinas eram encontradas em locais distantes das áreas de consumo, mas
próximos ao abastecimento de combustível e água.
Na década de setenta, fatores energéticos (crise do petróleo), ecológicos
(mudança clima) e a demanda de eletricidade (alta taxa de crescimento) em todo o
mundo, aumentaram a necessidade de alternativas tecnológicas para garantir, por um
lado, o abastecimento oportuno e de qualidade da energia elétrica e, por outro lado, a
economia e o uso eficiente dos recursos naturais.
Pessoas ligadas há anos ao desenvolvimento de fontes renováveis de energia
tem tradicionalmente encontrado critérios opostos à sua aplicação relacionada com a
dispersão dessas fontes, o fator de escala, a natureza cíclica, o alto custo por unidade
de potência instalada, o ceticismo ou dúvida das empresas de energia e, em certos
casos, o quadro jurídico, a política de desenvolvimento de energia e as considerações
técnicas sobre a qualidade da energia gerada em questão, fundamentalmente, sua
disponibilidade e confiabilidade.
Se o problema é analisado com base nas tecnologias disponíveis, os custos
ambientais da geração de eletricidade, investimentos e despesas associados a
grandes usinas, suas linhas de transmissão e distribuição, as perdas nestes, que nos
melhores casos estão entre 6 e 9% de toda a energia transmitida, a vulnerabilidade
desses sistemas aos fenômenos climáticos e outros, o impacto da produção de uma
dessas unidades, a disponibilidade e confiabilidade que exigir os encargos da
tecnologia da informação e sistemas de controle computadorizados. Uma mudança
de direção pode ser prevista a partir da descentralização de sistemas de energia,
produzir energia perto ou nos próprios centros de consumo, e integrar oportunidades
em um sistema onde várias fontes coincidam para cogeração de pequena e média
escala, produção e fontes independentes de energia renovável.
Neste contexto surge a problemática de como compreender essas alternativas
tecnológicas de gerar eletricidade o mais próximo possível para o local de consumo,
exatamente como foi feito no início da indústria elétrica?
O objetivo geral é avaliar as tecnologias envolvidas na geração distribuída,
investigando em que medida pode tornar este um conceito atraente para a indústria
elétrica. Para isso o trabalho seguirá os seguintes objetivos específicos: Descrever a
definição de geração distribuída; apresentar geração distribuída versus geração
convencional e identificar os benefícios da geração distribuída para a rede e usuários.
Para alcançar os objetivos propostos o seguinte trabalho utilizará de uma
revisão de literatura, com pesquisas em sites de fonte confiáveis, artigos científicos,
jornais e revistas técnicas e órgãos públicos, não se estabelecendo um período anual
de investigação para os livros clássicos da literatura, sendo os principais autores
utilizados nas referências do trabalho: Lora (2006), Pepermans (2005) e Freitas
(2015). O período dos artigos pesquisados foram os trabalhos publicados nos últimos
vinte e quatro anos. As palavras chave foram: “geração distribuída”, “energia”, “fontes
renováveis”.
2. DEFINIÇÃO DE GERAÇÃO DISTRIBUÍDA

Um sistema elétrico cuja conformação é o resultado de uma concepção que


está em vigor há mais de cinquenta anos, com ótimas usinas de geração, geralmente
localizadas longe da demanda, e grandes linhas de transmissão que transporta a
energia gerada. Nesta concepção tradicional, a produção de eletricidade na indústria
elétrica consiste em um processo em quatro etapas (Geração, Transmissão,
Distribuição e Consumo), que são realizadas com uma ordem específica, definindo
assim quatro níveis, como mostrado na Figura 1 (LORA, 2006).

Figura 1 - Modelo tradicional de geração de energia

Fonte: Freitas (2015).

Durante sua primeira fase, as tendências dominantes foram o aumento de


tamanho das usinas de geração de energia e a fusão de grandes usinas de geração
aumentando seu nível de interconexão elétrica, até constituir enormes sistemas
interconectados, onde as condições geográficas e populacionais o tornam justificado
(PEPERMANS, 2005).
Essa tendência de aumentar a cobertura de oferta e necessariamente no
tamanho das usinas de geração, criou dependência de suprimentos de energia
mediada por combustíveis fósseis (petróleo e derivados), o que significava um certo
grau de vulnerabilidade para tal evolução do sistema para novos esquemas
alternativos (AYRES, 2010).
Nesta primeira fase, o sistema elétrico operava como unidirecional, fluindo
sempre a energia das usinas geradoras aos consumidores, em um grande sistema
radial do centro para a periferia. Nesse período, o ABC da indústria resumido em
(PEPERMANS, 2005):
 Expanda a cobertura da fonte de alimentação.
 Menores custos de geração de eletricidade.
 Confiabilidade do serviço.
A consciência da necessidade de evolução dos Sistemas Elétricos de Potência
(SEP) para geração distribuída começa a partir da crise do petróleo de outubro de
1973, quando o fluxo de petróleo do Oriente Médio para o Estados Unidos, Europa e
Japão, seu súbito e extraordinário aumento de preços, que destaca os riscos de
dependência excessiva de combustíveis fósseis e de um pequeno conjunto de
fornecedores externos. Durante a última década do século 20, os efeitos ambientais
globais de emissões poluentes para a atmosfera, principalmente devido à queima de
combustíveis fósseis, em particular as emissões de dióxido de carbono, seu acúmulo
na atmosfera e o aumento do efeito estufa que causam (LORA, 2006).
O choque no setor elétrico causado por esses eventos, causou mudanças nos
paradigmas dominantes, integrando o seguinte: diversificação de fontes alternativas
de energia primária; uso eficiente de energia; acabar com as emissões poluentes;
garantir o acesso social irrestrito à energia e historicamente sustentável; energias
limpas, verdes e renováveis (NAKABAYASHI, 2014).
O desenvolvimento desses determinantes foi simultâneo ao desenvolvimento
tecnológico se aproveitando as chamadas fontes de energia não convencionais (no
início de 70 do século XX), o que significava novos sistemas de conversão para
eletricidade, o desenvolvimento do conceito de cogeração, bem como a gestão
distribuída e de demanda, microgeração e acima de tudo desenvolvimento tecnológico
relacionados com o uso de energias renováveis (FREITAS, 2015).
Baixo este novo esquema da indústria, deixa de ser um sistema radial para se
tornar um sistema em rede, onde o fluxo de energia se torna bidirecional, e o usuário
consumidor torna-se um potencial, um neologismo que implica a duplo natureza de
ser consumidor e produtor (AYRES, 2010).
Com o passar do tempo, novos panoramas foram produzidos no mundo
econômico e elétrico, ou seja, há um novo cenário de desregulamentação do SEP,
crescimento do mercado de eletricidade, tem havido o desenvolvimento de mercados
de capitais e avanços na pesquisa que trouxeram um progresso tecnológico acelerado
(NAKABAYASHI, 2014).
Como consequência de tudo isso, o nível ideal de investimento na área de
geração diminuiu em relação ao tamanho do mercado e capacidade financeira
privado. Nestes casos, a geração convencional foi conectada ao transporte e energia
percorreram longas distâncias até os centros de consumo. Quando essa energia
chegava à rede de distribuição, o fluxo de potência era praticamente unidirecional
devido à natureza radial dessas redes (LORA, 2006).
Esquema funcional, mas com altos níveis de perdas e dependência de recursos
primários não renováveis, é então onde, aos poucos, a geração distribuída começa a
abrir caminho e integrar em redes de tensão inferior ao transporte. Inicialmente, este
tipo de geração não tinha um caráter de uma influência ostensiva, mas foi instalado
em centros cuja atividade teve um elevado impacto social, como hospitais, aeroportos,
etc. Graças às políticas de incentivos baseados principalmente em prêmios ou
subsídios foram introduzidos esta nova tecnologia com o objetivo principal de evoluir
o ambíguo esquema dos sistemas de energia elétrica em outro nível de geração
próximo ao ponto de consumo e independente de grandes perdas de energia na rede
e recursos não renováveis (PEPERMANS, 2005).
Em todo o mundo existe um consenso geral sobre a definição de geração
distribuído, que se refere, em termos simples, ao seguinte: unidades geradoras de
pequeno porte localizado próximo aos pontos de consumo. No entanto, esta definição
pode ser interpretada de maneiras diferentes devido a lacunas e ambiguidades de
algumas de suas palavras. Na verdade, diferentes países e empresas privadas que
investigaram o assunto, forneceram várias interpretações associadas a esta definição,
que envolve maior atenção e cuidado na hora de analisar figuras e conceitos de
estudos particulares. Aqui estão alguns detalhes de interpretações particulares
(FREITAS, 2015).
São propostos três níveis de geração no SEP: A Geração Centralizada, que
corresponde à configuração tradicional, com unidades de mais de 100 MW; A Geração
descentralizada, são unidades de geração entre 5 MW e 100 MW geralmente
conectados em média tensão; Geração Distribuída são unidades pequenas (<5 MW)
conectado em baixa tensão e localizado no ponto de consumo (AYRES, 2010).
De acordo com Lora (2006), definem GD como pequenos geradores
(normalmente entre 15 kW e 10 MW) espalhados nos sistemas elétricos. Segundo o
autor, esses geradores podem ser conectados às redes de distribuição (nas
instalações da empresa de distribuição ou nas instalações de consumidores) ou ficar
isolado deles. Também usam o conceito de geração esparsa para se referir a
geradores muito pequenos do tamanho necessário para alimentar consumidores
residenciais ou pequenos negócios (normalmente entre 10 e 250 KW.) E conectado
nas instalações do consumidor ou isolado de redes (PEPERMANS, 2005).
Segundo Nakabayashi (2014), prefere uma definição ampla, sem entrar para
discutir detalhes sobre o tamanho dos geradores, tensão de conexão, tecnologia de
geração, etc., no entanto, menciona alguns atributos associados geralmente para GD:
Não ser planejado centralmente; não ser despachado ou programado centralmente;
normalmente com potência inferior a 50 ou 100 MW e normalmente conectado em
redes de distribuição (V ≤ 145 KV). (NAKABAYASHI, 2014)
Para Lora (2006), propõe uma definição de GD atendendo a uma série de
aspectos: finalidade do GD, localização, capacidade ou porte da instalação, área de
serviço, tecnologia de geração, impacto ambiental, modo de operação, propriedade e
penetração da GD. Apenas os dois primeiros aspectos são considerados relevantes
por esse autor, propondo a seguinte definição: A Geração Distribuída é uma fonte de
energia elétrica conectada diretamente para a rede de distribuição ou nas instalações
dos consumidores
A distinção entre a rede de distribuição e a rede de transmissão fica sujeita a
legalmente estabelecido em cada país. Também propõem uma classificação de GD
com base em seu tamanho (FREITAS, 2015):
- Micro GD: 1 W <potência <5 KW.
- Pequeno GD: 5 KW ≤ potência <5 MW.
- Médio GD: 5 MW ≤ potência <50 MW.
- Grande GD: 50 MW ≤ potência <300 MW.
A agência Internacional de Energia, órgão refere-se a GD como produção de
energia nas instalações dos consumidores ou nas instalações da distribuidora,
fornecendo energia diretamente para a rede de distribuição. Como pode ser visto nas
definições acima, quase todos os autores concordam com uma característica
fundamental da GD, estar conectado às redes de distribuição. As maiores
discrepâncias surgem no tamanho ou na potência do GD embora seja sempre uma
questão de geradores de menor tamanho do que os geradores centralizados
tradicionais. (PEPERMANS, 2005)
Na Tese de doutorado de Ayres (2010), argumenta que geração distribuída são
todas essas fontes de energia elétrica conectada nas redes de distribuição, seja
diretamente a estas redes ou conectado a eles através de instalações do consumidor,
podendo neste último caso, operar em paralelo com a rede ou isoladamente (LORA,
2006).
Buscar coordenar e chegar a um acordo para alcançar melhor compreensão de
suas aplicações, chegando à conclusão que em Geração Distribuída se refere a
unidades de geração de eletricidade conectado diretamente à rede de distribuição,
seja à rede primária (média tensão) ou secundária (baixa tensão). Em relação ao nível
de geração de energia de usinas podem ser acordadas com um máximo de 100 MW
(FREITAS, 2015).
A possibilidade é deixada em aberto para usuários que possuem este tipo de
geração pode disponibilizar para as redes de distribuição sua capacidade e se
tornarem geradores distribuídos (NAKABAYASHI, 2014).
3. GERAÇÃO DISTRIBUÍDA VERSUS GERAÇÃO CONVENCIONAL

A indústria elétrica evoluiu sob um esquema de verticalidade, na qual as


funções de planejamento, construção de infraestrutura física, geração de eletricidade,
controle do sistema, transmissão, distribuição, medição, faturamento e a cobrança
eram realizados em sistema centralizado e hierárquico. Isto é derivada da
necessidade operacional de gerar em uníssono com as variações da demanda de
eletricidade, que estatisticamente corresponde a variações horárias com padrões
típicos diário para cada dia da semana, bem como as variações associadas a estações
do ano, como a estação das chuvas (GOMES, 2016).
O controle da geração para corresponder continuamente ao nível de demanda
é o que se conhece como despacho de carga e constitui uma função centralizada para
garantir a estabilidade do sistema elétrico. Conhecimento estatístico de
comportamento da demanda e do consumo de energia elétrica, permite a previsão de
carga, para o curto e médio prazo, programação de operação e manutenção de
medidas preventivas, bem como analisar tendências regionais no consumo de energia
elétrica e planejar e programar aumentos na capacidade de geração, como
transmissão e distribuição. Mais um motivo para a centralização da operação e do
controle do sistema elétrico (ZEINELDIN, 2006).
Esses requisitos operacionais determinaram a verticalidade do sistema
eletricidade, seu controle central, sua condição de monopólio natural no território a ser
servido, e sua tendência natural para instalações de geração cada vez maiores,
exigindo cada vez mais, aumentar os recursos financeiros para cobrir sua expansão,
além de ter grandes recursos concentrados de energia primária (SALMAN, 1996).
Este modelo de desenvolvimento do sistema elétrico passou a apresentar
dificuldades devido à magnitude de novos investimentos, recursos de energia primária
para geração de eletricidade e impactos ambientais derivados de usinas termelétricas
com base em combustíveis fósseis, devido ao seu manuseio, combustão e emissões,
os resíduos das cinzas e consumo de água de resfriamento desses combustíveis que
rapidamente as hidrelétricas foram deslocadas, que foram as primeiras a serem
desenvolvidas e que ao atingir grandes proporções também mostraram um impacto
ambiental e social negativo (HADJSAID, 1999).
A crise de 73 levou à busca de alternativas ao modelo estabelecido no setor
elétrico, e este foi modificado por forças exógenas ao próprio setor, quando devido às
necessidades nacionais de autonomia energética, foi promovida como estratégia
diversificação nacional e eficiência energética. O primeiro elemento da política
econômica de energia nos países desenvolvidos era economia de energia e
cogeração, como uma medida de eficiência energética, que veio quebrar o
personagem para sempre do monopólio de geração de eletricidade pelos prestadores
de serviços elétrico (ZEINELDIN, 2006).
Não só por causa da geração de autossuficiência, mas também porque os
ramos industriais que se beneficiariam com esta prática têm um consumo
termicamente muito mais alto que a eletricidade, com base puramente energética, que
resultou em uma transferência significativa de excedentes para a empresa de
eletricidade, que foi alcançado apenas como um mandato obrigatório para as
empresas de eletricidade, para comprar aqueles excedentes ao preço de custo
evitado (HADJSAID, 1999).
Toda a energia elétrica que as empresas elétricas foram obrigadas a comprar
de seus ex-usuários que instalaram sistemas de cogeração na indústria e serviços, foi
feita com base nos chamados custos evitados, ou seja, no custo de eletricidade devido
aos investimentos que a companhia elétrica evitou devido ao investimento de quem
estabeleceu a cogeração na sua indústria ou instalação comercial (MARCHESAN,
2016).
Neste preço de compra foi integrado como estímulo a este tipo de investimento,
e seu impacto foi tal que, em meados da década de 1980, 40% do crescimento anual
da infraestrutura de geração de eletricidade nos Estados Unidos era por cogeração
em instalações de usuários, o que representou uma média de 5000 MW por ano de
novas adições (GOMES, 2016).
A cogeração dá origem à geração distribuída e bidirecionalidade dos fluxos de
energia entre a empresa prestadora do serviço e seus usuários. Ênfase na
diversificação da base energética e conversão de energias renováveis não
convencional à eletricidade, dada sua natureza difusa e baixa densidade de energia,
orientado para instalações com capacidade de geração relativamente baixa, origina a
sua inclusão por mandato obrigatório, como outra forma de geração distribuída
baseada em produtores independentes de energia, também sujeitos a um esquema
de incentivos para maximizar seu uso (SALMAN, 1996).
Tecnologias de nova geração, como eletrônica de controle, resolveu o
problema de possível energização indesejada da rede, então isso deixou de ser um
impedimento para a geração distribuída como mostrado na Figura 2 (HADJSAID,
1999).

Figura 2 – Sistema elétrico distribuído e geração convencional

Fonte: Zeineldin (2006).

Projeto de Independência do Presidente Nixon, que foi completado


desenvolvido pelo presidente Carter, promulgando em 1978, que estabelece a nova
estrutura do sistema elétrico, em um modelo onde coexistem a grande e a pequena
geração, a fornecimento excedente e autossuficiência, fontes de energia
convencionais com novas fontes, tecnologias antigas e novas (ZEINELDIN, 2006).
O mais importante sobre este conceito de Geração Distribuída é que propôs
um novo esquema de fluxos de energia dentro do SEP, como mostrado na figura 2,
uma vez que a geração não é mais exclusiva do primeiro nível da cadeia. Assim, parte
da energia demandada pelos clientes é atendida por grandes geradores
convencionais do esquema tradicional e outra parte importante é satisfação pela
Geração Distribuída. Este novo paradigma exige a reestruturação da indústria elétrica
por dentro, novo caráter bidirecional do fluxo elétrico e da geração distribuída
realizada por usuários independentes relativamente pequenos e os próprios
produtores afetam profundamente as etapas operacionais fundamentais do Sistema
Elétrico, como o Planejamento, Construção, Geração, Controle, Transmissão,
Distribuição, Medição, Faturamento e cobrança. De tudo isso, um novo esquema de
inter-relações é derivado e totalmente novo para o esquema convencional do
tradicional SEP (ZEINELDIN, 2006).

3.1 VANTAGENS DA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA.

Como já mencionado, a geração distribuída (GD) deixa de lado a necessidade


de uso as longas redes de transmissão e o consequente investimento em ativos
fixados a partir deles. Reduz perdas nas redes de distribuição, pois com GD há menos
fluxo de energia, o que sempre houve interesse em reduzir perdas nas redes de
transmissão, uma vez que representam energia e, portanto, investimento e dinheiro
perdido (GOMES, 2016).
O aumento da confiabilidade do fornecimento de energia elétrica, de reduzir a
probabilidade de falha devido a quedas na linha de alimentação, tensão, diminuindo
sua porcentagem de uso. Controle de energia reativa e regulação de tensão na rede
de distribuição uma das formas de regular a tensão é por meio do uso de
transformadores com taps, ou o conhecido buster. Tendo geração distribuída
conectada, é possível injetar na distribuição uma quantidade de potência reativa com
consequente melhoria dos níveis de tensão (HADJSAID, 1999).
Geração de energia limpa a partir de fontes renováveis (GDR - Geração
Renovável Distribuída), há um aumento de consciência com o meio ambiente, o que
permitirá a conexão de tecnologias de energia renovável, diretamente à rede de
distribuição. Atomização e descentralização da propriedade no setor de geração, esse
recurso permite que incentive a competição (SALMAN, 1996).
Localização quanto à fonte de combustível e realocação da rede, participação
de grande número de pequenas e médias empresas locais em negócios de geração
de energia, desde a geração em escala convencional é limitada a empresas
estrangeiras multinacionais com grande contribuição de capital. E modularidade dos
investimentos em geração e postergação de investimentos em linhas de transmissão;
entre outros (ZEINELDIN, 2006).

3.2 BENEFÍCIOS DA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA PARA O USUÁRIO E A REDE

A ascensão dos sistemas de geração deve-se aos benefícios inerentes à


aplicação desta tecnologia, tanto para o utilizador como para a rede eléctrica. Alguns
dos benefícios recebidos, como (GOMES, 2016): a) Aumento da confiabilidade; b)
Aumento da qualidade da energia; c) Redução do número de interrupções de serviço;
d) Uso eficiente e eficaz da energia (Eficácia energética); e) Menor custo de energia
(em ambos os casos, ou seja, ao usar resíduos de vapores, ou pelo custo da
eletricidade em horas de maior demanda, horas de ponta); f) Uso abrangente de
energias renováveis; g) Facilidade e versatilidade de adaptação às condições do local;
g) Grande redução nas emissões de gases de efeito estufa de acordo com o Protocolo
de Kyoto; h) Criação de consciência sublime em relação ao meio ambiente e seus
relações ético-humano-ecológicas; i) Alto impacto na higiene e segurança industrial;
j) Benefícios da geração distribuída para a rede; k) Grandes reduções nas perdas de
transmissão e distribuição energia elétrica; l) Fornecimento de energia elétrica em
áreas remotas (áreas rurais originalmente); m) Libera a capacidade instalada do
sistema elétrico; n) Proporciona maior controle da energia reativa; n) Maior regulação
de tensão; o) Redução do investimento de curto prazo; p) Menor congestionamento e
saturação na rede de distribuição; q) Redução da taxa de falhas; r) Segurança
adicional no fornecimento de energia elétrica, dependendo configuração e sistema de
proteção; s) Versatilidade em topologias e arranjos de rede; t) Contribuição ao
processo de pesquisa na transmissão e distribuição de fluido elétrico, pois concentra
a geração próxima ao consumo.

3.3 DESVANTAGENS DA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA.

As principais barreiras impedindo a implementação e crescimento dos sistemas


de geração distribuída são descritas abaixo (HADJSAID, 1999).
Barreiras tecnológicas que ainda falta conhecimento sobre tecnologias de
geração distribuída; muitos deles ainda estão em estágio de pesquisa com alto custo
associado. As redes de distribuição são normalmente radiais, ou seja, são projetados
para transportar o fluxo de energia em apenas uma direção, enquanto que a geração
distribuída requer fluxos que se movem ambas as direções, portanto, surge a
necessidade de ter sistemas de malha ou distribuição em anel (ZEINELDIN, 2006).
Barreiras regulatórias e de mercado na maioria dos países sistemas
regulatórios subdesenvolvidos não consideram a geração distribuída como um
aspecto diferente da geração convencional, então explicitamente o penalizam
(HADJSAID, 1999).
Estrutura de taxas ainda não projetada para consumidores em duas rotas de
geração distribuída, ou seja, quando é autossuficiente e o excedente gerado é
descarregado na rede de distribuição para aliviar o pico da demanda máxima estimada
de energia. E a interconexão, demandas exageradas para poder se interconectar com
a rede de distribuição (GOMES, 2016).
4. CARACTERÍSTICAS DA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA

Em relação ao intervalo de capacidade instalada da geração distribuída GD,


este varia ainda mais do que a própria definição, uma vez que o critério para qualificar
suas instalações como "relativamente menores do que a geração". Na literatura,
diferentes faixas são tratadas: menos de 500 quilowatts; maior que 1.000 e menor que
5.000; menos de 20.000; menos de 100.000; e até mesmo de apenas alguns KW, por
exemplo 3 KW (HADJSAID, 1999).
Não obstante o anterior e com o objetivo de estabelecer uma capacidade de
acordo com as características da geração de eletricidade, pode-se dizer que, no que
se refere a tecnologias disponíveis, a capacidade dos sistemas GD varia de centenas
de KW até dez mil KW (GOMES, 2016).

4.1 INTERLIGAÇÃO DA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA À REDE DE DISTRIBUIÇÃO

É claro que uma série de requisitos essenciais devem ser cumpridos para que
possa ocorrer interconexão de sistemas distribuídos com a rede de distribuição, entre
outras coisas, deve-se garantir que a qualidade da energia do protótipo distribuído é
igual ao fornecido pelo sistema de distribuição, a distribuidora de energia exigirá do
requerente, pelo menos, que o excedente de energia descarregada não cria condições
inseguras para o equipamento pessoal (SALMAN, 1996).
Desde quando as novas instalações de geração são conectadas ou solicitam
conexão com a rede de distribuição existem dois pontos de vista muito importantes
para que existam uma sinergia perfeita entre distribuição - geração. Por um lado, o
distribuidor estaria interessado em ter um marco regulatório com sinais de localização
eficientes para minimizar perdas e tornar rentável os investimentos (ZEINELDIN,
2006).
Por outro lado, as instalações de geração estariam interessadas em uma
regulamentação clara sobre o que se refere aos critérios e localização na conexão
com a rede, bem como uma regulamentação clara dos custos nos casos em que a
conexão envolve um reforço da rede (MARCHESAN, 2016).
Quanto aos critérios técnicos para conexão à rede, uma vez que não há
regulamentos claros a este respeito, cada empresa de distribuição define critérios que
são geralmente, baseados nas seguintes considerações: 1) Em termos de condições
econômicas, normalmente a instalação gerador será responsável por todas as
despesas decorrentes de estudos anteriores, expansão ou modificação das
instalações existentes e / ou nova rede para a sua conexão; 2) O nível de tensão da
rede ao qual será conectado é decidido de acordo com a potência a decidir instalar.
Exemplo: aquelas instalações com uma potência instalada inferior a 100kVA são
normalmente conectados a LV e aqueles com mais de 15MVA em tensões de pelo
menos 13,2 KV; 3) uma faixa de variação de tensão maior que uma certa margem não
é permitida + V no nó ao qual o gerador está conectado. Logicamente, isso vai
depender do tamanho do gerador e energia de curto-circuito do nó ao qual está
conectado (robustez da rede); 4) em relação à forma de conexão, isso vai depender
se a conexão está em aéreo ou subterrâneo e o nível de tensão ao qual está
conectado. Logicamente o quanto mais altos os requisitos, maior o nível de tensão em
conectar, os poderes instalados são maiores e o impacto na rede pode ser mais
significativo; 5) esses tipos de conexão podem variar em requisitos, por exemplo de
um Junção T com seccionador MV até a entrada e saída com interruptores controlados
remotamente em tensões mais altas (ZEINELDIN, 2006).
Em relação ao fator de potência, este aspecto deve ser o mais próximo da
unidade, devido aos requisitos de rede, uma capacidade de evacuação é normalmente
necessária que geralmente é quantificado como uma porcentagem da capacidade
nominal da linha ou transformador (GOMES, 2016).
Em outras ocasiões, é necessário que a energia a ser conectada em um nó não
exceda a porcentagem determinada da potência de curto-circuito do nó. Outro aspecto
muito importante ao conectar novas instalações geradores para a rede é a
padronização e racionalização das proteções de cada gerador e sua coordenação
com as proteções de rede de distribuição, com base nas seguintes especificações
técnicas: Relés de proteção; conexões de transformador padrão; sistema de
aterramento eficaz; coordenação de proteções e regulação de tensão da companhia;
qualidade das equipes de atendimento; conformidade com os padrões para
conversores de energia; monitoramento e controle remoto do grupo; manutenção
preventiva e corretiva periódica; sistema de comunicação entre o operador privado e
o controlador da rede de distribuição (HADJSAID, 1999).
Os regulamentos existentes sobre os critérios técnicos de conexão do ponto de
vista das proteções não especifica em detalhes as condições que deve cumprir.
Apenas afirma que as instalações de geração devem desconectar-se da rede antes
de uma lacuna de tensão ou vácuo. Em relação às proteções instaladas, deve ser feita
uma distinção entre as proteções da instalação, que normalmente são realizadas pelo
cliente e as proteções na interligação com a distribuidora (GOMES, 2016).
O problema é que as proteções da instalação costumam ser mais restritivas do
que as da interconexão para que a instalação conecte e desconecta em certas
situações sem qualquer controle por parte do distribuidor. As principais funções das
proteções de interconexão são proteger a Rede de GD. Portanto, as proteções devem
detectar falhas internas no gerador ou falhas na rede que podem afetar o gerador
(HADJSAID, 1999).
Este segundo caso é o mais complicado porque na medida do possível será
necessário evitar desconexão injustificada como consequência de qualquer tipo de
incidência externa à sua linha de alimentação. Como verá a contribuição da regulação
de tensão que injeta na rede de qualquer tecnologia de geração distribuída para aliviar
a demanda de eletricidade de pico a energia é significativa (ZEINELDIN, 2006).

4.2 QUALIDADE DA ENERGIA DE GERAÇÃO DISTRIBUÍDA.

Aspectos relacionados à qualidade com que a energia é fornecida ou


consumida a eletricidade é cada vez mais alvo de regulamentações nacionais e
internacionais. Estes documentos tentam oferecer regras claras (deveres e direitos)
aos diferentes atores do sistema elétrico. Um distribuidor de energia deve oferecer
tensão adequada e o consumidor deve carregar o sistema corretamente. Defina esses
níveis de a adequação é, em última instância, a busca pelo cumprimento do conceito
que sustenta a compatibilidade eletromagnética (SALMAN, 1996).
O padrão internacional IEC 61000-2-2 afirma que EMC é a capacidade de um
dispositivo, aparelho ou sistema funcionar em seu ambiente eletromagnético, de forma
satisfatória e sem causar perturbações efeitos eletromagnéticos intoleráveis para tudo
em seu ambiente (MARCHESAN, 2016).
Limites de referência, por exemplo, níveis de distorção harmônica. O sistema
distribuído deve têm uma certa probabilidade de não ultrapassar este limite. O
consumidor deve ter equipes que toleram o mesmo limite com uma certa
probabilidade. Se os níveis forem adotados de probabilidade adequada,
estatisticamente nenhum conflito ocorreria na maioria dos casos. Ao mesmo tempo, a
busca pela qualidade total não é razoável, ou seja, que os sinos de distribuição não
tocam. Isso significaria altos custos que seriam justificados na generalidade das
aplicações (MARCHESAN, 2016).
Um sistema de distribuição de eletricidade ideal deve oferecer uma tensão
permanente puramente sinusoidal de amplitude e frequência predefinidas e o
consumidor ideal deve consumir corrente puramente sinusoidal com fator de potência
da unidade (ZEINELDIN, 2006).
O principal aspecto abordado é a confiabilidade do fornecimento (normalmente
aspectos denominados de qualidade do serviço técnico). Interrupções de serviço
estão causando os maiores problemas para a maioria dos usuários. Ao estar ligada
há variável tempo, geralmente se refere a problemas de energia (MARCHESAN,
2016).
A maioria das redes de transmissão e distribuição de eletricidade alcança
99,9% ou confiabilidade de “três noves”, equivalente a 8,7 horas por ano fora de
serviço. Porém, alta tecnologia nos processos produtivos e nas empresas de serviço
exige maior confiabilidade, incluindo até seis e nove noves, equivalente ao tempo de
inatividade por ano de apenas 32 segundos (GOMES, 2016).
Por outro lado (descartando os aspectos do serviço comercial) os regulamentos
tratam dos aspectos associados à forma de onda. No nível de distribuição, a
frequência é descartada por ser regulada na geração e em certa medida, a
transmissão. Portanto, os problemas associados a amplitude da sinusoidal (regulação
de tensão) e todo o universo de perturbações que tornam o sinusoidal puro ideal não
é desta forma. Regulação de tensão e os distúrbios são geralmente chamados de
problemas técnicos de qualidade do produto (HADJSAID, 1999).
A este respeito, deve ser mencionado que nos Estados Unidos o custo das
perdas devido a falha de energia é um valor considerado por ano. Em termos gerais,
ao implementar projetos GD o que se busca é aumentar a qualidade da energia,
entendendo por isto: contar de forma ininterrupta com a energia elétrica, com seus
parâmetros elétricos adequados que a definem de acordo com às necessidades,
tensão, corrente e frequência, entre outros (SALMAN, 1996).
4.3 AVALIAÇÃO DAS PROJEÇÕES DA GD VERSUS O TRADICIONAL –SEP

Conforme afirmado anteriormente nesta tese, no futuro será esperado um


crescimento da demanda por energia elétrica em decorrência do aumento da
população mundial; consequentemente, diante desse crescimento em demanda e de
acordo com a nova concepção de SEP levantada até agora, é possível satisfazer
novos clientes de duas maneiras diferentes (ZEINELDIN, 2006):
- Opção 1: Instalando a geração convencional e expandindo a transmissão.
- Opção 2: Instalando Geração Distribuída usando energias alternativas
renovável.
A escolha da primeira ou segunda opção não é categórica, mas passa por
resolver um problema técnico econômico, em que os custos devem ser avaliados
(afundamento, manutenção, perdas, etc.) da planta de geração distribuída contra
aqueles da central convencional juntamente com a rede de transmissão associada.
Também foi apontado como uma vantagem, que no caso de geração distribuído
não há custos associados à rede de transmissão. Junto com isso, tem que considerar
que os custos globais de construção de linhas de transmissão têm aumentado devido
ao aumento do custo do trabalho, projeto, etc. Pelo contrário, os custos associados à
geração distribuídas diminuíram devido à construção padrão das plantas e suas
grandes modularidade (GOMES, 2016).

4.4 ASPECTOS ECONÔMICOS INFLUENTES NO DESENVOLVIMENTO DA GD

Em seguida, serão apresentados e avaliados tendo em vista a projeção da


geração distribuída (GD), uma série de aspectos econômicos, como a
competitividade, externalidades (fatores externos) e influência das estruturas
regulatório. Como pode ver, a transmissão em todos os três casos cria uma diferença
de preço de aproximadamente 70 mil / kWh, entre gerador e consumo. Este custo é o
que precisamente dá um valor especial à geração distribuída (HADJSAID, 1999).
Em vários estudos realizados em países da América Latina, estudou que é
possível produzir energia elétrica em pequenos níveis (ideal para GD) de pequenas
centrais eólicas ou a gás natural, a um custo aproximado de 45 mil / KWh; Este
aspecto, somado ao fato de não haver custos de transmissão, implica que a geração
distribuída pode ser muito competitiva, mas não pode ser forçado a competir apenas
por custos marginais, uma vez que está claramente em desvantagem contra grandes
fábricas que aplicam economias de escala, mas muito pelo contrário (SALMAN, 1996).
A legislação atual para este fim deve reconhecer a diferença entre os dois tipos
de geração e o valor agregado que a geração distribuída tem na geração
convencional. Externalidade ambiental positiva, um dos principais problemas
enfrentados pode ser concedido às grandes unidades de geração de energia, é o
problema de coexistência com o ecossistema (ZEINELDIN, 2006).
Os grandes volumes de eletricidade exigidos nos últimos tempos, também são
acompanhados por um nível mais alto de poluição por geradores, seja ar, água, solo,
etc. Essa preocupação ou problema ocorre em todo o mundo e é talvez o principal
motor de geração distribuída, já que diversas políticas econômicas do planeta
promoveram a geração de eletricidade a partir de fontes renováveis de energia
(HADJSAID, 1999).
Os preços da eletricidade estão longe de refletir os custos de questões
ambientais em que são incorridas. Ou seja, o preço pago a uma central térmico por
MWH, não deve ser o mesmo que uma usina eólica é paga cada MWH. A teoria das
externalidades permite que esse custo seja incluído no preço ambiental, apresentando
assim a geração distribuída como alternativa à geração com alto impacto ambiental
(MARCHESAN, 2016).
Influência dos marcos regulatórios no desenvolvimento de GD, não foram
pensados considerando a possibilidade de uma geração distribuída. Quando as
estruturas tarifárias foram criadas nos marcos regulatórios, foi considerado o sistema
de geração convencional, onde os clientes não são capazes de gerarem energia e
toda a geração vem de grandes usinas de passagem de redes de transmissão
gigantes (GOMES, 2016).
No entanto, essa concepção de geração de energia elétrica foi mudando
porque a ideia de geração distribuída ganhou força em vários países, principalmente
pela ideia de ter uma energia mais limpa. Os países mais avançados nesta questão
estão os países europeus (MARCHESAN, 2016).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A geração distribuída usando energias alternativas renováveis, apresenta-se


como a alternativa mais viável e eficaz no curto prazo para aliviar os problemas
decorrentes de um crescimento radial da demanda por energia, bem como a
dependência de combustíveis fósseis derivados do petróleo para geração de energia
elétrica em grande escala.
Esta oferece benefícios importantes, por exemplo, atrasar investimentos de
capacidade nos sistemas, redução de perdas tanto na transmissão como na
distribuição, melhora a confiabilidade, melhora a qualidade da energia entre outras.
No entanto, sua integração na rede de distribuição representa desafios importante,
porque os sistemas de distribuição foram projetados para uma operação radial (ou
seja, fluxo de potência unidirecional). Estes problemas eles aumentam à medida que
sua penetração na rede de distribuição cresce.
A médio e longo prazo, a rede de distribuição evoluirá operacionalmente e
estruturalmente até que se torne uma rede semelhante à de transmissão por
implementação de geração distribuída em todo o espectro de energias alternativas
renováveis e suas tecnologias associadas, rompendo assim com o paradigma de
geração convencional de energia elétrica centralizada.
Entre os modos de conexão mais comuns de geração distribuída em modo
isolado ou em conexão à rede são: a configuração isolada autônoma carga única sem
conexão à rede, configuração isolada autônoma com transferência automática e
interligação à rede (Stand-By), geração distribuída interligado à rede, mas sem
comercialização do excedente, (autoconsumo), geração distribuído interligado à rede,
com venda de sobras (Bidirecional).
Em todo o mundo, energias renováveis alternativas, como solar, eólica,
hidroelétrica, biomassa e geotérmica têm sido vistos como soluções viáveis,
objetivamente alcançável e desejável para o fornecimento de energia, o aumento
petróleo internacional e derivados, índice de segurança e padrão de vida humano,
clima desafia produtos de gases de efeito estufa e poluição de Meio Ambiente.
As tecnologias de geração distribuída que tiveram o maior alcance no momento
mundial são: turbinas a gás, microturbinas, turbinas a vapor, ciclos termossolares
combinados (aquecimento de água), motores alternativos, mini hidráulica, células a
combustível eólica, solar e de hidrogênio, entre outras.
Podemos então concluir que, as principais barreiras encontradas para a
implementação e disseminação da geração distribuída por meio de energias
renováveis alternativas devem-se basicamente a: Estruturas energéticas existentes
(regulação do setor eletricidade, resistência das empresas de eletricidade à geração
descentralizada), políticas regionais e nacionais (políticas de preços, incentivos
econômicos, marcos legislativos, decretos-leis, acordos-regulamentos, embora exista
no Brasil normativos que trata da geração distribuídas, barreiras econômicas (custo
de capital para energia produzida, sistemas muito pequeno para se beneficiar de
economias de escala, não consideração de custos externos em sistemas
convencionais, preferências de investimento, desconhecimento dos riscos), barreiras
técnicas (escassez de padronização, intermitência de fornecimento, inviabilidade de
grandes plantas) e por último e um dos mais importantes, a ignorância dos tomadores
de decisão fontes de energia com potencial real e vantagens das energias renováveis
alternativas.
REFERÊNCIAS

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LORA, E. S.; HADDAD, J. Geração Distribuída Aspectos Tecnológicos,


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FREITAS, B. M., & HOLLANDA, L. Micro e Minigeração no Brasil: Viabilidade


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MARCHESAN, G. Detecção de Ilhamento em Sistemas de Distribuição com


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