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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS

UNIDADE ACADÊMICA DE GRADUAÇÃO


CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

RUGART LAGEMANN

FONTES DE GERAÇÃO DISTRIBUÍDA E SEUS IMPACTOS NA CONEXÃO COM


A REDE DE BAIXA TENSÃO

SÃO LEOPOLDO
2015
Rugart Lagemann

FONTES DE GERAÇÃO DISTRIBUÍDA E SEUS IMPACTOS NA CONEXÃO COM A


REDE DE BAIXA TENSÃO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como requisito parcial para
obtenção do título de graduado em
Engenharia Elétrica, pelo Curso de
Engenharia Elétrica da Universidade do
Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS

Orientador: Prof. Dr. Paulo Ricardo da Silva Pereira

São Leopoldo
2015
Dedico este trabalho à todos que me
auxiliaram em mais esta etapa da vida.
AGRADECIMENTOS

Meus sinceros agradecimentos:


Ao Professor Orientador Dr. Paulo Ricardo da Silva Pereira, por ter aceito
este trabalho, assim como todo o apoio recebido durante a realização do mesmo.
À minha esposa pelo apoio e compreensão nos momentos de dedicação ao
Trabalho de Conclusão.
Aos professores do curso, pelo conhecimento recebido, pela atenção e por
me mostrarem como é possível fazer a definição de engenharia de diversas formas.
Por fim, aos colegas e amigos, que sempre estiveram ao meu lado durante os
momentos da graduação. Àqueles que me incentivaram a estudar e continuar
estudando. Também àqueles que, durante conversas informais, me ajudaram a
resolver grandes dúvidas e problemas. Aos que tomo como exemplo de caráter e
dedicação, que me fazem querer sempre mais.
RESUMO

O presente trabalho aponta a importância da geração distribuída junto à


eficiência energética, em que os consumidores passam a ser produtores de energia
elétrica. Assim, com o objetivo de analisar a conexão de geração distribuída em
redes de distribuição de energia elétrica, também se pretende analisar as fontes de
energia disponíveis para a integração à rede, identificar as vantagens e
desvantagens da geração distribuída e verificar o comportamento do sistema elétrico
quando requerida a demanda necessária. A evolução no setor energético utilizando
recursos renováveis requer uma mudança de paradigmas na sociedade em geral. A
Geração Distribuída envolve uma grande gama de fontes de geração de energia que
caminham a uma sociedade sustentável, porém necessita de políticas públicas
direcionadas para tal. Dentre essas fontes, pode-se citar a energia fotovoltaica, onde
painéis solares são instalados junto aos telhados de prédios e residências,
fornecendo dessa maneira o excedente de energia à rede de distribuição. A eólica
de pequeno porte, que é utilizada nas coberturas de prédios em centros urbanos e
junto às residências em zonas rurais e litorâneas. Outro exemplo claro dessa
mudança está nos veículos híbridos, que podem ser utilizados tanto para locomoção
de forma ecológica, quando a energia é proveniente de fontes renováveis, e ainda
podem atuar como geradores de energia em horários de demanda alta. Durante o
trabalho foram avaliados cenários de cinco diferentes situações de uma rede de
baixa tensão, sendo a primeira, chamada de cenário 1, sem nenhum tipo de geração
distribuída envolvida; a segunda segue com uma distribuição aleatória de geração
distribuída, envolvendo a geração eólica, fotovoltaica e de biomassa; a terceira
consiste em inserir a geração fotovoltaica nas extremidades; a quarta trata de inserir
a geração eólica também nas extremidades e a última consiste em inserir os três
tipos de geração de forma aleatória nas extremidades da rede.

Palavras-chave: Geração distribuída. Redes inteligentes. Recursos renováveis.


Abstract
This work points out the importance of distributed generation with energy efficiency,
where consumers become producers of electricity. Thus, in order to analyze the
distributed generation connection in electricity distribution networks, also intends to
analyze the sources of energy available to integrate the network, identify the
advantages and disadvantages of distributed generation and checking the electrical
system behavior when the required necessary demand. Developments in the energy
sector using renewable resources requires a paradigm shift in society in general.
Distributed generation involves a wide range of sources of energy generation who
walk to a sustainable society, but needs public policies to do so. Among these
sources, we can mention photovoltaics where solar panels are installed along the
roofs of buildings and homes, thereby providing the surplus energy to the grid. The
small wind, which is used in buildings roofs in urban centers and next to residences
in rural and coastal areas. Another clear example of this change is in hybrid vehicles,
which can be used both for getting an environmentally friendly manner, when the
energy is from renewable sources, and can also act as power generators in high
demand times. During the study evaluated five different scenarios of situations in a
low-voltage network, the first of which, called Scenario 1, without any type of
distributed generation involved; the second follows with a random distribution of
distributed generation, involving wind power, photovoltaic and biomass; the third is to
enter the photovoltaic generation at the ends; the fourth is to put the wind generation
also at the ends and the latter is to enter the three types of random generation at the
endpoint.
Keywords: Distributed generation. Smart grids. Renewable resources.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Topologia do sistema elétrico brasileiro .................................................... 15


Figura 2 – Conceito de Redes Elétricas Inteligentes ................................................. 20
Figura 3 – Estrutura típica de uma célula solar fotovoltaica ...................................... 24
Figura 4 - Célula solar fotovoltaica sob efeito da radiação solar ............................... 24
Figura 5 - Associação de células fotovoltaicas em série ........................................... 25
Figura 6 - Associação de células fotovoltaicos em paralelo ...................................... 26
Figura 7 - Ilustração de um sistema de geração fotovoltaica de energia elétrica ...... 27
Figura 8 – Circuito equivalente básico para uma célula fotovoltaica (modelo com
diodo) ........................................................................................................................ 28
Figura 9 – Influência da variação da irradiância solar em uma célula fotovoltaica de
silício a uma temperatura de 25 ºC ........................................................................... 28
Figura 10 – Influência da temperatura da célula fotovoltaica com irradiância de 1.000
W/m².......................................................................................................................... 29
Figura 11 - Evolução da potência cumulativa instalada de sistemas PV no mundo,
2000-2010 ................................................................................................................. 30
Figura 12 - Características técnicas do módulo solar Anauger 175 Wp .................... 31
Figura 13 - Esquema de ligação da bomba solar Anauger ....................................... 32
Figura 14 - Sazonalidade inversa da produção de energia eólica com o nível dos
reservatórios das hidrelétricas brasileiras ................................................................. 34
Figura 15 - Aerogerador de pequeno porte instalado em uma residência. ................ 34
Figura 16 - Evolução das turbinas eólicas ao longo dos anos................................... 36
Figura 17 - Investimentos de um sistema eólico onshore ......................................... 37
Figura 18 - Investimentos de um sistema eólico offshore ......................................... 37
Figura 19 - Evolução da energia eólica no mundo (1996-2013) em GW ................... 38
Figura 20 - Crescimento do potencial eólico a nível mundial .................................... 39
Figura 21 - Países com maior capacidade instalada, participação em percentual e
potência instalada incremental no final de 2009........................................................ 40
Figura 22 - Esquema elétrico de um aerogerador com velocidade constante. .......... 41
Figura 23 - Esquema elétrico de um aerogerador com velocidade variável. ............. 42
Figura 24 - Resultados dos cenários da energia eólica no mundo até 2050 ............. 43
Figura 25 - Geração elétrica por energético no Brasil 2012 (552.498 GWh) –
participação (%) ........................................................................................................ 50
Figura 26 - Geração elétrica por região no Brasil – participação (%) ........................ 50
Figura 27 – Fluxograma da análise da rede de distribuição. ..................................... 54
Figura 28 – Circuito de baixa tensão em análise....................................................... 55
Figura 29 – Módulos FV instalados. .......................................................................... 58
Figura 30 – Gráfico de produção de energia solar do ano de 2014. ......................... 58
Figura 31 – Inversor Sununo – TL 2k ........................................................................ 59
Figura 32- Certificação Inmetro do módulo fotovoltaico Yingli 230 Wp ..................... 60
Figura 33 – Gerador eólico Eolicom 300 ................................................................... 61
Figura 34 - Gráfico de relação entre velocidade e potência do aerogerador Eolicom
E300 .......................................................................................................................... 62
Figura 35 – Seleção do nó 5 para avaliação do nível de tensão ............................... 63
Figura 36 – Perfil de tensão do nó 5 ......................................................................... 64
Figura 37 - Seleção do nó 23 para avaliação do nível de tensão .............................. 64
Figura 38 - Perfil de tensão do nó 23 ........................................................................ 65
Figura 39 - Seleção do nó 26 para avaliação do nível de tensão .............................. 65
Figura 40 - Perfil de tensão do nó 26 ........................................................................ 66
Figura 41 - Seleção do nó 18 para avaliação do nível de tensão .............................. 66
Figura 42 - Perfil de tensão do nó 18 ........................................................................ 67
Figura 43 – Rede de distribuição no cenário 1 .......................................................... 68
Figura 44 - Perfil de tensão no nó 23 ........................................................................ 68
Figura 45 – Inserção da GD no cenário 2 ................................................................. 69
Figura 46 - Inserção da GD no cenário 3 .................................................................. 70
Figura 47 - Inserção da GD no cenário 4 .................................................................. 71
Figura 48 - Inserção da GD no cenário 4 .................................................................. 72
Figura 49 – Comportamento da tensão e da corrente no cenário 1 .......................... 73
Figura 50 - Comportamento da tensão e da corrente no cenário 2 ........................... 74
Figura 51 - Comportamento da tensão e da corrente no cenário 3 ........................... 75
Figura 52 - Comportamento da tensão e da corrente no cenário 4 ........................... 76
Figura 53 - Comportamento da tensão e da corrente no cenário 5 ........................... 77
Figura 54 – Níveis de tensão e corrente em todos os cenários ás 11 h .................... 79
Figura 55 - Níveis de tensão e corrente em todos os cenários ás 15 h ..................... 79
Figura 56 - Níveis de tensão e corrente em todos os cenários ás 19 h ..................... 80
Figura 57 – Análise dos níveis de tensão no nó 23 em todos os cenários e horários
.................................................................................................................................. 80
Figura 58 – Análise dos níveis de corrente do transformador em todos os cenários e
horários ..................................................................................................................... 81
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Eficiência de conversão e custo de células solares. ................................ 26


Tabela 2 - Capacidade de elevação em metros de coluna de água em função da
potência do sistema da bomba de água e irradiação solar ....................................... 32
Tabela 3 - Classificação de energia e velocidades dos ventos. ................................ 44
Tabela 4 - Potencial médio de geração eólica nas diversas regiões do Brasil (a 50 m
de altura) ................................................................................................................... 45
Tabela 5 - Velocidade média dos ventos no Estado do Rio Grande do Sul. ............. 46
Tabela 6 – Localização das Cargas .......................................................................... 55
Tabela 7 – Dados do Trecho ..................................................................................... 56
Tabela 8 – Especificação técnica do inversor ........................................................... 59
Tabela 9 - Verificação das tensões nos nós terminais da rede sem GD ................... 67
Tabela 10 – Tensão no nó 23 e corrente do transformador no cenário 2 .................. 69
Tabela 11 – Tensão no nó 23 e corrente no transformador no cenário 3 .................. 70
Tabela 12 - Tensão no nó 23 e corrente no transformador no cenário 4 .................. 71
Tabela 13 - Tensão no nó 23 e corrente no transformador no cenário 5 .................. 72
LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


AMA Acompanhamento das Medições Aneométricas
ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica
BEN Balanço Energético Nacional
BT Baixa Tensão
CEMIG Companhia Energética de Minas Gerais
CEPEL Centro de Pesquisas de Energia Elétrica
CPF Cadastro de Pessoas Físicas
CPFL Companhia Paulista de Força e Luz
CRESESB Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio Brito
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
EPE Empresa de Pesquisa Energética
FV Fotovoltaico
GD Geração Distribuída
GWEC Global Wind Energy Council
ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
IEA Agência Internacional de Energia
INEE Instituto Nacional de Eficiência Energética
INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
MME Ministério de Minas e Energia
NBR Normas Brasileiras de Regulação
PIE Produtor Independente de Energia Elétrica
PROINFA Programa de Incentivo às Fontes de Energia Elétrica
pu por unidade
PV Photovoltaic
SIN Sistema Interligado Nacional
LISTA DE SÍMBOLOS
A Ampére
GW Gigawatt
MW Megawatt
V Volt
Wp Watt-pico
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14
1.1 Definição do Tema ............................................................................................ 16
1.2 Delimitações do Trabalho ................................................................................. 17
1.3 Objetivos ............................................................................................................ 17
1.3.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 17
1.3.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 17
1.4 Justificativa........................................................................................................ 17
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 19
2.1 Geração Distribuída e Redes Inteligentes ....................................................... 19
2.1.1 Vantagens e Desvantagens da Geração Distribuída ........................................ 21
2.2 Energia Solar ..................................................................................................... 22
2.2.1 Módulos Fotovoltaicos ...................................................................................... 23
2.2.2 Associação de módulos fotovoltaicos ............................................................... 25
2.2.3. Custo do sistema solar .................................................................................... 26
2.2.4 Desempenho .................................................................................................... 27
2.2.5 Tipo de Sistemas Fotovoltaicos ........................................................................ 29
2.3 Energia Eólica.................................................................................................... 32
2.3.1 Aplicações da Energia Eólica ........................................................................... 35
2.3.2 Evolução dos Aerogeradores ........................................................................... 35
2.3.3 Caracterização dos Custos da Energia Eólica ................................................. 36
2.3.4 Evolução da Capacidade Instalada .................................................................. 38
2.3.5 Aerogeradores de Velocidade Constante ......................................................... 40
2.3.6 Aerogeradores de Velocidade Variável ............................................................ 41
2.3.7 Projeções ......................................................................................................... 42
2.3.8 Potencial dos Ventos ........................................................................................ 44
2.4 Biomassa ........................................................................................................... 47
2.5 Parâmetros de Qualidade da Energia .............................................................. 51
2.5.1 Afundamentos de Tensão ................................................................................ 51
2.5.2 Interrupções Curtas .......................................................................................... 51
2.5.3 Interrupções Longas ......................................................................................... 51
2.5.4 Picos de Tensão ............................................................................................... 52
2.5.5 Ondulações de Tensão .................................................................................... 52
2.5.6 Distorções Harmônicas .................................................................................... 52
2.5.7 Flutuações de Tensão ...................................................................................... 52
2.5.8 Ruídos .............................................................................................................. 53
2.5.9 Desequilíbrio de Tensão................................................................................... 53
4 METODOLOGIA E ESTUDO DE CASO ................................................................ 53
4.1 Etapas de Análise .............................................................................................. 53
4.2 Sistema............................................................................................................... 55
4.3 Perfil de Tensão sem GD .................................................................................. 57
4.4 Dados da Geração de Energia Solar ................................................................ 57
4.4.1 Características Técnicas do Inversor ............................................................... 58
4.4.2 Características do módulo fotovoltaico ............................................................. 60
4.5 Dados da Energia Eólica................................................................................... 61
4.6 Dados da Biomassa .......................................................................................... 63
4.7 Determinação do Ponto de análise .................................................................. 63
4.8 Perfil de Tensão sem GD Cenário 1 ................................................................. 68
4.9 Perfil de tensão com GD Cenário 2 .................................................................. 69
4.9 Perfil de tensão com GD Cenário 3 .................................................................. 70
4.10 Perfil de tensão com GD Cenário 4 ................................................................ 71
4.11 Perfil de tensão com GD Cenário 5 ................................................................ 72
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................. 73
5.1 Análise do cenário 1.......................................................................................... 73
5.2 Análise do cenário 2.......................................................................................... 73
5.3 Análise do cenário 3.......................................................................................... 74
5.4 Análise do cenário 4.......................................................................................... 75
5.5 Análise do cenário 5.......................................................................................... 76
5.6 Resultado das simulações ............................................................................... 77
6 CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS ........................................................... 82
Conclusão ................................................................................................................ 82
Trabalhos Futuros ................................................................................................... 83
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 84
14

1 INTRODUÇÃO

A crescente evolução e utilização de novas tecnologias vêm provocando


transformações na sociedade a qual está mergulhada num mundo de informações e
possibilidades das mais diversas possíveis. Com isto, o consumo de energia tem
aumentado gradativamente, e com ele também se tem questionado sobre uma maior
participação de energias renováveis para incremento no sistema de distribuição,
principalmente em horários de pico de consumo.
Inovações no setor de energia vêm acompanhadas de uma vasta diversidade
de tecnologias e equipamentos, objetivando entre outros, a melhoria na qualidade de
serviços e a redução de perdas de energia. Sendo assim, cada vez mais temos
pesquisas e projetos relacionados à geração distribuída e às redes inteligentes. O
entendimento sobre redes elétricas inteligentes se dá como uma rede que utiliza
tecnologia digital para fazer o monitoramento e gerenciamento do fluxo de energia
bidirecional e informações em tempo real, entre o fornecedor e o consumidor.
Considerando essas premissas, o objetivo geral do trabalho é analisar a
conexão da geração distribuída em redes de distribuição de energia elétrica.
Especificamente, o trabalho também visa a: analisar as fontes de energia
disponíveis para a integração à rede; identificar as vantagens e desvantagens da
geração distribuída e verificar o comportamento do sistema elétrico quando
requerida a demanda necessária.
Cresce, cada vez mais, a busca pelo aperfeiçoamento das tecnologias
utilizando recursos renováveis, caminhando junto à sustentabilidade, a fim de
introduzir, desta forma, melhorias no desenvolvimento de projetos ligados à geração
distribuída e às redes inteligentes. A tarefa é um desafio audacioso, porém contribui
no aprimoramento e solução de problemas evoluindo no setor energético, com a
implantação da microgeração distribuída de energia.
A conexão de centrais geradoras de pequeno e médio porte, é definida pela
Resolução Normativa 482/2012, da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)
(ANNEL, 2012), que, além de tratar sobre o acesso da micro e minigeração aos
sistemas de baixa e média tensão, também cria o sistema de compensação na
fatura de energia do consumidor que tenha algum tipo de geração de energia
integrada a rede elétrica.
15

O sistema elétrico de potência brasileiro é dividido em: geração; transmissão;


distribuição primária e secundária. A seguir tem-se as subdivisões para cada grupo
mencionado:

a) geração: usinas geradoras e subestações elevadoras na geração;


b) transmissão: linhas de transmissão, subestações particulares e de
subtransmissão;
c) distribuição primária: alimentadores primários, subestações de distribuição
e os transformadores particulares;
d) distribuição secundária: rede secundária, transformadores de distribuição e
clientes de baixa tensão (BT).

A figura 1 representa a topologia do sistema elétrico brasileiro.

Figura 1 - Topologia do sistema elétrico brasileiro

Fonte: Coletânea eletrotecnica


16

Na matriz energética brasileira, a geração hidráulica é predominante, o que


significa que a geração está distante dos centros de consumo, em razão da
localização dos rios com potencial para geração. Logo, são necessárias longas
linhas de transmissão e com elevada capacidade, para que o consumidor receba
esta energia.
A complementação da geração de energia se dá pelas usinas termelétricas,
eólicas e solares, que podem operar tanto como plantas de grande porte ou então
como mini e micro geradores interligados aos sistemas de baixa tensão.
Geração distribuída (GD), é um termo utilizado para a caracterização de
geradores conectados ao sistema de distribuição de energia, e o mesmo vem
alterando a topologia básica do sistema elétrico. O uso de gerações mais próximas
ao centro de consumo reduz os custos na transmissão e ao mesmo tempo podemos
ter um melhor aproveitamento do potencial energético disponível. Para que seja
possível a conexão deste sistema de geração à rede de baixa tensão, é necessário
que haja a solicitação de conexão no sistema. Alguns estudos, como de
coordenação da proteção, tensão em regime permanente e estabilidade, se tornam
necessários para que a solicitação seja liberada.
Para atingir os objetivos propostos, este trabalho contempla a seguinte
ordem: na sequência, apresenta-se a introdução; em seguida é exposta a revisão
bibliográfica sobre geração distribuída; após, a metodologia de pesquisa e, por
último, são destacadas as considerações finais.

1.1 Definição do Tema

Este tema aborda as tecnologias de geração de energia integrada e


conectada à rede, tendo como base a geração distribuída de energia. Seja ela por
meio de fontes renováveis e não renováveis, tais como, fontes solares, eólicas,
geradores a combustíveis fósseis, e a integração dos veículos híbridos como uma
possível fonte de energia em horários de alta demanda. Além disso, também, trata
de alguns conceitos da análise da conexão do sistema de geração distribuída em
redes de distribuição de energia.
Os interesses e vantagens da conexão de fontes de geração distribuída são
os mais diversos, sejam eles a integração de fontes renováveis, o gerenciamento da
17

demanda, a eficiência energética, a segurança da operação ou ainda, aumentar a


confiabilidade do sistema.

1.2 Delimitações do Trabalho

Analisar a viabilidade da integração da geração de energia distribuída em


redes de distribuição.

1.3 Objetivos

Os objetivos deste trabalho dividem-se em: geral e específicos.

1.3.1 Objetivo Geral

Determinar o efeito da GD de fontes solar, eólica e a biomassa, sobre a


tensão e corrente em um alimentador típico em diversas configurações.

1.3.2 Objetivos Específicos

a) analisar as fontes de energia disponíveis para a integração à rede;


b) identificar as vantagens e desvantagens da geração distribuída;
c) verificar o comportamento do sistema elétrico quando requerida a
demanda necessária.

1.4 Justificativa

Diante da evolução tecnológica e a crescente demanda de energia, torna-se


necessária a expansão de novas fontes de energia, principalmente renováveis,
impondo à sociedade mundial uma política energética consciente e orientadora.
No Brasil já existe um estudo da agência reguladora de energia elétrica
adotando novos medidores residenciais, os medidores inteligentes, onde a parte da
demanda (consumidor), pode ser também um produtor de energia, sendo então
chamado de prossumidor.
18

Além disso, com o aumento dos custos de energia, também são necessárias
maneiras mais eficientes de gerar energia, diminuindo as perdas e aumentando a
confiabilidade do sistema elétrico.
Portanto, é imprescindível conscientizar o ser humano sobre a importância da
eficiência energética de espaços públicos e residenciais, através da definição de
modelos e normas para esses ambientes provenientes dos resultados mais
significativos de um projeto em desenvolvimento.
19

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A sociedade brasileira necessita de uma política energética que conscientize


e oriente a população através de melhores formas de utilização da energia
disponível. Simples ações de melhoria por parte de cada consumidor poderão tornar
o fluxo de potência de energia na rede de distribuição melhor e mais eficiente.

2.1 Geração Distribuída e Redes Inteligentes

É um novo tipo de distribuição de energia elétrica com maior segurança e


confiabilidade, onde o fluxo de energia elétrica ocorre de forma bidirecional.
Portanto, a energia que normalmente é gerada e distribuída de forma radial e
unidirecional, também poderá ser gerada e integrada às redes elétricas partindo de
unidades consumidoras. Assim, cria-se o produtor e consumidor de energia
(prossumidor).
Conforme a Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG), os
consumidores receberão, em casa, medidores inteligentes, que interagem com a
concessionária em tempo real, possibilitando o acompanhamento, de perto ou via
internet, da utilização da energia, com hipóteses de consumo mais econômico e de
maneira regrada, direciona para uma diminuição das emissões de gases de efeito
estufa do sistema elétrico nacional.
20

Figura 2 – Conceito de Redes Elétricas Inteligentes

Fonte: Siemens
Segundo o Instituto Nacional de Eficiência Energética (INEE), Geração
Distribuída (GD), refere-se à geração elétrica junto aos consumidores, indiferente da
potência, tecnologia ou fonte de energia utilizada. Atualmente as gerações
distribuídas utilizam tecnologias para incluir potências cada vez menores.
Fazem parte da GD: cogeradores, geradores que usam como fonte de
energia resíduos combustíveis de processo, como, por exemplo, bagaço de cana;
geradores de emergência; geradores para operação no horário de ponta; módulos
fotovoltaicos; pequenas centrais hidrelétricas; e pequenos aerogeradores.
O INEE entende que para aumentar a eficiência energética no país um dos
meios é a redução da distância entre geração e consumo de energia. Além disso, a
GD é mencionada na Lei 10.848/04 (que se refere à comercialização de energia
elétrica), como uma das possíveis fontes de geração de energia.
Em nosso país, vários fatores levam ao incremento da GD, por diversos
meios, tais como:
a) Devido aos altos custos, a população requer a redução da tarifa de
energia e maior confiança na prestação dos serviços por parte das
concessionárias;
b) Maior oferta de gás natural, tanto de origem nacional como
internacional;
21

c) Aperfeiçoamento das tecnologias de aproveitamento de energia das


fontes renováveis;
d) Redução dos custos de sistemas de controle, processamento e
transmissão de dados, oportunizando a operação de sistemas elétricos
mais complexos;
e) Incentivo do governo através de políticas públicas incentivando o
mercado de energia solar;
f) Soluções para redução de impactos ambientais, reduzindo o consumo
de energia proveniente de combustíveis fósseis;
g) Com a ascensão tecnológica, tornou- se mais rápida a difusão da GD,
por meio do controle e processamento de dados com custo reduzido na
transmissão de maior volume de informação.
A seguir, temos algumas vantagens e desvantagens da interligação da
Geração Distribuída com a rede elétrica com que visam respeitar os conceitos
relacionados à sustentabilidade.

2.1.1 Vantagens e Desvantagens da Geração Distribuída

Em se tratando dos aspectos vantajosos, temos a redução de custos e perdas


quanto ao transporte de energia, utilização de insumos energéticos de menor valor
comercial, maior confiabilidade e segurança na provisão energética ao sistema,
maior confiabilidade do Sistema Interligado Nacional (SIN), minimização dos
impactos ambientais, contribuição para o desenvolvimento local, devido ao uso de
recursos próprios da região na qual está inserida a instalação elétrica. (OLADE,
2011).
Por outro lado uma das principais desvantagens está relacionada ao alto custo
de implantação do projeto, tanto por parte da concessionária como do consumidor
que optou por gerar energia. Para a concessionária, a interferência na qualidade da
energia da rede, a maior complexidade no planejamento e na operação do sistema
elétrico e o custo de implantação do projeto, são fatores inconvenientes.
Da mesma forma, para o consumidor, que também é o produtor de energia, o
inconveniente da remuneração do custo da interligação da Geração Distribuída à
rede ainda é um fator importante na decisão de se integrar à rede de distribuição.
22

(OLADE, 2011). Isto é um reflexo da falta de políticas públicas em nosso país,


direcionadas ao setor energético.
Contudo, a tendência de uso da GD é crescente e as vantagens de utilizá-la
fazem aumentar o uso de fontes renováveis e a diminuição de impactos ambientais.
Portanto, são fatores determinantes dentro de um contexto de sustentabilidade.

2.2 Energia Solar

A energia solar pode ser convertida diretamente em energia elétrica através


do efeito fotovoltaicos. O aproveitamento térmico para aquecimento de fluidos é feito
através do uso de coletores ou concentradores solares. Os coletores solares são
amplamente usados para o aquecimento de água residencial e comercial. Já os
concentradores solares são usados em aplicações que requerem temperaturas mais
elevadas, que a partir de então pode-se gerar energia mecânica, com auxílio de uma
turbina a vapor e em seguida eletricidade através de um gerador de corrente
elétrica.
Com uma grande parte do território brasileiro localizado próximo da linha do
Equador, faz com que não existam grandes variações na duração solar do dia. Já
para Porto Alegre, que é a capital mais meridional, a duração solar do dia pode ter
uma variação maior do que 3,5 horas, entre 21 de junho e 22 de dezembro. A
radiação solar também depende das condições climáticas e atmosféricas, pois
somente uma parte da radiação atinge a superfície terrestre, em função da reflexão
e absorção dos raios solares pela atmosfera. Então, para maximizar o
aproveitamento da radiação solar, a posição do coletor ou painel é muito importante,
ou seja, o mesmo tem que estar de acordo com a latitude local e ainda com o
período do ano. Para os moradores da região sul, o sistema de captação de energia
solar deve estar orientado para o norte, e com ângulo de inclinação de acordo com a
latitude local. Ainda assim, estimativas demonstram que a incidência da energia
solar sobre a superfície terrestre seja de 10 mil vezes o consumo energético mundial
(CRESESB, 2000).
23

2.2.1 Módulos Fotovoltaicos

São equipamentos compostos por várias células FV ligadas em série de forma


a se obter os níveis de tensão desejados, capazes de fazer a conversão de energia
solar fotovoltaica em energia elétrica. Hoje estes equipamentos já estão interligados
à rede de distribuição, por meio de inversores instalados junto aos consumidores,
contribuindo com a geração distribuída. As células FV podem ser do tipo
monocristalino, policristalino, silício amorfo, além de células de filme finoe outros que
estão em teste, pois tem custo reduzido e eficiência menor do que as de silício
convencional, podendo assim serem usadas em equipamentos que requerem menor
consumo. Atualmente a eficiência da conversão de energia solar em elétrica está
entre 3% e 25%, que é a resultante do material semicondutor, do espectro da
radiação incidente, temperatura e da área da célula.
Como a disponibilidade da energia solar é gratuita, seu aproveitamento no
futuro poderia ser útil para a solução da demanda de energia. Assim como
apresenta vantagens também existem desvantagens na sua utilização.
Sendo as seguintes as vantagens: não apresenta poluição; hoje, as técnicas de
fabricação de módulos fotovoltaicos são totalmente controladas não oferecendo
mais, grandes riscos ao meio ambiente; a manutenção mínima é outro fator notável;
os módulos solares estão atualmente com mais potência e custo reduzido. No Brasil
tem-se a vantagem de ser um país tropical, onde a viabilidade de utilizar os módulos
FV é possível praticamente em todo território.
Em relação às desvantagens o clima é um fator influente, pois regiões onde há
muita incidência de chuvas ou neve, a geração de energia fica prejudicada. Assim
como, durante a noite não é possível a geração de energia. Em locais com muitas
nuvens, tem-se consequentemente oscilação na geração de energia, obrigando a ter
dispositivos de armazenamento, quando for geração isolada.
As figuras 3 e 4, mostram como é a estrutura de uma célula solar fotovoltaica e
ainda a célula sob efeito da radiação solar, respectivamente.
24

Figura 3 – Estrutura típica de uma célula solar fotovoltaica

Fonte: Adaptado de Goetzberger e Hoffmann, (2005).

Figura 4 - Célula solar fotovoltaica sob efeito da radiação solar

FONTE: Adaptado de Quaschning, (2009)

Os efeitos de radiação solar sobre determinados materiais, como por


exemplo, os semicondutores, fazem a conversão direta da energia solar em energia
elétrica. Dentre os efeitos, destacamos o termoelétrico e o fotovoltaico. O efeito
termoelétrico gera uma força eletromotriz, através da junção de dois metais, quando
tal junção está a uma temperatura mais elevada do que as outras extremidades dos
fios. Em função de seus baixos rendimentos para a geração de eletricidade e os
altos custos dos materiais, seu uso comercial foi impossibilitado. Dentre os materiais
mais utilizados para fazer a conversão da radiação solar em elétrica, destaca-se o
silício. Atualmente a eficiência das melhores células FV está em 25%, e ainda existe
a degradação das mesmas, decorrente da ação da radiação ultravioleta, que tem
uma influência muito grande na fadiga dos materiais.
25

2.2.2 Associação de módulos fotovoltaicos

Os dispositivos fotovoltaicos ligados em série, fazem com que a tensão


gerada por cada módulo seja somada, e a corrente elétrica permaneça a mesma,
logo, temos:

A figura 5 ilustra uma associação série de células FV.

Figura 5 - Associação de células fotovoltaicas em série

Fonte: Adaptado de Manual de Engenharia Fotovoltaica, (2014)


Se as condições de irradiância e temperatura nos células forem idênticas,
então as correntes elétricas individuais serão iguais. Caso haja a associação dos
dispositivos com diferentes correntes elétricas, a corrente de limitação será dada
pela célula com menor corrente. Na prática não é usual fazer a associação de
células ou módulos com correntes desiguais, pois pode gerar superaquecimento nos
mesmos.
Já os dispositivos fotovoltaicos ligados em paralelo, tem a característica de
manter o mesmo nível de tensão e então somando-se as correntes de cada célula.
Logo temos:
26

Figura 6 - Associação de células fotovoltaicos em paralelo

Fonte: Adaptado de Manual de Engenharia Fotovoltaica, (2014)

2.2.3. Custo do sistema solar

O custo das células solares tem sido ainda o principal obstáculo para a
geração de eletricidade em escala comercial. Os custos de capital variam entre 5 e
15 vezes os custos unitários de uma usina a gás natural com operação em ciclo
combinado. Entretanto, a redução dos valores é uma tendência forte com o passar
dos anos.
Atualmente os processos de aproveitamento da energia solar mais utilizados
são, o aquecimento de água e a geração fotovoltaica de energia elétrica.
A tabela 1 mostra um comparativo entre a eficiência de conversão e o custo
de células solares.

Tabela 1 - Eficiência de conversão e custo de células solares.


Tipo de Célula Eficiência (%) Custo
Teórica Laboratório Comercial (US$/Wp)
Silício de cristal 30 24,7 12 a 14 4a7
simples
Silício concentrado 27 28,2 13 a 15 5a8
Silício policristalino 25 19,8 11 a 13 4a7
Silício amorfo 17,0 13 4a7 3a5 ---
Fonte: Adaptado de GREEN, M. A. et al. Solar cell efficiency tables: version 16. Progress in
Photovoltaics: Research and Ap-plications, Sydney, v. 8, p. 377-384, 2000.
27

A figura 7 demonstra o funcionamento de um sistema de geração fotovoltaica


de energia elétrica, típico para uma residência com a possibilidade de injetar o
excedente de energia gerada através da conexão com a concessionária.

Figura 7 - Ilustração de um sistema de geração fotovoltaica de energia elétrica

Fonte: Boas energias

2.2.4 Desempenho

As células fotovoltaicas são diretamente influenciadas pelas irradiâncias


incidentes e sua distribuição espectral e ainda pela temperatura de operação da
célula, principalmente em condições de irradiância de até um sol, que corresponde a
1.000 W/m². No caso de se utilizar dispositivos ópticos para aumentar a
concentração de radiação solar, obtendo-se dessa forma níveis de irradiância
superiores aos naturais, e consequentemente um aumento da eficiência da célula
fotovoltaica, será necessário fazer o controle da temperatura da célula fotovoltaica.
A resistência série Rs, que tem origem na resistência do próprio material
condutor, na junção metal-semicondutor e ainda nos contatos metálicos, é um fator
que pode reduzir a eficiência da célula fotovoltaica em casos de alta irradiância,
caso o projeto da célula não atenda as condições para tal irradiância. E na
resistência em paralelo, quando incidirem valores de irradiância muito baixos, a
mesma pode reduzir ainda mais a potência elétrica gerada. Defeitos na estrutura do
módulo FV, principalmente nas bordas, e impurezas, são os principais causadores
da resistência em paralelo, que reduz significativamente a corrente efetiva produzida
pelo módulo fotovoltaico.
28

A figura 8 mostra como é o circuito equivalente de uma célula fotovoltaica


com a resistência série e paralelo.

Figura 8 – Circuito equivalente básico para uma célula fotovoltaica (modelo com
diodo)

Fonte: Adaptado de Manual de Engenharia Fotovoltaica, (2014)

A figura 9 mostra como a curva tensão-corrente é afetada pela irradiância


solar incidente numa célula FV de silício a uma temperatura de 25 ºC.

Figura 9 – Influência da variação da irradiância solar em uma célula fotovoltaica de


silício a uma temperatura de 25 ºC

Fonte: Adaptado de Manual de Engenharia Fotovoltaica, (2014)


Já para um aumento de temperatura ambiente, e consequentemente da célula
fotovoltaica, tem-se a redução da eficiência da célula. A figura a seguir mostra a
curva corrente-tensão para uma irradiância de 1.000 W/m², e com cinco
temperaturas diferentes aplicadas a mesma.
29

Figura 10 – Influência da temperatura da célula fotovoltaica com irradiância de 1.000


W/m²

Fonte: Adaptado de Manual de Engenharia Fotovoltaica, (2014)

2.2.5 Tipo de Sistemas Fotovoltaicos

a) Conectados à rede
É o tipo mais comum de instalações fotovoltaicas, com os painéis
normalmente sobre os telhados, tornando-se necessária a utilização de um inversor
para fazer a conversão de corrente contínua para corrente alternada, sendo então
entregue à rede elétrica da distribuidora de energia.

b) Sistemas Isolados
Aplicado geralmente em áreas que não dispõem de fornecimento de energia
elétrica por parte das concessionárias, sendo então a única fonte de energia
disponível. Estes sistemas podem atender apenas um único consumidor, ou ainda
ter o desenvolvimento de uma pequena rede, atendendo assim mais de um
consumidor.

c) Sistemas Híbridos
Além da geração fotovoltaica, tem-se ainda a integração de outros, como
geradores eólicos ou geração por motores a combustão. Por serem mais complexos,
exigem um controle que faça a conexão dessas fontes. Estes sistemas podem ser
isolados ou integrados à rede local.
30

d) Usinas Solares
São sistemas que produzem uma grande quantidade de energia elétrica em
um único ponto, a capacidade de geração pode chegar a vários megawatts. Estão
conectados à rede de distribuição elétrica e podem ser instalados tanto no solo
como em edifícios industriais, próximos aos pontos de consumo.

e) Bens de consumo
Além de diversos equipamentos elétricos, como relógios, calculadoras,
equipamentos para sinalização de rodovias, sistemas de irrigação móveis, etc. que
podem ser carregados por células fotovoltaicas, está sendo feita também a carga de
baterias dos veículos elétricos, seja por estações com células fixas, ou então com
células móveis, já incorporadas com o próprio veículo.
A figura 11 mostra a evolução cumulativa da potência instalada de
sistemas fotovoltaicos a nível mundial.

Figura 11 - Evolução da potência cumulativa instalada de sistemas PV no mundo,


2000-2010

Fonte: EPIA – Global Market Outlook Photovoltaics Until 2015.


Para sistemas isolados existe a possibilidade de ser feita a conexão dos
painéis solares diretamente à carga, ou seja, não existe o acúmulo de energia em
baterias e nem a interligação com a rede elétrica, uma vez que este tipo de
31

dispositivo é geralmente usado em locais onde não existe a disponibilidade de


fornecimento de energia por parte das concessionárias. Neste caso, em geral as
cargas são tais que podem ser atendidas em horários distintos como é o
bombeamento de água.
As figuras 12 e 13, e a tabela 2, mostram detalhes, tais como, tensão e
corrente máxima, capacidade de geração, esquema de ligação e capacidade de
elevação de coluna de água de uma bomba de água que é comumente utilizada
para fazer o bombeamento em regiões onde não existe a possibilidade de conexão
com a rede elétrica.

Figura 12 - Características técnicas do módulo solar Anauger 175 Wp

Fonte: Anauger
32

Figura 13 - Esquema de ligação da bomba solar Anauger

Fonte: Neosolar Energia

Tabela 2 - Capacidade de elevação em metros de coluna de água em função da


potência do sistema da bomba de água e irradiação solar
Potência Elevação H (metros de coluna de água)
do
Sistema 0 5 10 15 20 25 30 35 40
100 Wp 4600 3700 3000 2400 1950 1550 1200 900 650
130 Wp 6300 5050 4100 3300 2600 2050 1600 1200 900
170 Wp 8600 7000 5600 4500 3650 2900 2250 1700 1200
O volume bombeado é influenciado pela variação da irradiação solar, para os valores acima foram
obtidos na condição de 6,0 kWh/m² por dia.
Fonte: Neosolar

2.3 Energia Eólica

A energia proveniente do vento é uma das formas mais antigas de energia já


conhecidas pelo homem. Após girar moinhos e bombear água, a energia eólica,
atualmente, é utilizada para geração de energia elétrica, tanto em grande como em
pequena escala. Os aerogeradores de pequeno porte estão cada vez mais
33

presentes em nosso meio, seja para geração isolada ou então integrando essa
energia à rede de distribuição elétrica.
Em 1992, a ilha de Fernando de Noronha recebeu a instalação da primeira
turbina de energia eólica do Brasil. No início da década de 2000, o país sofreu com
uma grande seca que ocasionou a diminuição do nível de água dos reservatórios
das hidrelétricas e, consequentemente, houve o racionamento da energia elétrica o
que levou as autoridades a buscar mais fontes de energia elétrica.
Anualmente, no período dos meses de junho a dezembro, tem-se em nosso
país uma diminuição da precipitação pluviométrica, por outro lado, intensificam-se os
ventos. Dessa maneira podemos poupar as hidrelétricas nesta época, o que pode
também significar o armazenamento de energia em usinas com reservatório, o que
não é possível nas usinas a fio d’água. Entretanto, em quase todas as regiões
brasileiras é possível a geração de energia eólica, mas a maior concentração está
nas regiões nordeste e sul.
Assim como as demais fontes de energia, a eólica possui muitas vantagens,
pois é uma fonte de energia renovável e limpa, porém em contrapartida as
desvantagens também existem.
Dentre as vantagens pode-se citar que é uma fonte de energia inesgotável, não
tendo poluição e nem a geração de resíduos durante o processo de produção de
energia. Poluição e resíduos são gerados no processo de fabricação e manutenção
do gerador eólico. O espaço físico ocupado pelo parque eólico ainda pode ser
aproveitado para outras finalidades, como a agricultura e a pecuária. Possui baixo
custo pelo fato de ser uma das fontes mais baratas de energia. A necessidade de
manutenção é somente semestral. E, além disso, o próprio aerogerador, em poucos
meses de funcionamento, recupera a energia utilizada para sua fabricação.
Entre suas principais desvantagens pode-se mencionar o fato de ser
dependente de um fenômeno natural, ou seja, corre-se o risco de não ter a geração
de energia elétrica em períodos que existe maior demanda. Há ainda a ocorrência
de grande impacto visual e sonoro no meio ambiente, devido ao ruído produzido
pelo vento em contato com as pás do gerador. E, ainda, o ruído das engrenagens
internas do aerogerador, que pode chegar a 43 decibéis, impossibilitando a
construção de moradias próximas aos parques eólicos. Outro fator desvantajoso é a
morte das aves e principalmente morcegos, que passam pelos parques eólicos, e
são atingidos pelas pás dos aerogeradores.
34

Tais fatos mostram que, antes da implantação de uma nova fonte de energia, é
necessário fazer um levantamento detalhado sobre o local de instalação do parque
eólico, a fim de obter-se um melhor aproveitamento entre custos e benefícios, sem
causar impactos ambientais.
As figuras abaixo demonstram como ocorre a sazonalidade inversa entre a
fonte hídrica e a eólica na geração de energia a nível nacional, e ainda a geração
eólica de pequeno porte, respectivamente.

Figura 14 - Sazonalidade inversa da produção de energia eólica com o nível dos


reservatórios das hidrelétricas brasileiras

Fonte: EPE/Abeeólica

Figura 15 - Aerogerador de pequeno porte instalado em uma residência.

Fonte: Energia Pura


35

2.3.1 Aplicações da Energia Eólica

Segundo Tolmasquim (2003), os sistemas eólicos podem ter três aplicações


distintas, isto é, sistemas isolados, sistemas híbridos e ainda sistemas interligados à
rede de energia elétrica.
Sistemas isolados são em geral de pequeno porte e necessitam de alguma
forma de armazenamento dessa energia.
Sistemas híbridos apresentam, além da energia eólica, outras fontes de
energia. São em geral de médio porte e atendem a um número maior de usuários
comparados aos sistemas isolados.
Os sistemas interligados interagem de forma complementar ao sistema de
grande porte ao qual estão conectados.

2.3.2 Evolução dos Aerogeradores

Com mais de 30 mil turbinas eólicas em operação no mundo todo, os aerogeradores


sofreram grandes mudanças em seus projetos, com a finalidade de aumentar o seu
rendimento, aumentando assim, a sua capacidade de produção e principalmente,
reduzir seus custos de fabricação. Atualmente no desenvolvimento de uma turbina
eólica, não são mais dados grandes saltos tecnológicos e sim reduções incrementais
no custo da geração de energia, e ainda um conhecimento mais amplo de quais as
condições que a turbina estará submetida, facilitando assim, o projeto e
proporcionando um maior aproveitamento do vento.
A figura 16 demonstra como foi a evolução dos aerogeradores ao longo dos
anos.
36

Figura 16 - Evolução das turbinas eólicas ao longo dos anos

Fonte: Fontes de Energia Nova e Renovável

2.3.3 Caracterização dos Custos da Energia Eólica

As principais variáveis que compõem o custo de geração de energia são os


custos de investimento, combustível, de operação e manutenção (TOLMASQUIM,
2003; SALLES, 2004). Para a produção de energia a partir dos ventos, não há o
custo do combustível como em geradores de emergência e outros geradores que
necessitam de matéria prima para a geração, logo, o custo do investimento é maior
comparado ás fontes convencionais. Tendo hoje, o desenvolvimento de turbinas
maiores e mais eficientes, a redução do custo de operação e manutenção entre
outros, faz com que o custo das plantas eólicas esteja diminuindo ao longo dos
anos. Mas o fator de capacidade faz elevar o preço da energia eólica, uma vez que a
mesma fica em torno de 30 % a 40 %, o que é muito abaixo das convencionais, que
varia entre 40 % e 80 %.
Não existe um valor único para a instalação de um parque eólico, e nem de
preço para a energia gerada, pois ambos dependem do tamanho, quantidade de
turbinas, e ainda das políticas incentivadoras e subsídios dos governos. As análises
iniciais de investimento, como custo de equipamentos, instalação, operação e
manutenção, são essenciais para se determinar os custos finais da tecnologia
utilizada.
37

A figura 17 mostra os investimentos de um sistema eólico a partir da tecnologia


onshore, e a figura 18 nos mostra os investimentos de um sistema eólico a partir da
tecnologia offshore.

Figura 17 - Investimentos de um sistema eólico onshore

Fonte: Fontes de Energia Nova e Renovável

Figura 18 - Investimentos de um sistema eólico offshore

Fonte: Fontes de Energia Nova e Renovável


38

2.3.4 Evolução da Capacidade Instalada

Em 2009 a capacidade eólica mundial estava em 158,5 GW, (GWEC, 2010), o


que representou um crescimento de 30% em relação a 2008. Instalando
aproximadamente 13,8 GW em aerogeradores no ano de 2009, somente a China
respondeu por mais de 1/3 desse crescimento. Na última década, a capacidade de
geração de energia eólica foi multiplicada por 11.
Já em 2013, a capacidade de energia eólica instalada no mundo cresceu
12,39%, passando de 283 GW, para 318 GW.
As figuras 19 e 20 mostram como foi a evolução da capacidade eólica
mundial entre os anos de 1996 e 2013 e ainda em quais países houve o maior
crescimento da energia eólica.

Figura 19 - Evolução da energia eólica no mundo (1996-2013) em GW

Fonte: GWEC (Global Wind Energy Council)


39

Figura 20 - Crescimento do potencial eólico a nível mundial

Fonte: GWEC

Os dez países com maior capacidade instalada até o final do ano de 2009, a
participação dos mesmos na matriz energética mundial e ainda a potência instalada
incremental, são mostrados na figura 21.
40

Figura 21 - Países com maior capacidade instalada, participação em percentual e


potência instalada incremental no final de 2009

Fonte: Fontes de Energia Nova e Renovável

2.3.5 Aerogeradores de Velocidade Constante

Quando o gerador é diretamente acoplado à rede elétrica, temos os


aerogeradores com velocidade constante, onde a frequência da rede é que
determina a rotação do gerador, e consequentemente a do aerogerador. A baixa
rotação do aerogerador é transmitida ao gerador, de rotação por um

multiplicador com relação de transmissão . A velocidade do gerador depende do

número de pólos e da frequência do sistema elétrico dados por:

A figura 22 mostra um esquema elétrico de um aerogerador com velocidade


constante, onde é usado um gerador elétrico assíncrono ou de indução, na qual a
maior vantagem é a construção simples e barata, além de dispensarem os
41

dispositivos de sincronismo. Logo, as desvantagens são: as altas correntes de


partida, que podem ser suavizadas por um tiristor de corrente ou de partida, e sua
demanda por potência reativa para a excitação do gerador.

Figura 22 - Esquema elétrico de um aerogerador com velocidade constante.

Fonte: CRESESB

2.3.6 Aerogeradores de Velocidade Variável

Este tipo de aerogerador pode usar gerador síncrono ou assíncrono, onde a


conexão é feita por meio de um conversor de frequência eletrônico, formado por um
conjunto retificador/inversor. A tensão induzida pelo gerador síncrono é retificada e a
corrente contínua resultante é invertida, com o controle da frequência de saída
sendo feito eletronicamente através dos tiristores. Como a frequência produzida pelo
gerador depende de sua rotação, esta será variável em função da variação da
rotação da turbina eólica. Entretanto, por meio do conversor, a frequência da energia
elétrica fornecida pelo aerogerador será constante e sincronizada com o sistema
elétrico.
O funcionamento do aerogerador com velocidade variável é baseado no
desacoplamento entre as velocidades de rotação do rotor e do aerogerador, da
frequência elétrica da rede. O rotor tem a possibilidade de funcionar com a
velocidade variável ajustada à real situação da velocidade do vento, tendo assim,
42

um desempenho aerodinâmico maximizado. Sua principal vantagem é a redução


das flutuações de carga mecânica, e como desvantagens os altos esforços de
construção e a geração de harmônicos, associados à conversão de frequência, que
com o uso de filtros, podem ser reduzidos. (CUSTODIO, 2002)
A figura 23 mostra um aerogerador de velocidade variável.

Figura 23 - Esquema elétrico de um aerogerador com velocidade variável.

Fonte: CRESESB

2.3.7 Projeções

Estimativas recentes sugerem que o potencial mundial de geração eólica pode


abastecer toda a demanda por energia, entretanto, o potencial hoje economicamente
viável é bem menor. Logo, com o amadurecimento das tecnologias, o custo de
geração a partir da eólica diminuirá, fazendo com que a geração de energia eólica
aumente.
O relatório da GWEC (2008) apresenta três diferentes cenários sobre o futuro
da energia eólica no mundo. O cenário mais conservador, chamado de cenário de
referência, é baseado em projeções da Agência Internacional de Energia (IEA) de
2007. Esse cenário de referência leva em consideração apenas as políticas e as
medidas já existentes.
43

O cenário moderado leva em consideração todas as políticas e medidas de


suporte às energias renováveis, estando elas em vigor ou em fase de planejamento.
Esse cenário também considera que todas as metas mundiais de geração de
energia renovável sejam implementadas com sucesso. Já o cenário mais ambicioso,
denominado avançado, examina até onde a indústria eólica pode crescer sob as
melhores condições. A hipótese por trás desse cenário é de que todas as políticas
optem em favor das energias renováveis, particularmente da energia eólica.

Figura 24 - Resultados dos cenários da energia eólica no mundo até 2050

Fonte: Fontes de Energia Nova e Renovável


De acordo com GWEC (2008), a capacidade instalada de energia eólica irá
aumentar rapidamente nos próximos anos em todos os três cenários propostos, e
atingirá, em 2050, valores iguais a 679 MW no cenário de referência, de 1.834 GW
no cenário moderado e de 3.498 GW no cenário avançado. Ainda de acordo com o
estudo, a energia eólica será responsável em 2050 pela produção de 4,2 a 5,8% da
energia elétrica total no cenário de referência, entre 11,2 e 16% no cenário
moderado e entre 21,2 e 24,5% no cenário avançado. Esses resultados dependem
basicamente da escolha de medidas de eficiência energética pelo lado da demanda
e das diferentes hipóteses quanto às taxas de crescimento da energia eólica pelo
lado da oferta. A geração dessas grandes quantidades de energia eólica irá
demandar um nível considerável de investimento pelos próximos 40 anos, e essa
indústria poderá trazer benefícios no enfrentamento das mudanças climáticas e em
termos de geração de empregos. Segundo o GWEC (2008), para cada MW de
44

energia eólica instalado, são gerados 15 empregos na indústria e 0,33 emprego na


operação e manutenção das turbinas.

2.3.8 Potencial dos Ventos

Ao contrário da Europa, onde os ventos mudam de velocidade e direção, no


Brasil temos ventos com velocidades e direções bem definidas, entretanto, a
densidade do ar é mais baixa do que na Europa, no Nordeste brasileiro tem os uma
densidade de ρ=1,17 kg/m³, e na Dinamarca fica em ρ=1,225 kg/m³. Assim, para o
melhor aproveitamento dos ventos, é necessário o desenvolvimento de novos
modelos de pás e geradores. Elaborado em 2001 pelo CEPEL, o Atlas do Potencial
Eólico Brasileiro mostra que nosso país tem um potencial estimado em 143,5 GW,
com ventos médios anuais iguais ou superiores a 7 m/s, o que disponibiliza uma
geração anual de 272,2 TWh/ano. Em termos de área, seria necessário a utilização
de 71.735 km², o que corresponde a 0,8% do território nacional.
As características topográficas da área onde serão instalados os
aerogeradores são fundamentais para saber o potencial de geração de energia
eólica. Estas características topográficas estão divididas em 5 tipos: área de mata,
área de campo aberto, zona costeira, morros e montanhas. A classificação da
velocidade dos ventos no Brasil é mostrada na tabela abaixo, que variam de 1 a 4,
de baixo potencial eólico para melhores locais para geração eólica, e ainda o
potencial de energia existente em cada uma dessas regiões topográficas. Os valores
são correspondentes à velocidade média anual do vento (m/s) a 50 m de altura, e à
densidade média de energia (W/m²).

Tabela 3 - Classificação de energia e velocidades dos ventos.

Fonte: Feitosa et al. (2003).


45

Tabela 4 - Potencial médio de geração eólica nas diversas regiões do Brasil (a 50 m


de altura)
Região Potência (GW) Energia Gerada (TWh)
Norte 12,8 26,4
Nordeste 75 144,3
Centro-Oeste 3,1 5,4
Sudeste 29,7 54,9
Sul 22,8 41,1
Fonte: Atlas do Potencial Eólico Brasileiro (CEPEL/ CRESESB, 2001)

Uma importante observação no que diz respeito à geração eólica no país, são
as discordâncias entre os potenciais de geração mencionados pelo Ministério de
Minas e Energia (MME) e a ANEEL, onde o MME relata que temos um potencial de
30 GW e por outro lado a ANEEL relatando que temos em torno de 6 GW, isto em
2009.
As figuras 28 e 29 ilustram como é o comportamento da velocidade do vento no
estado do Rio Grande do Sul, entre os meses de janeiro a dezembro de 2014,
indicado em velocidade média e ainda somente no mês de dezembro de 2014.
Figura 28 Velocidade média dos ventos em m/s no estado do Rio Grande do
Sul nos meses de janeiro a dezembro de 2014.

Fonte: EPE - AMA (Acompanhamento das Medições Anemométricas)


46

Figura 29 Velocidade média dos ventos em m/s no estado do Rio Grande do


Sul no mês de dezembro de 2014.

Fonte: EPE - AMA (Acompanhamento das Medições Anemométricas)


Fazendo a avaliação da velocidade de cada dia de cada mês, chegamos a
seguinte tabela:

Tabela 5 - Velocidade média dos ventos no Estado do Rio Grande do Sul.


Velocidade Média
(m/s)
Janeiro 6,77
Fevereiro 7,56
Março 7
Abril 7,31
Maio 5,8
Junho 7,7
Julho 7,65
Agosto 7,31
Setembro 8,27
Outubro 8,2
Novembro 7,63
Dezembro 7,02
Fonte: EPE - AMA (Acompanhamento das Medições Anemométricas)

O que indica que temos a possibilidade de gerar energia mesmo em


ambientes urbanos onde há baixa velocidade do vento, com pequenos
aerogeradores, instalados em residências e/ou nas coberturas de prédios.
47

2.4 Biomassa

Todo recurso renovável que provêm de matéria orgânica, tendo por objetivo
principal a produção de energia, é considerado biomassa.
Dentre as vantagens do uso da biomassa, estão o baixo custo, o fato de ser
renovável permitindo o reaproveitamento de seus resíduos orgânicos que podem ser
utilizados como combustíveis e principalmente o fato de ser muito menos poluente
em comparação ao petróleo e ao carvão. Pode ser utilizado, diretamente por meio
de combustão em fornos, caldeiras e outros, e, então, utilizada para a geração de
energia elétrica, geralmente, em sistemas de cogeração e no fornecimento para
demandas isoladas. A redução do consumo de combustíveis fósseis é considerada
uma grande vantagem da biomassa.
O nosso país, por possuir condições naturais e geográficas favoráveis para a
produção de biomassa, pode destacar-se mundialmente na produção e no uso da
mesma como recurso energético. A intensa radiação solar que atinge grande parte
de nosso país é a fonte de energia para a produção de biomassa, alimentos e outros
itens agroindustriais. Logo, é necessária a conjugação de esforços no sentido de
que a produção de biomassa ou o seu incremento seja feita de maneira sustentável,
tanto do ponto de vista social como ambiental. A biomassa destaca-se também pela
alta densidade energética e pelas facilidades no armazenamento, conversão e
transporte. No Brasil, 80% da bioeletricidade é oriunda dos canaviais, e o restante,
vem de restos de madeira, carvão vegetal, casca de arroz e capim elefante.
Atualmente, apenas 30% das usinas de cana estão fornecendo energia às
concessionárias.
O Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (PROINFA),
criado pelo Governo Federal na década de 90, e o Mercado de Créditos de Carbono,
estabelecido pelo protocolo de Kyoto, foram os fatores que alteraram o interesse dos
produtores do setor sucroalcooleiro na geração de energia elétrica. Mas ainda
existem barreiras, como a dificuldade de acesso à rede de distribuição, o preço
ofertado para a comercialização da energia gerada, falta de interesse das
concessionárias para contratos de longo prazo e ainda financiamentos adequados,
que o país precisa vencer para tornar todo o potencial da biomassa aproveitável.
Dentre as biomassas de cultivos agrícolas, o bagaço de cana-de-açúcar, tem
um papel de extrema importância, principalmente em função do setor sucroalcooleiro
48

gerar uma grande quantidade de resíduos que podem ser aproveitados diretamente
em caldeiras, gerando energia nas usinas sucroalcooleiras e, ainda, o excedente ser
acrescido ao sistema elétrico. Existem outras culturas que também geram biomassa,
podendo ser aproveitadas para a geração de energia. No entanto, são descartadas e
voltam ao solo como matéria orgânica. Podemos citar resíduos como, por exemplo,
cascas de arroz, de castanhas, coco e ainda de laranja.
A maior utilização do bagaço de cana de açúcar na atualidade é o seu
aproveitamento como combustível nas caldeiras, gerando vapor para aquecimento e
geração de energia elétrica para a usina. Além disso, o excedente pode ser vendido
às concessionárias de energia elétrica, sendo que seu rendimento tem variação
conforme a tecnologia utilizada em cada usina. Outro fato que torna a geração de
energia a partir de bagaço de cana vantajosa, é de coincidir com o período de
estiagem das principais bacia hidrográficas de geração hidrelétrica brasileiras,
resultando assim, em uma ótima opção para os sucroalcooleiros.
Com a criação da figura do Produtor Independente de Energia Elétrica (PIE),
em 1999, muitas usinas as quais possuíam uma baixa eficiência, se adaptaram para
elevar essa eficiência, visando a exportação de energia para as concessionárias
locais.
Hoje a concessionária que mais compra energia das usinas açucareiras é a
Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), pois em torno de 60% das usinas estão
localizadas no estado de São Paulo.
Segundo a ANEEL, o nosso país tem 487 usinas a biomassa em
funcionamento, totalizando uma capacidade de 12 GW, que corresponde a 9 por
cento da matriz energética brasileira. Em muitos casos estas usinas produzem
energia durante 11 meses por ano, parando somente para a manutenção
programada.
Antigamente a demanda de energia elétrica das usinas de cana de açúcar era
suprida por terceiros, geralmente oriunda de madeira de florestas nativas. Mais tarde
começou o consumo de energia das concessionárias e ainda a complementação
com a queima de óleo combustível, para suprir o fornecimento.
Durante a crise do petróleo na década de 70, as usinas açucareiras
começaram a fazer a queima do bagaço de cana para a produção própria de energia
elétrica, e a partir disso, tornaram-se autossuficientes.
49

A grande importância da queima do bagaço de cana de açúcar para a


produção de energia deve-se ao fato de que o conteúdo energético do mesmo,
equivale à metade do petróleo produzido em nosso país, o que torna importante a
utilização dessa fonte de energia, tanto economicamente como ambientalmente.
Dessa forma, a cadeia de transformações e de usos da cana de açúcar pode trazer
relevantes oportunidades de aumento na sua eficiência energética com agregação
de valor, diminuição de custos e crescimento econômico.
O bagaço de cana é um subproduto da moagem da cana para qualquer
finalidade, e o processamento de uma tonelada de cana de açúcar, requer em média
12 kWh de energia. Uma tonelada de cana de açúcar moída, produz em torno de
250 kg de bagaço. E para a geração de 1 MWh de energia elétrica, é necessário
fazer a queima de 6,5 toneladas de bagaço, isto demonstra que o sistema é
autossuficiente na relação de geração e consumo de energia.
1 MWh → 6,5 toneladas de bagaço
6,5 toneladas de bagaço → 26 toneladas de cana
1 tonelada de cana, requer 12 kWh de energia, logo, para moer 26 toneladas
de cana, são necessários 312 kWh, e a geração pelas 6,5 toneladas de bagaço é de
1 MWh.
Estudos realizados no estado de São Paulo, mostram que para cada hectare
de cana-de-açúcar plantado, obtém-se em média a geração de 35 kWh de energia
elétrica. Hoje a tonelada de bagaço de cana de açúcar está sendo negociada entre
R$ 100 a R$ 120, e o custo de produção de 1 MWh de energia através do bagaço de
cana, está em torno de R$ 400. Para se ter uma ideia, no sistema centro-oeste, o
preço médio do MWh pago pelas concessionárias em dezembro de 2013 estava em
R$ 290,72 e passou para R$ 822,83, em fevereiro de 2014, que é o valor máximo
permitido pela ANEEL.
A venda do excedente de energia na região centro-oeste ocorre durante a
entressafra, que é no período de menor precipitação de chuvas, ou seja, quando a
capacidade de fornecimento por parte das usinas hidrelétricas diminui, sendo que a
capacidade de estocar o bagaço de cana, e utilizá-lo quando necessário, é um
grande diferencial. Na Figura 25, verifica-se o percentual de energia inserida na
matriz energética brasileira por parte de cada fonte:
50

Figura 25 - Geração elétrica por energético no Brasil 2012 (552.498 GWh) –


participação (%)

Fonte: BEN - Balanço Energético Nacional 2013

Figura 26 - Geração elétrica por região no Brasil – participação (%)

Fonte: BEN - Balanço Energético Nacional 2013


51

2.5 Parâmetros de Qualidade da Energia

Diversos fatores apontam como sendo uma ótima opção a geração de energia
através da geração distribuída, porém alguns pontos devem ser observados para
atender a um conjunto de requisitos das concessionárias, para que esta integração
da energia gerada pelos consumidores não interfira nas questões de qualidade da
rede local.

2.5.1 Afundamentos de Tensão

É quando o valor da tensão nominal diminui para níveis de 10% a 90%, o que
pode ocorrer devido à partida de motores elétricos, chaveamentos na rede, curto-
circuitos e também, durante o ligamento de uma fonte de Geração Distribuída fora
da velocidade síncrona, segundo Thong, Driesen e Belmans (2005).

2.5.2 Interrupções Curtas

De acordo com Kreith e Goswami, (2007), interrupção curta é um período que


pode variar de alguns milissegundos até 1 ou 2 segundos, com a interrupção total no
fornecimento de energia. Falhas em isoladores e descargas atmosféricas são a fonte
causadora de abertura, e fechamentos automáticos de sistemas de proteção de
ramificações com falha no sistema.

2.5.3 Interrupções Longas

São interrupções que apresentam um período de duração superior a 1 ou 2


segundos. É semelhante às interrupções curtas, onde a interrupção de energia se dá
de forma total, porém com causas diferentes, como tempestades, falhas nos
equipamentos de energia, objetos colididos com os componentes da rede elétrica e
má coordenação do sistema.
52

2.5.4 Picos de Tensão

Ocorrem durante variações muito rápidas dos valores de tensão, com um


período de duração dentre microssegundos a milissegundos, sendo que os valores
de tensão podem atingir milhares de volts, mesmo em sistemas de baixa tensão.
Picos de tensão tem como causadores de sua ocorrência o chaveamento de
linhas e de bancos de capacitores para correção do fator de potência, e ainda, o
desligamento de cargas pesadas.

2.5.5 Ondulações de Tensão

São aumentos transitórios dos valores de tensão, da frequência nominal com


mais de um ciclo de duração, no entanto inferior a alguns segundos. O ligamento e
desligamento de cargas pesadas, fontes de energia e transformadores mal
dimensionados, são as principais causas das ondulações de tensão, ocasionando
desligamento ou queima de equipamentos, flickers na luz e perda de dados.

2.5.6 Distorções Harmônicas

É quando a tensão ou corrente não apresenta mais formas de onda senoidais,


pois sua nova representação dá-se através do montante de várias ondas senoidais
com diferentes magnitudes, fases, e com frequências múltiplas da frequência
nominal.
Uma das causas de distorção de harmônicas é a utilização de inversores.
Logo, a severidade da distorção depende da tecnologia utilizada pelo inversor e das
configurações de interconexão com a Geração Distribuída.

2.5.7 Flutuações de Tensão

Segundo Kreith e Goswami, flutuações de tensão são oscilações do valor de


tensão, com amplitude moduladas por sinais com frequências entre 0 e 30 Hz. Os
efeitos são semelhantes aos de subtensões, as principais implicações são a geração
de flickers no sistema.
53

2.5.8 Ruídos

A definição de ruídos remete á superposições de sinais de alta frequência ao


sinal original de tensão e corrente, na frequência nominal de operação. Os
causadores de ruídos são interferências eletromagnéticas advindas de micro-ondas,
difusões de sinais de TV, retificadores, inversores e ainda aterramento impróprio de
componentes do sistema, no caso da Geração Distribuída.

2.5.9 Desequilíbrio de Tensão

Ocorre quando há uma alteração na magnitude, ou no ângulo de fase das


fases de tensão, impedindo a operação do sistema de forma simétrica. A inserção
de fontes monofásicas pode ocasionar o desequilíbrio de tensão em sistemas
trifásicos de energia elétrica.

4 METODOLOGIA E ESTUDO DE CASO

Neste trabalho são analisados os fluxos de potência de uma rede elétrica de


baixa tensão e simulada através do software PSL®DMS, que é uma ferramenta de
suporte ao planejamento e à operação de sistemas de distribuição. Os itens a serem
analisados são os níveis de tensão, a corrente elétrica na saída do transformador e
a microgeração distribuída através de sistemas fotovoltaicos, e geração por
biomassa. Estes itens foram avaliados em cinco cenários diferentes. O primeiro
cenário será sem a conexão de GD. O segundo cenário apresenta a inserção de GD
de forma aleatória nos pontos da rede, uma vez que a geração será feita por
geradores solares, eólicos e biomassa; o terceiro cenário terá a inserção da GD nas
extremidades da rede, sendo somente a geração fotovoltaica; o quarto cenário será
com a inserção da GD nas extremidades da rede, sendo somente a geração eólica;
e o quinto e último cenário será com a inserção da GD nas extremidades da rede,
sendo agora com a inserção por geradores solares, eólicos e biomassa.

4.1 Etapas de Análise

A sequência dos passos de análise da rede está representada na figura 27.


54

Figura 27 – Fluxograma da análise da rede de distribuição.

Fonte: Elaborado pelo autor

A etapa de modelagem foi realizada a partir do levantamento dos dados da


rede secundária escolhida, da localização dos clientes e suas respectivas classes e
consumos. Com estes dados a rede foi modelada no software PSLDMS e
posteriormente avaliadas as condições de fluxo de carga, níveis de tensão e
carregamento da rede e do transformador.
Após a etapa de diagnóstico inicial, foram identificados os pontos de conexão
da GD, as fontes de GD utilizadas em cada ponto e suas potências nominais.
Uma vez distribuídas as unidades geradoras e a identificação de cada tipo
foram aplicados os perfis típicos de geração em cada unidade.
Após concluída esta etapa, a rede foi novamente simulada permitindo avaliar
os efeitos da conexão da GD no carregamento do transformador, nos níveis de
tensão ao longo da rede e no carregamento da própria rede.
De posse destas análises pode-se apresentar os benefícios e restrições da
inserção das fontes de GD na rede.
55

4.2 Sistema

O sistema elétrico utilizado neste trabalho é uma rede de baixa tensão suprida
por um alimentador primário com tensão nominal de 13,8 kV. A rede, apresentada
na Figura 28, consiste de um modelo real que faz parte da rede elétrica de uma
concessionária.

Figura 28 – Circuito de baixa tensão em análise.

Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 6 – Localização das Cargas


Nó Cliente Classe
5966028 Residencial
1648388 Residencial
5 4113351 Rural
1648393 Residencial
1648389 Comercial
6 4453114 Rural
7 2445686 Comercial
3177009 Residencial
9 3153484 Rural
56

1648394 Rural
1648397 Residencial
11 1648398 Residencial
4713208 Comercial
1648398 Residencial
12 4713208 Comercial
2609450 Residencial
21648396 Residencial
14 2581684 Residencial
4113984 Residencial
15 4113711 Residencial
16 1648387 Comercial
17 2545464 Rural
4764143 Comercial
18 4937997 Comercial
5988086 Residencial
19 2346437 Rural
20 2724095 Residencial
21 2751934 Residencial
3961537 Rural
1648395 Comercial
23 3285933 Residencial
4791942 Comercial
3032599 Rural
24 3802678 Residencial
2315916 Rural
3501544 Residencial
25 3511452 Residencial
26 1648391 Residencial
27 Transformador
Fonte: Elaborado pelo Autor

Tabela 7 – Dados do Trecho


Nó de Nó de Comprimento Nº Cabo
Início Fim (m) fases
5 6 43 3 1/0 CA
6 7 46 3 1/0 CA
7 8 44 3 1/0 CA
8 10 43 3 1/0 CA
10 11 46 3 1/0 CA
11 12 44 3 1/0 CA
12 13 31 3 1/0 CA
13 14 28 3 1/0 CA
57

14 15 45 3 1/0 CA
15 16 52 3 1/0 CA
16 17 101 3 1/0 CA
17 18 97 3 1/0 CA
27 13 1 3 1/0 CA
13 24 17 3 1/0 CA
24 25 46 3 1/0 CA
25 26 38 3 1/0 CA
6 9 45 3 1/0 CA
9 19 46 3 1/0 CA
19 20 45 3 1/0 CA
20 21 50 3 1/0 CA
21 22 46 3 1/0 CA
22 23 44 3 1/0 CA
Fonte: Elaborado pelo Autor

4.3 Perfil de Tensão sem GD

O perfil de tensão a ser analisado será o nó que tenha a maior queda de


tensão no horário de pico, ou seja, às 19 h, a partir de então será feita a análise sob
aquele nó sem a GD e após com a inserção da GD em outras situações.

4.4 Dados da Geração de Energia Solar

Os dados coletados para a inserção da energia solar foram obtidos através de


uma micro usina, existente no município de Lajeado RS, com o uso de dez módulos
FV ligados em série, que estão conectados à rede elétrica através de um inversor. A
geração de energia deste sistema no ano de 2014 ficou em 2.917,9 kWh. Logo, para
fins de estudo, foi considerado o valor da produção diária em 8 kWh.
As figuras 29 e 30 ilustram a instalação dos módulos fotovoltaicos e os gráficos
gerados pelo software utilizado no monitoramento da produção de energia.
58

Figura 29 – Módulos FV instalados.

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 30 – Gráfico de produção de energia solar do ano de 2014.

Fonte: SAJ

4.4.1 Características Técnicas do Inversor

O modelo do inversor utilizado nesta micro usina é o Sununo – TL 2k, do


fabricante SAJ, produzido sob encomenda e requisitos da Solar Energy do Brasil
LTDA, e possui uma taxa de distorção harmônica menor que 2%.
Este inversor possui ainda os seguintes certificados de qualidade:
- IEC62119-1/-2
- EN61000-6-1:4
- EN61000-3-2:3
- VDE0126-1-1
59

- RD1663
- ENEL Guide 2010
- G83
- C10/C11
A figura 31 ilustra o inversor utilizado na micro usina e a tabela 8, mostra as
especificações técnicas do mesmo.

Figura 31 – Inversor Sununo – TL 2k

Fonte: SAJ

Tabela 8 – Especificação técnica do inversor


Potência máxima de saída 2000 W
Range de tensão AC 190 – 384 V
Potência máxima de entrada 2300 W
Range de frequência 55 – 65 Hz
Máxima tensão DC de entrada 480 V
Range de operação DC 190 – 384 V
Máxima corrente DC 12 A
Fonte: SAJ
60

4.4.2 Características do módulo fotovoltaico

Os dez módulos fotovoltaicos, são do fabricante Yingli Solar, e atendem as


exigências do projeto. As células fotovoltaicas são de silício cristalino com
dimensões de 156 x 156 mm e possuem caixa de terminais com IP65. Os
conectores elétricos são do tipo MC4 com grau de proteção IP67. Já os módulos tem
1650 mm de comprimento por 990 mm de largura e 50 mm de profundidade (borda).
A potência de cada módulo é de 230 Wp em condições normalizadas de insolação e
temperatura. Estes módulos são certificados pelo Inmetro, com ilustra a figura 32.

Figura 32- Certificação Inmetro do módulo fotovoltaico Yingli 230 Wp

Fonte: Inmetro
61

4.5 Dados da Energia Eólica

Os dados da geração de energia eólica foram inseridos na rede elétrica a


partir da análise da velocidade média dos ventos do estado do Rio Grande do Sul, e
a partir dos dados do gerador eólico Eolicom 300 do fabricante Eolicom. Logo, para
uma velocidade média de 7 m/s, que ocorre praticamente durante todo o ano, pode-
se gerar 250 W com este modelo de aerogerador.
A figura 31 mostra o modelo de aerogerador e o gráfico da potência de
energia elétrica gerada a partir da velocidade do vento disponível, para o modelo de
aerogerador mencionado.

Figura 33 – Gerador eólico Eolicom 300

Fonte: Eolicom
62

Figura 34 - Gráfico de relação entre velocidade e potência do aerogerador


Eolicom E300

Fonte: Eolicom
63

4.6 Dados da Biomassa

Tendo como base a produção de cana-de-açúcar no município de Santa Rosa


no estado do Rio Grande do Sul, onde cada produtor rural de pequeno porte planta e
colhe em média 5 hectares da área total de sua propriedade, e sendo a média de
produção da região de 35 toneladas por hectare (EMBRAPA), chega-se a um total
de 175 toneladas de cana por ano, e consequentemente 43,75 toneladas de bagaço
por ano. Como são necessárias 6,5 toneladas de bagaço de cana para a geração de
1 MWh de energia, cada produtor terá a disponibilidade de produzir 6,73 MWh ao
longo do ano, o que também significa 18,44 kWh por dia. Logo, a inserção da GD a
partir da biomassa se dará nos horários em que a demanda for maior, conforme
critérios de cada consumidor.

4.7 Determinação do Ponto de análise

O ponto a ser analisado será aquele que tem o maior nível de queda de
tensão da rede no horário das 19 h, que é considerado o mais crítico para o sistema
elétrico, no nosso caso utiliza-se o ponto do nó 23. As figuras 33 a 40 mostram como
foi feita a escolha desse nó.

Figura 35 – Seleção do nó 5 para avaliação do nível de tensão

Fonte: Elaborado pelo autor


64

Figura 36 – Perfil de tensão do nó 5

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 37 - Seleção do nó 23 para avaliação do nível de tensão

Fonte: Elaborado pelo autor


65

Figura 38 - Perfil de tensão do nó 23

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 39 - Seleção do nó 26 para avaliação do nível de tensão

Fonte: Elaborado pelo autor


66

Figura 40 - Perfil de tensão do nó 26

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 41 - Seleção do nó 18 para avaliação do nível de tensão

Fonte: Elaborado pelo autor


67

Figura 42 - Perfil de tensão do nó 18

Fonte: Elaborado pelo autor

A tabela 8 mostra a relação entre as medidas realizadas em todos os nós finais


da rede, em cinco horários distintos.

Tabela 9 - Verificação das tensões nos nós terminais da rede sem GD


Horário Tensão no Tensão no Tensão no Tensão no Corrente no
nó 5 nó 23 nó 26 nó 18 transformador
05 h 0,9852 pu 0,9832 pu 0,9935 pu 0,9898 pu 15,57 A
11 h 0,9733 pu 0,9673 pu 0,9908 pu 0,9817 pu 40,09 A
15 h 0,9738 pu 0,9688 pu 0,9908 pu 0,9817 pu 38,45 A
19 h 0,9686 pu 0,9634 pu 0,9913 pu 0,9852 pu 51,67 A
23 h 0,9827 pu 0,9805 pu 0,9928 pu 0,99 pu 24,64 A
Fonte: Elaborado pelo autor

Analisando a tabela acima, consta-se que a menor tensão existente é no nó


23, às 19 h, sendo o valor da tensão 0,9634 pu. Sendo assim, a análise dos cenários
seguintes vai ser neste nó.
68

4.8 Perfil de Tensão sem GD Cenário 1

A análise a ser feita neste cenário, se refere ao nó 23, às 19 h, sem a


conexão de nenhuma fonte de GD, logo, o perfil de tensão neste nó é 0,9634 pu,
conforme mostram as figuras 41 e 42.

Figura 43 – Rede de distribuição no cenário 1

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 44 - Perfil de tensão no nó 23

Fonte: Elaborado pelo autor


69

4.9 Perfil de tensão com GD Cenário 2

No cenário 2 foram inseridas fontes de GD de forma aleatória nos nós 5, 9,


11, 15, 16, 19, 23, 24 e 26, com geração eólica, geração a biomassa e geração
fotovoltaica, conforme a figura 43, onde as partes em azul significam geração eólica,
em verde geração a biomassa e em preto geração fotovoltaica.

Figura 45 – Inserção da GD no cenário 2

Fonte: Elaborado pelo autor


A tabela 9 mostra a tensão no nó 23, assim como a corrente na saída do
transformador de distribuição em cinco horários distintos ao longo do dia, no cenário
2.

Tabela 10 – Tensão no nó 23 e corrente do transformador no cenário 2


Horário Tensão no nó 23 Corrente no transformador
05 h 0,9842 pu 15,53 A
11 h 0,9694 pu 35,44 A
15 h 0,9714 pu 33,08 A
19 h 0,9778 pu 32,56 A
23 h 0,9812 pu 23,26 A
Fonte: Elaborado pelo autor
70

4.9 Perfil de tensão com GD Cenário 3

No cenário 3 foram inseridas fontes de GD de geração fotovoltaica nos nós 5,


18, 23 e 26, que são os nós extremos da rede, conforme a figura 44, sendo que, a
geração fotovoltaica está destacada em preto.

Figura 46 - Inserção da GD no cenário 3

Fonte: Elaborado pelo autor


A tabela 10 mostra a tensão no nó 23, assim como a corrente na saída do
transformador de distribuição em cinco horários distintos ao longo do dia, no cenário
3.

Tabela 11 – Tensão no nó 23 e corrente no transformador no cenário 3


Horário Tensão no nó 23 Corrente no transformador
05 h 0,9837 pu 16,9 A
11 h 0,9788 pu 29,42 A
15 h 0,9798 pu 27,81 A
19 h 0,9635 pu 51,67 A
23 h 0,9808 pu 24,64 A
Fonte: Elaborado pelo autor
71

4.10 Perfil de tensão com GD Cenário 4

No cenário 4 foram inseridas fontes de GD de geração eólica nos nós 5, 18,


23 e 26, que são os nós extremos da rede, conforme a figura 45, sendo que, a
geração eólica está destacada em azul.

Figura 47 - Inserção da GD no cenário 4

Fonte: Elaborado pelo autor


A tabela 11 mostra a tensão no nó 23, assim como a corrente na saída do
transformador de distribuição em cinco horários distintos ao longo do dia, no cenário
4.

Tabela 12 - Tensão no nó 23 e corrente no transformador no cenário 4


Horário Tensão no nó 23 Corrente no transformador
05 h 0,9874 pu 13,54 A
11 h 0,9714 pu 36,6 A
15 h 0,9724 pu 34,97 A
19 h 0,9674 pu 48,14 A
23 h 0,9837 pu 21,27 A
Fonte: Elaborado pelo autor
72

4.11 Perfil de tensão com GD Cenário 5

No cenário 5 foram inseridas fontes de GD de forma aleatória com geração


eólica, a biomassa e fotovoltaica, nos nós 5, 18, 23 e 26, que são os nós extremos
da rede, conforme a figura 46, onde as partes em azul significam geração eólica, em
verde geração a biomassa e em preto geração fotovoltaica.

Figura 48 - Inserção da GD no cenário 4

Fonte: Elaborado pelo autor


A tabela 12 mostra a tensão no nó 23, assim como a corrente na saída do
transformador de distribuição em cinco horários distintos ao longo do dia, no cenário
5.

Tabela 13 - Tensão no nó 23 e corrente no transformador no cenário 5


Horário Tensão no nó 23 Corrente no transformador
05 h 0,9852 pu 15,19 A
11 h 0,9738 pu 33,97 A
15 h 0,9753 pu 32,33 A
19 h 0,9704 pu 43,54 A
23 h 0,9819 pu 22,91 A
Fonte: Elaborado pelo autor
73

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Neste capítulo são apresentados os resultados das simulações e análises


feitas em todos os cenários, tendo como base o cenário 1, ou seja, a comparação
será sempre feita do cenário 1 com os demais cenários, e nos cinco horários ao
longo do dia.

5.1 Análise do cenário 1

Esta análise faz referência ao cenário 1, sem nenhum tipo de geração


inserida, quando as medições de tensão no nó 23 e a corrente do transformador
foram feitas ás 5 h, 11 h, 15 h, 19 h e 23 h. Essas medições podem ser verificadas
na figura 47.

Figura 49 – Comportamento da tensão e da corrente no cenário 1

Fonte: Elaborado pelo autor


As variações mais significativas foram verificadas no horário das 19 h, onde a
tensão teve seu menor nível (0,9634 pu) e a corrente teve seu maior valor (51,67 A).

5.2 Análise do cenário 2

Esta análise faz referência ao cenário 2, onde já foi inserida GD eólica, a


biomassa e fotovoltaica na rede de forma aleatória, quando as medições de tensão
74

no nó 23 e a corrente do transformador foram feitas ás 5 h, 11 h, 15 h, 19 h e 23 h.


Essas variações podem ser verificadas na figura 48.

Figura 50 - Comportamento da tensão e da corrente no cenário 2

Fonte: Elaborado pelo autor


Neste cenário, houve variações em todos os horários, sendo que o mais
significativo, em relação ao cenário 1, foi o das 19 h, que se deve ao incremento da
geração a biomassa no período das 19 ás 22 h, em que a tensão teve uma melhora
significativa e a corrente no transformador teve uma redução de 37%.

5.3 Análise do cenário 3

Esta análise faz referência ao cenário 3, em que foi inserida a geração


fotovoltaica, no horário das 07 ás 17 h. As medições de tensão no nó 23 e a corrente
do transformador foram feitas ás 5 h, 11 h, 15 h, 19 h e 23 h. A figura 49 mostra
estas variações.
75

Figura 51 - Comportamento da tensão e da corrente no cenário 3

Fonte: Elaborado pelo autor


Neste cenário, houve variações significativas nos horários das 11 h e 15 h,
em relação ao cenário 1 assim sendo pelo fato de ser inserida somente geração
fotovoltaica na rede, a qual é limitada pelo horário de irradiância solar.

5.4 Análise do cenário 4

Esta análise faz referência ao cenário 4 em que foi inserida a geração eólica,
nas 24 h do dia. As medições de tensão no nó 23, e a corrente do transformador
foram feitas ás 5 h, 11 h, 15 h, 19 h e 23 h. A figura 50 mostra as variações.
76

Figura 52 - Comportamento da tensão e da corrente no cenário 4

Fonte: Elaborado pelo autor


As variações neste cenário ocorreram em todos os horários, em relação ao
cenário 1, pelo fato de ser inserida somente geração eólica, o que alterou todos os
valores em todos os horários do dia.

5.5 Análise do cenário 5

Esta análise faz referência ao cenário 5 quando as medições de tensão no nó


23 e a corrente do transformador foram feitas ás 5 h, 11 h, 15 h, 19 h e 23 h. As
variações ocorridas são mostradas na figura 51.
77

Figura 53 - Comportamento da tensão e da corrente no cenário 5

Fonte: Elaborado pelo autor


As variações neste cenário, ocorreram em todos os horários, em relação ao
cenário 1, pelo fato de termos todos os tipos de geração inseridas na rede, e de
forma mais significativa no horário de pico, onde foi inserida a geração a biomassa.

5.6 Resultado das simulações

A partir dos resultados apresentados no cenário 1, que não possui nenhum


tipo de GD na rede, pode-se ver que a maior corrente e a maior queda de tensão
apresentada foi no nó 23 no horário das 19 h, portanto será utilizado este nó e este
horário para a análise com os demais cenários, ou seja do cenário 1 com os demais
cenários.
Analisando o cenário 1, com o cenário 2, onde foi inserida a GD de forma
aleatória, inserindo a geração eólica, a biomassa e a fotovoltaica em diversos
horários, vemos que houve uma diminuição na corrente do transformador e
consequentemente o nível de tensão teve uma melhora significativa. Logo, a
corrente demandada da rede elétrica ficou menor em consequência das GD’s que
estão atuando neste horário nos diversos pontos da rede.
78

A análise do cenário 1, com o cenário 3, onde foi inserida somente a geração


fotovoltaica, nos mostra que não houve alteração na corrente de saída do
transformador e muito pouca variação no nível de tensão. Isto se deve ao fato da
geração fotovoltaica estar atuando somente no horário em que há radiação solar.
Logo para o horário das 19 h, não houve alteração nos níveis de tensão e corrente,
mas por outro lado, nos horários de 11hs e 15 h houve uma significativa melhora no
nível de tensão e uma redução na corrente de saída do transformador.
O cenário 1, com o cenário 4, onde há a inserção de fontes de geração eólica
na rede, mostra que há uma redução não tão significativa no horário das 19 h, e o
mesmo ocorre em todos os horários do dia analisados. Uma vez que a geração
eólica está injetando energia na rede durante as 24 h do dia, porém com uma
potência menor que as demais fontes de geração.
O cenário 1, com o cenário 5, onde há a inserção de todas as fontes de
geração de forma aleatória nos pontos finais da rede, mostra que há uma
significativa redução da corrente demandada pela rede, e por consequência uma
maior tensão. Isto se deve ao fato de termos geração distribuída em todos os
horários do dia, e em alguns momentos como o da inserção da geração a biomassa,
que se sobrepõe com a geração eólica, o que traz mais benefícios para a rede de
distribuição.
As figuras 54 a 56 mostram como houve esta alteração nos níveis de tensão
no ponto mais distante e corrente no transformador, com todos os cenários
envolvidos.
Já as figuras 57 ilustra os níveis de tensão em todos os cenários e horários e
a figura 58 ilustra o nível de corrente em todos os cenários em todos os horários.
79

Figura 54 – Níveis de tensão e corrente em todos os cenários ás 11 h

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 55 - Níveis de tensão e corrente em todos os cenários ás 15 h

Fonte: Elaborado pelo autor


80

Figura 56 - Níveis de tensão e corrente em todos os cenários ás 19 h

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 57 – Análise dos níveis de tensão no nó 23 em todos os cenários e horários

Fonte: Elaborado pelo autor


81

Figura 58 – Análise dos níveis de corrente do transformador em todos os cenários e


horários

Fonte: Elaborado pelo autor


82

6 CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS

Conclusão

No Brasil a viabilidade da implantação das gerações distribuídas em redes de


distribuição já é realidade, uma vez que a resolução normativa 482/2012 da ANEEL
estabelece um sistema de compensação de energia, em que o consumidor pode
gerar energia através de pequenos geradores instalados em sua propriedade, desde
que sejam oriundas de fontes renováveis e não ultrapasse a carga instalada do
próprio consumidor. A energia que for gerada e não consumida pelo próprio
consumidor será injetada na rede da concessionária local e o consumidor receberá
então créditos que podem ser abatidos em sua fatura de energia com o prazo
máximo de 36 meses, após o que não for consumido, será apropriado pela
concessionária. Há também a possibilidade de resgatar estes créditos através de
outra unidade consumidora que tenha o mesmo CPF ou CNPJ. A incidência do
Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a comercialização
do excedente de energia é um assunto ainda a ser tratado e revisto, sendo que hoje
somente os estados de Minas Gerais e Ceará não estão tributando essa transação
no sistema de compensação.
Analisando as fontes de energia disponíveis, foi verificado que existe a
possibilidade de gerar energia mesmo em pequenos espaços disponíveis tanto em
centros urbanos quanto em áreas rurais, com a instalação de painéis fotovoltaicos e
pequenos aerogeradores. Isto representa um fator muito importante para a geração
distribuída, pois trata da geração de pequeno porte e localizada junto ao
consumidor. Na geração por biomassa, já existem tecnologias que fazem com que a
geração possa ser feita através equipamentos de pequeno porte, o que reduz o
custo de implementação e torna-se então mais atrativa. Além disso a ageração a
biomassa pode ser produzida preferencialmente nos horários de ponta.
A geração solar FV teve um incremento considerável na rede, melhorando os
níveis de tensão e reduzindo a corrente no transformador, logo, isto é somente
possível em dias ensolarados e nos horários em que há irradiância solar disponível,
o que muitas vezes não acontece no horário de pico de consumo.
A geração eólica teve um incremento importante, pois sua geração ocorre
durante as 24 h do dia, isto, é claro, considerando a região avaliada, que faz com
83

que seja possível fazer a inserção de energia nos horários de menor consumo, e
ainda fez com que os níveis de tensão melhorassem, assim como também houve a
redução na corrente do transformador.
Já por sua vez, a biomassa, tem a vantagem em relação aos outros tipos de
geração aqui mencionados, que é de se poder optar nos horários em que será
inserida esta geração na rede. Sendo assim, foi inserida no horário de pico, o qual
tem uma demanda muito maior da rede e fez com que os níveis de tensão
melhorassem em todos os cenários em que a mesma foi inserida.
A geração distribuída aqui analisada, mostrou que é uma opção viável tanto
para o consumidor como para a concessionária, que também faz o papel de
armazenador de energia para o consumidor. Logo, com políticas que incentivem a
geração distribuída, teremos com certeza um acréscimo significativo no número de
cogeradores.

Trabalhos Futuros

Para os trabalhos futuros sugere-se a análise de grandes centrais geradoras,


junto a média tensão, e ainda a análise de outras configurações de redes de baixa
tensão que envolvam um número maior de pontos de geração distribuída e outras
classes de consumidores. Outro item que pode ser verificado está relacionado a
influência de diversos transformadores de distribuição com presença de GD em um
mesmo alimentador.
84

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