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Universidade Estadual de Londrina

Centro de Tecnologia e Urbanismo


Departamento de Engenharia Elétrica

Lucas Tamanini Camargo

Projeto de Sistemas Fotovoltaicos


conectados à Rede Elétrica

Londrina
2017
Universidade Estadual de Londrina
Centro de Tecnologia e Urbanismo
Departamento de Engenharia Elétrica

Lucas Tamanini Camargo

Projeto de Sistemas Fotovoltaicos conectados à Rede


Elétrica

Trabalho de Conclusão de Curso orientado pelo Prof. Dra. Silvia


Galvão de Souza Cervantes intitulado “Projeto de Sistemas Foto-
voltaicos conectados à Rede Elétrica” e apresentado à Universidade
Estadual de Londrina, como parte dos requisitos necessários para
a obtenção do Título de Bacharel em Engenharia Elétrica.

Orientador: Prof. Dra. Silvia Galvão de Souza Cervantes

Londrina
2017
Ficha Catalográfica

Lucas Tamanini Camargo


Projeto de Sistemas Fotovoltaicos conectados à Rede Elétrica - Londrina, 2017
- 101 p., 30 cm.
Orientador: Prof. Dra. Silvia Galvão de Souza Cervantes
1. Sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica. 2. Painéis fotovoltaicos.
3. Energia solar.
I. Universidade Estadual de Londrina. Curso de Engenharia Elétrica. II.
Projeto de Sistemas Fotovoltaicos conectados à Rede Elétrica.
Lucas Tamanini Camargo

Projeto de Sistemas Fotovoltaicos


conectados à Rede Elétrica

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de


Engenharia Elétrica da Universidade Estadual de Londrina,
como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel
em Engenharia Elétrica.

Comissão Examinadora

Prof. Dra. Silvia Galvão de Souza


Cervantes
Universidade Estadual de Londrina
Orientador

Prof. Msc. Osni Vicente


Universidade Estadual de Londrina

Prof. Dr. Fernando Cerna


Universidade Estadual de Londrina

Londrina, 9 de fevereiro de 2018


Dedico este trabalho a todos que, de alguma forma,
incentivaram e auxiliaram para a concretização
desta etapa, família e amigos.
Agradecimentos

Agradeço primeiramente à minha família que me deu todas as condições necessárias


para que esse sonho fosse possível.
A meu pai, Sivoney Gonçalves Camargo e minha mãe, Célia Regina Tamanini, aos
quais posso chamar de amigos, e que apesar de todos os problemas sempre estiveram
ao meu lado com palavras de incentivo, afeto e conselhos, apoiando minhas decisões e
sempre deixando claro que acreditavam em mim e em meu potencial. Sem eles, nada
seria possível. Em especial, a meus avós, Antônia Brugnaro e Manoel Tamanini, que
apesar de toda simplicidade, sempre estiveram comigo, me apoiando e incentivando.
Aos meus amigos, os quais carrego desde os tempos de infância, e que apesar das
diferenças e da correria do dia a dia sempre estão juntos, mostrando que a vida não precisa
ser levado tão a sério. E aos amigos que fiz durante o curso, que sempre estiveram presentes
nessa caminhada, compartilhando todos os momentos, aos quais sou imensamente grato
por ter conhecido, e tenho o prazer de chamar de família. Sem eles nada teria sentido.
A minha orientadora, professora Silvia Galvão de Souza Cervantes, por toda sua de-
dicação em me auxiliar na concretização deste projeto, aos professores que se dispuseram
a participar da banca examinadora e também aos professores do departamento de enge-
nharia elétrica desta instituição.
Por fim, agradeço a todos que de alguma forma me ajudaram a estar cursando enge-
nharia elétrica na Universidade Estadual de Londrina, a todos os meus amigos, a todos
os professores com quem tive contato, aos familiares, enfim, a todos que compartilharam
esse sonho comigo e o ajudaram a tornar realidade,
"Felicidade só é real quando compartilhada"
(Christopher McCandless)
Lucas Tamanini Camargo. Projeto de Sistemas Fotovoltaicos conectados à Rede
Elétrica. 2017. 101 p. Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia Elétrica -
Universidade Estadual de Londrina, Londrina.

Resumo
Tendo em vista o grande crescimento de estudos na área de eficiência energética e quali-
dade de energia, o trabalho em questão tem como objetivo principal analisar a viabilidade
do desenvolvimento de um projeto de sistema fotovoltaico conectado à rede elétrica a ser
implementado no estacionamento da Agência de Inovação Tecnológica da Universidade
Estadual de Londrina. Foi feita uma análise do local na qual serão coletados dados para
a confecção do projeto, tais como a área utilizável, e possíveis locais de sombreamento.
Foram ainda elencados eventuais custos com conexões elétricas e materiais para constru-
ção da cobertura do local que servirá como base para as células fotovoltaicas. Por fim,
será mostrado o tempo de payback do investimento.

Palavras-Chave: 1. Sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica. 2. Painéis foto-


voltaicos. 3. Energia solar.
Lucas Tamanini Camargo. . 2017. 101 p. Monograph in Electrical Engineering - Londrina
State University, Londrina.

Abstract
Considering the great growth of essays in energy efficiency and energy quality area, the
main objective of this work is to analyze the development feasibility of a photovoltaic
system project connected to the distribution network implemented in the parking lot of
the Technological Innovation Agency of State University of Londrina. An analysis will
be made of the location in which data will be collected for the project design, such as
the usable area, and possible places of shading. Also will be listed possible costs with
electrical connections and materials to build the coverage site that will serve as the basis
for photovoltaic cells. Finally, the payback time of the investment will be shown..

Key-words: 1. Photovoltaic Systems Connected to the Network. 2. Photovoltaic panels.


3. Solar Energy.
Lista de ilustrações

Figura 1 – Participação das fontes renováveis de energia na matriz energética mun-


dial em 2015. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Figura 2 – Matriz de capacidade instalada de geração de energia elétrica do Brasil
sem importação contratada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Figura 3 – Matriz de produção de energia elétrica no SIN. . . . . . . . . . . . . . 29
Figura 4 – Número de instalações fotovoltaicas já realizadas por estado . . . . . . 30
Figura 5 – Radiação solar média diária no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
Figura 6 – Representação de um sistema fotovoltaico conectado à rede elétrica . . 33
Figura 7 – Sistema fotovoltaico integrado ao Departamento de Engenharia Mecâ-
nica da Universidade Federal de Santa Catarina em Florianópolis. . . . 35
Figura 8 – Estacionamento com cobertura de painéis fotovoltaicos montado no
estacionamento na Universidade Federal do Rio de Janeiro . . . . . . . 36
Figura 9 – Movimento aparente do Sol observado a partir do hemisfério norte (es-
querda) e sul (direita) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Figura 10 – Demonstração do ângulo ótimo para inclinação de painéis solares . . . 38
Figura 11 – Relação entre a disponibilidade de energia em uma superfície com ori-
entação qualquer e em uma superfície com 23, 5o de inclinação para a
cidade de São Paulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Figura 12 – Estrutura de camadas solar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Figura 13 – Fluxo global de potência (em W/m2 ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Figura 14 – Componentes da radiação solar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Figura 15 – Órbita da Terra ao redor do Sol indicando as estações do ano . . . . . 46
Figura 16 – Posição do Sol em relação ao plano horizontal . . . . . . . . . . . . . . 46
Figura 17 – Posição do Sol em relação ao plano horizontal . . . . . . . . . . . . . . 47
Figura 18 – Estrutura das bandas de energia em (a) condutores, (b) semicondutores
e (c) isolantes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
Figura 19 – Representação do efeito fotovoltaico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Figura 20 – Módulos fotovoltaicos utilizando c-Si . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Figura 21 – Módulos fotovoltaicos utilizando a-Si . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Figura 22 – Módulos fotovoltaicos utilizando CdTe . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Figura 23 – Curvas I-V e P-V de uma célula fotovoltaica de silício cristalino . . . . 54
Figura 24 – Curvas I-V de duas células fotovoltaicas de silício cristalino quando
conectadas (a) em série e (b) em paralelo . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Figura 25 – Influência da radiância solar na curva I-V de uma célula fotovoltaica
de silício cristalino na temperatura de 25o C . . . . . . . . . . . . . . . 57
Figura 26 – Influência da temperatura na curva I-V de uma célula fotovoltaica de
silício cristalino para irradiância de 1000W/m2 . . . . . . . . . . . . . . 57
Figura 27 – Caixa de junção de um módulo fotovoltaico . . . . . . . . . . . . . . . 58
Figura 28 – Conectores MC4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Figura 29 – Comparativo de entrega de potência de painéis fotovoltaicos utilizando
técnicas de rastreamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Figura 30 – Inversores da marca SMA em funcionamento . . . . . . . . . . . . . . . 60
Figura 31 – String box com dispositivos de proteção . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
Figura 32 – Estacionamento Aintec UEL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
Figura 33 – Irradiação Solar no plano inclinado - Londrina, PR . . . . . . . . . . . 64
Figura 34 – Gráfico da Irradiação Solar no plano inclinado - Londrina, PR . . . . . 65
Figura 35 – Mapa de ângulos de correção para encontrar o norte geográfico . . . . . 66
Figura 36 – Especificações elétricas do módulo CSI CS6K-270P . . . . . . . . . . . 67
Figura 37 – Especificações elétricas do inversor ABB RIO-27.6-TL . . . . . . . . . 69
Figura 38 – Estrutura de fixação de painéis fotovoltaicos em para coberturas de
estacionamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
Figura 39 – Estrutura de fixação de painéis fotovoltaicos em para coberturas de
estacionamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
Figura 40 – Diagrama unifilar representando o lado CC do sistema fotovoltaico . . 85
Figura 41 – Diagrama unifilar representando o lado CA do sistema fotovoltaico . . 87
Lista de tabelas

Tabela 1 – Instalações fotovoltaicas conectadas à rede realizadas no Brasil de 1997


a 2003 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Tabela 2 – Instalações fotovoltaicas conectadas à rede realizadas no Brasil de 2004
a 2010 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Tabela 3 – Eficiência média de componentes de um sistema fotovoltaico . . . . . . 39
Tabela 4 – Perdas típicas em um sistema conectado à rede . . . . . . . . . . . . . 39
Tabela 5 – Comparação de eficiência das tecnologias de células fotovoltaicas . . . . 54
Tabela 6 – Escolha do ângulo de inclinação do módulo . . . . . . . . . . . . . . . 65
Tabela 7 – Informações básicas do sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
Tabela 8 – Perdas consideradas no sistema fotovoltaico . . . . . . . . . . . . . . . 72
Tabela 9 – Eficiência do Sistema Fotovoltaico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
Tabela 10 – Custos Totais do Projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
Tabela 11 – Dados necessários para cálculo do payback . . . . . . . . . . . . . . . . 76
Tabela 12 – Desempenho do sistema fotovoltaico no período de 25 anos . . . . . . . 77
Tabela 13 – Desempenho de aplicações financeiras em 2017 . . . . . . . . . . . . . 78
Tabela 14 – Levantamento de Cargas e Consumo Aintec . . . . . . . . . . . . . . . 95
Tabela 15 – Orçamento Kit Fotovoltaico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
Tabela 16 – Orçamento Dispositivos de Proteção e Cabos . . . . . . . . . . . . . . 101
Lista de Siglas e Abreviaturas

3E-UEL Empresa de Engenharia Elétrica Júnior da UEL


a-Si Silício Amorfo Hidrogenado
Aintec Agência de Inovação Tecnológica
ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica
c-Si Silício Cristalino
CA Corrente Alternada
CC Corrente Contínua
Cd Te Telureto de Cádmio
CEPEL Centro de Pesquisa de Energia Elétrica
CIGS Disseleneto de Cobre, Índio e Gálio
CIS Disseleneto de Cobre e Índio
CONFAZ Conselho Nacional de Política Fazendária
COPEL Companhia Paranaense de Energia
CRESEB Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito
DPS Dispositivo de Proteção contra Surtos
COPEL Companhia Paranaense de Energia
ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
IGBT Insulated Gate Bipolar Transistor
MME Ministério de Minas e Energia
MPPT Maximum Power Point Tracking
MOSFET Metal Oxide Semiconductor Field Effect Transistor
NBR Norma Brasileira Regulamentar
SIN Sistema Interligado Nacional
STC Standard Test Conditions
TRIAC Triode for Alternating Current
UEL Universidade Estadual de Londrina
Wp Watt-pico
Sumário

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

1.1.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

1.1.2 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

1.1.3 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

2.1 Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede Elétrica . . . . . . . 33

2.2 Sistemas Fotovoltaicos conectados à rede elétrica no Brasil . . 34

2.3 Inclinação e orientação dos módulos solares . . . . . . . . . . . 37

2.4 Cenário de Perdas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

3.1 Recurso Solar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

3.1.1 Geometria Solar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

3.2 Efeito Fotovoltaico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

3.3 Módulo Solar Fotovoltaico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

3.3.1 Silício Cristalino (c-Si) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

3.3.2 Tecnologia de filmes finos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

3.3.3 Silício Amorfo Hidrogenado (a-Si) . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

3.3.4 Telureto de Cádmio (CdTe) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

3.3.5 Disseleneto de Cobre, Índio e Gálio (CIS e CIGS) . . . . . . . 53

3.3.6 Curvas Características dos Módulos Fotovoltaicos . . . . . . . 54


3.3.7 Conexões Elétricas dos Módulos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58

3.3.8 Rastreadores Solares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59

3.4 Inversor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60

3.4.0.1 Caixas de Junção e Dispositivos de Proteção . . . . . . . . . . . . 61

4 DESENVOLVIMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63

4.1 Descrição do Projeto Realizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63

4.2 Dimensionamento do Sistema Fotovoltaico . . . . . . . . . . . . 64

4.2.1 Inclinação e Orientação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64

4.2.2 Escolha do Módulo Fotovoltaico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66

4.2.3 Equações utilizadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67

4.2.4 Escolha do Inversor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68

4.2.5 Condutores CC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70

4.2.6 Dispositivos de Proteção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71

4.3 Perdas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71

4.4 Levantamento de Cargas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72

4.5 Orçamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73

5 RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75

5.1 Payback . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75

6 DISCUSSÕES E CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . 81

REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83

A DIAGRAMA UNIFILAR LADO CC . . . . . . . . . . . . . . . 85


B DIAGRAMA UNIFILAR LADO CA . . . . . . . . . . . . . . . 87

A – MANUAL CANADIAN CS6P-270P . . . . . . . . . . . . . 89

ANEXO B – MANUAL INVERSOR ABB TRIO-27.6-TL . . 91

ANEXO C – LEVANTAMENTO DE CARGAS E CONSUMO

AINTEC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95

ANEXO D – ORÇAMENTO COBERTURA ESTACIONA-

MENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97

ANEXO E – ORÇAMENTO KIT FOTOVOLTAICO . . . . . 99

ANEXO F – ORÇAMENTO DISPOSITIVOS DE PROTE-

ÇÃO E CABOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101


27

1 Introdução

1.1 Introdução
O crescimento econômico de um país está vinculado ao potencial de energia disponível.
A energia é a força essencial para todo o funcionamento de uma economia e o desenvol-
vimento de uma sociedade. Com a crise do petróleo na década de 70, grande parte do
mundo, inclusive o Brasil passou por dificuldades econômicas e energéticas, uma vez que
em sua matriz energética havia a predominância de derivados desse composto.
Nesse cenário, as fontes de energia renováveis tornaram-se uma ótima alternativa,
adquirindo destaque nas políticas públicas no setor energético, visando à diminuição da
dependência dos derivados de petróleo. Apesar disso, ao final de 2015, como pode ser
observado na figura 1, as fontes não renováveis, como o petróleo, ainda ocupavam grande
destaque na matriz energética mundial, sendo responsáveis por 76, 3% da energia mundial
produzida. Entretanto, há de se ressaltar que esse número vem caindo ao longo dos anos.

Figura 1 – Participação das fontes renováveis de energia na matriz energética mundial em


2015.

Fonte:(REN21, 2016)

O Brasil possui uma vasta gama de recursos naturais que podem ser utilizados para
a geração de energia elétrica. A água, utilizada nas hidrelétricas, é o principal. Essa
alternativa, entretanto, vem sendo cada vez mais questionada com o passar dos anos,
muito em virtude de seu alto custo de implantação acompanhado pelo seu elevado impacto
ambiental. A longa estiagem sofrida pelo Brasil recentemente, mostrou que a dependências
28 Capítulo 1. Introdução

desse tipo de geração pode ser perigosa, uma vez usinas hidrelétricas nem sempre são
capazes de suprir a demanda energética brasileira, fazendo com que se recorra às usinas
termoelétricas. Essas, fazem uso do carvão mineral, um combustível fóssil e uma fonte
não renovável e não limpa, que causa um grande impacto ambiental, além de encarecer o
custo da energia, e afetar até mesmo setores como economia e emprego.
Esse contexto permitiu o desenvolvimento e expansão da geração de energia por meio
de fontes alternativas, entre elas, a energia solar, gerada através de placas fotovoltaicas.
A tecnologia fotovoltaica usa materiais semicondutores como o silício para converter
raios solares em eletricidade. O constante avanço desta tecnologia está proporcionando o
aumento da capacidade de fornecimento de energia elétrica no mundo todo, permitindo
que a energia solar fotovoltaica seja uma opção limpa, renovável, viável e com manutenção
mínima. A energia solar fotovoltaica é agora, depois de hidráulica e eólica, a terceira mais
importante fonte de energia renovável em termos de capacidade instalada no mundo. Mais
de 100 países a utilizam. No Brasil, entretanto, a energia solar representa menos de 1%
da energia total produzida no país, como pode ser visto na figura 2 (ANEEL, 2017).

Figura 2 – Matriz de capacidade instalada de geração de energia elétrica do Brasil sem


importação contratada.

Fonte:(MME, 2017)

Os sistemas de geração de energia fotovoltaicos são divididos em duas categorias:


os sistemas conectados à rede (ON-Grid) e os sistemas isolados da rede, ou autônomos
(OFF-Grid). O foco desse projeto será em sistemas conectados à rede.
Apesar da baixa representatividade da energia solar na matriz energética brasileira,
sistemas conectados à rede estão em crescente expansão muito em virtude da aprovação
da normativa 482/2012 da ANEEL em 17 de Abril de 2012, e modificada pelas Resoluções
Normativas ANEEL no 687/2015 e no 786/2017, que permite aos consumidores instalar
1.1. Introdução 29

geradores de pequeno porte em suas unidades consumidoras e utilizar o sistema elétrico


da Copel para injetar o excedente de energia, que será convertido em crédito de energia
válido por 60 meses. Créditos, estes, que serão consumidos em situações em que o sistema
não produz energia suficiente para atender a demanda do estabelecimento, como à noite,
ou em dias nebulosos (ANEEL, 2014).
A tabela da figura 3 mostra exatamente essa expansão ao comparar a energia gerada
através de placas solares nos períodos de Agosto/2015 a Julho/2016 com Agosto/2016 a
Julho/2017, no qual pode-se observar um notável avanço de 224, 4% na energia produzida.

Figura 3 – Matriz de produção de energia elétrica no SIN.

Fonte:(MME, 2017)

Como poder ser visto no mapa da figura 5, a região nordeste do Brasil possui um maior
potencial de geração fotovoltaica quando comparada com o restante do país. Entretanto,
a maior parte das instalações comerciais e residenciais desse tipo se encontram nos estados
da região sul e sudeste do Brasil, como mostra a figura 4. Esse fato, muito se deve ao
poder de compra da população, maior nesses estados.

Em abril de 2015, o Convênio ICMS 16 do Conselho Nacional de Política Fazendária


(CONFAZ) abriu a possibilidade dos estados isentarem a tributação do ICMS na eletri-
cidade gerada pelo sistema fotovoltaico e injetada na rede de distribuição. Essa medida
permitiu diminuir o valor da conta de luz nas residências com placas solares. A participa-
ção de cada estado é voluntária e deve ser manifestada de forma independente. O estado
do Paraná não aderiu a tal medida (COLAFERRO, 2017).
30 Capítulo 1. Introdução

Figura 4 – Número de instalações fotovoltaicas já realizadas por estado

Fonte:(COLAFERRO, 2017)

Figura 5 – Radiação solar média diária no Brasil

Fonte:(CEPEL, 2017.)

1.1.1 Motivação
A crescente demanda de energia e o crescente aumento de seu custo de geração cul-
minou com o aumento pela procura de formas alternativas e mais baratas de geração de
energia. Entre elas, está a geração fotovoltaica, realizada através projetos de instalações
fotovoltaicas acopladas à edificações e conectadas à rede elétrica. A popularização de
1.1. Introdução 31

projetos desse cunho, muito ajudado pela resolução normativa no 482/2012 da ANEEL,
serviu como principal motivação para a realização desse trabalho.

1.1.2 Justificativa
A principal razão ao se optar pelo uso de sistemas fotovoltaicos para geração de energia
é a redução do custo da produção de energia, associado ao fato de ser uma fonte limpa e
renovável.
A energia mundial provém, ainda, majoritariamente de fontes não renováveis, e tem no
petróleo e carvão mineral suas principais matrizes. Por serem energias não limpas, várias
discussões tem sido levantadas, e o fato de serem finitas, coloca em cheque o futuro da
matriz energética mundial. Porém, ao mesmo tempo, abre espaço para ideias alternativas
para geração energia, entre elas, a solar.

1.1.3 Objetivos
Levando em conta as situações mostradas acima, o projeto tem como objetivo principal
conciliar fontes renováveis de energia com desenvolvimento tecnológico. Para isso, será
realizado o projeto de uma cobertura de estacionamento com placas fotovoltaicas em sua
superfície, o que irá proporcionar conforto às pessoas que utilizam o local através da
sombra gerada, além de utilizar uma fonte sustentável para gerar energia, o que pode
propiciar uma eventual auto-suficiência do prédio e uma provável economia de gastos com
energia.
33

2 Revisão Bibliográfica
Sistemas fotovoltaicos são sistemas de geração de energia que utilizam o sol como
fonte primária de energia. É um sistema de geração descentralizada pelo fato de que
diferentemente das grandes usinas geradoras onde se geram enormes quantidades de ener-
gia numa região normalmente distante dos grandes centros consumidores, esses sistemas
normalmente tem suas unidades de consumo próximas à sua área.

2.1 Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede Elé-

trica
Sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica, também chamados de sistemas ON-
GRID, ou GRID-TIE operam em paralelismo com a rede de eletricidade. Diferentemente
dos sistemas autônomos, os sistemas conectados são empregados em locais já atendidos
por energia elétrica. Por não possuírem dispositivos de armazenamento de energia, todo
o excedente de energia produzida pelo sistema é injetado na rede elétrica, ou no caso de
usinas fotovoltaicas, toda a energia produzida.
Esse sistema é basicamente constituído por um conjunto de módulos fotovoltaicos,
que irão gerar a energia, um grupo de inversores, que irão fazer a conversão CC-CA para
conexão à rede elétrica, além das caixas de junção e dispositivos de proteção e de medição
da energia produzida.
A figura 6 ilustra esse tipo de sistema.

Figura 6 – Representação de um sistema fotovoltaico conectado à rede elétrica

Fonte: (SOLAR, s.n.)

A radiação proveniente do Sol incide nos módulos solares, onde terá início o efeito
fotovoltaico e ocorrerá a geração da energia. Em seguida, a tensão, produzida em corrente
34 Capítulo 2. Revisão Bibliográfica

contínua, chegará ao inversor, que fará a conversão DC-AC e enviará a energia para
circuito residencial/comercial ou à rede elétrica.

O inversor, além de realizar a conversão CC-CA, tem como função também, controlar
a corrente a ser injetada na rede, de modo que tenha o formato senoidal e esteja sincroni-
zada com a frequência da rede, além de atender os requisitos de operação impostos pela
concessionária de energia.

Caso o prédio em questão utilize toda a energia produzida pelo sistema gerador, não
haverá excedente para ser injetado na rede. Caso contrário, a energia passará por um
relógio bidimensional, localizado no padrão de entrada, que irá realizar a medição e o
balanço da quantidade de energia que está sendo enviada para a rede.

Os dispositivos de proteção, como o próprio nome já diz, são utilizados para prote-
ger e evitar qualquer tipo de dano no sistema gerador e no sistema elétrico do prédio.
Geralmente são compostos de disjuntores e dispositivos contra surto (DPS).

2.2 Sistemas Fotovoltaicos conectados à rede elétrica

no Brasil

Vários projetos desse cunho tem sido realizados no Brasil e se popularizado ao longo
dos últimos anos, o que serviu de motivação para a realização desse trabalho.

Em setembro de 1997 foi realizada a primeira instalação solar fotovoltaica integrada


a uma edificação urbana e conectada à rede elétrica pública no Brasil. A construção em
questão se no Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC), em Florianópolis, onde o LABSOLAR também opera uma estação
solarimétrica. O sistema gera, ao longo do ano, em média, aproximadamente 2,6MWh de
energia, o suficiente para suprir o consumo de uma família de quatro pessoas no mesmo
período. A instalação possui uma potência instalada de 2078 Wp, e é composta por 68
módulos fotovoltaicos divididos em quatro subsistemas de aproximadamente 500 Wp cada
(RÜTHER, 2004).
2.2. Sistemas Fotovoltaicos conectados à rede elétrica no Brasil 35

Figura 7 – Sistema fotovoltaico integrado ao Departamento de Engenharia Mecânica da


Universidade Federal de Santa Catarina em Florianópolis.

Fonte: (RÜTHER, 2004)

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) realizou um instalação semelhante


e inaugurou, em agosto de 2015, um estacionamento com painéis solares, o maior do país
em geração de energia. O estacionamento está localizado no campus da Ilha do Fundão,
com capacidade para 65 carros, ocupando 651,64 metros quadrados. No total são 414
painéis solares fotovoltaicos, capazes de gerar 140 mil kWh por ano. O investimento do
projeto foi de R$ 1,6 milhões.

Segundo o Fundo Verde da UFRJ, essa energia é suficiente para abastecer até 70
residências com consumo mensal médio de 167 KWh e com isso cerca de 70 toneladas de
dióxido de carbono deixam de ser emitidas por ano na atmosfera, ajudando na redução
do aquecimento global.

A energia gerada pelos painéis instalados no estacionamento alimenta a rede da Light,


que a distribui por todo o campus.
36 Capítulo 2. Revisão Bibliográfica

Figura 8 – Estacionamento com cobertura de painéis fotovoltaicos montado no estaciona-


mento na Universidade Federal do Rio de Janeiro

Fonte:http://solarenergy.com.br

As tabelas 1 e 2 a seguir, retiradas de (CÂMARA, 2011), mostram as instalações


fotovoltaicas acopladas a edificações e conectadas à rede elétrica em operação no Brasil
até o ano de 2010.

Tabela 1 – Instalações fotovoltaicas conectadas à rede realizadas no Brasil de 1997 a 2003

Potência Ano de
Descrição do sistema
(kWp ) instalação
1 LABSOLAR-UFSC (Prédio da Engenharia) 11,00 1997
2 LSF-IEE-USP (Lab. de Sistemas Fotovoltaicos) 0,75 1998
3 LABSOLAR-UFSC (Centro de Convivência) 1,10 2000
4 LSF-IEE-USP (Prédio Administração IEE) 6,30 2001
5 LABSOLAR-UFSC (Centro de Eventos) 10,24 2002
6 CEPEL (Bloco J) 16,32 2002
7 Intercâmbio Eletro Mecânico 3,30 2002
8 Grupo FAE-UFPE (Fernando de Noronha) 2,40 2002
(3 x 1,4)
9 CELESC (Florianópolis, Tubarão e Lages) 2003
4,2
10 LSF-IEE-USP (Lab. de Sistemas Fotovoltaicos) 6,00 2003
Potência Total 61,61
Fonte: (CÂMARA, 2011)
2.3. Inclinação e orientação dos módulos solares 37

Tabela 2 – Instalações fotovoltaicas conectadas à rede realizadas no Brasil de 2004 a 2010

Potência Ano de
Descrição do sistema
(kWp ) instalação
11 UFRGS (Prédio da Engenharia Mecânica) 4,8 2004
12 CEMIG (Laboratório de Sementes) 3,00 2004
13 LSF-IEE-USP (Estacionamento) 3,00 2004
14 Grupo FAE-UFPE (Recife-PE) 1,28 2005
15 Clínica Harmonia (SP) 0,90 2005
16 UFJF (Faculdade de Engenharia) 31,70 2006
17 CEMIG (CPEI - CEFET-MG) 3,24 2006
18 CEMIG (GREEN - PUC-MG) 2,05 2006
19 CEMIG (EFAP - Sete Lagoas-MG) 3,00 2006
20 Casa Eficiente - Eletrosul 2,30 2006
21 GREENPEACE (Sede São Paulo-SP) 2,80 2007
22 Grupo FAE-UFPE (Restaurante Lampião-PE) 1,50 2007
23 Residência particular (Recife-PE) 1,00 2007
24 GEDAE-UFPA 1,60 2007
25 LH2 - Unicamp 7,50 2007
26 Residência particular (São Paulo-SP) 2,90 2008
27 Solaris (Leme-SP) 1,04 2008
28 Zeppini (Motor Z) 2,40 2008
29 Zeppini (Fundação Estrela) 14,70 2008
30 Eletrosul (Estacionamento da Sede-SC) 12,00 2009
31 Tractebel (Hospital Universitário da UFSC) 2,00 2009
32 Tractebel (Colégio de Aplicação da UFSC) 2,00 2009
33 Tractebel (Aeroporto Hercílio Luz-SC) 2,00 2009
34 Eficiência Máxima Consultoria (Brumadinho-MG) 3,57 2010
Potência Total 112,28
Fonte: (CÂMARA, 2011)

2.3 Inclinação e orientação dos módulos solares


Segundo (VILLALVA; GAZOLI, 2012), há duas orientações básicas que devem ser
seguidas para a correta instalação de um módulo solar:

1. Sempre que possível, orientar o módulo com sua face voltada para o norte geográfico,
o que maximiza a produção média diária de energia;

2. Ajustar o ângulo de inclinação correto do módulo com relação ao solo para otimizar
a produção de energia ao longo do ano. Para isso, deve-se levar em conta a latitude
geográfica da localidade onde o sistema é instalado.

Explanando as orientações anteriormente ditas, a trajetória do Sol na abóboda celeste


ocorre sobre a linha do equador terrestre, com variações conforme as estações do ano.
38 Capítulo 2. Revisão Bibliográfica

Para quem encontra-se no hemisfério sul, essa trajetória é visualizada sempre ao norte.
Por esse motivo, é imprescindível a orientação do módulo solar a essa direção. A figura 9
ilustra esse fato.

Figura 9 – Movimento aparente do Sol observado a partir do hemisfério norte (esquerda)


e sul (direita)

Fonte: (FOSTER; GHASSEMI; COTA, 2009)

Com relação à orientação número 2, o planeta Terra possui uma leve inclinação em
seu eixo de 23,5o C, e somado ao fato de que a superfície do planeta é curva, temos
como resultado a incidência não uniforme dos raios solares ao longo de sua superfície.
Para compensar esse fato, é necessário encontrar um ângulo de inclinação de tal forma a
captação dos raios solares seja otimizada. Um ângulo com inclinação não ideal implicaria
no não total aproveitamento do recurso solar, conforme é mostrado na figura 10. O ângulo
em questão depende da latitude em que se encontra o local de instalação do sistema
fotovoltaico. Latitudes maiores implicam em ângulos de inclinação maiores.

Figura 10 – Demonstração do ângulo ótimo para inclinação de painéis solares

Fonte: (VILLALVA; GAZOLI, 2012)


2.4. Cenário de Perdas 39

2.4 Cenário de Perdas


As perdas em sistemas fotovoltaicos influenciam seu desempenho e são causadas por
inúmeros fatores. Os principais são sombreamento, temperatura no módulo e desvio no
rendimento nominal do módulo devido à radiação, que não se mantém uniforme durante
o dia. Porém, outros fatores ainda devem ser levados em consideração, como por exemplo
perdas nos condutores, eficiência do inversor, mismatch no MPPT, diodos e conexões,
degradação dos módulos e também sujeira nos mesmos.
(FOSTER; GHASSEMI; COTA, 2009) mostra a eficiência média de um sistema foto-
voltaico através da tabela 3.

Tabela 3 – Eficiência média de componentes de um sistema fotovoltaico

Componente Eficiência
string fotovoltaica 80 − 85%
Inversor 80 − 90%
Cabeamento 97 − 98%
Desconexões e fusíveis 98 − 99%
Eficiência total do sistema 60 − 75%
Fonte: (FOSTER; GHASSEMI; COTA, 2009)

(MIRANDA, 2014), no entanto, analisa as perdas de maneira diferente e mais espe-


cífica, porém levando em conta os pontos principais apontados na tabela anterior. O
resultado é mostrado na tabela 4.

Tabela 4 – Perdas típicas em um sistema conectado à rede

Perda Valor Considerado Variações da perda


Desvio no rendimento nominal do módulo
e da radiação de 1000W/m2 2,5% -5% a 10%
Temperatura no módulo 3,5% -3% a 6%
Perdas nos condutores do lado CC 2% 1% a 3%
Perdas nos condutores do lado CA 1% 0,7% a 2%
Eficiência do Inversor na conversão 1,5% 1% a 15%
{ Mismatch} no MPPT 2% 1,5% a 3%
Sombreamento 0% 0% a 100%
Diodos e Conexões 0,5% 0,3% a 1%
Transformadores (como os de isolamento no
inversor, por exemplo) 2% 2% a 4%
Sistema { Solar-Tracking} 0% 0% a 2%
Degradação na incidência solar inicial 1% 1% a 10%
Indisponibilidade do sistema 0% 0% a 0,5%
Sujeira nos módulos 2% 2% a 25%
Total de perdas 18%
Fonte: (MIRANDA, 2014)
40 Capítulo 2. Revisão Bibliográfica

Deve-se ainda considerar as perdas de degradação dos paineis. Segundo (JORDAN;


KURTZ, 2013), estima-se um decaimento médio anual de 0,8% na eficiência de células de
silício cristalino
Outro ponto muito importante há de ser levado em consideração quando se trata da
correta inclinação e orientação dos painéis fotovoltaicos, a questão arquitetônica. Na
grande maioria dos casos, os painéis são instalados de acordo com a fachada dos estabe-
lecimentos, o que nem sempre obedece as orientações listadas anteriormente, resultando
no não total aproveitamento do recurso solar. A figura 11 mostra a disponibilidade de
energia em uma superfície com inclinação e orientação variada, tendo como base a cidade
de São Paulo.

Figura 11 – Relação entre a disponibilidade de energia em uma superfície com orientação


qualquer e em uma superfície com 23, 5o de inclinação para a cidade de São
Paulo

Fonte: (ALMEIDA, 2012)

Como São Paulo possui latitude de valor aproximadamente 23o S, é possível observar
que o maior aproveitamento da energia solar se dá com o módulo inclinado entre 15o e
30o e com sua face orientada para o norte. Já com o módulo orientado para o sul, pode-se
constatar que seu aproveitamento cai drasticamente.
2.4. Cenário de Perdas 41

Assim, pode-se afirmar que apesar de todos os dados colhidos e obtidos referentes às
perdas, para uma melhor análise, é necessário sempre levar em consideração a realidade
do local onde será instalado o sistema.
43

3 Fundamentação Teórica

3.1 Recurso Solar


O Sol é a principal fonte de energia para o planeta Terra. Além de ser imprescindível
para a vida, possui um grande potencial energético, através de sua radiação, que pode ser
captada e convertida em outras formas de energia.
O Sol, tal como outras estrelas, consiste uma esfera de plasma e gás que se encontra em
equilíbrio hidrostático entre as duas forças principais que agem em seu interior, a pressão
termodinâmica e a força gravitacional. Suas camadas são mostradas na figura 12.

Figura 12 – Estrutura de camadas solar

Fonte:(SARAIVA; FILHO, 2011)

O núcleo é onde ocorrem as reações termonucleares, gerando energia através da fusão


nuclear, convertendo hidrogênio em hélio sob uma temperatura de cerca de 15 milhões
de Kelvin. Logo acima, localiza-se a zona radioativa, onde a energia produzida no núcleo
é transferida para as regiões superiores através da radiação. A zona convectiva é onde
ocorrem os processos de convecção responsáveis pelo transporte de energia das regiões mais
internas do Sol para sua superfície. A fotosfera, com 330 km de espessura e temperatura
de aproximadamente 5800 K, é a camada visível do Sol e fonte da maior parte da radiação
emitida pelo mesmo. A cromosfera normalmente não é visível, devido à sua intensidade
44 Capítulo 3. Fundamentação Teórica

de irradiação, que é muito mais baixa se comparada com a da fotosfera. Sua altura é
de aproximadamente 2500 Km e sua temperatura varia de 4300 K a 40000 K (PINHO;
GALDINO, 2014). O entendimento dos termos radiação, irradiância e insolação é essencial
para relacionar o recurso solar com a geração de energia fotovoltaica, e por isso, serão
explanados a seguir. Radiação solar é entendida como a energia radiante emitida pelo
sol sob a forma de radiação eletromagnética em várias frequências de onda. Irradiância
é a grandeza relacionada à quantidade de radiação solar incidente em 1m2 , tendo seu
ápice no meio dia solar. A insolação, por fim, é a irradiância solar que atinge a área
de 1m2 no período de 1 hora. Nem toda luz solar que chega à superfície terrestre é
absorvida, uma parte é refletida. A intensidade da radiação que incide sobre a superfície
depende dos meios que ela atravessa, como por exemplo as massas de ar, e da distância
percorrida. Distância essa, que depende do ângulo de incidência do sol em relação à
superfície, portanto, varia de acordo com o horário e as estações do ano.
Por meio de observações, foi possível a elaboração do diagrama de fluxo de potência
global, mostrado na figura 13, que mostra o valor da irradiância solar média incidente
no topo da atmosfera ao longo de 24 horas. Segundo esse diagrama, cerca de 54% da
irradiância solar incide na atmosfera, sendo 7% refletida e 47% absorvida. Os outros 46%
são absorvidos ou refletidos diretamente na atmosfera (PINHO; GALDINO, 2014).

Figura 13 – Fluxo global de potência (em W/m2 )

Fonte: (PINHO; GALDINO, 2014)

A irradiância média anual que incide no topo da atmosfera terrestre recebe o nome
de "constante solar"e vale 1.367 W/m2 . Considerando que o raio médio da Terra é 6.371
Km, e utilizando a constante solar, conclui-se que a potência total disponibilizada pelo
3.1. Recurso Solar 45

Sol à Terra, no topo da atmosfera, é de aproximadamente 174 mil terawatts (PINHO;


GALDINO, 2014).
A radiação solar que chega à superfície da Terra é constituída de 2 tipos: a radiação
difusa e a direta, mostrada na figura 14. A primeira é proveniente de todas as direções
e dispersada pelas moléculas persentes na atmosfera. Já a segunda é aquela proveniente
diretamente do Sol (PINHO; GALDINO, 2014).

Figura 14 – Componentes da radiação solar

Fonte:(PINHO; GALDINO, 2014)

3.1.1 Geometria Solar

A terra realiza um movimento anual ao redor do Sol, chamado de translação, e também


ao redor do seu próprio eixo, chamado de rotação.
O movimento de translação dura 365,25 dias. Pinho e Galdino (2014) o descrevem
como uma trajetória elíptica com uma pequena excentricidade ( ≈ 0, 017), e com uma
inclinação de seu eixo de aproximadamente 23,45o . Essa inclinação, juntamente com seu
movimento de translação, dá origem às estações do ano, como mostra a figura 15.
46 Capítulo 3. Fundamentação Teórica

Figura 15 – Órbita da Terra ao redor do Sol indicando as estações do ano

Fonte:(PINHO; GALDINO, 2014)

Devido à existência do ângulo de inclinação solar, o Sol descreve uma trajetória com
inclinação diferente em cada dia do ano. A posição do Sol é definida pelos ângulos
azimutal, zenital e da altura solar, como é mostrado na figura 16.

Figura 16 – Posição do Sol em relação ao plano horizontal

Fonte:(PINHO; GALDINO, 2014)

O ângulo zenital ou zênite (θz ) é o ângulo formado entre os raios de do Sol e a vertical
local (PINHO; GALDINO, 2014).
A altura solar (α) é o ângulo compreendido entre os raios de Sol e a projeção dos
mesmos sobre o plano horizontal (PINHO; GALDINO, 2014).
Uma análise rápida, comprova que os ângulos mencionados acima são complementares
(θz + α = 90o ) (PINHO; GALDINO, 2014).
3.2. Efeito Fotovoltaico 47

O ângulo azimutal do Sol ou azimute solar (γs ) é o ângulo entre a projeção dos raios
solares no plano horizontal e a direção Norte-Sul no plano horizontal (PINHO; GALDINO,
2014).
Quando se trata de superfícies inclinadas em relação ao plano horizontal, alguns ân-
gulos a mais são levados em consideração para um melhor estudo da posição solar, como
é mostrado na figura 17.

Figura 17 – Posição do Sol em relação ao plano horizontal

Fonte:(PINHO; GALDINO, 2014)

O ângulo azimutal da superfície (γ) é o ângulo entre a projeção normal à superfície


no plano horizontal e a direção Norte-Sul, sendo nulo quando o sol se encontra acima da
linha horizontal, situação chamada de meio-dia solar. (PINHO; GALDINO, 2014).
A inclinação de superfície de captação (β) é o ângulo entre o plano da superfície em
questão e o plano horizontal (PINHO; GALDINO, 2014).
Por fim, o ângulo de incidência (θ) é o ângulo formado entre os raios de Sol e a normal
à superfície de captação (PINHO; GALDINO, 2014).

3.2 Efeito Fotovoltaico


O efeito fotovoltaico é o fenômeno físico que permite a conversão direta da luz em
eletricidade. Esse fenômeno ocorre quando a luz, ou a radiação eletromagnética do Sol,
incide sobre uma célula composta de materiais semicondutores, que se caracterizam pela
presença de bandas de energia onde é permitida a presença de elétrons (banda de valência)
e de outra totalmente vazia (banda de condução).
A separação entre as duas bandas de energia permitidas dos materiais semicondutores
é denominada banda proibida (bandgap, ou gap) e pode atingir até 3 eV, diferenciando
48 Capítulo 3. Fundamentação Teórica

estes materiais dos materiais considerados isolantes, onde a banda proibida supera este
valor, como é mostrado na figura 18 (PINHO; GALDINO, 2014).

Figura 18 – Estrutura das bandas de energia em (a) condutores, (b) semicondutores e (c)
isolantes.

Fonte:(PINHO; GALDINO, 2014)

Segundo Câmara (2011), o semicondutor mais usado é o silício. Seus átomos se ca-
racterizam por possuírem quatro elétrons que se ligam aos vizinhos, formando uma rede
cristalina. Se o material for dopado com elementos como o fósforo, que possui 5 elétrons
de ligação, haverá um elétron em excesso que não poderá ser emparelhado e que ficará
ligado fracamente a seu átomo de origem. Isto faz com que, com pouca energia térmica,
este elétron se livre, indo para a banda de condução. Diz-se assim, que o fósforo é um
dopante doador de elétrons e denomina-se dopante tipo n.
Porém, caso o material seja dopado com elementos que possuem apenas três elétrons
de ligação, como o boro, haverá falta de um elétron para satisfazer as ligações com os
átomos de silício da rede. Esta falta de elétron é denominada lacuna. Com pouca energia
térmica, um elétron de uma região vizinha pode passar a ocupar esta posição, fazendo com
que a lacuna se desloque. Diz-se portanto, que o boro é um dopante tipo p (CÂMARA,
2011).
Se, partindo de um silício puro, forem introduzidos átomos de boro em uma metade e de
fósforo na outra, será formado o que se chama junção pn. O que ocorre nesta junção é que
elétrons livres do lado n passam ao lado p onde encontram os buracos que os capturam.
Isto faz com que haja um acúmulo de elétrons no lado p, tornando-o negativamente
carregado e uma redução de elétrons do lado n, que o torna eletricamente positivo. Estas
cargas aprisionadas dão origem a um campo elétrico que dificulta a passagem de mais
elétrons do lado n para o lado p. Este processo alcança um equilíbrio quando o campo
elétrico forma uma barreira capaz de barrar os elétrons livres remanescentes no lado n
(CÂMARA, 2011).
Se uma junção pn for exposta a fótons com energia maior que o gap, ocorrerá a geração
de pares elétron-lacuna. Quando isso ocorre na região onde o campo elétrico é diferente de
3.3. Módulo Solar Fotovoltaico 49

zero, as cargas se deslocam, gerando assim, uma diferença de potencial nas extremidades
do semicondutor. Se estas extremidades forem conectadas entre si, haverá circulação de
elétrons, caracterizando uma corrente elétrica. Esta é a base do funcionamento das células
fotovoltaicas, que é mostrado na figura 19 (CÂMARA, 2011).

Figura 19 – Representação do efeito fotovoltaico

Fonte:(CÂMARA, 2011)

3.3 Módulo Solar Fotovoltaico


Em qualquer instalação solar fotovoltaica o módulo é a célula básica do sistema gera-
dor. A quantidade de módulos conectados em série irá determinar a tensão de operação
do sistema em CC. A corrente do gerador solar é definida pela conexão em paralelo de
painéis individuais ou de strings (conjunto de módulos conectados em série). A potência
instalada, normalmente especificada em CC, é dada pela soma da potência nominal dos
módulos individuais.
Sua unidade característica é o Watt-pico, que é a potência gerada pelo painel quando
submetido as condições padronizadas de teste STC (Standard Test Conditions). A STC
considera temperatura da célula de 25o C, espectro de massa de ar 1, 5, irradiação solar
padronizada de 1000W/2 (que pode ser considerada a irradiação ao meio-dia de um dia
claro e quente) (VILLALVA; GAZOLI, 2012).
Retomando o que foi dito anteriormente, a utilização de materiais semicondutores é de
fundamental importância para a realização do efeito fotovoltaico e a consequente geração
de energia.
50 Capítulo 3. Fundamentação Teórica

Dentre os diversos semicondutores utilizados para a produção de células fotovoltaicas,


os mais requisitados são o silício cristalino (c-Si), o silício amorfo hidrogenado (a-Si); o
telureto de cádmio (CdTe) e os compostos relacionados ao disseleneto de cobre e índio
(CuInSe2 ou CIS e Cu(InGa)Se2 ou CIGS).

3.3.1 Silício Cristalino (c-Si)


Por ser um material robusto, confiável e eficiente, o silício cristalino é a tecnologia
fotovoltaica mais tradicional e mais produzida comercialmente. No entanto, o custo de
produção destes módulos solares é bastante elevado e as possibilidades de reduzi-los já
foram praticamente esgotadas. Razão pela qual, essa tecnologia é considerada inviável
quando comparada com outras formas de geração de energia em larga escala.
O silício utilizado na produção das células podem ser de dois tipos, monocristalino
(m-Si) ou policristalino (p-Si) e são mostrados na figura 20 a seguir.

Figura 20 – Módulos fotovoltaicos utilizando c-Si

Fonte: (RÜTHER, 2004)

O silício monocristalino é obtido a partir de um banho de silício fundido de alta


pureza (na ordem de 99,99%) em reatores sob atmosfera controlada e com velocidades
de crescimento do cristal extremamente lentas e temperaturas na ordem de 1400o C. O
consumo de energia neste processo é extremamente intenso e o chamado energy pay-back
time (tempo necessário para que o módulo gere energia equivalente à utilizada em sua
fabricação) é superior a dois anos, dependendo dos níveis de radiação solar do local onde
os módulos forem instalados (RÜTHER, 2004).
O silício policristalino, por sua vez, apresenta menor eficiência de conversão, porém
com um custo mais baixo de produção, já que a pureza é menor se comparado m-Si e
3.3. Módulo Solar Fotovoltaico 51

o processamento mais simples. O material de partida é o mesmo que para o m-Si, que
é fundido e posteriormente solidificado direcionalmente, o que resulta em um bloco com
grande quantidade de grãos ou cristais, no contorno dos quais se concentram os defeitos
que tornam este material menos eficiente (RÜTHER, 2004).
Mesmo com um eficiência menor, a tecnologia p-Si tem visto sua participação crescer
no mercado fotovoltaico e cada vez mais inovações são criadas para facilitar e diversificar
seu uso, como por exemplo as fitas ou tiras fotovoltaicas, produzidas com tecnologia p-Si
a partir de um banho líquido de silício sem a necessidade de seu fatiamento em lâminas
(RÜTHER, 2004).

3.3.2 Tecnologia de filmes finos


Segundo (PINHO; GALDINO, 2014), no ano de 2014, aproximadamente 12% da pro-
dução mundial correspondem a dispositivos fotovoltaicos de filmes finos. A alta absorção
óptica destes materiais, se comparados com com o c-Si permite fabricar células fotovol-
taicas bastante finas, nas quais camadas de poucos micrômetros de diferentes materiais
semicondutores são depositadas sucessivamente sobre superfícies rígidas ou flexíveis. As-
sim, o consumo de energia e de materiais semicondutores é reduzido, resultando em custos
menores. Além disso, as células de filmes finos não ficam restritos aos formatos das células
de c-Si (quadriláteros) e surge a possibilidade de serem usadas em superfícies amplas e
até flexíveis, o que amplia o espectro de aplicações em arquitetura ou em equipamentos
portáteis, como calculadoras e relógios. Ao contrário das células de silício cristalino, onde
primeiro se produz a lâmina de silício, depois a célula e finalmente o módulo, nos disposi-
tivos de filmes finos todo o processo está integrado. Dentre os materiais mais usados estão
o silício amorfo hidrogenado (a-Si), o disseleneto de cobre e índio (CIS) ou disseleneto de
cobre, índio e gálio (CIGS) e o telureto de cádmio (CdTe).
Os módulos de filmes finos são denominados por alguns autores de módulos fotovol-
taicos de segunda geração, enquanto os de c-Si são ditos de primeira geração (PINHO;
GALDINO, 2014).

3.3.3 Silício Amorfo Hidrogenado (a-Si)


No início dos anos 80 o a-Si era visto como a única tecnologia fotovoltaica em filmes
finos comercialmente viável e despontou como tecnologia ideal para aplicação em calcula-
doras, relógios e outros produtos onde o consumo elétrico é baixo. Além disso, tais células
se mostraram extremamente eficientes sob iluminação artificial, com eficiência nestes casos
superior à do c-Si (RÜTHER, 2004).
52 Capítulo 3. Fundamentação Teórica

Os processos de produção de a-Si ocorrem a temperaturas relativamente baixas (<


300o C), em processos a plasma, que gera um produto mais flexível, inquebrável, leve e
com superfícies curvas, tornando sua utilização mais versátil possibilitando que sejam
depositados sobre substratos de baixo custo, como vidro, aço inox e plástico (RÜTHER,
2004).
Por ser mais flexível, conforme mostra a figura 21, o a-Si tem sido bastante utilizado
em aplicações arquitetônicas, podendo cobrir telhados e fachadas. Além disso, por ser
aplicável a substratos mais baratos, como o vidro e o inox, o processo de produção do é
mais barato comparado ao c-Si, podendo haver um retorno de sua produção com um ano
de geração da célula (RÜTHER, 2004).
Outro aspecto importante desta tecnologia é que o aumento da temperatura ambiente
não gera perdas na performance dos módulos fotovoltaicos, uma vantagem para países de
clima mais quente como o Brasil (RÜTHER, 2004).

Figura 21 – Módulos fotovoltaicos utilizando a-Si

Fonte: (RÜTHER, 2004)

3.3.4 Telureto de Cádmio (CdTe)

Outra tecnologia alternativa recente de filmes finos é o Telureto de Cádmio (CdTe).


Por apresentar um grande apelo estético (um tom mais escuro se comparado ao c-si),
vem sendo bastante utilizado em aplicações arquitetônicas, como mostra a figura 22
(RÜTHER, 2004).
3.3. Módulo Solar Fotovoltaico 53

Figura 22 – Módulos fotovoltaicos utilizando CdTe

Fonte: (RÜTHER, 2004)

O CdTe ainda possui uma eficiência de geração de energia maior que o a-Si e custos
de produção menores se comparados ao c-Si. Porém, a relativamente baixa abundância
dos elementos envolvidos e sua maior toxicidade são fatores que impedem a popularização
desse tipo de tecnologia (RÜTHER, 2004).

3.3.5 Disseleneto de Cobre, Índio e Gálio (CIS e CIGS)

Apesar de possuírem eficiências relativamente elevadas e potencial para aplicações


arquitetônicas, os painéis de CIS e CIGS enfrentam os mesmos problemas do CdTe, a
pouca abundância dos elementos envolvidos e a toxicidade dos mesmos.

Dentre os filmes finos disponíveis comercialmente, os módulos de CIGS são os que


apresentam o melhor rendimento, razão pela qual várias empresas vêm investindo nesta
tecnologia (RÜTHER, 2004).

A tabela 5 a seguir compara a eficiência de diversas tecnologias de células fotovoltaicas.


54 Capítulo 3. Fundamentação Teórica

Tabela 5 – Comparação de eficiência das tecnologias de células fotovoltaicas

Eficiência
Material
Máxima Produção
Em laboratório
Teórica em série
Silício Mono 24,7% 18% 14%
Silício Poli 19,8% 15% 13%
Silício Amorfo 15% 10,5% 7,5%
CIGS 18,8% 14% 10%
CdTe 16,4% 10% 9%
Fonte: (SOUZA, 2017)

3.3.6 Curvas Características dos Módulos Fotovoltaicos


Módulos fotovoltaicos não se comportam como uma fonte elétrica convencional, pois
não apresentam uma tensão de saída constante em seus terminais. A tensão elétrica
depende de sua corrente e vice-versa.
O ponto de operação de um módulo fotovoltaico depende do que está conectado aos
seus terminais. Se conectarmos um aparelho que demanda muita corrente, a tensão de
saída do módulo tenderá a cair. Por outro lado, se conectarmos uma carga que demanda
pouca corrente, a tensão do módulo será mais elevada, tendendo à tensão de circuito
aberto (tensão máxima do módulo).
A figura 23 a seguir mostra a relação entra a tensão e a corrente de saída de um
módulo (curva I-V ), bem como a variação da potência em função da tensão do módulo
(curva P-V ) em um módulo de silício cristalino.

Figura 23 – Curvas I-V e P-V de uma célula fotovoltaica de silício cristalino

Fonte: (PINHO; GALDINO, 2014)


3.3. Módulo Solar Fotovoltaico 55

Cinco pontos de destacam na figura anterior:

• ISC : a corrente de curto circuito;

• VOC : a tensão de circuito aberto, que é aquela medida quando não existe nada
conectada ao módulo. É a máxima tensão que o módulo pode fornecer;

• PM P : ponto de máxima potência. É o valor na qual o módulo fornece a potência


máxima e onde o módulo deve operar;

• IM P : valor da corrente quando o módulo está operando em seu ponto de máxima


potência;

• VOC : tensão de operação quando o módulo se encontra em seu ponto de máxima


potência.

Dispositivos fotovoltaicos podem ser associados em série e/ou paralelo, de forma a


obter corrente e tensão desejados. Na conexão em série, o terminal positivo de um dis-
positivo é conectado ao terminal negativo do outro dispositivo, e assim, por diante. Para
dispositivos idênticos e submetidos à mesma irradiância, quando a ligação é em série,
as tensões são somadas e a corrente elétrica não é afetada. Na associação em paralelo,
os terminais positivos são interligados entre si, assim como os terminais negativos. As
correntes elétricas são somadas, e a tensão permanece inalterada.

A figura 24 a seguir mostra o comportamento das curvas I-V de duas células fotovol-
taicas de silício cristalino para essas conexões.
56 Capítulo 3. Fundamentação Teórica

Figura 24 – Curvas I-V de duas células fotovoltaicas de silício cristalino quando conecta-
das (a) em série e (b) em paralelo

Fonte: (PINHO; GALDINO, 2014)

Quando os módulos são conectados em série e depois em paralelo, tem-se a soma, tanto
da tensão de saída quanto da corrente fornecida, resultando em uma maior potência.
Fatores naturais também interferem no funcionamento dos módulos, como a radiação
solar e a temperatura.
Segundo (VILLALVA; GAZOLI, 2012), a corrente elétrica que o módulo fotovoltaico
pode fornecer depende diretamente da intensidade da radiação solar que incide sobre suas
células. Com uma irradiância solar de 1000W/m2 , o módulo é capaz de fornecer a corrente
máxima especificada em seu catálogo (na temperatura de 25o C).
Essa corrente aumenta linearmente com o aumento da irradiância solar incidente,
enquanto a tensão de circuito aberto aumenta de forma logarítmica. Com pouca luz,
a corrente fornecida pelo módulo é muito pequena e sua capacidade de gerar energia é
3.3. Módulo Solar Fotovoltaico 57

severamente reduzida, conforme ilustra a figura 25.

Figura 25 – Influência da radiância solar na curva I-V de uma célula fotovoltaica de silício
cristalino na temperatura de 25o C

Fonte: (PINHO; GALDINO, 2014)

Segundo (PINHO; GALDINO, 2014), o aumento da irradiância incidente e/ou da tem-


peratura ambiente produz um aumento da temperatura da célula, que como consequência,
reduz sua eficiência. Isso se deve ao fato de que a tensão da célula diminui significati-
vamente com o aumento da temperatura, enquanto que sua corrente sofre uma elevação
muito pequena, quase desprezível, que não compensa a perda causada pela diminuição da
tensão. A figura 26 a seguir ilustra esse efeito.

Figura 26 – Influência da temperatura na curva I-V de uma célula fotovoltaica de silício


cristalino para irradiância de 1000W/m2

Fonte: (PINHO; GALDINO, 2014)


58 Capítulo 3. Fundamentação Teórica

3.3.7 Conexões Elétricas dos Módulos


Os módulos fotovoltaicos comerciais apresentam uma caixa de conexões, geralmente
denominada caixa de junção, em sua parte traseira, conforme ilustra a figura 27.
A caixa de junção recebe os terminais das conexões elétricas das células fotovoltaicas
e aloja os diodos bypass, que têm como função evitar a queda na eficiência do módulo em
caso de um possível sombreamento.

Figura 27 – Caixa de junção de um módulo fotovoltaico

Fonte: NBJH

Os conectores utilizados para interligar um módulo ao outro são conhecidos como MC4
e foram desenvolvidos e patenteados pela empresa alemã Multi-Contact para utilização
em sistemas fotovoltaicos. A figura 28 representa este tipo de conector.

Figura 28 – Conectores MC4

Fonte: Sol Energy


3.3. Módulo Solar Fotovoltaico 59

3.3.8 Rastreadores Solares


Rastreadores Solares são dispositivos que seguem o curso do Sol de leste para oeste
durante o dia e sempre buscam manter os painéis fotovoltaicos orientados diretamente
para os raios solares, regulando o ângulo entre o raio de incidência e o painel em 90o , de
forma a maximizar a energia solar incidente, e consequentemente, aumentar a eficiência
do mesmo, bem como a energia elétrica gerada na saída. Segundo (VIEIRA et al., 2014),
esse tipo de dispositivo pode aumentar de 30 a 40% a produção de eletricidade.
Podem ser classificados em quatro tipos, quanto ao número de eixos rotativos, à es-
tratégia de rastreamento, ao tipo de estrutura utilizada, e quanto ao tipo de controle
(VIEIRA et al., 2014).
Por ainda ser uma tecnologia cara e trabalhosa, ela não é viável e não será utilizada
neste trabalho. Por isso, nos atentaremos somente ao primeiro tipo de classificação.
De forma resumida, quanto ao número de eixos rotativos, os dispositivos seguidores
do sol podem ser de eixo simples ou duplo. Nos eixos simples, os painéis se movimen-
tam apenas na direção leste-oeste. Já os rastreadores de eixo duplo apresentam dois
eixos de movimentação, que além de acompanhar o curso do sol no sentido leste-oeste,
acompanham também sua altura no céu (VIEIRA et al., 2014).
(TREVELIN et al., 2014) mostra um estudo realizado com o intuito de comprovar
a verdadeira eficiência dos rastreadores solares se comparado ao painéis solares fixos. O
desempenho de cada sistema foi comparado sobrepondo os gráficos da potência entregue
pelo painel em cada caso. O resultado é mostrado na figura 29.

Figura 29 – Comparativo de entrega de potência de painéis fotovoltaicos utilizando téc-


nicas de rastreamento

(TREVELIN et al., 2014)


60 Capítulo 3. Fundamentação Teórica

3.4 Inversor
Como já é sabido, módulos solares fotovoltaicos geram energia em corrente contínua.
Por esse motivo é necessário o uso de um equipamento eletrônico conhecido como inversor,
para que se obtenha tensão em corrente alternada com as características (frequência,
conteúdo de harmônicos, forma de onda) necessárias para satisfazer as condições impostas
pela rede elétrica pública e possibilitar assim, a interconexão à rede.
Inversores são basicamente compostos por dispositivos eletrônicos de chaveamento, tais
como TRIACs, MOSFETs e IGBTs que tem como função quebrar a corrente contínua em
pulsos, gerando uma corrente alternada. A figura 30 mostra como exemplo, três inversores
da marca SMA em operação em um sistema fotovoltaico.

Figura 30 – Inversores da marca SMA em funcionamento

Fonte: (JÚNIOR, 2004)

Dependendo do princípio de operação, os inversores podem ser divididos em dois gran-


des grupos: comutados pela rede (comutação natural) e autocomutados (comutação for-
çada).
Rüther (2004) e (COSTA, 2010) explicam a diferença entre os dois tipos, dizendo que
no primeiro, o sinal da rede é utilizado para sincronizar o inversor com a mesma, e no
segundo, um circuito eletrônico no inversor controla e sincroniza o sinal do inversor ao
sinal da rede. Os comutados pela rede possuem um alto teor de harmônicos devido à
presença de tiristores, levando a um alto consumo de potência reativa ao sistema. Já,
os autocomutados são mais modernos e mais complexos, pois utilizam modulações por
largura de pulso (PWM) através dos MOSFETs e IGBTs.
3.4. Inversor 61

Dois pontos importantes a serem considerados quando se trata de inversores são a


eficiência e a qualidade da energia gerada pelo mesmo. Com relação à eficiência, Rüther
(2004) diz que um diferencial de 1% na eficiência do inversor pode resultar 10% a mais
em energia gerada ao longo de um ano, e que a eficiência máxima não coincide com
a potência máxima, sugerindo a utilização de um conjunto de módulos com potência
total inferior à potência máxima do inversor para um melhor aproveitamento. Sobre a
qualidade de energia, o inversor deve controlar o conteúdo de harmônicos, que deve ser
baixo o suficiente para proteger tanto as cargas quanto os equipamentos da rede elétrica,
de modo que a forma da onda e o fator de potência devem estar dentro dos níveis aceitáveis
pela concessionária elétrica.

Dentre os vários recursos e funções dos inversores, dois merecem destaque, as entradas
MPPT e a detecção de ilhamento. Todos os inversores para conexão à rede possuem entra-
das MPPT (Maximum Power Point Tracking, em inglês) que fazem com que maximizem
a potência fornecida pelos módulos fotovoltaicos, fazendo-os operar constantemente em
seu ponto de máxima potência, independentemente das condições de operação, proporci-
onando o maior rendimento possível do sistema.

A detecção de ilhamento, ou anti-ilhamento (anti-islanding), é uma função necessária


e obrigatória em inversores utilizados em sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica,
que impede a saída de energia por parte do sistema de geração quando a rede está sendo
submetida a manutenção, evitando eventuais acidentes aos operadores.

3.4.0.1 Caixas de Junção e Dispositivos de Proteção

Caixas de junção, ou string boxes, são quadros elétricos com função de armazenar e
proteger as conexões dos módulos fotovoltaicos e os dispositivos de proteção usados nos
circuitos. A figura 31 ilustra esse equipamento.
62 Capítulo 3. Fundamentação Teórica

Figura 31 – String box com dispositivos de proteção

Fonte: Energybio (s.n.)

Os dispositivos de proteção comumente utilizados nesse tipo de instalação são os dis-


positivos de proteção contra surto (DPS) e disjuntores, tanto para a parte CA quanto
para a parte CC do circuito.
63

4 Desenvolvimento

4.1 Descrição do Projeto Realizado


A princípio, foram elencados vários possíveis locais no campus da Universidade Es-
tadual de Londrina onde poderia ser implementado o projeto. Foram analisadas carac-
terísticas desses locais, como área e possíveis pontos de sombreamento. Assim, o local
escolhido foi o estacionamento da Agência de Inovação Tecnológica (Aintec), mostrado
na figura 32, por apresentar uma área não muito grande (uma área muito extensa traria
dificuldades desnecessárias), além, claro, de não possuir cobertura no estacionamento e
árvores ao redor do mesmo (um dos poucos estacionamentos da Universidade que não o
possui). Ainda foi considerado o fato positivo que traria para a Universidade possuir uma
agência de tecnologia gerando energia através de painéis fotovoltaicos. Serão observados
dados cruciais como insolação e sombreamento para o projeto das placas e o melhor posi-
cionamento das mesmas, sempre tendo em vista a utilização de materiais que possuem o
melhor custo-benefício. Será ainda levantado o custo dos materiais de construção utiliza-
dos para a cobertura do estacionamento. Todo o projeto estará de acordo com as normas
de segurança. Por fim, será a feita a documentação do mesmo e a conclusão da viabilidade
de sua execução e instalação.

Figura 32 – Estacionamento Aintec UEL

Fonte: Próprio autor


64 Capítulo 4. Desenvolvimento

4.2 Dimensionamento do Sistema Fotovoltaico

O foco desta pesquisa é o estudo da implantação do sistema de um sistema de geração


fotovoltaica conectado à rede elétrica, sendo que como resultado obteve-se como o dimen-
sionamento do sistema de acordo com as normas da NBR 16274 e NBR 16150 (que dizem
respeito a esse tipo de sistema) além da avaliação dos custos dos materiais.

4.2.1 Inclinação e Orientação

Conforme visto, no capítulo 2, o correto dimensionamento de um projeto fotovoltaico é


necessário levar em consideração o potencial solar do local de instalação, além de inclinar
e orientar o módulo solar na posição correta.

Pelo GOOGLE MAPS, observa-se que as coordenadas geográficas da Aintec são de-
terminadas pela latitude 23o 190 24.1”S e 51o 120 27.3”W. Porém, como a Agência se localiza
no município de Londrina, serão utilizados os dados solares referente à cidade.

O índice de insolação da cidade pode ser obtido de forma gratuita e confiável através
da base dados do software SunData, disponibilizada pelo site do CRESEB (Centro de
Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio Brito). A partir destes dados, obtém-se
o valor de irradiação solar diária média mensal é de 5, 07kW h/m2 · dia com um painel
inclinado em 23o N.

Lembrando que essa inclinação é em relação ao plano horizontal.

O quadro mostrado na figura 33 contém os dados de insolação solar média ao longo


dos meses obtidos pelo site, e a figura 34 ilustra graficamente esses dados.

Figura 33 – Irradiação Solar no plano inclinado - Londrina, PR

Fonte: (CRESESB, 2017.)


4.2. Dimensionamento do Sistema Fotovoltaico 65

Figura 34 – Gráfico da Irradiação Solar no plano inclinado - Londrina, PR

Fonte: (CRESESB, 2017.)

A Tabela 6, retirada de (VILLALVA; GAZOLI, 2012), mostra o ângulo de instalação


recomendado para painéis fotovoltaicos de acordo com a latitude da localização.

Tabela 6 – Escolha do ângulo de inclinação do módulo

Latitude geográfica do local Ângulo de inclinação recomendado


0o a 10o α = 10o
11o a 20o α = latitude
21o a 30o α = latitude + 5o
31o a 40o α = latitude + 10o
41o ou mais α = latitude + 15o
Fonte: (VILLALVA; GAZOLI, 2012)

De acordo com a tabela 6, para latitudes entre 21o e 30o , que é o caso de Londrina, o
ângulo de inclinação recomendado é:

α = latitude + 5o , (4.1)

onde α é o ângulo de inclinação recomendado.


Portanto, o ângulo de inclinação recomendado é de 28o (23o + 5o ).
Com relação à orientação do módulo, como a cidade de Londrina está localizada no
hemisfério Sul, a melhor maneira de instalá-lo é orientá-lo com sua face voltada para o
norte geográfico. Essa orientação melhora o aproveitamento da luz solar ao longo do dia,
pois há a incidência de raios solares sobre o módulo durante todo o dia, com valor máximo
ao meio-dia solar (VILLALVA; GAZOLI, 2012).
O norte geográfico pode ser encontrado com a ajuda de uma simples bússola. Este
instrumento porém, aponta para o norte magnético, que raramente condiz com o norte
geográfico do planeta. Para contornar esse problema, é necessário somar um ângulo de
correção ao ângulo encontrado na leitura da bússola.
66 Capítulo 4. Desenvolvimento

Este ângulo varia com a localização geográfica e com o tempo. O mapa da figura 35 a
seguir mostra os ângulos médios de correção a serem utilizados para os estados brasileiros.

Figura 35 – Mapa de ângulos de correção para encontrar o norte geográfico

Fonte:(ROSA; SANTOS, 2016)

Como é possível observar, o ângulo de correção para o estado do Paraná é de 16o . Ou


seja, é deve-se somar 16o ao ângulo apontado pela bússola para que se possa encontrar
o norte geográfico. É interessante mencionar que os valores mostrados no mapa são
valores médios. Para aquisição de valores mais acurados, se faz necessário um estudo
mais aprofundado, levando em conta o local da instalação.

4.2.2 Escolha do Módulo Fotovoltaico


Para o dimensionamento do sistema é necessário a escolha de um módulo solar.
Decidiu-se, então, utilizar um módulo solar de 270W p.
O módulo solar é do modelo Canadian CSI CS6K-270P, fabricado pela Canadian
Solar, cujas especificações são mostradas na figura 36. Foi escolhido por ser de silício
poli-cristalino, o que o faz ter um bom rendimento (16, 79%), equivalente ao de silício
monocristalino, porém a um preço mais acessível, além claro, de os produtos da empresa
fabricante serem de excelente qualidade.
4.2. Dimensionamento do Sistema Fotovoltaico 67

Figura 36 – Especificações elétricas do módulo CSI CS6K-270P

Fonte: Canadian Solar (2016)

Primeiramente, foi calculada a área de um módulo. De acordo com as especificações,


as dimensões do módulo são 1638 × 982 × 40mm. Portanto, a área ocupada por um
módulo será:

1, 640 × 0, 992 = 1, 6085m2

A área do local de instalação é de aproximadamente 155m2 .


Dividindo a área do local de instalação pela área de um módulo, obtém-se:

155
= 96, 36
1, 6085
Portanto, serão necessários 96 módulos para suprir a área em questão.

4.2.3 Equações utilizadas


Após a obtenção dos dados referentes à insolação, inclinação e orientação das placas e
especificações do módulo fotovoltaico, é necessário a utilização de equações matemáticas
para o dimensionamento do sistema. As equações abaixo utilizadas foram retiradas de
(ROSA; SANTOS, 2016).
Para determinar a energia elétrica produzida diariamente por um módulo utiliza-se as
duas equações a seguir, sendo uma equivalente à outra:

EM = A · η · ES , (4.2)
68 Capítulo 4. Desenvolvimento

onde: EM é a energia produzida diariamente por um módulo; A é a área do módulo


solar utilizado; η é a eficiência do módulo; ES é a insolação do local.

E s × PM
EM = , (4.3)
1000
onde: EM é a energia produzida diariamente por um módulo; PM é a potência d
módulo; ES é a insolação do local.
Como resultado, é obtido o valor de

EM ≈ 1, 37kW h/dia.

Após a escolha do módulo, também se pode calcular a potência total instalada no


sistema:

Pinst = NM · PM , (4.4)

onde: Pinst é a potência total a ser instalada; NM é o número de módulos utilizados;


PM é a potência de um módulo.
Com a equação 4.4, encontra-se

Pinst = 25, 920kW.

Os valores obtidos estão compilados na tabela 7 a seguir.

Tabela 7 – Informações básicas do sistema

Modelo do módulo fotovoltaico Canadian CSI CS6K-270P


Área disponível 155m2
Total de módulos necessários 96
Energia produzida diariamente por um módulo EM ≈ 1, 37kW h/dia
Potência total instalada 25, 92kW
Fonte: Próprio autor

4.2.4 Escolha do Inversor


Com o valor do potência total do sistema pode-se escolher o inversor a ser utilizado.
Anteriormente, por conveniência, e para uma mais prática manutenção, optou-se por
dividir o sistema total em 5 subsistemas, cada um com 19 módulos, 5,12kW de potência e
um inversor de 6000W para a conversão DC-AC. Porém, com o tempo, foi percebido que
essa opção era inviável economicamente, em virtude de que mais equipamentos teriam de
ser comprados, os quais necessitariam de uma manutenção maior, não tornando o sistema
tão prático.
4.2. Dimensionamento do Sistema Fotovoltaico 69

Em decorrência disso, optou-se por não dividir o sistema e usar apenas um inversor
que consiga suportar a potência dos painéis. O inversor escolhido foi o modelo TRIO-
27.6-TL fabricado pela empresa ABB, de potência 27,6kW e com duas entradas MPPT.
Suas especificações são mostradas na figura 37 a seguir.

Figura 37 – Especificações elétricas do inversor ABB RIO-27.6-TL

Fonte: ABB (2014)

Após a escolha do mesmo, algumas equações, retiradas de (ROSA; SANTOS, 2016)


são levadas em contas para a melhor configuração do sistema.

Pinv
NMmax = , (4.5)
PM
onde: NMmax é o número máximo de módulos para o inversor escolhido; Pinv é a
potência do inversor escolhido; PM é potência do módulo solar.

VinvM IN VinvM AX
≤ NMM P P T ≤ , (4.6)
VM VM
onde: NMM P P T é o número de módulos por entrada MPPT para o inversor escolhido;
VM é a tensão do módulo solar; VinvM IN VM é a tensão mínima de operação do inversor;
VinvM IN VM é a tensão máxima de operação do inversor.

IinvM AX
NL = , (4.7)
IM
onde: NL é o número máximo de linhas em paralelo para a operação do inversor
escolhido; IinvM AX é a corrente de operação do módulo solar.
Como apenas um inversor será utilizado, é necessário que a forma com que os painéis
fotovoltaicos estarão dispostos, também chamada de string, forneça a maior potência
possível sem ultrapassar os limites de funcionamento do inversor.
A equação 4.5, mostra que
NMmax = 102
70 Capítulo 4. Desenvolvimento

(número máximo de módulos para o inversor escolhido), o que prova que a quantidade de
módulos dimensionada está de acordo com a capacidade de funcionamento do inversor.
A partir da equação 4.6, é possível encontrar que

16, 23 ≤ NMM P P T ≤ 25, 97.

Ou seja, o número de módulos em série por entrada MPPT do inversor deve estar entre
16 e 25.
A partir da equação 4.7, obtém-se um valor de

NL = 7

(número máximo de strings de módulos em paralelo por entrada do inversor). Apesar


de segundo a equação, 7 linhas serem permitidas, o manual do inversor informa que são
permitidas até 5 linhas por MPPT, totalizando 10 linhas.
Baseando-se nessas informações foi possível elaborar um design de strings que aten-
desse às especificações. Os 96 módulos serão divididos igualmente entre as entradas
MPPT, resultando em 48 módulos conectados em cada entrada. Cada entrada MPPT
foi arranjada com duas séries em paralelo de 24 módulos cada antes da conexão com o
inversor. O diagrama unifilar da associação encontra-se nos Apêndice A1 e B1.
Uma análise se faz necessária para justificar o design de strings utilizado. Como visto
na figura 36, o módulo possui tensão média de operação VM P = 30, 8V e corrente de
operação IM P = 8, 75A. Caso um arranjo de 48 módulos conectados em série por entrada
MPPT, a tensão de operação do sistema seria de 1478, 4V (48×30, 8V), o que ultrapassaria
a máxima tensão de entrada suportada pelo inversor (1000V), conforme mostrado nas
especificações da figura 37. Por sua vez, caso os 48 módulos fossem divididos em um
arranjo de três séries em paralelo de 18 módulos cada, a tensão de operação seria de
492, 8V (16 × 30, 8V), o que não estaria de acordo com a faixa de operação do MPPT
(500 a 800V), e prejudicaria o rendimento final. Já, com o arranjo escolhido, a tensão
de operação do sistema é de 739,2V, estando abaixo da máxima tensão suportada pelo
inversor, e dentro da faixa de operação do MPPT.

4.2.5 Condutores CC
De acordo com (ROSA; SANTOS, 2016), a corrente suportada pelo cabeamento CC
deve ser maior ou igual à corrente de curto-circuito dos módulos multiplicada pelo fator
1,25. Além disso, a equação 4.8 mostra matematicamente como deveria ser calculada a
seção mínima do condutor CC.

L·P
S= (4.8)
ρ · e · U2
4.3. Perdas 71

Sendo: S a área dos cabos [mm2 ]; L o comprimento do cabo [m]; P a potência do


sistema [W ];ρ a condutividade elétrica do cobre (56m/ω.mm2 ); e a queda de tensão (3%);
U a tensão de trabalho [V ].
Porém, em sistemas de microgeração e minigeração, para uma mais fácil utilização, os
fabricantes de módulos padronizaram a seção dos condutores. Assim, pode-se utilizar a
seção de cabeamento determinada pelo fabricante, no caso do módulo utilizado essa seção
é de 4mm2 .Além disso, os cabos a serem utilizados terão isolação HEPR 90o C, próprio
para este tipo de aplicação.

4.2.6 Dispositivos de Proteção

Para o lado CC do circuito, os dispositivos de proteção são dimensionados baseados


na máxima tensão do inversor, por isso, serão utilizados 1 disjuntor bipolar DC 1000V e
25A e 2 DPS de 1000V .

4.3 Perdas

As especificações do módulo utilizado informam que a temperatura de operação nomi-


nal das células fotovoltaicas é de 45±2o C, 20o C acima das condições de teste padrão (STC
- Standart Test Conditions), que é de 25o C. Também de acordo com o manual, há uma
perda na eficiência do módulo de 0, 41% para cada grau de temperatura aumentado. Ou
seja, o módulo possui uma queda de eficiência de 8, 2% devido à temperatura de operação.
Com relação ao inversor, sua eficiência é de 98% de acordo com as especificações.
Conforme visto no capítulo 2, a figura 11, mostra a disponibilidade de energia para
módulos fotovoltaicos com inclinação e orientação variadas para a cidade de São Paulo,
que possui latitude de 23o S. Em concordância com que foi dito anteriormente, Londrina
está localizada a uma latitude de 23o 190 S, o que permite a utilização dos dados da figura em
questão para a análise de caso. O estacionamento da Aintec não se alinha perfeitamente
com o norte geográfico, possui uma leve defasagem de aproximadamente 30o . Pela figura,
pode-se constatar que ocorre uma queda de eficiência em torno de 5%.
As demais perdas serão as mesmas consideradas por (MIRANDA, 2014) e mostradas
na tabela 4. As perdas totais do sistema estão mostradas na tabela 8 a seguir.
72 Capítulo 4. Desenvolvimento

Tabela 8 – Perdas consideradas no sistema fotovoltaico

Perda Valor Considerado


Desvio no rendimento nominal do módulo
e da radiação de 1000W/m2 2,5%
Temperatura no módulo 8,2%
Perdas nos condutores do lado CA 1%
Eficiência do Inversor na conversão 2%
{ Mismatch} no MPPT 2%
Sombreamento 0%
Diodos e Conexões 0,5%
Sujeira nos módulos 2%
Desvio da orientação correta do módulo 5%
Total de perdas 23,2%
Fonte: Próprio Autor

Como já foi dito, as perdas influenciam no desempenho final de um sistema fotovol-


taico. Baseando-se na tabela 8 é possível encontrar o rendimento final do sistema em
questão:

Tabela 9 – Eficiência do Sistema Fotovoltaico

Sem perdas Com perdas


Energia gerada por um módulo 1, 37kW h/dia 1, 052kW h/dia
Potência total do sistema 25, 92kW h 19, 90kW h
Fonte: Próprio autor

4.4 Levantamento de Cargas


Para que se possa ter noção da economia e da rentabilidade do sistema fotovoltaico
é necessário que se conheça a demanda do estabelecimento e o consumo energético do
mesmo.
Como se trata de apenas um dentre vários prédios presentes na Universidade Estadual
de Londrina, não é possível obter seu consumo energético de maneira isolada, uma vez
que a energia utilizada é debitada diretamente na conta da universidade.
Entretanto, a Empresa de Engenharia Elétrica júnior da UEL estava realizando um
trabalho semelhante e para isso teve de realizar o levantamento de cargas na Aintec e
estimou de maneira confiável seu consumo energético. A tabela com o levantamento de
cargas e consumo energético da Aintec pode ser encontrada no Anexo D.
4.5. Orçamento 73

4.5 Orçamento
Primeiramente, foi verificado que a legislação brasileira não faz a taxação de impostos
sobre a compra de kits de geração. Se a compra for realizada por equipamentos separa-
dos, há cobrança de ICMS com relação aos produtos. Além disso, devido ao fato de a
maioria dos distribuidores não serem brasileiros, quanto maior a quantidade de produtos
importados, o custo dos equipamentos é menor. Por outro lado, este orçamento oscila
conforme o valor do dólar, portanto, um valor orçado neste momento poderá ser diferente
em datas posteriores.
Como o estacionamento para onde o sistema fotovoltaico foi projetado não possui
cobertura, foi necessário a realização de um orçamento para a construção da mesma.
A empresa Sonnen Energia realiza tal construção, chamada de carport, cuja exemplo
de estrutura é mostrado na figura 38.

Figura 38 – Estrutura de fixação de painéis fotovoltaicos em para coberturas de estacio-


namento

Fonte: Sonnen Energia

A estrutura Possibilita um vão de até 6 metros entre os pilares do estacionamento,


é feita em alumínio, possui as estruturas de fixação para os painéis e possibilidade de
vedação do telhado para painéis dual glass. Além disso, suporta ventos de até 140Km/h.
O orçamento do Kit Fotovoltaico (painéis, inversor e cabos) foi feito na empresa Böno
Fotovoltaico, localizada na cidade de Londrina.
Os orçamentos completos podem ser encontrados nos Anexos E, F e G.
75

5 Resultados

5.1 Payback
Payback é entendido como o tempo necessário para que se tenha o retorno sobre o
investimento em um projeto, ou seja, representa o tempo necessário para que o custo de
instalação se pague e, a partir de então, comece a dar lucro para o proprietário
No caso da geração fotovoltaica, considera-se como fatores de cálculo o custo do kWh
(R$) sem impostos que será vendido para a concessionária de energia, o custo do kWh (R$)
com impostos que será comprado da concessionária de energia, a geração média mensal
do sistema (kWh), o valor do investimento e o perfil da unidade consumidora (monofásica,
bifásica ou trifásica).
Quando a unidade consumidora é monofásica, há uma cobrança mínima de 30 kWh
mensal, mesmo que não haja consumo. No caso da unidade consumidora ser bifásica, a
cobrança mínima é de 50 kWh. E para a unidade trifásica, o valor corresponderá a 100
kWh.
A equação básica que determina o tempo de payback, retirada de (SOLAR, 2016) é a
seguinte:

Investimento(R$)
P ayback(meses) = (5.1)
EnergiaGerada(kW h/mes) × V alorDaT arif a

Outra forma de se compreender o benefício obtido pela aquisição de um sistema de


energia fotovoltaica á através do cálculo da taxa de retorno sobre o investimento, a cha-
mada rentabilidade. Para calcular qual a taxa de retorno anual ao se investir em um
sistema de energia fotovoltaica, basta verificar qual é a proporção entre a economia ob-
tida anualmente através do sistema e o investimento realizado.
A equação 5.2, também retirada de (SOLAR, 2016) mostra como fazer esse cálculo.

Economia(R$/ano)
Rentabilidade = (5.2)
Investimento

Primeiramente é necessário somar todos os custos para que se possa conhecer o custo
total do sistema. Foi considerado a despesa com mão de obra, equivalente a 10% do preço
total do projeto. O valor final é mostrado ma tabela 10.
76 Capítulo 5. Resultados

Tabela 10 – Custos Totais do Projeto

Componentes Custo [R$]


Estrutura de Cobertura do Estacionamento 27.476,23
Kit Fotovoltaico 68.153,51
Dispositivos de Proteção e Cabos 2.459,60
Mão de Obra 9.808,93
TOTAL 107.898,27
Fonte: Próprio Autor

Portanto, o custo total foi de R$107.898, 27.


Para calcular o tempo de payback se faz necessário o levantamento de dados impor-
tantes, como por exemplo a inflação das tarifas de energia e a depreciação do painel
fotovoltaico.
Com relação ao reajuste das tarifas de energia, em (PIERRY, 2017) é dito que o
Ministério de Minas e Energia estima que o reajuste, no pior cenário, seja de 7% em 2018.
Esse valor será usado como base para inflação da tarifa energética no projeto. Quanto à
depreciação do painel fotovoltaico, o fabricante informa que garante ma eficiência de 80%
em até 25 anos, o que dá uma depreciação de 1,25%/ano.
De acordo com o site da Copel, a tarifa de energia para prédio públicos é de R$0, 44056
(sem impostos) para cada Kwh consumido. Com a adição dos impostos, esse valor é de
R$0, 69118 a cada Kwh.
Os dados obtidos e compilados são mostrados na tabela 11 a seguir.

Tabela 11 – Dados necessários para cálculo do payback

Investimento inicial R$107.898, 27


Inflação energética 0,07/ano
Depreciação dos módulos 0,0125/ano
Geração anual (kWh) 36867,68
Preço inical (kWh) R$ 0,44
Preço inversor R$19.062,05
Fonte: Próprio Autor

O preço do inversor foi elencado nos custos, pois segundo o fabricante, é necessária
sua troca a cada 15 anos.
Com a obtenção dos dados anteriores é possível analisar o rendimento do sistema ao
longo dos anos, como é mostrado na tabela 12 a seguir.
5.1. Payback 77

Tabela 12 – Desempenho do sistema fotovoltaico no período de 25 anos

Geração (kWh) Projeção preço kWh Economia Fluxo de caixa


o
1 ano 36867 R$ 0,44 R$ 16.221,48 -R$ 91.676,79
o
2 ano 36406,16 R$ 0,47 R$ 17.140,02 -R$ 74.536,77
3o ano 35951,09 R$ 0,50 R$ 18.110,58 -R$ 56.426,19
o
4 ano 35501,7 R$ 0,54 R$ 19.136,09 -R$ 37.290,11
o
5 ano 35057,93 R$ 0,58 R$ 20.219,67 -R$ 17.070,44
6o ano 34619,7 R$ 0,62 R$ 21.364,61 R$ 4.294,17
o
7 ano 34186,96 R$ 0,66 R$ 22.574,38 R$ 26.868,54
8o ano 33759,62 R$ 0,71 R$ 23.852,65 R$ 50.721,19
o
9 ano 33337,62 R$ 0,76 R$ 25.203,31 R$ 75.924,50
o
10 ano 32920,9 R$ 0,81 R$ 26.630,44 R$ 102.554,94
11o ano 32509,39 R$ 0,87 R$ 28.138,39 R$ 130.693,34
12o ano 32103,02 R$ 0,93 R$ 29.731,73 R$ 160.425,07
o
13 ano 31701,74 R$ 0,99 R$ 31.415,29 R$ 191.840,36
14o ano 31305,46 R$ 1,06 R$ 33.194,18 R$ 225.034,54
o
15 ano* 30914,15 R$ 1,13 R$ 35.073,80 R$ 241.046,29
16o ano 30527,72 R$ 1,21 R$ 37.059,85 R$ 278.106,14
o
17 ano 30146,12 R$ 1,30 R$ 39.158,37 R$ 317.264,51
o
18 ano 29769,3 R$ 1,39 R$ 41.375,71 R$ 358.640,22
19o ano 29397,18 R$ 1,49 R$ 43.718,61 R$ 402.358,83
20o ano 29029,72 R$ 1,59 R$ 46.194,18 R$ 448.553,01
21o ano 28666,84 R$ 1,70 R$ 48.809,92 R$ 497.362,93
o
22 ano 28308,51 R$ 1,82 R$ 51.573,78 R$ 548.936,71
o
23 ano 27954,65 R$ 1,95 R$ 54.494,15 R$ 603.430,86
24o ano 27605,22 R$ 2,09 R$ 57.579,88 R$ 661.010,74
o
25 ano 27260,15 R$ 2,23 R$ 60.840,34 R$ 721.851,09
*: Substituição do inversor
Fonte: Próprio Autor

A figura 39 ilustra graficamente o desempenho do sistema fotovoltaico ao longo dos


anos com base no fluxo de caixa ao final de cada período.

Tanto pelo gráfico quanto pela tabela é possível ver que a partir do 6o ano, o sistema
fotovoltaica começa a ser rentável. Ou seja, em algum momento entre o 5o e o 6o ano o
sistema se paga através da energia gerada e economia produzida. Uma análise superficial
mostra que esse valor é de 5,79 anos, ou 5 anos e 9 meses. Portanto o tempo de payback
do sistema é de 5,79 anos.
78 Capítulo 5. Resultados

Figura 39 – Estrutura de fixação de painéis fotovoltaicos em para coberturas de estacio-


namento

Fonte: Próprio Autor

Para calcular a rentabilidade do sistema, foi tomado como base apenas o primeiro ano
de geração, onde há uma economia de R$16221, 48. Assim, a rentabilidade do sistema é
dada por:

16.221, 48
Rentabilidade =
107.898, 27
Rentabilidade = 0, 1503

Rentabilidade = 15, 03%

Para efeitos de comparação, a tabela 13 a seguir mostra o desempenho de aplicações


financeiras em 2017, comparadas com a rentabilidade do sistema fotovoltaico em questão.

Tabela 13 – Desempenho de aplicações financeiras em 2017

Investimento Rentabilidade em 2017


Ibovespa 26,86%
Euro 16,25%
Sistema Fotovoltaico 15,03%
Ouro 13,89%
Fundos de renda fixa* 10,39%
CDB* 9,38%
Poupança (líquido) 6,61%
*: No caso dos fundos e CDB, o rendimento é uma média
Fonte: (ALVARENGA; MELO, 2017)
5.1. Payback 79

Ou seja, neste caso, com um sistema fotovoltaico, é possível ter uma rentabilidade de
15, 03% com um investimento de baixo risco, visto que as projeções de geração do sistema
dependem apenas de condições climáticas condições climáticas e são baseadas em médias
históricas.
81

6 Discussões e Conclusões

Conforme apresentado, um sistema de geração fotovoltaica utilizado para cobrir o


estacionamento tem capacidade de geração de 3.156, 48kW h/mês, com um custo de apro-
ximadamente R$107.898, 27. Este kit de geração já conta com a construção da cobertura
com os suportes de fixação, dispositivos de proteção necessários, cabos utilizados na parte
CC e CA da instalação, os 96 módulos fotovoltaicos de 270 Wp dimensionados para esta
demanda e o inversor de 27,6 kW.
Como em um primeiro cálculo para realização do dimensionamento do sistema não
foram consideradas perdas, pode-se afirmar que o sistema está superdimensionado. Deste
modo, há a possibilidade de aumentar o potencial de geração, instalando módulos a mais,
desde que sejam compatíveis com o modelo em questão, e não ultrapassem as especificações
de funcionamento do inversor.
O tempo de payback para este tipo de instalação ainda é alto no Brasil, visto que a
maioria dos produtos utilizados são importados, o que encarece a aquisição. Lembrando
que como alguns dos produtos listados são importados. Seus preços dependem da cotação
do dólar, por isso, podem variar de um dia para outro. Além disso, no Paraná ainda não
ocorre o método de crédito pela concessionária de energia com compensação de ICMS e
PIS/COFINS, ou seja, toda energia produzida é vendida para a Copel livre de impostos
e creditada na conta da unidade consumidora com cobrança de impostos. Caso isto não
ocorresse, o tempo de payback para estabelecimentos comerciais e residenciais seria bem
menor.
Como visto, seriam necessários 5,79 anos para que a geração fotovoltaica pagasse sua
própria instalação. Este levantamento foi obtido considerando que o estabelecimento
consumiria toda a energia gerada pelo sistema, não havendo a necessidade de crédito de
energia pela concessionária de energia. Este valor só leva em consideração a instalação do
sistema gerador para um caso ideal, em que a rede da Copel está próxima da instalação,
evitando qualquer tipo de perda por queda de tensão que ocorreria em longas linhas de
transmissão até a rede. Outro fatore que não foi considerado é o sistema de bandeiras
tarifárias. A bandeira verde, onde não há acréscimo de imposto para a energia consumida,
foi tomada como base para os cálculos.
Por fim, como as projeções de geração do sistema dependem apenas de condições
climáticas e são baseadas em médias históricas, é possível obter uma boa rentabilidade com
um sistema fotovoltaico, inclusive maiores que algumas aplicações financeiras, mostrando
ser um investimento sustentável e de baixo risco.
83

Referências

ALMEIDA, M. P. Qualificação de sistemas fotovoltaicos conectados à rede. Tese


(Doutorado) — Universidade de São Paulo, 2012. 40

ALVARENGA, D.; MELO, L. Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede. G1, 2017.


Disponível em: <http://https://g1.globo.com/economia/educacao-financeira/noticia/
ibovespa-foi-melhor-investimento-em-2017-veja-ranking-de-aplicacoes.ghtml>. 78

ANEEL, C. T. Micro e minigeração distribuída. Sistema de Compensação de Energia


Elétrica. Brasília, DF, Brasil: Centro de Documentação–Cedoc, 2014. 29

CÂMARA, C. F. Sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica. Universidade Federal


de Lavras, UFLA, MG, 2011. 36, 37, 49

CEPEL. Mapas Solarimétricos. CEPEL, 2017. Disponível em: <https://plenosol.com/


2010/09/20/290/#jp-carousel-297>. 30

COLAFERRO, L. Energia Solar no Brasil. Blue Sol, 2017. Disponível em:


<http://blog.bluesol.com.br/energia-solar-no-brasil-panorama/>. 29, 30

COSTA, H. J. S. da. Avaliação do fator de dimensionamento do inversor em sistemas


fotovoltaicos conectados à rede. Fortaleza: UFCE, 2010. 60

CRESESB. Potencial Solar - SunData. Cresesb, 2017. Disponível em: <https:


//plenosol.com/2010/09/20/290/#jp-carousel-297>. 64, 65

FOSTER, R.; GHASSEMI, M.; COTA, A. Solar energy: renewable energy and the
environment. [S.l.]: CRC Press, 2009. 38, 39

JORDAN, D. C.; KURTZ, S. R. Photovoltaic degradation rates—an analytical review.


Progress in photovoltaics: Research and Applications, Wiley Online Library, v. 21, n. 1,
p. 12–29, 2013. 40

JÚNIOR, O. L. Sistemas fotovoltaicos conectados à rede: Estudo de caso–3kWp


instalados no estacionamento do IEE-USP. 2005. Tese (Doutorado) — Dissertação de
mestrado, Universidade de São Paulo, 2004. 60

MIRANDA, A. Análise de viabilidade econômica de um sistema fotovoltaico conectado


à rede. Projeto de Graduação–UFRJ/Escola Politécnica/Curso de Engenharia Elétrica,
Rio de Janeiro, Brasil, 2014. 39, 71

MME. Boletim Mensal de Monitoramento do Sistema Elétrico Brasileiro - Agosto/2017.


MME, 2017. Disponível em: <http://www.mme.gov.br>. 28, 29

PIERRY, F. Conta de luz pesou no bolso neste ano? Tendência


é encarecer ainda mais em 2018. Gazeta do Povo, 2017. Dispo-
nível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/politica/republica/
conta-de-luz-pesou-no-bolso-neste-ano-tendencia-e-encarecer-ainda-mais-em-2018-adpoq8axtihlhpm
76
84 Referências

PINHO, J. T.; GALDINO, M. A. Manual de engenharia para sistemas fotovoltaicos. Rio


de Janeiro: CEPEL, 2014. 44, 45, 46, 47, 48, 51, 54, 56, 57

REN21. Energias Renováveis 2016 - Relatório da situação mundial. REN21, 2016.


Disponível em: <http://www.ren21.net/wp-content/uploads/2016/11/REN21_
GSR2016_KeyFindings_port_02.pdf>. 27

ROSA, P.; SANTOS, E. Apostila de Instalação de Sistemas Fotovoltaicos: Módulo 1.


[S.l.]: ECODOT, 2016. 66, 67, 69, 70

RÜTHER, R. Edifícios solares fotovoltaicos. Florianópolis: Editora UFSC/LABSOLAR,


2004. 34, 35, 50, 52, 53

SARAIVA, M. d. F. O.; FILHO, K. d. S. O. O sol–a nossa estrela. Astronomia e


Astrofísica Cap, v. 16, p. 11, 2011. 43

SOLAR, U. Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede. Universo Solar, s.n. Disponível


em: <http://universosolar.com/sistemas-fotovoltaicos-conectados-a-rede/>. 33

SOLAR, W. Tempo de retorno do investimento em energia so-


lar. WA Solar, 2016. Disponível em: <http://www.wasolar.com.br/
tempo-de-retorno-do-investimento-em-energia-solar>. 75

SOUZA, R. di. Célula Fotovoltaica – O Guia Técnico Absolutamente Completo. Blue Sol,
2017. Disponível em: <http://blog.bluesol.com.br/celula-fotovoltaica-guia-completo/>.
54

TREVELIN, F. C. et al. Estudo comparativo entre métodos de rastreamento solar


aplicados a sistemas fotovoltaicos. São Carlos School of Engineering, 2014. 59

VIEIRA, R. G. et al. Análise comparativa do desempenho entre um painel solar


estático e com rastreamento no município de mossoró-rn. Universidade Federal Rural do
Semi-Árido, 2014. 59

VILLALVA, M. G.; GAZOLI, J. R. Energia solar fotovoltaica: conceitos e aplicações.


São Paulo: Érica, 2012. 37, 38, 49, 56, 65
85

A Diagrama unifilar lado CC

Figura 40 – Diagrama unifilar representando o lado CC do sistema fotovoltaico

Fonte: Próprio autor


87

B Diagrama Unifilar lado CA

Figura 41 – Diagrama unifilar representando o lado CA do sistema fotovoltaico

Fonte: Próprio autor


89

ANEXO A – Manual Canadian

CS6P-270P

CS6P-260| 265| 270P
*Black frame
product can be
provided upon
The high quality and reliability of Canadian Solar’s request.
modules is ensured by 15 years of experience in
module manufacturing, well-engineered module
design, stringent BOM quality testing, an linear power output warranty
automated manufacturing process and 100% EL
testing.

product warranty on materials


and workmanship
KEY FEATURES

Excellent module efficiency of


up to 16.79 % Management System Certificates*
ISO 9001:2008 / Quality management system
ISO/TS 16949:2009 / The automotive industry quality management system
Outstanding low irradiance ISO 14001:2004 / Standards for environmental management system
performance: 96.5 % OHSAS 18001:2007 / International standards for occupational health & safety

Product CERTIFICATEs*
High PTC rating of up to 92.0 % IEC 61215 / IEC 61730: VDE / CE / MCS / JET / SII / CEC AU / INMETRO / CQC
UL 1703 / IEC 61215 performance: CEC listed (US) / FSEC (US Florida)
UL 1703: CSA / IEC 61701 ED2: VDE / IEC 62716: VDE / IEC 60068-2-68: SGS
Take-e-way / UNI 9177 Reaction to Fire: Class 1
IP67 junction box for long-term
weather endurance

* As there are different certification requirements in different markets, please contact


Heavy snow load up to 5400 Pa, your local Canadian Solar sales representative for the specific certificates applicable to
wind load up to 2400 Pa the products in the region in which the products are to be used.

CANADIAN SOLAR INC. is committed to providing high quality


solar products, solar system solutions and services to customers
around the world. As a leading PV project developer and
manufacturer of solar modules with over 15 GW deployed around
the world since 2001, Canadian Solar Inc. (NASDAQ: CSIQ) is one of
the most bankable solar companies worldwide.

Canadian Solar Inc.


545 Speedvale Avenue West, Guelph, Ontario N1K 1E6, Canada, www.canadiansolar.com, support@canadiansolar.com
90 ANEXO A. Manual Canadian CS6P-270P
91

ANEXO B – Manual Inversor

ABB TRIO-27.6-TL
92 ANEXO B. Manual Inversor ABB TRIO-27.6-TL
93
94 ANEXO B. Manual Inversor ABB TRIO-27.6-TL
95

ANEXO C – Levantamento de

Cargas e Consumo Aintec

Tabela 14 – Levantamento de Cargas e Consumo Aintec


Potência Potência Energia Energia Energia
Tempo
Local Equipamento Quantidade Nominal Total Consumida Consumida Consumida
[h] (dia)
[VA] [kVA] (dia) [kWh] (mês) [kWh] [R$]
Recepção Computador 1 150 150,0 1 0,2 3,5 R$ 1,58
Corredor Lampada 32W 26 32 832,0 10 8,3 191,4 R$ 87,40
Sala 3 Lâmpada 40W 1 40 40,0 10 0,4 9,2 R$ 4,20
Sala 3 Lâmpada 32W 3 32 96,0 10 1,0 22,1 R$ 10,08
Sala 3 Ar Condicionado 1 2200 2200,0 10 22,0 506,0 R$ 231,11
Sala 3 Computador 1 150 150,0 10 1,5 34,5 R$ 15,76
Sala 3 Computador 1 150 150,0 4 0,6 13,8 R$ 6,30
Sala 3 Monitor 1 150 150,0 10 1,5 34,5 R$ 15,76
Sala 3 Monitor 1 150 150,0 4 0,6 13,8 R$ 6,30
Sala 4 Computador 1 150 150,0 10 1,5 34,5 R$ 15,76
Sala 4 Computador 1 150 150,0 4 0,6 13,8 R$ 6,30
Sala 4 Computador 1 150 150,0 4 0,6 13,8 R$ 6,30
Sala 4 Computador 1 150 150,0 4 0,6 13,8 R$ 6,30
Sala 4 Monitor 1 150 150,0 4 0,6 13,8 R$ 6,30
Sala 4 Monitor 1 150 150,0 4 0,6 13,8 R$ 6,30
Sala 4 Monitor 1 150 150,0 4 0,6 13,8 R$ 6,30
Sala 4 Monitor 1 150 150,0 10 1,5 34,5 R$ 15,76
Sala 4 Ar Condicionado 1 2200 2200,0 10 22,0 506,0 R$ 231,11
Sala 4 Lâmpada 32W 8 32 256,0 8 2,0 47,1 R$ 21,51
Sala 4 Impressora 1 2000 2000,0 0,75 1,5 34,5 R$ 15,76
Sala 9 Computador 7 150 1050,0 10 10,5 241,5 R$ 110,30
Sala 9 Impressora 1 1079,5 1079,5 0,25 0,3 6,2 R$ 2,84
Sala 9 Lampada 32W 11 32 352,0 10 3,5 81,0 R$ 36,98
Sala 9 Ar Condicionado 1 2930 2930,0 10 29,3 673,9 R$ 307,80
Sala 9 Ar Condicionado 1 8792 8792,0 10 87,9 2022,2 R$ 923,60
Sala 9 No-Break 1 3000 3000,0 24 72,0 1656,0 R$ 756,36
Sala 9 Cafeteira 1 800 800,0 0,25 0,2 4,6 R$ 2,10
Sala 16 Ar Condicionado 1 2198 2198,0 10 22,0 505,5 R$ 230,90
Sala 16 Lampadas 40W 4 40 160,0 10 1,6 36,8 R$ 16,81
Sala 13 Computador 5 330,2 1651,0 10 16,5 379,7 R$ 173,44
Sala 13 Lampada 32W 8 32 256,0 10 2,6 58,9 R$ 26,89
Sala 13 Ar Condicionado 1 3516 3516,0 24 84,4 1940,8 R$ 886,45
Sala central No-break 1 1000 1000,0 24 24,0 552,0 R$ 252,12
Sala central Lampadas 32W 48 32 1536,0 10 15,4 353,3 R$ 161,36
Sala central Notebook 4 150 600,0 10 6,0 138,0 R$ 63,03
Sala central Ar Condicionado 1 8791 8791,0 10 87,9 2021,9 R$ 923,49
Sala central PC+Monitor 2 300 600,0 10 6,0 138,0 R$ 63,03
Cozinha Geladeira 1 165,1 165,1 24 4,0 91,1 R$ 41,63
Cozinha Microondas 1 1140 1140,0 0,25 0,3 6,6 R$ 2,99
Cozinha Lampadas 32W 4 32 128,0 10 1,3 29,4 R$ 13,45
Cozinha Filtro 1 139,7 139,7 24 3,4 77,1 R$ 35,22
Sala 20 Lampadas 8 32 256,0 4 1,0 23,6 R$ 10,76
Sala de Reuniao Lampadas 8 32 256,0 4 1,0 23,6 R$ 10,76
Sala SIG PC 1 4750 4750,0 10 47,5 1092,5 R$ 498,99
Sala SIG Notebook 2 150 300,0 10 3,0 69,0 R$ 31,51
Sala SIG Lampada 32W 4 32 128,0 10 1,3 29,4 R$ 13,45
Sala SIG Ar Condicionado 1 4096 4096,0 4 16,4 376,8 R$ 172,11
Sala SIG PC 1 300 300,0 4 1,2 27,6 R$ 12,61
Total 59544,3 618,5 14225,1 R$ 6.497,17
TOTAL DA CONTA 6.497,17
Fonte: 3E-UEL
97

ANEXO D – Orçamento

Cobertura Estacionamento

Sonnen Energia LTDA


CNPJ: 17.318.905/0001-07
I.E: 109/0374353
Telefone: (55) 3223-4858
E-mail: contato@sonnen.com.br
Av. Prefeito Evandro Behr, 4811, Camobi – Santa Maria/RS – CEP 97110-800
www.sonnen.com.br
Orçamento: 2189
Data de Emissão: 20/12/2017 | Revisão n°: 0

DADOS DO CADASTRAIS:
Cliente: LUCAS TAMANINI CAMARGO
Razão Social: LUCAS TAMANINI CAMARGO
CNPJ/CPF: 05359605901 IE:
Endereço: Rua Goiás, 877, Centro. CEP 86010465, Londrina - PR, Brasil.
E-mail Geral: lucastcamargo@gmail.com Telefone:
E-mail Responsável: lucastcamargo@gmail.com Responsável::

PRODUTOS / SERVIÇOS:
CÓDIGO DESCRIÇÃO QTD VLR UNITÁRIO (R$) VLR TOTAL (R$)

CARPORT11V CARPORT11V - CARPORT11 - SolarFix CarPort 11 vagas, 96 módulos 1 R$24.926,63 R$24.926,63

TOTALIZAÇÃO
TOTAL PRODUTOS (R$) R$24.926,63
DESPESAS GERAIS (R$) R$2.549,60
TOTAL DESCONTOS (R$) / (%) R$0,00 / (0,00 %)

TOTAL GERAL (PRODUTOS+SERVIÇOS) (R$) R$27.476,23

CONDIÇÕES COMERCIAIS:
Forma de Pagamento: À vista ou 50% de entrada e 50% faturamento
Validade do Orçamento: 30/12/2017
Previsão de Entrega: A combinar (a partir da confirmação do pedido)

INFORMAÇÕES PARA CONTATO:


Vendedor: Elisangela Amado Toneto
E-mail para Confirmação: sonnen@sonnen.com.br
Telefone de Contato: (55) 3223-4858

OBSERVAÇÕES:
* Frete incluso em despesas gerais

Estrutura carport 11 vagas 96 módulos


99

ANEXO E – Orçamento Kit

Fotovoltaico

Tabela 15 – Orçamento Kit Fotovoltaico

Custo unitário Custo Total


Material Quantidade
[R$] [R$]
Canadian Solar 60Cells 270Wp Poly-Si 486,61 96 46.714,56
Conectores Femea/Macho MC4 4 12,55 50,20
Cabo Solar 6mm, 1000V Preto 3,22 120 386,40
Cabo Solar 6mm, 1000V Vermelho 3,22 120 386,40
Inversor ABB TRIO-27.6
TL-OUTD-S2X-400/JP 19.062,05 1 19.062,05
String Box SICES ONESTO
4 cordas E 2 saídas 1.553,90 1 1.553,90
TOTAL 68.153,51
Fonte: Böno Fotovoltaico
101

ANEXO F – Orçamento

Dispositivos de Proteção e Cabos

Tabela 16 – Orçamento Dispositivos de Proteção e Cabos

Preço Unitário Preço Total


Material Quantidade Fonte
[R$] [R$]
Disjuntor Schneider
1000DC 25A Fotovoltaico 319,00 1 319,00 NeoSolar
Disjuntor Tripolar Din
Curva C 63A Steck 47,90 1 47,90 Leroy Merlin
Protetor de Surto DPS
40KA 275V Steck 120,90 1 120,90 Leroy Merlin
DPS Schneider PRD-DC40r
1000PV Fotovoltaico 569,00 2 1.138,00 Neo Solar
Cabo Flexível 10mm
100 metros 750V SIL 416,90 2 833,80 Leroy Merlin
Total 2.459,60

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