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Londrina
2017
Universidade Estadual de Londrina
Centro de Tecnologia e Urbanismo
Departamento de Engenharia Elétrica
Londrina
2017
Ficha Catalográfica
Comissão Examinadora
Resumo
Tendo em vista o grande crescimento de estudos na área de eficiência energética e quali-
dade de energia, o trabalho em questão tem como objetivo principal analisar a viabilidade
do desenvolvimento de um projeto de sistema fotovoltaico conectado à rede elétrica a ser
implementado no estacionamento da Agência de Inovação Tecnológica da Universidade
Estadual de Londrina. Foi feita uma análise do local na qual serão coletados dados para
a confecção do projeto, tais como a área utilizável, e possíveis locais de sombreamento.
Foram ainda elencados eventuais custos com conexões elétricas e materiais para constru-
ção da cobertura do local que servirá como base para as células fotovoltaicas. Por fim,
será mostrado o tempo de payback do investimento.
Abstract
Considering the great growth of essays in energy efficiency and energy quality area, the
main objective of this work is to analyze the development feasibility of a photovoltaic
system project connected to the distribution network implemented in the parking lot of
the Technological Innovation Agency of State University of Londrina. An analysis will
be made of the location in which data will be collected for the project design, such as
the usable area, and possible places of shading. Also will be listed possible costs with
electrical connections and materials to build the coverage site that will serve as the basis
for photovoltaic cells. Finally, the payback time of the investment will be shown..
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
1.1.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
1.1.2 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
1.1.3 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.4 Inversor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
4 DESENVOLVIMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
4.2.5 Condutores CC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
4.3 Perdas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
4.5 Orçamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
5 RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
5.1 Payback . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
6 DISCUSSÕES E CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
AINTEC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
MENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
1 Introdução
1.1 Introdução
O crescimento econômico de um país está vinculado ao potencial de energia disponível.
A energia é a força essencial para todo o funcionamento de uma economia e o desenvol-
vimento de uma sociedade. Com a crise do petróleo na década de 70, grande parte do
mundo, inclusive o Brasil passou por dificuldades econômicas e energéticas, uma vez que
em sua matriz energética havia a predominância de derivados desse composto.
Nesse cenário, as fontes de energia renováveis tornaram-se uma ótima alternativa,
adquirindo destaque nas políticas públicas no setor energético, visando à diminuição da
dependência dos derivados de petróleo. Apesar disso, ao final de 2015, como pode ser
observado na figura 1, as fontes não renováveis, como o petróleo, ainda ocupavam grande
destaque na matriz energética mundial, sendo responsáveis por 76, 3% da energia mundial
produzida. Entretanto, há de se ressaltar que esse número vem caindo ao longo dos anos.
Fonte:(REN21, 2016)
O Brasil possui uma vasta gama de recursos naturais que podem ser utilizados para
a geração de energia elétrica. A água, utilizada nas hidrelétricas, é o principal. Essa
alternativa, entretanto, vem sendo cada vez mais questionada com o passar dos anos,
muito em virtude de seu alto custo de implantação acompanhado pelo seu elevado impacto
ambiental. A longa estiagem sofrida pelo Brasil recentemente, mostrou que a dependências
28 Capítulo 1. Introdução
desse tipo de geração pode ser perigosa, uma vez usinas hidrelétricas nem sempre são
capazes de suprir a demanda energética brasileira, fazendo com que se recorra às usinas
termoelétricas. Essas, fazem uso do carvão mineral, um combustível fóssil e uma fonte
não renovável e não limpa, que causa um grande impacto ambiental, além de encarecer o
custo da energia, e afetar até mesmo setores como economia e emprego.
Esse contexto permitiu o desenvolvimento e expansão da geração de energia por meio
de fontes alternativas, entre elas, a energia solar, gerada através de placas fotovoltaicas.
A tecnologia fotovoltaica usa materiais semicondutores como o silício para converter
raios solares em eletricidade. O constante avanço desta tecnologia está proporcionando o
aumento da capacidade de fornecimento de energia elétrica no mundo todo, permitindo
que a energia solar fotovoltaica seja uma opção limpa, renovável, viável e com manutenção
mínima. A energia solar fotovoltaica é agora, depois de hidráulica e eólica, a terceira mais
importante fonte de energia renovável em termos de capacidade instalada no mundo. Mais
de 100 países a utilizam. No Brasil, entretanto, a energia solar representa menos de 1%
da energia total produzida no país, como pode ser visto na figura 2 (ANEEL, 2017).
Fonte:(MME, 2017)
Fonte:(MME, 2017)
Como poder ser visto no mapa da figura 5, a região nordeste do Brasil possui um maior
potencial de geração fotovoltaica quando comparada com o restante do país. Entretanto,
a maior parte das instalações comerciais e residenciais desse tipo se encontram nos estados
da região sul e sudeste do Brasil, como mostra a figura 4. Esse fato, muito se deve ao
poder de compra da população, maior nesses estados.
Fonte:(COLAFERRO, 2017)
Fonte:(CEPEL, 2017.)
1.1.1 Motivação
A crescente demanda de energia e o crescente aumento de seu custo de geração cul-
minou com o aumento pela procura de formas alternativas e mais baratas de geração de
energia. Entre elas, está a geração fotovoltaica, realizada através projetos de instalações
fotovoltaicas acopladas à edificações e conectadas à rede elétrica. A popularização de
1.1. Introdução 31
projetos desse cunho, muito ajudado pela resolução normativa no 482/2012 da ANEEL,
serviu como principal motivação para a realização desse trabalho.
1.1.2 Justificativa
A principal razão ao se optar pelo uso de sistemas fotovoltaicos para geração de energia
é a redução do custo da produção de energia, associado ao fato de ser uma fonte limpa e
renovável.
A energia mundial provém, ainda, majoritariamente de fontes não renováveis, e tem no
petróleo e carvão mineral suas principais matrizes. Por serem energias não limpas, várias
discussões tem sido levantadas, e o fato de serem finitas, coloca em cheque o futuro da
matriz energética mundial. Porém, ao mesmo tempo, abre espaço para ideias alternativas
para geração energia, entre elas, a solar.
1.1.3 Objetivos
Levando em conta as situações mostradas acima, o projeto tem como objetivo principal
conciliar fontes renováveis de energia com desenvolvimento tecnológico. Para isso, será
realizado o projeto de uma cobertura de estacionamento com placas fotovoltaicas em sua
superfície, o que irá proporcionar conforto às pessoas que utilizam o local através da
sombra gerada, além de utilizar uma fonte sustentável para gerar energia, o que pode
propiciar uma eventual auto-suficiência do prédio e uma provável economia de gastos com
energia.
33
2 Revisão Bibliográfica
Sistemas fotovoltaicos são sistemas de geração de energia que utilizam o sol como
fonte primária de energia. É um sistema de geração descentralizada pelo fato de que
diferentemente das grandes usinas geradoras onde se geram enormes quantidades de ener-
gia numa região normalmente distante dos grandes centros consumidores, esses sistemas
normalmente tem suas unidades de consumo próximas à sua área.
trica
Sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica, também chamados de sistemas ON-
GRID, ou GRID-TIE operam em paralelismo com a rede de eletricidade. Diferentemente
dos sistemas autônomos, os sistemas conectados são empregados em locais já atendidos
por energia elétrica. Por não possuírem dispositivos de armazenamento de energia, todo
o excedente de energia produzida pelo sistema é injetado na rede elétrica, ou no caso de
usinas fotovoltaicas, toda a energia produzida.
Esse sistema é basicamente constituído por um conjunto de módulos fotovoltaicos,
que irão gerar a energia, um grupo de inversores, que irão fazer a conversão CC-CA para
conexão à rede elétrica, além das caixas de junção e dispositivos de proteção e de medição
da energia produzida.
A figura 6 ilustra esse tipo de sistema.
A radiação proveniente do Sol incide nos módulos solares, onde terá início o efeito
fotovoltaico e ocorrerá a geração da energia. Em seguida, a tensão, produzida em corrente
34 Capítulo 2. Revisão Bibliográfica
contínua, chegará ao inversor, que fará a conversão DC-AC e enviará a energia para
circuito residencial/comercial ou à rede elétrica.
O inversor, além de realizar a conversão CC-CA, tem como função também, controlar
a corrente a ser injetada na rede, de modo que tenha o formato senoidal e esteja sincroni-
zada com a frequência da rede, além de atender os requisitos de operação impostos pela
concessionária de energia.
Caso o prédio em questão utilize toda a energia produzida pelo sistema gerador, não
haverá excedente para ser injetado na rede. Caso contrário, a energia passará por um
relógio bidimensional, localizado no padrão de entrada, que irá realizar a medição e o
balanço da quantidade de energia que está sendo enviada para a rede.
Os dispositivos de proteção, como o próprio nome já diz, são utilizados para prote-
ger e evitar qualquer tipo de dano no sistema gerador e no sistema elétrico do prédio.
Geralmente são compostos de disjuntores e dispositivos contra surto (DPS).
no Brasil
Vários projetos desse cunho tem sido realizados no Brasil e se popularizado ao longo
dos últimos anos, o que serviu de motivação para a realização desse trabalho.
Segundo o Fundo Verde da UFRJ, essa energia é suficiente para abastecer até 70
residências com consumo mensal médio de 167 KWh e com isso cerca de 70 toneladas de
dióxido de carbono deixam de ser emitidas por ano na atmosfera, ajudando na redução
do aquecimento global.
Fonte:http://solarenergy.com.br
Potência Ano de
Descrição do sistema
(kWp ) instalação
1 LABSOLAR-UFSC (Prédio da Engenharia) 11,00 1997
2 LSF-IEE-USP (Lab. de Sistemas Fotovoltaicos) 0,75 1998
3 LABSOLAR-UFSC (Centro de Convivência) 1,10 2000
4 LSF-IEE-USP (Prédio Administração IEE) 6,30 2001
5 LABSOLAR-UFSC (Centro de Eventos) 10,24 2002
6 CEPEL (Bloco J) 16,32 2002
7 Intercâmbio Eletro Mecânico 3,30 2002
8 Grupo FAE-UFPE (Fernando de Noronha) 2,40 2002
(3 x 1,4)
9 CELESC (Florianópolis, Tubarão e Lages) 2003
4,2
10 LSF-IEE-USP (Lab. de Sistemas Fotovoltaicos) 6,00 2003
Potência Total 61,61
Fonte: (CÂMARA, 2011)
2.3. Inclinação e orientação dos módulos solares 37
Potência Ano de
Descrição do sistema
(kWp ) instalação
11 UFRGS (Prédio da Engenharia Mecânica) 4,8 2004
12 CEMIG (Laboratório de Sementes) 3,00 2004
13 LSF-IEE-USP (Estacionamento) 3,00 2004
14 Grupo FAE-UFPE (Recife-PE) 1,28 2005
15 Clínica Harmonia (SP) 0,90 2005
16 UFJF (Faculdade de Engenharia) 31,70 2006
17 CEMIG (CPEI - CEFET-MG) 3,24 2006
18 CEMIG (GREEN - PUC-MG) 2,05 2006
19 CEMIG (EFAP - Sete Lagoas-MG) 3,00 2006
20 Casa Eficiente - Eletrosul 2,30 2006
21 GREENPEACE (Sede São Paulo-SP) 2,80 2007
22 Grupo FAE-UFPE (Restaurante Lampião-PE) 1,50 2007
23 Residência particular (Recife-PE) 1,00 2007
24 GEDAE-UFPA 1,60 2007
25 LH2 - Unicamp 7,50 2007
26 Residência particular (São Paulo-SP) 2,90 2008
27 Solaris (Leme-SP) 1,04 2008
28 Zeppini (Motor Z) 2,40 2008
29 Zeppini (Fundação Estrela) 14,70 2008
30 Eletrosul (Estacionamento da Sede-SC) 12,00 2009
31 Tractebel (Hospital Universitário da UFSC) 2,00 2009
32 Tractebel (Colégio de Aplicação da UFSC) 2,00 2009
33 Tractebel (Aeroporto Hercílio Luz-SC) 2,00 2009
34 Eficiência Máxima Consultoria (Brumadinho-MG) 3,57 2010
Potência Total 112,28
Fonte: (CÂMARA, 2011)
1. Sempre que possível, orientar o módulo com sua face voltada para o norte geográfico,
o que maximiza a produção média diária de energia;
2. Ajustar o ângulo de inclinação correto do módulo com relação ao solo para otimizar
a produção de energia ao longo do ano. Para isso, deve-se levar em conta a latitude
geográfica da localidade onde o sistema é instalado.
Para quem encontra-se no hemisfério sul, essa trajetória é visualizada sempre ao norte.
Por esse motivo, é imprescindível a orientação do módulo solar a essa direção. A figura 9
ilustra esse fato.
Com relação à orientação número 2, o planeta Terra possui uma leve inclinação em
seu eixo de 23,5o C, e somado ao fato de que a superfície do planeta é curva, temos
como resultado a incidência não uniforme dos raios solares ao longo de sua superfície.
Para compensar esse fato, é necessário encontrar um ângulo de inclinação de tal forma a
captação dos raios solares seja otimizada. Um ângulo com inclinação não ideal implicaria
no não total aproveitamento do recurso solar, conforme é mostrado na figura 10. O ângulo
em questão depende da latitude em que se encontra o local de instalação do sistema
fotovoltaico. Latitudes maiores implicam em ângulos de inclinação maiores.
Componente Eficiência
string fotovoltaica 80 − 85%
Inversor 80 − 90%
Cabeamento 97 − 98%
Desconexões e fusíveis 98 − 99%
Eficiência total do sistema 60 − 75%
Fonte: (FOSTER; GHASSEMI; COTA, 2009)
Como São Paulo possui latitude de valor aproximadamente 23o S, é possível observar
que o maior aproveitamento da energia solar se dá com o módulo inclinado entre 15o e
30o e com sua face orientada para o norte. Já com o módulo orientado para o sul, pode-se
constatar que seu aproveitamento cai drasticamente.
2.4. Cenário de Perdas 41
Assim, pode-se afirmar que apesar de todos os dados colhidos e obtidos referentes às
perdas, para uma melhor análise, é necessário sempre levar em consideração a realidade
do local onde será instalado o sistema.
43
3 Fundamentação Teórica
de irradiação, que é muito mais baixa se comparada com a da fotosfera. Sua altura é
de aproximadamente 2500 Km e sua temperatura varia de 4300 K a 40000 K (PINHO;
GALDINO, 2014). O entendimento dos termos radiação, irradiância e insolação é essencial
para relacionar o recurso solar com a geração de energia fotovoltaica, e por isso, serão
explanados a seguir. Radiação solar é entendida como a energia radiante emitida pelo
sol sob a forma de radiação eletromagnética em várias frequências de onda. Irradiância
é a grandeza relacionada à quantidade de radiação solar incidente em 1m2 , tendo seu
ápice no meio dia solar. A insolação, por fim, é a irradiância solar que atinge a área
de 1m2 no período de 1 hora. Nem toda luz solar que chega à superfície terrestre é
absorvida, uma parte é refletida. A intensidade da radiação que incide sobre a superfície
depende dos meios que ela atravessa, como por exemplo as massas de ar, e da distância
percorrida. Distância essa, que depende do ângulo de incidência do sol em relação à
superfície, portanto, varia de acordo com o horário e as estações do ano.
Por meio de observações, foi possível a elaboração do diagrama de fluxo de potência
global, mostrado na figura 13, que mostra o valor da irradiância solar média incidente
no topo da atmosfera ao longo de 24 horas. Segundo esse diagrama, cerca de 54% da
irradiância solar incide na atmosfera, sendo 7% refletida e 47% absorvida. Os outros 46%
são absorvidos ou refletidos diretamente na atmosfera (PINHO; GALDINO, 2014).
A irradiância média anual que incide no topo da atmosfera terrestre recebe o nome
de "constante solar"e vale 1.367 W/m2 . Considerando que o raio médio da Terra é 6.371
Km, e utilizando a constante solar, conclui-se que a potência total disponibilizada pelo
3.1. Recurso Solar 45
Devido à existência do ângulo de inclinação solar, o Sol descreve uma trajetória com
inclinação diferente em cada dia do ano. A posição do Sol é definida pelos ângulos
azimutal, zenital e da altura solar, como é mostrado na figura 16.
O ângulo zenital ou zênite (θz ) é o ângulo formado entre os raios de do Sol e a vertical
local (PINHO; GALDINO, 2014).
A altura solar (α) é o ângulo compreendido entre os raios de Sol e a projeção dos
mesmos sobre o plano horizontal (PINHO; GALDINO, 2014).
Uma análise rápida, comprova que os ângulos mencionados acima são complementares
(θz + α = 90o ) (PINHO; GALDINO, 2014).
3.2. Efeito Fotovoltaico 47
O ângulo azimutal do Sol ou azimute solar (γs ) é o ângulo entre a projeção dos raios
solares no plano horizontal e a direção Norte-Sul no plano horizontal (PINHO; GALDINO,
2014).
Quando se trata de superfícies inclinadas em relação ao plano horizontal, alguns ân-
gulos a mais são levados em consideração para um melhor estudo da posição solar, como
é mostrado na figura 17.
estes materiais dos materiais considerados isolantes, onde a banda proibida supera este
valor, como é mostrado na figura 18 (PINHO; GALDINO, 2014).
Figura 18 – Estrutura das bandas de energia em (a) condutores, (b) semicondutores e (c)
isolantes.
Segundo Câmara (2011), o semicondutor mais usado é o silício. Seus átomos se ca-
racterizam por possuírem quatro elétrons que se ligam aos vizinhos, formando uma rede
cristalina. Se o material for dopado com elementos como o fósforo, que possui 5 elétrons
de ligação, haverá um elétron em excesso que não poderá ser emparelhado e que ficará
ligado fracamente a seu átomo de origem. Isto faz com que, com pouca energia térmica,
este elétron se livre, indo para a banda de condução. Diz-se assim, que o fósforo é um
dopante doador de elétrons e denomina-se dopante tipo n.
Porém, caso o material seja dopado com elementos que possuem apenas três elétrons
de ligação, como o boro, haverá falta de um elétron para satisfazer as ligações com os
átomos de silício da rede. Esta falta de elétron é denominada lacuna. Com pouca energia
térmica, um elétron de uma região vizinha pode passar a ocupar esta posição, fazendo com
que a lacuna se desloque. Diz-se portanto, que o boro é um dopante tipo p (CÂMARA,
2011).
Se, partindo de um silício puro, forem introduzidos átomos de boro em uma metade e de
fósforo na outra, será formado o que se chama junção pn. O que ocorre nesta junção é que
elétrons livres do lado n passam ao lado p onde encontram os buracos que os capturam.
Isto faz com que haja um acúmulo de elétrons no lado p, tornando-o negativamente
carregado e uma redução de elétrons do lado n, que o torna eletricamente positivo. Estas
cargas aprisionadas dão origem a um campo elétrico que dificulta a passagem de mais
elétrons do lado n para o lado p. Este processo alcança um equilíbrio quando o campo
elétrico forma uma barreira capaz de barrar os elétrons livres remanescentes no lado n
(CÂMARA, 2011).
Se uma junção pn for exposta a fótons com energia maior que o gap, ocorrerá a geração
de pares elétron-lacuna. Quando isso ocorre na região onde o campo elétrico é diferente de
3.3. Módulo Solar Fotovoltaico 49
zero, as cargas se deslocam, gerando assim, uma diferença de potencial nas extremidades
do semicondutor. Se estas extremidades forem conectadas entre si, haverá circulação de
elétrons, caracterizando uma corrente elétrica. Esta é a base do funcionamento das células
fotovoltaicas, que é mostrado na figura 19 (CÂMARA, 2011).
Fonte:(CÂMARA, 2011)
o processamento mais simples. O material de partida é o mesmo que para o m-Si, que
é fundido e posteriormente solidificado direcionalmente, o que resulta em um bloco com
grande quantidade de grãos ou cristais, no contorno dos quais se concentram os defeitos
que tornam este material menos eficiente (RÜTHER, 2004).
Mesmo com um eficiência menor, a tecnologia p-Si tem visto sua participação crescer
no mercado fotovoltaico e cada vez mais inovações são criadas para facilitar e diversificar
seu uso, como por exemplo as fitas ou tiras fotovoltaicas, produzidas com tecnologia p-Si
a partir de um banho líquido de silício sem a necessidade de seu fatiamento em lâminas
(RÜTHER, 2004).
O CdTe ainda possui uma eficiência de geração de energia maior que o a-Si e custos
de produção menores se comparados ao c-Si. Porém, a relativamente baixa abundância
dos elementos envolvidos e sua maior toxicidade são fatores que impedem a popularização
desse tipo de tecnologia (RÜTHER, 2004).
Eficiência
Material
Máxima Produção
Em laboratório
Teórica em série
Silício Mono 24,7% 18% 14%
Silício Poli 19,8% 15% 13%
Silício Amorfo 15% 10,5% 7,5%
CIGS 18,8% 14% 10%
CdTe 16,4% 10% 9%
Fonte: (SOUZA, 2017)
• VOC : a tensão de circuito aberto, que é aquela medida quando não existe nada
conectada ao módulo. É a máxima tensão que o módulo pode fornecer;
A figura 24 a seguir mostra o comportamento das curvas I-V de duas células fotovol-
taicas de silício cristalino para essas conexões.
56 Capítulo 3. Fundamentação Teórica
Figura 24 – Curvas I-V de duas células fotovoltaicas de silício cristalino quando conecta-
das (a) em série e (b) em paralelo
Quando os módulos são conectados em série e depois em paralelo, tem-se a soma, tanto
da tensão de saída quanto da corrente fornecida, resultando em uma maior potência.
Fatores naturais também interferem no funcionamento dos módulos, como a radiação
solar e a temperatura.
Segundo (VILLALVA; GAZOLI, 2012), a corrente elétrica que o módulo fotovoltaico
pode fornecer depende diretamente da intensidade da radiação solar que incide sobre suas
células. Com uma irradiância solar de 1000W/m2 , o módulo é capaz de fornecer a corrente
máxima especificada em seu catálogo (na temperatura de 25o C).
Essa corrente aumenta linearmente com o aumento da irradiância solar incidente,
enquanto a tensão de circuito aberto aumenta de forma logarítmica. Com pouca luz,
a corrente fornecida pelo módulo é muito pequena e sua capacidade de gerar energia é
3.3. Módulo Solar Fotovoltaico 57
Figura 25 – Influência da radiância solar na curva I-V de uma célula fotovoltaica de silício
cristalino na temperatura de 25o C
Fonte: NBJH
Os conectores utilizados para interligar um módulo ao outro são conhecidos como MC4
e foram desenvolvidos e patenteados pela empresa alemã Multi-Contact para utilização
em sistemas fotovoltaicos. A figura 28 representa este tipo de conector.
3.4 Inversor
Como já é sabido, módulos solares fotovoltaicos geram energia em corrente contínua.
Por esse motivo é necessário o uso de um equipamento eletrônico conhecido como inversor,
para que se obtenha tensão em corrente alternada com as características (frequência,
conteúdo de harmônicos, forma de onda) necessárias para satisfazer as condições impostas
pela rede elétrica pública e possibilitar assim, a interconexão à rede.
Inversores são basicamente compostos por dispositivos eletrônicos de chaveamento, tais
como TRIACs, MOSFETs e IGBTs que tem como função quebrar a corrente contínua em
pulsos, gerando uma corrente alternada. A figura 30 mostra como exemplo, três inversores
da marca SMA em operação em um sistema fotovoltaico.
Dentre os vários recursos e funções dos inversores, dois merecem destaque, as entradas
MPPT e a detecção de ilhamento. Todos os inversores para conexão à rede possuem entra-
das MPPT (Maximum Power Point Tracking, em inglês) que fazem com que maximizem
a potência fornecida pelos módulos fotovoltaicos, fazendo-os operar constantemente em
seu ponto de máxima potência, independentemente das condições de operação, proporci-
onando o maior rendimento possível do sistema.
Caixas de junção, ou string boxes, são quadros elétricos com função de armazenar e
proteger as conexões dos módulos fotovoltaicos e os dispositivos de proteção usados nos
circuitos. A figura 31 ilustra esse equipamento.
62 Capítulo 3. Fundamentação Teórica
4 Desenvolvimento
Pelo GOOGLE MAPS, observa-se que as coordenadas geográficas da Aintec são de-
terminadas pela latitude 23o 190 24.1”S e 51o 120 27.3”W. Porém, como a Agência se localiza
no município de Londrina, serão utilizados os dados solares referente à cidade.
O índice de insolação da cidade pode ser obtido de forma gratuita e confiável através
da base dados do software SunData, disponibilizada pelo site do CRESEB (Centro de
Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio Brito). A partir destes dados, obtém-se
o valor de irradiação solar diária média mensal é de 5, 07kW h/m2 · dia com um painel
inclinado em 23o N.
De acordo com a tabela 6, para latitudes entre 21o e 30o , que é o caso de Londrina, o
ângulo de inclinação recomendado é:
α = latitude + 5o , (4.1)
Este ângulo varia com a localização geográfica e com o tempo. O mapa da figura 35 a
seguir mostra os ângulos médios de correção a serem utilizados para os estados brasileiros.
155
= 96, 36
1, 6085
Portanto, serão necessários 96 módulos para suprir a área em questão.
EM = A · η · ES , (4.2)
68 Capítulo 4. Desenvolvimento
E s × PM
EM = , (4.3)
1000
onde: EM é a energia produzida diariamente por um módulo; PM é a potência d
módulo; ES é a insolação do local.
Como resultado, é obtido o valor de
EM ≈ 1, 37kW h/dia.
Pinst = NM · PM , (4.4)
Em decorrência disso, optou-se por não dividir o sistema e usar apenas um inversor
que consiga suportar a potência dos painéis. O inversor escolhido foi o modelo TRIO-
27.6-TL fabricado pela empresa ABB, de potência 27,6kW e com duas entradas MPPT.
Suas especificações são mostradas na figura 37 a seguir.
Pinv
NMmax = , (4.5)
PM
onde: NMmax é o número máximo de módulos para o inversor escolhido; Pinv é a
potência do inversor escolhido; PM é potência do módulo solar.
VinvM IN VinvM AX
≤ NMM P P T ≤ , (4.6)
VM VM
onde: NMM P P T é o número de módulos por entrada MPPT para o inversor escolhido;
VM é a tensão do módulo solar; VinvM IN VM é a tensão mínima de operação do inversor;
VinvM IN VM é a tensão máxima de operação do inversor.
IinvM AX
NL = , (4.7)
IM
onde: NL é o número máximo de linhas em paralelo para a operação do inversor
escolhido; IinvM AX é a corrente de operação do módulo solar.
Como apenas um inversor será utilizado, é necessário que a forma com que os painéis
fotovoltaicos estarão dispostos, também chamada de string, forneça a maior potência
possível sem ultrapassar os limites de funcionamento do inversor.
A equação 4.5, mostra que
NMmax = 102
70 Capítulo 4. Desenvolvimento
(número máximo de módulos para o inversor escolhido), o que prova que a quantidade de
módulos dimensionada está de acordo com a capacidade de funcionamento do inversor.
A partir da equação 4.6, é possível encontrar que
Ou seja, o número de módulos em série por entrada MPPT do inversor deve estar entre
16 e 25.
A partir da equação 4.7, obtém-se um valor de
NL = 7
4.2.5 Condutores CC
De acordo com (ROSA; SANTOS, 2016), a corrente suportada pelo cabeamento CC
deve ser maior ou igual à corrente de curto-circuito dos módulos multiplicada pelo fator
1,25. Além disso, a equação 4.8 mostra matematicamente como deveria ser calculada a
seção mínima do condutor CC.
L·P
S= (4.8)
ρ · e · U2
4.3. Perdas 71
4.3 Perdas
4.5 Orçamento
Primeiramente, foi verificado que a legislação brasileira não faz a taxação de impostos
sobre a compra de kits de geração. Se a compra for realizada por equipamentos separa-
dos, há cobrança de ICMS com relação aos produtos. Além disso, devido ao fato de a
maioria dos distribuidores não serem brasileiros, quanto maior a quantidade de produtos
importados, o custo dos equipamentos é menor. Por outro lado, este orçamento oscila
conforme o valor do dólar, portanto, um valor orçado neste momento poderá ser diferente
em datas posteriores.
Como o estacionamento para onde o sistema fotovoltaico foi projetado não possui
cobertura, foi necessário a realização de um orçamento para a construção da mesma.
A empresa Sonnen Energia realiza tal construção, chamada de carport, cuja exemplo
de estrutura é mostrado na figura 38.
5 Resultados
5.1 Payback
Payback é entendido como o tempo necessário para que se tenha o retorno sobre o
investimento em um projeto, ou seja, representa o tempo necessário para que o custo de
instalação se pague e, a partir de então, comece a dar lucro para o proprietário
No caso da geração fotovoltaica, considera-se como fatores de cálculo o custo do kWh
(R$) sem impostos que será vendido para a concessionária de energia, o custo do kWh (R$)
com impostos que será comprado da concessionária de energia, a geração média mensal
do sistema (kWh), o valor do investimento e o perfil da unidade consumidora (monofásica,
bifásica ou trifásica).
Quando a unidade consumidora é monofásica, há uma cobrança mínima de 30 kWh
mensal, mesmo que não haja consumo. No caso da unidade consumidora ser bifásica, a
cobrança mínima é de 50 kWh. E para a unidade trifásica, o valor corresponderá a 100
kWh.
A equação básica que determina o tempo de payback, retirada de (SOLAR, 2016) é a
seguinte:
Investimento(R$)
P ayback(meses) = (5.1)
EnergiaGerada(kW h/mes) × V alorDaT arif a
Economia(R$/ano)
Rentabilidade = (5.2)
Investimento
Primeiramente é necessário somar todos os custos para que se possa conhecer o custo
total do sistema. Foi considerado a despesa com mão de obra, equivalente a 10% do preço
total do projeto. O valor final é mostrado ma tabela 10.
76 Capítulo 5. Resultados
O preço do inversor foi elencado nos custos, pois segundo o fabricante, é necessária
sua troca a cada 15 anos.
Com a obtenção dos dados anteriores é possível analisar o rendimento do sistema ao
longo dos anos, como é mostrado na tabela 12 a seguir.
5.1. Payback 77
Tanto pelo gráfico quanto pela tabela é possível ver que a partir do 6o ano, o sistema
fotovoltaica começa a ser rentável. Ou seja, em algum momento entre o 5o e o 6o ano o
sistema se paga através da energia gerada e economia produzida. Uma análise superficial
mostra que esse valor é de 5,79 anos, ou 5 anos e 9 meses. Portanto o tempo de payback
do sistema é de 5,79 anos.
78 Capítulo 5. Resultados
Para calcular a rentabilidade do sistema, foi tomado como base apenas o primeiro ano
de geração, onde há uma economia de R$16221, 48. Assim, a rentabilidade do sistema é
dada por:
16.221, 48
Rentabilidade =
107.898, 27
Rentabilidade = 0, 1503
Ou seja, neste caso, com um sistema fotovoltaico, é possível ter uma rentabilidade de
15, 03% com um investimento de baixo risco, visto que as projeções de geração do sistema
dependem apenas de condições climáticas condições climáticas e são baseadas em médias
históricas.
81
6 Discussões e Conclusões
Referências
FOSTER, R.; GHASSEMI, M.; COTA, A. Solar energy: renewable energy and the
environment. [S.l.]: CRC Press, 2009. 38, 39
SOUZA, R. di. Célula Fotovoltaica – O Guia Técnico Absolutamente Completo. Blue Sol,
2017. Disponível em: <http://blog.bluesol.com.br/celula-fotovoltaica-guia-completo/>.
54
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UL 1703 / IEC 61215 performance: CEC listed (US) / FSEC (US Florida)
UL 1703: CSA / IEC 61701 ED2: VDE / IEC 62716: VDE / IEC 60068-2-68: SGS
Take-e-way / UNI 9177 Reaction to Fire: Class 1
IP67 junction box for long-term
weather endurance
ABB TRIO-27.6-TL
92 ANEXO B. Manual Inversor ABB TRIO-27.6-TL
93
94 ANEXO B. Manual Inversor ABB TRIO-27.6-TL
95
ANEXO C – Levantamento de
ANEXO D – Orçamento
Cobertura Estacionamento
DADOS DO CADASTRAIS:
Cliente: LUCAS TAMANINI CAMARGO
Razão Social: LUCAS TAMANINI CAMARGO
CNPJ/CPF: 05359605901 IE:
Endereço: Rua Goiás, 877, Centro. CEP 86010465, Londrina - PR, Brasil.
E-mail Geral: lucastcamargo@gmail.com Telefone:
E-mail Responsável: lucastcamargo@gmail.com Responsável::
PRODUTOS / SERVIÇOS:
CÓDIGO DESCRIÇÃO QTD VLR UNITÁRIO (R$) VLR TOTAL (R$)
TOTALIZAÇÃO
TOTAL PRODUTOS (R$) R$24.926,63
DESPESAS GERAIS (R$) R$2.549,60
TOTAL DESCONTOS (R$) / (%) R$0,00 / (0,00 %)
CONDIÇÕES COMERCIAIS:
Forma de Pagamento: À vista ou 50% de entrada e 50% faturamento
Validade do Orçamento: 30/12/2017
Previsão de Entrega: A combinar (a partir da confirmação do pedido)
OBSERVAÇÕES:
* Frete incluso em despesas gerais
Fotovoltaico
ANEXO F – Orçamento