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UNIVERSIDADE ÓSCAR RIBAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELECTROMECÂNICA

CURSO DE LICENCIATURA EM ENGENHARIA ELECTROMECÂNICA

METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE


CARREGAMENTO DE VEICULOS ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS
FOTOVOLTAICOS

Kuchy Luís Vouco da Silva Santana

Luanda-2023
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

DECLARAÇÃO DE AUTORIA

Kuchy Luís Vouco da Silva Santana, Autor da Monografia/TFC (Trabalho de Fim de


Curso), com o tema “ Metodologia de Implementação de Posto de Carregamento de Veículos
Elétricos, usando Painéis Fotovoltaicos ”.

Orientado pelo Professor Eng.º Fortuno Andrade Figueira, declaramos que o trabalho
em referência é de nossa autoria. Declaro por minha honra, que estou ciente de que, se houver
qualquer trecho ou texto em questão que possa ser considerado plágio (cópias integrais de
trechos de livros, revistas, dissertações, teses internet, etc., sem a referida citação), ou se mesmo
poder ser considerado ilícito (em Angola e de acordo com o disposto no Regulamento de Fim
de Curso em vigor na Universidade Óscar Ribas - UÓR) em Luanda, o corpo docente
responsável pela avaliação poderá não aceitá-lo como Monografia de final de curso de
Licenciatura em Engenharia Eletromecânica e, por conseguinte consideram-me por reprovado
na disciplina de TFC (Trabalho de Fim de Curso).

Luanda aos, 01 de Janeiro de 2023

AUTOR

Orientador: Professor Eng.º Fortunato A. Figueira

Assinatura:

II
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

AUTOR

Kuchy Luís Vouco da Silva Santana

Assinatura:

Trabalho de Fim de Curso apresentado na


Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade
Óscar Ribas como parte do requisito parcial para a
obtenção do Grau de Licenciado em Engenharia
Eletromecânica.

Orientador: Professor Eng.º Fortunato Andrade


Figueira

III
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

AGRADECIMENTOS

O meu sincero agradecimento aos meus pais, pelo apoio condicional e financeiro que
permitiu frequentar este curso.

Agradeço ao Prof. Fortunato, pela orientação e pelo apoio dispensado durante a


elaboração deste trabalho. A todos os professores do curso de Engenharia Eletromecânica, o
meu obrigado, pelos conhecimentos transmitidos.

IV
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

RESUMO

Os veículos têm sido indispensáveis no crescimento da sociedade moderna, mas também


muito têm contribuído para a degradação da qualidade do ar e para o aquecimento global. O
paradigma da mobilidade está a mudar, num futuro próximo, prevê-se que o carro elétrico
assuma uma posição importante no dia-a-dia. Com a evolução das baterias em termos de
capacidade e velocidade de carregamento, algumas empresas desenvolveram um carregador
que permite carregamentos expressos garantindo a carga de 80% da capacidade em cerca de 15
a 30 minutos, o que certamente revolucionará o mercado do automóvel elétrico. Portanto, faz
todo o sentido pensar no abastecimento do veículo num posto de abastecimento, de forma
relativamente rápida, à semelhança do que acontece com os veículos convencionais. Neste
trabalho é apresentado a metodologia para implementação posto de carregamento de carros
elétricos, usando uma fonte de energia renovável, tendo como principal ferramenta o software
PVsyst na versão 6.3.2 que nos ajudará na elaboração de um sistemas fotovoltaicos será
instalados num parque de estacionamento, ligado à rede, com objetivo fornecer energia para o
carregamento de veículos elétricos.

Palavra-Chave:

Carros Elétricos, Posto de Carregamento, Sistemas Fotovoltaicos, Pvsyst

V
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

ABSTRACT

Vehicles have been indispensable in the growth of modern society, but they have also
contributed greatly to the degradation of air quality and global warming. The mobility paradigm
is changing, in the near future, it is predicted that the electric car will assume an important
position in day-to-day life. With the evolution of batteries in terms of capacity and charging
speed, companies have developed a charger that allows express charging, guaranteeing a charge
of 80% of capacity in about 15 to 30 minutes, which will certainly revolutionize the electric car
market. Therefore, it makes perfect sense to think about refueling the vehicle at a filling station,
relatively quickly, similarly to what happens with conventional vehicles. In this work, the
methodology for the implementation of the electric car charging station is presented, using a
renewable energy source, having as main tool the PVsyst software in version 6.3. , connected
to the grid, with the aim of providing energy for charging electric vehicles.

Key-word:

Electric Cars, Charging Station, Photovoltaic Systems, Pvsyst

VI
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1. Características dos ves ............................................................................................. 19

Figura 2. Células, módulos e packs ......................................................................................... 20

Figura 3. Tipo de modos de carga ve .................................................................................... 22

Figura 4. Instalações de acesso público locais do domínio público ou privado ...................... 25

Figura 5. Potencial das energias renováveis em angola .......................................................... 26

Figura 6. Massa de ar atravessada pela radiação solar ............................................................ 29

Figura 7. Declinação solar ....................................................................................................... 30

Figura 8. Ângulo característicos da radiação solar na terra.................................................... 30

Figura 9. Variação da altura do sol .......................................................................................... 31

Figura 10. Funcionamento de célula solar fotovoltaica .......................................................... 32

Figura 11. Célula fotovoltaica ................................................................................................. 33

Figura 12. Classificação dos sistemas fotovoltaicos ............................................................... 35

Figura 13. Tecnologias de células fotovoltaicas..................................................................... 37

Figura 14. Cobertura monopilar do tipo gaveta....................................................................... 39

Figura 15. Localização geográfica da instalação fotovoltaica................................................. 42

Figura 16. Orientação dos painéis ........................................................................................... 43

Figura 17. Configuração do sistema fv ligado à rede .............................................................. 44

Figura 18. Resultado obtido com a simulação......................................................................... 45

Figura 19. Área para implementação da cobertura monopilar do tipo gaveta ........................ 46

VII
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1. Modos de carga ........................................................................................................ 21

Tabela 2. Tipos de conectores ................................................................................................. 23

Tabela 3. Irradiação solar na cidade de luanda ........................................................................ 34

Tabela 4. Ângulo ótimo de inclinação das 18 províncias de angola........................................ 35

Tabela 5. Necessidades de área em função do tipo de painel .................................................. 37

Tabela 6. Características técnicas h1 22 .................................................................................. 42

Tabela 7. Sistema fotovoltaico ligado à rede 22,8 kwp ........................................................... 45

VIII
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

ÍNDICE DE EQUAÇÕES

Equação 1. Potência da radiação solar, h_0. (morais, 2009, p.24) .......................................... 27

Equação 2. Massa de ar tendo em conta a má forma esférica da terra. (morais, 2009, p.26) .29

Equação 3.Declinação solar. (morais, 2009, p. 36) ................................................................. 29

Equação 4. Altura solar no hemisfério norte. (morais, 2009, p.38) ........................................ 31

Equação 5. Altura solar no hemisfério sul. (morais, 2009, p.38) ........................................... 31

Equação 6. Cálculo de azimute. (morais, 2009, p.39) ............................................................. 31

Equação 7. Ângulo ótimo de inclinação. (dumba, 2015, p.21) ............................................... 32

Equação 8. Associação de módulos fv em série. (dumbo, 2015, p.38). .................................. 38

Equação 9. Associação de módulos fv em paralelo. (dumbo, 2015, p.39).............................. 38

IX
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

NOMENCLATURAS

Abreviaturas

AC Corrente Alterna

ALER Associação Lusofona de Energia Renovaveis

BEV Battery Eletric Vehicles

CC Corrente Continua

𝐶𝑂2 Dióxido de Carbono

CTE Comissão Técnica de Normalização Eletrotécnica

DR Disjuntor Residual

E-VER Extended Range Electric Vehicle

FGV Fundação Getúlio Vargas

Hh Irradiação solar plano horizontal

Hopt Ângulo ótimo de inclinação

HRA Ângulo horário local

PHEV Plug-In Hybrid Eletric Vehicle

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

VE Electric Vehicle

X
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

Símbolos

φ Altura Solar

α Latitude

kWp KiloWatt-Pico

kWh KiloWatt-hora

kW Kilo Watt

Ah Ampere-hora

A Ampere

𝑚𝑚2 Milimetros quadrados

𝐾𝑚2 Quilómetro quadrado

θ𝑧 Ângulo Zenital

 Declinação Solar

XI
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

SUMÁRIO

DECLARAÇÃO DE AUTORIA ................................................................................ II

AGRADECIMENTOS .............................................................................................. IV

RESUMO ...................................................................................................................... V

ABSTRACT................................................................................................................ VI

ÍNDICE DE FIGURAS ............................................................................................ VII

ÍNDICE DE TABELAS .......................................................................................... VIII

ÍNDICE DE EQUAÇÕES ......................................................................................... IX

NOMENCLATURAS .................................................................................................. X

SUMÁRIO ................................................................................................................. XII

INTRODUÇÃO........................................................................................................... 14

PROBLEMATIZAÇÃO ............................................................................................... 15

JUSTIFICATIVA ......................................................................................................... 15

OBJECTIVOS GERAL ................................................................................................ 15

OBJECTIVOS ESPECIFICOS ..................................................................................... 15

Delimitação do Tema .................................................................................................... 16

ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................. 16

CAPÍTULO I – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................... 17

1.1 Conceitos de Veículos Elétricos ......................................................................... 17

1.1.5. Regras comuns às instalações de Postos de Carregamentos ............................... 25

1.2.1. Energia Solar ...................................................................................................... 27

XII
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS
1.2.2. Radiação Solar .................................................................................................... 27

1.2.5. Altura do Sol ....................................................................................................... 31

1.2.9. Energia Fotovoltaica em Angola ........................................................................ 33

1.2.10. SISTEMAS FOTOVOLTAICOS ..................................................................... 35

1.2.11. Principais Tecnologias de Fabricação de M ód ul os Fv ....................... 36

1.2.12. Associação de Módulos Fv em Série, Paralelo e Misto.................................... 38

1.2.13. Estrutura para Estacionamento Carport Solar ................................................... 39

CAPÍTULO II – METODOLOGIA, RESULTADOS E DISCUSSÕES ..................... 40

2.1. Dimensionamento do Sistema Fotovoltaico .......................................................... 41

2.2. ESTUDO DE CASO .............................................................................................. 41

2.3. Posto de Carregamento de VE e Quadro de Proteção – Modo de Carga 3 ............ 41

2.4. Características do local do projeto ......................................................................... 42

2.7. Implementação dos Componentes e Simulação do Sistema .................................. 44

CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ...................................................................... 48

Recomendações ............................................................................................................ 48

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 49

Anexo B. Características Técnicas dos Equipamentos ............................................ 51

Anexo B. Relatório da simulação no PVsyst ............................................................ 57

XIII
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

INTRODUÇÃO

As necessidades energéticas a nível internacional têm crescido de forma exponencial


nas últimas décadas. O crescimento económico e a evolução social de alguns países têm
contribuído grandemente para esse facto (Morais, 2009).

Nos últimos anos os veículos elétricos-VEs voltaram a ser destaque no mercado


automobilístico, principalmente, devido a questões ambientais, pois há a necessidade da
diminuição da emissão de poluentes na atmosfera, principalmente a diminuição do CO2.

Segundo o novo jornal, o presidente da república ordenou a criação de uma comissão


multissectorial, coordenada pelo ministro dos transportes, que encarregou de criar condições
legais, administrativas e operacionais, que permitem a implementação do sistema de electro
mobilidade

De acordo com o decreto presidencial, a medida advém da necessidade " de colocar o


País em alinhamento com as boas práticas internacionais, relativamente à adoção de
novos modelos para amobilidade, que sejam capazes de refletir a sustentabilidade
ambiental, permitindo explorar a relação com a rede elétrica e maximizar as vantagens
da energia produzida a partir de fontes renováveis, ficando em harmonia com a
dinâmica, o ritmo de funcionamento e desenvolvimento da sociedade". (SB, 2021, p.1).

(Halar et al. ,2021, p.1), “afirmam que a combinação dos VEs e energias limpas (energia
fotovoltaica e eólica), o desenvolvimento dos mercados de transporte e eletricidade reduzirá
drasticamente a dependência mundial de combustíveis fósseis e a emissão resultante de gases
de efeito estufa".

Daqui surgiu a ideia de estudar a metodologia de implementação de postos de


carregadores de veículos elétricos, usando painéis fotovoltaicos. Com o aumento da geração de
energia fotovoltaica, haverá um aumento da sua participação na matriz energética de Angola,
devido principalmente a redução nos custos de produção desta energia além dos benefícios que
está pode oferecer para a sociedade. (Vargas et al.,2019).

Logo, pode-se utilizar essa matriz de energia elétrica como uma solução para a
deficiência de autonomia dos VEs, utilizando-a para o carregamento das baterias dos VEs em
longos percursos, através da construção postos de carregamentos em estradas permitindo maior
autonomia aos veículos elétricos. (Silva, 2015).

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METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

PROBLEMATIZAÇÃO

Por outro lado, a (Associação Lusófona de Energias Renováveis [ALER], 2022), “


afirma que as principais estratégias do governo para sector energético estão definidas na sua
política Angola Energia 2025 ”. De acordo com República de Angola et al., (2016) que
estabelece objetivos a longo prazo de atingir uma capacidade total instalada de 9,9GW até 2025,
dos quais 800MW provenientes de energia renováveis.

Este plano estratégico levou-nos a estudar e a analisar metodologias de implementação


de carregadores de carros elétricos, usando painéis fotovoltaicos, podendo desta maneira trazer
desenvolvimento, saúde e autonomia no nosso país. Entretanto que impacto terá a
implementação de carregadores de carros elétricos, usando painéis fotovoltaicos no sector
energético do nosso pais?

JUSTIFICATIVA

O abastecimento de energia elétrica em Angola regista ainda grandes deficiências, a


produção de eletricidade ao longo dos anos tem sido insuficiente para a satisfação das
necessidades dos consumidores quer domésticos, quer industriais. A utilização de fontes
alternativas de produção de energia como a solar fotovoltaica pode apresentar-se como uma
opção complementar as fontes convencionais de produção de energia contribuindo para o
aumento da produção e consumo de energia elétrica em Angola.

OBJECTIVOS GERAL

Estudar a metodologia de implementação de posto de carregamento de veículos


elétricos, usando painéis fotovoltaicos.

OBJECTIVOS ESPECIFICOS

 Apresentar informações sobre os postos de carregamento de veículos elétricos;


 Descrever os passos para implementação dos postos de carregamento de veículos
elétricos;
 Analisar o carregamento de veículos elétricos tendo como fonte de energia painéis
fotovoltaicos

15
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

Delimitação do Tema

Este trabalho está delimitado no estudo da metodologia de implementação de posto de


carregamento de veículos elétrico, usando painéis fotovoltaicos, com a finalidade de aumentar
o uso de energias limpas e criar alternativas na população, sendo que os postos de
carregamentos de veículos elétricos podem ser lento, médio e rápido.

ESTRUTURA DO TRABALHO

O presente trabalho foi desenvolvido em diferentes secções conforme ilustra a sequência


abaixo:

Introdução: Uma abordagem desde a definição do tema até a sua delimitação, sem
esquecer a metodologia de pesquisa, a problematização e os objetivos de estudos a serem
alcançados ou não.

Capítulo I - Revisão Bibliográfica: É apresentado uma fundamentação teórica baseada


em diferentes literaturas, que mostra os diferentes conceitos sobre veículos elétricos, tipos de
postos de carregamentos, potencial fotovoltaico e procedimentos para produção de energia
fotovoltaica.

Capítulo II - Refere-se ao capítulo do estudo de caso, aonde é apresentada o local onde


será aplicado o método de estudo deste trabalho, e o software para simulação do sistema a
implementar e as demais informações.

Por fim, encontramos a conclusão e os anexos inseridos com toda a informação


complementar da nossa pesquisa ao dispor do caro leitor.

16
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

CAPÍTULO I – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Uma vez que o presente trabalho de conclusão de curso tem como foco estudar um
método que permite carregar veículos elétricos.

Este capítulo tem como intuito referir aspetos teóricos importantes acerca deste:
veículos elétricos e posto de carregamento, assim como expressões relevantes. É também feita
uma abordagem teórica ao tipo de sistema energético que se pretende implementar para o
carregamento de veículos elétricos - um sistema fotovoltaico.

1.1 Conceitos de Veículos Elétricos

Segundo (Hoyer, 2008, p.6), “ a história dos carros elétricos está intimamente
relacionada com a história das baterias.”

O veículo elétrico tem uma história bastante longa, tendo surgido nos finais da primeira
década do século XIX (1830-1840) em França e Inglaterra. Foi o escocês Robert Anderson
quem inventou a primeira carruagem elétrica. Em 1851, o veículo elétrico alcançava uma
velocidade de 19 mph, aproximadamente 30 km/h, uma marca de valor para a época e tinha
uma autonomia para 29 km e atingia os 22 km/h. Em 1912 quase 34.000 veículos elétricos de
passageiros estavam registados nos Estados Unidos.

No início do século XX deu-se um grande desenvolvimento da indústria automóvel,


existia o motor a gasolina e a vapor sendo o VE ainda o mais procurado na altura. O declínio
na procura do VE deu-se pelo grande desenvolvimento das estradas, que permitiam deslocações
maiores. A fraca autonomia das baterias, o tempo de carregamento e o preço cerca de 3 vezes
superior às tecnologias concorrentes, conduziram à quase extinção do carro elétrico, por volta
de 1930. Além disso, a descoberta do petróleo em grandes quantidades, que reduziu o preço da
gasolina, e a invenção da ignição elétrica, permitiram um forte crescimento dos veículos com
motor de explosão.

Na década de 1970, com a crise do petróleo, surge a necessidade de encontrar


alternativas ao uso da gasolina e, mais recentemente, as preocupações ambientais, na redução
de gases de efeito de estufa, com a assinatura do protocolo de Quioto, têm conduzido a grandes
evoluções na mobilidade elétrica e na produção de energia elétrica. (Moreira, 2013).

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METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

De acordo com (INEE, 2007), veículos elétricos são como veículos automotores que
utilizam pelo menos um motor elétrico para a sua propulsão, diferenciam-se dos veículos
convencionais por utilizarem um sistema de propulsão elétrica e não um sistema com motor a
combustão interna (MCI).

São caracterizados pela alta eficiência energética e baixo nível de emissão de


poluentes, portanto, o motor elétrico utiliza a energia química armazenada em baterias
recarregáveis, e posteriormente converte a mesma energia armazenada para energia elétrica, e
o motor elétrico por sua vez, o transforma em energia mecânica, possibilitando a locomoção do
veículo.

1.1.2. As Diferentes Tecnologias de Veículos Elétricos

Segundo a (Fundação Getúlio Vargas - energia [FGV], 2017), os VEs podem ser de
quatro tipos diferentes:

Primeiramente existem os veículos elétricos puros (BEVs, da sigla em inglês para


Battery Electric Vehicles), cuja fonte principal de energia é a eletricidade proveniente de fontes
externas (a rede elétrica, por exemplo)

Todos os BEVs são plug-in electric vehicles (PEV), dado que a eletricidade é fornecida
por uma fonte externa – daí o termo plug-in, que em tradução literal significa “ligado na
tomada”.

Dentro dos PEVs também se incluem alguns VEs híbridos, que são aqueles que utilizam
ambos motores elétrico e à combustão interna para propulsão. Os híbridos são classificados
como em série (utilizam apenas o motor elétrico para mover o carro, com o motor à combustão
interna fornecendo eletricidade ao motor elétrico) ou paralelo (utilizam ambos os motores para
propulsão). Os elétricos híbridos são de três tipos:

• Híbrido puro (HEV, da sigla em inglês Hibrid Electric Vehicle). O motor principal
que propulsiona o veículo é à combustão interna. A função do motor elétrico é apenas melhorar
a eficiência do motor à combustão interna ao fornecer tração em baixa potência. Logo, ele é um
híbrido paralelo. A eletricidade para o motor elétrico é fornecida pelo sistema de frenagem
regenerativa do veículo.

18
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

• Híbrido Plug-in (PHEV, da sigla em inglês Plug-in Hybrid Electric Vehicle), cujo
motor à combustão interna também é o principal, mas eles podem, além disso, receber
eletricidade diretamente de uma fonte externa. Assim como o HEV, o PHEV é um híbrido
paralelo. Como também utiliza combustíveis tradicionais (fósseis ou biocombustível), quando
comparado ao BEV, o PHEV geralmente garante uma maior autonomia.

• Híbrido de longo alcance (E-REV, da sigla em inglês Extended Range Electric


Vehicle), é um híbrido do tipo em série: o motor principal é o elétrico – que é alimentado
diretamente por uma fonte elétrica externa – com o motor à combustão interna fornecendo
energia a um gerador, que mantém um nível mínimo de carga da bateria, fazendo com que o E-
REV tenha alcance estendido. A figura mostra as características do VEs.

Figura 1. Características dos VEs

Fonte: (Neocharge, 2021)

1.1.3 Componentes dos Veículos Elétricos

Os veículos elétricos e híbridos são compostos por diversos componentes, aos quais se
destacam: inversor de corrente, conversor CC-CC, banco de baterias, principalmente o motor
elétrico e o sistema de frenagem regenerativa. Será explicado o funcionamento de cada
componente citado acima.

Inversor de Corrente: Os inversores de correntes são têm para controlar a alimentação


dos veículos com motores de correntes alternadas, e responsáveis por controlar o fluxo de
energia eminente do banco de baterias do veículo. Em outros casos, pode controlar o fluxo
inverso da corrente da frenagem regenerativa, sistema de armazenamento de energia durante a
frenagem do veículo quando o mesmo em movimento (Fernandes, 2015).

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METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

Conversor CC-CC: Os conversores CC-CC são unidades de controlo eletrônico que


converte a tensão de entrada em uma tensão de saída superior ou inferior do valor de entrada.
Normalmente, apresentam um controle de fluxo de energia bidirecional, assim a energia
armazenada pode fluir do banco de baterias para o inversor de corrente ou através dos motores
elétricos, com o sistema de frenagem regenerativa, para o banco de baterias do veículo (Mayer,
Péres & Oliveira, 2015).

Baterias: A bateria é um componente central em veículos elétricos. Sua função é de


armazenagem de energia. Embora exista em veículos de combustão interna, uma bateria
destinada à tração do veículo tem, além da função, características diferentes das tradicionais.
Elas são dispostas em módulos (mais de uma célula de bateria) ou em packs (mais de um
módulo), como mostra a figura. (Castro & Ferreira, 2010).

Figura 2. Células, módulos e packs

Fonte : Gaines e Couenca apud Calstart (2010)

Há quatro tipos que disputam o estabelecimento de um padrão para a indústria


automobilística: as de chumbo-ácido (PbA), as de níquel-hidreto metálico (NiMH), as de sódio
e as de íon-lítio.

Motor Elétrico: Os motores elétricos são basicamente compostos por um rotor e por
um estator aos quais trabalham em conjunto. Nos veículos elétricos e híbridos, os motores são
normalmente de corrente contínua, síncronos e com imãs permanentes. Os mesmos são
utilizados pelo fato de serem comumente alimentados por um bancos de baterias que fornecem
energia em corrente contínua e são recarregadas através de tomadas em corrente alternada
proveniente da rede elétrica e posteriormente convertida por um inversor de corrente em CC
(Imbasciati, 2012)

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METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

1.1.4. Modo de Carga dos Veículos Elétricos

Segundo a, (Internacional Electrotechnical Commission [IEC], 2017), a ligação do VE


à instalação de alimentação em corrente alternada e contínua podem ser feitas utilizando um
dos seguintes modos de carga IEC 61851-1:2017. Como mostra a Tabela 1:

Tabela 1.

Modos de carga

Fonte - (Circutor, 2016)

Por outro lado, a (IEC 61851-1:2017), que apresenta os requisitos gerais dos sistemas
de carregamento de carros elétricos, afirma que os tipos de conexão de VE pode realizar-se por
meio de um dos casos seguintes:

Caso A de conexão

Ligação do VE à instalação de alimentação em corrente alternada por meio de um cabo


de carga, que inclui a ficha, e que está ligado ao veículo de forma permanente. Como ilustra a
figura.

● Caso A1: O cabo de carga é ligado a uma tomada pertencente à instalação elétrica
fixa;

● Caso A2: O cabo de carga é ligado a um posto de carregamento específico.

21
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

Caso B de conexão

Ligação do VE à instalação de alimentação em corrente alternada por meio de um cabo


de carga que não está ligado ao VE de forma permanente (separado), que inclui o conetor móvel
do VE e o equipamento de alimentação em corrente alternada como mostra a figura.

● Caso B1: O cabo de carga é ligado a uma tomada pertencente à instalação elétrica
fixa;

● Caso B2: O cabo de carga é ligado a um posto de carregamento específico.

Caso C de conexão

Ligação do VE à instalação de alimentação em corrente alternada e corrente continua


por meio de um cabo de carga, que inclui um conetor móvel de VE e que está ligado ao posto
de carregamento de forma permanente, como mostra a figura. O caso C é o único permitido
para o modo de carga4.

Figura 3. Tipo de modos de carga VE.

Fonte – (CTE 64, 2015)

Atualmente, e com a rápida extensão do veículo elétrico, existem muitos tipos de


conectores para o carregamento. Os conectores mais comuns e padronizados são os seguintes:

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METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

Tabela 2.

Tipos de conectores

Fonte – (Circutor, 2016)

Para garantir maiores potências, em alguns veículos, as fabricantes permitem recargas


rápidas a partir de carregadores externos (off-board) com altas potências, que fornecem corrente
contínua diretamente para a bateria, sendo esta prática chamada de carga rápida CC. (Grassi &
Rech, 2019).

Esta solução permite o carregamento rápido em corrente contínua (CC), utilizando um


carregador externo. À semelhança do que acontece com as topologias de carregamento normal,
para este tipo de carregador existe neste momento a norma da associação japonesa CHAdeMO
para carregadores com potência até 62,5 kW. (Moreira, 2013)

A norma CHAdeMO é a mais amplamente aceite para carregamento rápido em CC,


tendo sido já homologada por um grande número de fabricantes automóveis. Os carregadores
típicos com a norma CHAdeMO permitem carregar 80% da capacidade da bateria de um EV
entre 15 a 30 minutos. Para isso, é utilizada uma tomada que fornece tipicamente 50 kW de
potência, em CC e alta tensão, tipicamente até 500 V e 125 A. Isso significa que pode carregar
uma bateria de 16 kWh a 80 por cento de capacidade em 20 minutos. (Moreira, 2013). O
protocolo CHAdeMO segue uma sequência de procedimentos num carregamento, Figura 2.2,
que se podem sistematizar em 3 fases:

 Preparação para o carregamento: É verificada a compatibilidade do veículo com o


carregador através da informação transmitida ao veículo. Depois de verificada a

23
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

compatibilidade a tomada é bloqueada e é aplicado um pulso de tensão para testar o circuito,


por forma a verificar se não existem problemas como curto-circuitos ou falhas de terra.

 Inicialização da fonte de alimentação: O veículo calcula o valor de corrente máximo


a que a bateria pode ser carregada, com base no desempenho e circunstâncias como temperatura,
estado de carga, etc. Esta atualização é feita a tipicamente a cada 0,1 segundos. O carregador
fornece o valor de corrente constante, que tendencialmente será o valor anteriormente calculado
pelo veículo.

 Fim de carregamento: O veículo envia sinal de corrente nula, pelos canais de


comunicação. O carregador para o carregamento, e aguarda recepção de sinais de medição de
corrente nula nas linhas de entrada do veículo e, por fim, permite a abertura da tomada.

A Figura , demonstra como é um sistema de carga e potência de um veículo elétrico, no


qual a energia provinda da rede é entregue ao carregador on-board do veículo por meio de
tomadas comuns, estações de recarga, ou diretamente para a bateria do veículo por meio de
estações de carga rápida CC.

De acordo com (Grassi & Rech, 2019, p.2):

O carregador on-board é composto por um estágio de retificação com correção de fator


de potência, outro conversor CC para adequação da tensão do barramento CC, um
conversor CC-CC unidirecional/bidirecional com objetivo de carregar/descarregar o
banco de baterias, um conversor CC-CC para alimentar outras funções do veículo
(cargas eletrônicas, luz, aquecedor, etc.) e um inversor que converte a energia provinda
da bateria de CC para trifásica CA com o objetivo de alimentar o motor elétrico acoplado
ao eixo das rodas do veículo, o mesmo utilizado como caminho reverso da corrente
regenerada pelos freios para bateria.

Figura - sistema de carga e potência de um veículo elétrico

Fonte – (Grassi & Rech, 2019)

24
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

1.1.5. Regras comuns às instalações de Postos de Carregamentos

De acordo com (CTE 64, 2015) as instalações de carregamento de VE podem ser


alimentadas, desde que exista disponibilidade de potência para o efeito, do seguinte modo:

- Instalações de carregamento de VE de acesso público, estabelecidas em:

Locais do domínio público: via pública e nos postos de abastecimento de combustíveis

Locais do domínio privado: parques de estacionamento destinado à recolha de


veículos e seus reboques acessíveis ao público. A figura 4 mostra exemplos típicos de
instalações típicas dos locais de domínio público.

Figura 4. Instalações de acesso público locais do domínio público ou privado

Fonte – (CTE 64, 2015)

Onde:

LE - Local de estacionamento de VE;

PC(P) - Posto de carregamento principal;

PC(S) - Posto de carregamento secundário;

SC - Sistema de contagem da energia elétrica, autenticação e pagamento.

O circuito de alimentação de um posto de carregamento ou de uma tomada apenas


pode alimentar, para além destes, os consumos auxiliares com ele diretamente relacionados e a
secção mínima dos seus condutores não deve ser inferior a 2,5 𝑚𝑚2. (CTE 64, 2015)

25
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

Como medida de proteção complementar contra os contactos diretos, cada ponto de


conexão de VE (circuito final) deve ser protegido individualmente por meio de um DR, com
uma corrente diferencial-residual I∆n não superior a 30 mA.

Na proteção contra as sobreintensidades, devem ser utilizados disjuntores com


características adequadas ao tipo de carga do VE (corrente de serviço, “picos” de ligação, etc.),
nomeadamente quanto à seleção do tipo de curva do disparador magnético (C ou D).Os quadros
de estaleiros" devem ser selecionados para que os dispositivos de proteção de cada circuito
possuam um poder de corte não inferior à corrente de curto-circuito presumida no ponto em
que forem instalados.

Os dispositivos de proteção contra as sobretensões devem ser instalados na


proximidade da origem da instalação ou no quadro de comando e proteção, o mais próximo
possível da origem da instalação do edifício, quanto à seleção do tipo de curva dispositivos de
proteção contra as sobretensões (C).

1.2. Panorama Energético Renovável de Angola

Angola possui de uma enorme reserva de recursos naturais, além de recursos fósseis e
geológicos possui também um grande potencial hídrico, elevados níveis de radiação solar e
recursos eólicos e de biomassa de diferentes fontes. A disponibilização destes recursos naturais
eleva o potencial para a produção de energia renovável limpa. (ALER, 2022).

De acordo com (ALER, 2022, p.132), “ o potencial total de recursos renováveis é de


80,6 GW. A fonte de energia solar é a mais abundante (55 GW), seguida de fontes hídricas (18
GW), eólicas (3,9 GW) e de biomassa (3,7 GW) ”. Como mostra o gráfico.

Figura 5. Potencial das Energias Renováveis em Angola

Potencial das Energias Renovaveis


Total
Biomassa 3,7
Eolico 3,9
Hidrico 18
Solar 55
0 20 40 60 80

Fonte : Adaptado, (ALER, 2022).

26
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

Uma vez que o foco é a Energia Fotovoltaica, é importante denotar certas considerações
acerca desta tecnologia

1.2.1. Energia Solar

A Energia irradiada pelo sol em um segundo é muito maior que a energia consumida
pela humanidade desde o seu aparecimento na face da terra, até os dias de hoje. Toda essa
energia, claro, não chega até a Terra. (Souza, 2016).

A energia solar é produzida pelas reações nucleares que acontecem no interior do sol a
grandes profundidades. Em uma dessas reações os átomos de hidrogênio se combinam
formando átomos de hélio, e liberam energia. Esta energia viaja do interior do sol até a sua
superfície (chamada de fotosfera), e daí se irradia em todas as direções.

1.2.2. Radiação Solar

A energia em forma de ondas eletromagnéticas que provém do sol, chamamos de


Radiação Solar, sendo que esta pode ser transmitida através do vácuo, ou seja não.

Segundo (Morais, 2009, p.23), “ A superfície da terra recebe anualmente 1,5𝑥1018 𝑘𝑊ℎ
de energia solar, o que corresponde a 10.000 vezes o consumo mundial de energia neste
período”.

De acordo com (Morais, 2009), a potência da radiação solar, Hsol, na sua superfície é
de :𝐻𝑠𝑜𝑙 = 59,6𝑥106, Como mostra a expressão 1

𝐻𝑆𝑂𝐿=59,6𝑥106

A potência da radiação solar, 𝐻0, pode ser determinada pela expressão 2.

Equação 1. Potência da radiação solar, H_0. (Morais, 2009, p.24)

H 360(n − 2)
= 1 + 0,333xcos ( )
Hcte 365

Em que :

Hcte – 1353

n – número do dia do ano

27
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

Parafraseando (Morais, 2009), a variação da radiação solar incidente na superfície


terreste varia devido aos seguintes aspetos:

 Efeitos na atmosfera de absorção e reflexão;


 Variação da humidade, nuvens, poluição, etc:
 Latitude local;
 Estação do ano.

Irradiância x Irradiação

Irradiância Solar: É a relação entre potência e área da região de incidência. Assim, a


mesma é expressa por W/m2 A Irradiância que chega à terra advinda do Sol possui valor médio
de aproximadamente 1.367 W/m2.
Irradiação Solar: É a relação entre a quantidade de energia solar incidente e a área de
determinada superfície durante um período de tempo definido. Assim, a mesma é expressa por
kWh/(m2.dia) ou kWh/(m2. mês) ou kWh/(m2.ano).

1.2.3. Componentes da Radiação Solar a nível do solo

A radiação solar incidente sobre um determinado recetor pode ser dividida em três
partes:
Radiação direta: composta por todos os raios que são recebidos pelo recetor em linha
reta com o sol;
Radiação difusa: é a luz solar recebida indiretamente, proveniente da ação da difração
das nuvens, nevoeiro, poeiras em suspensão e outros obstáculos presentes na atmosfera;
Radiação albedo: é a radiação solar recebida sobre a superfície terrestre que é reenviada
para o espaço sob a forma de energia refletida.

Parafraseando (Morais, 2009), a massa de ar da atmosfera terrestre tem efeitos na


radiação solar. A sua analise reporta-se para melhor se determinar a radiação solar na terra, a
fim de obter melhores resultados.

28
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

Nesta senda (Morais, 2009, p.25), “ O ângulo de incidência dos raios solares através da
atmosfera faz com que os raios tenham um trajeto com maior ou menor massa de ar atravessada,
variando esta com a declinação da terra face ao sol.”

Figura 6. Massa de ar atravessada pela radiação solar

Fonte : (Morais, 2009)

O valor da massa de ar será AM= se θ=0 . Acontece no equador, ao meio-dia nos dias
de equinócio (incidência perpendicular dos raios solares nesses dias). Tendo em conta a má
forma esférica da terra teremos a seguinte equação 2:

Equação 2. Massa de ar tendo em conta a má forma esférica da terra. (Morais, 2009,


p.26)
1
𝐴𝑀 =
cos θ + 0,50572𝑥(96,7995 − θ)−1,36364

1.2.4. Declinação Solar

É o ângulo formado pela linha Terra-Sol, ao meio-dia solar, com o plano equador. A fórmula que
permite obter esse valor com rigor (fórmula de Cooper), como mostra a equação 3:

Equação 3.Declinação Solar. (Morais, 2009, p. 36)


360(𝑁𝐷𝐴 − 80
 = 23,45 sin ( )
365

De acordo com (Pereira & Oliveira, 2015, p.31), “ Sendo n o número do dia do ano (n
= 1 no dia 1 de Janeiro). Por exemplo, para o dia 1 de Março, é n = 60. A declinação  (Delta)

29
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

é nula nos equinócios (21 de Março e 23 de Setembro), e é positiva no Verão do hemisfério


norte e negativa no Inverno no mesmo hemisfério.”
Figura 7. Declinação solar

Fonte : (Pereira & Oliveira, 2015)

Segundo (Morais, 2009), o ângulo de incidência dos raios solares na terra vária com a
declinação e com a posição da terra face ao sol. A altura do sol altera-se ao longo do ano.

Figura 8. Ângulo característicos da radiação solar na terra

Fonte – (Souza, 2009)

De acordo com a figura, podemos interpretar os seguintes dados:

Latitude (φ ): Ângulo entre a vertical do lugar (Zénite) e o equador terrestre;

Altura Solar (α): Ângulo compreendido entre o raio solar e a projeção do mesmo sobre um
plano horizontal;
Ângulo de incidência (φ - δ): Ângulo formado entre os raios do sol e a normal à superfície de
captação;
Ângulo Zenital ( θ𝑧 = φ − δ ): Ângulo formado entre os raios solares e vertical (Zénite).

30
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

1.2.5. Altura do Sol

(Pereira & Oliveira, 2015, p.32), afirmam que “ o ângulo compreendido entre o raio
solar e a projeção do mesmo sobre o plano horizontal. A altura do sol (α) pode-se determinar
sabendo antecipadamente o valor do ângulo de declinação e o respetivo valor da latitude do
local.” Altura solar é calculada por meio da equação 4 e 5. A figura 9 mostra a variação da
altura do sol.
Equação 4. Altura solar no hemisfério norte. (Morais, 2009, p.38)

α = 90 − φ + δ – No hemisfério Norte

Equação 5. Altura solar no hemisfério sul. (Morais, 2009, p.38)

α = 90 + φ − δ - No hemisfério Sul

Figura 9. Variação da altura do sol

Fonte: (Pereira & Oliveira, 2016)

1.2.6. Ângulo Azimute

O ângulo de azimute define a direção do movimento do Sol. Ao meio dia, o Sol está
virado a sul no hemisfério norte. (Morais, 2009). O ângulo de azimute indica quantos graus as
superfícies do painel fotovoltaico se desviam da direção sul exata. Com a equação 6,
conseguimos obter o valor deste ângulo, onde HRA, representa o ângulo horário local.

Equação 6. Cálculo de Azimute. (Morais, 2009, p.39).

sin δ cos φ−cos δ sin φ cos 𝐻𝑅𝐴


Azimute = cos−1 [ ]
cos α

31
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

1.2.7. Orientação dos Módulos Solares

Segundo (Dumba, 2015, p. 21):

A radiação solar recebida numa superfície, depende da radiação incidente e da época


do ano bem como do ângulo de inclinação do painel. Com a inclinação do painel na
horizontal obtêm-se melhores resultados que com a colocação vertical. Existe uma
inclinação intermédia que maximiza a eficiência do painel e denomina-se ângulo ótimo
de inclinação. Este ângulo pode ser calculado de acordo com a equação 7.

Equação 7.Ângulo ótimo de inclinação. (Dumba, 2015, p.21)

α = 3,7 + 0,69 ∗ φ
Em outras palavras o (Serviço Nacional De Aprendizagem Industrial [SENAI]), afirma
que para que ocorra a máxima captação da energia solar, deve-se observar tanto a orientação
como a inclinação dos módulos fotovoltaicos. Com relação a orientação, os módulos devem ser
orientados em direção à linha do equador.
• Instalações localizadas no hemisfério Sul - A face do módulo voltada param o norte
verdadeiro.
• Instalações localizadas no hemisfério Norte - A face do módulo voltada param o Sul
verdadeiro.

1.2.8. Efeito Fotovoltaico e o Principio de Funcionamento de uma Célula Solar

Segundo (Jucá & Carvalho, 2013, p.13), “efeito fotovoltaico dá-se em materiais da
natureza denominados semicondutores que se caracterizam pela presença de uma banda de
energia onde é permitida a presença de elétrons (banda de valência) e de outra “vazia” banda
de condução.

Figura 10. Funcionamento de célula solar fotovoltaica

Fonte: (Pereira & Oliveira, 2015)

32
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

A célula fotovoltaica presente na figura 11, permite a conversão direta de energia


luminosa em energia elétrica e o seu funcionamento é semelhante ao de um díodo fotossensível,
baseando-se nas propriedades dos materiais semi-condutores. (Pereira & Oliveira, 2015).

Figura 11. Célula fotovoltaica

Fonte: ( Pereira & Oliveira, 2015)

De acordo com (Pereira & Oliveira, 2015), a célula é constituída por duas camadas de
material semicondutor dopadas de forma diferente:

–Na camada N existe um grande número de eletrões periféricos;

–Na camada P existe um défice de eletrões. Existe uma diferença de potencial


entre estas duas camadas.

Os eletrões periféricos (camada N), ao captarem a energia dos fotões, saltam a barreira
de potencial, criando assim uma corrente contínua. Para a condução desta corrente existem dois
elétrodos nascamadas do semicondutor.

1.2.9. Energia Fotovoltaica em Angola

Angola é um país que possui grande disponibilidade de radiação solar. Apesar deste
facto o aproveitamento da radiação solar sobretudo para produção de energia elétrica através
de painéis fotovoltaicos é bastante reduzida, abrangendo apenas alguns sistemas isolados
sobretudo em zonas remotas. Recorrendo ao portal PVGIS disponível na internet, pode-se
determinar para um dado local, uma série de indicadores importantes tais como: valores de
radiação com diferentes ângulos, ângulo ótimo de inclinação, temperaturas médias diárias e
mensais, etc . A figura 12 ilustra a interface do PVGIS.(Dumbo, 2015)

33
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

Figura 12. Homepage Pvgis com fundo de Angola

Fonte – (Dumbo, 2015)

A consulta do portal permite por exemplo conhecer os valores da irradiação solar em


plano horizontal (Hh), com ângulo ótimo de inclinação (Hopt) e com ângulo de 90º H(90). No
anexo 1 apresentam-se os valores de irradiação solar para as 18 cidades capitais de província
em Angola, como exemplo apresenta-se nas tabelas 3 e 4 os valores de radiação para a cidade
Luanda para as três situações referida.

Tabela 3.

Irradiação solar na cidade de Luanda

Fonte - (Dumbo, 2015)

Interpretando os valores da tabela 4, verifica-se que para o ângulo ótimo de inclinação


Outubro e Julho correspondem aos meses onde se regista o valor mais baixo da radiação solar
disponível respetivamente.

34
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

Tabela 4.

Ângulo ótimo de inclinação das 18 províncias de Angola


Província Ângulo º Província Ângulo º
Cabinda 7 Sumbe 13
M’Banza Congo 9 Luena 19
Dundo 14 Kuito 20
Uíge 13 Benguela 15
Caxito 11 Huambo 19
Luanda 10 Menongue 20
N’Dalatando 15 Lubango 20
Malanje 16 Namibe 16
Saurimo 17 Ondjiva 20
Fonte – Adaptado, (Dumba, 2015)

1.2.10. SISTEMAS FOTOVOLTAICOS

Os sistemas de produção fotovoltaicos convertem diretamente energia solar em energia


elétrica. Os sistemas solares fotovoltaicos podem classificar-se em sistemas ligados à rede de
distribuição, sistemas isolados e sistemas híbridos. (Dumba, 2015).

Segundo (Souza, 2016), os sistemas fotovoltaicos são classificados de acordo à forma


como é feita a geração ou entrega da energia elétrica. Como mostra a figura

Figura 12. Classificação dos sistemas fotovoltaicos

Sistema
Fotovoltaico
Sistema Conectado a
Sistema Isolado Rede

Sistema Híbrido

Fonte: Adaptado (Souza, 2016)

Sistemas ligados à rede: Os sistemas ligados à rede são sistemas de produção em que
parte ou a totalidade da energia elétrica gerada é injetada na rede elétrica pública, que é
constituído basicamente por:

 Módulo fotovoltaico;
 Inversor:

35
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

Sistemas isolados: Sistemas isolados ou autónomos são sistemas de produção e de


consumo de energia elétrica sem ligação à rede elétrica pública. Os sistemas autónomos
constituíram um dos primeiros campos de operação da tecnologia fotovoltaica, que é
constituído basicamente por:

 Módulo fotovoltaico - Conversor direto da energia solar em energia elétrica em


corrente contínua, ou seja, gerador elétrico;
 Regulador de carga;
 Bateria;
 Inversor;
 Caixa Derivação.

Os sistemas híbridos são a combinação de sistemas fotovoltaicos com outras fontes de


energia para garantir a carga das baterias na ausência de radiação solar. As fontes de energia
auxiliares podem ser a Diesel, gás ou geradores eólicos.

 Módulo fotovoltaico;
 Regulador de carga;
 Bateria;
 Inversor/carregador;
 Caixa Derivação.

1.2.11. Principais Tecnologias de Fabricação de M ó dul os Fv

Segundo (Carneiro & Passos, 2020), as tecnologias fotovoltaicas baseiam-se


essencialmente na utilização de um conjunto de materiais que permitem a transformação da
radiação solar em energia elétrica através do efeito fotovoltaico. As tecnologias fotovoltaicas
de primeira geração, são completamente dominadas pela utilização do silício, nas suas
configurações monocristalina (mc-Si) e policristalina (pc-Si).

As células fotovoltaicas são fabricadas através da utilização de diferentes tipos de


materiais, que são agrupados em três grandes grupos, conforme as diferentes tecnologias de
fabricação e a sua aplicação no mercado. O diagrama da figura apresenta alguns dos diferentes
tipos de células e as tecnologias.

36
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

Figura 13. Tecnologias de células fotovoltaicas

Células Convecionais
• Silício monocristalino (mc-Si)
• Silício policristalino (pc-Si)

Células Filme Fino


• Silício Amorfo
• Disseleneto de cobre-índio-gálio (CIGS)

Outras Tecnologias
• Células Sensibilizadas por corante

Fonte – Adaptado (Carneiro & Passos, 2020)

A tecnologia fotovoltaica de maior eficiência em termos comerciais é a do silício


cristalino, podendo-se considerar a regra empírica de 1 kWp=10 m2 de área ocupada,
relativamente a esta tecnologia. (Dumba, 2015).

Tabela 5.

Necessidades de área em função do tipo de painel

Material da célula Área ocupada por 1 kWp


Silício monocristalino 7-9 m2
Silício policristalino 8-11 m2
CIS (Disseleneto de Cobre Índio) 11-13 m2
CdTe (Telurieto de Cádmio) 14-18 m2
Silício amorfo 6-20 m2

Fonte – (Dumba, 2015)

37
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

1.2.12. Associação de Módulos Fv em Série, Paralelo e Misto

Parafraseando (Morais, 2009), este tipo de associação permite obter maiores tensões,
mantendo a corrente estipulada do módulo.

Como proteção, são colocados díodos de desvio (by-pass) com objetivo de prevenir
avarias nos módulos, evitando deste modo que os sistemas FV bloqueiem, e para esta associação
os principais parâmetros são calculados com recurso as equações. (Dumbo, 2015).

Equação 8. Associação de módulos Fv em série. (Dumbo, 2015, p.38).

𝑉𝑇 = 𝑉1 + 𝑉2 + ⋯ + 𝑉𝑛 = 𝑛𝑥𝑉

𝐼𝑇 = 𝐼1 = 𝐼2 = 𝐼3 = 𝐼𝑛

𝑃𝑇 = 𝑃1 + 𝑃2 + 𝑃3 … + 𝑃𝑛

𝑃𝑇 = 𝑉𝑇𝑥𝐼𝑇

Onde:

n -Número de módulos;

Vn – Tensão de funcionamento de cada módulo [V];

VT - Tensão total do gerador FV [V];

In – Corrente fornecida por cada módulo [A];

It- Corrente total do gerador FV [V];

Pn – Potência fornecida por cada módulo [Wp];

PT – Potência total do gerador FV [Wp].

Com associação em paralelo obtêm-se maiores correntes, mantendo a tensão estipulada


do módulo. Neste caso teremos:

Equação 9. Associação de módulos Fv em paralelo. (Dumbo, 2015, p.39)

𝑉𝑇 = 𝑉1 = 𝑉2 = ⋯ = 𝑉𝑛

𝐼𝑇 = 𝐼1 + 𝐼2 + ⋯ + 𝐼𝑛 = 𝑛𝑥𝐼

𝑃𝑇 = 𝑃1 + 𝑃2 + 𝑃3 … + 𝑃𝑛

𝑃𝑇 = 𝑉𝑇𝑥𝐼𝑇

38
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

Com associação mista obtêm-se as características das associações em série e em


paralelo, logo maiores valores de tensão e corrente.

1.2.13. Estrutura para Estacionamento Carport Solar

Segundo a COEPTUM, o [sistema carport de energia solar] trata-se de um sistema para


parques de estacionamento, que utiliza a energia fotovoltaica, e que se adapta a qualquer projeto
de pequena ou grande dimensão. Com uma estrutura em alumínio, pré-montada para fixação ao
solo, permite economizar tempo de instalação e custo de mão-de-obra. O seu sistema de fixação
torna-o compatível com qualquer módulo fotovoltaico. Comparativamente com outras soluções
do género, é mais económica, mais leve e de fácil montagem. Como mostra a figura 14,
cobertura do tipo gaveta que ocupa 2 à 4 vagas.

Figura 14. Cobertura monopilar do tipo gaveta

Fonte - (Solumetal, 2020)

39
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

CAPÍTULO II – METODOLOGIA, RESULTADOS E DISCUSSÕES

A nossa pesquisa é de natureza básica estratégica, pois tem a possibilidade de produzir


um conhecimento útil que possa ser, eventualmente, utilizado em estudos práticos.

Já em relação a abordagem do problema, podemos dizer que o trabalho é quantitativo e


qualitativo, porque além de números e estatísticas, será considerado o entorno do problema em
questão.

Quanto a abordagem do problema, podemos dizer que o trabalho é quantitativo e


qualitativo, porque além de números e estatísticas, será considerado o entorno do problema em
questão.

Segundo os objetivos, o alcance do nosso estudo discorre de uma pesquisa descritiva e


exploratória, que permite.

Para procedimento de coleta de dados, recorremos na análise documental e bibliográfica


que foi baseada na pesquisa de livros, publicações de artigos técnicos, científicos catálogos de
fabricantes utilizados para projetar, quantificar, adequar e analisar a metodologia de instalação
de postos de carregamento de carros elétricos, usando painéis fotovoltaicos num centro
comercial.

40
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

2.1. Dimensionamento do Sistema Fotovoltaico

De modo a quantificar a quantidade de energia (kWh) que se deverá produzir no sistema,


torna-se interessante fazer a simulação do sistema fotovoltaico usando o PVsyst, que um
software de simulação para auxílio no dimensionamento de projetos de sistemas fotovoltaicos.
Seu principal diferencial é a precisão nos resultados devido às variáveis que são consideradas
pelo programa. O programa PVsyst divide-se nas seguintes fases:

 Determinar qual o consumo a alimentar;


 Quanta energia deverá produzir o sistema PV por dia, de forma a colmatar o consumo;
 Seleção do módulo fotovoltaico;
 Seleção do inversor;
 Configuração e simulação do sistema é possível calcular, essencialmente, os seguintes
pontos, para cada um dos intervalos estudados, no caso de um sistema autossuficiente.

2.2. ESTUDO DE CASO

No presente trabalho realizou-se o estudo aplicado numa metodologia, que procura


aumentar a produção a nível nacional o uso de energia fotovoltaica. Foi feito o
dimensionamento do sistema fotovoltaico ligado à rede, que suprirá a demanda energética
necessária, a fim de obter maior rendimento dos Postos de Carregamentos de VEs, com ideia
de serem instalados em empresas, parques de estacionamentos de centros comerciais ou em vias
urbanas, usando o modo de carga 3.

2.3. Posto de Carregamento de VE e Quadro de Proteção – Modo de Carga 3

Foi escolhido o HELLONEXT H1 22, modo de cargas 3 (CA), que pode carregar em
uma potência de 22 kW. O carregamento é feito através de uma estação de recarga que incorpora
a comunicação, monitoramento da carga. A estação é alimentada pelo quadro de energia e não
pela tomada. Foi considerado o perfil dos usuários sendo de trabalhadores, professores, técnicos
e demais, onde permanecerão na média de 3 a 7 horas no local. A velocidade de carregamento,
por sua vez, depende da estação de recarga e do veículo, prevalecendo a menor velocidade entre
as duas. Uma forma de estimar o tempo sem levar todos os fatores em consideração é utilizando
apenas a potência do carregador e o tamanho da bateria. O cálculo é feito dividindo a capacidade
da bateria pela potência de carregamento.

Tempo de carregamento (horas) = capacidade da bateria (kWh) / potência do


carregamento (kW).

41
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

Por exemplo, um carro elétrico com bateria de 120 kWh, com uma potência de
carregamento de 22 kW, levará em torno de 5 horas para ter a bateria totalmente carregada. No
anexo A temos as características técnicas do HELLONEXT H1 22.

Tabela 6.

Características técnicas H1 22

Tensão nominal 3P+N+PE-415


Corrente de entrega 64 A
Frequência 50 Hz
Corrente de saída 32x2

Fonte –Adaptado, (Hellnext, 2021)

Neste caso, não usaremos os dispositivos de proteção ilustrados na figura 4 porque o


HELLONEXT H1 22 possui proteção interna, na entrada e na saída. Em caso de corte e proteção
do cabo, utilizaremos um Interruptor Seccionador Interpact 80A 4P.

O dimensionamento e a simulação do sistema será executado no PVsyst que é um


programa para estudo, dimensionamento e análise de dados para sistemas fotovoltaicos. Para
execução do sistema FV ligado à rede com a potência de pico P=22.8kWp, o programa PVsyst
divide-se nas seguintes fases:

 Características do local do projeto;


 Seleção do módulo fotovoltaico;
 Seleção do inversor;
 Configuração e simulação do sistema.

2.4. Características do local do projeto

O PVsyst possui uma base de dados geográficos e meteorológicos, escolher-se o local


da instalação do projeto. Entraremos com as coordenadas (latitudes e longitudes) do local onde
será efetuado o projeto a fim de exportar todos dados de irradiação. Latitude:-
8.903008050278023; Longitude: 13.190157681070337 Coordenadas obtidas no Google maps

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METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

Figura 15. Localização geográfica da instalação fotovoltaica

Fonte - PVsystem

Recorrendo a ferramenta PVgis, concluiu-se que o ângulo ótimo de inclinação da


província de luanda é de 10º, sistema fixo. (Dumbo, 2015).

Em caso de dúvida de meios ou de elementos de cálculos, aconselha-se a utilizar um


ângulo de inclinação igual a latitude. (Morais, 2009).

Figura 16. Orientação dos painéis

Fonte - PVsystem

2.5. Seleção do Painel Fotovoltaico

Escolheu-se um modulo Silício monocristalino, com:

 Potência Nominal – 400 Wp


 Corrente Nominal – 10.41 A
 Tensão Nominal – 38,40 V
 Corrente Curto-Circuito – 11 A

43
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS
 Tensão Circuito-Arto – 47 V
2.6. Seleção do Inversor

Neste caso optamos usar utilizar apenas um inversor da marca Salicru EQX 20000-2T.
Caso o sistema tivesse uma potência muito elevada, utilizaríamos mais de um inversor
totalizando a potência global do sistema.

 Pmáx AC - 20 kW
 Corrente nominal AC - 32 A
 Frequência - 50 Hz
 Rendimento - 96 %

Visto que o inversor possui MPP, teremos proteções integradas no inversor.

2.7. Implementação dos Componentes e Simulação do Sistema

Apos a configuração do sistema [escolha do painel fotovoltaico e inversor], ficam


definidos os componentes necessários para realizar a simulação do sistema. Como mostra a
figura 17.

Figura 17. Configuração do sistema FV ligado à rede

Fonte: PVsystem

Com a implementação dos parâmetros do sistema fotovoltaico on-grid, para produção


de 22,8 kWp obtemos a seguinte configuração: 3 strings de 19 módulos cada, ligados em série,
tendo um total de 57 painéis fotovoltaicos e ocupando uma área aproximada de 128 𝑚2.

Como se pode ver na figura 18, a produção anual é de 36,2 MWh/ano, com um índice
de performance de 82,71%. O índice de performance mede a qualidade de um sistema
fotovoltaico que é independente do local que o sistema está instalado. O índice de performance,

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METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

é indicado em percentagem e descreve a relação entre a produção de energia real e teórica de


um sistema fotovoltaico. Portanto, mostra a proporção de energia que está realmente disponível
para injetar na rede, depois de deduzidas as perdas de energia e do consumo de energia para a
operação.

Figura 18. Resultado obtido com a simulação

Fonte: Pvsystem

Em resultado dos passos dados, o software fornece uma série de informações em forma
de relatório, que devem ser analisadas detalhadamente. No anexo ? o relatório completo. Em
síntese o sistema é constituído pelo seguintes elementos e com a produção anual de:

Tabela 7.

Sistema fotovoltaico ligado à rede 22,8 kWp

Potência nominal 22.8 kWp Nº total de módulos 57


Local Luanda Nº de strings 3
Azimute 0 Nº de módulos série 19
Inclinação 10º Nº de inversores 1
Área ocupada 128𝑚2 Prod. de energia anual 36.2MWh/ano

Para estrutura de suporte dos painéis será utilizado a cobertura monopilar do tipo gaveta
que ocupa um maior espaço, e possibilita a fixação de mais placas fotovoltaicas e uma maior
geração elétrica. Com o auxílio do Google earth, conseguimos obter a área (532𝑚2) disponível
para implementação do sistema em estudo. Como mostra figura 19.

45
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

Figura 19. Área para implementação da cobertura monopilar do tipo gaveta

Fonte – Google earth

O modulo Generic, mono 400 Wp 72 células, possui 2,131m de cumprimento e 1,052m


de largura, tendo uma área de 2,242𝑚2. Para cada 2kWp, teremos 11,21𝑚2, para sistema em
causa (22,8kWp), vai ocupar uma área de 128𝑚2, como mostra a tabela 7.

Com a área dos painéis fotovoltaicos, já é possível ver o número de cobertura monopilar
do tipo gaveta a ser utilizado. Na figura 14, é possível ver que a estrutura a aplicar possui 12m
de cumprimentos e 5m de largura, tendo uma área de 60𝑚2, logo haverá necessidade de
implementar 3 coberturas monopilar do tipo gaveta a fim de obter uma área igual. Para obter
uma área igual, haverá necessidade de customizar a cobertura monopilar do tipo gaveta
fornecendo a placa característica do painel fotovoltaico e os dados de orientação da região
aplicar o sistema.

46
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

2.8. Avaliação Económica

Para a implementação do posto de carregamento de veículos elétricos, usando painéis


fotovoltaicos, é necessário ter em posse os equipamentos apresentados no caso de estudo. Terei
como base os preços dos equipamentos do mercado Europeu. A mão-de-obra incluindo os
equipamentos necessários para colocação do carport solar, será 20% do valor total do sistema.

Tabela 8.

Análise financeira dos componentes do sistema

Equipamento Marca Quantidade Preço unitário Preço unitário Preço Total


(Eur) (Kz)
Posto de CA HelloNext 1 3 550,00 2 094 500 2 094 500,00

Pv Generic 4 57 192,90 113 811 6 714 849,00

Inversor Salicru 1 2 461,14 1 452 072,6 1 452 072,60

Carport Solumetal 128𝑚2 4 730,91 2 791 242,69 2 791 242,69

Mão-de-obra - - 5 529,10 3 262 166,05 3 263 166,05

Grande Total 16 315 830,20

O projeto tem investimento total inicial de 16 315 830,20kz. Visto que os equipamentos
não serão comprados em território nacional, não pagar-se-á a taxa do IVA, pois as exportações
de bens para países que não pertencem à UE não estão sujeitas ao IVA.

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METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

Conclusões

O presente trabalho teve como premissa o estudo dos postos de carregamento de carros
elétricos, que tem como a sua fonte primária sistema fotovoltaico.

No que toca carros elétricos, analisou-se os tipos, sua constituição, modos de


carregamento, etc. Quanto a fonte primária analisou-se a sua constituição e características e fez-
se um estudo ameno sobre potencial do recurso de energia solar existente em Angola.

Levando em conta, as considerações feitas ao longo do trabalho tornaram-se possível


descrever a metodologia implementação de postos de carregamento de veículos elétrico usando
painéis fotovoltaicos, bem como descrever os passos a seguir para dimensionar o sistema.

Recomendações

Recomendamos que haja um técnico terá a responsabilidade, de colmatar as possíveis


avarias do sistema em horário de picos e analisar o desempenho equipamento e verificar o
perfeito encaixe da t no posto de carregamento;

Sabendo que existe poucos postos de carregamento de carros, recomendamos maior


atenção do técnico de modo a evitar o mau encaixe do conector nos veículos.

A área útil para a aplicação dos painéis deve ser analisada com cuidado. É importante
evitar a colocação dos painéis em regiões que sejam encobertas ou que sofram um
sombreamento acentuado devido há obstruções, pois isto reduz o potencial de aproveitamento
de radiação solar.

A deposição de poeira sobre os módulos fotovoltaicos (soiling) limita a irradiância solar


efetiva, causando perda na eficácia de conversão de energia do sistema. Logo haverá
necessidade de ter um plano de manutenção para evitar a perda de rendimento do sistema.

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METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Dimensionamento. Porto: Quântica Editora.

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Imbasciati, H. (2012). Estudo Descritivo dos Sistemas, Subsistemas e Componentes de


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Tecnologia – IMT, São Caetano, São Paulo, Brasil.

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Morais, J. L. (2009). Sistemas Fotovoltaicos da Teoria à Prática (1ª ed.). Porto: Engebook.

49
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

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METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

Anexo B. Características Técnicas dos Equipamentos

Interruptor Seccionador Interpact 80A 4P - Schneider

51
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

Carregador Elétrico AC - HELLONEXT H1 22

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METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

Modulo Generic, Mono 400 Wp 72 Células

53
METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

Inversores Solares Trifásicos De Ligação a Rede De 20 kW

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METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

Cobertura Monopilar do Tipo Gaveta

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METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POSTO DE CARREGAMENTO DE CARROS
ELÉCTRICOS, USANDO PAINEIS FOTOVOLTAICOS

Anexo B. Relatório da simulação no PVsyst

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PVsyst AVALIAÇÃO
PVsyst - Relatório da simulação
Sistema acoplado à rede
Projeto: Posto de carregamento de carros elétricos, usando paineis fotovoltaicos
Variante: Nova variante da simulação
Sem desenho 3D de sombras, sem sombras
Potência sistema: 22.80 kWp

PVsyst AVALIAÇÃO Morro Bento II - Angola

PVsyst AVALIAÇÃO

PVsyst AVALIAÇÃO

Autor·a Kuchy Santana

PVsystA LIAÇÃO
Projeto: Posto de carregamento de carros elétricos, usando
paineis fotovoltaicos

PVsyst V7.3.2
Variante: Nova variante da simulação
VC0, Data da simulação: 25/01/23 08:50
com v7.3.1

PVsyst AVALIAÇÃO
Localização geográfica
Morro Bento II Latitude
Resumo do projeto
Localização
-8.90 °S
Parâmetros projeto
Albedo 0.20
Angola Longitude 13.19 °E
Altitude 40 m
Fuso horário UTC+1

Dados meteorológicos
Morro Bento II
Meteonorm 8.1 (2010-2021), Sat=100% - Sintético

Resumo do sistema

PVsyst AVALIAÇÃO
Sistema acoplado à rede Sem desenho 3D de sombras, sem sombras

Orientação do plano dos módulos Sombras próximas Exigências do consumidor


Plano fixo Sem sombras Carga ilimitada (rede)
Inclinação/Azimute 10 / 0 °

Informação do sistema
Grupo FV Inversores
Nr. de módulos 57 unidades Número de unidades 1 unidade
Pnom total 22.80 kWp Pnom total 20.00 kWca
Rácio Pnom 1.140

Resumo dos resultados


Energia produzida 36190 kWh/ano Produção específica 1587 kWh/kWp/ano Índice de perf. PR 82.71 %

PVsyst AV ALIAÇÃO
Resumo do projeto e dos resultados
Parâmetros gerais, Características do grupo FV, Perdas do sistema
Resultados principais
Índice
2
3
4
Diagrama de perdas 5
Gráficos predefinidos 6
Diagrama unifilar 7

PVsyst AVALIAÇÃO

PVsyst AVALIAÇÃO
15/12/22 PVsyst Evaluation mode Página 2/7
Projeto: Posto de carregamento de carros elétricos, usando
paineis fotovoltaicos

PVsyst V7.3.2
Variante: Nova variante da simulação
VC0, Data da simulação: 25/01/23 08:50
com v7.3.1

PVsyst AVALIAÇÃO
Sistema acoplado à rede
Orientação do plano dos módulos
Parâmetros gerais
Sem desenho 3D de sombras, sem sombras

Orientação Configuração dos sheds Modelos utilizados


Plano fixo Não há um desenho 3D definido Transposição Perez
Inclinação/Azimute 10 / 0 ° Difuso Perez, Meteonorm
Cicumsolar separado

Horizonte Sombras próximas Exigências do consumidor


Sem horizonte Sem sombras Carga ilimitada (rede)

Características do grupo FV

PVsyst AVALIAÇÃO
Módulo FV
Fabricante
Modelo
(Base de dados original do PVsyst)
Generic
Mono 400 Wp 72 cells
Inversor
Fabricante
Modelo
(Base de dados original do PVsyst)
Generic
Equinox EQX 20000-2T

Potência unitária 400 Wp Potência unitária 20.0 kWca


Número de módulos FV 57 unidades Número de inversores 1 unidade
Nominal (STC) 22.80 kWp Potência total 20.0 kWca
Módulos 3 Strings x 19 Em série Tensão de funcionamento 300-800 V
Em condições de func. (60°C) Rácio Pnom (DC:AC) 1.14
Pmpp 19.80 kWp Power sharing within this inverter
Umpp 627 V
I mpp 32 A

Potência FV total Potência total inversor

PVsyst AVA LIAÇÃO


Nominal (STC)
Total
Superfície módulos
Superfície célula
23
57
128
113
kWp
módulos


Potência total
Número de inversores
Rácio Pnom
20 kWca
1 unidade
1.14

Perdas do grupo
Fator de perdas térm. Perdas de cablagem DC Perdas de qualidade dos módulos
Temperatura módulos em função irradiância Res. global do grupo 348 mΩ Fração perdas -0.4 %
Uc (const.) 20.0 W/m²K Fração perdas 1.5 % em STC
Uv (vento) 0.0 W/m²K/m/s

Perdas dos módulos com mismatch Perdas devidas a mismatch, em fiadas


Fração0°perdas 30° 2.0 % no50°
MPP 60° perdas
Fração 70° 0.1 % 75° 80° 85° 90°
1.000 0.999 0.987 0.962 0.892 0.816 0.681 0.440 0.000

PVsyst AVALIAÇÃO
Fator de perda IAM
Efeito de incidência (IAM): Fresnel, revestimento AR, n(vidro)=1.526, n(AR)=1.290

PVsyst AVALIAÇÃO
15/12/22 PVsyst Evaluation mode Página 3/7
Projeto: Posto de carregamento de carros elétricos, usando
paineis fotovoltaicos
Variante: Nova variante da simulação

PVsyst AVALIAÇÃO
PVsyst V7.3.2
VC0, Data da simulação: 25/01/23 08:50
com v7.3.1

Resultados principais
Produção do sistema
Energia produzida 36190 kWh/ano Produção específica 1587 kWh/kWp/ano
Índice de performance (PR) 82.71 %

Produções normalizadas (por kWp instalado) Índice de performance (PR)

PVsyst AVALIAÇÃO
Balanços e resultados principais

GlobHor DiffHor T_Amb GlobInc GlobEff EArray E_Grid PR


kWh/m² kWh/m² °C kWh/m² kWh/m² kWh kWh rácio
Janeiro 188.9 86.33 26.82 179.3 174.6 3440 3342 0.818

2905

PVsyst AVALIAÇÃO
Fevereiro 159.8 85.02 27.40 156.0 152.3 2993 0.817
Março 179.0 78.90 27.74 180.4 176.6 3425 3326 0.809
Abril 161.2 72.37 26.76 168.1 164.7 3224 3129 0.816
Maio 155.4 66.54 25.97 167.4 164.3 3250 3153 0.826
Junho 138.8 65.01 22.81 151.1 148.1 3000 2912 0.845
Julho 132.9 66.51 21.46 143.1 140.1 2850 2766 0.848
Agosto 139.5 81.96 21.51 145.5 142.3 2893 2806 0.846
Setembro 144.7 80.62 22.69 147.1 143.7 2899 2811 0.838
Outubro 154.4 88.45 24.94 152.5 148.8 2977 2888 0.831
Novembro 168.9 85.74 25.84 161.6 157.2 3122 3032 0.823
Dezembro 177.4 85.23 26.53 167.1 162.2 3212 3119 0.819
1900.7 942.67 25.02 1919.0 1874.8 37286 36190 0.827

PVsyst AVALIAÇÃO
Ano

Legendas
GlobHor Irradiação horizontal total EArray Energia efetiva à saída do grupo
DiffHor Irradiação difusa horizontal E_Grid Energia injetada na rede
T_Amb Temperatura ambiente PR Índice de performance
GlobInc Incidência global no plano dos sensores
GlobEff Global efetivo, corrigido para IAM e sombras

PVsyst AVALIAÇÃO
15/12/22 PVsyst Evaluation mode Página 4/7
Projeto: Posto de carregamento de carros elétricos, usando
paineis fotovoltaicos
Variante: Nova variante da simulação

PVsyst AVALIAÇÃO
PVsyst V7.3.2
VC0, Data da simulação: 25/01/23 08:50
com v7.3.1

Diagrama de perdas

1901 kWh/m² Irradiação horizontal total


+1.0% Incidência global no plano dos sensores

-2.30% Fator de IAM no global

1875 kWh/m² * 128 m² mód. Irradiância efetiva nos sensores

eficiência em STC = 17.83% Conversão FV

PVsyst 42720 kWh


-0.45%
Energia nominal do grupo (de acordo com eficiência STC)
Perdas devido ao nível de irradiância

AVALIAÇÃO
+0.38%
-9.83% Perdas devido à temperatura do grupo

Perdas qualidade módulos

-2.10% Perdas devidas a mismatch, módulos e fiadas

-1.06% Perdas óhmicas da cablagem


37286 kWh Energia virtual do grupo no MPP

-2.85% Perdas inversor funcionamento (eficiência)


0.00% Perdas inversor, acima potência nominal
0.00% Perda inversor, limite de corrente
0.00% Perdas inversor, acima tensão nominal
-0.10% Perdas inversor, limite de potência

PVsyst AVALIAÇÃO 36190 kWh


36190 kWh
0.00% Perdas inversor, limite de tensão
Energia disponível à saída do inversor
Energia injetada na rede

PVsyst AVALIAÇÃO

PVsyst AVALIAÇÃO
15/12/22 PVsyst Evaluation mode Página 5/7
Projeto: Posto de carregamento de carros elétricos, usando
paineis fotovoltaicos
Variante: Nova variante da simulação

PVsyst AVALIAÇÃO
PVsyst V7.3.2
VC0, Data da simulação: 25/01/23 08:50
com v7.3.1

Gráficos predefinidos
Diagrama de entrada / saída diário

PVsyst AVALIAÇÃO

PVsyst AVALIAÇÃO Distribuição da potência à saída do sistema

PVsyst AVALIAÇÃO

PVsyst AVALIAÇÃO
15/12/22 PVsyst Evaluation mode Página 6/7
PVsyst V7.3.2
VC0, Data da simulação: 15/12/22 08:50
com v7.3.1

15/12/22

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