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Luanda, 2023.
INSTITUTO POLITÉCNICO INDUSTRIAL DE LUANDA
ÁREA DE FORMAÇÃO MECÂNICA E MECATRÔNICA
CURSO DE ELECTROMECÂNICA
PROJECTO TECNOLÓGICO
Luanda, 2023.
DEDICATÓRIA
Dedico este Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do grau de Técnico médio
em Electromecânica a minha mãe Isabel Maria João Dirmani, que não mede esforços para
investir na minha formação académica, e à minha família que sempre me apoiaram
incondicionalmente ao longo desta época académica.
III
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus que a cada dia nos dá sabedoria e vigor, para avançar sempre vencendo
todas as barreiras que se interpõem no nosso caminho.
Gostaria também de agradecer ao meu orientador Moisés Agostinho, por ter efectuado
uma orientação exemplar, indo para além da obrigatoriedade profissional, com a simples e
nobre intenção de me ver acabar o trabalho de forma correcta e em tempo certo.
Não esqueceria de agradecer também ao meu mentor e amigo Professor Doutor Nsanga
Tito, pelas sugestões e por se ter mostrado – incondicionalmente – disponível perante as
solicitações que lhe dirigi.
IV
RESUMO
Uma das tecnologias mais viáveis para aproveitar o recurso solar em Angola é a
produção de electricidade através de sistemas FV, que podem variar desde sistemas individuais
de pequena escala fora da rede, normalmente associados a baterias, a aplicações de média e
grande escala ligadas à rede. É a tecnologia de mais rápida instalação e de menor custo de
manutenção. Nestes sistemas por meio de painéis é possível fazer a captação da energia solar
do Sol e transformá-la em energia eléctrica, além de possuir banco de baterias para garantir a
continuidade do abastecimento.
Palavras-chave
V
ABSTRACT
One of the most viable technologies to take advantage of the solar resource in Angola
is the production of electricity through PV systems, which can vary from individual small-scale
off-grid systems, usually associated with batteries, to médium and large-scale aplications
connected to the grid. In these systems, using panels, i tis possible to capture solar energy from
the Sun and transform i tinto electrical energy. In addition to having a battery bank to ensure
continuity of supply.
For sizing na isolated system, it is essential to know the load profile of the área where
the installation will be implemented, such as: number of panels to be installed, battery bank
capacity, number of charge regulators, maximum power of the inverter (in use of AC loads)
and, if possible, the cross-sections of the conductors for the circuits of the PV installation.
Keywords
VI
ÍNDICE
VII
CAPÍTULO 4 - SISTEMAS FOTOVOLTAICOS ..................................................................... 35
4.1 - Classificação dos sistemas fotovoltaicos ................................................................................. 35
4.1 - Sistemas Isolados .................................................................................................................... 36
4.1.1 – Sistemas Híbridos ................................................................................................................ 36
4.1.2 - Sistemas Autônomos (Puros) ............................................................................................... 36
4.2 - Componentes de Um Sistema Fotovoltaico Autônomo .......................................................... 37
4.3 - Sistemas Conectados à Rede (On-Grid) .................................................................................. 37
4.4 – Sistemas de Bombeamento de Água....................................................................................... 38
4.3.1 - Classificação dos Sistemas de Bombeamento ...................................................................... 38
4.3.2 - Bombas Hidráulicas ............................................................................................................. 39
4.3.2.1 - Bombas Centrífugas .......................................................................................................... 39
4.3.2.2 - Bombas Volumétricas ....................................................................................................... 40
4.3.3 - Motores Eclétricos................................................................................................................ 41
4.4 – Vantagens e Desvantagens Sistemas Fotovoltaicos ............................................................... 42
CAPÍTULO 5 – DIMENSIONAMENTO DE INSTALAÇÕES FOTOVOLTAICAS ........... 44
5.1 – Dimensionamento da Instalação Fotovoltaica Isolada ........................................................... 44
5.1.2 – Regulador de Carga ............................................................................................................. 44
5.1.2.1 - Tipos de Reguladores ........................................................................................................ 46
5.1.2.1.1 - Regulador Série .............................................................................................................. 46
5.1.2.1.2 - Regulador Paralelo ou Shunt .......................................................................................... 46
5.1.2.1.3 - Regulador MPPT ............................................................................................................ 47
5.1.3 - Inversores ............................................................................................................................. 48
5.1.3.1 - Inversores DC-AC para Sistemas Autónomos .................................................................. 49
5.1.3.2 - Classificação dos Inversores Autónomos .......................................................................... 50
5.1.4 – Dispositivos de Protecção .................................................................................................... 51
5.1.4.1 - Fusíveis .............................................................................................................................. 51
5.1.4.1.1 - Fusível Cartucho............................................................................................................. 52
5.1.5 - Disjuntor ............................................................................................................................... 54
5.1.5.1 - Factores de Influência na Selecção do Disjuntor Adequado ............................................. 54
5.1.5.1.1 - Factores de Influência Gerais ......................................................................................... 54
5.1.5.1.2 – Factores de Influência Específicos dos Sistemas Fotovoltaicos .................................... 55
5.1.6 – DPS (Dispositivo de Proteção contra Surtos) ...................................................................... 56
5.1.6.1 - Definições .......................................................................................................................... 56
CAPÍTULO 6 – PROPOSTA DO DIMENSIONAMENTO DE UM SFVI NA COMUNA DO XANGONGO .. 57
VIII
6.2.4.2 – Influência da Disponibilidade Solar no Local .................................................................. 69
6.2.4.2.1 - Tempo de Exposição ou Hora de Sol pico (HSP) .......................................................... 70
6.2.4.3 - Calculando o número de Módulos Fotovoltaicos .............................................................. 71
6.2.4.4 - Escolha do Controlador de Carga ...................................................................................... 73
6.2.5 – Dimensionamento da Protecção .......................................................................................... 73
6.2.5.1 - Escolha do fusível ............................................................................................................. 73
6.2.5.2 - Escolha do Disjuntor ......................................................................................................... 74
6.2.5.3 - Escolha do DPS ................................................................................................................. 74
6.3 - Custo da Instalação Fotovoltaica Isolada ................................................................................ 75
CAPÍTULO 7- ESQUEMA ELÉCTRICO DA INSTALAÇÃO FOTOVOTAICA ISOLADA .......... 76
CAPÍTULO 8 – PLANO DE MANUTENÇÃO .......................................................................... 78
8.1 - Manutenção corretiva .............................................................................................................. 78
8.2 - Manutenção preventiva ........................................................................................................... 79
8.3 - Manutenção preditiva .............................................................................................................. 79
8.4. - Procedimentos de Manutenção Preventiva de Sistemas Fotovoltaicos Isolados ................... 79
8.4.1 – Semanal................................................................................................................................ 79
8.4.2 - Mensal .................................................................................................................................. 81
8.4.3 – Anual.................................................................................................................................... 82
8.5 - Procedimentos de Inspeção e Manutenção Corretiva de Sistemas Fotovoltaicos ................... 84
CAPÍTULO 9 - CONCLUSÃO .................................................................................................... 87
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................ 88
ANEXOS ......................................................................................................................................... 90
ANEXO A – DOCUMENTAÇÃO DA SIMULAÇÃO NO GLOBAL SOLAR ATLAS ................ 90
IX
LISTA DE FIGURAS
Figura 6.1: Esquema de um sistema de bombeamento solar com bomba de superfície e seus
acessórios. ................................................................................................................................. 59
Figura 6.2: Inversor selecionado. Inversor híbrido MPPT SPC III-5000-48 Outback Power.. 64
Figura 6.3: Estimativa de vida útil de uma bateria pela profundidade de descarga. ................ 66
Figura 6.4: Bateria Solar 24 V 720 Ah SOPzS. ....................................................................... 66
Figura 6.5: Mapa da Irradiação Solar no Local em Estudo. ..................................................... 69
Figura 6.6: Módulo FV mono-cristalino................................................................................... 71
XI
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1: Estado de carga de uma bateria pela tensão entre os terminais ............................. 31
Tabela 5.1: Características Eléctricas - Conforme Norma DIN VDE 0636-6, IEC 60269-6,
NFC 63210 ............................................................................................................................... 52
Tabela 5.2: Características - Conforme Norma IEC 60269-6, UL 2579, DIN 43620 .............. 52
Tabela 5.3: Características Eléctricas Fus. 10/14x85 - Conforme Norma DIN VDE 0636-6,
IEC 60269-6, NFC 63210......................................................................................................... 53
Tabela 5.4: Características - Conforme Norma IEC 60269-6, UL269-6, UL 3579, DIN 43620.
.................................................................................................................................................. 53
Tabela 6.1: Estimativa diária do consumo de água para diversas utilizações .......................... 57
Tabela 6.2: Perda de carga em tubulações de PVC .................................................................. 60
Tabela 6.3: Perda de carga em conexões de PVC. ................................................................... 61
Tabela 6.4: Estimativa do consumo diário de energia (média mensal) .................................... 63
Tabela 6.5: Principais características eléctricas do inversor híbrido MPPT SPC III-500-48
Outback power.......................................................................................................................... 65
Tabela 6.6: Características da Bateria Solar 24 V 720 Ah SOPzS. .......................................... 67
Tabela 6.7: Dados de parâmetros que têm Influência na disponibilidade Solar no local em
estudo. ....................................................................................................................................... 70
Tabela 6.8: Características Eléctrica. ....................................................................................... 72
Tabela 6.9: Características Físicas............................................................................................ 72
Tabela 6.10: Custo estimado da instalação FV isolada. ........................................................... 75
XII
LISTA DE ACRÓNIMOS, SÍMBOLOS E SIGLAS
FV Fotovoltaico
SFVI Sistema Fotovoltaico Isolado
SBFV Sistema de bombeamento fotovoltaico
He Hélio
H Hidrogénio
Ed Radiação solar directa
Er Radiação solar reflectida
Eu Radiação solar difusa
MOSFET Metal Oxide Semiconductor Field Effect Transistor
MPPT Maximum Power Point Tracking
NOTC Nominal Operating Temperature Conditions
GHI Global Horizontal Irradiance
UA Unidade Astronómica
GNOCT Irradiância em NOCT [W/m2 ]
GSTC Irradiância em STC [W/m2 ]
GT Irradiância retirada a partir dos dados meteorológicos [W/m2 ]
TNOCT Temperatura em NOCT [℃]
TSTC Temperatura em STC [℃]
CC Corrente Contínua
CA Corrente Alternada
ID Corrente do díodo
Id1 Corrente do díodo 1 [A]
Id2 Corrente do díodo 2 [A]
Pb-ácido Chumbo ácido
p-Si Poli-crystaline Silicon
OPzS Ortsfest Panzerplatte Spezial (Bateria Estacionária com
Placas Tubulares, Eletrólico Fluido e separadores Especiais)
OPzV Ortsfest Panzerplatte Verschossen (Bateria estacionária com
Placas Tubulares, Eletrólito em Gel e Válvula de Segurança)
V Volt
kV Kilovolt
kW Kilowatt
XIII
kWh Kilowatt-hora
kWp Kilowatt-pico
Si Silício
Cd Cádmio
CdS sulfito de cádmio
FF Fator de forma
P Potência
ED Energia Diária a ser fornecida às cargas
IS Corrente da resistência em série
VDC Tensão em corrente contínua [V]
VOC Tensão em circuito aberto [V]
ηFV Eficiência fotovoltaica
ηI Eficiência do inversor [%]
A Ampère
Ah Ampère-hora
NB Número de Baterias
BS Baterias em série (para alcançar a tensão de projeto)
BP Baterias em paralelo (para alcançar a capacidade de
acumulação necessária)
Vi Tensão de operação do sistema [V]
VB Tensão nominal da bateria/elemento [V]
CR Capacidade Real do Banco de Baterias [Ah]
CN Capacidade Nominal da Bateria/elemento [Ah]
CU Capacidade útil do Banco de Baterias [Ah]
Pd Profundidade de descarga das baterias/elementos no fim da
autonomia (40% = 0,4)
ER Energia Real diária (já computadas as perdas) [kWh/dia]
CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO
A energia eléctrica nas áreas rurais residenciais é de grande importância para prover
iluminação, aquecimento e refrigeração às propriedades. Através da energia eléctrica os
produtores e moradores conseguem realizar suas actividades de trabalho rural e ter acesso a
iluminação segura durante a noite, à rádio, televisão e a conservação dos alimentos em
geladeiras, entre outos benefícios que garantem a dignidade social.
Angola tem um elevado potencial de recurso solar, com uma média anual de irradiação
global em plano horizontal compreendida entre 1.355 e os 2.068 kWh/m2 /ano e com uma baixa
variação da disponibilidade do recurso ao longo do ano. Contudo trata-se de um país com uma
vasta extensão, com uma população muito dispersa e pouco investimento em infraestruturas,
faz com que muitas regiões rurais não tenham acesso à energia eléctrica ou de qualidade. O que
se torna imprescindível a adoção de técnicas muitas vezes não convencionais para a geração de
energia.
Uma das técnicas mais utilizadas actualmente é através da energia solar. Ela pode ser
dividida em dois tipos: a energia solar fotovoltaica e a energia solar térmica. A energia
fotovoltaica é usada essencialmente para gerar energia eléctrica directamente dos raios solares
através de placas feitas de cristal de silício. Já a energia solar térmica é utilizada para gerar
através do calor do Sol aquecimento para líquidos, como por exemplo, a água para banho
quente.
1.1 - Motivação
15
INTRODUÇÃO
As áreas rurais de Angola carecem de infraestrutura de rede eléctrica que seja capaz de
cobrir todas as regiões. Isso acarreta a privação do desenvolvimento social e humano, uma vez
que não terá acesso a comida sendo conservada em geladeiras, acesso à noticiais e meios de
comunicação como rádios, televisão, celular e internet. Além de geração de desgastes físicos
em razão da execução de trabalhos manuais que poderiam ser feitos por máquinas eléctricas.
Para dar soluções a esses problemas, existem alternativas de adoptar o sistema de
electrificação rural por meio de energia solar que permite gerar energia eléctrica e térmica
dentro dessas regiões.
Comparando aos imóveis urbanos, as propriedades rurais têm uma boa vantagem na
produção de energia eléctrica. Sabe por quê?
Na cidade um dos únicos espaços para colocar as placas solares são em telhados.
Dependendo dos imóveis ao redor, eles nem sempre recebem uma boa insolação. Já as
propriedades rurais tem espaço livre para instalação dos painéis solares na posição ideal para
que o sol incida o ano inteiro.
16
APROVEITAMRNTO SOLAR
É a energia emitida pelo sol e que chega à superfície terrestre sob a forma de ondas
electromagnéticas (radiação), que se propagam transversalmente no espaço.
O sol é o centro do sistema solar, a energia que o Sol liberta aquece o planeta terra e dá
vida a todos os seus elementos, ou seja, a importância que sol tem para o planeta terra em termos
energéticos é quase imensurável, pois, com excepção da energia nuclear, todos os recursos
energéticos utilizados para a produção de energia dependem directa ou indirectamente da acção
do sol.
O Sol pode ser imaginado como sendo um objecto enorme e massivo composto por um
aglomerado de gases suportados pela acção das forças gravitacionais.
17
APROVEITAMRNTO SOLAR
A radiação solar que atinge a superfície terrestre varia desde zero, ao nascer do sol, até
um valor máximo que se verifica mais ou menos ao meio-dia, pressupondo-se ausência de
nebulosidade. Como pode-se observar na figura 2.1, a radiação solar global subdivide-se nas
seguintes três parcelas:
Radiação directa (𝐄𝐝 ): Esse tipo de radição passa através da atmosfera e alcança a
superfície terrestre sem ter sofrido qualquer dispersão em sua trajectória;
Radiação difusa (𝐄𝐮 ): É radiação que atinge a superfície terrestre após ter sofrido
vários desvios em sua trajectória, por exemplo devido aos gases presentes na atmosfera;
Radiação reflectida/albedo (𝐄𝐫 ): É a fracção solar reflecrida pela própria superfície
terrestre, trata-se de um fenómeno conhecido como efeito albedo.
Irradiância representa o fluxo de energia radiante instantâneo que incide sobre uma
superfície, real ou imaginária por unidade de área. Sua unidade de medida é W/m2 . Já a
Irradiação é a quantidade de energia radiante que incide uma superfície durante um certo
intervalo de tempo, por unidade de área desta. Sua unidade de medida é kWh/m2 .
O material utilizado nas células solares deve ser da maior pureza possível. Isto pode ser
conseguido através de sucessivas etapas na produção química. Até aos dias de hoje, os
fabricantes de células solares têm obtido, na sua maior parte, o material purificado do
desperdício da indústria electrónica de semicondutores.
3.1.1.1 - Princípios funcionais de uma célula solar
A seguir será ilustrado o princípio funcional de uma célula solar de cristal de silício. Os
átomos de silício formam um retículo cristalino estável. Cada átomo de silício detém quatro
electrões de coesão (electrões de valência) na sua camada periférica. Para atingir uma
configuração estável de electrões, dois electrões de átomos vizinhos formam um par de ligações
de electrões.
Através do estabelecimento desta ligação com quatro átomos de silício vizinhos, obtém-
se a configuração do gás inerte estável de seis electrões. Com a influência da luz ou do calor, a
coesão dos electrões pode ser quebrada. O electrão pode então mover-se livremente, deixando
uma lacuna atrás de si, no retículo cristalino. Este processo é designado por auto-condução.
A auto-condução não pode ser utilizada para gerar energia. Para que o material de silício
funcione como um gerador de energia, o retículo cristalino é propositadamente contaminado
com os chamados átomos impuros (figura 3.2). Estes átomos possuem um electrão a mais
(fósforo), ou um electrão a menos (boro), do que o silício na camada externa de valência. Por
este motivo, os átomos impuros causam defeitos no interior do retículo cristalino.
19
CÉLULAS FOTOVOLTAICAS E BANCO DE BATERIAS
Se ao retículo for adicionado fósforo (impureza n), fica um electrão supérfluo por cada
átomo de fósforo introduzido. Este electrão pode mover-se livremente dentro do cristal e por
isso transportar carga eléctrica. Com o boro (impureza p), fica disponível uma lacuna (electrão
de coesão perdido) por cada átomo de boro introduzido. Os electrões dos átomos vizinhos de
silício podem preencher este orifício, resultando na produção de uma nova lacuna noutro lugar.
O mecanismo condutor que resulta da presença dos átomos impuros, é chamado de condução
extrínseca. Contudo, se virmos individualmente o material de impureza p ou n, as cargas livres
não têm uma direcção definida durante o seu movimento.
Figura 3.3: Criação da barreira de potêncial numa região de transição pn através da difusão dos electrões e das
lacunas.
A difusão dos portadores de carga até aos contactos eléctricos, produz tensão na
fronteira da célula solar. Se não estiver ligada a nenhuma carga, é obtida a tensão de circuito
aberto na célula solar. Se o circuito eléctrico estiver fechado, a electricidade pode fluir.
Contudo, alguns electrões que não alcançam os contactos são recombinados. A recombinação
consiste no processo de unir um electrão livre a um átomo destituído de um electrão de valência
(lacuna).
A célula solar clássica de silício cristalino, é composta por duas camadas de silício
contaminadas com diferentes impurezas. A camada orientada para o Sol está contaminada
negativamente com fósforo, e a camada inferior está contaminada positivamente com boro. É
produzido um campo eléctrico na junção das duas camadas, que conduz à separação das cargas
(electrões e lacunas) libertadas pela luz solar.
No intuito de gerar electricidade a partir da célula solar, são impressos contactos
metálicos nas suas partes frontal e posterior. Em geral, e neste contexto, é utilizada a impressão
em tela. É possível conseguir uma camada de contacto em toda a extensão da célula, com a
aplicação de uma folha de alumínio ou de prata na parte posterior. No entanto, a parte frontal
deverá ser tão translúcida quanto possível. Aqui os contactos são essencialmente aplicados na
forma de uma grelha fina ou numa estrutura em árvore. A reflexão da luz pode ser reduzida,
com o depósito por vapor de uma camada mais fina (camada anti-reflexão) na parte frontal da
célula solar, feita de nitreto de silício ou de dióxido de titânio.
As células fotovoltaicas são fabricadas, na sua grande maioria, usando o silício (Si) e
podendo ser constituida de cristais monocristalinos, policristalinos ou de silício amorfo.
Para se utilizar o silício na indústria eletrônica além do alto grau de pureza, o material
deve ter a estrutura monocristalina e baixa densidade de defeitos na rede. O processo mais
utilizado para se chegar as qualificações desejadas é chamado “processo Czochralski”. O
silício é fundido juntamente com uma pequena quantidade de dopante, normalmente o boro que
é do tipo p. Com um fragmento do cristal devidamente orientada e sob rígido controle de
temperatura, vai se extraindo do material fundido um grande cilindro de silício monocristalino
levemente dopado. Este cilindro obtido é cortado em fatias finas de aproximadamente 300µm.
Após o corte e limpezas de impurezas das fatias, deve-se introduzir impurezas do tipo
N de forma a obter a junção. Este processo é feito através da difusão controlada onde as fatias
de silício são expostas a vapor de fósforo em um forno onde a temperatura varia entre 800 a
1000 ℃. Dentre as células fotovoltaicas que utilizam o silício como material base, as
monocristalinas são, em geral, as que apresentam as maiores eficiências. As fotocélulas
comerciais obtidas com o processo descrito atingem uma eficiência de até 15% podendo chegar
em 18% em células feitas em laboratórios.
22
CÉLULAS FOTOVOLTAICAS E BANCO DE BATERIAS
As célula de silício amorfo diferem das demais estruturas cristalinas por apresentar alto
grau de desordem na estrutura dos átomos. A utilização de silício amorfo para uso em
fotocélulas tem mostrado grandes vantagens tanto nas propriedades elétricas quanto no
processo de fabricação.
Por apresentar uma absorção da radiação solar na faixa do visível e podendo ser
fabricado mediante deposição de diversos tipos de substratos, o silício amorfo vem se
mostrando uma forte tecnologia para sistemas fotovoltaicos de baixo custo. Mesmo
apresentando um custo reduzido na produção, o uso de silício amorfo apresenta duas
desvantagens: a primeira é a baixa eficiência de conversão comparada às células mono e
policristalinas de silício; em segundo, as células são afetadas por um processo de degradação
logo nos primeiros meses de operação, reduzindo assim a eficiência ao longo da vida útil.
Por outro lado, o silício amorfo apresenta vantagens que compensam as deficiências
acima citados, são elas:
Figura 3.6: Tipos de células fotovoltaicas num módulo FV de silício, monocristalinas (esquerda) e policristalinas
(direita).
23
CÉLULAS FOTOVOLTAICAS E BANCO DE BATERIAS
24
CÉLULAS FOTOVOLTAICAS E BANCO DE BATERIAS
Onde:
𝑛 - Número de fileiras de módulos associados em paralelo;
Normalmente, nos módulos FV, são instalados díodos para a proteção dos mesmos
contra diversos fenómenos que podem comprometer o funcionamento do campo fotovoltaico
(conjunto de módulos/painéis que constituem o sistema de geração) ou da instalação em geral.
Para evitar os problemas que uma iluminação solar irregular poderá causar, a presença
de sombras ou outros fatores que fazem com que uma parte das células de um painel trabalhe
em condições diferentes das restantes, recorre-se à utilização de proteções. Os díodos de desvio
(bypass) ligam-se em paralelo com associações de células ligadas em série, para impedir que
todos os elementos da série se descarreguem sobre a célula que estiver coberta ou sombreada.
Através da ligação em série de módulo FV, a célula solar com sombra aquece, podendo
danificar-se; os díodos de bypass têm a função de proteger as células sombreadas, podendo o
painel dispor de um a três díodos de bypass, consoante o número de células. Estes díodos são
instalados nos módulos FV com a polaridade inversa/oposta das células, para que se estas
trabalharem corretamente o díodo não interfere no seu funcionamento. Se um grupo de células
não estiver exposta ao sol, a polaridade é invertida e oferece o caminho mais fácil à passagem
da corrente gerada pelos restantes grupos de células.
Quando há sombreamento de uma célula, o efeito fotovoltaico cessa, fazendo com que
o único caminho para a corrente gerada pelas outras células seja a junção da célula afetada; a
tensão a que a junção da célula afetada fica submetida leva o díodo a operar na região de
polarização inversa, permitindo a circulação de uma corrente igual à corrente de geração das
outras células, dissipando uma grande quantidade de energia. A potência dissipada na junção
inversamente polarizada é dada pelo produto da corrente de geração das outras células e da
tensão inversa negativa.
A seguir, apresenta-se o exemplo de uma configuração típica de um painel com díodos
de bypass; estes díodos são incorporados nas tomadas de caixa de ligações dos módulos FV
pelos fabricantes, Figura 3.10.
Figura 3.10: Configuração típica de um painel com duas caixas de ligação, uma para o terminal positivo e outra
para o negativo.
Na configuração ilustrada na Figura 3.10 instala-se um díodo em cada uma das caixas
de ligação. Caso exista sombreamento severo, a corrente circula por um grupo de 1/3 de células
e depois através do díodo, ou seja, 2/3 do painel é interposto no caso de existirem sombras.
26
CÉLULAS FOTOVOLTAICAS E BANCO DE BATERIAS
Quando existem módulos ligados em paralelo, são utilizados díodos de fileira para evitar
curto-circuitos e correntes inversas entre fileiras, no caso de aparecer qualquer avaria em
alguma das fileiras do sistema FV. Os díodos mais utilizados são do tipo Schottky, no entanto,
se forem utilizados módulos do mesmo tipo, também é comum não serem utilizados os díodos
de fileira; nesta situação, procedesse à colocação de fusíveis de proteção nos dois lados da fileira
de modo a garantir a proteção contra sobreintensidades.
Os díodos de bloqueio são utlizados nas instalações FV para realizar duas funções:
Evitar que a bateria se descarregue sobre o campo fotovoltaico, durante a noite;
Bloquear a circulação de correntes inversas de ramos paralelos sombreados durante o
dia.
Nos sistemas fotovoltaicos com baterias, se não se utilizarem proteções, a bateria poderá
descarregar-se durante toda a noite através dos módulos. Este efeito não seria perigoso para os
módulos, mas originaria uma perda de energia no sistema de armazenamento.
27
CÉLULAS FOTOVOLTAICAS E BANCO DE BATERIAS
Para evitar estas perdas, colocam-se díodos de bloqueio ligados em série entre o gerador
fotovoltaico e a bateria. Estes díodos permitem a circulação de corrente do campo fotovoltaico
até à bateria durante o dia, mas bloqueiam a circulação no sentido inverso de corrente da bateria
ao campo fotovoltaico.
A Figura 3.13 mostra as curvas de iluminação e de escuridão de um gerador fotovoltaico,
indicando os sentidos de circulação da corrente. Durante a noite, a bateria mantém a sua tensão
de operação e a corrente que passa pelo módulo circulará em sentido oposto.
Figura 3.13: Curvas de iluminação e escuridão de um gerador fotovoltaico, indicando sentidos de circulação de
corrente durante o dia e a noite.
Para evitar estas perdas, colocam-se díodos de bloqueio ligados em série entre o gerador
fotovoltaico e a bateria. Estes díodos permitem a circulação de corrente do campo fotovoltaico
até à bateria durante o dia, mas bloqueiam a circulação no sentido inverso de corrente da bateria
ao campo fotovoltaico.
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CÉLULAS FOTOVOLTAICAS E BANCO DE BATERIAS
O modelo elétrico da bateria é composto por uma fonte de tensão ideal (Vi ) e por uma
resistência interna (R i ). Esta resistência possui um comportamento dinâmico ao longo dos
processos de carga e descarga; assim, a tensão medida nos terminais de uma bateria é
influenciada pelo sentido da corrente da bateria.
Autonomia: está é a função mais importante, que é suprir a energia para os consumos,
quando o painel não é capaz de gerar energia suficiente. Isto acontece todas as noites e
nos períodos chuvosos ou nublados, que podem variar durante o dia.
Baterias de chumbo ácido são constituídas de células individuas que - também chamadas
de pilhas – com tensão nominal de 2 V cada uma, que nas baterias monoblocos são ligadas em
série para alcançar a tensão nominal (6 células constituem uma bateria de 12 V).
Cada célula é constituída por duas placas de metais diferentes (uma negativa outra
positiva) isoladas por separadores e imersas em uma solução aquosa de ácido sulfúrico
(H2 SO4 ), as placas são elétrodos de chumbo em formato de grade com função de segurar a
matéria activa e conduzir a corrente eléctrica.
30
CÉLULAS FOTOVOLTAICAS E BANCO DE BATERIAS
Após as células atingirem a tensão final de carga, a bateria deve ser desconectada do
carregador, pois se inicia um processo de eletrólise de água presente no eletrólito que leva a
dois inconvenientes:
Perda de água, que faz o ácido se concentrar mais, se tornando nocivo as placas até a
secagem total que determina o fim da bateria.
Tabela 3.1: Estado de carga de uma bateria pela tensão entre os terminais
31
CÉLULAS FOTOVOLTAICAS E BANCO DE BATERIAS
Baterias estacionárias de placa tubular (OPzS e OPzV): são as baterias certas para
sistemas robustos, de uso permanente em períodos entre 10 a 20 anos. Podem ser do
tipo OPzS, sigla em alemão (Ortsfeste Panzerplatte Spezial) que significa placa
tubular estacionária especial, com eletrólito líquido e separadores especiais; do tipo
OPzV (Ortsfeste Panzeplatte Verschlossen) que significa placa tubular estacionária
selada, que tem eletrólito em gel e reguladas por válvulas.
A diferença entre essas duas baterias e as anteriores está na forma dos elétrodos
positivos, que são tubulares, com tubos permeáveis em torno das varetas, através do
qual circula o eletrólito. Estas baterias também tem vida útil muito superior às baterias
comuns, não são volumosas, mas pesadas e tem maior custo de instalação, inclusive nos
preços comerciais muito superiores a outros tipos de baterias.
Baterias de Bloco com Placas Positivas Planas (OGi): As baterias OGi (do alemão:
Ortsfeste Ghitterplatten, que significa: Placas Estacionárias Radias) são do tipo
estaciónaria com os elétrodos positivos em formato de placa plana com uma
configuração que está entre a das baterias de grade e as baterias de elétrodo tubular. As
varetas encaixadas em um protetor comum, que possibilita a fabricação de placas planas
mais baratas que as tubulares, mas com vida útil muito maior. Os elétrodos negativos
de uma bateria de bloco são em formato de grade.
32
CÉLULAS FOTOVOLTAICAS E BANCO DE BATERIAS
As baterias OGi alcançam 1300 ciclos com profundidade de descarga de 75% e 4500
ciclos com 30% de Pd. Devido à grande reserva de ácido no vaso, a manutenção será
necessária em períodos entre 3 e 5 anos. São muito utilizadas em sistemas autónomos
na Europa, pois conseguem ser carregadas mesmo com baixas correntes.
À medida que a bateria se descarrega a tensão diminui. Cai rapidamente no início devido
as perdas ôhmicas, depois cai continuamente até o fim de carga, quando cai rapidamente
e atinge o valor limite a partir do qual a concentração do ácido diminui muito começam
os efeitos nocivos da sulfatação (citado abaixo).
Capacidade: é a quantidade de carga eléctrica que a bateria pode fornecer até ficar
totalmente descarregada. A capacidade é o produto da descarga constante (𝐈𝐧 ) pelo
tempo de descarga (𝐭 𝐧 ):
𝐂𝐧 = 𝐈𝐧 × 𝐭 𝐧
33
CÉLULAS FOTOVOLTAICAS E BANCO DE BATERIAS
A confiabilidade dos sistemas fotovoltaicos é tão alta, que são utilizados em locais
inóspitos como: espaço, desertos, selvas, regiões remotas, etc.
Um Sistema Fotovoltaico Isolado é aquele que não tem contato com a rede de
distribuição de eletricidade das concessionárias. Os sistemas isolados podem ser classiicados
em Híbridos ou Autônomos (Puros). Os sistemas autônomos podem ser com, ou sem
armazenamento elétrico.
Um sistema fotovoltaico puro é aquele que não possui outra forma de geração de
eletricidade. Devido ao fato de o sistema só gerar eletricidade nas horas de sol, os sistemas
autônomos são dotados de acumuladores que armazenam a energia para os períodos sem sol, o
que acontece todas as noites, e também nos períodos chuvosos ou nublados. Os acumuladores
são dimensionados de acordo à autonomia que o sistema deve ter, e essa varia de acordo às
condições climatológicas da localidade onde será implantado o sistema fotovoltaico.
36
SISTEMAS FOTOVOLTAICOS
Nos capítulos seguintes serão explicados os detalhes sobre cada um dos componentes
de um sistema fotovoltaico autônomo.
37
SISTEMAS FOTOVOLTAICOS
1. Módulos Fotovoltaicos
2. Inversor Grid-Tie – Transforma a corrente contínua do painel em corrente alternada de
127 V/220 V e 60Hz, compatível com a eletricidade da rede.
3. Interruptor de Segurança.
4. Quadro de Luz - distribui energia para casa.
5. A eletricidade alimenta os utensílios e eletrodomésticos
6. O excedente volta para a rede elétrica através do medidor fazendo-o rodar ao
contrário, reduzindo a tarifa de energia elétrica.
A constituição dos dois tipos difere apenas no uso de baterias pelo sistema indireto,
contudo, com vistas ao menor custo total do sistema, o sistema direto é mais usual, reservando-
se a aplicação indireta apenas quando é necessário realizar o bombeamento em horário sem
insolação. Além disso, o sistema direto pode usar ou não um conversor de potência. A Figura
4.6 apresenta as configurações em ambientes de bombeamento fotovoltaico, as linhas mais
espessas destacam a modalidade mais utilizada.
38
SISTEMAS FOTOVOLTAICOS
Posso usar o gerador solar com a minha motobomba? O gerador solar gera em corrente
contínua. Para acionar uma motobomba de corrente alternada é preciso instalar adicionalmente
um inversor de frequência variável, pois a motobomba vai trabalhar com maior ou menor
rotação dependendo da quantidade de radiação solar disponível. Existem motobombas que já
vem com este inversor de frequência embutido o que facilita a instalação.
Em geral, as bombas centrífugas são adequadas para aplicações que exigem grandes
volumes de água (elevadas vazões) e pequenas alturas manométricas (reservatórios superficiais
ou cisternas). Possuem pás ou rotores que giram em alta velocidade, criando pressão e forçando
o fluxo de água.
39
SISTEMAS FOTOVOLTAICOS
A vazão de água bombeada pelas bombas volumétricas apresenta menor dependência com
a altura manométrica, se comparada com a das bombas centrífugas. Nas bombas volumétricas
a água é bombeada a partir de um mecanismo, em geral um êmbolo, que, com movimentos
sucessivos, força o deslocamento do fluido no sentido do próprio êmbolo. A concordância dos
sentidos dos dois movimentos, água e êmbolo, permitem que estas bombas também sejam
chamadas de bombas de deslocamento positivo.
Controladores eletrônicos (inversores ou conversores c.c.-c.c.): são recomendados
para os outros tipos de bombas; porém, tornam-se mandatórios para as bombas volumétricas.
São eles que ajustam o ponto de operação do gerador fotovoltaico, de modo a fornecer a máxima
corrente para a partida do motor. Estes controladores possuem um dispositivo eletrônico
responsável pela melhor adaptação da potência de saída do gerador com a de entrada da bomba.
Eles permitem a operação para uma extensa faixa de níveis de irradiância, alturas manométricas
e vazões de água, e, além disso, solucionam o problema de partida das bombas volumétricas.
Baterias também podem ser usadas entre a bomba volumétrica e o gerador fotovoltaico,
para fornecer uma tensão estável para partida e operação da bomba. Além disso, permitem a
partida do motor, mesmo quando os níveis de irradiância estiverem baixos. Na maioria das
vezes, os controladores e as baterias não são dimensionados para permitir o bombeamento de
água durante a noite, mas somente para dar estabilidade à operação do sistema.
40
SISTEMAS FOTOVOLTAICOS
Figura 4. 8: Princípio de funcionamento de diferentes tipos de bomba de deslocamento positivo: (a) bomba de
parafuso, (b) bomba de engrenagens, (c) bomba de lóbilos; (d) bomba de palhetas e (e) bomba de pistão.
Tanto os motores c.c. quantos os motores c.a. são indicados para o uso em SFVB. A
descrição sobre as particularidades de cada um esclarece em que condições cada um deles é
melhor aplicado.
Motores c.c.: as máquinas elétricas classificadas nesta categoria podem possuir escovas
ou não. Motores com escovas necessitam de manutenção mais frequente devido ao
desgaste natural das escovas de grafite, por outro lado, os motores sem escova usam
circuitos eletrônicos que controlam eletroímãs, por isso sua taxa de manutenção é
menor, contudo esses circuitos são mais sujeitos às falhas. São mais eficientes em
comparação os motores de corrente alternada;
Motores c.a.: são os mais utilizados em todas as aplicações devido ao baixo preço e
facilidade de ser encontrado no mercado, entretanto, precisam necessariamente de um
inversor quando alimentados por módulos fotovoltaicos, isso pode tornar o sistema mais
caro. O tipo mais utilizado é de indução, nesse caso o inversor é projetado para dar a
partida nele e variar a frequência de modo que a tensão de saída do gerador seja
adequada à carga.
41
SISTEMAS FOTOVOLTAICOS
Duração: A maioria dos fabricantes garante pelo menos 25 anos como vida útil dos
módulos fotovoltaicos;
42
SISTEMAS FOTOVOLTAICOS
Custo inicial: o custo inicial dos sistemas fotovoltaicos é elevado, logo cada solução
fotovoltaica deve ser corretamente avaliada e comparada com alternativas existentes;
Informação: os sistemas fotovoltaicos são ainda uma tecnologia nova em países em vias
de desenvolvimento onde poucas pessoas conhecem o seu potencial de aplicação.
43
DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS ISOLADOS
44
DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS ISOLADOS
O regulador de carga também impede que a bateria continue a receber carga do campo
gerador fotovoltaico uma vez este tenha alcançado a sua carga máxima, o que previne que a
bateria se venha a deteriorar por meio da gaseificação ou aquecimento, o que encurta a sua vida
útil. A maioria dos reguladores permite inicialmente que toda a corrente produzida, pelo campo
gerador fotovoltaico, passe para a bateria. Assim, quando a bateria se aproxima do seu estado
final de carga, fornecem-se correntes intermitentes para manter a bateria num estado de
“flutuação”.
A maior parte dos reguladores de carga permite o ajuste das tensões de regulação para
adequar os níveis de corte ao tipo de bateria utilizado na instalação fotovoltaica, estes ajustes
devem ser realizados por pessoal qualificado e não deverão estar acessíveis ao utilizador.
45
DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS ISOLADOS
Regulador série;
Regulador paralelo ou shunt;
Regulador MPPT.
Este regulador tem esta designação pelo facto de o interruptor de controlo eletrónico S1
ficar em série como gerador fotovoltaico, Figura 5.3. Quando atingida a tensão máxima, o
controlador interrompe a entrega da potência por parte dos módulos FV através do controlo S1,
que pode ser um relé ou um semicondutor, evitando desta forma a sobrecarga, voltando a ligar-
se quando a tensão da bateria diminui.
Este regulador também inclui outro interruptor entre a bateria e a carga, S2, que evita a
descarga da mesma, cortando o abastecimento de energia quando se alcança a tensão de corte
por descarga profunda. Este é utilizado em instalações onde se aplicam intensidades mais
elevadas.
46
DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS ISOLADOS
Analisando a Figura 5.4, verifica-se que este regulador fica com o interruptor de
controlo S1 em paralelo com o gerador FV, e daí a designação de paralelo. Quando a tensão
aos terminais da bateria atinge o valor de tensão de sobrecarga Vsc , o regulador desvia parte da
corrente que chega à bateria ao invés de a interromper, deixando passar apenas uma quantidade
de corrente que evita a auto-descarga.
Quando a radiação solar diminui nos módulos FV, a tensão nos módulos também baixa.
Os reguladores estudados até agora não permitiam aproveitar a energia produzida pelos
módulos FV (embora em pouca quantidade) e, sendo assim, o ponto de máxima potência (MPP,
visto atrás), não seria alcançado. Este regulador permite aproveitar a energia produzida do
gerador FV, situando o ponto de funcionamento na máxima potência, mantendo um valor de
tensão superior ao da bateria que, desta forma, irá carregar. Trata-se de um regulador que não
desperdiça energia. Por outro lado, e de modo a efetuar esta operação, o regulador necessita
também de um conversor DC/DC que ajuste o valor da tensão e procure o MPP.
47
DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS ISOLADOS
Figura 5.6: Exemplo de um esquema de ligações de um regulador num sistema FV com cargas
5.1.3 - Inversores
48
DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS ISOLADOS
converte a corrente contínua em corrente alternada e ajusta a tensão e a frequência à carga que
desejamos satisfazer. O símbolo do inversor está mostrado na Figura 5.7 e a ilustração das
ligações de um inversor DC-AC acoplado a um sistema fotovoltaico isolado pode ser
encontrada na Figura 5.8.
O inversor, Figura 35, liga-se diretamente aos terminais da bateria, uma vez que as
correntes solicitadas são geralmente demasiado elevadas para o regulador de carga
(especialmente no arranque de uma carga de 230 V). A ligação direta com a bateria implica que
o inversor possua um sistema integrado de controlo de profundidade de descarga.
Figura 5.9: Inversor DC-AC da SMA Sunny Boy para instalações fotovoltaicas isoladas.
49
DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS ISOLADOS
De onda quadrada: São os mais baratos, sendo que a onda de saída tem um grande
conteúdo harmónico indesejado que gera ruídos e perdas da potência. Não regulam bem
tensão de saída. De referir que este inversor não deve ser utlizado em sistemas FV
isolados, onde possam existir cargas que não são puramente resistivas;
De onda sinusoidal (semelhante à onda da rede elétrica): São os que utilizam à saída
uma forma de onda sinusoidal pura. São indicados para trabalhar com aparelhos
eletrónicos sensíveis e atualmente estão a impor-se sobre o resto dos inversores,
incluindo para aplicações mais simples. Não apresentam problemas em relação à
distorção harmónica ou estabilidade de tensão e o seu custo é maior que o dos inversores
de onda quadrada ou de onda modificada.
A Figura 5.10 ilustra as diferentes formas de onda de tensão de saída dos inversores
aqui descritos.
50
DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS ISOLADOS
5.1.4.1 - Fusíveis
Fusíveis são dispositivos de proteção, utilizados para proteger contra sobrecorrentes
(curto-circuito) e sobrecarga de longa duração. São constituidos por um conductor de secção
reduzida (elo fusível) em relação aos conductores da instalação, montados numa base de
material isolante.
Funcionamento
O fusível é um elo de ligação por onde passa a corrente, ele aquece se a variação da
corrente for acima do padrão para o qual foi projectado. Quando ocorre sobrecorrente, o elo
fusível aquece devido a sobrecorrente e o mesmo se funde, interrompendo a passagem de
corrente eléctrica, evitando assim danos à instalação e aos equipamentos.
Por esta razão é sempre muito importante que a capacidade dos fusíveis seja sempre
bem dimensionada. Porque se ele não queimar por excesso de carga, poderá queimar a fiação
do circuito, ou os aparelhos ligados a ele, com risco de provocar incêncio.
Nas residências, ainda existem algumas instalações em que os fusíveis estão localizados
no quadro de distribuição ou junto ao padrão, também conhecido como relógio medidor. No
quadro de distribuição existem outros dispositivos de proteção como por exemplo, o DPS e o
IDR. Instalados antes destes dispositivos, os fusíveois também conseguem fazer a proteção
deles, assegurando que funcionem de maneira correcta.
Características:
Corrente nominal: Valor de corrente que o circuito deve suportar continuamente sem
se fundir. Essa corrente geralmente vem expressa no corpo do fusível.
Elo fusível: O tempo que o mesmo leva para fundir é proporcional ao quadrado da
corrente aplicada e da inércia térmica do material empregado ao elo. Por isto, a variação
do material utilizado interfere na velocidade de ação do fusível. Ele pode ser muito
rápido, rápido, média, lenta ou muito lenta.
51
DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS ISOLADOS
Tabela 5.1: Características Eléctricas - Conforme Norma DIN VDE 0636-6, IEC 60269-6, NFC 63210
Corrente Nominal 1 a 32 A
Tensão Máxima 1000 Vcc
Capacidade de interrupção 30 KA
Tabela 5.2: Características - Conforme Norma IEC 60269-6, UL 2579, DIN 43620
52
DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS ISOLADOS
Tabela 5.3: Características Eléctricas Fus. 10/14x85 - Conforme Norma DIN VDE 0636-6, IEC 60269-6, NFC
63210.
Tabela 5.4: Características - Conforme Norma IEC 60269-6, UL269-6, UL 3579, DIN 43620.
Corrente Nominal 1 a 60 A
Tensão Máxima 1100 Vcc e 1500 Vcc
Fusível Categoria gPV
Conductor de Conexão 4 - 18 mm2
Perda 8W
Classe de Utilização DC - 20B
53
DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS ISOLADOS
5.1.5 - Disjuntor
54
DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS ISOLADOS
O distribuidor em que está instalado o disjuntor pode aquecer mais do que é habitual em
instalações comuns. Uma vez que as distribuições eléctricas em sistemas fotovoltaicos
são frequentemente estabelecidos fora de edifícios, é necessário contar com a
temperatura mais elevadas no distribuidor.
Os dados relativos ao factor de redução desta influência são indicados nos dados
técnicos do disjuntor.
55
DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS ISOLADOS
Um fusível roscado, poer exemplo, Diazed (sistema D) ou Neozed (sistema D0), não é
seccionador de carga e, portanto, pode ser usado como protecção de cabo, mas não
como dispositivo seccionador de carga. O fusível pode danificar-se durante a separação
sob carga ou a sua função pode ser prejudicada em devido o desgaste dos contactos.
Não é permitido ligar qualquer equipamento consumidor adicional entre o disjuntor e o
inversor.
5.1.6.1 - Definições
Função
O DPS é instalado entre a linha e o terra (sistema TN) e, assim, limita a diferença de
potencial durante em transiente de tensão. Os Dispositivos de Protecção de Surto possuem pelo
menos um componente não linear. Durante a operação normal do sistema (ausência de surtos),
o DPS não influência no sistema, pois actua como um circuito aberto, porém quando ocorre
um surto, em alguns nanossegundos, o DPS reduz a sua impedância interna e conduz o surto
de corrente limitando a tensão máxima a um valor admissível aos equipamentos a jusante. Após
o surto se extinguir o DPS recompõe o valor de impedância inicial e se comporta como um
circuito aberto.
O bombeamento pode ser utilizado para diversos fins, como o fornecimento de água
para consumo humano e animal, ou irrigação para cultivos. Cada finalidade, assim como as
características de uso próprias de cada local, apresenta necessidades variadas.
Na Tabela 6.1. Vale ressaltar que a necessidade de água para cultivo pode variar bem
mais que as necessidades humana e animal, em função do clima, tipo de solo, períodos de safra
etc. Sugere-se maior cuidado na utilização dos dados para cultivo disponíveis em tabelas,
recomendando-se um estudo criterioso anterior à etapa de projeto.
57
PROPOSTA DO DIMENSIONAMENTO DE UM SFVI NA COMUNA DO XANGONGO
Dados
V = 5.000 L = 5 m3
T = 30 min = 0,5 h = 1800 s
V
Q=
T
5.000 L 5 m3 𝟏 𝐦𝟑
Q= → 𝐐 = 𝟏𝟎. 𝟎𝟎𝟎 𝐋⁄𝐡 𝐨𝐮 Q= → 𝐐= ⁄𝐬
0,5 h 1800 s 𝟑𝟔𝟎
D = k√Q
1
D = 1,0 . √ → D = 0,0527 m → 𝐃 = 𝟓𝟐, 𝟕 𝐦𝐦 → 𝐃 ≈ 𝟓𝟎 𝐦𝐦
360
Figura 6.1: Esquema de um sistema de bombeamento solar com bomba de superfície e seus acessórios.
59
PROPOSTA DO DIMENSIONAMENTO DE UM SFVI NA COMUNA DO XANGONGO
Nível estático (A): distância entre o nível do solo e o nível da água em repouso (nível estático);
Afogamento = (A – 0,30) m → Afog. = (0,70 − 0,30) m → 𝐀𝐟𝐨𝐠. = 𝟎, 𝟒𝟎 𝐦
Altura geométrica de sucção (S): é medida em metros, e se trata da distância entre a ponto do
tubo de sucção até o bocal da motobomba;
S = (1,20 − 0,40) m → 𝐒 = 𝟎, 𝟖𝟎 𝐦
Altura geométrica de recalque (𝐇𝐫 ): é medida em metros, e se trata da distância entre o local
de sucção da bomba de água até a saída da tubulação de descarga;
Hm = H + (hf + he )
60
PROPOSTA DO DIMENSIONAMENTO DE UM SFVI NA COMUNA DO XANGONGO
Dados
Sendo o valor da altura geométrica total (H) igual a 7,40 m, e a perda de carga nas tubulações
e conexões (hf + he ) de 9,572 m, tem-se:
61
PROPOSTA DO DIMENSIONAMENTO DE UM SFVI NA COMUNA DO XANGONGO
Potência da Bomba
A potência recebida pela bomba, potência esta fornecida pelo motor que aciona a
bomba, é dada pela seguinte expressão:
Dados
P (potência do motor, 1 CV = 0,986 HP) - ?
1
𝐐 (vazão ou descarga, em m3 ⁄s) = 10.000 L⁄h = = 0,0027 m3 /s
360
𝐇𝐦 (altura manométrica, em m) = 16,97275 m
γ . Q . Hm 9,8 . Q. Hm
PCV = (CV) P= (kW)
75 . ηb ηb
1
1.000 × 360 × 16,97275 1.000 × 16,97275 16.972,75
PCV = → PCV = → PCV =
75 × 0,6 360 × 45 16.200
𝐏𝐂𝐕 ≅ 𝟏, 𝟎𝟒𝟕 𝐂𝐕
A Energia Hidráulica mínima necessária pode, então, ser calculada, resultando em:
Dados
𝑬𝒉 - ?
𝒈 = 9,81 m/s 2
𝝆 = 1.000 kg/m3 (massa específica da água)
Hm = 16,97275 m
3 3
Q = 10.000 L⁄h = 1⁄360 m ⁄s = 0,0027 m ⁄s
𝑬𝒉 = 𝝆.𝒈.Hm .Q
1
Eh = 1.000 × 9,81 × 16,97275 × → 𝐄𝐡 = 𝟒𝟔𝟐, 𝟓𝟎𝟕 𝐖𝐡/𝐝𝐢𝐚
360
62
PROPOSTA DO DIMENSIONAMENTO DE UM SFVI NA COMUNA DO XANGONGO
O exemplo de cálculo será um sistema que suprirá de energia elétrica uma residência
rural situada na província do Cunene, concretamente no município de Ombadja na comuna do
Xangongo. Para definir todos os elementos do SFVI em questão vamos seguir uma lógica de
raciocínio no cálculo de cada componente, segundo a lista a seguir:
63
PROPOSTA DO DIMENSIONAMENTO DE UM SFVI NA COMUNA DO XANGONGO
Todos os aparelhos citados acima são de uso comum e funcionam em corrente alternada
(CA) em 220 ou 230 Volts. Portanto deverão ser instalados em uma bateria por intermédio de
um Inversor de corrente Autónomo com saída de 220 ou 230 Volts. Antes de verificar nos
catálogos de fornecedores, precisamos saber a potência de tal inversor. Para isto verificamos a
potência instantânea que o inversor deverá controlar, somando a potência dos aparelhos que
serão ligados simultaneamente.
A potência que o inversor deverá controlar é de 2.740 W de maneira permanente. Como
os conversores de corrente têm sua máxima eficiência ao trabalho na faixa entre 50% e 70% da
sua capacidade, devemos considerar uma folga ao dimensionar o inversor. No caso apresentado
gora teremos o seguinte caso:
2.740
𝟐. 𝟕𝟒𝟎 𝐖 → ≅ 3.914 W
0,7
Inversor com folga de 30% ou seja utilização de 70% de sua capacidade.
2.740
𝟐. 𝟕𝟒𝟎 𝐖 → = 5.480 W
0,5
Inversor com folga de 50% ou seja com utilização de 50% de sua capacidade.
Podemos escolher um inversor com potência contínua entre 3.914 W e 5.480 W, com saída
para 230 Volts.
Figura 6.2: Inversor selecionado. Inversor híbrido MPPT SPC III-5000-48 Outback Power.
Tabela 6.5: Principais características eléctricas do inversor híbrido MPPT SPC III-500-48 Outback power.
29,83
ED = → 𝐄𝐃 ≅ 𝟑𝟐, 𝟎𝟕𝟓 𝐤𝐖𝐡/𝐝𝐢𝐚
0,93
O valor mostrado acima é o que deve chegar até os terminais do inversor, em corrente alternada.
𝐑 = 𝟎, 𝟖𝟗
65
PROPOSTA DO DIMENSIONAMENTO DE UM SFVI NA COMUNA DO XANGONGO
𝐕𝐢 = 𝟒𝟖 𝐕
Autonomia vária de acordo ao nível de insolação da localidade onde será instalado o
sistema fotovoltaico e o nível de segurança, ao custo de mais baterias. Suponhamos que
realizaremos esta raramente temos dois dias sem insolação directa. Portanto podemos escolher
uma autonomia de 2 dias.
𝐍=𝟐
O banco de bateria será composto por baterias de SOPZS 24V 720 Ah é uma solução
avançada e económica, ideal para armazenamento de energia em instalações solares
residenciais, estações de telecomunicações ou outras infraestruturas que exigem um ciclo de
vida longo e com pouca manutenção. A tecnologia de placa tubular está especialmente
desenhada para aplicações de energias renováveis, com critérios de fabrico segundo as normas
ISO 9001,ISO 14001, BS OHSAS 18001.
Figura 6.3: Estimativa de vida útil de uma bateria pela profundidade de descarga.
Com base nesse gráico podemos esimar que as baterias ‘viverão’ entre 2 anos (300 ciclos – a
40%) e 5 anos (1800 ciclos – a 20%).
66
PROPOSTA DO DIMENSIONAMENTO DE UM SFVI NA COMUNA DO XANGONGO
Parâmetro Descrição
Ciclo de vida Funcionamento cíclico até uma DoD de 60 % com uma vida útil
de 2000 ciclos a 20 ºC
Rendimento e fiabilidade Estrutura robusta e fabrico em modernas instalações europeias
de produção garantem um rendimento, eficiência e fiabilidade
excelentes.
Fácil manutenção O maior volume de eletrólito nos grandes contentores
translúcidos e as ligas especiais baixas em antimónio garantem
poucas e simples tarefas de reenchimento.
Segurança operacional Exaustivos testes de conformidade realizados segundo as
normas europeias e globais verificadas por agências
independentes de certificação de terceiros.
Solução de armazenamento de Fornecimento rápido de sistemas de baterias modulares com
energia completa e flexível todos os acessórios necessários para uma instalação segura em
suportes.
Custo total de aquisição (TCO) Benefícios significativos em termos de custo por ciclo e
ótimo maximização do valor da vida útil.
Seguindo com os cálculos usaremos, as seguintes características para este modelo de bateria:
𝐕𝐛 = 𝟐𝟒 𝐕
𝐂𝐧 = 𝟕𝟐𝟎 𝐀𝐡
𝐏𝐝 = 𝟎, 𝟔
Vamos calcular a Energia Real a ser fornecida pela instalação, que é a Energia Diária
somadas as perdas;
ED 32,075
ER = → ER = → 𝐄𝐑 ≅ 𝟑𝟔. 𝟎𝟑𝟗 𝐖𝐡/𝐝𝐢𝐚
R 0,89
Sabendo a Energia Real, podemos calcular a Capacidade útil do banco de baterias para 2 dias
de autonomia:
ER × N 36.039 × 2 𝑊ℎ
CU = → CU = ⁄𝑉 → 𝐂𝐔 ≅ 𝟏. 𝟓𝟎𝟏, 𝟔𝟐𝟓 𝐀𝐡
Vi 48
67
PROPOSTA DO DIMENSIONAMENTO DE UM SFVI NA COMUNA DO XANGONGO
As baterias não podem se descarregar totalmente, pois ocasionaria a fim da sua vida útil.
Podemos aproveitar apenas uma parte da energia acumulada nas baterias, o que equivale a
profundidade de descarga. Por isso a Capacidade Real do banco de baterias deverá ser maior
que a Capacidade Útil: para que ``sobre´´ carga acumulada nas baterias. Como já vimos, quanto
menor a profundidade de descarga, mais ciclos de carga e descarga a bateria suporta. Só que
uma menor profundidade de descarga demanda uma maior Capacidade Real, o que encarece o
banco de baterias.
Vamos ao cálculo:
CU 1.501,625
CR = → CU = → 𝐂𝐔 ≅ 𝟐. 𝟓𝟎𝟐, 𝟕𝟎𝟖 𝐀𝐡
Pd 0,6
Portanto o banco de baterias deverá ter a Capacidade Real de 2.502,708 Ah para prover
a potência de 36.039 Wh/Dia por 2 dias. Devido a perdas em toda a instalação, devemos
fornecer um pouco mais às cargas, que demandam 32.075 Wh/ Dia.
Calcularemos a quantidade, e o modo associação das baterias SOPZS 24V 720 Ah para
montarmos esse banco de baterias.
Vi 48
BS = → BS = → 𝐁𝐒 = 𝟐
Vb 24
Usaremos então 2 baterias em série
Já sabemos então o número total de baterias:
NB = BP × BS → NB = 4 × 2 → 𝐍𝐁 = 𝟖
Dicas Importantes:
Os fabricantes dão certas recomendações em relação aos bancos de baterias, tanto para
maior segurança dos sistemas, quanto para maior vida útil das baterias:
Evitar mais de 6 ramos/blocos (baterias em série) em paralelo, para evitar os efeitos do
envelhecimento ‘não uniforme’ das baterias;
Ter no mínimo 2 ramos/blocos em paralelo, para maior segurança, no caso de um
elemento em série apresentar falhas;
Evitar montar bancos de baterias com capacidade total muito maior que a corrente
máxima do painel fotovoltaico. É recomendado que o banco de baterias tenha
capacidade máxima entre 10 vezes a 15 vezes a corrente máxima do (s) painel (eis)
fotovoltaico (s), e o limite máximo de 25 vezes a corrente máxima.
68
PROPOSTA DO DIMENSIONAMENTO DE UM SFVI NA COMUNA DO XANGONGO
Controladores sem MPPT desperdiçam parte da energia solar nas primeiras e últimas
horas do dia, bem como em períodos de baixa insolação. Como NÃO se adaptam às condições
de irradiância e temperatura (como fazem os MPPT’s) as irradiância abaixo do umbral não são
suficientes para ativar seus circuitos (no caso dos controladores mais sofisticados) ou vencer a
barreira imposta pelos diodos interno de proteção, fazendo com que a energia convertida pelos
módulos não seja aplicada às baterias. Além disso, a forma de atuação dos inversores menos
sofisticados, que não sua grande maioria é do ipo série, provoca uma grande perda em relação
à potência pico do painel fotovoltaico.
𝐄𝐩 = 𝐄𝐑
Se o projeto não possuir um controlador de carga com MPPT devemos considerar que
a Energia que o Painel deve Gerar (Ep) deve ser 10% superior que a Energia Real (ER) para
compensar essas perdas (e outras) no controlador:
𝐄𝐑
𝐄𝐩 =
𝟎, 𝟗
Para saber o potencial solar do local em estudo (Xangongo), fez-se o uso do banco de
dados de Radiação Solar do Atlas Solar Global.
Tabela 6.7: Dados de parâmetros que têm Influência na disponibilidade Solar no local em estudo.
Município: Ombadja
Sede e comuna: Xangongo
Latitude: -16,744264°
Longitude: 14,976369°
Ângulo Inclinação Simbologia Média mensal
Irradiação horizontal global 0° GHI 6,47 kWh/m2 /dia
Inclinação ideal dos módulos 21/0 ° OPTA
fotovoltaicos
Irradiação inclinada global no 21 ° GTIOPT 6,860 kWh/m2 /dia
ângulo ideal
Geralmente a melhor inclinação para um painel fotovoltaico é dado pela seguinte fórmula:
α = lat + 25% . lat
lat
α = lat +
4
Onde:
α: Inclinação do painel fotovoltaico em graus, em relação ao plano horizontal;
Lat: Latitude do local em graus.
16,744°
α = 16,744° + → α = 16,744° + 4,186° → α = 20,93° → 𝛂 ≈ 𝟐𝟏°
4
Os painéis solares fotovoltaicos não são capazes de produzir o seu potêncial máximo
em qualquer condição. Os factores que podem alterar a referida potência são de natureza
climatológica, inclinação, orientação e dependerão das horas de radiação solar que possuem
em função do local instalado.
A magnitude que mede a radiação solar que atinge a terra é irradiância, que mede a
energia que, por unidade de tempo e área, chega à terra. Sua unidade é W⁄m2 .
A hora solar de pico (HSP), poderíamos defini-la como uma unidade encarregada de
medir a irradiação solar e defini-la como o tempo (em horas) de uma hipotética irradiância solar
constante de 1.000 W⁄m2 .
70
PROPOSTA DO DIMENSIONAMENTO DE UM SFVI NA COMUNA DO XANGONGO
Cálculo do HSP
É importante saber calcular o HSP pois disso depende o sucesso do projecto de
instalação, pois como você verá a irradiância não será a mesma em nenhum mês do ano, e para
instalações onde seu uso é anual é impossível obter um resultado de cálculo satisfatório nos
meses de maior irradiância, pois assim, nos meses de menor irradiância, a instalação não
cobriria as reais necessidades.
O número de Horas de Sol Pleno (HSP) é uma grandeza que reflete o número de horas
em que a irradiância solar deve permanecer igual a 1 kW/m², de modo que a energiza acumulada
ao longo do dia seja equivalente à disponibilizada pelo Sol naquele determinado local. A partir
da equação abaixo é possível encontrar o valor de HSP.
Irradiância do local[kWh/m2 ]
HSP =
1[kWh/m2 ]
6,47
HSP = → 𝐇𝐒𝐏 = 𝟔, 𝟒𝟕 [𝐡]
1
Características físicas
Tipo de terminal de saída Conector de múltiplo contacto
Cor da moldura Claro
Dimensões 2.384 mm × 1.303 mm × 35 mm
Cabo 4 mm2
Peso 34,4 kg
Vi 48
mS = → mS = → 𝐦𝐒 = 𝟐
Vm 24
Cada fileira será formada por 2 módulos em série.
Ep 36.039 Wh
Vi ⁄V 750,8125 Ah
mP = → mP = 48 → mP = ⁄Ah
0,9 × Imp × HSP 0,9 × 17,28 × 6,47 100,6214
mP ≅ 7,461 → 𝐦𝐏 ≈ 𝟕
Nm = mS × mP → Nm = 2 × 7 → 𝐍𝐦 = 𝟏𝟒
72
PROPOSTA DO DIMENSIONAMENTO DE UM SFVI NA COMUNA DO XANGONGO
O controlador de carga é o responsável por usar essa energia excedente para as tarefas
de manutenção do banco de baterias como, por exemplo, as cargas de equalização. Um
controlador de má qualidade simplesmente desperdiçará a energia excedente.
ISC painel = mP × ISC módulo → ISC painel = 7 × 18,51 → 𝐈𝐒𝐂 𝐩𝐚𝐢𝐧𝐞𝐥 = 𝟏𝟐𝟗, 𝟓𝟕 𝐀
São possíveis equipamentos de protecção do lado CC: fusível, disjuntor e DPS. Estes
são normalmente acondicionados dentro de caixas conhecidas como string box ou dentro do
próprio inversor. Dentre os dispositivos de protecção CA: estão incluídos o DPS e o disjuntor.
Escolher correctamente que fusível deve usar é muito importante, pois se for
dimensionado da maneira errada poderá causar grandes danos. Para definir o fusível, é muito
importante avaliar as condições operacionais do circuito a ser protegido, a fim de adequar a
resposta deste dispositivo caso seja solicitado numa situação de sobrecorrente.
73
PROPOSTA DO DIMENSIONAMENTO DE UM SFVI NA COMUNA DO XANGONGO
Em CC:
Ifusível = Isc × mP
Onde:
Isc = 8,68 A
mP = 7
Em CC:
Em CA:
S
Idisjuntor =
U
Onde:
S (potência de saída do inversor) = 10.000 VA
U = 220 V
10.000 VA
Idisjuntor = → Idisjuntor ≅ 45,45 A → 𝐈𝐝𝐢𝐬𝐣𝐮𝐧𝐭𝐨𝐫 ≈ 𝟓𝟎 𝐀
220 V
Quando uma tempestade aparece você fica com medo de que haja uma descarga
eléctrica em sua residência? Tomar precaução para que isso não aconteça é de suma
importância, pois essa descarga é um dos motivos que resultam em um surto eléctrico que pode
queimar equipamentos eléctricos e electrónicos, além de oferecer um alto risco para quem está
perto.
74
PROPOSTA DO DIMENSIONAMENTO DE UM SFVI NA COMUNA DO XANGONGO
Em CC:
UC2 + USC
2
Un2 =
2
Onde:
Un (tensão nominal)− ?
UC (tensão máxima de entrada do inversor) = 450VDC
UOC (tensão de circuito aberto do módulo FV) = 45,6 × 2 = 91,2 V
4502 + 91,22
|Un | = √ → 𝐔𝐧 ≅ 𝟑𝟐𝟒, 𝟔𝟑𝟗 𝐕
2
Em CA:
Quando a tensão eléctrica é de 220 V pode ser usado apenas o DPS de 275 V.
75
ESQUEMA ELÉCTRICO DA INSTALAÇÃO FOTOVOLTAICA ISOLADA
Um sistema de engenharia é criado para cumprir uma série de requisitos e objetivos, por
meio da execução de ações de seus subsistemas e/ou componentes. Nesse contexto, o conjunto
de atividades que se destinam a manter a operação e/ou reparar componentes, para que o sistema
de engenharia possa continuar a desempenhar sua função se define como manutenção.
Todo sistema fotovoltaico (SFV) deve passar por inspeção e manutenção regularmente, de
forma a garantir uma operação eficiente e impedirá ocorrência de problemas futuros. Para isso,
recomenda-se elaborar e seguir um plano de operação e manutenção, baseando-se nas
recomendações feitas pelos fabricantes dos equipamentos utilizados no sistema e nas normas
pertinentes à segurança e à utilização dos equipamentos envolvidos na instalação fotovoltaica.
Alguns fatores devem ser levados em consideração para a definição da melhor estratégia de
manutenção, são eles:
Por sua característica reativa, realizada apenas com o registro de ocorrências, este tipo
de manutenção é emergencial, inesperada e possui maior custo historicamente. Pode-se
caracterizar esta metodologia de manutenção em dois tipos:
Nos SFVIs individuais de pequeno porte, alguns procedimentos para uma boa
manutenção preventiva podem ser realizados pelo próprio usuário do sistema. Contudo, no caso
de sistemas instalados pela distribuidora, recomenda-se que o usuário não interfira no sistema.
8.4.1 – Semanal
Limpeza dos painéis com água sem qualquer produto adicionado a mesma. A
sujeira pode resultar de excrementos de pássaros, emissões, poeira ou sujeira que se
instalam e se acumulam na superfície dos módulos. Sujeira extensiva pode reduzir a
produção do arranjo em 10% a 20% ou mais. Durante a limpeza o técnico deverá evitar
se apoiar nos painéis. A limpeza deverá ser feita preferencialmente em horários em que
os painéis não estejam quentes para evitar choque térmico, de modo a não danificar o
vidro de cobertura.
79
PLANO DE MANUTENÇÃO
80
PLANO DE MANUTENÇÃO
O mesmo vale para as baterias seladas, como, por exemplo, as do tipo OPzV. Entretanto,
aqueles tipos que necessitam de reposição de água (baterias abertas, OPzS etc.) exigem maiores
cuidados. Nestes casos, deve-se verificar o nível e a densidade do eletrólito periodicamente, a
fim de evitar danos à bateria, com consequente redução de sua vida útil. O intervalo de
verificação irá depender de:
Condições climáticas: em lugares mais quentes pode haver maior perda de água (maior
evaporação);
Condições de uso: quando maior a profundidade de descarga, maior a perda de água do
eletrólito;
“Saúde” da bateria: células em curto aceleram a evaporação de água do eletrólito.
8.4.2 - Mensal
Inspecione todos os terminais quanto a corrosão e afrouxe as conexões dos cabos. Limpe
e aperte conforme necessário. Após a limpeza, adicione antioxidante ao fio e aos
terminais expostos;
8.4.3 – Anual
82
PLANO DE MANUTENÇÃO
83
PLANO DE MANUTENÇÃO
Controladores de carga
Sintoma Causa Resultado Ação corretiva
Tensão da bateria
abaixo do ponto de Para o controlador de
regulagem (set-point) carga, as baterias estão Reparar, substituir ou
de retomada do operando com reposicionar o sensor
carregamento, embora Sensor de temperatura temperatura mais baixa de temperatura
o controlador não defeituoso ou mal do que a real
carregue as baterias posicionado; má
conexão dos terminais
Tensão da bateria do sensor de
acima do ponto de temperatura no Para o controlador de Reparar, substituir ou
regulagem (set-point) controlador de carga carga, as baterias estão reposicionar o sensor
de término do operando com de temperatura ou
carregamento, embora temperatura mais alta substituir o controlador
o controlador continue do que a real de carga
carregando as baterias
Pequena quantidade de Reconfigurar ou
Ruídos nos relés Baixa tensão
baterias em série adicionar baterias
(geralmente empregados
em controladores de Conexões das baterias Elevada queda de Apertar, reparar ou
carga mais antigos, para frouxas ou oxidadas tensão substituir os cabos
as operações de
chaveamento)
Baixa tensão nas Reparar ou substituir as
baterias baterias
84
PLANO DE MANUTENÇÃO
Controladores de carga
Sintoma Causa Resultado Ação corretiva
Temporizador (timer) não Esperar até o reset automático
sincronizado com a hora do dia seguinte;
real do dia (caso de Ou desconectar o gerador,
Controlador liga e
controladores temporizados esperar 10 segundos para
desliga a carga, em
na carga, como, por resetar o coltrolador e
períodos incorretos
exemplo, os utilizados em conectá-lo novamente;
sistemas fotovoltaicos de Ou reprogramar o controlador
iluminação pública) de carga;
Operação irregular
do controlador de Ciclagem liga-
Conectar o inversor
carga e/ou desliga no
Ruído elétrico do inversor diretamente às baterias,
desconexão controlador muito
colocar filtros na carga
inadequada de rápida
cargas Elevados surtos para a Queda de tensão das Usar cabos de maior bitola
carga (partida de motores, baterias, durante o para a carga ou adicionar
por exemplo) surto baterias em paralelo
Controlador de carga Cargas
Reparar ou substituir o
defeituoso, possivelmente, desconectadas
controlador de carga e
em função de danos inadequadamente e
verificar o sistema de
causados por descarga outras operações
aterramento
atmosférica irregulares
ajuste incorreto do ponto de Cargas Alterar o ponto de regulagem
regulagem (set-point) de desconectadas (set-point) de baixa tensão de
Operação irregular baixa tensão de desconexão inadequadamente desconexão
do controlador de Chave da carga em posição Cargas nunca Mudar a chave para a
carga e/ou errada no controlador desconectam posição correta
desconexão Se necessário, substituir o
inadequada de Controlador de carga não
controlador de carga por
cargas possui a característica de Cargas nunca
outro que possua a
desconexão por baixa desconectam
característica de desconexão
tensão
por baixa tensão
Desconectar as baterias
Gerador curto-circuitado quando estiver testando a
Queima do fusível, com as baterias conectadas corrente de curto-circuito do
Alto fluxo de gerador
colocado no
corrente através do
circuito que Substituir o controlador de
Corrente de saída do controlador de carga
alimenta o gerador carga por outro com
gerador é muito elevada
capacidade nominal de
para o controlador de carga
corrente mais elevada
Eliminar o curto-circuito ou
Curto-circuito nas cargas Corrente elevada
substituir a carga defeituosa
Proteção (disjuntor,
Corrente exigida pelas
fusível) colocada
cargas é muito elevada para
no circuito que Reduzir a potência das cargas
o controlador de carga Alto fluxo de
alimenta as cargas ou trocar o controlador de
atuando Surto de corrente exigido corrente através do
carga por outro de maior
continuamente pelas cargas é muito controlador de carga
capacidade
elevado para o controlador
de carga
85
PLANO DE MANUTENÇÃO
Inversor
Sintoma Causa Resultado Ação corretiva
Fechar chaves,
substituir
fusíveis(determinar o
motivo pelo qual os
Dispositivos de proteção e
fusíveis ou os
seccionamento (chaves,
Nenhum fluxo de disjuntores estão
fusíveis, disjuntores etc.)
energia através do abertos, danificados, ou
abertos, danificados ou
inversor desconectados, antes de
desconectados; cabeamento
substituí-los ou montá-
rompido ou oxidado
los novamente);
rearmar os disjuntores;
reparar ou substituir o
cabeamento danificado.
86
CAPÍTULO 9 - CONCLUSÃO
Antes de mais, pode-se aqui discutir o local de escolha para a instalação do SFVI,
escolha essa sustentada pela circunstância desta cidade/comuna (Xangongo) se encontrar
próxima do rio (Cunene). De facto, devido à natureza dos acessos para a interligação com a
comuna, sem estradas asfaltadas, e a falta de eletrificação do local em estudo, por outro lado,
justifica essa escolha. Para além disso, a análise rigorosa das condições meteorológicas do local,
as radiações e as temperaturas, permitiu concluir que este seria um bom local para a instalação
do SFVI. Este local tem um elevado potencial de recurso solar, com uma média anual de
irradiação global em plano horizontal de 2364,5 kWh/m2 /ano.
Angola é dotada de uma vasta riqueza de recursos naturais: além de recursos fósseis e
geológicos possui um grande potencial hídrico, elevados níveis de radiação solar e recursos
eólicos e de biomassa de diferentes fontes. A disponibilização destes recursos naturais eleva o
potencial para a produção de energia renovável limpa.
Com o desenvolvimento contínuo do ramo de energia solar e de novas tecnologias a
microgeração de energia eléctrica pessoal a base de células solares tornou-se uma das mais
promissoras oportunidades de geração de eléctricidade nas áreas rurais, o que promove o
desenvolvimento do ramo solar e o acesso a energia em residências isoladas em regiões não
cobertas por redes eléctricas convencionais.
Através do sistema de banco de baterias é possível ter um acúmulo de carga em um local
isolado e assim ter energia eléctrica em periódos de clima desfavorável e no período de baixa
geração.
O sistema fotovoltaico tem como vantagens a não poluição, é renovável, limpo,
silencioso necessita de pouca manutenção e é de fácil instalação. Suas desvantagens são o alto
custo de aquisição, principalmente por não gerar energia à noite e necessário a construção de
um de baterias que encarecem o sistema.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Solar Energy International (SEI) – Photovoltaics, Design and Installation Manual, Gabriola
Island, New Society Publishers (NSP).
Solar Energy International (SEI) – Photovoltaics, Design and Installation Manual, Gabriola
Island, New Society Publishers (NSP).
Ramlow, Bob; Nusz, Benjamim – Solar Water Heating, A comprehensive Guide To Solar
Water and Space Heating Systems, Gabriola Island, New Society Publishers.
Earthscan – Photovoltaic Systems, Planning & Installing, A guide for Installers, Architects and
Engineers, Berlin, The German Energy Society (Deutsche Gesellshaft fur Sonnenenergie (DGS
LV).
Painel fotovoltaico - Sharp ND-R250 A5. [Online]. Available: https: //www. euromed.
company/products-reel/photovoltaic/sharp-nd-r250a5/.
88
S. S. A. Freitas, Dimensionamento de sistemas fotovoltaicos Engenharia Industrial Engenharia
Electrotécnica.
Quiçama, Ernesto (2012). Soluções Técnicas para um Projeto de Habitação com Produção
Própria de Energia em Angola. Dissertação de Mestrado, Departamento de Engenharia
Eletrotécnica do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra.
Planning and Installing Photovoltaic Systems (2013), third edition , German Solar Energy
Society.
ThiagoMirandaDeSouza_tcc.pdf
89
ANEXOS
90
Figura A. 2: Ilustração de pesquisa/colheita de irradiância e temperatura (2)
91