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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DE EDUCAÇÃO
INSTITUTO POLITÉCNICO INDUSTRIAL, Nº 1119 - SIMIONE MUCUNE

TRABALHO DE TÉCNOLOGIA DE ELECTROMECÂNICA

PRODUÇÃO DE ENERGIA DAS ONDAS

Curso: Técnico de Electromecânica

Benedito Domingos Fernando Afonso. Nº 05 |EM11BM

Luanda aos 10 de Novembro de 2023


REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DE EDUCAÇÃO
INSTITUTO POLITÉCNICO INDUSTRIAL, Nº 1119 - SIMIONE MUCUNE

TRABALHO DE TÉCNOLOGIA DE ELECTROMECÂNICA

PRODUÇÃO DE ENERGIA DAS ONDAS

Curso Técnico de Electromecânica

Benedito Domingos Fernando Afonso. Nº 05


11ª Classe Turma: EM11BM Sala: 21

Orientador
___________________________
João Paulo Lameira Gaspar
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Deus e a toda minha família, aos professores e a


coordenação do curso Técnico de Electromecânica, por terem me ajudado na minha
formação e todos que participaram direita ou endireitamento.

1
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pelas metas que permitiu-me alcançar, a minha


família e amigos pelo apoio, a todos os professores do curso especialmente ao professor
João Paulo Lameira Gaspar pelas suas orientações, exigências neste projecto afim de que
eu esteja capacitado, para no futuro exercer a minha formação como Técnicos de
Electromecânica.

A todos o meu muito obrigado.

2
RESUMO

Este trabalho visa a estudar e definir o conceito de energia produzido pelas ondas,
bem como os tipos de sistemas eficientes para a transformação e geração de energia
elétrica limpa, a partir da energia das ondas.

Apresenta a importância de utilização deste tipo de energia, suas vantagens,


desvantagens na instalação dos elementos constituintes e funcionamento dos sistemas
ondomotrizes (energia das ondas).

O trabalho apresentado tem como objectivo representar os componentes do


dispositivo, para conversão de energia mecânica em energia elétrica, considerou – se a
utilização de um gerador de corrente contínua de ímãs permanentes.

Os esquemas ou diagramas apresentam uma proposta de como se obter a máxima


eficiência disponível nesses dispositivos para um regime de ondas regulares, contribuindo
para a viabilização da utilização dessa tecnologia.

3
ABSTRACT

This work aims to study and define the concept of energy produced by waves, as
well as the types of efficient systems for the transformation and generation of clean
electrical energy, from wave energy.

It presents the importance of using this type of energy, its advantages,


disadvantages in the installation of constituent elements and operation of wave energy
systems.

The objective of the work presented is to represent the components of the device,
for converting mechanical energy into electrical energy, considering the use of a
permanent magnet direct current generator.

The schemes or diagrams present a proposal on how to obtain the maximum


efficiency available in these devices for a regular wave regime, contributing to the
feasibility of using this technology.

4
ÍNDICE GERAL

Índice geral
DEDICATÓRIA ............................................................................................................... 1
AGRADECIMENTOS ..................................................................................................... 2
RESUMO ......................................................................................................................... 3
ABSTRACT ..................................................................................................................... 4
ÍNDICE GERAL .............................................................................................................. 5
ÍNDICE DE FIGURAS .................................................................................................... 7
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 8
PROBLEMÁTICA ........................................................................................................... 9
JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 10
HIPOTESES ................................................................................................................... 10
Objectivos ....................................................................................................................... 11
Objectivo Gerais ......................................................................................................... 11
Objectivos Específicos: .............................................................................................. 11
DELIMITAÇÃO DO ESTUDO ..................................................................................... 11
METODOLOGIA DE PESQUISA ................................................................................ 12
CAPÍTULO 1. CONCEITOS GERAIS ......................................................................... 13
DESENVOLVIMENTO ................................................................................................. 13
1.1 Formas de energia................................................................................................. 13
1.2 Fontes de energias ................................................................................................ 14
1.2.1 Classificação das Fontes Energias ................................................................. 14
Fontes Renováveis de Energia................................................................................ 14
Fontes de Energia Não Renováveis ........................................................................ 16
CAPÍTULO 2. A ENERGIA DAS ONDAS .................................................................. 17
2.1 Formação das ondas ............................................................................................. 17
2.3 Formas De Captação Da Energia Das Ondas ....................................................... 18
CAPÍTULO 3. CONSTITUIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS SISTEMAS
ONDOMOTRIZES ......................................................................................................... 19
3.1 Classificação dos sistemas segundo a sua localização ......................................... 19
3.2 Classificação Dos Sistemas Segundo Princípio De Funcionamento .................... 22
3.2.1 Sistema Coluna de Água Oscilante-CAO (OWC- Oscillating Water Column);
................................................................................................................................ 22
3.2.2 Sistema de Corpos Oscilantes /flutuantes, ("Oscillating Bodies") ................ 25
3.2.2.1 Subdivisão dos Dispositivos de Corpos Flutuantes .................................... 26

5
3.2.3 Dispositivos de Galgamento (overtopping devices) ...................................... 34
ESQUEMA DE DISPOSITIVOS DE APROVEITAMENTO DA ENERGIA DAS
ONDAS ...................................................................................................................... 38
CAPÍTULO 4: PROJECTO. CONFIGURAÇÃO DOS SISTEMA DOS GERADORES
DA ENERGIA DAS ONDAS ........................................................................................ 39
4.1 Projecto de configuração do sistema de aproveitamento da energia das ondas ... 40
4.2 Vantagens e Desvantagens das Configurações Possíveis ..................................... 41
4.3 Vantagens e desvantagens dos sistemas propostos........................................... 44
CAPÍTULO 5: VANTAGENS E DESVANTAGENS DA ENERGIA DAS ONDAS OU
ONDOMOTRIZ ............................................................................................................. 45
Desvantagens da Energia Das Ondas ..................................................................... 46
CONCLUSÃO ................................................................................................................ 47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 48

6
ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Principio das ondas ......................................................................................... 17


Figura 2: Potencial da energia das ondas a nível global e na Europa ............................. 18
Figura 3: Esquema referente à localização de dispositivos conversores de energia das
ondas ............................................................................................................................... 19
Figura 25: Modelo de sistema de galgamento shoreline ................................................ 20
Figura 26: Modelos de sistemas de galgamento nearshore ............................................ 21
Figura 27: Modelo de sistema de galgamento offshore.................................................. 21
Figura 4: Esquema de funcionamento da central de CAO do Pico ................................ 23
Figura 5: Sistema Coluna de Água Oscilante ................................................................. 23
Figura 31: Exemplo de uma antevisão do mighty wale................................................. 24
Figura 6 :Sistema oscilante de simetria axial: ................................................................ 25
Figura 7: Conversores oscilantes de translação das ondas ............................................. 25
Figura 8: Coluna de água oscilante (CAO) .................................................................... 26
Figura 9: Dispositivo submerso de diferença de pressão ............................................... 26
Figura 10: Classificação dos dispositivos segundo a sua colocação .............................. 27
Figura 11: Sistemas de absorção pontual ....................................................................... 28
Figura 12: Atenuador ...................................................................................................... 28
Figura 13: Sistemas de jangadas articuladas para seguir o contono das ondas .............. 29
Figura 14: Esquema de funcionamento do AWS .......................................................... 30
Figura 15: Fotografia de um Pelamis ............................................................................. 31
Figura 16: Desenho esquemático do Pelamis ................................................................. 32
Figura 17: Esquema de funcionamento do sistema atenuante Pelamis .......................... 32
Figura 18: Estrutura de um Pelamis ............................................................................... 32
Figura 24 - Imagem: Divulgação Coppe/UFRJ .............................................................. 33
Figura 19: Princípio de funcionamento dos dispositivos de galgamento ....................... 34
Figura 20: Dispositivo de galgamento, ........................................................................... 34
Figura 22: Desenho esquemático do WaveDragon ........................................................ 35
Figura 21: wavedragon , central piloto em Nissum Bredning, Dinamarca, ................... 35
Figura 23- Esquema da Usina de Ondas de um porto .................................................... 36
Figura 28: Modelos de Usinas de Maremotriz ............................................................... 37
Figura 29: Organigrama das tipologias de conversores de energia das ondas mais
relevantes ........................................................................................................................ 38
Figura 32: Gerador Linear para Aproveitamento da Energia das Ondas ....................... 39
Figura 33: Exemplo de magnetização axial e magnetização radial ................................ 40
Figura 34: Modelo do gerador ........................................................................................ 41
Figura 35: Configuração do sistema e respetiva instalação ........................................... 42
Figura 36: Corte longitudinal do gerador proposto ........................................................ 43
Figura 37: a) Esquema ligação das diversas fases em paralelo ..................................... 43

7
INTRODUÇÃO

Angola possui vários locais com elevado potencial de recurso a energia das ondas,
que se encontra distribuído em toda sua extensão, com investimento e um projecto
director pode ser convertido em electricidade por meio de sistemas de ondomotrizes ou
energia das ondas.

Angola possui várias fontes de produção de energia eléctrica, mas desde


antiguidades até aos tempos actuais a matriz energética angolana é constituída na sua
maioria ou totalmente por geração hídrica, com elevados custos de implementação e
agressão ao meu ambiente, com a produção de gases com efeito estufa que geram
aquecimento global, com custos e desvantagens na construção de redes de transporte ate
aos consumidores.

Este projecto visa a produção de energia eléctrica limpa, por meio de um sistema
de energia de ondas, uma das alternativas visto que o nosso país possui recursos para
gerar de forma elevada e limpa, para substituir ou ajudar a equilibrar e diversificar as
formas de produção de energia no nosso país, reduzindo a agressão ao meio ambiente e
os custos associados ao transporte.

Visto, que a geração da energia, é feita por meio da movimentação das ondas, a
energia ondomotriz é uma fonte de energia alternativa, limpa e renovável para a geração
de energia elétrica, mas pouco ou mesmo sem nenhuma exploração em Angola.

Palavras – chaves: energia das ondas. Energia limpa e renováveis. Equilíbrio e


controle.

8
PROBLEMÁTICA

Consoante as minhas pesquisas, levantamento de dados e pela observação direita


constatei os seguintes problemas na matriz energética de Angola:

✓ Falta de fontes alternativas de energia eléctrica para a distribuição e consumo.


✓ Má qualidade na capacidade de distribuição de energia eléctrica no país.
✓ Elevado custo de implementação e distribuição de redes eléctricas ate aos
consumidores finais.
✓ Mau aproveitamento dos mares, abundantes na costa do nacional para gerar
electricidade.
✓ Falta ou pouca inovação e modernização na matriz energética do país.
✓ Falta ou pouca exploração de fontes alternativas de energias limpas.

9
JUSTIFICATIVA

Com base nos levantamentos dos problemas no terreno, notou – se a falta ou


ausência de fontes alternativas na matriz energética angola, por isso, com base nas minhas
pesquisas propôs este tema depois de várias analises. Tem como objetivo descrever
detalhadamente a produção de energia eléctrica limpa, por meio de um sistema de energia
de ondas, uma das alternativas visto que o nosso país possui recursos para gerar de forma
elevada e limpa, para substituir ou ajudar a equilibrar e diversificar as formas de produção
de energia no nosso país. Como sendo umas das fontes de energias renováveis é uma das
melhores energias reduzindo a agressão ao meio ambiente e os custos associados ao
transporte.

HIPOTESES

As máquinas ou dispositivos para a produção da energia das ondas, podem


funcionar de diversos modos, seja com a instalação de projetos pilotos, com alguns
protótipos de usinas para geração de energia elétrica. Usando os absorvedores flutuam na
água do oceano, o que ativam as turbinas para geração de energia.

10
Objectivos

Objectivo Gerais
Os objectivo gerais deste trabalho são:
✓ Saber a constituição e funcionamento dos sistemas ondomotrizes, com aplicação
dos dispositivos nas máquinas, afim de obter a energia eléctrica.
✓ Compreender como é gerado a energia eléctrica a partir do movimento das ondas
marítimas.

Objectivos Específicos:
Para atingir o objetivo geral será necessário:
✓ Identificar cada sistema ondomotrizes, seus componente e funcionamento;
✓ Mencionar as vantagens e desvantagens na utilização da energia das ondas;
✓ Identificar as formas de captação da energia das ondas e sua aplicação;

DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

Os estudos abrangem a matriz energia Angola, com maior foco em luanda, como
a província situado junto a costa marítima, e que não faz – se o aproveitamento do
potencial energético das suas ondas.

11
METODOLOGIA DE PESQUISA

Levantamentos na zona de intervenção propriamente em Luanda, em formas de


observação local e levantamento físico da situação actual.

Levantamentos bibliográficos para obtenção de fundamentação teórica e práticos.

Pesquisa qualitativa, com dados históricos das matrizes energéticas nacionais e


internacionais.

Para a produção deste trabalho, o tipo de pesquisa adotada foi a pesquisa básica,
tendo como natureza o método qualitativo. Quanto aos fins, este trabalho trata-se de uma
pesquisa descritiva por meio bibliográfico, baseada em análise de informações de artigos,
livros, mapas e relatórios disponibilizados pelas empresas internacionais e monografias
relacionadas à Energia Ondomotriz.

12
CAPÍTULO 1. CONCEITOS GERAIS

DESENVOLVIMENTO

Devido ao aumento do consumo energético, tem-se apostado na procura de fontes


de energia alternativas aos combustíveis fósseis visando a produção de energia útil. Uma
destas fontes alternativas é a energia contida nas ondas do oceano. Esta fonte de energia
é um recurso renovável encontrado em abundância por todo o planeta, podendo ser
explorado por vários países contribuindo para as suas necessidades energéticas.

Energia é a capacidade de realizar trabalho. Existem diversas formas de energia


intercambiáveis entre si, ou seja, que podem transformar-se umas nas outras.

Para que um corpo possa realizar trabalho, é preciso que algum corpo transfira parte de
sua própria energia para o outro. Essa energia transferida entre corpos pode sofrer
transformações, e, por isso, pode ser expressa de muitas formas: potencial, cinética,
térmica, elétrica, química, nuclear e outras.

1.1 Formas de energia


Existem muitas formas de energia, por isso, as mais importantes são:

• Energia cinética: todo corpo que se move é dotado de energia cinética. Essa
forma de energia depende do quadrado da velocidade com que o corpo se move e
é proporcional à sua massa.

• Energia mecânica: é definida como a soma da energia cinética com todas as


formas de energia potencial de um sistema físico. Quando não há forças
dissipativas, a energia mecânica é conservada.

• Energia potencial gravitacional: quando um corpo está posicionado a alguma


altura em relação ao solo, ele apresenta energia potencial gravitacional.

• Energia potencial elástica: todo corpo que tende a retornar ao seu formato
original após ter sido deformado apresenta uma quantidade de energia potencial
elástica. Essa energia depende do quadrado da deformação do corpo.

13
• Energia potencial elétrica ou Energia elétrica, origina da atração
entre cargas dá origem a ela. Essa energia depende do produto entre as cargas e é
inversamente proporcional à distância que as separa.

• Energia térmica: é a soma da energia cinética das partículas de um corpo. Essa


energia é diretamente relacionada à temperatura absoluta do corpo, medida em
kelvin, a transferência de energia térmica entre corpos é chamada calor.

• Energia nuclear: tem origem nas forças atrativas que mantêm o núcleo
atômico coeso. Quando o núcleo dos átomos é desintegrado, ele emite energia em
forma de radiação corpuscular e ondulatória.

1.2 Fontes de energias


As fontes de energias, são recursos naturais ou artificiais utilizados pela
sociedade para produção de algum tipo de energia, que é utilizada para propiciar o
deslocamento de veículos, gerar calor ou produzir eletricidade para os mais diversos fins.

As fontes de energia também possuem relação com questões ambientais, pois,


dependendo das formas de utilização dos recursos energéticos, graves impactos sobre a
natureza podem ser ocasionados.

1.2.1 Classificação das Fontes Energias


Conforme a capacidade natural de reposição de recursos, as fontes de energia
podem ser classificadas em renováveis e não renováveis.

Fontes Renováveis de Energia


As fontes renováveis utilizam recursos que não se esgotam ou se regeram na
natureza, ou seja, são aquelas que possuem a capacidade de serem repostas naturalmente,
o que não significa que todas elas sejam inesgotáveis. Algumas delas, como o vento e a
luz solar, são permanentes, mas outras, como a água, podem acabar, dependendo da forma
como são usadas pelo ser humano. Vale lembrar que nem toda fonte renovável de energia
é limpa, ou seja, está livre da emissão de poluentes ou de impactos ambientais em larga
escala.

14
Tipos de energias renováveis

Energia eólica

O vento é um recurso energético renovável e inesgotável. os ventos ativam as


turbinas dos aerogeradores, fazendo com que os geradores convertam a energia mecânica
produzida em energia elétrica.

A energia solar

É o aproveitamento da luz do sol para gerar eletricidade e aquecer a água para


uso. " "tanto com a instalação de placas em residências, indústrias e grandes
empreendimentos quanto com a construção de usinas solares especificamente voltadas
para a geração de energia elétrica.

A energia hidrelétrica

Corresponde ao aproveitamento da água dos rios para movimentação das turbinas


nas usinas hidrelétricas. Constroem-se barragens no leito do rio para represamento da
água que será utilizada no processo de geração de eletricidade.

As biomassas

Consiste na queima de substâncias de origem orgânica para produção de energia.


Ocorre por meio da combustão de materiais como lenha, bagaço de cana e outros resíduos
agrícolas, restos florestais e até excrementos de animais. É considerada uma fonte de
energia renovável, porque o dióxido de carbono produzido durante a queima é utilizado
pela própria vegetação na realização da fotossíntese. O mais conhecido é o etanol
produzido da cana-de-açúcar.

15
A energia das ondas (marés ou maremotriz)

É o aproveitamento da subida e da descida das marés para produção de energia


elétrica. Funciona de forma relativamente semelhante à de uma barragem comum. Além
das barragens, são construídos eclusas e diques que permitem a entrada e a saída de água
durante as cheias e as baixas das marés, propiciando a movimentação das turbinas.

Fontes de Energia Não Renováveis

As fontes não renováveis de energia são aquelas que poderão esgotar-se em um


futuro relativamente próximo, por isso, podem gerar diversos problemas para o meio
ambiente. Alguns recursos energéticos possuem seu esgotamento estimado em algumas
poucas décadas.

Tipos de energias não renováveis


Combustíveis fósseis

A queima de combustíveis fósseis pode ser empregada tanto para o deslocamento


de veículos quanto para a produção de eletricidade em estações termoelétricas. Os três
tipos principais são petróleo, carvão mineral e gás natural, mas existem muitos outros,
como a nafta e o xisto betuminoso.

Energia nuclear

Também chamada de energia atômica, consiste na produção de eletricidade que


ocorre por intermédio do aquecimento da água, que se transforma em vapor e activa os
geradores. Nas usinas nucleares, o calor é gerado em reatores a partir da fissão nuclear do
urânio-235, um material altamente radioativo.

16
CAPÍTULO 2. A ENERGIA DAS ONDAS

Gerada por meio da movimentação das ondas, a energia ondomotriz ou energia


das ondas é uma fonte de energia alternativa, limpa e renovável para a geração de energia
elétrica, mas que ainda é pouco explorada no mundo.

A energia das ondas, ou energia ondomotriz, é uma fonte de energia alternativa,


limpa e renovável. É gerada a partir do movimento das ondas marítimas para a produção
da energia elétrica. Esta energia pode ser capturada de diferentes formas.

2.1 Formação das ondas


Como formam – se as ondas
Assim que o vento começa a soprar no mar, ocorre uma colisão entre as moléculas,
iniciando-se um processo de transferência de energia entre o ar e o mar. Surgem pequenas
deformações com comprimento de 1 a 2 cm. Se o vento cessar, a rugosidade também
cessa imediatamente.

Figura 1: Principio das ondas

A deformações aumentam se o vento soprar continuamente, e se transformam em


pequenas ondas com uma parte elevada chamada crista, e uma depressão chamada
cavado. Neste estágio, se o vento cessar elas continuarão a ter vida própria e se propagarão
pela superfície. São conhecidas por ondas de gravidade.

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Com o vento soprando, a transferência de energia prossegue, e as ondas ganham
altura. Logo haverá ondas de vários comprimentos, formando um conjunto de ondas
denominado espectro. Se o vento soprar por vários dias, o espectro se desenvolve ao
máximo e torna-se estável. A regra é simples, quanto maior for a velocidade do vento,
maiores serão as ondas que compõe o espectro.

Deste modo,
para Angola, segundo
o mapa a densidade
média de energia
contida nas ondas é
cerca de 20 kW por
cada metro de costa
(kW/m), por ano para
podendo-se classificar-
se, como uma região de
Figura 2: Potencial da energia das ondas a nível global e na Europa
recurso médio.

2.3 Formas De Captação Da Energia Das Ondas


As pesquisas da geração ondomotriz são incipientes e conta somente com a
instalação de projetos pilotos. No mundo, existem alguns protótipos de usinas para
geração de energia elétrica, especialmente em países europeus como Dinamarca, Portugal
e Reino Unido. Existem diversos métodos de captação da energia das ondas, as principais
são:

1) Absorvedores flutuantes: são bóias gigantes compostas por turbinas.


2) Atenuadores: referem-se a dispositivos longos e segmentados, conectados às
bombas hidráulicas.
3) Terminais: são torres instaladas na costa marítima. Em cada torre, há uma
turbina.
4) Dispositivos overtopping: referem-se a grandes caixas, como balsas, que flutuam
no mar.

18
CAPÍTULO 3. CONSTITUIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS
SISTEMAS ONDOMOTRIZES

Classificação dos sistemas ondomotrizes


Após décadas de investigação e desenvolvimento tecnológico foram sugeridas e
desenvolvidas nas diferentes soluções na extração de energia das ondas. Os dispositivos
de aproveitamento da energia das ondas podem ser classificados quer:

✓ Pela sua localização ou


✓ Pelo seu princípio de funcionamento.

3.1 Classificação dos sistemas segundo a sua localização

É fundamental estabelecer critérios de classificação adoptado na distância à costa


do dispostitivo, relativamente ao seu local de instalação (localização), ou seja, a
profundidade em que serão instalados, os dispositivos podem ser classificados

• Dipsositivos costeiros (na nomenculatura ingles: shoreline ou onshore;


• Dispositivos próximos da costa (near-shore);
• Dispositivos afastados da costa (offshore).

A principal diferença entre os dispositivos próximos e os afastados da costa resulta


das profundidades envolvidas. No primeiro caso as profundidades serão normalmente
inferiores a 20 m (shoreline) e os
dispositivos serão assentes no fundo do
mar, enquanto no segundo caso rondarão
os 50 m e os dispositivos serão flutuantes.
É importante notar que o regime de ondas
é mais energético em profundidades de 50
m do que em profundidades de 20 m,
havendo, por este lado, vantagem em
Figura 3: Esquema referente à localização de dispositivos
colocá-los em profundidades superiores. conversores de energia das ondas

19
Dispositivos costeiros (em inglês: shoreline ou onshore);

Dispositivos Costeiros: são dispositivos que ficam fixos ou que são construídos
na orla costeira. A proximidade da orla dá a estes dispositivos vantagens de instalação,
manutenção e também dispensa grandes extensões de cabos submarinos. Porém, por outro
lado, o fato de estar próximo ao fundo do mar diminui a disponibilidade do potencial de
energia a ser absorvida já que as ondas que chegam à costa interagem com o leito oceânico
vendo sua energia diminuída. Um dispositivo costeiro consegue utilizar entre 25% a 50%
do recurso oferecido.

Em dispositivos
onshore, possui um
reservatório que é
preenchido pela acumulação
de água do espraiamento e,
em função da energia
cinética, passa por turbinas
de baixa queda, gerando
assim a energia elétrica.
Figura 4: Modelo de sistema de galgamento shoreline

Dispositivos próximos da costa (near-shore)


Dispositivos próximos da costa (nearshore): Estes dispositivos ficam em zonas
mais ou menos afastadas da costa, algo em torno de 20 metros de profundidade, próximos
a quebra-mares. Estes dispositivos ou de segunda geração, aproveitam algumas vantagens
face às instalações situadas sobre a costa (já que apresentam uma distância razoável para
transporte e distribuição da energia produzida) bem com a vantagem de estarem situados
numa região com maior potencial de aproveitamento energético das ondas.

20
Como dispositivos nearshore, têm-se os dispositivos ancorados no fundo do mar
(esquerda), que contam com um sistema de boia na qual converte a energia do movimento
vertical da passagem das ondas em energia elétrica, e os sistemas que utilizam a oscilação
horizontal das ondas para a
geração de energia (direita),
compostos por uma vela fixada
a um eixo próximo ao fundo, e
um “braço” articulado por onde
passa as ondas ativando o
gerador.
Figura 5: Modelos de sistemas de galgamento nearshore

Dispositivos afastados da costa (offshore)


São dispositivos (conhecidos também como de terceira geração) que exploram
ondas mais potentes (ondas de mar aberto), disponíveis em áreas mais fundas
(profundidades entre 40 a 50 metros).

Como desvantagens, destacam - se a dificuldade de acesso para a instalação e


manutenção, além da grande distância para a distribuição da energia gerada, fazendo com
que os custos envolvidos sejam bastante elevados. O dispositivo offshore de tecnologia
mais avançada, atualmente conhecido, é o sistema Pelamis.

O modelo do equipamento
dinamarquês Wave Dragon, são
semelhantes a um sistema hidrelétrico,
e consiste em dois receptores que
guiam as ondas para um reservatório.
Conforme a água é liberada, ela passa
por turbinas de baixa queda gerando
energia elétrica.
Figura 6: Modelo de sistema de galgamento offshore

21
3.2 Classificação Dos Sistemas Segundo Princípio De Funcionamento

Segundo o modo de conversão de energia das ondas em energia eléctrica (isto é o tipo de
dispositivo). Temos assim três (3) classes principais de dispositivos de conversão de
energia das ondas, que podem ser de:

3.2.1 Coluna de água oscilante, CAO (OWC - Oscillating Water Column);


3.2.2 Corpos flutuantes /flutuantes, ("Oscillating Bodies") pode ser absorvidos
de absorção pontual (Point Absorbers) ou progressivos (Surging devices);
3.2.3 Galgamento (Overtopping devices).

3.2.1 Sistema Coluna de Água Oscilante-CAO (OWC- Oscillating


Water Column);

Trata-se uma estrutura parcialmente submersa, em que a passagem das ondas provoca,
respectivamente, um aumento e uma diminuição do nível da água no seu interior. Gera-
se assim, uma compressão e uma descompressão do ar que se encontra dentro desse
compartimento. Esse ar passa por uma turbina que aciona um gerador, produzindo
eletricidade. Em relação à turbina, é recomendável que a mesma possua a propriedade de
manter o sentido de rotação independentemente do sentido do escoamento, como é o caso
das turbinas do tipo Wells.

A central de coluna de água oscilante (CAO) foi dos primeiros dispositivos de


produção de energia a ser implementado contando já com protótipos em vários países,
nomeadamente na Escócia, no Japão, na Índia, na China e em Portugal. Estas centrais,
para além da estrutura de betão ou aço, são constituídas pelo seguinte equipamento:

✓ Turbina de ar, que deve ser de fluxo reversível;


✓ Gerador elétrico, normalmente do tipo assíncrono, associado a um sistema que
permite colocar na rede, a energia elétrica com frequência e potencial constante;
✓ Sistema de aquisição de dados e de controlo da central;
✓ Válvulas de ar, uma de isolamento e outra de acionamento rápido, podendo ser
para controlo de caudal na turbina.
✓ Conduta de ar (diâmetro entre 1,5 e 2,5 m).

22
O esquema de funcionamento da central CAO na ilha do Pico (Portugal).

A CAO gera
energia quando uma
onda entra na estrutura
e por sua vez o ar que
se encontra no seu
interior é forçado a
deslocar-se por uma
turbina, regressando
depois a onda ao mar o
ar passará na turbina no
sentido inverso.
Figura 7: Esquema de funcionamento da central de CAO do Pico

Figura 8: Sistema Coluna de Água Oscilante

23
Mighty wale

O Mighty Wale é um dispositivo de aproveitamento da energia das ondas que graças


ao seu caracter flutuante, permite uma ancoragem a diversas profundidades. O Might
Wale não é mais que um dispositivo de CAO (Coluna de Água Oscilante), pelo que todo
o seu funcionamento é em tudo semelhante.

No entanto, a sua possibilidade de instalação em zonas de maior profundidade


permite-lhe beneficiar de ondas mais poderosas.

A Figura abaixo, apresenta uma visão funcional de um dispositivo do tipo Mighty Wale.

Figura 9: Exemplo de uma antevisão do mighty wale

24
3.2.2 Sistema de Corpos Oscilantes /flutuantes, ("Oscillating Bodies")

Os dispositivos de atenuação das ondas são flutuantes e dispostos


perpendicularmente à frente da onda, gerando movimento vertical e horizontal e, com
isto, a energia mecânica é convertida em elétrica. Dentre os equipamentos existentes,
pode-se destacar os seguintes modelos: O Archimedes Wave Swing – AWS e o
Pelamis. A passagem da onda provoca oscilações nesse tipo de dispositivo (sendo a
energia extraída desse movimento), as quais impulsionam sistemas hidráulicos que
acionam um gerador para a produção de eletricidade. Os corpos oscilantes são de natureza
flutuante ou, em algumas configurações, totalmente submersos.

Sistema Oscilante de Simetria Axial

Apresenta uma estrutura


flutuante que absorve a energia das
ondas em todas as direcções por força
dos movimentos das ondas na
superfície da água ou perto dela. Este
sistema oscilante, tendencialmente
com poucos metros de diâmetro, é de
pequenas dimensões comparado com
o comprimento de onda típico. Figura 10 :Sistema oscilante de simetria axial:

Conversores Oscilantes de Translação Das Ondas

Este é um colector instalado perto


da superfície, montado sobre um braço
colocado sobre um eixo perto do fundo do
mar. O braço oscila como um pêndulo
invertido, devido ao movimento das
particulas da água nas ondas.

Figura 11: Conversores oscilantes de translação das ondas

25
Coluna De Água Oscilante (CAO)

Sistema que consiste numa estrutura


parcialmente submersa, oca, com abertura no
fundo para entrada de água, de forma a que o
ar contido no seu interior seja comprimido pela
coluna de água. Este ar é conduzido através de
uma turbina de ar para produzir electricidade,
Figura 12: Coluna de água oscilante (CAO)

Dispositivo Submerso de Diferença De Pressão

O dispositivo submerso,
normalmente é instalado perto da
costa é apoiado no fundo do mar. O
movimento das ondas provoca a
subida e descida do nível da água
acima do dispositivo, induzido uma
diferença de pressão que provoca a
subida e descida do dispositivo

Figura 13: Dispositivo submerso de diferença de pressão juntamente com as ondas.

3.2.2.1 Subdivisão dos Dispositivos de Corpos Flutuantes


Classificação dos dispositivos segundo a sua colocação

Os dispositivos de aproveitamento da energia das ondas encontram – se ainda


numa fase “primitiva” de desenvolvimento. No entanto, têm surgido cada vez mais e
melhores dispositivos para o aproveitamento da energia das ondas. O organigrama ao lado
apresenta os conversores de energia das ondas mais utilizado no panorama mundial
actual.

26
Estes dispositivos flutuantes podem ser subdivididos em sistemas de ascensão
(heaving systems), de rotação (pitching devices) ou de progressão (surging devices).
Uma outra classificação plausível é feita tendo em conta a disposição do corpo oscilante
relativamente à direcção de propagação das ondas, sendo classificado em:

A.1 Absorção pontual ("Point absorber")


A.2 Atenuador ("Attenuator")
A.3 Terminais ("Terminator")

Figura 14: Classificação dos dispositivos segundo a sua colocação

A.1 Sistemas de elevação (Absorção Pontual)


São sistemas de conversão de energia das ondas em que o sistema de extração de
potência é ditado por um movimento de translação vertical de um corpo, podendo este ser
flutuante na superfície do nível da água (ou submerso).

O movimento vertical dá-se devido à ondulação do mar. Num determinado ponto,


o nível de água sobe e desce com uma determinada periocidade provocando a subida e
descida do corpo oscilante. As suas dimensões horizontais são muito menores que o
comprimento das ondas do mar e são dotados de características axissimétricas, permitindo
extrair energia de ondas provenientes de todas as direcções

27
Na configuração mais simples trata-se de um único corpo flutuante ou boia que
desce ou ascende consoante a cava ou crista da onda, respectivamente. O movimento da
boia é de pura translação
e efetua-se relativamente
a uma estrutura fixa no
fundo do mar. Contudo,
devido à axissimetria
deste tipo de dispositivo,
é possível absorver
energia de ondas que
sejam provenientes de
qualquer direcção.
Figura 15: Sistemas de absorção pontual

A.2 Dispositivos Atenuador (pitching devices):


neste tipo de dispositivo a conversão de energia baseia-se na rotação relativa de
corpos oscilantes segundo o seu eixo longitudinal (pitch) em vez da translação como
acontece nos dispositivos de elevação. Os sistemas de extração de potência associados a
estes dispositivos são geralmente sistemas hidráulicos associados a um gerador eléctrico.
Apesar da intensiva investigação científica neste tipo de dispositivos, a maioria destes
nunca atingiu a fase de protótipo à escala real.

Atenuador, é um dispositivo
longo que é alinhado
perpendicularmente em relação à frente
da onda representado na ilustração. O
dispositivo flutua efectivamente sobre as
ondas e capta a energia quando as ondas
o atravessam, devido ao movimento
progressivo que estas provocam ao
longo do seu comprimento.
Figura 16: Atenuador

28
Esta tecnologia consiste num conjunto de jangadas ligadas por dobradiças
(rótulas) a uma estrutura de referência havendo, possivelmente, um sistema hidráulico-
eléctrico em cada dobradiça para extração de potência.

Figura 17: Sistemas de jangadas articuladas para seguir o contono das ondas

As jangadas oscilam com o contorno das ondas dando-se, nas dobradiças, um


movimento relativo de rotação entre as jangadas e a outra estrutura de referência, que é
convertido pelo sistema extrator de potência. Esta tecnologia apesar de não ter sido
sucedida, foi a base do desenvolvimento de outras tecnologias mais eficazes na conversão
de energia das ondas como:

A.2.1 Archimedes Wave Swing (AWS),

A.2.2 Pelamis

O engenheiro britânico Christopher Cockerell, mais conhecido por sua invenção


do Hovercraft, também foi muito ativo na investigação sobre a energia das ondas e sugeriu
o uso de um conjunto de jangadas articuladas para seguir o contorno das ondas (cava ou
crista da onda) à medida que passam. O movimento relativo entre cada par de jangadas
nas dobradiças fornece energia a um subsistema hidráulico para extração de potência.

29
A.2.1 Dispositivo Archimedes Wave Swing (AWS)

O dispositivo neerlandês AWS, consiste em um sistema de corpo flutuante com


dois cilindros ocos sobrepostos, onde há ar pressurizado no interior fazendo com que o
cilindro superior “flutue”. Com a passagem da onda, a pressão exterior varia, sendo mais
alta nas cristas e menor nas cavas, produzindo um movimento oscilatório vertical do
flutuador relativamente à base, que aciona um gerador elétrico linear produzindo a energia
elétrica

Figura 18: Esquema de funcionamento do AWS

O movimento entre o flutuador e a base é aproveitado para acionar um gerador linear


síncrono, de magnetos permanentes. A energia mecânica é convertida diretamente para
elétrica, e enviada por um cabo para a costa (se tratar de um gerador isolado), onde será
tratada antes de ser injetada na rede.

A pressão no interior dos cilindros equilibra o flutuador relativamente ao seu peso


e a pressão hidrostática nele exercido. As diferenças de pressão causadas pelas passagens
das ondas, movem o flutuador provocando um movimento oscilatório vertical,
funcionando o conjunto como uma espécie êmbolo ou mola pneumática.

30
A.2.2 Dispositivo Pelamis

O dispositivo escocês de conversão de energia por atenuação das ondas, Pelamis,


é um sistema progressivo de conversão de energia, ou seja, um sistema alongado, com
dimensão longitudinal relativo ao comprimento e dispostos no sentido de propagação das
ondas, o que causa um efeito de bombeamento progressivo associado à passagem das
ondas

O Pelamis é um sistema atenuador muito conhecido que representa uma


tecnologia desenvolvida pela Pelamis Wave Power Ltd. (anteriormente conhecida por
Ocean Power Delivery Ltd), é um conversor de energia de ondas semisubmerso
constituído por várias secções flutuantes de aço (normalmente quatro) que se encontram
ligadas por junções (rótulas) articuladas.

Figura 19: Fotografia de um Pelamis

O Pelamis foi concebido, principalmente, com o objetivo da sua implementação


em parques pelo que não será de estranhar que a energia extraída do conjunto de todos os
módulos seja retirada e enviada para terra através de um único cabo.

O sistema de fixação do Pelamis ao fundo do mar é bastante simples e flexível,


independentemente da profundidade e morfologia do fundo oceânico o Pelamis coloca –
se, dinamicamente, sempre ao longo da movimentação da onda.

31
A central Pelamis é um conversor do tipo progressivo com uma dimensão longitudinal
(150 m) da ordem de
grandeza do comprimento
das ondas. Fisicamente, o
Pelamis é constituído por
quatro módulos cilíndricos
semi-submersos, e por três
módulos de conversão de
energia.
Figura 20: Desenho esquemático do Pelamis

Com a ondulação marítima,


os módulos oscilam em torno
das juntas que os unem,
pressurizando óleo que é
forçado a passar por motores
hidráulicos que, por sua vez,
acionarão geradores que
produzem eletricidade. A
potência nominal de um destes
Figura 21: Esquema de funcionamento do sistema atenuante Pelamis conversores está é de 750 kW.

Os atenuadores flutuam paralelamente à direção das ondas. Tratam-se de


dispositivos longos e
segmentados, conectados a
bombas hidráulicas.
Quando as ondas passam,
estas são movimentadas, o
que alimenta um
transformador de energia
elétrica.
Figura 22: Estrutura de um Pelamis

32
A.3 Terminais
Os terminais são torres instaladas na costa do mar. Em cada torre, há uma turbina.
Quando as ondas passam, elas movimentam a coluna de água na base da turbina subindo
e descendo. Isso faz com que a turbina seja acionada e transforme o movimento cinético
em energia elétrica.

Figura 23 - Imagem: Divulgação Coppe/UFRJ

33
3.2.3 Dispositivos de Galgamento (overtopping devices)

Os dispositivos de conversão de energia de ondas através de galgamento baseiam-


se na captura da água presente na crista das ondas conduzindo-a, por derrame, para um
reservatório onde é mantida a uma altura superior ao nível médio da superfície do oceano,
armazenando assim energia potencial que é posteriormente convertida em energia útil,
escoando a água através de uma ou mais turbinas hidráulicas de baixa queda (turbinas
Kaplan), associadas a geradores eléctricos. O modo de conversão de energia assemelha-
se ao de uma central
hidroelétrica com
albufeira. São
dispositivos destinados
a operar na costa
(shoreline) ou perto

Figura 24: Princípio de funcionamento dos dispositivos de galgamento desta (nearshore).

Dispositivo de galgamento,
consiste numa rampa que é galgada
pelas ondas e num reservatório de
armazenamento que recolhe a água das
ondas. As ondas que entram no
reservatório criam uma altura de água
que é devolvida ao mar através de
turbinas convencionais de baixa queda,
instaladas no fundo do reservatório.
Figura 25: Dispositivo de galgamento,

Este tipo de dispositivos tira partido da natureza ondulatória da água do mar para
acionar directamente um gerador eléctrico linear, ou pressurizar um líquido de modo a
acionar uma turbina ou motor hidráulico associado a uma máquina eléctrica rotativa, para
produção de electricidade. São adequados para a exploração offshore, isto é, permitem a
extração de energia em zonas aquáticas de grande profundidade (> 40 m).

34
A.3.1 Wave Dragon:

É um tipo de dispositivo que opera segundo o princípio de galgamento, afastado


da costa (offshore) desenvolvido por grupo de companhias dirigidas pela Wave Dragon
Aps (DK). É um dispositivo
flutuante bastante pesado (260
toneladas) que se encontra
atracado com folga ao fundo do
mar. Utiliza dois refletores de
ondas, que concentram as ondas
incidentes na direcção de uma
rampa com uma forma específica.

Figura 26: Desenho esquemático do WaveDragon

A rampa, situada entre os dois braços refletores, tem como finalidade amplificar
a altura das ondas e forçá-las a entrar num reservatório a uma cota superior ao nível médio
da água do mar. São usadas turbinas Kaplan para converter a energia potencial da água
em energia mecânica e posteriormente em electricidade através de geradores de imãs
permanentes.

Um protótipo com uma envergadura de 58 m (boca do dispositivo à entrada dos


concentradores parabólicos) e
260 toneladas foi instalado em
Nissum Bredning, Dinamarca,
onde foi testado durante muitos
anos. A estrutura deste
dispositivo tem um peso
absoluto de 260 toneladas, o
reservatório tem as dimensões
de 26m×17m×3,6m e uma
Figura 27: wavedragon , central piloto em Nissum Bredning, Dinamarca,
capacidade de 55 m3.

35
A.3.2 Sistema da Usina de um Porto

O sistema da Usina de um Porto,


é composto por flutuadores,
braços mecânicos e bombas
conectadas a um circuito de água
doce. Na ponta de cada um dos
braços mecânicos há uma boia
circular que sobe e desce de
acordo com o movimento das
ondas, acionando as bombas
hidráulicas.
Figura 28- Esquema da Usina de Ondas de um porto

As bombas fazem com que a água doce contida em um circuito fechado, circule
em um local de alta pressão. Essa água sob pressão movimenta uma turbina, que aciona
um gerador e produz energia elétrica.

Simulação do Efeito de uma Cachoeira

Uma usina que utiliza a ondulação para simular o efeito de uma cachoeira para
produzir energia, funciona de seguinte modo:

Passo 1: O método utiliza o sobe-e-desce das ondas para a geração de energia,


isso começa com uma sequência de ondas que se aproximam da usina, nesse caso a usina
está instalada a 3 km da costa. A ondulação mexe com os flutuadores, cascos de aço que
acompanham os movimentos realizados pelas ondas.

Passo 2: O movimento desses flutuadores começa uma reação em cadeia e para


começar eles impulsionam os braços mecânicos. Os braços por sua vez fazem o
acionamento das bombas hidráulicas que acabam sugando a água que está num
reservatório. Isso faz a turbina rodar para gerar energia.

36
Passo 3: Devido a sucção das bombas hidráulicas a água do reservatório é
bombeada com alta pressão por um sistema de tubos até que chega à câmara hiperbárica.

Passo 4: Essa câmara funciona como um tanque que retém a água que foi
bombeada durante alguns segundos. Com essa retenção a pressão da água aumenta e na
extremidade da câmara a água pressurizada sai por um buraco pequeno. Assim um jato é
liberado com força equivalente à de uma cachoeira com 500 metros de altura.

Passo 5: O jato pressurizado faz com que a turbina gire e isso gera energia
mecânica. Na sequência essa energia faz o acionamento de um gerador em que ela é
convertida em eletricidade.

A.3.3 Modelos de Usinas de Maremotriz Estrangeiras

O sistema mais utilizado para a


geração de energia elétrica a partir das
ondas do mar é bem parecido com a uma
usina hidrOelétrica. As barragens são
construídas bem perto do mar, os diques
são os responsáveis por captar água
durante a alta da maré. Essa água é
armazenada e é liberada durante o período
de baixa da maré que passa por uma
Figura 29: Modelos de Usinas de Maremotriz
turbina e gera a energia elétrica.

A versão europeia de usinas de produção de energia a partir das marés usa as


ondas para a geração de um sopro de ar. Entenda o funcionamento dessas usinas abaixo:

Primeiro Passo: No sistema utilizado na Europa as ondas do mar criam um tipo


de “sopro” para gerar energia. O ar que existe dentro da usina é comprimido quando a
água entra no fundo da câmara de concreto. É como se o ar fosse empurrado para cima.

Segundo Passo: Quando chega ao topo da usina esse ar que foi “empurrado”
encontra uma turbina e a faz girar como se fosse um cata-vento. A turbina fica acoplada
num gerador que faz a conversão da energia mecânica do giro em energia elétrica.

37
Terceiro Passo: No momento da base da onda, quando o nível da água abaixa, o
volume de ar na câmara se expande, é como se esse ar fosse “sugado” para baixo. De
novo o movimento do ar faz com que a turbina gire e o gerador faz a conversão do giro
em eletricidade.

ESQUEMA DE DISPOSITIVOS DE APROVEITAMENTO DA


ENERGIA DAS ONDAS
Desde a antiguidade que é reconhecido o potencial energético da energia das
ondas oceânicas. Sabe-se que desde finais do seculo XVIII estão patenteados dispositivos
de aproveitamento da energia das ondas. O organigrama a baixo esquematiza os factos
mais relevantes desde a década de 1960 até à actualidade.

Figura 30: Organigrama das tipologias de conversores de energia das ondas mais relevantes

38
CAPÍTULO 4: PROJECTO. CONFIGURAÇÃO DOS SISTEMA DOS
GERADORES DA ENERGIA DAS ONDAS

O funcionamento dos geradores lineares de magnetos permanentes baseia-se num


sistema de excitação onde os magnetos criam um fluxo magnético que passa através do
entreferro excitando os enrolamentos.

O fluxo magnético, produzido por cada par de polos, completa uma volta através
dos enrolamentos. Para que este circuito magnético seja o mais eficiente possível, o fluxo
que atravessa os enrolamentos deve ser maximizado. Isto pode ser conseguido, por
exemplo recorrendo ao uso de materiais de baixa permeabilidade magnética na
construção dos enrolamentos, servindo de barreira ao fluxo.

Um exemplo, simples, desta configuração, consiste na utilização de vários magnetos


movendo-se no interior de um estator. Esta configuração está exemplificada na figura
abaixo.

Figura 31: Gerador Linear para Aproveitamento da Energia das Ondas

39
Na construção de um gerador de magnetos permanentes é relevante a escolha do
tipo de configuração dos mesmos podendo esta mesma configuração ser radial ou axial,
tal como apresentado nos esquemas abaixo.

Figura 32: Exemplo de magnetização axial e magnetização radial

O uso de magnetos permanentes de fluxo axial permite a obtenção de uma maior força,
no entanto limita a máquina em termos da localização destes mesmos magnetos

4.1 Projecto de configuração do sistema de aproveitamento da energia


das ondas

Pretende-se, com o presente projeto, o desenvolvimento de um dispositivo de


aproveitamento da energia das ondas do mar para ser utilizado ao longo da costa. O
dispositivo é constituído por dois elementos; um móvel que será o flutuador (boia) e um
fixo que será um tubo que vai da superfície do mar até ao fundo oceânico. A boia será de
forma anelar cilíndrica e oscilará em torno do tubo central.

É possível implementar o dispositivo de aproveitamento de energia das ondas em


estudo com duas (2) configurações:

✓ Sistema de excitação no interior do tubo central e enrolamentos no interior da boia; ou


✓ Sistema de excitação no interior da boia e enrolamentos no interior do tubo.

40
4.2 Vantagens e Desvantagens das Configurações Possíveis
A tabela apresenta as vantagens e desvantagens de cada uma das configurações.

CONFIGURAÇÃO VANTAGENS DESVANTAGENS

Sistema de excitação no Permite o uso de magnetos A boia terá cablagem


interior do tubo central e permanentes configurados em suspensa. Atracão de
enrolamentos no interior magnetização axial, o que permite matérias com
da boia. uma maior força. propriedades
magnéticas para o
tubo central.

Sistema de excitação no Ausência de cablagem a sair para Obriga ao uso de


interior da boia e o exterior da boia permite uma magnetos
enrolamentos no interior melhor movimentação da mesma. permanentes
do tubo. configurados em
magnetização radial.
Ausência de atracão de matérias
com propriedades magnéticas de
encontro ao tubo central.

Tendo em conta a vantagens e desvantagens apresentadas na tabela anterior, no


interior do tubo central estarão colocados os elementos a serem excitados, isto é, os
enrolamentos. Na boia é colocado o sistema de excitação constituído por magnetos
permanentes. Por ação do
movimento da superfície
marítima a boia deslocar-
se-á, fazendo com que o
campo magnético se
desloque ao longo dos
enrolamentos, produzindo
energia elétrica.

Figura 33: Modelo do gerador

41
O dispositivo deve ser
fixado ao fundo oceânico
preferencialmente em
zonas que façam uma
elevação, tal como é
apresentado na Figura
abaixo, por forma a se
utilizar o menor
comprimento possível de
tubo central.
Figura 34: Configuração do sistema e respetiva instalação

O transporte da energia será feito através de um cabo elétrico desde a zona de


fixação até à zona costeira onde deverá estar uma central de controlo que garanta a
monitorização do dispositivo. Prevê-se que a central venha a controlar um maior número
de dispositivos, uma vez que podem ser instalados mais que um, paralelamente à linha
costeira.

Tipologia da máquina
Optou-se pelo desenvolvimento de um gerador tubular, síncrono, trifásico de
magnetos permanentes com magnetização radial. A Figura apresenta um corte
longitudinal deste gerador. A figura não representa a totalidade dos enrolamentos
previstos no interior da máquina, mas apenas os enrolamentos que estarão sob efeito do
campo magnético induzido pelos magnetos permanentes.

Os magnetos permanentes dispostos em magnetização radial e o anel de ferro que


os confina constituem o sistema de excitação do gerador, que se encontra no interior da
boia. A parte fixa do gerador é constituída por um núcleo de ferro cilíndrico e por
enrolamentos de cobre envolvendo o núcleo de ferro.

42
Toda a parte fixa do gerado está
confinada por um tubo constituído
por material não ferromagnético cuja
funcionalidade é de suporte,
assegurando também a
estanquicidade dos enrolamentos.

Figura 35: Corte longitudinal do gerador proposto

Ainda que do ponto de vista do princípio de funcionamento o gerador seja uma


máquina trifásica, cada um dos enrolamentos constituintes da máquina está ligada a uma
ponte retificadora tal como apresentado na Figura abaixo. Este sistema é designado por
geratriz de retificação e pode ser analisado como se tratasse de uma máquina de corrente
contínua. Deste modo ao afirmar-se que a máquina é trifásica indica-se, apenas que existe
um desfasamento elétrico de 120º entre cada um dos enrolamentos.

Os enrolamentos são dispostos no interior do tubo de modo a garantir o seu


funcionamento com qualquer altura de maré. A ligação de cada um dos enrolamentos com
a ponte retificadora é feita em paralelo.

Em lugar do sistema proposto,


pode – se adotar um modelo de
ponte retificadora mais simples,
com os enrolamentos da
máquina em serie, figura b. Este
sistema obrigaria à existência de
um mecanismo de deslocação
dos enrolamentos da máquina
para que a mesma funcionasse
com qualquer altura de maré.
Figura 36: a) Esquema ligação das diversas fases em paralelo
b) Esquema ligação das fases em serie.

43
4.3 Vantagens e desvantagens dos sistemas propostos
SISTEMA VANTAGENS DESVANTAGENS

Ausência de acionamento Dispositivo de eletrónica de


mecânico de potência complexo. Elevado
movimentação dos número de enrolamentos
enrolamentos. inativos.
Ponte retificadora com
Grande dispêndio de
enrolamentos fixos e em
paralelo Permanentemente ajustada material para fazer um

a qualquer altura de maré. elevado número os


enrolamentos.

Existência de momentos de
transição em que a onda
trifásica é imperfeita.

Número reduzido de Dependência de um


enrolamentos. dispositivo de controlo da

Dispositivo de eletrónica altura da maré, bem como de


de potência simples. um dispositivo que permita
Ponte retificadora com
deslocar os enrolamentos.
enrolamentos móveis e Ausência de enrolamentos
inativos. Existência de movimentação
em serie.
mecânica para ajuste às
Onda trifásica perfeita.
diferentes alturas de maré.

44
CAPÍTULO 5: VANTAGENS E DESVANTAGENS DA ENERGIA
DAS ONDAS OU ONDOMOTRIZ

Vantagem da energia das ondas


✓ Fonte de energia renovável e inesgotável; A energia das ondas nunca irá acabar,
as ondas não se limitam a apenas uma determinada temporada, elas existem todo
o ano, e não precisam do homem para se formar.

✓ Amigas do ambiente; Ao contrário dos combustíveis fósseis, retirar energia das


ondas não gera gases prejudiciais ao meio ambiente, nem poluição. Esta energia
é retirada diretamente e transformada em eletricidade através de um conjunto de
geradores e bobines.

✓ Várias formas de recolher energia das ondas; São várias as formas existentes
para recolher energia das ondas. Desde instalar uma central com hidrogeradores,
plataformas instaladas no mar para recolher essa mesa força das ondas (como
grandes cilindros, com êmbolos no seu interior).
✓ Fáceis de prever; Ao contrário de outras fontes de energia, estas são fáceis de
prever, podemos mesmo calcular a sua capacidade de produção. É que a força das
ondas é consistente e garante resultados muito melhores que outras fontes
dependentes do vento ou exposição solar.

✓ Reduz a dependência de combustíveis fósseis; Ao se optar por este tipo de


produção de energia, iremos reduzir as necessidades de combustíveis fósseis e
assim, diminuir as emissões de CO2 para a atmosfera.
✓ Não provocamos danos na superfície da terra. Ao contrário dos combustíveis
fósseis, em que temos de escavar para os encontrar.

✓ Baixos custos de manutenção e funcionamento; Os coletores de energia das


ondas podem ser colocados em qualquer lugar da costa, desde que haja mar, e
existe o investimento inicial, mas de resto a longo prazo só há benefícios.

45
Desvantagens da Energia Das Ondas

✓ Adequadas apenas em certos locais; É uma das grandes desvantagens deste tipo
de energia renovável, pois apenas cidades próximas da costa poderão tirar partido
desta fonte de energia, não é viável para todos os países, nem todas as zonas.

✓ Afecta o ecossistema marítimo; Por mais limpa que possa ser retirar energia das
ondas, a forma como retirada pode prejudicar alguns animais marinhos. Isso
devido à maquinaria que é necessário colocar dentro da água. Pois irão perturbar
a flora marítima, mudar o habitat da costa ou mesmo criar ruídos para afectarão a
vida marinha.

✓ Podem prejudicar as rotas de navios privados e comerciais; A instalação


destas estruturas próximas da costa para capturar a energia das ondas pode levar
à perturbação das rotas marítimas.
✓ Dimensão da onda; A força do vento depende da dimensão da onda, ou seja, da
velocidade da onda, comprimento da onda e densidade da água. É necessária uma
corrente consistente de ondas para gerar uma quantidade significativa de energia
a partir das ondas.
✓ Tempestades reduzem o desempenho; O desempenho dos equipamentos de
conversão da energia das ondas em energia elétrica é reduzido durante o tempo
severo, como as tempestades.

✓ Poluição visual; Os geradores de energia a partir das ondas podem ser excelentes
para gerar energia elétrica, mas consoante os modelos aplicados, podemos ter
poluição visual (devido ao tamanho dos equipamentos e localização dos mesmos).

✓ Comparado com outras formas de energia elétrica, a energia das ondas é


cara. O custo de gerar eletricidade a partir das ondas do mar pode ir até os
0.20€/kWh, facto pelo qual não há muito investimento neste tipo de energia
renovável. E como tal não são a fonte primária da energia renovável.

46
CONCLUSÃO

A usina de Energia Ondomotriz poder chegar a gerar energia elétrica até 90% do
tempo de funcionamento, além de ter a possibilidade de ser utilizada em conjunto com
outras energias.

Apesar de ser uma energia com alto custo financeiro de instalação, a Energia das
Ondas pode levar à comunidade a possibilidade de novos investimentos em outros ramos
de actividades, criando empregos e movimentando a econômica local.

A possibilidade de distúrbio do sistema aquático é um dos pontos a se focar


durante os estudos e projetos, pois já foi constatado por meio de câmeras do dispositivo
Archimedes Wave Swing (AWS), no Porto de Lyness, Escócia, que os peixes estavam
utilizando o absorvedor do equipamento como um recife artificial.

É possível observar que a Energia Ondomotriz tem grande potencial para ser
utilizada como fonte de energia renovável em diversas partes do nosso país,
principalmente em ilhas e áreas remota, que tem uma dificuldade maior para se obter
energia elétrica. Entretanto, para isso, é necessário um maior investimento e incentivo
governamental e de empresas do ramo para as pesquisas relacionadas a Energia das
Ondas.

47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BORGES, Leonardo. Você sabe como funciona a energia das ondas?. Autossustentável.
17 abr, 2020. Disponível em: https://autossustentavel.com/2020/04/ondomotriz-
energiaondas.html.

ESTEFEN, Segen. Geração de Energia Elétrica pelas Ondas do Mar. 2006. Disponível
em: https://coppe.ufrj.br/pt-br/geracao-de-energia-eletrica-pelas-ondas-do-mar-0.

TOLMASQUIM, Mauricio T. (coord.). Energia Renovável: hidráulica, biomassa, eólica,


solar, oceânica. Rio de Janeiro: Empresa de Pesquisa Energética (epe), 2016. 452 p.

Conceicao (2010), ‘Climas e correntes maritimas’. URL:


http://geoconceicao.blogspot.pt/2010/04/oceanos-e-atmosfera.html de Energia das
Ondas, C. (2004), ‘Potencial e estrategia de desenvolvimento da energia das ondas em
portugal’.

SCHMIDT, N. L. Análise comparativa de conversores de energia de ondas oceânicas.


Trabalho de Conclusão de Curso, 2017. Citado na página

PORTAL BIOSSISTEMAS. Energia das ondas no Brasil. 2018. Disponível em: . Acesso
em: 30 de agosto de 2018. Citado na página

RAGHUNATHAN, S. A methodology for wells turbine design for wave energy


conversion. Proceedings of the Institution of Mechanical Engineers, Part A: Journal of
Power and Energy, SAGE Publications Sage UK: London, England, v. 209, n. 3, p. 221–
232, 1995. Citado na página

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