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UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA

ELETROTECNIA MINEIRA
DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA EÓLICO PARA PRODUÇÃO DE
ENERGIA ELÉTRICA

Docente
__________________________
José Inácio

Ano Lectivo 2021-2022

REPÚBLICA DE ANGOLA | MINISTÉRIO DO ENSINO SUPERIOR, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO


UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA

ELETROTECNIA MINEIRA
DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA EÓLICO PARA PRODUÇÃO DE
ENERGIA ELÉTRICA

Discentes

• 000000 - Bruna Maria Teixeira José


• 129562 - Domingas Francisco Guimbi
• 129563 - Elisiário José Ch. Camolacongue
• 000000 - Irineu Ganga
• 000000 - João Ambrósio João
• 000000 - Leofe de Castro José
• 000000 - Paulo Cardoso

Docente
__________________________
José Inácio

Ano Lectivo 2021-2022


Agradecimentos,

Primeiramente a Deus, por proporcionar o momento desses agradecimentos, pelo dom da vida,
saúde e sabedoria concedida. Aos nossos familiares, em particular aos pais, pelo amor
incondicional e apoio financeiro.

Ao professor José Inácio, pelo tema sugerido, pois nos serviu de base para a obtenção de
conhecimento e uma maior compreensão da cadeira de eletrotecnia mineira.

Agradecemos aos nossos colegas e amigos de classe por terem disponibilizado parte do seu
tempo em diversas vezes para discutir assuntos relacionados a temática deste trabalho.

A realização deste trabalho não seria possível sem a colaboração de diversas pessoas, pelo que é
indispensável um agradecimento a todos os que contribuíram neste projeto direta ou
indiretamente.
Resumo

O objetivo principal deste trabalho é desenvolver ferramentas que permitam simular o


funcionamento dinâmico de sistemas eólicos, permitindo assim a perceção do seu funcionamento
para produção de energia elétrica e avaliar a viabilidade de aproveitamento dos recursos eólicos,
permitindo assim a elaboração de previsões do seu funcionamento e da produção de energia

O trabalho vem acompanhado de uma maquete com a simulação de dados que irão caracterizar o
funcionamento de aerogeradores de eixo horizontal, geradores de energia elétrica, para o
abastecimento em uma comunidade, no município do Tombua, populações que não têm ainda o
acesso direto a energia elétrica por vários fatores.

Palavras-chave: Energia Eólica, Aerogeradores, Turbinas Eólicas, Conversão de Energia,


dimensionamento do sistema eólico, Tombua .

Estruturação

Para um melhor entendimento, este trabalho encontra-se dividido em 3 capítulos, sendo estes:

• Capítulo 1 – Introdução exaustiva à panorâmica da produção distribuída, fazendo


referência a evolução desta, ao estado de situação actual e às perspetivas para o futuro face
à produção de energia de carácter centralizada.

• Capítulo 2 – Descreve-se a situação da energia eólica em Angola. Neste é feito também


um levantamento sobre a energia eólica se seguindo uma avaliação da produção da mesma.

• Capítulo 3 – Execução do maquete ou modelo reduzido que servirá de simulação para se


perceber o princípio de funcionamento de um sistema eólico, cujos parâmetros e
componentes são escolhidos dentro dos limites variáveis de funcionamento do sistema.
Índice
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 6
1.1. Problemática .............................................................................................................. 6

1.2. Hipóteses ................................................................................................................... 6

1.3. Justificativa................................................................................................................ 6

1.4. Objectivo geral .......................................................................................................... 6

1.5. Objectivo específicos ................................................................................................ 6

2. CAPÍTULO 1 - Histórico e Evolução. Energia eólica ............................................... 7


2.1. Formação dos ventos e sua distribuição .................................................................... 7

2.1. Energia Eólica. .......................................................................................................... 7

2.2. Parques Eólicos ......................................................................................................... 8

3. Constituição de um sistema Eólico .......................................................................... 8


3.1. Turbinas eólicas......................................................................................................... 8

3.1.1. Aerogeradores de eixo horizontal ............................................................................. 9

3.2. Turbulências no Fluxo do Ar .................................................................................. 11

3.3. Influência do Efeito de esteira ................................................................................. 12

4. Análise tecnológica do aerogerador ....................................................................... 12


4.1. Captação da energia do vento.................................................................................. 12
4.1.1. Velocidade do Vento ............................................................................................... 13
4.1.2. Potência. Curva de Potência .................................................................................... 13
5. Sistema de conversão de velocidade variável limitada ........................................... 15
CAPÍTULO 2 - POTENCIAL EÓLICO EM ANGOLA .................................................... 15
CAPÍTULO 3: PROJECTO – Modelo real X Modelo reduzido ....................................... 18
5.1. Tecnologia necessária para montagem do sistema eólico ....................................... 18
5.2. Parâmetros utilizados na simulação do aerogerador ............................................... 19
5.3. Escolha do aerogerador ........................................................................................... 19
5.4. Escolha da Bateria para o armazenamento .............................................................. 20
5.5. Escolha do inversor ................................................................................................. 20
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................... 21

6. BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................... 21
INTRODUÇÃO

Um dos grandes tormentos do mundo até hoje é a questão relativa á energia, o


aproveitamento desta ainda não atingiu um nível satisfatório, visto que a imensa maioria da
energia utilizada no é de origem não renovável. A energia pode ser usada de forma mais civilizada
e menos dispendiosa, por meios de fontes renováveis como a energia eólica, solar e outras. A
energia eólica alem de ser uma fonte de energia renovável , possui uma certa diferença em relação
às demais, pode ser utilizada para o fornecimento de energia para pequenas populações onde não
tem um acesso de energia direto e também não necessita de grandes investimentos.
1.1. Problemática

Tombua município do Namibe, apresenta uma incidência de ventos considerada suficiente


(a volta de 5 - 7 m/s em média da velocidade do vento) para gerar energia elétrica que possa pelo
menos suster a mesma comunidade que não tem acesso a energia elétrica até o momento. Por
alguns fatores a destacar, a sua localização, factor que faz com os custos sejam ainda elevados
para uma distribuição de energia elétrica pelo método convencional.

1.2. Hipóteses

Com os dados obtidos, pode haver uma alternativa para esta comunidade. Se o
abastecimento de energia elétrica pelo método convencional é desvantajoso, por situações da
geografia e não só, ao mesmo tempo se torna vantajosa para gerar energia elétrica a partir da
eólica pelo mesmo motivo. Tombua situa-se na zona sudeste de angola onde há considerável
massas de vento. Partindo do pressuposto de que este método tem diversas vantagens sobre o
método convencional, pode se afirmar que este sistema é viável para esta comunidade.

1.3. Justificativa

A relevância deste trabalho se dá pela necessidade de se projetar sistemas eólicos mais


eficientes e obter mais domínio sobre estas fontes de energia. Estamos numa era de transição
energética onde o uso de energia proveniente de combustíveis fosseis tem vindo a reduzir e o
consequente aumento da produção de energia a partir de fontes renováveis. Deste modo nos
compete saber mais sobre este tipo de sistema de energia e os resultados experimentais do projeto
também irão fornecer dados para verificação e validação dos conceitos que objetivam prever
melhor performance dos sistemas, promovendo maior produção de energia. Torna-se
compreensível o comportamento da turbina diante de fatores adversos, para que possamos projetar
sistemas eólicos eficientes.

1.4. Objectivo geral


• Dimensionar um sistema de energia eólica para a produção de energia elétrica.
1.5. Objectivo específicos
• Analisar a estabilidade dinâmica do aerogerador de eixo horizontal;
• Obter respostas sobre o funcionamento dos aerogeradores diante de fatores
adversos.
• Fazer a análise pratica de um sistema de energia eólica de pequeno porte

6|Página
2. CAPÍTULO 1 - Histórico e Evolução. Energia eólica

A adaptação dos cata ventos para energia elétrica teve início no final do século XIX. O
responsável por essa adaptação foi Charles F. Bruch, no ano de 1888, tratava-se de uma cata vento
que fornecia 12 kW em corrente contínua para carregamento de baterias, as quais forneciam
energia para 350 lâmpadas incandescentes. A primeira turbina eólica comercial ligada à rede
elétrica foi instalada em 1976, na Dinamarca.

2.1. Formação dos ventos e sua distribuição

O vento é o movimento do ar em decorrência de um aquecimento irregular da atmosfera


pelo Sol. A atmosfera terrestre é aquecida de forma desigual devido à radiação solar incidente
sobre a superfície terrestre que não se distribui igualmente e aos movimentos de rotação do
próprio planeta. As regiões tropicais recebem os raios solares quase que perpendicularmente e por
isso são mais aquecidas do que as regiões polares . Essas porções da atmosfera mais aquecidas
tornam-se menos densas e mais leves tendendo a subir em direção as camadas superiores. O
espaço deixado pela porção ascendente é logo ocupado por massas de ar menos aquecidas. O
deslocamento de massas de ar determina a formação dos ventos.

Imagem 1 - Deslocamento de massas de ar provocados pela energia solar

2.1.Energia Eólica.

Também chamada de energia dos ventos, a energia eólica é a energia cinética contida nas
massas de ar( vento), que tem condições de ser aproveitada e utilizada na geração de energia
elétrica, por meio da indução eletromagnética, ou seja, por meio da conversão da energia cinética
de translação em energia cinética de rotação, para trabalhos mecânicos como bombeamento de
água e trituração de grãos. O processo para aproveitamento da energia eólica depende dos
aerogeradores, que são os equipamentos utilizados para, a partir do contato com o vento,
rotacionarem e gerarem outras formas de energia, como a elétrica por exemplo.

7|Página
Como foi mencionado anteriormente, a energia renovável tem como fonte primária de
energia recursos que se “restauram” a uma velocidade superior à do seu consumo, e nesta
transformação de energia eólica pra energia elétrica não são gerados gases de efeito estufa, sendo
assim uma fonte de energia limpa, ou seja, são consideradas “amigas do ambiente” ou energias
limpas por reduzirem a emissão de CO2, o grande responsável pelo aparecimento da camada de
efeito estufa.

2.2. Parques Eólicos

Um parque eólico é um local designado à geração de energia eólica. Ele consiste de um


grupo de geradores eólicos com dimensões que variam de 600 kW a 5 MW, dispostos ao longo
do território para aproveitar ao máximo os recursos eólicos do local.

Figura 1 - Parque Eólico

3. Constituição de um sistema Eólico

3.1. Turbinas eólicas

O princípio básico de funcionamento de um gerador consiste em uma turbina que produz


um movimento de rotação em uma espira. Essa espira gira em torno de um eixo perpendicular `a
direção das linhas de força de um campo magnético que pode ser gerado por ímãs ou bobinas.
Isso faz com que o fluxo do campo magnético através da espira varie com o tempo e então ´e
produzida uma força eletromotriz induzida fem (ε). Assim, a força eletromotriz resulta do
movimento relativo que há entre a espira e o campo magnético.
As turbinas podem ser dividas em dois grupos, turbinas de arraste e de sustentação. “Um
corpo que obstrui o movimento do vento sofre a ação de forças que atuam perpendicularmente ao
escoamento (forças de sustentação) e de forças que atuam na direção do escoamento (forças de

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arraste)”. Porém a classificação mais usual é em eixo vertical ou horizontal, tanto turbinas de
eixo vertical e horizontal sofrem ações de forças de araste e de sustentação.

Energia do Energia Caixa de Energia Energia


Pás+hub Gerador
vento mecânica velocidades mecânica elétrica

Figura 12 - Princípio de funcionamento de um aerogerador.

Como se pode observar, o vento ao embater nas pás transfere a energia cinética do vento
para as pás, transformando-a em energia mecânica de rotação do rotor. Esta energia mecânica é
convertida em eletricidade utilizando o gerador. Para que a energia cinética do vento seja extraída
e transformada em energia elétrica são necessárias várias etapas. Essas etapas são realizadas por
alguns componentes como caixa multiplicadora, gerador síncrono ou assíncrono, dentre outros.

3.1.1. Aerogeradores de eixo horizontal


Os aerogeradores de eixo horizontal são os que mais abundam no mercado, isto deve-se,
principalmente, a terem um maior rendimento energético do que os de eixo vertical. O aerogerador
de eixo horizontal pode ser dividido em três grandes componentes, o rotor, a cabine e a torre.

a. Configuração típica de um aerogerador de eixo horizontal

• Torre – é o principal componente que suporta a cabine e o rotor, esta pode ter mais de
cem metros de altura e é normalmente fabricada de aço ou betão. O propósito da torre ser
alta surge na necessidade de se aproveitar os ventos menos turbulentos e de maior
velocidade, aumentando assim o rendimento de conversão.

9|Página
• Cabine ou Nacelle – é onde estão alojados os principais componentes para a produção
de energia e segurança do aerogerador, tais como o gerador, travão, caixa de velocidades
(quando existe), mecanismos de orientação (sistema de Yaw), anemómetros, entre outros;

• Rotor – este é o elemento de fixação das pás que transmite a rotação para a caixa de
velocidades ou no caso de esta não existir para o rotor do gerador. As pás no rotor podem
ter um sistema de controlo do ângulo tipo Pitch onde variam o ângulo de ataque da pá para
melhor aproveitar a energia do vento;

• Pás (blades) - são o elemento responsável pela conversão da energia do vento em energia
mecânica (rotação);

• Sistema de controlo do ângulo das pás (pitch system) é o sistema responsável por
controlar o ângulo de ataque das pás;

• travão (brake) é o sistema de segurança da máquina;

• O eixo (shaft) é responsável pela transmissão da rotação do hub para a caixa de


velocidades (quando existe);

• Caixa de velocidades (gearbox) transforma a baixa rotação no eixo primário para uma
rotação mais elevada no eixo secundário;

• Gerador (generator), que está acoplado ao eixo secundário da caixa de velocidades, é


responsável pela conversão da energia mecânica de rotação em energia elétrica;

• Anemómetro (anemometer) é o elemento que retira as leituras do vento (velocidade e


direção) as quais são muito importantes para a operação do aerogerador;

• Sistema direcional de Yaw (Yaw drive) é o sistema responsável por orientar o


aerogerador para a direção do vento;

Além de estes componentes, existem outros como: sistemas de controlo, essenciais para a
operação do aerogerador; o transformador que converte a baixa tensão produzida pelo gerador
numa tensão idêntica à rede da elétrica e outros.

Na Figura a seguir mostra-se o esquema básico dos componentes de um aerogerador de


eixo horizontal, onde:
10 | P á g i n a
Figura 2 - Componentes básicos de um aerogerador de eixo horizontal

3.2.Turbulências no Fluxo do Ar

O escoamento de ar sobre a superfície terrestre é modelado pelo relevo e pela presença de


obstáculos que também produz turbulências no fluxo. A rugosidade da superfície é a propriedade
física que descreve a ação da superfície terrestre na redução do momento e na absorção do impacto
dos ventos . A perturbação na movimentação de ar será maior conforme a complexidade do relevo
e a altura dos seus componentes. Com isso, a velocidade do vento não ser a uniforme
verticalmente desenvolvendo um perfil com valores menores próximos ao solo que vão
acrescendo na medida em que são consideradas alturas maiores . O comprimento da rugosidade
zo próximo à superfície terrestre é a altura onde a velocidade é nula.

A turbulência do fluxo de ar é afetada tanto antes da turbina, upwind, quanto depois,


downwind. A região antes da turbina afetada pela presença da turbina é chamada de região de
indução. A região downwind é chamada de região de esteira, que é dividida em próxima,
imediatamente após a turbina, e distante. A Figura 1 mostra um esquema dessas regiões de
interação. Nos parques eólicos é sabido que o efeito de esteira promove grande perda de energia,
devido à redução da velocidade do vento, além de aumentar os esforços de fadiga, o que está
relacionado aos custos de manutenção

Figura 3 - Esquema das regiões resultantes da interação da turbina com o fluxo de

11 | P á g i n a
3.3. Influência do Efeito de esteira

A geração de energia eólica deve considerar fatores como o efeito de esteira, que gera uma
queda na velocidade do vento, além do aumento de turbulência. Esse efeito é gerado pela passagem
do ar pela turbina, dessa forma, as turbinas a jusante do fluxo de vento são afetadas. A esteira não
apenas gera esforços adicionais na estrutura, como também provoca uma redução na eficiência na
produção de energia. Assim esse projeto busca estudar o efeito de esteira para um conjunto de
modelos de turbinas, analisando o efeito do layout do arranjo de turbinas nos esforços sofridos
pelo modelo, bem como a potência gerada

A região de esteira próxima possui comprimento de aproximadamente 2 a 4 diâmetros do


rotor. Por estar próxima da turbina, essa região sofre maior influência das características da
turbina, como o perfil da pá, geometria do hub e da nacelle. Além disso, há a formação de vórtice
gerado pelo efeito da ponta da pá.
Por outro lado, a região de esteira distante possui menor influência das características do
rotor, sendo então uma região com características gerais, independentes da geometria da turbina.
Essa região possui uma alta intensidade de turbulência, comparado com o fluxo de entrada,
principalmente na região superior. Como em parques eólicos as turbinas ficam em um
espaçamento entre 3 e 10 rotores de distância, as turbinas costumam operar na região de esteira
distante, dessa forma, o efeito de esteira distante tem atraído a atenção para os estudos em campo,
além de estudos em laboratórios e simulações numéricas

4. Análise tecnológica do aerogerador


4.1.Captação da energia do vento

A quantidade de eletricidade que pode ser gerada pelo vento depende de quatro fatores: da
quantidade de vento que passa pela hélice, do diâmetro da hélice, da dimensão do gerador e do
rendimento de todo o sistema. A quantidade de energia disponível no vento varia de acordo com
as estações e os horários.

A energia eólica utilizada para geração de energia elétrica ´e a energia cinética E do vento
que se desloca com certa velocidade v que ´e dada pela Equação.

1
𝐸 = . 𝜌. 𝐴. 𝑣 3 . 𝑡
2
onde p é a massa específica do vento, A, a área das pás v a velocidade e t o tempo.

12 | P á g i n a
4.1.1. Velocidade do Vento

A velocidade do vento em um local aumenta com a altura; logo há a necessidade de se


corrigir o valor da velocidade, medido a certa altura para se projetar a altura ideal para se instalar
a turbina. Uma expressão prática é apresentada na equação:

𝒉 𝒏
𝒗 = 𝒗𝒐 ( )
𝒉𝒐

v – Velocidade do vento na altura desejada

vo – velocidade do vento obtida por medição

h – Altura desejada

ho - Altura onde se mediu a velocidade do vento

n – Fator de rugosidade do vento, que varia de 0,1 (terrenos lisos) a 0,3 (zonas urbanas)

4.1.2. Potência. Curva de Potência

A potência é a taxa de variação temporal da energia e, portanto, derivando a Equação da


Energia em relação ao tempo, pode-se determina a potência eólica P disponível no vento que
passa por uma secção transversal de área A. A potência disponível no vento, porém, não pode ser
totalmente aproveitada pela turbina eólica para a geração de eletricidade. Como a energia
mecânica só pode ser extraída com o custo da energia cinética contida no vento, o que significa
que, com um fluxo de massa inalterada, a velocidade de escoamento por trás do conversor de
energia eólica deve diminuir. A massa de ar que passa pelo rotor forma um tubo circular de
corrente, entre o ar anterior e o posterior ao rotor do aerogerador. A corrente de ar antes da
passagem pelo disco do rotor forma um tubo com diâmetro menor que o disco do rotor e a
posterior, um tubo com diâmetro maior que o disco. Esse princípio está demonstrado na Fig. 4,
considerando que v1 é a velocidade antes de passar pela turbina eólica e v2 é a velocidade após a
passagem

Substituindo a equação de v´ na
equação da Potência, demonstra-se
a origem da seguinte equação,

Figura 4 - Tubo imaginário circular de corrente do ar anterior e posterior ao rotor.

13 | P á g i n a
A expressão dentro de chavetas representa, o (Cp) Coeficiente de potência. O limite de
Betz indica que, mesmo para os melhores aproveitamentos eólicos (turbinas de 2 ou 3 pás de eixo
horizontal), recupera-se apenas um máximo de 59% da energia do vento, o que significa que Cp
máximo (teórico) é, aproximadamente, 0,59. Portanto, a fórmula da do vento é dada:
𝑑𝐸 1
𝑃= = 𝜌. 𝐴. 𝑣 3 . 𝐶𝑝
𝑑𝑡 2

Onde:
P - Potência (elétrica) do vento [W];
Cp - Coeficiente de potência ou coeficiente de betz;
➢ Limite de Betz :cp-59% ou seja 0 a 0,59
ρ - Massa específica (densidade do ar) do ar: 1,23 [kg/m3];
A - Área seção transversal [m2];
v - Velocidade do vento [m/s].

A curva de potência de um aerogerador é um gráfico que define qual será a potência


elétrica disponível no equipamento para uma determinada velocidade de vento. Assim, na prática,
se deve tomar um valor médio das velocidades medidas para cada velocidade do vento e construir
o gráfico com esses valores médios. Se há 3% de erros nas medições de velocidades, a energia do
vento pode ser 9% superior ou inferior. Em consequência, podem existir erros de até 10% em
curvas certificadas.

Figura 5 - Cura da Potência nominal do gerador eólico

14 | P á g i n a
4.2. Sistema de conversão de velocidade variável limitada

Neste tipo de conversão, de velocidade variável limitada, é utilizado um gerador assíncrono


de rotor bobinado onde o rotor está ligado a uma resistência variável. Ao se variar o valor da
resistência no rotor é possível controlar a potência extraída do rotor e assim a velocidade de
rotação, no entanto neste sistema existe a dissipação de energia sob a forma de calor na resistência.

Figura 6 - Sistema de conversão de velocidade variável limitada

• Vantagens: Melhoramento da eficiência do sistema através do aumento da gama de ventos.


• Desvantagens: Gama de variação da velocidade reduzida e perda da potência extraída no
rotor pela resistência variável.

CAPÍTULO 2 - Potencial eólico em Angola

A análise do recurso eólico para o território Angolano envolveu a modelação em mesoescala


utilizando o modelo WRF (Weather Research and Forecasting), com uma resolução de 3 X 3 km
e para um horizonte temporal de 3 anos de dados selecionados a partir de uma análise da
variabilidade climática de larga-escala, nomeadamente dos dados climáticos globais oriundos do
Projeto Reanalysis do NCEP/NCAR.
Com base nos resultados da mesoescala, foram selecionados todos os locais que apresentavam,
simultaneamente, velocidades médias de vento superiores a 6,0 m/s, uma proximidade inferior a
100 km de um potencial ponto de interligação na rede elétrica, que possuíam vias de acesso
rodoviário num raio de 5 km e que não abrangiam quaisquer áreas classificadas, como áreas
naturais e/ou protegidas. Nesta primeira fase foram identificados mais de 30 locais ,
maioritariamente distribuídos pelos quadrantes NW e SW de Angola, que validavam os critérios
referidos.
Utilizando os resultados da mesoescala, e para 13 locais validados em campo, foi extraído um
mastro virtual para reproduzir as condições reais de medição, com o qual foram produzidos
mapeamentos das condições médias anuais e sazonais do recurso eólico para cada local,
utilizando-se para o efeito softwares específicos de modelação em microescala.
15 | P á g i n a
Apesar de não ser um país de elevado
potencial eólico, Angola apresenta, ainda
assim, um potencial eólico de cerca de
3,9 GW. Este potencial resulta da
integração de diversas variáveis e
condicionantes, nomeadamente: áreas
que apresentam velocidades médias de
vento superiores a 6,0 m/s; áreas fora de
reserva ou proteção natural e áreas que
apresentam condições técnicas
favoráveis, em termos de orografia e
acessibilidade.

Do potencial total de 3,9 GW de


potenciais projectos, 604 MW (13
projectos) foram considerados
prioritários por apresentarem condições
de ligação imediata à rede elétrica no
horizonte 2014-2017

Estes projectos prioritários apresentam na sua generalidade velocidades médias superiores


a 6,5 m/s, o que se traduz num factor de capacidade de cerca de 33%. Projectos com estas
características poderão rivalizar, em termos de custo de geração, com outras fontes de geração,
quer renovável quer convencional.

Das 18 províncias Angolanas, destaca-se a província do Cuanza Sul não só com cerca de
300 MW de potenciais projectos, mas também por ser a província na qual se identificou o projeto
com o mais baixo custo de geração – Projeto Eólico da Quitobia 100 MW - a confirmar através
de medições no terreno. Para os 604 MW de projectos prioritários, foi calculado o custo nivelado
de energia. Este cálculo teve por base o projeto preliminar de cada um dos 13 projectos, tendo-se
determinado a capacidade anual de geração de energia (MWh/Ano), o custo médio de
investimento (CAPEX), tendo como referência consulta de preços ao mercado para o
fornecimento de turbinas, linhas elétricas, subestações e acessos e, por último, o custo médio de
operação e manutenção dos parques eólicos por 20 anos (OPEX).

Com estes resultados, foram gerados 3 cenários de custo médio de capital que dependerá
das garantias que vierem a ser dadas aos investidores e das fontes de financiamento (5%, 11% e
15% de custo médio ponderado de capital). No cenário intermédio (11%), existem mais de 300
MW de projectos abaixo dos 150 USD/MWh, maioritariamente na província do Cuanza Sul. De
referir também, que no cenário mais agressivo a potência com custo inferior a 150 sobe para 584
MW.

16 | P á g i n a
No cenário intermédio (11%),
existem mais de 300 MW de
projectos abaixo dos 150
USD/MWh, maioritariamente na
província do Cuanza Sul. De referir
também, que no cenário mais
agressivo a potência com custo
inferior a 150 sobe para 584 MW.

Figura 7 - Parque eólico de Hoque

Em Angola, concluiu-se que o


recurso eólico no sudoeste do país
e na escarpa atlântica, apresenta
condições favoráveis à instalação
de mais de 3.9 GW de parques
eólicos (Atlas e Estratégia
Nacional para as Novas Energias
Renováveis).
Figura 8 Parque eólico de Hoque – atltas do potencial eólico
de Angola

17 | P á g i n a
CAPÍTULO 3: PROJECTO – Modelo real X Modelo reduzido

4.3.Tecnologia necessária para montagem do sistema eólico

A aplicação deste sistema de geração de energia através de meio eólico se dará á um nível
residencial com consumo médio de 500 kWh/Mês, com isso será necessário adquirir equipamentos
para que se possa suprir a maior parte possível deste consumo, sendo que o consumo por parte da
população do município do Tombua em que se pretende implantar este projeto não é muito alto.

Para se ter uma ideia, Tombua é habitado por xxx mil habitantes e maior parte deste número
corresponde a pescadores. Zona desértica e árida

Imagem 2- residências do interior do município do Tombua

A montagem do sistema na residência se dará similar à figura a seguir, conforme abaixo:

Figura 9 - Esquema de produção, transformação e distribuição de energia elétrica


18 | P á g i n a
4.4.Parâmetros utilizados na simulação do aerogerador

O sistema conta de aerogeradores com controlador acoplado, baterias e um inversor, cada


equipamento com uma finalidade específica, conforme já explicado acima no capítulo 1 e 2,
respetivamente.

Tabela 1 - Materiais utilizados para a produção de energia e seus correspondentes para a


simulação do maquete ou modelo reduzido

Componente para produção real Correspondente reduzido (Maquete)


Aerogerador Motores (Dínamos)
Controladores Ladrão de Joule
Baterias Baterias de lítio/Pilhas Secas
Inversor Acoplado nos dínamos

4.5.Escolha do aerogerador
Primeiramente foram avaliados os aerogeradores existentes, chegando-se a conclusão de que será
utilizado o aerogerador Air Breeze Land;

Tabela 2- Especificações técnicas do aerogerador Air Breeze Land (Dínamos)

Parâmetros Modelo real Modelo reduzido (Maquete


ou modelo reduzido)

Diâmetro do rotor 1.70 m A determinar

Peso 5.9 kg 2,2 g

Vento para o início de geração 2.68 m/s A determinar

Potencia nominal 160 w a 12,5 m/s A determinar

Voltagem Nominal Disponível 12 v 5v

Corpo Alumínio reforçado Alumínio comum

Hélices Molde triplamente injectado Chapa alumínio

Kilowatt Hora por mês 40 kWh/mês a 5,5 m/s A determinar

Vento Limite 49,5 m/s (177 km/h) 30 m/s (

19 | P á g i n a
4.6.Escolha da Bateria para o armazenamento

Para este tipo de sistema adaptou-se a bateria Moura Clean pela sua viabilidade e durabilidade,
com 12 v 105Ah, e vida útil de 5,47 anos á um nível de descarga de 20%. Segue também, conforme
tabela 4 as especificações técnicas das baterias.

Tabela 3 - Especificações Técnicas da Bareia Moura Clean

Parâmetros Modelo Real Modelo reduzido


Tensão Nominal 12 V 3,7 V
Capacidade Nominal 105 Ah 6,8 Ah
Dimensões (cm) 33,0 x 17,2 x 24,4 6,5 x 1,7 x 1,7
Peso 7,3 Kg 0,53 g

4.7.Escolha do inversor

A configuração do sistema necessita de um inversor de 2800 w, o inversor Xpower 3000 é a


escolha certa, por possuir exatamente a potência necessária.

Tabela 4 - Especificações Técnicas do Inversores Xpower 3000W

Parâmetros Modelo Real Modelo reduzido


Voltagem de saída 115 VAC +/- 5% -----
Frequência 60Hz +/- 4Hz -----
Consumo interno sem carga < 0.6 A -----
Formato de onda Senoidal modificada -----
Eficiência 90% -----
Alarme de baixa voltagem 11 Volts -----
Volt de desligamento auto 10.5 Volts -----
Peso 9 Kg -----
Dimensões do produto 160mm -----

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

- O modelo reduzido elaborado, simula adequadamente a produção de energia elétrica a partir da


energia eólica. Além disso, salienta-se a importância que este tipo de ferramentas que pode vir a
ter no ensino, onde é possível compreender o funcionamento dos sistemas eólicos.

- A pouca utilização do sistema eólico a nível de Angola se deve a dois fatores principais,
primeiramente pela a fraca potência proveniente dos ventos, um fator importantíssimo para o bom
funcionamento do sistema. A segunda é a política governamental, que atualmente não incentiva a
geração de energia subsidiando as tarifas sobre estas fontes de energia.

- A instalação deste sistema em locais de difícil acesso tem vantagem comparada ao sistema de
redes de energia elétrica convencional, onde requer maior investimento na construção da rede
elétrica, com a análise correta das características do local e o mesmo sendo favorável a instalação
de aerogerador, é possível a redução do prazo de retorno do investimento.

5. BIBLIOGRAFIA

[1] - El Chaar, L., Lamont, L. A., Elzein, N. (2011) “Wind Energy Technology – Industrial
Update”, IEEE;

[2] - Principle Power, WindFloat. Disponível em


http://www.principlepowerinc.com/en/windfloat [Consultado em 02/08/2018];

[8]- Picolo, A., Bühler, A., Rampinelli, G, (2014) “Uma abordagem sobre a energia eólica como
alternativa de ensino de tópicos de física clássica”, Revista Brasileira de Ensino de Física, Vol.36;

[9]- “Aerogerador de Eixo Vertical”, Energia Eólica,


https://evolucaoenergiaeolica.wordpress.com/aerogerador-de-eixo-horizontal/geradoreolico-de-
eixo-vertical/ [Consultado em 19/09/2018];

[10] - “Portal Energia, como funciona um aerogerador”.


http://www.portalenergia.com/funcionamento-de-um-aerogerador

[11] –“Improvements in tenhnology”, http://www.windenergy.org.nz/improvements-


intechnology;

[12] https://angolaenergia2025.gestoenergy.com/pt-pt/conteudo/energia-eolica
[13] file:///C:/Users/hp/Downloads/265533%20(1).pdf

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