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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA

LICENCIATURA EM ENGENHARIA ELECTROTÉCNICA

PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉCTRICA

PROJETO RESIDENCIAL

Discente:

Demítrio Gonzaga Pio

Docente:

Engª Mónica Silva

Chimoio, 26 de Junho de 2020


Índice Pág.
1. Introdução...........................................................................................................................4
2. Projecto de instalação eléctrica de uma residência..........................................................4
3. Sistema tarifário.................................................................................................................6
4. Diagrama de cargas............................................................................................................6
5. Memorial Descritivo...........................................................................................................8
5.1. Pontos de Iluminação e Pontos de Tomadas.................................................................8
4.1. Iluminação......................................................................................................................9
4.1. Tomadas de uso gerais (TUG’s)....................................................................................9
4.1. Tomadas de uso específico (TUE’s)...............................................................................9
4.1. Divisão das instalações.................................................................................................10
5.2. Tipos de fornecimento de tensão.................................................................................10
5.3. Cálculo das Correntes..................................................................................................10
5.4. Dimensionamento dos Condutores..............................................................................11
4.4. Condutores Utilizados..................................................................................................13
4.4. Secção mínima dos condutores utilizados...................................................................13
4.5. Dimensionamento dos Eletrodutos......................................................................................13
4.6. Dispositivos de protecção dos circuitos..............................................................................16
Disjuntores termomagnéticos (DTM) e Disjuntores diferenciais residuais (DR)........................16
4.7. Sistema de proteção para Descargas Atmosféricas.............................................................16
5. Memorial de cálculo.............................................................................................................17
5.1. Iluminação........................................................................................................................17
5.2. TUG’s................................................................................................................................17
5.3. TUE’s................................................................................................................................17
5.4. Cálculo para potência total..............................................................................................18
5.5. Calculo das correntes do circuito....................................................................................18
5.5.1. Cálculo da corrente dos circuitos terminais e divisão dos circuitos............................20
6. Agrupamento dos circuitos por eletrodutos.......................................................................20
7. Dimensionamento dos condutores.......................................................................................21
8. Dispositivos de proteção dos circuitos................................................................................22
Conclusão...................................................................................................................................23
Referencias Bibliográficas.........................................................................................................24

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LISTA DE TABELAS

1. TABELA 1. Capacidade de condução de corrente dos condutores...................................................13


2. TABELA 2. Dimensões médias dos condutores...............................................................................14

3. TABELA 3. Eletrodutos PVC rígido rosqueável..............................................................................15

4. TABELA 4. Potência de Iluminação por cômodo...........................................................................17

5. TABELA 5. Potência de TUG'S por cômodo..................................................................................17

6. TABELA 6. Potência de TUE'S por cômodo.................................................................................17

7. TABELA 7. Fatores de demanda para os pontos de iluminação e de tomadas...............................19

8. TABELA 8. Fator de demanda para circuitos independentes.........................................................19

9. TABELA 9. Divisão da corrente por circuitos................................................................................20

10. TABELA 10. Fatores de agrupamento............................................................................................21

11. TABELA 11. Capacidade de condução de corrente, em ampères, em relação


aos métodos de referência B1, B2 e D.............................................................................................21

12. TABELA 12 Dimensionamento dos condutores de acordo com a norma......................................22

13. TABELA 13. Máxima queda de tensão...........................................................................................22

14. TABELA 14. Dispositivo de proteção............................................................................................22

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1. Introdução
No mundo actual, a principal fonte de luz, calor e força é a eletricidade. Além de
auxiliar no dia-a-dia das pessoas, tem extrema importância para o setor comercial e
industrial, auxiliando assim, o desenvolvimento do país. A eletricidade chega aos
consumidores por meio de sistemas elétricos complexos, compostos de quatro etapas:
geração, transmissão, distribuição e consumo.

A geração de energia acontece de diversas maneiras, entre elas: usinas hidrelétricas,


usinas termoeléctricas e usinas nucleares. Actualmente Em Moçambique, a forma mais
utilizada para a geração de eletricidade, é a energia provinda das hidroeléctricas.

Um sistema eléctrico é um circuito ou um conjunto de circuitos elétricos inter-


relacionados, constituído para determinada finalidade. É formado essencialmente, por
componentes eléctricos que conduzem corrente. Uma instalação elétrica, consiste
basicamente, em um conjunto de materiais e componentes eléctricos indispensáveis ao
funcionamento de um circuito ou sistema eléctrico. Sendo o sistema eléctrico físico o
conjunto de componentes elétricos associados e coordenados entre si, composto para um
fim específico.

Todas as instalações elétricas devem seguir normas técnicas, com as quais se garante o
seu bom funcionamento e a segurança de pessoas e animais domésticos, bem como a
conservação dos bens. Assim sendo essas normas técnicas são definidas pela
Associação Brasileira de Normas técnicas, ABNT, sendo a principal delas a norma NBR
5410 – Instalações elétricas de baixa tensão, esta norma abrange quase todos os tipos de
instalações de baixa tensão. Neste trabalho será apresentado o projecto eléctrico
residencial de uma casa padrão de classe média, com todos os itens determinados e
projectados de acordo com a NBR-5410 (Instalações eléctricas).

2. Projecto de instalação eléctrica de uma residência


O presente projecto foi elaborado em uma casa com aproximadamente 40m², com os
seguintes cómodos: dois dormitórios, banheiro, sala de estar, cozinha, corredor, área de
serviço e varanda. A residência modelo para a elaboração do projecto eléctrico pode ser
vista na figura 01.

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3. Sistema tarifário

O Sistema tarifário define o conjunto de regras que regulamentam o fornecimento de


energia eléctrica.
O consumidor paga mensalmente a potência posta à sua disposição e a energia
consumida A potência a facturar tem em conta a potência contratada e a potência
tomada.
A energia activa é paga a uma taxa por kWh, que varia com a hora do dia, sendo mais
elevada nas horas de ponta e mais baixa nas horas de vazio.
A energia reactiva que exceder determinado limite fica sujeita a facturação.

Compete ao consumidor fazer a opção tarifária que julgar mais conveniente.

Consumos PREÇO DE VENDA POR CATEGORIA TARIFÁRIA Taxa


Registados fixa
(kWh) (Mt)
Tarifa Tarifa Tarifa Tarifa
Social Doméstica (MT/kWh) Agrícola Geral (Mt/kW)
(MT/kWh) (Mt/kW
)

De 0 a 125 1.07

De 0 a 300 6.63 4.08 10.30 257.97

De 301 a 9.39 5.81 14.71 257.97


500

Superior a 9.85 6.39 16.10 257.97


500

Pré- 1.07 8.44 5.65 14.75


pagamento

4. Diagrama de cargas
Energia eléctrica não é um produto Simples, mensurável através dum único Parâmetro.
As características do consumo impõem a Modulação da energia consumida no tempo
Através de uma função – o diagrama de Cargas – que traduz a variação desse Consumo
ao longo das horas do dia e dos Dias do ano

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Diagrama de carga

Diagramas de potências classificadas

Factor de carga

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Previsão do diagrama de cargas
A previsão do diagrama de cargas é feita a partir de diagramas de carga anteriores
X=a+d+T
a – carga de base
d – correcção do dia da semana
T – função das condições atmosféricas
Técnicas de regressão
X = a + d + b1 T1 + b2 T2 + b3 T3 + b4 T4 + F(t)
T1 – temperatura
T2 – velocidade do vento
T3 – visibilidade
T4 – precipitação
F(t) – função da época do ano
5. Memorial Descritivo
5.1. Pontos de Iluminação e Pontos de Tomadas
O levantamento das potências é feito mediante uma previsão das potências (cargas)
mínimas de iluminação e tomadas a serem instaladas, possibilitando, assim, determinar
a potência total prevista para a instalação elétrica residencial.
Em projectos de instalação elétrica residencial os cálculos efetuados são baseados na
potência aparente, composta por potência activa (parcela transformada em potência
mecânica, térmica ou luminosa) e pela potência reativa (parcela transformada em campo
magnético).
A potência ativa é uma parcela da potência aparente, sendo assim ela representa uma
porcentagem de toda potência aparente que venha a ser transformada em potência
mecânica, térmica ou luminosa.
Portanto para saber o quanto de potência aparente foi transformado em potência ativa,
devemos aplicar o fator de potência correspondente. Nos pontos de iluminação o fator
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de potência utilizado é de 1,0. Já para os pontos de tomadas o fator de potência que deve
ser usado é de 0,80.

4.1. Iluminação
A NBR- 5410 estabelece que, em cada cômodo ou dependência de unidades residenciais
deve ser previsto um ponto de luz no teto, com potência mínima de 100 VA, comandada
por interruptor na parede. Em cômodos ou dependências com área igual ou inferior a
6m², deve ser prevista pelo menos uma carga de 100VA e com área superior a 6 m² deve
ser prevista uma carga mínima de 100VA para os primeiros 6m², acrescida de 60VA
para cada aumento de 4m² inteiros. A norma Brasileira não estabelece critérios para a
iluminação de áreas externas da residência, sendo assim fica a caráter do projetista e do
cliente a instalação de pontos adicionais.

4.1. Tomadas de uso gerais (TUG’s)


Ponto de tomada é o ponto onde a conexão do equipamento à instalação elétrica é feita
através de tomada corrente. Um ponto de tomada pode ter uma ou mais tomadas de
corrente.
A NBR-5410 recomenda que para as unidades residenciais, o número de tomadas de uso
geral deve ser fixado de acordo com o seguinte critério:
 Cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6m², estabelecer no
mínimo um ponto de tomada.
 Salas e dormitórios independente da área e cômodos ou dependência com mais
de 6m², estabelecer no mínimo um ponto de tomada para cada 5m ou fração de
perímetro, distribuídas de maneira coerente e uniforme.
 Em cozinhas, copas, áreas de serviço e lavanderias, fixar um ponto de tomada
para cada 3,5m ou fração de perímetro, independente da área do local. Acima
da pia da cozinha devem ser previstas, no mínimo, duas tomadas no mesmo
ponto ou em pontos separados.
 Em banheiros, cozinhas, áreas de serviços e locais análogos, no mínimo
600VA por tomada, até três tomadas, e 100VA por tomada, para as
excedentes, considerando cada um desses ambientes separadamente. Nos
demais cômodos ou dependências, no mínimo 100VA por tomada.
 Em varandas, pelo menos um ponto de tomada.

Em diversas aplicações, é recomendável prever uma quantidade de pontos de tomadas


maior do que o mínimo calculado, evitando-se, assim, o emprego de extensões que,
além de desperdiçarem energia, podem comprometer a segurança da instalação.

4.1. Tomadas de uso específico (TUE’s)

A quantidade de PTUE’S é estabelecida de acordo com o número de aparelhos de


utilização que sabidamente vão estar fixos em uma dada posição no ambiente. As

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tomadas de uso específico devem ser atribuídas uma potência igual à potência nominal
do equipamento a ser alimentado. Quando não for conhecida a potência do equipamento
a ser alimentado, deve-se atribuir a tomada uma potência igual à potência nominal do
equipamento mais potente com possibilidade de ser ligado, ou potência determinada a
partir da corrente nominal da tomada e da tensão do respectivo circuito. Os
equipamentos que mais necessitam de TUE’S são os equipamentos fixos e
estacionários, tais como: chuveiros elétricos, máquinas de lavar roupas, ar
condicionados, torneiras elétricas e demais equipamentos com potência nominal
relativamente alta.

4.1. Divisão das instalações

A instalação elétrica de uma residência, deve ser dividida em circuitos terminais, que
partem do quadro de distribuição e alimentam diretamente lâmpadas, pontos de tomadas
de uso geral e pontos de tomadas de uso específico. O que facilitará a manutenção e
reduzirá a interferência. A NBR 5410 estabelece os seguintes critérios para esta divisão:

 Prever circuitos de iluminação separados dos circuitos de pontos de tomadas


de uso geral (PTUG’S).
 Prever circuitos independentes, exclusivos para cada equipamento com
corrente nominal superior a 10A.
 Os pontos de tomadas de cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviços,
lavandarias e locais semelhantes devem ser alimentados por circuitos
destinados unicamente a estes locais.
A divisão das instalações deve ser feita em vários circuitos de modo a assegurar o
melhor equilíbrio de cargas entre as fases. Os circuitos independentes são previstos para
os aparelhos de potência igual ou superior a 1500VA, sendo permitida a alimentação de
mais de um aparelho do mesmo tipo através de um só circuito.

5.2. Tipos de fornecimento de tensão

O tipo de fornecimento é estabelecido através do cálculo da potência ativa total da


instalação. Este fornecimento pode ser monofásico feito a dois fios, fase e neutro, se a
potência ativa total for até 12000 W, bifásico feito a três fios, com duas fases e um
neutro, se a potência ativa total for acima de 12000 W e até 25000 W, ou trifásico feito
a quatro fios, com três fases e um neutro, se a potência ativa total for acima de 25000 W
e até 75000 W. A tensão que irá alimentar a residência é definida de acordo com a
concessionária de energia elétrica local podendo ser 110 V ou 220/380V.

5.3. Cálculo das Correntes

Para dimensionar as seções nominais (bitolas) dos fios e cabos da instalação elétrica,
primeiramente é preciso calcular as correntes Ib (de projeto) e Ic (calculada) dos
circuitos terminais e do circuito de distribuição. O correto cálculo destas correntes é
importante pois, quando vários fios são agrupados em um mesmo eletroduto, eles se
aquecem, e o risco de um curto-circuito ou princípio de incêndio aumenta. Para que isso

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não ocorra, é necessário utilizar fios ou cabos de maior seção, para diminuir os efeitos
desse aquecimento. A corrente Ic é corrigida através do fator de agrupamento (f),
resultando em uma corrente maior Ib, que é utilizada para determinar a bitola dos
condutores. As correntes podem ser calculadas de acordo com a equação 01 e 02,
respectivamente.

𝐼 = 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜 (1)

𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙

𝐼 = ___________𝐼𝑐_________________ (2)

𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝐴𝑔𝑟𝑢𝑝𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

5.4. Dimensionamento dos Condutores

O dimensionamento dos condutores elétricos, deverá ser efetuado pelos métodos da


máxima corrente admissível e pela máxima queda de tensão admissível, conforme
recomenda a NBR-5410.
O método de dimensionamento dos condutores pela máxima corrente admissível,
consiste em calcularmos a corrente elétrica que circulará no condutor a ser
dimensionado, levando-se em conta o tipo da carga elétrica que queremos alimentar,
isto é, se a mesma é monofásica ou trifásica, se a instalação possui tensão de
fornecimento de 380/220V ou 220/110V e se na instalação haverá motores ou elementos
de iluminação e equipamentos eletroeletrônicos. A fórmula a ser utilizada é:

kw∗1000
I= (1)
U∗μ∗cosφ

Após a aplicação da fórmula acima, entramos com o resultado obtido em Ampéres, na


tabela a seguir na coluna B1, escolhendo o valor imediatamente superior ao calculado,
que indicará a bitola do condutor a ser utilizado.

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Figura 2. Tabela de condução da corrente

O método da máxima queda de tensão admissível consiste em calcular a bitola do


condutor em questão, levando-se em consideração a máxima queda de tensão admissível
para cada tipo de uso, conforme recomenda a NBR – 5410. Para instalações alimentadas
desde a rede de Baixa Tensão da concessionária, temos:

Figura 3. Instalações alimentadas desde a rede de Baixa Tensão da concessionária

Após termos definido quais as quedas máximas admissíveis, para aplicarmos o método
da máxima queda de tensão, aplicamos a seguinte equação:

2∗[ ( P1∗L2 )+ ( P 2∗L2 ) +… ( Pn∗ln ) ]


S= 2
58∗e %∗U

S = Seção do condutor calculado em mm²;

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P1, P2,... = Potência em cada ponto de utilização;

L1, L2,... = Distância de cada ponto de utilização até o quadro de distribuição em


metros;

e% = Queda percentual máxima admissível;

U² = Tensão de linha ao quadrado.

O resultado obtido nesta fórmula, indicará directamente a bitola do condutor a ser


utilizado, bastando apenas adequar com a bitola comercial imediatamente superior à
calculada.

4.4. Condutores Utilizados

A NBR – 5410 estabelece que os condutores utilizados nas instalações elétricas


residenciais de baixa tensão poderão ser de cobre ou de alumínio, com isolamento de
Cloreto de Polivinil (PVC) ou de outros materiais, como EPR ou XLPE. Todos os
condutores deste projeto serão com isolamento de PVC e deverão respeitar os padrões
de cores da norma.

 Condutor de fase: preto, branco ou vermelho.


 Condutor neutro: azul claro.
 Condutor de protecção (terra): verde ou verde e amarelo.

4.4. Secção mínima dos condutores utilizados

A NBR 5410 prescreve a orientação de que a seção mínima do condutor deve ser
conforme o tipo de instalação, o material utilizado e a utilização do circuito. Para os
circuitos de iluminação a seção mínima exigida pela norma é de 1,5 mm² e para os
circuitos considerados de força (pontos de tomada, circuitos independentes e
distribuição), a seção mínima exigida é de 2,5 mm². Cada seção nominal de um
condutor suporta um determinado valor de corrente, como mostra a tabela 01.

Tabela 1. Capacidade de condução de corrente dos condutores

4.5. Dimensionamento dos Eletrodutos


Denominamos eletroduto, todo o elemento que por sua característica construtiva,
permite a passagem por seu interior de condutores elétricos. Os eletrodutos são
caracterizados pelo diâmetro nominal ou diâmetro externo (em mm).

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Quando queremos dimensionar um eletroduto em que serão instalados condutores
desiguais, isto é, condutores com bitolas diferentes, precisamos levar em consideração a
taxa de ocupação do eletroduto, ou seja, para que possamos alocar os condutores neste
eletroduto devemos ter uma folga ou espaço suficiente no mesmo. Esta taxa de
ocupação não deve ser maior que 40%, o que significa dizer que a soma das áreas totais
dos condutores contidos no eletroduto não pode ser superior à 40% da área útil do
eletroduto.
Para calcularmos esta ocupação, aplicamos a seguinte fórmula:

Are a do electrduto=
∑ Area dos condutores
0,4

Na tabela abaixo, temos as áreas de cada bitola de condutores, onde foi considerado que
todos são circulares, e utilizados valores médios de diâmetro externo.

Tabela 2. Dimensões médias dos condutores

Após calcularmos a área do eletroduto, calculamos seu raio conforme fórmula abaixo:

Raio Electroduto √
Area do electroduto
π

Conhecendo o raio do eletroduto, temos o diâmetro interno do eletroduto, que é dado


pela fórmula:

Diametro interno do electroduto=Raio do electroduto∗2

Com o resultado, obtemos na tabela abaixo, a referência de rosca do eletroduto,


considerando aquele que tiver diâmetro interno, imediatamente superior ao calculado.

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Tabela 3. Eletrodutos PVC rígido tipo rosqueável

Com intuito de obtermos o máximo de economia no projeto, optou-se por seccionar a


planta em trechos e utilizar as bitolas apenas de acordo com o necessário. Abaixo a
figura ilustrativa, de forma que os quadrados azuis representam cada trecho analisado.

Figura 4. Planta por trechos

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4.6. Dispositivos de protecção dos circuitos
A NBR - 5410 recomenda as seguintes prescrições fundamentais destinadas a garantir a
segurança de pessoas, animais e de bens materiais, contra os perigos e danos que
possam resultar da utilização das instalações eléctricas:

 Proteção contra choques elétricos;

 Proteção contra sobrecorrentes;

 Proteção contra sobretensões.

Disjuntores termomagnéticos (DTM) e Disjuntores diferenciais residuais (DR)


Os disjuntores em geral são responsáveis por garantir o correto funcionamento das
instalações elétricas e seus sistemas.
Disjuntores termomagnéticos são dispositivos que oferecem proteção aos condutores do
circuito, desligando-o automaticamente quando da ocorrência de uma sobrecorrente
provocada por um curto-circuito ou sobrecarga. Permitem manobra manual, operando-o
como um interruptor, secciona somente o circuito necessário numa eventual
manutenção (Prysmian, 2006). Disjuntor diferencial residual é um dispositivo
constituído de um disjuntor termomagnético acoplado a um outro dispositivo: o
diferencias residual. Sendo assim, ele conjuga as duas funções: a do disjuntor
termomagnético (protege os condutores do circuito contra sobrecarga e curto-circuito) e
a do dispositivo diferencial residual (protege as pessoas contra choques eléctricos
provocados por contatos diretos e indiretos).
A NBR – 5410 exige a utilização de protecção diferencial residual de alta sensibilidade
em circuitos terminais como os seguintes:

 Em circuitos que sirvam a pontos de utilização situados em locais que


contenham chuveiro ou banheira.

 Em circuitos que alimentam tomadas situadas em áreas externas à edificação.

 Em circuitos que alimentam tomadas situadas em áreas internas que possam


vir a alimentar equipamentos na área externa.

 Em circuitos que sirvam a pontos de utilização situados em cozinhas, copas,


lavanderias, áreas de serviço, garagens e demais dependências internas
normalmente molhadas ou sujeitas a lavagens.

É importante destacar que o dispositivo DR não dispensa o disjuntor. Os dois devem ser
ligados em série, pois cada um tem sua função.

4.7. Sistema de proteção para Descargas Atmosféricas


O sistema indicado para a proteção contra descargas atmosféricas será o dispositivo de
proteção contra surtos (DPS). Este dispositivo estará instalado junto ao quadro do
medidor ligado directamente ao aterramento da residência. O sistema de ligação deste

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equipamento com a instalação pode ser visualizado nos anexos do projeto através do
diagrama unifilar

5. Memorial de cálculo

5.1. Iluminação

DEPENDÊNCIA ÁREA POTÊNCIA


(m²) (W)
Sala estar 9,57 200
Cozinha 4,51 100
Área de serviço 0,00 100
Dormitório 01 8,02 100
Dormitório 02 8,01 100
Banheiro 2,14 200
Varanda 2,86 200
Potência total instalada 1000
Tabela 4. Potência de Iluminação por cômodo

5.2. TUG’s

DEPENDÊNCIA QUANTIDADE POTÊNCIA POTÊNCIA


UNITÁRIA (W) INSTALADA (W)
Sala estar 3 100 300
Cozinha 3 100+600+600 1300
Dormitório 01 2 100 200
Dormitório 02 2 100 200
Banheiro 1 100 100
Varanda 1 100 100
Potência total 2200
instalada
Tabela 5. Potência de TUG'S por cômodo

5.3. TUE’s

CÔMODO QUANTID DESCRIÇÃO POTÊNCIA


ADE INSTALADA (W)

Dormitório 1 Ar condicionado 1900


01 01

Dormitório 1 Ar condicionado 1900


02 02

Banheiro 1 Chuveiro 5400

Cozinha 1 Torneira elétrica 5000

Potência total instalada 14200

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5.4. Cálculo para potência total

Os cálculos foram determinados pelos seguintes passos:


1. Calculou-se a potência ativa de iluminação e dos pontos de tomada a partir da
potência aparente, utilizando o fator de potência correspondente. Para os pontos de
iluminação o fator de potência adotado de acordo com a norma é de 1. Já para os pontos
de tomada o fator de potência correspondente é 0,8.
Potencia de Iluminacao = 1000W
Factor de potencia utilizado = 1,00
Potencia activa = 1000 * 1,00 = 1000W

Potencia das TGU’s = 2200W


Factor de potencia utilizado = 0,8
Potencia ativa= 2200 * 0,8 = 1760W
2. Cálculo da potência ativa total. Somou-se os valores de potência ativa dos
pontos de tomada, pontos de iluminação e circuitos independentes.
Potencia ativa total = 1000 + 1760 + 14200 = 16960W
5.5. Calculo das correntes do circuito
A corrente do circuito de distribuição é aquela que sai do quadro do medidor e chega até
o quadro de distribuição no interior da residência. Foram estabelecidos os seguintes
passos para o cálculo:
1. Realizou-se a soma das potências ativas de iluminação e dos pontos de tomada.
O resultado é a potência instalada.
Potencia instalada = 1000 (iluminação) + 1760 (TUG’s) = 2760W
2. A potência instalada será consumida apenas se todos os circuitos funcionarem ao
mesmo tempo com a carga máxima para a qual foram projectados. A tabela 7
corresponde aos factores de demanda para os pontos de iluminação e de tomada,
baseados na potência instalada da residência

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Tabela 7. Fatores de demanda para os pontos de iluminação e de tomada.

Como o valor da potência instalada é de 2760 W está na faixa entre 2001 W a 3000 W,
de forma que, o fator de demanda utilizado foi de 0,66. Sendo assim a demanda máxima
dos circuitos de iluminação e de tomada é de:
Demanda máxima = potencia instalada * factor de demanda
= 2760 * 0,66
= 1821,6W
3. Para os circuitos independentes o procedimento foi similar. Foram somados os
valores das potências instaladas para cada circuito de uso específico. O fator de
demanda dos circuitos independentes é obtido em função do número de circuitos
previstos no projecto, de acordo com a tabela 8.

Tabela 8. Fator de demanda para circuitos independentes

O número de circuitos independentes adotados para a residência foi de 4 circuitos,


portanto o fator de demanda utilizado na tabela 8 foi de 0,76.
Demanda máxima = potencia instalada * factor de demanda
= 14200 * 0,76
= 10792W
4. Logo após foram somados os valores das demandas máximas de iluminação,
pontos de tomada e circuitos independentes.

19
Demanda máxima = 1821,6 * 10792
= 12613,6W
5. O valor de 12613,6 W encontrado corresponde à potência ativa instalada no
circuito de distribuição. Para chegarmos ao valor da corrente de distribuição é preciso
transformar a potência ativa (W) em potência aparente (VA). Este procedimento foi
feito multiplicando pelo fator de potência de 0,95 que correspondente ao circuito de
distribuição.
Demanda máxima = potencia activa * factor de demanda
= 12613,6 * 0,92
6. Logo após a obtenção da potência aparente do circuito de distribuição, foi
calculada a sua corrente calculada (Ic). Para calcular a corrente Ic do circuito de
distribuição, é necessária sempre a maior tensão que ele fornece. Neste projeto, como o
circuito é monofásico, utilize a tensão entre fase e fase (220 V). =
11604,51W
11604 , 51
Ic =52 , 74 A
220

5.5.1. Cálculo da corrente dos circuitos terminais e divisão dos circuitos


Para chegar ao valor das correntes de todos os circuitos terminais foi necessário
primeiramente realizar a divisão dos circuitos da residência. A tabela 09 mostra os
valores de Ic para cada circuito terminal.

Tabela 9. Divisão da corrente por circuitos

6. Agrupamento dos circuitos por eletrodutos

Com as correntes calculadas (Ic) de todos os circuitos, foi possível encontrar os fatores
de agrupamento para cada um deles. O fator de agrupamento de um circuito é
encontrado em função do maior número de circuitos que estão agrupados em um mesmo
eletroduto. A tabela 10 contém os fatores de agrupamento em função do número de
circuitos agrupados.

20
Tabela 10. Factores de agrupamento

7. Dimensionamento dos condutores

Para encontrar a bitola dos condutores em cada circuito foi utilizada a tabela de tipos de
linhas elétricas disponível na NBR-5410. Nesta tabela encontramos o método de
referência B1, para ambos os métodos de condução.
Logo após entrando com o método de referência na tabela de seções nominais levando
em consideração a quantidade de condutores carregados no circuito, gerou-se a tabela
12, já considerando conforme a NBR-5410.

Tabela 11. Capacidade de condução de corrente, em ampères, em relação aos métodos de referência B1,
B2 e D.

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Tabela 12. Dimensionamento dos condutores de acordo com a norma

Para estabelecer a bitola do condutor real precisamos calcular a queda de potencial do


circuito seguindo a NBR-5410 que estabelece um máximo de 5%. Foi utilizada a tabela
das somas das potências em watts por distância em metros até o quadro de distribuição.

Tabela 13. Máxima queda de tensão

8. Dispositivos de proteção dos circuitos

A corrente nominal do disjuntor deverá atender a necessidade de corrente do circuito


que estamos protegendo. Utilizamos para tal:

I circuito ≤ I disjuntor ≤ I condutor

Tabela 14. Dispositivo de protecção

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Conclusão
Após a conclusão do trabalho e seus cálculos é possível analisar claramente os pontos
onde há singularidades de cada circuito e esclarecer os pontos de maior corrente para
que seja possível o dimensionamento de seus componentes, desde condutores até
disjuntores. Sempre utilizando a norma nbr-5410 para que houvesse um padrão de
excelência na instalação.
O projeto requer tanto do projetista como do cliente o bom senso em realizar todas as
recomendações mínimas exigidas pela NBR-5410, com relação a todos os
procedimentos existentes para a instalação elétrica residencial ou predial com a máxima
segurança. A correta divisão dos circuitos e o levantamento minucioso e preciso de
todas as cargas que possam conter na residência é indispensável para o projeto. Sendo
assim as instalações elétricas projetadas neste trabalho foram dimensionadas na maioria
dos casos para suportar cargas maiores que as instaladas, ou seja, se o proprietário por
determinado motivo resolver alterar ou modificar algum dos fatores já projetados como,
por exemplo, a troca do chuveiro elétrico existente por um com maior potência nominal,
tanto a bitola dos fios condutores como a dos eletrodutos proporcionará esta substituição
sem a preocupação de sobrecarregar o sistema.

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Referencias Bibliográficas
COTRIM, Ademaro A. M. B. Instalações elétricas. 5. ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2009.

PRIME, Schneider. Guia prático para instalações residenciais, 2015. Manual de


Instalações Prysmian, 2006.

Material disponibilizado em aulas de instalações eléctricas

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