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1. Introdução............................................................................................................ 3
1.1 Tipos de Redes de Energia Elétrica................................................................... 3
1.1.1 Linhas de Transmissão................................................................................. 3
1.1.2 Linhas de Distribuição................................................................................. 4
2. Terminologia........................................................................................................ 5
3. Estruturas de redes de distribuição....................................................................... 13
3.1 Postes................................................................................................................. 13
3.2 Isoladores........................................................................................................... 17
3.2.1 Isoladores de BT............................................................................................. 17
3.2.2 Isoladores de MT............................................................................................ 18
3.3 Condutores......................................................................................................... 19
3.4 Outras estruturas................................................................................................ 21
3.4.1 Estruturas Primárias (de MT) ......................................................................... 21
3.4.2 Estruturas Secundárias (de BT) ...................................................................... 25
4. Equipamentos de redes de distribuição................................................................ 28
4.1 Transformadores................................................................................................ 28
4.2 Chave Fusível..................................................................................................... 31
4.3 Chave Seccionadora........................................................................................... 32
4.4 Pára-raios........................................................................................................... 32
5. Construção de Redes de Distribuição.................................................................. 33
5.1 Materiais de Segurança...................................................................................... 33
5.2 Ferramentas e Equipamentos............................................................................. 40
5.3 Recomendações sobre cuidados dos equipamentos........................................... 45
5.4 Turmas e equipes de construção........................................................................ 45
5.4.1 Turma de duas pessoas.................................................................................... 45
5.4.2 Turma de quatro pessoas................................................................................. 46
5.4.3 Turma de sete pessoas..................................................................................... 46
5.5 Passos para execução de construção de redes.................................................... 47
5.6 As Cinco Regras de Ouro................................................................................... 47
5.7 Procedimentos de execução............................................................................... 48
6. Bibliografia.......................................................................................................... 51
ALIMENTADOR DE DISTRIBUIÇÃO
Componente de uma rede de Média Tensão que alimenta, diretamente ou por intermédio
de seus ramais, transformadores de distribuição e/ou consumidores.
Imagem 4 – Alimentador SNP01N4 que parte da cidade de Senador Pompeu para Piquet Carneiro.
Em destaque no canto superior direito o Distrito de Mulungu, Piquet Carneiro.
BAIXA TENSÃO - BT
Tensão nominal até o limite de 1.000 volts.
CABO COCÊNTRICO
Cabo bipolar, formado por um condutor central isolado, rodeado concentricamente por
um conjunto de fios de cobre nu, dispostos de forma helicoidal e com uma cobertura
isolante, resistente a ação de intempéries.
CAIXA DE DERIVAÇÃO
Caixa em policarbonato liga de alumínio ou aço pintado, fixada no poste ou suspensa
(somente em policarbonato) nos condutores de Baixa Tensão isolados (pré-reunido),
equipada com barramento para derivação dos ramais de ligação das unidades
consumidoras, com uso de cabos concêntricos 4mm² até 10mm², furo de 5mm² para
saídas e 6mm² para entrada para uso de cabos pré-reunido de 16mm².
CAIXA DE MEDIÇÃO
Caixa lacrável, destinada a instalação do medidor e seus acessórios. Esta caixa deve
abrigar somente os equipamentos de medição e a proteção geral.
CAIXA DE PROTEÇÃO
Caixa em policarbonato, liga de alumínio ou aço pintado, fixação em poste, destinada à
instalação do disjuntor de BT para proteção da rede secundária, montada na estrutura do
transformador. O material usado deve ser compatível com a área de utilização, ou seja,
caixas de aço nas áreas de corrosão não agressiva e alumínio nas áreas de corrosão
agressiva e policarbonato em ambas as áreas.
CALÇADA OU PASSEIO
Parte da via pública destinada à circulação de pedestres, quase sempre mais alta que a
parte destinada aos veículos e geralmente limitada pelo meio fio.
CARGA INSTALADA
É a soma das potências nominais de todos os aparelhos, equipamentos e dispositivos
instalados nas dependências das unidades consumidoras, os quais, em qualquer tempo,
podem consumir energia elétrica.
CERCA ELETRIFICADA
São cercas energizadas por meio de um equipamento denominado eletrificador, que
emite pulsos elétricos pré-determinados, com intensidade inofensiva ao homem e aos
animais.
CONECTOR PERFURANTE
Conector destinado a fazer a conexão entre condutores isolados sem a necessidade de se
remover a isolação dos cabos. A conexão elétrica é obtida através de dentes de cobre ou
alumínio, que perfuram a isolação do condutor.
CONSUMIDOR
Pessoa física ou jurídica, ou comunhão de fato ou de direito, legalmente representada,
que solicitar a Coelce o fornecimento de energia elétrica e assumir a responsabilidade
pelo pagamento das faturas e pelas demais obrigações fixadas em normas e
regulamentos da ANEEL.
DISJUNTOR TERMOMAGNETICO
DESMATAMENTO
Compreende o corte e retirada da vegetação que se encontra na faixa de passagem da
rede aérea a ser construída, com largura total de 6,0 metros para rede de Média Tensão e
de 3,0 metros para rede de Baixa Tensão, observando o disposto no Desenho 01.04.
FAIXA DE SERVIDÃO
Corresponde a faixa do terreno onde passa a rede aérea, em toda a sua extensão e cuja
largura é determinada pela classe de tensão e estruturas utilizadas. A faixa de servidão
das redes rurais da COELCE corresponde a 3,0 metros para redes de BT e 6,0 metros
para redes de MT, sendo 1,5 metros e 3,0 metros para cada lado do eixo das redes de BT
e de MT respectivamente. Em casos excepcionais esta faixa poderá ser alterada. Na área
urbana, na maioria das situações, a faixa se confunde com o arruamento já definido,
devendo, no entanto, serem atendidas as prescrições mínimas de distância dos
condutores aos obstáculos.
MAPA CHAVE
É a planta plani-altimétrica da área a ser atendida, reduzida para a escala 1:5000.
MÉDIA TENSÃO - MT
Limite de tensão nominal acima de 1.000 V e abaixo de 69 kV. No sistema COELCE a
Média Tensão é de 13,8 kV.
PERFIL PLANI-ALTIMÉTRICO
Representação plani-altimétrica do terreno da área específica do projeto de uma Rede de
Distribuição Aérea Rural.
PLANTA CADASTRAL
É uma planta na escala 1:1000 contendo todas os detalhes físicos e elétricos necessários
ao cálculo do projeto da Rede de Distribuição.
PLANTA DE SITUAÇÃO
É um desenho em escala adequada, com indicação do norte magnético e de pontos de
referência que permitam identificar o local onde será construída, ampliada ou reformada
a Rede de Distribuição. Esta planta deve apresentar pelo menos um ponto da rede da
COELCE.
PONTALETE
Suporte instalado em estrutura situada no terreno do consumidor, no limite da via
pública, às suas expensas. A finalidade do pontalete é fixar, elevar ou desviar o ramal de
ligação aéreo e o ponto de entrega.
POSTE AUXILIAR
Poste instalado nos limites da propriedade do consumidor com a via pública às suas
expensas, com a finalidade de fixar, elevar, desviar o ramal de ligação, ou fixar o ponto
de entrega.
RAMAL DE LIGAÇÃO
É o trecho do circuito aéreo compreendido entre a Rede de Distribuição de MT ou de
BT da COELCE e o ponto de entrega.
Imagem 9 – Redes de MT (na parte superior em três condutores) e BT (na parte inferior em cinco
condutores).
SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO
É a parte do sistema de potência destinado ao transporte de energia elétrica, em média
ou baixa tensão a partir do barramento secundário de uma subestação (onde termina a
transmissão ou sub-transmissão), até os pontos de consumo.
SOBRECARGA
TRONCO ALIMENTADOR
Componente de um Alimentador de Distribuição que transporta a parcela principal da
carga total.
UNIDADE CONSUMIDORA
Conjunto de instalações e equipamentos elétricos caracterizado pelo recebimento de
energia elétrica em um só ponto de entrega, com medição individualizada e
correspondente a um único consumidor.
VIA PÚBLICA
Via de livre acesso para circulação. Nas áreas urbanas compreende a calçada ou passeio
e a parte destinada a circulação de veículos. Nas áreas rurais compreende as rodovias,
estradas e caminhos.
3.1 Postes
Os postes são classificados ou nomeados de acordo com sua capacidade e altura,
também podem ser fabricados de diversos materiais, os mais comuns são madeira e
concreto. Na Coelce os postes a serem utilizados em redes de distribuição são de
concreto armado do tipo duplo “T”.
Na tabela abaixo nós temos os principais utilizados pela concessionária aqui do Ceará:
O esforço de cada poste é indicado em daN, que é uma unidade de força, mas pode
muito facilmente ser entendido como kg. Por exemplo:
De acordo com a tabela acima podemos então fazer uma lista de postes disponíveis para
serem utilizados pelos projetistas: 150/9, 300/9, 600/9, 150/10,5, 300/10,5, 600/10,5,
1000/10,5, 2000/10,5, 300/12, 600/12, 1000/12, 2000/12, 3000/12. Na tabela 7 mais
adiante podemos identificar melhor como são dimensionados os esforços dos postes.
Existem também nas redes mais antigas postes que não estão listados acima por já não
serem utilizados pela empresa, como por exemplo, o 150/10 e 300/11, ou seja, postes de
10m e 11m, que são postes fora de padrão.
As duas faces lisas do poste são os lados de maior esforço e as duas faces vazadas são
os lados de menor esforço. Os vasos recebem o nome de gavetas.
Engastamento
O engastamento é a profundidade de instalação do poste, ou seja, a profundidade do
buraco onde o poste será instalado. O comprimento do buraco dependerá do tamanho do
poste, quanto maior o poste mais profundo será o buraco, e quanto maior o esforço do
poste, mais largo será o buraco, pois logicamente será um poste mais grosso.
Para se calcular esta profundidade deve-se multiplicar a altura do poste por 0,1 e depois
somar 0,6m (ou 60cm), ou seja:
E=0,1xL + 0,6m
Onde:
E profundidade do buraco;
L altura do poste.
Há ainda uma regra que diz que o engastamento (profundidade) de um poste deve ser de
no mínimo um metro e meio (1,5m).
Exemplo:
1) Com qual profundidade deve ser escavado o buraco para implantação de um poste
300/10,5?
Neste caso L=10,5m, portanto:
E=0,1x10,5 + 0,6
E=1,05 + 0,6
E=1,65m
Ou seja, deverá se escavar um buraco com um metro e sessenta e cinco centímetros de
profundidade.
3.2 Isoladores
Todo material apresenta uma capacidade de conduzir corrente elétrica. Dependendo do
material, esta capacidade pode ser muito grande ou muito pequena. Os materiais que
têm pouca capacidade de conduzir corrente elétrica são os isolantes, e os que têm alta
capacidade são os condutores.
Os isoladores são fabricados com materiais isolantes e podem ser divididos de acordo
com:
A capacidade de isolamento;
O tipo de material isolante;
O formato do isolador.
Nas redes de distribuição da Coelce os condutores trabalham em tensões entre
220V/380V (para redes de BT) e 15000V (ou 15kV – para redes de MT) e os isoladores
devem ter, para MT, um nível de isolamento de 95kV.
3.2.1 Isoladores de BT
Isolador Castanha
Isolador mais utilizado em ramais de ligação ou em estais onde os condutores são
ligados na extremidade dos mesmos.
3.2.2 Isoladores de MT
Isolador de Pino
Isolador projetado para ser instalado rigidamente em um pino que penetra o seu corpo
isolante.
Isolador de Disco
Isolador de cadeia em forma de disco com ferragens em suas extremidades.
Isolador polimérico
São isoladores fabricados com compostos poliméricos e podem ser utilizados tanto
como isoladores de pino quanto como de discos, de acordo com o seu formato.
3.3 Condutores
É o principal e mais importante componente em uma rede de distribuição, pois são
responsáveis por “conduzir” a energia elétrica. São utilizados condutores de alumínio
onde não há corrosão salina (interior do estado) e condutores de cobre onde a corrosão é
mais severa (região litorânea do estado).
No interior do estado os cabos a serem utilizados em MT são os de alumínio com alma
de aço (CAA) e podem ter as seguintes características:
Onde há corrosão os cabos a serem utilizados são de cobre de acordo com a tabela
abaixo:
Note que a diferença entre as cruzetas está exatamente no local onde as mesmas são
afixadas no poste, e estas características são aproveitas para diferentes situações.
Cada estrutura (N1, N2, N3, N4, etc.) suporta um ângulo e um vão de cabo de acordo
com sua construção que são identificadas na tabela abaixo.
Da tabela acima podemos concluir, por exemplo, que construindo uma rede de MT
trifásica onde seja necessário fazer um ângulo de 20º devemos utilizar uma estrutura do
tipo N2, que suporta um vão máximo de 200m desde que seja utilizado um poste com
esforço de 300daN e mais um estai.
Pequena deflexão U2
Ancoragem U3
Encabeçamento U4
Ilustração 8 – Principais estruturas MRT.
Estruturas como estas levam outros pequenos materiais, como alças, laços e conectores,
que podem ser consultados no final deste trabalho onde são listados detalhadamente.
De cima pra baixo podemos identificar uma estrutura de MT do tipo N4 com pára-raios,
portanto uma N4PR, já na BT temos quatro estribos armados de um lado do poste e
aproveitando os parafusos desta armação mais dois estribos do outro lado do poste, logo
teremos uma S4, provavelmente com parafusos de 250mm, portanto S4A, e uma S2 sem
parafusos, ou seja uma S2C, além de uma CXDT logo abaixo. Poderíamos também
identificar as duas luminárias no poste com as letras IP (de iluminação pública). O
poste, apesar de não poder se identificar na imagem é provavelmente um 300/10,5.
Teríamos então a seguinte estrutura: 300/10,5 N4PR S4A S2C CXDT IP
4.1 Transformadores
Transformam MT em BT, reduzindo o nível de tensão de 13800V para 380/220V e são
um dos principais equipamentos na transmissão e distribuição de energia elétrica.
Existem muitos tipos de transformadores, mas os utilizados na distribuição de energia
são denominados de transformadores de potência e podem ser trifásicos ou
monofásicos, e há também os MRT’s ou monobuchas. A seguir exemplos de cada um.
Transformadores Trifásicos
Transformadores Monofásicos
Transformadores MRT
4.4 Pára-raios
Protegem as redes de surtos de tensões causados por descargas atmosféricas (raios), ou
mesmo de manobras realizadas na rede, limitando os níveis de tensão aos suportáveis
pela rede. São instalados geralmente em transformadores e outros equipamentos.
Botas de segurança
Imagem 25 – Botas de segurança. A primeira sem condições de uso por estar rasgada.
Botas de borracha
Capa de chuva
Protegem o trabalhador nos dias chuvosos.
Imagem 34 – Esporas.
Fardamento retarda-chama
Protege o eletricista contra os efeitos do arco-elétrico.
Estas luvas só podem ser utilizadas com luvas de cobertura que as protegem de
desgastes, mantendo assim a sua segurança e qualidade.
Luvas de vaqueta
Protegem a mão contra farpas, terra, esforços e etc. para uso geral.
Mangas de borracha
Protegem os ombros e braços do eletricista contra contatos em redes energizadas em até
1.000V.
Conjuntos de aterramento
São utilizados para aterrarem redes desenergizadas para que em uma energização
acidental a corrente elétrica não circule pelas pessoas que estejam em contato com a
rede e escoe para a terra. Há o específico de BT e o de MT.
Detectores de tensão
Quando da desenergização da rede são utilizados para detectar a ausência de tensão.
Caso ainda exista energia na rede este detector alarma indicando.
Imagem 54 – Tesourão.
Imagem 57 – Load-Buster.
*
Os serviços indicados em (*) somente poderão ser realizados com o auxílio de uma equipe de
apoio composta de um motorista / operador de guindauto e dois auxiliares de serviço, tendo
como viatura um caminhão de cabine simples equipado com guindauto de no mínimo seis
toneladas de capacidade.
R03: Rede Primária de Distribuição Aérea de Energia Elétrica Urbana e Rural. 2004