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DANIEL SILVA

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

BELO HORIZONTE / MG

Técnico em Automação Industrial Instalações


Química Ambiental
Elétricas
MANTENEDOR ELÉTRICO
AUTORES ADASTRA EDITORA LTDA
............................................................................ ............................................................................

DANIEL SILVA Avenida Afonso Pena, 941 – 4º andar


Centro
CEP: 30.130-002 – Belo Horizonte – MG

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
CURSO TÉCNICO EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
UNIDADE 1 – NOÇÕES GERAIS SOBRE adas
ELETRICIDADE 6.2. Esquemas de Ligações Elétricas de .......... 39
Interruptores e Tomadas
1. Energia ....................................................... 07 7. Interruptor Paralelo e o Interruptor Inter- .... 42
1.1. Energia Mecânica ....................................... 07 mediário
1.2. Energia Elétrica .......................................... 08 7.1. Interruptor Paralelo (“Three Way”) ............. 43
2. A Evolução da Eletricidade ......................... 13 7.2. Interruptor Intermediário (“Four Way”) ........ 43
3. Tensão e Corrente Elétrica ......................... 14 8. Quadro de Distribuição de Circuitos – ........ 44
4. Resistência Elétrica – Lei de Ohm .............. 16 QDC
5. Corrente Contínua e Corrente Alternada .... 16 9. Cálculo da Corrente Elétrica de um ........... 45
6. Potência Elétrica ........................................ 16 Circuito
7. Cálculo da Energia Elétrica......................... 17 • Exercício Comentado ................................. 45
• Exercício Comentado ................................. 17 -- Ideias-chave
8. Unidades de Medidas ................................. 17 -- Recapitulando
9. Circuito Série e Circuito Paralelo ................ 19 -- Para fixar o conteúdo
9.1. Circuito Série .............................................. 19
• Exercício Comentado ................................. 20 UNIDADE 3 – CONDUTORES ELÉTRICOS
9.2. Circuito Paralelo ......................................... 20
10. Aparelhos para Testar e Aparelhos para .... 21 1. Introdução ................................................... 48
Medir Energia Elétrica 2. Considerações Básicas sobre os Con- ....... 48
11. Lâmpada Neon ........................................... 21 dutores
12. Teste com uma Lâmpada ........................... 22 3. Seção (mm2) de Condutores ...................... 50
13. Aparelhos de Medição ................................ 22 3.1. Seção Mínima e Identificação dos Con- ..... 50
14. Amperímetro e Voltímetro .......................... 22 dutores de Cobre
15. Wattímetro .................................................. 23 3.2. Cálculo da Seção dos Condutores ............. 51
16. Ohmímetro .................................................. 23 3.2.1. Limite de Condução de Corrente de ........... 51
17. Alicate Volt-Amperímetro ............................ 23 Condutores
18. Medidor de Energia Elétrica........................ 24 • Exercício Comentado ................................. 54
19. Agência Nacional de Energia Elétrica – ..... 24 3.2.2. Limite de Queda de Tensão ....................... 54
ANEEL 3.2.3. Queda de Tensão Percentual (%) ............... 55
20. Programa Nacional de Conservação de ..... 25 3.2.4. Momento Elétrico (ME) ............................... 56
Energia Elétrica – PROCEL 3.2.5. Queda de Tensão em V/A.km ..................... 57
21. Associação Brasileira de Normas Técni- .... 26 3.2.6. Exemplos dos Cálculos de Queda de ........ 58
cas – ABNT Tensão
-- Ideias-chave 3.3. Exemplos do Dimensionamento da ............ 59
-- Recapitulando Seção de Condutores
-- Para fixar o conteúdo -- Ideias-chave
-- Recapitulando
UNIDADE 2 – CIRCUITOS ELÉTRICOS -- Para fixar o conteúdo
RESIDENCIAIS
UNIDADE 4 – PROTEÇÃO E SEGURANÇA
1. Introdução .................................................. 28 EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
2. Símbolos e Convenções ............................. 29
3. Dimensionamento de Carga ....................... 37 1. Isolação, Classe e Graus de Proteção ....... 61
3.1. Tomadas de Uso Geral ............................... 37 2. Choque Elétrico .......................................... 65
3.2. Tomadas de Uso Específico ....................... 37 3. Proteção e Segurança – Prevenção na ...... 66
3.3. Iluminação .................................................. 37 Execução
4. Número Mínimo de Tomadas por Cômo- .... 37 4. Condutor de Proteção (PE) ........................ 67
do 5. Condutor Neutro ......................................... 68
5. Divisão de Circuitos Elétricos...................... 38 6. Curto-circuito............................................... 68
6. Interruptores e Tomadas de Uso Geral ....... 38 7. Dispositivos de Proteção e de Segu- .......... 69
6.1. Conformidade dos Interruptores e Tom- ..... 39 rança

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas


CURSO TÉCNICO EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

SUMÁRIO

7.1. Fusíveis ...................................................... 69


7.2. Disjuntores Termomagnéticos .................... 70
7.2.1. Coordenação e Dimensionamento dos....... 72
Disjuntores
• Exercício Comentado.................................. 73
8. Dispositivo Diferencial Residual – DR ........ 73
9. Proteção contra Queda e Falta de .............. 76
Tensão
-- Ideias-chave
-- Recapitulando
-- Para fixar o conteúdo

UNIDADE 5 – PROJETO DAS INSTA-


LAÇÕES ELÉTRICAS

1. Planejamento de uma Instalação Elétrica .... 78


2. Traçado do Projeto Elétrico ........................ 78
3. Elaboração de um Projeto Elétrico ............. 79
• Exemplo Comentado .................................. 83
3.1. Circuitos de Tomadas de Uso Geral ........... 85
3.2. Circuitos de Iluminação............................... 85
3.3. Instalação de Eletrodutos ........................... 85
4. Apresentação do Projeto Elétrico ............... 86
5. Dimensionamento dos Eletrodutos ............. 87
-- Ideias-chave
-- Recapitulando
-- Para fixar o conteúdo

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................. 89

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

UNIDADE I
NOÇÕES GERAIS SOBRE ELETRICIDADE
O objetivo deste é o projeto e a execução das Uma das mais importantes características da
instalações elétricas de baixa tensão de luz e força. É energia é a possibilidade de sua transformação de
de suma importância que o projetista/instalador saiba uma forma para outra. Por exemplo: a energia térmica
onde se situa sua instalação dentro de um sistema pode ser convertida em energia mecânica (motores
elétrico mais complexo, a partir do gerador ate os de combustão interna), energia química em energia
pontos de utilização de baixa tensão. elétrica (pilhas), etc.

As instalações elétricas de baixa tensão são Entretanto, na maioria das formas em que a energia
regulamentadas pela norma NBR 5410, da ABNT, que se apresenta, ela não pode ser transportada; ela tem
estabelece uma tensão de 1000 volts como sendo o que ser utilizada no mesmo local em que é produzida.
limite para a baixa tensão em corrente alternada e 1500
Volts para corrente contínua. A frequência máxima 1.1. Energia Mecânica
de aplicação dessa norma é de 400 Hz. De modo a
visualizarmos melhor cada etapa e posicionamento É constituída por duas modalidades: a energia
da nossa instalação elétrica, conheceremos os cinética e a potencial. Na figura a seguir, vemos um
componentes da mesma, desde sua geração até a guindaste que realiza trabalho com seus motores,
unidade consumidora. ao movimentar a carga. Quando a energia está
associada ao movimento, chama-se energia cinética.
1. Energia No momento em que a carga está parada no alto, no
aguardo para produzir trabalho, chama-se energia
Energia é a capacidade de produzir trabalho e ela potencial, a energia que está relacionada à posição em
pode se apresentar sob várias formas: que se encontra o corpo. Podemos citar outras fontes
de energia cinética e potencial:
• energia térmica;
• energia mecânica; • Energia cinética: a energia do vento, a água
• energia elétrica; corrente, etc.;
• energia química; • Energia potencial: a energia da água represada,
• energia atômica, etc. dos elásticos, das molas, etc.

Figura: Guindaste içando uma carga – CEMIG

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1.2. Energia Elétrica reservatório na região, as usinas não poluem em
funcionamento e aproveitam um recurso até bem
É uma forma de energia que apresenta inúmeros pouco tempo considerado inesgotável, a água.
benefícios e, no decorrer dos tempos, se tornou Porém a energia não pode ser estocada e exige uma
parte integrante e fundamental das nossas atividades complicada rede de transmissão. As partes principais
diárias. Sua importância é tamanha que seria quase de uma usina hidrelétrica são: a barragem, que tem
impossível nossa vida sem sua existência embora, por função barrar o fluxo da água do rio, represando-a;
muitas vezes não lhe damos a devida importância, as comportas e o vertedouro, que controlam o nível
apenas quando em sua falta. de água da represa, evitando transbordamentos;
e a casa de máquinas, onde estão instalados os
Sem dúvida é a forma mais prática de energia, geradores acoplados às turbinas. Para transformar a
pois pode ser transportada a grandes distâncias por força das águas em energia elétrica, a água represada
condutores elétricos (fios ou cabos), desde a geração passa por dutos forçados, gira a turbina que, por estar
até os grandes centros consumidores (lares, indústrias interligada ao eixo do gerador, faz com que este entre
e comércios). É uma forma de energia extraordinária, em movimento, gerando a eletricidade.
podendo ser convertida facilmente em outras formas
de energia sem muito esforço e a baixos custos.

Figura 1 – Usina Hidroelétrica de Itaipu – CREDER, Hélio – Instalações Elétricas

A energia elétrica passa por 3 principais etapas:

a. Geração: A energia elétrica é produzida a partir da


energia mecânica de rotação de um eixo de uma
turbina que movimenta um gerador. Essa rotação
é causada por diferentes fontes primárias, como,
por exemplo, a força da água que cai (hidráulica)
ou a força do vapor (térmica), que pode ter origem
na queima do carvão, óleo combustível ou, ainda,
na fissão do urânio (nuclear).

No Brasil, devido ao predomínio do relevo planáltico Figura 2 – Sistema de Funcionamento de uma Hidrelétrica

e à grande disponibilidade de recursos hídricos, com


rios extensos e volumosos, as hidrelétricas são as • Usinas termoelétricas – As usinas termoelétricas
principais responsáveis pela geração de energia. (ou termelétricas) ou centrais térmicas, no Brasil,
Nosso potencial hidráulico é um dos maiores do são acionadas com variados combustíveis:
planeta, superado apenas por Rússia e Canadá.
- Fósseis: petróleo, carvão mineral, diesel, óleo, gás
A CEMIG, valendo-se das características do Estado natural,
de Minas Gerais, onde são inúmeras as quedas - Não fósseis: madeira, bagaço de cana, carvão
d’água, tem, na força hidráulica, a sua principal fonte vegetal,
de energia primária. Portanto, as usinas da CEMIG - Nuclear: urânio enriquecido.
são, em grande maioria, hidroelétricas.

• Usinas Hidroelétricas – Apesar do elevado custo


para a construção e do impacto do

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Figuras 3 e 4 – Usina Termoelétrica de Uruguaiana – RS

Apesar de poluir o ambiente em funcionamento, geração de energia elétrica.


esse tipo de usina apresenta algumas vantagens,
como: não necessita de rios, aumentando a flexibilidade A grande vantagem da usina eólica é que não existe
na localização; quando usa o gás natural, apresenta o nenhum tipo de poluição.
menor custo por hora, em relação às outras usinas;
o tempo máximo para a construção é de 2,5 anos,
contrapondo-se a 5 anos das hidrelétricas, e pode
funcionar com recurso renovável, como o biogás e o
próprio bagaço de cana.

No caso de uma usina termoelétrica, a energia é


gerada de uma forma diferente da encontrada na usina
hidroelétrica. Tem-se:

- a fornalha, onde é queimado o combustível;


- a caldeira, onde é produzido o vapor.

O jato de vapor extraído da caldeira gira a turbina


que, por estar interligada ao eixo do gerador, faz com
que este entre em movimento, gerando a eletricidade.
Figura 5 – Esquema da Usina Eólica

Em 1999, o Ministério das Minas e Energia lançou o


Programa Prioritário das Termelétricas (PPT), associado à b. Transmissão: As usinas hidroelétricas nem
construção do gasoduto Bolívia-Brasil e, posteriormente, sempre se situam próximas aos centros
à crise energética de 2001. O Estado de São Paulo é consumidores de energia elétrica. Por isso, é
o grande beneficiado, devido ao alto consumo, com preciso transportar a energia elétrica produzida
projetos para as construções dessas centrais. nas usinas até os locais de consumo: cidades,
indústrias, propriedades rurais, etc. Para viabilizar
• Usinas Eólicas – As usinas eólicas aproveitam o transporte de energia elétrica, são construídas
a força da velocidade dos ventos para gerar as subestações elevadoras de tensão e as linhas
eletricidade. São grandes hélices instaladas em de transmissão.
locais altos onde a ação do vento seja permanente
e intensa. Quando não há vento, não é possível a

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Figura 6 – Componentes da Rede de Distribuição

Subestação Elevadora – Subestação de


transmissão

Como já foi citado, a necessidade de sistemas


de transmissão em tensão superior à da geração
se deve a impossibilidade de transmitir diretamente
a potência elétrica gerada nas usinas, pois as
correntes seriam muito elevadas e as quedas de
tensão e perda de potência inviabilizam técnica e
economicamente as transmissões. Com a elevação
da tensão, a potência gerada nas usinas pode ser
transmitida em correntes inferiores às da geração, o
que viabiliza as transmissões.

Desse modo, utiliza-se uma subestação elevadora Figura 7 – Subestação Elevadora


junto à geração de energia para elevar a tensão
elétrica. Assim, nesse nível de tensão, a eletricidade Linhas de Transmissão
pode percorrer longas distâncias pelas linhas de
transmissão, sustentadas por torres, até chegar às São enormes torres que conduzem a energia das
proximidades de onde será consumida. usinas até os centros urbanos em condições de alta
tensão.
A energia trifásica (sinais de tensão e corrente
CA) sai do gerador e segue para a subestação de Entre a geração e a distribuição, estão os sistemas
transmissão na usina elétrica. Essa subestação em distribuição em CA:
utiliza grandes transformadores para elevar a tensão
do gerador até tensões extremamente altas, para a - Ultra Alta Tensão: acima de 750 kV;
transmissão de longa distância através da rede de - Extra Alta Tensão: 345, 440 e 500 kV;
transmissão. - Alta Tensão: 132 ou 230 kV.

As tensões típicas para a transmissão de Todas as torres da figura possuem três cabos,
longa distância variam de 155 mil a 765 mil volts. A sendo um para cada fase. Algumas torres possuem
distância máxima de uma transmissão típica é de cabos extras correndo ao longo de seu topo. Esses
aproximadamente 483 km. são cabos aterrados e têm como função atrair raios.

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c. Distribuição: Para ser distribuída pelos fios da
cidade, a eletricidade tem sua tensão reduzida
em subestações abaixadoras através de
transformadores. A tensão de linha de transmissão
é baixada para valores padronizados nas redes de
distribuição primária: 6, 11, 13.2, 15 e 34.5 kV.

Uma subestação de distribuição geralmente tem


como características:

• transformadores que reduzem a tensão de


transmissão para a tensão de distribuição;
• um “barramento” que pode direcionar a energia
para várias cargas;
• geralmente, disjuntores e chaves, visando a
desconectar a subestação da rede de transmissão
ou desligar linhas que saem da subestação de
distribuição, quando necessário.

“A energia trifásica (sinais


de tensão e corrente CA) sai
do gerador e segue para a
subestação de transmissão na
Figura 8 – Linha de Transmissão
usina elétrica.”

Figura 9 – Subestação Abaixadora

Redes de distribuição As redes de distribuição nos centros urbanos


também podem ser aéreas ou subterrâneas. Nas
Das subestações distribuição primária (alta tensão), redes aéreas, os transformadores são montados nos
partem as redes de distribuição secundária (baixa tensão). próprios postes ou em subestações abrigadas.

Finalmente, a energia elétrica é transformada A entrada de energia nas edificações é chamada de


novamente para os padrões de consumo local e chega ramal de entrada.
às residências e outros estabelecimentos – tensão
230/127 V. No Brasil, há cidades onde a tensão fase Como vimos, as redes de distribuição são
neutro é de 220 V – regiões norte e nordeste – e trifásicas, mas as ligações para consumo podem ser
outras, em 110, 120 ou 127 V – região sul, São Paulo monofásicas, bifásicas ou trifásicas, de acordo com a
e Rio de Janeiro. carga necessária.

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Na imagem ao lado, vê-se um grande equipamento
em primeiro plano; esse é o transformador. À direita,
está o barramento de distribuição e seus reguladores
de tensão. A energia segue do transformador para o
barramento de distribuição, que distribui a energia para
dois conjuntos separados de linhas de distribuição em
duas tensões diferentes. A partir daí, segue por postes
de transmissão.

Na figura à direita, os três cabos no alto do poste


são os três cabos para a energia trifásica. O quarto
cabo, mais abaixo, é o fio terra. Muitas vezes, veem-se
cabos extras, normalmente fios de telefone ou de TV a
cabo, que utilizam os mesmos postes.

Como já mencionado, essa subestação em


particular produz dois níveis de tensão.

A tensão mais alta precisa ser reduzida novamente, Na edificação


o que geralmente acontecerá em outra subestação ou
em transformadores menores em algum lugar da linha. E, finalmente, estamos no cabo que leva a energia
até sua casa! Fora de uma casa comum, existe um
Fios dos Postes conjunto de postes com um condutor fase e um fio
condutor terra (embora, às vezes, haja duas ou três
Em alguns postes, vemos também transformadores fases no poste, dependendo de onde a casa está
cuja função é diminuir ainda mais a tensão, de modo localizada na rede de distribuição). Em cada casa, ou
que a energia possa ser usada nas edificações, trecho de rua, há um transformador.
chegando à tensão de 127/220 volts.
O trabalho do transformador é reduzir a voltagem
de transmissão para os 220 ou 127 volts usados nas
instalações elétricas residenciais normais.

Terminais

Uma casa precisa de apenas uma das três fases;


então, é comum terminais para uma ou duas das fases
escoarem pelas ruas laterais. Na foto ao lado, vê-se
um terminal trifásico para um bifásico, com duas fases
sendo derivadas para a direita.

Das subestações distribuição primária (alta tensão), partem as redes de


distribuição secundária (baixa tensão).

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Os 230 ou 127 volts entram em sua casa através de O medidor permite que a empresa de energia
um típico wattímetro como este: cobre você.

As etapas de Geração, Transmissão, Distribuição


e da utilização da energia elétrica podem ser assim
representadas:

2. A Evolução da Eletricidade Benjamin Franklin descobriu em 1750 que os


relâmpagos são o mesmo que descargas elétricas e
Ao longo do tempo, a eletricidade foi marcada inventou o para-raios.
pela evolução técnica e pelos desenvolvimentos
científicos, estendendo-se a diversos campos da
ciência e a inúmeras aplicações práticas. Será
apresentada, a seguir, uma abordagem simples sobre
a evolução da eletricidade.

Charles Augstin de Coulomb publicou, em 1785,


estudos sobre medição das forças de atração e repulsão
entre dois corpos eletrizados (Lei de Coulomb).
A palavra eletricidade provém do latim electricus,
Em 1788, James Watt construiu a primeira máquina
que significa literalmente “produzido pelo âmbar por
a vapor. Esse invento impulsionou a 1ª Revolução
fricção”. Esse termo tem as suas origens na palavra
Industrial. Em sua homenagem, foi dado o seu nome à
grega para âmbar elektron.
unidade de potência elétrica: Watt (W).
O filósofo grego, Tales de Mileto, ao esfregar um
Foi fundado na Inglaterram, em 1799, o Royal
pedaço de âmbar numa pele de carneiro, observou
Institution of Great Britain, que ajudou o campo de
que este atraía pedaços de palha.
investigação da eletricidade e magnetismo.
Em 1600, William Gilbert, estudando esses
Também em 1799, Alessandro Volta provou que
fenômenos, verificou que outros corpos possuíam a
a eletricidade podia ser produzida utilizando metais
mesma propriedade do âmbar. Designou-os com o
diferentes separados por uma solução salina. Volta
nome latino “electrica”.
utilizou discos de cobre e zinco separados por feltro
embebido em ácido sulfúrico para produzir esse efeito.
A partir de 1729, Stephen Gray descobriu a condução
Alessandro Volta explicou a experiência de Luigi
da eletricidade, distinguindo entre condutores de
Aloísio Galvani em 1786, colocando entre dois metais
isolantes elétricos, bem como da indução eletrostática.

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a perna de uma rã morta, produzindo contrações e Magnetismo por James Clerk Maxwell. Esse
nesta. Ao agregar esses discos uns por cima dos tratado, juntamente com as experiências levadas a
outros, Volta criou a pilha elétrica. A pilha foi a primeira efeito por Heinrich Rudolph Hertz, em 1885, sobre as
forma controlada de eletricidade contínua e estável. propriedades das ondas eletromagnéticas geradas por
Em sua homenagem, foi dado o seu nome à unidade uma bobina de indução, demonstrou que as ondas
de medida de potencial elétrico: Volt (V). de rádio e luz são ondas eletromagnéticas, diferindo
apenas na sua frequência.
Em 1819, Hans Christian Oersted detectou e
investigou a relação entre a eletricidade e o magnetismo Em 1876, Alexandre Graham Bell patenteou o
(eletromagnetismo). primeiro telefone com utilização prática.

André Marie Ampère desenvolveu, em 1820, um Thomas Alva Edison fez uma demonstração pública
estudo que estabeleceu as leis do eletromagnetismo. de sua lâmpada incandescente, em 1879. Essa
Em sua homenagem, foi dado o seu nome à unidade de lâmpada possibilitou o fim da iluminação feita através
medida de intensidade de corrente elétrica: Ampère (A). de chama de azeite, gás, etc., que foi substituída pela
iluminação de origem elétrica. No mesmo ano, Ernest
Em 1827, Joseph Henry iniciou uma série de Werner von Siemens pôs em circulação, em uma
experiências eletromagnéticas e descobriu o conceito de exposição em Berlim, o primeiro comboio movido à
indução elétrica, construindo o primeiro motor elétrico. energia elétrica.

Também em 1827, Georg Simon Ohm, trabalhando A primeira central hidroelétrica foi instalada em
no campo da corrente elétrica, desenvolveu a primeira 1886 nas cataratas do Niágara.
teoria matemática da condução elétrica nos circuitos:
Lei de Ohm. O trabalho só foi reconhecido em 1841. Na década subsequente, foram ensaiados os
Em sua homenagem, foi dado o seu nome à unidade primeiros transportes de energia elétrica em corrente
de resistência elétrica: Ohm (Ω).
contínua. Máquinas elétricas como o alternador,
o transformador e o motor assíncrono foram
Em 1831, Michel Faraday descobriu o fenômeno da
indução eletromagnética, explicando que é necessária desenvolvidas ao ser estabelecido a supremacia da
uma alteração no campo magnético para criar corrente. corrente alternada sobre a corrente contínua.
Faraday descobriu que a variação na intensidade de
uma corrente elétrica que percorre um circuito fechado Gugliemo Marchese Marconi, aproveitando essas
induz uma corrente numa bobina próxima. Observou, ideias dez anos mais tarde, utiliza ondas de rádio no seu
também, uma corrente induzida ao se introduzir um telégrafo sem fio. Em 1901, foi transmitida a primeira
ímã nessa bobina. Esses resultados tiveram uma mensagem de rádio através do Oceano Atlântico.
rápida aplicação na geração de corrente elétrica.
O elétron, partícula de carga negativa presente
Em 1838, Samuel Finley Breese Morse conclui o no átomo, foi descoberto por Joseph Jone Thompson
seu invento do telégrafo.
em 1897.
Em 1860, Antonio Pacinotti construiu a primeira
máquina de corrente contínua com enrolamento Em 1907, Ernest Rutherford, Niels Bohr e James
fechado em anel. Nove anos depois, Zénobe Chadwick estabeleceram a atual definição de estrutura
Gramme apresentou a sua máquina dínamo-elétrico, do átomo, até então considerada a menor porção de
aproveitando o enrolamento em anel. matéria não divisível.

Em 1875, foi instalado, em uma estação de trem 3. Tensão e Corrente Elétrica


em Paris, um gerador para ascender as lâmpadas
da estação, através da energia elétrica. Foram Todas as substâncias, gasosas, líquidas ou sólidas,
fabricadas máquinas a vapor para movimentar os são constituídas de pequenas partículas invisíveis a
geradores. A distribuição de eletricidade é feita olho nu, denominadas átomos. O átomo é composto de
inicialmente em condutores de ferro, posteriormente
três partículas básicas: Prótons, Nêutrons e Elétrons.
de cobre, e, a partir de 1850, os fios são isolados por
Os Prótons e os Nêutrons formam o núcleo do átomo.
uma goma vulcanizada.
O Próton tem carga positiva e Nêutron não possui
Em 1873, foi realizada pela primeira vez a carga elétrica. As suas massas são equivalentes. O
reversibilidade das máquinas elétricas, através de Elétron possui uma carga negativa e a sua massa, por
duas máquinas Gramme que funcionavam uma como ser muito pequena, é desprezível.
geradora e a outra como motora. Ainda naquele
mesmo ano foi publicado o Tratado sobre Eletricidade

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Em um átomo, o número de Elétrons é igual ao número de Prótons, sendo, portanto, o átomo eletricamente neutro,
pois a soma das cargas dos Elétrons (negativas) com as cargas dos Prótons (positivas) é igual a zero.

Os Elétrons existentes em um condutor de eletricidade estão em constante movimento desordenado.

Para que esses elétrons se movimentem de forma ordenada nos fios, é necessário haver uma força que os empurre.
Essa força é chamada de Tensão Elétrica (U). Sua unidade de medida é o Volt. O símbolo desta unidade é V. Exemplo:
Tensão elétrica de 127 V (Volts).

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
O movimento ordenado de elétrons, provocado pela • Corrente Contínua (CC) e
tensão elétrica, forma uma corrente de elétrons. Essa • Corrente Alternada (CA).
corrente de elétrons é chamada de Corrente Elétrica
(I). Sua unidade de medida é o Ampère. O símbolo A Corrente Contínua (CC) é aquela que mantém
dessa unidade é A. Exemplo: Corrente elétrica de 10 sempre a mesma polaridade, fornecendo uma tensão
A (Ampères). elétrica (ou corrente elétrica) com uma forma de onda
constante (sem oscilações), como é o caso da energia
A Resistência Elétrica (R) que o circuito elétrico fornecida pelas pilhas e baterias. Tem-se um polo
oferece à passagem da corrente é medida em Ohms positivo e outro, negativo.
(Ω) e varia com a seção dos condutores.
A Corrente Alternada (CA) tem a sua polaridade
4. Resistência Elétrica – Lei de Ohm invertida certo número de vezes por segundo, isto
é, a forma de onda oscila diversas vezes em cada
É chamada de Resistência Elétrica (R) a oposição segundo. O número de oscilações (ou variações) que
que o circuito oferece à circulação da corrente elétrica. a tensão elétrica (ou corrente elétrica) faz por segundo
A unidade da Resistência Elétrica é o Ohm e o seu é denominado Frequência.
símbolo é o Ω (letra grega chamada ômega).
A sua unidade é Hertz e o seu símbolo é Hz. Um
Lei de Ohm, assim chamada devido ao físico que Hertz corresponde a um ciclo completo de variação
a descobriu (ver subitem 1.2, página 13), estabelece da tensão elétrica durante um segundo. No caso da
que: se for aplicada em um circuito elétrico uma tensão energia elétrica fornecida pela CEMIG, a frequência é
de 1 V, cuja resistência elétrica seja de 1 Ω , a corrente de 60 Hz.
que circulará pelo circuito será de 1 A.
A grande maioria dos equipamentos elétricos
funciona em corrente alternada (CA), como os motores
de indução, os eletrodomésticos, as lâmpadas de
iluminação, etc. A corrente contínua (CC) é menos
utilizada. Como exemplos, têm-se: os sistemas de
segurança e controle, os equipamentos que funcionam
com pilhas ou baterias, os motores de corrente
contínua, etc.

Com isso, tem-se:

Dessa relação, podem-se tirar outras, como:

6. Potência Elétrica

A Potência é definida como sendo o trabalho


efetuado na unidade do tempo. A Potência Elétrica
onde: (P) é calculada através da multiplicação da Tensão
pela Corrente Elétrica de um circuito. A unidade da
U: Tensão Elétrica; Potência Elétrica é o Watt e o seu símbolo é o W.
I: Corrente Elétrica;
R: Resistência Elétrica. Uma lâmpada, ao ser percorrida pela corrente
elétrica, acende e aquece. A luz e o calor produzidos
5. Corrente Contínua e Corrente Alternada nada mais são do que o resultado da potência elétrica
que foi transformada em potência luminosa (luz) e
A energia elétrica é transportada sob a forma de potência térmica (calor).
corrente elétrica e pode apresentar-se sob duas formas:

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 16


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Tem-se que: Exercício Comentado

Um chuveiro elétrico com uma potência de 4.400


Watts, 127 Volts, funcionando durante 15 minutos.
Calcular a corrente, resistência e a energia elétrica
consumida.
Como:
a. Corrente Elétrica I = P/U

4.400 W = 34,6 A (Ampères)


127 V

então tem-se: b. Resistência Elétrica R = U/I

127 = 3,7 Ω (Ohms)


34,6 A

c. Energia Elétrica E = P x t
onde:

P: Potência Elétrica; Primeiramente, deverá ser transformado o tempo


U: Tensão Elétrica; dos 15 minutos em horas. Fazendo uma “regra de
I: Corrente Elétrica; três”, tem-se:
R: Resistência Elétrica.
60 minutos --------- 1 hora
7. Cálculo da Energia Elétrica 15 minutos --------- x

A Energia Elétrica (E) é a Potência Elétrica (P) x = 15 minutos/60 minutos = 0,25 h ou 1/4 h
vezes o tempo de utilização (em horas, por exemplo) 4.400 W x 0,25 h = 1.100 Wh
do qual o fenômeno elétrico acontece (uma lâmpada
acesa, por exemplo).
Observação: Efetuar os mesmos cálculos,
considerando que o chuveiro elétrico foi feito para
funcionar em 220 Volts.

8. Unidades de Medidas
onde:
As unidades de medidas no Brasil utilizam o
E: Energia Elétrica;
Sistema Internacional de Unidades.
P: Potência Elétrica;
U: Tensão Elétrica;
I: Corrente Elétrica; As unidades com os seus múltiplos e submúltiplos
t: Tempo (normalmente, nesse caso, é adotado em podem ser escritas com o seu nome por extenso ou
horas (h)). através de seu símbolo.

A unidade de Energia Elétrica (E) é o Watt-hora e


o seu símbolo é Wh.

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 17


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Adaptado NBR 5410

Adaptado NBR 5410

As unidades possuem múltiplos e submúltiplos. A Do exemplo do subitem 1.8, página 15, a Energia
utilização de um ou outro é em função da facilidade de Elétrica também poderá ser expressa:
expressar a quantidade da unidade em questão. Por
exemplo, a Potência de uma lâmpada incandescente 1.100 Wh ou 1,1 kWh (Quilowatt-hora)
comum é melhor ser expressa em W (Watts) do que
em kW (quilowatts). Sempre se refere a uma lâmpada A tabela a seguir relaciona os valores mais usados
de 100 Watts e não uma lâmpada de 0,1 kW. A letra k das unidades elétricas, com os seus múltiplos e
(escrita em letra minúscula) colocada antes da unidade submúltiplos.
representa que essa unidade está multiplicada por
1.000 e, consequentemente, o número (valor da
quantidade) deverá ser dividido por 1.000.

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 18


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Adaptado NBR 5410

Outras unidades, muito utilizadas para expressar a utilizados: lâmpadas de árvore de natal. As principais
Potência Elétrica de motores, são: características são:

Cavalo Vapor, que equivale a 735,5 W. Sua unidade • as cargas dependem uma das outras para o
é o cv. funcionamento do circuito elétrico;
Horse Power (inglesa), que equivale a 746 W. Sua • existe apenas um caminho para a passagem da
unidade é o HP. corrente elétrica.

Relação entre essas unidades de Potência:

1 cv = 735,5 W; 1 cv = 0,735 kW; 1 kW = 1,36 cv


1 HP = 746 W; 1 HP = 0,746 kW; 1 kW = 1,34 HP

No Anexo 1, página 207, encontra-se a Tabela


“Conversão de Unidades”, com os fatores para
transformar uma unidade em outra.

9. Circuito Série e Circuito Paralelo


• Corrente Elétrica (I)
9.1. Circuito Série
A corrente elétrica é a mesma em todos os pontos
O Circuito Série é aquele constituído por mais do circuito, isto é, a mesma corrente passa através de
de uma carga, ligadas em série uma com as outras, todas as cargas.
isto é, cada carga é ligada na extremidade de outra
carga, diretamente ou por meio de condutores. ITotal = I1 = I2 = I3
Exemplo de circuitos elétricos ligados em série muito

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 19


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
• Tensão Elétrica (U) Solução:

A tensão da fonte de alimentação é dividida entre a. REquivalente = R1 + R2 + R3


as cargas, isto é, a soma das tensões nos bornes de = 10 + 30 + 40 = 80
cada carga é igual à tensão da fonte.
b. Do subitem 1.4, página 13, tem-se:
UFonte = U1 + U2 + U3 I = U = 120 V = 1,5 A
R 80
• Resistência Elétrica (R) Como ITotal = I1 = I2 = I3 = 1,5 A

A resistência elétrica equivalente é igual a soma c. U = R x I


das resistências de cada carga. U1 = R1 x I = 10 Wx 1,5 A = 15 Volts
U2 = R2 x I = 30 Wx 1,5 A = 45 Volts
REquivalente = R1 + R2 + R3 U3 = R3 x I = 40 Wx 1,5 A = 60 Volts

Exercício Comentado: Deve-se notar que a soma das tensões em cada


resistência, é igual à tensão da fonte:
No desenho deste subitem, se a tensão é de 120 Volts, U1 + U2 + U3 = 15 V + 45 V + 60 V = 120 Volts
R1 = 10W, R2 = 30 We R3 = 40 W.
9.2. Circuito Paralelo
Calcular:
O Circuito Paralelo é aquele constituído por mais
a. A resistência elétrica equivalente; de uma carga, ligadas em paralelo uma com as outras.
b. A corrente elétrica;
c. A tensão elétrica em cada resistência.

As principais características são:

• as cargas não dependem umas das outras para o


funcionamento do circuito elétrico;
• existe mais de 1 (um) caminho para a passagem
da corrente elétrica; Solução:
• as tensões elétricas nas cargas são iguais à tensão
a.
da fonte de alimentação, isto é:

UFonte = U1 = U2 = U3

A Corrente Elétrica (I) total absorvida pelas cargas


é igual à soma das correntes de cada carga:

ITotal = I1 + I2 + I3

O inverso da Resistência Elétrica (R) equivalente


é igual à soma dos inversos das resistências de
cada carga:

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 20


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
b.

c. existência ou não, das mesmas. Podem, por exemplo,


auxiliar na identificação do fio Fase energizado de um
UFonte = U1 = U2 = U3 = 120 Volts circuito elétrico.

10. Aparelhos para Testar e Aparelhos para Medir 11. Lâmpada Neon
Energia Elétrica

É muito importante ler com muita atenção o Manual Trata-se de uma lâmpada que tem a característica
do aparelho antes da utilizá-lo. É através do Manual de acender quando um dos seus terminais é posto em
do aparelho que se pode ter as informações corretas contato com um elemento energizado e outro é posto
de como utilizá-lo com precisão e segurança, o que em contato com o “terra”. Normalmente, é apresentada
o aparelho pode ou não medir e em quais condições. sob a forma de uma caneta ou chave de parafusos,
Devem ser feitas aferições/calibrações no aparelho, onde um dos terminais é a ponta da caneta (ou da
seguindo as recomendações do fabricante. chave) e o outro faz o “terra” através do próprio corpo
da pessoa.
Sempre, na utilização desses aparelhos, deve-
se ter o cuidado de não fechar um curto-circuito em Devido à grande resistência interna da lâmpada,
circuitos energizados. O aparelho deverá ser sempre a corrente circulante não é suficiente para produzir
bem acondicionado e ter cuidados no transporte e na a sensação de choque nas pessoas. Entretanto, seu
utilização. Qualquer equipamento ou mesmo a fiação uso é restrito a circuito de baixa tensão, como nas
deste aparelho pode-se estragar de uma hora para instalações elétricas residenciais.
outra. Com isso é importante conferir se o aparelho de
medição ou teste está funcionando ou não. A vantagem desse instrumento é o fato de indicar,
de maneira simples, a presença de tensão no local
É recomendável que, ao testar a existência de uma pesquisado: a lâmpada acende quando a ponta do
grandeza elétrica em um circuito desenergizado, deve- aparelho encosta no fio Fase energizado. Quando se
se conferir, em seguida, se o aparelho de medir/testar encosta no fio Neutro, não acende.
está funcionando ou não em um circuito que esteja
energizado. Nesta condição, pode-se certificar de que Existem alguns tipos de aparelhos com lâmpada de
o aparelho está funcionando, ou não. neon, com os mesmos princípios de funcionamento,
que possibilitam identificar também, além do fio Fase e
Em caso de dúvidas, deve-se repetir os testes, pois o fio Neutro, o valor aproximado da tensão, se é 127
é importante que se tenha segurança nas medições e V, 220 V ou 380 Volts.
testes das grandezas elétricas efetuadas.
IMPORTANTE: Não se deve usar uma lâmpada de
Os aparelhos de testes não medem os valores neon individualmente (sem o invólucro), pois ela
das grandezas elétricas, testam simplesmente a poderá estourar, causando algum acidente.

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 21


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

12. Teste com uma Lâmpada dos seus terminais é posto em contato com um dos
fios que se deseja testar e o outro terminal é posto
em contato com um condutor devidamente aterrado
A identificação dos fios: Fase (energizado) e o
(uma haste de terra cravada no chão). Se a lâmpada
Neutro, de uma instalação elétrica interna, pode ser
acender, significa que o fio que se deseja identificar é
feita com uma lâmpada incandescente de 220 Volts,
o fio Fase. Caso contrário, se a lâmpada permanecer
colocada em um receptáculo com 2 fios terminais. Um
apagada, significa que o fio utilizado é o Neutro.

ATENÇÃO: a lâmpada incandescente a ser utilizada medida a cada instante e durante o tempo desejado.
tem que ser fabricada para a tensão de 220 Volts, pois Alguns instrumentos desse tipo utilizam um disco em
pode ser que os dois fios que deseja identificar sejam vez de uma tira (rolo) de papel. Nesse caso, o tempo
Fase - Fase (220 Volts) ou que o transformador que da medição é limitado a uma volta do disco.
alimenta a instalação elétrica seja de 220 Volts entre c. Integradores: são aparelhos que somam os valores
Fase e Neutro. Daí, se a lâmpada for de 127 Volts, instantâneos e fornecem a cada instante os resultados
ela poderá estourar no teste, provocando um acidente acumulados. O aparelho integrador pode ser de
com a pessoa. É recomendável que a lâmpada esteja ponteiros ou de ciclômetro ou dígitos. Um exemplo são
protegida com um anteparo e seja de uma potência os medidores de energia elétrica das residências.
baixa, por exemplo: 15 ou 25 Watts.
14. Amperímetro e Voltímetro
13. Aparelhos de Medição
O Amperímetro é utilizado para medir a corrente
Os aparelhos de medição são instrumentos que, elétrica de um circuito e deve ser ligado em série com
através de escalas, gráficos ou dígitos, fornecem os a carga.
valores numéricos das grandezas que estão sendo
medidas.

Como foi ressaltado anteriormente, é sempre


preferível a utilização desses aparelhos em vez dos
aparelhos de teste (ver subitem 1.18, página 29).

Os aparelhos de medição, segundo a maneira de


indicar os valores medidos, podem ser:

a. Indicadores: são aparelhos que, através do


movimento de um ponteiro em uma escala ou de uma
tela digital, fornecem os valores instantâneos das
grandezas medidas.

b. Registradores: têm o princípio de funcionamento


semelhante ao dos instrumentos indicadores, sendo
que é adaptada à extremidade do ponteiro uma pena,
onde se coloca tinta. Sob a pena, corre uma tira de papel
com graduação na escala conveniente. A velocidade
do papel é constante, através de um mecanismo de
relojoaria. Desse modo, têm-se os valores da grandeza

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 22


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
O Voltímetro é utilizado para medir a tensão elétrica de um circuito e deve ser ligado em paralelo com a carga.

15. Wattímetro

A medição de potência elétrica (W) é feita por um aparelho, o Wattímetro, que associa as funções do Voltímetro e
do Amperímetro. No Wattímetro, é indicado terminal comum que deve ser ligado ao lado da carga.

16. Ohmímetro é um aparelho largamente utilizado. É conhecido como


Alicate Volt-Amperímetro.
O Ohmímetro é utilizado para medir a resistência
Esse instrumento possui escalas para medir a
elétrica (Ω) e também para se verificar a continuidade
Corrente e a Tensão. Com isso, deverá ser ajustado
de um circuito elétrico.
através de uma chave seletora (corrente ou tensão),
antes de efetuar a medição.
Observação: o circuito elétrico deverá estar
desernergizado.
Se a pessoa não tem uma ideia do valor da
corrente ou da tensão a ser medida, ela deverá ajustar
o aparelho para a maior escala de corrente ou tensão
e, se for o caso, ir diminuindo a escala para que seja
efetuada a medição corretamente. Deve-se consultar o
Manual de instruções do aparelho.

Medição de corrente elétrica: O aparelho possui


garras que “abraçam” o condutor por onde passa a
corrente elétrica a ser medida. Essas garras funcionam
como núcleo de um transformador de corrente em que
o primário é o condutor no qual está sendo realizada
17. Alicate Volt-Amperímetro a medição e o secundário é uma bobina enrolada que
está ligada ao medidor propriamente dito, conforme
O medidor de Corrente e de Tensão, tipo “alicate”, indica a figura a seguir.

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 23


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Observação: O amperímetro deverá abraçar apenas
o(s) fio(s) da mesma Fase (F1, F2 ou F3).

Medição de tensão elétrica: Para medir tensão, esse


instrumento possui dois terminais nos quais são
conectados os fios, que serão colocados em contato
com o local a ser medido.

18. Medidor de Energia Elétrica

O medidor monofásico do consumo energia elétrica


(kWh) compõe-se de duas bobinas: uma de tensão,
ligada em paralelo com a carga, e uma de corrente,
ligada em série com a carga. As duas bobinas são
enroladas sobre o mesmo núcleo de ferro.

No medidor de consumo energia elétrica (kWh), o


valor da energia relativa a certo período de tempo a ser
medida corresponde à diferença entre as duas leituras
realizadas, uma no final e outra no início do respectivo
período. A leitura desses medidores é feita seguindo
a sequência natural dos algarismos, ou seja, se forem
quatro ou cinco ponteiros, ou quatro ou cinco janelas,
o primeiro à esquerda indica os milhares, o segundo,
as centenas e assim por diante.
Um disco colocado junto ao núcleo, que por força
dos campos magnéticos formados (da tensão e da Deve-se ter cuidado ao fazer uma leitura nos
corrente), quando a carga está ligada, passa a girar medidores de ponteiro, pois cada ponteiro gira em
com velocidade proporcional à energia consumida. sentido inverso ao de seus vizinhos.
Através de um sistema de engrenagens, a rotação do
disco é transportada a um mecanismo integrador.

Nota: Ao ler os valores de energia em um medidor 19. Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL
de kWh, o número que se deve considerar é aquele
pelo qual o ponteiro acabou de passar, isto é, quando
A Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL,
o ponteiro está entre dois números, considera-se o
autarquia em regime especial, vinculada ao Ministério
número de menor valor.
de Minas e Energia – MME, foi criada pela Lei 9.427,
de 26/12/1996.
Para se efetuar a leitura, deve-se iniciar pelo
primeiro ponteiro à direita.

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 24


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Principais atribuições: O Selo PROCEL de Economia de Energia é um
instrumento promocional do PROCEL, concedido
• Regular e fiscalizar a geração, a transmissão, anualmente, desde 1993, aos equipamentos elétricos
a distribuição e a comercialização da energia que apresentam os melhores índices de eficiência
elétrica, defendendo o interesse do consumidor; energética dentro das suas categorias. Sua finalidade
• Mediar os conflitos de interesses entre os agentes é estimular a fabricação nacional de produtos
do setor elétrico e entre estes e os consumidores; eletroeletrônicos mais eficientes no subitem economia
• Conceder, permitir e autorizar instalações e de energia e orientar o consumidor, no ato da compra,
serviços de energia; garantir tarifas justas; zelar de forma que ele possa adquirir os equipamentos
pela qualidade do serviço; que apresentam os melhores níveis de eficiência
• Exigir investimentos; estimular a competição entre energética.
os operadores e assegurar a universalização dos
serviços. Os equipamentos que atualmente recebem o Selo são:

A missão da ANEEL é proporcionar condições • Refrigerador de uma porta;


favoráveis para que o mercado de energia elétrica • Refrigerador Combinado;
se desenvolva com equilíbrio entre os agentes e em • Refrigerador Frost-Free;
benefício da sociedade. • Congelador vertical;
• Congelador horizontal;
20. Programa Nacional de Conservação de Energia • Ar-condicionado de janela;
Elétrica – PROCEL • Motor elétrico de indução trifásico de potência até
250 CV;
O objetivo do PROCEL – Programa Nacional • Coletor solar plano;
de Conservação de Energia Elétrica é promover a • Reservatórios Térmicos;
racionalização da produção e do consumo de energia • Lâmpadas e reatores.
elétrica, eliminando os desperdícios e reduzindo os
custos e os investimentos setoriais. b. Selo PROCEL INMETRO de Desempenho

Criado em dezembro de 1985 pelos Ministérios de O Selo PROCEL INMETRO de Desempenho foi
Minas e Energia e da Indústria e Comércio, o PROCEL criado com o objetivo de promover o combate ao
é gerido por uma Secretaria Executiva subordinada desperdício de energia elétrica e de ser uma referência
à Eletrobrás. Em 18 de julho de 1991, o PROCEL foi na compra pelo consumidor. Ele é concedido desde
transformado em Programa de Governo, tendo suas novembro de 1998, com validade anual, e destina-se
abrangência e responsabilidade ampliadas. a produtos ou equipamentos na área de iluminação,
nacionais ou estrangeiros, que contribuam para o
O PROCEL tem diversos programas/projetos para combate ao desperdício de energia elétrica e que
o combate ao desperdício de energia, tais como: para apresentem características de eficiência e qualidade
os setores residencial, comercial, serviços, industrial, conforme o padrão PROCEL.
órgãos governamentais, iluminação pública, PROCEL
nas Escolas, meio ambiente, etc.

Na área residencial, de uma forma geral, as


atividades do Programa Residencial se baseiam em:

• qualificar produtos eficientes,


• divulgá-los no mercado consumidor,
• mobilizar os canais de distribuição para execução
de parcerias em projetos de conservação de
energia,
• conceber projetos que possam ser reproduzidos e
executados em larga escala pelo Brasil,
• informar o consumidor sobre os produtos que O Selo PROCEL INMETRO é fruto de uma bem-
proporcionam uma maior economia de energia ao sucedida parceria entre PROCEL e INMETRO, iniciada
longo de sua vida útil. com o Selo PROCEL de Economia de Energia e com o
Programa Brasileiro de Etiquetagem. Essa parceria tem
Em relação à eficiência de aparelhos elétricos e sido fundamental para o desenvolvimento de normas
térmicos para o uso residencial, o PROCEL estabelece técnicas, para a implementação dos programas e para
os seguintes Selos: a fiscalização dos produtos.

a. Selo PROCEL de Economia de Energia Diferente do Selo PROCEL de Economia de Energia,

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 25


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
que indica os melhores produtos de uma determinada Observação: No site do PROCEL, encontram-se, de
categoria em relação à eficiência energética, o Selo forma atualizada, as tabelas com os equipamentos
PROCEL INMETRO indica os produtos que atendem e suas informações técnicas, com o Selo PROCEL
aos padrões de eficiência e qualidade estabelecidos de Economia de Energia e com o Selo PROCEL
pelo PROCEL não existindo, nesse caso, uma análise INMETRO de Desempenho.
comparativa entre os produtos quanto aos níveis de
eficiência. 21. Associação Brasileira de Normas Técnicas –
ABNT
Os produtos da área de iluminação que atualmente
recebem o Selo PROCEL INMETRO são: Fundada em 1940, a Associação Brasileira de
Normas Técnicas – ABNT é o órgão responsável pela
• lâmpadas fluorescentes compactas integradas e normalização técnica no país, fornecendo a base
não integradas; necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro.
• lâmpadas circulares integradas e não integradas;
• reatores adaptadores para lâmpadas fluorescentes É uma entidade privada, sem fins lucrativos,
compactas ou circulares. reconhecida como Fórum Nacional de Normalização –
ÚNICO – através da Resolução n.º 07 do CONMETRO,
de 24/08/1992.

É membro fundador da ISO (International


Organization for Standardization), da COPANT
(Comissão Panamericana de Normas Técnicas) e da
AMN (Associação Mercosul de Normalização).

A Normalização é uma atividade que estabelece,


em relação a problemas existentes ou potenciais,
prescrições destinadas à utilização comum e repetitiva
com vistas à obtenção do grau ótimo de ordem em um
dado contexto.

Os objetivos da Normalização são:

Economia Proporcionar a redução da crescente variedade de produtos e procedimentos.

Proporcionar meios mais eficientes na troca de informação entre o fabricante e o cliente,


Comunicação
melhorando a confiabilidade das relações comerciais e de serviços.

Segurança Proteger a vida humana e a saúde.


Proteção do
Prover a sociedade de meios eficazes para aferir a qualidade dos produtos.
Consumidor
Eliminação de
Evitar a existência de regulamentos conflitantes sobre produtos e serviços em diferentes
Barreiras
países, facilitando, assim, o intercâmbio comercial.
Técnicas e Comerciais

Na prática, a Normalização está presente na • uniformizar a produção,


fabricação dos produtos, na transferência de tecnologia • facilitar o treinamento da mão-de-obra, melhorando
e na melhoria da qualidade de vida através de normas seu nível técnico,
relativas à saúde, à segurança e à preservação do • registrar o conhecimento tecnológico,
meio ambiente. • facilitar a contratação ou venda de tecnologia.

Os benefícios da Normalização podem ser: Quantitativos, permitindo:

Qualitativos, permitindo: • reduzir o consumo de materiais,


• reduzir o desperdício,
• utilizar adequadamente os recursos (equipamentos, • padronizar componentes,
materiais e mão-de-obra), • padronizar equipamentos,

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 26


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
• reduzir a variedade de produtos, c. Tensão
• fornecer procedimentos para cálculos e projetos, ___________________________________________
• aumentar a produtividade, ___________________________________________
• melhorar a qualidade, ___________________________________________
• controlar processos.
d. Potencia Elétrica
É ainda um excelente argumento de vendas para ___________________________________________
o mercado internacional como, também, para regular ___________________________________________
a importação de produtos que não estejam em ___________________________________________
conformidade com as normas do país importador. ___________________________________________

IDEIAS-CHAVE 2. O que é um circuito em série?


___________________________________________
Resistência, Tensão, Corrente, Geração, Transmissão, ___________________________________________
Distribuição, Potência, Série, Paralelo, Contínua e ___________________________________________
Alternada, Circuito, Medição. ___________________________________________

RECAPITULANDO 3. Defina corrente alternada.


___________________________________________
Energia é a capacidade de produzir trabalho e ela ___________________________________________
pode se apresentar sob várias formas. Uma de suas ___________________________________________
mais importantes características é a possibilidade de ___________________________________________
sua transformação de uma forma para outra.
B. Leia atentamente as afirmativas e marque V para as
Existem diversas formas de produção de energia, verdadeiras e F para as falsas.
com custos e benefícios bastante particulares. Vimos
a estrutura do elétron e os conceitos básicos sobre 01.( ) Uma das mais importantes características da
eletricidade, tais como leis básicas para cálculo de energia é a possibilidade de sua transformação
corrente, resistência e tensão, assim como cálculo de de uma forma para outra.
potência. 02.( ) A grande desvantagem da usina eólica é que
causa muita poluição.
Os circuitos elétricos podem ser encontrados em 03.( ) Se as redes de transmissão forem trifásicas,
série ou em paralelo e suas correntes elétricas dadas não se pode ligar às redes de consumo de
como contínua ou alternada, definindo uma frequência energia monofásicas.
de operação. 04.( ) A finalidade dos transformadores é abaixar a
tensão que será levada às residências.
Ainda nessa unidade vimos os instrumentos 05.( ) Corrente elétrica é a intensidade com que a
de medição e também informações técnicas sobre corrente é carregada no condutor.
qualidade e atividades normativas sobre o mesmo. 06.( ) Corrente elétrica é o fluxo de elétrons no
condutor.
Para Fixar o Conteúdo 07.( ) A Potência é definida como sendo o trabalho
efetuado na unidade do tempo.
1. Questões Discursivas 08.( ) A oscilação na polaridade da corrente elétrica
é conhecida por frequência elétrica e alimenta
Defina: a maioria dos equipamentos residenciais.
09.( ) No circuito em série, a corrente elétrica será a
a. Corrente Elétrica mesma em todos os pontos.
___________________________________________ 10.( ) No circuito em paralelo, a corrente elétrica
___________________________________________ será a mesma em todos os pontos.
___________________________________________
___________________________________________ C. Relacionado ao circuito em paralelo, assinale a
___________________________________________ opção correta.

b. Resistência Elétrica a. As cargas não dependem umas das outras para o


___________________________________________ funcionamento do circuito elétrico.
___________________________________________ b. Existe mais de 1 (um) caminho para a passagem
___________________________________________ da corrente elétrica.
___________________________________________ c. As tensões elétricas nas cargas são iguais à
tensão da fonte de alimentação.
d. Todas as opções estão corretas.

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 27


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

UNIDADE II
CIRCUITOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS
1. Introdução Da legislação em vigor, a Resolução da ANEEL
nº 456, de 29/11/00, foram retiradas as seguintes
Antes de iniciar propriamente o a Unidade 2, definições:
“Circuitos Elétricos Residenciais”, serão abordadas
algumas informações gerais, que poderão ser a. Carga instalada: soma das potências nominais
importantes para a compreensão deste Manual. dos equipamentos elétricos instalados na unidade
consumidora, em condições de entrar em
As instalações elétricas de baixa tensão são funcionamento, expressa em quilowatts (kW).
regulamentadas pela Norma Brasileira vigente, a NBR b. Consumidor: pessoa física ou jurídica, ou
5410/97, “Instalações Elétricas de Baixa Tensão”, da comunhão de fato ou de direito, legalmente
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. representada, que solicitar à concessionária o
fornecimento de energia elétrica e assumir a
Essa Norma, também conhecida como NB 3, responsabilidade pelo pagamento das faturas e
fixa os procedimentos que devem ter as instalações pelas demais obrigações fixadas em normas e
elétricas: PROJETO, EXECUÇÃO, MANUTENÇÃO regulamentos da ANEEL, assim vinculando-se aos
e VERIFICAÇÃO FINAL, a fim de garantir o seu contratos de fornecimento, de uso e de conexão
funcionamento adequado e a segurança das pessoas ou de adesão, conforme cada caso.
e de animais domésticos e aplica-se às instalações c. Contrato de adesão: instrumento contratual
elétricas (novas e reformas das existentes) alimentadas firmado entre a Concessionária de Energia
sob uma tensão nominal igual ou inferior a 1.000 Volts Elétrica e o Consumidor cuja unidade consumidora
em Corrente Alternada (CA). seja atendida em Baixa Tensão (Grupo B), com
cláusulas vinculadas às normas e regulamentos
As Concessionárias de energia por sua vez, aprovados pela ANEEL, não podendo o conteúdo
fornecem a energia elétrica para os consumidores de das mesmas ser modificado pela concessionária
acordo com a carga (kW) instalada e em conformidade ou consumidor, a ser aceito ou rejeitado de forma
com a legislação em vigor – Resolução nº 456, integral.
“Condições Gerais de Fornecimento de Energia d. Unidade consumidora: conjunto de instalações
Elétrica” , de 29/11/00, da ANEEL – Agência Nacional e equipamentos elétricos caracterizado pelo
de Energia Elétrica, que estabelece os seguintes recebimento de energia elétrica em um só ponto
limites para atendimento: de entrega, com medição individualizada e
correspondente a um único consumidor.
a. Tensão Secundária de Distribuição – Grupo
B (Baixa Tensão): Quando a carga instalada na
unidade consumidora for igual ou
inferior a 75 kW. Os consumidores
do Grupo B são atendidos na
tensão inferior a 2.300 Volts. No
caso da CEMIG, os consumidores
são atendidos na tensão 220/127
Volts (Trifásico);

b. Tensão primária de distribuição


inferior a 69 kV: Quando a carga
instalada na unidade consumidora
for superior a 75 kW e a demanda
contratada ou estimada pelo
interessado, para o fornecimento,
for igual ou inferior a 2.500 kW. No
caso da CEMIG, os consumidores
são atendidos geralmente na
tensão de 13.800 Volts (Trifásico);

c. Tensão primária de distribuição


igual ou superior a 69 kV:
Quando a demanda contratada ou
estimada pelo interessado, para o
fornecimento, for superior a 2.500
kW.

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 28


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
O Artigo 3º da Resolução da ANEEL nº 456, de As Normas vigentes da CEMIG, a ND 5.1
29/11/00, estabelece que, efetivado o pedido de (Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão
fornecimento de energia elétrica à concessionária, esta Secundária – Rede de Distribuição Aérea –
cientificará ao interessado quanto à obrigatoriedade de: Edificações Individuais), a ND 5.2 (Fornecimento de
Energia Elétrica em Tensão Secundária – Rede de
Distribuição Aérea – Edificações Coletivas) e a ND
a. observância, nas instalações elétricas da unidade
5.5 (Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão
consumidora, das normas expedidas pelos Secundária – Rede de Distribuição Subterrânea),
órgãos oficiais competentes, pela Associação estabelecem que as unidades consumidoras ligadas
Brasileira de Normas Técnicas – ABNT ou em baixa tensão (Grupo B) podem ser atendidas das
outra organização credenciada pelo Conselho seguintes maneiras:
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial – CONMETRO, e das normas e padrões • A dois fios:
da concessionária, postos à disposição do - uma Fase e um Neutro
interessado; - tensão de 127 V;
b. instalação, pelo interessado, quando exigido pela
concessionária, em locais apropriados de livre • A três fios:
- duas Fases e um Neutro
e fácil acesso, de caixas, quadros, painéis ou
- tensões de 127 e 220 V, ou
cubículos destinados à instalação de medidores, - tensões de 127 e 254 V;
transformadores de medição e outros aparelhos
da concessionária, necessários à medição de • A quatro fios:
consumos de energia elétrica e demandas de - três Fases e um Neutro
potência, quando houver, e à proteção destas - tensões de 127 e 220 V.
instalações;
c. declaração descritiva da carga instalada na NOTA: O que determina se a unidade consumidora
unidade consumidora; será atendida por 2, 3 ou 4 fios será em função da
d. celebração de contrato de fornecimento com carga (kW) instalada. As Normas referenciadas
consumidor responsável por unidade consumidora anteriormente neste subitem 2.1 estabelecem os
do Grupo “A”; procedimentos que deverão ser seguidos.
e. aceitação dos termos do contrato de adesão pelo
consumidor responsável por unidade consumidora A Norma vigente da CEMIG ND 5.1 (Fornecimento
do Grupo “B”; de Energia Elétrica em Tensão Secundária – Rede
f. fornecimento de informações referentes à de Distribuição Aérea – Edificações Individuais)
natureza da atividade desenvolvida na unidade estabelece os seguintes tipos de ligações para as
consumidora, à finalidade da utilização da energia unidades consumidoras residenciais, de acordo com
elétrica e à necessidade de comunicar eventuais a tabela a seguir:
alterações supervenientes.

Observação: Devem-se consultar as Normas vigentes 2. Símbolos e Convenções


da CEMIG quanto à restrição de alguns tipos de cargas
a serem instaladas/ligadas e à caracterização dos Os Símbolos e as Convenções são muito úteis para
diversos tipos de ligação. representação dos pontos e demais elementos que
constituem os circuitos de um Projeto Elétrico.
A Fatura de Energia Elétrica é definida pela
Resolução da ANEEL nº 456, de 29/11/00, como a A NBR 5444 – “Símbolos Gráficos para Instalações
nota fiscal que apresenta a quantia total que deve Elétricas Prediais” da ABNT estabelece os símbolos
ser paga (R$) pela prestação do serviço público de gráficos referentes às instalações elétricas prediais.
energia elétrica, referente a um período especificado,
discriminando as parcelas correspondentes.

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 29


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Tabela 1 – Conversão de diâmetros nominais maior que o do interruptor para diferenciá-los. Um
elemento qualquer circundado indica que este se
localiza no teto. O ponto de luz na parede (arandela)
também é representado pelo círculo.

• 4.1.3 Triângulo equilátero

Representa tomadas em geral. Variações


acrescentadas a ela indicam mudança de significado
e função (tomadas de luz e telefone, por exemplo),
bem como modificações em seus níveis na instalação
(baixa, média e alta).

• 4.1.4 Quadrado

Representa qualquer tipo de elemento no piso ou


conversor de energia (motor elétrico). De forma
semelhante ao círculo, envolvendo a figura, significa
que o dispositivo localiza-se no piso.

Transcrito da NBR 5444 – Símbolos e Convenções • 4.2 Para ilustrar a simbologia desta Norma, consta
do Anexo uma planta elétrica representativa de
• 4.1.2 Círculo um trecho das instalações de uma edificação
residencial.
Representa três funções básicas: o ponto de luz, • Os símbolos gráficos referentes às instalações
o interruptor e a indicação de qualquer dispositivo elétricas prediais encontram-se nas Tabelas 2, 3,
embutido no teto. O ponto de luz deve ter um diâmetro 4, 5, 6, 7 e 8.
Tabela 2 – Dutos e distribuição

Adaptado da NBR 5444 – Símbolos e Convenções

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 30


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Adaptado da NBR 5444 – Símbolos e Convenções

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 31


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Tabela 3 – Quadros de distribuição

Adaptado da NBR 5444 – Símbolos e Convenções

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 32


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Tabela 4 – Interruptores

Adaptado da NBR 5444 – Símbolos e Convenções

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 33


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Tabela 5 – Luminárias, refletores, lâmpadas

Adaptado da NBR 5444 – Símbolos e Convenções

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 34


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Tabela 6 – Tomadas

Adaptado da NBR 5444 – Símbolos e Convenções

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 35


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Tabela 7 – Motores e transformadores

Adaptado da NBR 5444 – Símbolos e Convenções

Tabela 8 – Acumuladores

Adaptado da NBR 5444 – Símbolos e Convenções

Será exemplificado em planta baixa um exemplo de projeto elétrico de acordo com os padrões
normativos em capítulos seguintes.

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 36


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
3. Dimensionamento de Carga 3.3. Iluminação

Para determinar a carga de uma instalação elétrica A iluminação adequada deve ser calculada de
residencial, devem-se somar todas as cargas elétricas acordo com a Norma vigente NBR5413/92 “Iluminação
previstas para: as tomadas de uso geral e a potência de Interiores”, da ABNT. Entretanto, a Norma NBR
das lâmpadas e dos demais equipamentos elétricos. 5410/97 estabelece como alternativa que, para
determinar as cargas de iluminação em unidades
A Norma vigente da ABNT, a NBR 5410/97 consumidoras residenciais, poderão ser adotados os
“Instalações Elétricas de Baixa Tensão”, determina seguintes critérios:
que a previsão de cargas em VA (Volt Ampère) dos
equipamentos deverá ser de acordo com as seguintes • Em cômodos ou dependências com área igual
prescrições: ou inferior a 6 m2, deve ser prevista uma carga
mínima de 100 VA;
3.1. Tomadas de Uso Geral
• Em cômodos ou dependências com área superior
• Em banheiros, cozinhas, copas, copas-cozinhas, a 6 m2, deve ser prevista uma carga mínima de
áreas de serviço, lavanderias: para as 3 (três) 100 VA para os primeiros 6 m2, acrescidas de 60
primeiras tomadas, a carga mínima por tomada a VA para cada aumento de 4 m2.
ser considerada deverá ser de 600 VA. A partir da
quarta tomada (se existir), deverá ser considerada IMPORTANTE: Os valores apurados correspondem
a carga mínima de 100 VA para cada tomada. à potência destinada à iluminação para o efeito
de dimensionamento dos circuitos elétricos e não
IMPORTANTE: A determinação da carga deverá necessariamente à potência nominal das lâmpadas.
ser feita, considerando cada um desses cômodos
separadamente; Exemplo: Qual a carga de iluminação incandescente a
ser instalada numa sala de 3,5 m de largura e 4 m de
• Em subsolos, garagens, sótão, varandas: deverá comprimento?
ser prevista no mínimo uma tomada de 1.000 VA;
• A área da sala: 3,5 m x 4 m = 14 m2
• Nos demais cômodos ou dependências: no mínimo • Carga para a iluminação:
100 VA por tomada.
Para os primeiros 6 m2: 100 VA. Para os outros 8 m2:
3.2. Tomadas de Uso Específico 60 VA + 60 VA;

• Considerar a carga do equipamento elétrico a ser A Carga total será: 100 VA + 60 VA + 60 VA = 220 VA.
ligado, fornecida pelo fabricante;
A tabela a seguir fornece os dados para calcular,
• Ou, então, calcular a carga a partir da tensão de uma maneira prática, a carga de iluminação
nominal, da corrente nominal e do fator do incandescente para cômodos, com área variando de
equipamento elétrico. 6 a 30 m2.

ÁREA DO CÔMODO CARGA DE ILUMINAÇÃO


(m2) (VA)
Até 6 100
De 6,1 a 10 160
De 10,1 a 14 220
De 14,1 a 18 280
De 18,1 a 22 340
De 22,1 a 26 400
De 26,1 a 30 460
Adaptado NBR 5410

4. Número Mínimo de Tomadas por Cômodo

Cada cômodo de uma residência deverá ter tantas tomadas quantos forem os aparelhos elétricos a serem
instalados/ligados dentro do mesmo. Uma sala de estar, por exemplo, deve ter tomadas de uso geral para individuais:

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 37


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
o televisor, os aparelhos de som, vídeo, abajures, (desenergizado).
aspirador de pó, etc.
Cada circuito elétrico deve ser concebido de forma
A Norma vigente, a NBR 5410/97, determina as que possa ser seccionado sem risco de realimentação
seguintes quantidades mínimas de Tomadas de Uso inadvertida, através de outro circuito.
Geral em uma residência:
IMPORTANTE: A Norma NBR 5410/97 determina
• 1 tomada por cômodo para área igual ou menor do que o condutor Neutro deverá ser único para
que 6 m2; cada circuito elétrico, isto é, cada circuito elétrico
• 1 tomada para cada 5 m, ou fração de perímetro, deverá ter o seu próprio condutor Neutro. Esse
para áreas maiores que 6 m2; condutor só poderá ser seccionado quando for
• 1 tomada para cada 3,5 m ou fração de perímetro recomendado por essa Norma.
para copas, cozinhas, copas e cozinhas, áreas de
serviço, lavanderias, sendo que, acima de cada 6. Interruptores e Tomadas de Uso Geral
bancada de 30 cm ou maior, deve ser prevista pelo
menos uma tomada; Existem diversos tipos de Interruptores
• 1 tomada em subsolos, sótãos, garagens e e Tomadas de Uso Geral, sendo
varandas; que cada um é adequado para uma
• 1 tomada junto ao lavatório, em banheiros. determinada utilização. Sempre
devem ser consultados os catálogos
de fabricantes com o objetivo de
NOTA: O perímetro de um cômodo é calculado identificar quais os dispositivos mais
somando o comprimento de cada lado deste apropriados para cada situação.
cômodo. Exemplo: A sala referenciada no exemplo
anterior, de 3,5 m de largura e 4 m de comprimento, Os Interruptores podem ser simples, duplos,
tem o seguinte perímetro: triplos, intermediários, paralelos, bipolares, “dimmers”,
pulsadores, etc., sendo que cada um é próprio para
2 x 3,5 m + 2 x 4 m = 15 m ser usado em uma determinada função específica.
Uns tipos proporcionam mais conforto, segurança e
5. Divisão de Circuitos Elétricos economia de energia do que os outros.

A Norma vigente, a NBR 5410/97 – “Instalações Os “dimmers” são interruptores que, através de um
Elétricas de Baixa Tensão”, determina que sejam circuito (geralmente eletrônico), variam a intensidade
separados os circuitos elétricos de Tomadas de Uso luminosa da lâmpada instalada em seu circuito,
Geral e o de Iluminação. podendo proporcionar economia de energia elétrica.

Deverá ser previsto um circuito elétrico, também Existem interruptores tipo “dimmer” nos modelos de
separado, para cada equipamento elétrico de corrente interruptor simples e interruptor paralelo.
nominal superior a 10 A (1.270 VA em 127 V), como os
chuveiros elétricos, fornos elétricos, fornos de micro- A instalação do “dimmer” é feita do mesmo modo
ondas, etc. que a do interruptor correspondente. Ver manual do
fabricante.
É importante que uma instalação elétrica seja
dividida em circuitos elétricos parciais para facilitar: a
inspeção, a manutenção, a proteção. Será mais bem NOTA: Para as lâmpadas incandescentes e
dimensionada, reduz as quedas de tensão e aumenta fluorescentes tubulares, existe um tipo de “dimmer”
a segurança. específico.

Se na residência houver um só circuito para toda


As Tomadas de Uso Geral recomendadas são as
a instalação elétrica, o Disjuntor deverá ser de grande
de 2P + TU, para conter os Condutores Fase, Neutro
capacidade de interrupção de corrente, sendo que um
e o de Proteção (PE ou fio terra). Essas tomadas
pequeno curto-circuito poderá não ser percebido por ele.
de 3 polos apresentam disposições e tipos de polos
diferentes para cada encaixe de plugues.
Entretanto, se na residência houver diversos
circuitos e com vários disjuntores de capacidades de
Também existem as Tomadas de 2 polos.
interrupção de correntes menores e dimensionados
adequadamente, aquele pequeno curto-circuito poderá
Os Interruptores e Tomadas de Uso Geral para
ser percebido pelo Disjuntor do circuito em questão,
serem utilizados em instalações elétricas residenciais
que o desligará. Com isso, somente o circuito onde
são feitos para suportar, com segurança, uma
estiver ocorrendo um curto-circuito ficará desligado
Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 38
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
determinada corrente e tensão máximas. interruptor, durante 1 hora, passando 35% da
corrente nominal e o interruptor não pode aquecer
As correntes elétricas máximas para as Tomadas, mais de 45 oC.
geralmente, são de 10, 15 ou 20 A. A tensão elétrica, • Sobrecorrente e durabilidade: primeiro, o
normalmente, é de 250 V. interruptor tem que resistir a 200 mudanças de
posição, ou seja, 100 “liga-desliga” com tensão
10% e corrente 25% superior à nominal, além de
um fator de potência extremamente desfavorável
(0,3). Segundo, o interruptor passa por mais de 40
mil mudanças de posição, com corrente e tensão
nominal, ou seja, 250 V e 10 A.
• Resistência mecânica: recebe o impacto de um
O significado dos dados técnicos dos dispositivos
martelo com 150 gramas a uma altura de 10 cm
projetados para suportar uma corrente elétrica máxima
e o produto não pode apresentar rachadura por
de 10 A e uma tensão elétrica de 250 V é o seguinte:
onde pudesse ter acesso às partes energizadas
• Em termos de corrente elétrica: não ligar uma do produto.
carga em 127 V, maior do que 1.270 VA (10 A x • Resistência ao calor: o produto é colocado em
127 V). uma estufa a 100 oC, sem umidade, durante uma
• Em termos de tensão elétrica: não ligar esses hora, e não pode apresentar deformações.
dispositivos em um o circuito elétrico, quando a • Prova de resistência ao calor anormal ou fogo:
tensão elétrica for maior do que 250 Volts. um fio incandescente a 850 oC que provoca fogo
é colocado sobre o produto e embaixo desse
Outros dispositivos para o uso em instalações produto é colocado um papel de seda a uma
elétricas residenciais, geralmente, são projetados altura de 20 cm. Retira-se o fio em menos de 30
para capacidades diferentes, como, por exemplo: os
segundos e o papel de seda não deve inflamar
“dimmers” carga de 40 VA a 300 VA em 127 V, de 60
com o gotejamento.
VA a 500 VA em 220 V, os pulsadores corrente de 2 A
em 250 V.
Como pode ser observado, o interruptor terá que
OBSERVAÇÃO: Existem diversos dispositivos com resistir a 40 mil mudanças de posição (manobras),
valores de carga diferentes (menores ou maiores) dos com tensão e corrente nominal, bornes enclausurados,
mencionados anteriormente. Por isso, sempre devem evitando contatos acidentais e a resistência a impactos.
ser consultados os catálogos dos fabricantes de
dispositivos, para se certificar de qual corrente e tensão Tomadas de Uso Geral – 10 mil mudanças de posição
máximas o dispositivo foi projetado para funcionar. (inserção e retirada do plugue), bornes enclausurados,
evitando contatos acidentais e resistência a impactos.
6.1. Conformidade dos Interruptores e Tomadas
Plugues monoblocos – 10 mil mudanças de posição
É importante que todo produto esteja em
(inserção e retirada da tomada), prensa-cabo que não
conformidade com as normas vigentes da ABNT.
permite que o cabo solte quando puxado.
Para exemplificar, serão relacionados alguns
testes a que um interruptor tem que se submeter NOTA: Todo componente de uma instalação
para comprovar que está dentro de norma da ABNT e elétrica tem que obedecer a uma ou mais Normas
receber a marca de conformidade do Instituto Nacional da ABNT. É importante identificá-las e conhecê-las.
de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial –
INMETRO. Para os Interruptores, a Norma NBR 6527
e, para as Tomadas de Uso Geral, a NBR 6147. 6.2. Esquemas de Ligações Elétricas de
Interruptores e Tomadas
• Os organizadores que vão conhecer a fábrica
analisam as máquinas, laboratórios e a equipe A seguir, estão apresentados os esquemas de
técnica. Após aprovarem tudo, iniciam as provas ligações elétricas de alguns tipos de interruptores e
nos produtos. tomadas de uso geral:
• Isolamento e rigidez dielétrica: o interruptor tem
que resistir a 2.000 V, sem deixar passar corrente
de fuga, com resistência superior à mínima
aceitável, que é de 5 Megaohms.
• Elevação de temperatura: ligam um condutor
apertando um pouco o parafuso do borne do
Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 39
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
com a NBR 14136.

Geralmente as Tomadas de Uso Geral existentes


têm orifícios “redondos” junto com orifícios “chatos”.

Os orifícios “chatos” de encaixe na tomada de 3


polos (2P + T) são diferentes entre si. O plugue do
aparelho elétrico só é encaixado em uma determinada
posição, o que dá mais segurança.

Veja a figura a seguir:

Observação: O condutor Neutro deve ser sempre


ligado em um ponto (ou polo) do Receptáculo (ou
porta-lâmpada) da luminária e o condutor Fase,
em um ponto Interruptor. O condutor Retorno sai do
outro ponto do Interruptor, indo até ao outro ponto
Receptáculo, completando, assim, o circuito elétrico.

É importante salientar que, na tomada de 3 (três)


polos, os fios do circuito de tomadas da instalação
elétrica devem ser ligados desta forma:

• Condutor Fase – Deve ser ligado ao lado direito


da tomada. Esse polo é do tipo “chato” e menos
largo do que o do Neutro.
• Condutor Neutro – Deve ser ligado do lado
esquerdo da Tomada, onde geralmente poderá
estar escrito a letra “W”. Esse polo é do tipo
“chato”e é mais largo do que o da Fase.

Por uma Norma americana, o condutor Neutro


deverá ser identificado pela cor branca (“white”
em inglês, daí a identificação pela letra “W”). Nos
aparelhos elétricos de procedência americana, um dos
fios de ligação do aparelho, o de lista branca, está no
mesmo lado desse pino “chato” mais largo.

• Condutor de Proteção (PE) – Deve ser ligado na


parte inferior da tomada, onde geralmente está
Tomada e interruptor na mesma caixa escrito a letra “G” (do inglês “ground”, que significa
aterramento). Também está mostrado o símbolo
Observação: Apesar de a tomada e o interruptor do aterramento.
estarem na mesma caixa, os circuitos elétricos devem
ser distintos. Nas tomadas, além da seção mínima de Observação: Essas tomadas não permitem que um
os condutores serem de 2,5 mm2 e de as cores de pino do condutor Fase entre no local que é destinado
isolação serem diferentes, deve-se ligar o condutor para o condutor de Proteção (PE), por exemplo.
Fase, o condutor Neutro e o condutor de Proteção (PE).
Se uma tomada de 3 polos for diferente da descrita
A seguir, serão feitos comentários sobre as neste subitem 2.6.1, devem ser identificados os polos
Tomadas de Uso Geral que ainda não estão de acordo dos condutores Fase, Neutro e o de Proteção, de
Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 40
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
acordo com um catálogo de tomadas do fabricante, da seguinte situação: considerando o cômodo de um
com o objetivo de realizar a correta ligação nos quarto, que tem o interruptor ao lado da porta com uma
respectivos condutores. tomada abaixo dele (a 30 cm do piso) e uma tomada
em outra parede, a representação esquemática do
Será apresentado, a seguir, o esquema elétrico Projeto Elétrico deverá ser:

NOTA: Existem tomadas com 2 polos, com orifícios “redondos” junto com orifícios “chatos”,
sendo que, desses últimos, existe um polo “chato” mais largo do que o outro. O condutor Neutro
deverá ser ligado nesse polo “chato” mais largo.

O esquema das ligações é:

• Tomada de Uso Geral

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 41


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
• Interruptor e luminária/lâmpada

O esquema para a ligação elétrica deverá ser:

Adaptado NBR 5410

7. Interruptor Paralelo e o Interruptor Intermediário devido ao comando da iluminação em mais de um ponto.

É muito importante a necessidade de controlar uma


ou várias lâmpadas situadas no mesmo ponto, de mais
de um local diferente.

Exemplo: Em uma escada, é bom que haja um


interruptor em cada uma das extremidades, ligados à
mesma lâmpada. Isso possibilita uma pessoa acender
a lâmpada ao chegar e apagá-la quando atingir a outra
extremidade da escada.

Nas salas, quartos, corredores, cozinhas, na


iluminação externa, etc., também é importante
controlar uma ou mais lâmpadas de lugares diferentes.

Nesses casos, utiliza-se um conjunto de interruptores


Paralelo, conhecido, também, como “Three Way”, ou um
conjunto de interruptores Intermediário (“Four Way”).

Esses interruptores, além de maior conforto para o


usuário, aumentam os aspectos quanto à segurança,

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 42


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
7.1. Interruptor Paralelo (“Three Way”) O esquema CORRETO de ligação do conjunto
deverá ser:
Através desse interruptor, pode-se comandar uma
lâmpada (ou conjunto de lâmpadas) de 2 (dois) locais
diferentes.

1. O condutor Neutro é ligado em um ponto no Receptáculo da luminária;

2. O condutor Fase deverá ser ligado a um dos Interruptores Paralelos, no pino central. Dos outros dois pinos desse
interruptor, deverão sair 2 condutores de Retorno, até o outro Interruptor Paralelo;

3. Do pino central desse segundo Interruptor Paralelo, sairá outro condutor de Retorno, que deverá ser ligado ao outro
polo do receptáculo da luminária, completando, assim, o circuito elétrico.

7.2. Interruptor Intermediário (“Four Way”)

É usado quando se deseja comandar uma lâmpada ou um conjunto de lâmpadas de mais de dois locais diferentes.

O Interruptor Intermediário (“Four Way”) é colocado/instalado entre dois Interruptores Paralelos (“Three Way”).

Podem ser instalados tantos Interruptores Intermediários (“Four Way”) quantos forem necessários os pontos de
comando no mesmo circuito.

O esquema a seguir mostra uma ligação de uma lâmpada comandada de 3 locais diferentes, com a utilização de
1 Interruptor Intermediário (“Four Way”) e 2 Interruptores Paralelo (“Three Way”).

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 43


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

1. O condutor Neutro é ligado em um ponto no as respectivas cargas.


Receptáculo da luminária;
A Norma NBR 5410/97 estabelece que deverá ser
2. O condutor Fase deverá ser ligado em um dos prevista em cada QDC uma capacidade de reserva
Interruptores Paralelos, no pino central. Dos outros (espaço) que permita ampliações futuras da instalação
dois pinos desse interruptor, deverão sair 2 condutores elétrica interna, compatível com a quantidade e tipo de
de Retorno, indo até os dois pinos do mesmo lado do circuitos efetivamente previstos inicialmente, conforme
Interruptor Intermediário; a seguir:

3. Dos outros dois pinos do Interruptor Intermediário, • QDC com até 6 circuitos: prever espaço de reserva
sairão 2 condutores de Retorno, que deverão ser para o mínimo 2 circuitos;
ligados no segundo Interruptor Paralelo; • QDC de 7 a 12 circuitos: prever espaço de reserva
para o mínimo 3 circuitos;
4. Do pino central deste segundo Interruptor Paralelo, • QDC de 13 a 30 circuitos: prever espaço de reserva
sairá outro condutor de Retorno, que deverá ser para o mínimo de 4 circuitos;
ligado no outro polo do Receptáculo da luminária, • QDC acima de 30 circuitos: prever espaço de
completando assim, o circuito elétrico. reserva para o mínimo de 15% dos circuitos.

8. Quadro de Distribuição de Circuitos – QDC No Quadro de Distribuição de Circuitos – QDC,


deverão ser instalados os dispositivos de proteção
O Quadro de Distribuição de Circuitos – QDC deverá para os respectivos circuitos (um para cada circuito).
ser feito de material metálico, ser instalado em local
de fácil acesso, preferencialmente no centro de cargas O QDC deverá conter/possibilitar a instalação de:
da instalação elétrica, e possuir uma identificação do
lado externo de seus componentes – Dispositivos de • barramentos para os condutores das Fases;
Proteção e de Segurança e dos Circuitos Elétricos com • terminal para ligação do condutor Neutro;

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 44


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
• terminal para ligação do condutor de Proteção ou ao manusear os dispositivos de segurança. Também
(PE); deve possibilitar o enclausuramento das partes
• disjuntores termomagnéticos; energizadas (conexões dos cabos com os dispositivos
• dispositivos Diferencial-Residual – DR; de proteção e de segurança, barramentos, etc.).
• dispositivos contra sobretensões, etc.
IMPORTANTE: O Quadro de Distribuição de
O Quadro de Distribuição de Circuitos – QDC deve Circuitos – QDC é o centro de distribuição de
ser bem fechado, com o objetivo de evitar que as energia de toda a instalação elétrica de uma
pessoas se machuquem ao encostar acidentalmente residência.

9. Cálculo da Corrente Elétrica de um Circuito

Como foi visto, a corrente elétrica é calculada pela fórmula:

Para determinar a corrente de um circuito elétrico, devem-se somar todas as cargas (Potência) ligadas nesse
circuito e dividi-la pela tensão.

Exercício Comentado

Considerar os circuitos elétricos a seguir.

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 45


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Para U = 127 Volts, tem-se: Pra fixar o Conteúdo

- Iluminação: 100 + 60 + 100 + 60 + 60 = 380 VA A. Questões Discursivas


Corrente I1 = 380 VA / 127 V = 3,0 A
1. Qual a importância de se dividirem os circuitos
- Tomadas: 4 x 100 = 400 VA elétricos?
Corrente I2 = 400 VA / 127 V = 3,2 A ___________________________________________
___________________________________________
Potência total = 380 VA + 400 VA = 780 VA ___________________________________________
Corrente Total = I1 + I2 = 3,0 + 3,2 = 6,2 A ___________________________________________

Exercícios: 2. Qual a finalidade de interruptor Three Way?


___________________________________________
1. Dimensionar a carga mínima de iluminação e de ___________________________________________
tomadas de uso geral de uma sala de 4,5 m de largura ___________________________________________
por 6,0 m de comprimento. Calcular a potência e ___________________________________________
corrente total dessas cargas.
___________________________________________ 3. Dimensione a carga de iluminação de uma sala de
___________________________________________ 5 x 5 m.
___________________________________________ ___________________________________________
___________________________________________ ___________________________________________
___________________________________________
2. Dimensionar a carga mínima de iluminação e de ___________________________________________
tomadas de uso geral de uma sala de 5 m de largura
por 8,0 m de comprimento. Calcular a potência e 4. Para o exercício três, defina o número mínimo de
corrente total dessas cargas. tomadas.
___________________________________________ ___________________________________________
___________________________________________ ___________________________________________
___________________________________________ ___________________________________________
___________________________________________ ___________________________________________

Ideias-chave 5. Onde se pode aplicar o Three Way?


___________________________________________
Simbologia, Sobrecarga, Divisão, Cargas de ___________________________________________
Iluminação, Tomadas de Uso Geral, TUG, Específico, ___________________________________________
___________________________________________
Qualidade, Interruptor, Paralelo, Three Way, Four Way,
QDC.
B. Leia atentamente as afirmativas e marque V para as
verdadeiras e F para as falsas.
Recapitulando
01.( ) O que determina se a unidade consumidora
Nesta unidade, vimos como definir de forma prática será atendida por 2, 3 ou 4 fios será a carga
a carga de iluminação do cômodo e o número mínimo (kW) instalada.
de tomadas de acordo com as especificações da ABNT 02.( ) Ligações que tenham carga instalada
5410 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão. superiores a 30 KVA devem ser ligadas a dois
fios mais neutros, sendo duas fases e um
Também a partir da ABNT 5444 – Símbolos Elétricos neutro.
puderam iniciar o detalhamento do projeto elétrico de 03.( ) As tomadas são representadas por um
triângulo equilátero, sendo que algumas
modo simples e eficaz.
mudanças podem ser feitas em seu símbolo
para representar alguns detalhes.
Vimos como dividir os circuitos sem sobrecarregar 04.( ) O preenchimento de símbolos de tomadas e
os mesmos e também sobre os elementos que serão interruptores pela metade significa que essa
utilizados em nosso projeto (interruptores, tomadas, é a altura de instalação dessas tomadas e
entre outros). interruptores, sendo, nesse caso, uma altura
de 1,80 m.
E, por fim, aprendemos os esquemas de ligação 05.( ) É usual prever uma tomada especial de 1000
dos pontos e também inserimos os condutores. VA na garagem.
06.( ) Num cômodo de 25 m², deverão ser previstos
no mínimo 400 VA de carga de iluminação.

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 46


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
07.( ) Uma aplicação do interruptor paralelo Three
Way é nas escadas.
08.( ) Os interruptores intermediários podem ser
adicionados ao esquema de ligação em
quantidade indeterminada. Quantos pontos
forem solicitados pelo cliente poderão ser
adicionados sem perdas para o mesmo.
09.( ) O quadro de distribuição de circuitos deve
conter barramento para condutores Fase e
terminais de ligação para Neutro e Proteção.
10.( ) O projeto elétrico deve ser elaborado segundo
as normas vigentes das concessionárias e
ABNT 5410, de modo a atender os requisitos
mínimos estipulados.

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 47


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

UNIDADE III
CONDUTORES ELÉTRICOS
1. Introdução

Os metais são condutores de corrente elétrica. Entretanto, determinados metais conduzem melhor a corrente
elétrica do que outros, ou seja, alguns oferecem menor resistência à passagem da corrente elétrica.

A resistência elétrica de um condutor pode ser expressa pela fórmula:

Observação: O inverso da resistência elétrica tem o Observação: Comparando os valores de resistividade


nome de Condutividade. do cobre e alumínio, pode ser verificado que o cobre
apresenta menor resistividade; consequentemente,
Os metais mais usados para condução de energia para uma mesma seção (mm2), os condutores de
elétrica são: cobre conduzem mais corrente elétrica.

Prata – utilizada em pastilhas de contato de contatores, 2. Considerações Básicas sobre os Condutores


relés, etc.
Os condutores de metal podem ter os seguintes
Resistividade média é 0,016 Ωmm2/m a 20 oC; tipos de formação:
Cobre – utilizado na fabricação de fios em geral
e equipamentos elétricos (chaves, interruptores, • Fio – formado por um único fio sólido;
tomadas, etc.). • Cabo – formado por encordoamento de diversos
fios sólidos. Esses condutores podem ser isolados
Resistividade média do cobre duro é 0,0179 Ωmm2/m ou não:
a 20 oC;

Alumínio – utilizado na fabricação de condutores para


linhas e redes por ser mais leve e de custo mais baixo.
Os condutores de alumínio podem ser de:

CA – alumínio sem alma de aço;


CAA – alumínio enrolado sobre um fio ou cabo de aço • Isolação – é um termo qualitativo, referindo-se ao
(“alma de aço”). tipo do produto da capa para isolar eletricamente o
Resistividade média é 0,028 Ωmm2/m a 20 oC. condutor de metal;
• Isolamento – é quantitativo, referindo-se à classe
Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 48
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
de tensão para a qual o condutor foi projetado; Os outros podem ser usados em qualquer situação.
• Quando o condutor não tem isolação (capa), é
chamado condutor “Nu”. A escala de fabricação dos condutores adotada
no Brasil é a “série métrica” onde os condutores são
representados pela sua seção transversal (área) em
mm2 (leia-se: milímetros quadrados). Normalmente
são fabricados condutores para transportar a energia
elétrica nas seções de 0,5 mm2 a 500 mm2. Os fios são
geralmente encontrados até a seção de 16 mm2.

A Norma vigente, a NBR 5410/97, prevê em


A camada de isolação de um condutor pode ser de instalações de baixa tensão o uso de condutores
compostos termoplásticos, como o PVC (Cloreto de isolados (unipolares e multipolares) e cabos “nus”,
Polivinila) ou por termofixos (vulcanização), como o utilizados principalmente em aterramentos (ver subitem
EPR (Borracha Etileno-propileno), o XLPE (Polietileno 4.4.1, página 97).
Reticulado), etc.
Um Condutor Isolado é constituído por um fio ou
Os condutores isolados são constituídos em dois cabos recoberto por uma isolação.
tipos: “à prova de tempo” e para instalações embutidas.
Um Cabo Unipolar é constituído de um condutor
Os primeiros só podem ser usados em instalações isolado recoberto por uma camada para a proteção
aéreas, uma vez que a sua isolação não tem a mecânica, denominada cobertura.
resistência mecânica necessária para a sua instalação
em eletrodutos.

Condutores isolados (fios)

1. Condutor sólido de fio de cobre nu, têmpera mole.


2. Camada interna (composto termoplástico de PVC) cor branca até a seção nominal de 6 mm2.
3. Camada externa (composto termoplástico de PVC) em cores.

Condutores isolados (cabos)

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 49


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
1. Condutor formado de fios de cobre nu, têmpera Um Cabo Multipolar é constituído por dois ou mais
mole (encordoamento). condutores isolados envolvidos por uma camada
2. Camada interna (composto termoplástico de PVC) para a proteção mecânica, denominada, também, de
cor branca até a seção nominal de 6 mm2. cobertura.
3. Camada externa (composto termoplástico de PVC)
em cores.

1. Condutor formado de fios de cobre nu, têmpera mole (encordoamento).


2. Isolação (composto termoplástico de PVC) em cores.
3. Capa interna de PVC.
4. Cobertura (composto termoplástico de PVC) cor preta (cabos multipolares).

Um Cabo “Nu” é constituído apenas pelo condutor propriamente dito, sem isolação, cobertura ou revestimento.

3. Seção (mm2) de Condutores semelhantes, poderá ser usado o condutor de 0,75


mm2;
A Norma vigente, a NBR 5410/97, só admite, • A seção correta do condutor de cobre deverá ser
nas instalações elétricas residenciais, o uso de calculada conforme o subitem 3.3.2, página 66.
condutores de cobre, salvo para os casos de
condutores de aterramento e proteção, que têm b. Condutor Neutro – esse condutor deve possuir
especificações próprias. Em caso de dúvidas, deve-se a mesma seção (mm2) que o condutor Fase, nos
consultar essa Norma. seguintes casos:

3.1. Seção Mínima e Identificação dos Condutores - Em circuitos monofásicos a 2 e 3 condutores e


de Cobre bifásicos a 3 condutores, qualquer que seja a seção
(mm2);
As seções mínimas dos condutores de cobre para - Em circuitos trifásicos, quando a seção dos condutores
a Fase, o Neutro e para o condutor de Proteção (PE), Fase for inferior a 25 mm2;
definidas pela Norma NBR 5410/97, deverão ser: - Em circuitos trifásicos, quando for prevista a presença
de harmônicas, qualquer que seja a seção (mm2).
a. Condutor Fase
Observação: A Norma vigente, a NBR 5410/97,
- Circuito de Iluminação: 1,5 mm2 estabelece, também, outro modo para o
- Circuito de Força – Tomadas de Uso Geral ou dimensionamento do condutor Neutro, que não se
Específico: 2,5 mm2 aplica neste Manual. Em caso de dúvidas, deve-se
consultar a Norma NBR 5410/97.
Observações:
c. Condutor de Proteção (PE) – esse condutor
• Nos cordões flexíveis para ligação de aparelhos deverá ser dimensionado de acordo com a tabela
eletrodomésticos, abajures, lustres e aparelhos a seguir:

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 50


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
A identificação dos condutores Fase, Neutro e ser o de maior Seção (mm2).
Proteção é feita através de cores padronizadas da
Isolação, com o objetivo de facilitar a execução e/ou É importante observar que a seção mínima
manutenção/reforma na instalação elétrica, bem como admissível dos condutores para instalações elétricas
aumentar a segurança da pessoa que está lidando residenciais é aquela definida no subitem 3.3.1, página
com a instalação elétrica. 65. Portanto, após a elaboração dos dois critérios,
caso se chegue a um condutor de menor (mais fino)
A Norma NBR 5410/97 determina que os condutores seção (mm2) do que aquele recomendado, deverá ser
isolados devem ser identificados pela cor da Isolação, adotado o condutor indicado (seção mínima).
conforme a sua função:
3.2.1. Limite de Condução de Corrente de
• Condutor Neutro: a isolação deve ser sempre na Condutores
cor azul claro;
• Condutor de Proteção (PE): a isolação deve ser Ao circular uma corrente elétrica em um condutor,
na cor dupla verde-amarela. Na falta da dupla ele aquece e o calor gerado é transferido para o
coloração, admite-se o uso da cor verde; ambiente em redor, dissipando-se.
• Condutor Fase: a isolação deverá ser de cores
diferentes dos condutores, Neutro e o de Proteção Se o condutor está instalado ao ar livre, a dissipação
(PE). Por exemplo: usar isolação de cores é maior.
vermelha e/ou preta.
Caso o condutor esteja instalado em um eletroduto
Nota: Em nenhuma hipótese, podem ser trocadas embutido na parede, a dissipação do calor é menor.
essas cores. Exemplo: os cabos com isolação verde-
amarela não podem ser utilizados como condutor Quando existem vários condutores no mesmo
Fase. eletroduto embutido, as quantidades de calor geradas
em cada um deles se somam, aumentando ainda mais
3.2. Cálculo da Seção dos Condutores a temperatura dentro desse eletroduto.

Para a determinação da seção (mm2) mínima Os condutores são fabricados para operar dentro
dos condutores, dois critérios básicos deverão ser de certos limites de temperatura, a partir dos quais
adotados: começa a haver uma alteração nas características de
Isolação/Isolamento, que deixam de cumprir as suas
1. Limite de Condução de Corrente e finalidades.
2. Limite de Queda de Tensão.
A tabela 3.2 (da Norma NBR 5410/97) a seguir
IMPORTANTE: Os dois critérios deverão ser feitos mostra as temperaturas características de condutores
separadamente. O condutor a ser adotado deverá utilizados em instalações elétricas residenciais.

Tabela 3.2 – (NBR 5410/97)

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 51


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
A Norma da ABNT, NBR 5410/97, define que especifica a capacidade de condução de corrente
os condutores com isolamento termoplástico, para elétrica para condutores de cobre, instalados em
instalações residenciais, sejam especificados para eletrodutos embutidos na alvenaria (na parede).
uma temperatura de trabalho de 70 oC (PVC/70 oC)
e as tabelas de capacidade de condução de corrente CAPACIDADE DE CONDUÇÃO DE CORRENTE,
são calculadas tomando como base esse valor e a EM AMPÈRES, PARA CONDUTORES DE COBRE
temperatura ambiente de 30 oC. ISOLADOS, ISOLAÇÃO DE PVC, TEMPERARATURA
AMBIENTE DE 30 oC E TEMPERATURA DE
A tabela 3.3 (da Norma NBR 5410/97) a seguir 70 oC NO CONDUTOR

Tabela 3.3 – Adaptado NBR 5410

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 52


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Quando a temperatura ambiente for superior a coluna “2 Condutores Carregados”, deverão levar em
30 oC e/ou o número de condutores instalados no consideração os seguintes fatores de redução: de
mesmo eletroduto for superior a 3 (três), a Norma TEMPERATURAS (tabela 3.4) e/ou NÚMEROS DE
vigente, a NBR 5410/97, determina que os valores da CONDUTORES (tabela 3.5), para determinar a nova
tabela 3.3, “Capacidade de Condução de Corrente”, Capacidade de Condução de Corrente do condutor.

Tabela 3.4 – Adaptado NBR 5410

Tabela 3.5 – Adaptado NBR 5410

De acordo com a Norma vigente, a NBR 5410/97, o NOTAS: De acordo com a Norma NBR 5410/05, tem-
número de condutores carregados a ser considerado é se:
o de condutores efetivamente percorridos por corrente.
1. Quando num circuito trifásico com Neutro as
Assim, tem-se: correntes são consideradas equilibradas, o condutor
Neutro não deve ser computado, considerando-se,
• Circuito trifásico sem neutro = 3 condutores portanto, 3 condutores carregados.
carregados; 2. O condutor utilizado unicamente como o condutor
• Circuito trifásico com neutro = 4 condutores de Proteção (PE) não é considerado como
carregados; carregado.
• Circuito monofásico a 2 condutores = 2 3. Serão aplicados simultaneamente os dois fatores
condutores carregados; (temperatura e número de condutores) quando as
• Circuito monofásico a 3 condutores = 3 duas condições se verificarem ao mesmo tempo.
condutores carregados; 4. Os fatores de correção de TEMPERATURA
• Circuito bifásico a 2 condutores = 2 condutores e de NÚMERO DE CONDUTORES foram
carregados; calculados admitindo-se todos os condutores
• Circuito bifásico a 3 condutores = 3 condutores vivos permanentemente carregados com 100%
carregados. de carga.

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 53


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Exercício Comentado Carregados”, verifica-se que o condutor correto é o de
16 mm2.
Determinar o condutor capaz de transportar uma
corrente de 38 A, sendo que todos os condutores do Ao invés de dividir a corrente pelo Fator de Redução,
circuito estão permanentemente carregados, com poderia ser feita, também, a multiplicação do Fator de
100% de sua carga, nos três casos indicados: Redução pelos valores tabelados, até se obter um
número compatível com a corrente a ser transportada.
• Dois condutores carregados instalados em Entretanto, esse método poderá ser mais trabalhoso.
eletroduto embutido em alvenaria e temperatura
ambiente de 30 oC; c. 38 A - 6 condutores no eletroduto embutido em
• Seis condutores carregados instalados em alvenaria - 45ºC.
eletroduto embutido em alvenaria e temperatura
ambiente de 30 oC; Nesse caso, devem ser aplicados os dois Fatores:
• Seis condutores carregados instalados em
eletroduto embutido em alvenaria e temperatura - 6 condutores - Fator de Redução é de 0,57 (tabela
de 45 oC. 3.5);
- 45ºC - Fator de Redução é de 0,79 (tabela 3.4).
Solução:
I = 38 / (0,57 x 0,79) = 84,4 A
a. 38 A - 2 condutores no eletroduto embutido em
alvenaria -30 oC. Consultando a tabela 3.3, página 68, “Capacidade
Trata-se da aplicação direta da Tabela 3.3, “Capacidade de Condução de Corrente, na coluna “2 Condutores
de Condução de Corrente”. Consultando a primeira Carregados”, verifica-se que o condutor apropriado é
coluna “2 Condutores Carregados”, verifica-se que o o de 25 mm2.
condutor correto é o de 6 mm2.
3.2.2. Limite de Queda de Tensão
b. 38 A - 6 condutores no eletroduto embutido em
alvenaria -30 oC. Como foi visto no subitem 3.1, todo condutor tem
Nesse caso, deve ser aplicado o Fator de Redução certa resistência elétrica. Quando circula uma corrente
correspondente ao número de condutores no mesmo elétrica por uma resistência, há uma dissipação de
eletroduto. Pela tabela 3.5, página 69, o Fator de potência em forma de calor e, consequentemente,
Redução para 6 condutores carregados é 0,57. uma queda de tensão no condutor.

Dividindo a corrente elétrica pelo Fator de Redução, Na figura a seguir, a carga C é alimentada por
tem-se: um circuito formado com condutores: um trecho com
um condutor de maior seção (mais grossos) sendo
I = 38 / 0,57 = 66,7 A que será desconsiderada a resistência elétrica desse
condutor e com um trecho (A-B) de condutor de menor
Consultando a tabela 3.3, “Capacidade de seção (mais fino), de resistência elétrica R.
Condução de Corrente”, coluna “2 Condutores

Pela Lei de Ohm, a queda de tensão no trecho A-B é dada por:

UAB = ∆U = RI

A potência dissipada (perda de potência) no trecho A-B é:

WAB = ∆UI = (RI) x I


WAB = ∆W = RI2

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 54


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Devido à queda de tensão (∆U), a tensão aplicada W, não há queda de tensão (ΔU), portanto não há
à carga será igual a U - ∆U. perda de potência (∆W).

Como a potência é determinada pelo produto da a1. Queda de Tensão


corrente pela tensão aplicada, teremos na carga:
∆U = RI
W = (U - ∆U) x I ∆U = 0 W x 10 A
∆U = 0 V (não há queda de tensão)
Observe que a potência na carga é menor, devido à
queda de tensão ∆U no trecho A-B. a2. Perda de Potência

Exemplo: No Circuito da figura anterior, serão ∆W = RI 2


consideradas as seguintes situações: ∆W = 0 W x (10) 2 A
∆W = 0 W (não há perda de potência)
a. O condutor de todo o circuito é composto somente
do condutor de maior seção (mais grosso). Será a3. Potência na Carga
desconsiderado o valor de sua resistência elétrica
(R = zero); W = UI
b. O circuito é composto de: uma parte com um W = 127 V x 10 A
condutor de maior seção (mais grosso) onde W = 1.270 W (potência na carga)
será desconsiderado, também, o valor de sua
resistência elétrica (R = zero) e outra parte (trecho b. O condutor de menor seção (mais fino, trecho A-B)
A-B) com um condutor de menor seção (mais fino), tem uma resistência elétrica de R = 1 W. Portanto,
com uma resistência elétrica de R = 1 W. há uma queda de tensão (ΔU) e perda de potência
(∆W) no condutor.
A tensão aplicada é U = 127 V e a corrente I = 10 A.
Calcular as Potências na carga, a queda de tensão e a No circuito com o condutor de maior seção,
perda de potência. conforme visto no subitem a, o valor da resistência
elétrica foi desconsiderado (R = zero), portanto não há
Solução: queda de tensão e perda de potência nesse trecho.

a. Como o condutor de maior seção (mais grosso) No trecho de menor seção:


praticamente não tem resistência elétrica, R = 0

W = (127 - 10) V x 10 A
b1. Queda de Tensão W = 117 x 10
W = 1.170 W (potência na carga)
∆U = RI
∆U = 1 W x 10 A NOTA: A resistência elétrica dos condutores depende
∆U = 10 V (queda de tensão no trecho) de uma série de fatores, tais como qualidade do
material, espessura do fio, temperatura de trabalho,
b2. Perda de Potência frequência da rede, etc.

∆W = RI 2 3.2.3. Queda de Tensão Percentual (%)


∆W = 1 W x (10)2 A
∆W = 100 W (perda de potência do trecho) A Queda de Tensão pode ser expressa em valores
b3) Potência na Carga percentuais (%), sendo que o seu valor é calculado da
seguinte maneira:
W = (U - ∆U) x I

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 55


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

U de entrada = 127 V
∆U na carga = 10 V Com o objetivo de facilitar os cálculos de queda de
U na carga = 127 - 10 = 117 V tensão, foram elaboradas tabelas, que são utilizadas
pelos seguintes procedimentos:
A queda de tensão percentual era, portanto:
• Momento Elétrico (ME)

• Queda de Tensão em V/A.km

3.2.4. Momento Elétrico (ME)


A Norma vigente, a NBR 5410/97, determina que
a queda de tensão entre a origem de uma instalação O Momento Elétrico (ME) é igual ao produto da
e qualquer ponto de utilização não deve ser maior do corrente (A) que passa pelo condutor pela distância
que 4%, para as instalações alimentadas diretamente total em metros (m) desse circuito:
por um ramal de baixa tensão a partir de uma Rede
de Distribuição de uma Concessionária de Energia ME = A.m
Elétrica (a CEMIG, por exemplo).
Estão apresentadas a seguir tabelas práticas do
Esses 4% de queda de tensão admissíveis serão produto Ampère x Metro (A.m) para quedas de tensão
assim distribuídos: com diferentes valores percentuais (1%, 2% e 4%) e
de tensões aplicadas, para condutores de cobre com
• Até o medidor de energia: 1% isolamento em PVC/70 oC.
• Do medidor até o Quadro de Distribuição de
Circuitos – QDC: 1% A tabela 3.6 apresenta o Momento Elétrico (A.m),
• A partir do QDC: 2% utilizando os condutores em Eletroduto de Material
Não Magnético, e a tabela 3.7 apresenta o Momento
O cálculo da queda de tensão através de fórmulas Elétrico (A.m), utilizando os condutores em Eletroduto
com os dados do circuito elétrico pode ser relativamente de Material Magnético.
trabalhoso.

Tabela 3.6 – Adaptado NBR 5410

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 56


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Tabela 3.7 – Adaptado NBR 5410

3.2.5. Queda de Tensão em V/A.km

A Queda de Tensão em V/A.km é dada pela expressão abaixo:

onde:

∆U = queda de tensão em Volts


∆UV/A.km = queda de tensão em V/A.km (Ver tabelas de fabricantes de condutores de cobre)
I = corrente elétrica do circuito, em Ampères (A)
L = comprimento do circuito em km

As tabelas 3.8 e 3.9 a seguir apresentam os valores de queda de tensão em V/A.km, para condutores de cobre
com isolamento em PVC/70 oC.

Tabela 3.8 – Adaptado NBR 5410

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 57


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Tabela 3.9 – Adaptado NBR 5410

3.2.6. Exemplos dos Cálculos de Queda de Tensão carregados”, o fio de 6 mm2 conduz 36 A.

A seguir está apresentado um exemplo para a b. Como o momento elétrico calculado (1.250 A.m) é
utilização das tabelas para o cálculo da queda de menor que o do condutor utilizado (1.648 A.m), a
tensão percentual, utilizando os dois métodos – queda de tensão será menor.
Momento Elétrico (ME) e o de Queda de Tensão V/A.
km: Para determinar o valor percentual da queda de
tensão, basta fazer um cálculo com a regra de três:
a. Determinar a bitola dos condutores em eletrodutos
a serem ligados a uma carga trifásica situada a 50 ME do condutor 1.648 A.m U% = 4%
m de distância e cuja corrente é de 25 A. A tensão
do circuito é 220 V e a queda de tensão não pode ME calculado 1.250 A.m U1%
ultrapassar a 4%; =?
b. Determinar a queda de tensão percentual com a
utilização do cabo calculado no subitem a). U1% = 1.250x 4 = 3%
1.648
Serão calculados os valores de queda de tensão
desse problema pelo método do Momento Elétrico 1. Queda de Tensão em V/A.km
(ME) e de Queda de Tensão em V/A.km.
Pela tabela 3.3, “Capacidade de Condução de Corrente”
1. Momento Elétricos (ME): – Eletroduto Embutido – coluna “3 Condutores
Carregados”, o fio 6 mm2 conduz 36 Ampères, portanto
a. O Momento Elétrico (ME) neste caso é: adequado em termos de capacidade de condução de
corrente para esse circuito.
25 A x 50 m = 1.250 A.m
Pela tabela 3.8, “Eletroduto de Material Não
Consultando a tabela 3.6, página 74, de “Eletroduto Magnético”, tem-se que o fio de 6 mm2, para o circuito
de Material não Magnético”, na coluna referente a trifásico, tem 6,14 V/A.km.
circuitos trifásicos, 220 V e 4% de queda de tensão,
tem-se: Transformando 50 metros em quilômetros =

Fio de 4 mm2 - Momento elétrico = 1.127 A.m 50 metros / 1000 metros= 0,05 km
Fio de 6 mm2 - Momento elétrico = 1.648 A.m

O valor calculado de 1.250 A.m está situado entre


estes dois valores. Nesse caso, deve-se escolher o
condutor de maior seção, ou seja, o fio de 6 mm2.
Então,
Pela tabela 3.3, página 68, “Capacidade de
Condução de Corrente”, coluna “3 condutores ∆U = 6,14 x 25 x 0,05 = 7,68 V

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 58


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
A queda de tensão percentual será: Os exemplos a seguir explicam de maneira mais
clara o cálculo das seções (mm2) dos condutores.
7,68 / 220 x 100% = 3,5%
Exemplo 1:
Como a queda máxima de tensão desejada é de
4%, o fio 6 mm2 é adequado. Uma residência, com a carga estabelecida a seguir,
deverá ser alimentada através de uma rede de baixa
tensão da CEMIG, ligação a 2 fios, 127 V. Determinar
Observação: Como foi visto acima neste exemplo,
a seção (mm2) e a quantidade (metros) dos condutores
os 2 métodos utilizados levaram a valores
para o ramal que vai do Quadro do Medidor do Padrão
percentuais diferentes de queda de tensão. Isso é
CEMIG até o QDC através de um eletroduto embutido
devido aos arredondamentos e aproximações dos
na parede em linha reta.
valores calculados das tabelas.
A distância é de 6 m e a ∆U máxima admissível é
Em caso de dúvidas, use os dois métodos
de 1%.
e escolha o cabo de maior bitola, ou então
procure uma literatura especializada, onde são
CARGA NA RESIDÊNCIA
estabelecidos os procedimentos técnicos e
matemáticos mais precisos para os cálculos de
1 chuveiro: 4.400 VA
quedas de tensão em circuitos elétricos.
10 lâmpadas de 60 W: 600 VA
1 ferro elétrico: 1.000 VA
NOTA: Pelo método de Queda de Tensão em V/A. 1 TV: 80 VA
km, é necessário transformar os comprimentos dos Outros: 300 VA
circuitos, dados em metros, para quilômetros, o que
poderá acarretar erros com mais facilidade. Devido TOTAL DA CARGA: 6.380 VA
aos comprimentos dos circuitos elétricos residenciais
serem normalmente de pequenas dimensões, este Cálculo da corrente:
Manual adotará, para calcular a queda de tensão, o
método do Momento Elétrico (ME). 6.380 VA / 127 V = 50,2 A

Cálculo do Momento Elétrico (ME):

ME = A x m
ME = 50,2 A x 6 m = 301 A.m (Ampère x metro)

Consultando a tabela 3.6, na página 74, de


Momentos Elétricos (127 V - 1% - Eletroduto de
Material não Magnético), verifica-se que o fio indicado
é o de 10 mm2. O Momento Elétrico é de 332 A.m.

Consultando a tabela “Capacidade de Condução


de Corrente”, verifica-se que a corrente máxima
admissível para o fio de 10 mm2 com eletroduto
instalado na parede (2 condutores carregados) é de
57 A.

Resposta: 12 m de condutor de cobre de 10 mm2.


3.3. Exemplos do Dimensionamento da Seção de
Condutores Exemplo 2:

Como foi visto no subitem 3.3.2, “deverá sempre Uma carga trifásica de 16 kW, 220 V, deve ser ligada
ser adotado o resultado que levar ao condutor de a partir do QDC e está situada a 10 m de distância
maior seção (mm2)”. Assim, para o dimensionamento deste. A fiação deverá ser instalada em um eletroduto
dos condutores de um circuito, deve ser determinada não metálico aparente. Dimensionar os condutores.
a corrente (A) que circulará pelo mesmo e o seu ∆U máxima admissível é de 2%.
Momento Elétrico (ME) (A.m). Consultando as tabelas
de “Capacidade de Condução Corrente” e a de Carga: 16 kW = 16.000 W
“Momentos Elétricos” e o subitem 3.3.1, escolhe-se a
seção (mm2) do condutor que deverá ser utilizado. Cálculo da corrente:

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 59


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
I = W / ( √3 x U ) 2. Diferencie Fio e Cabo (condutores):
___________________________________________
I = 16.000 W = 42 A ___________________________________________
(√3 x 220 V ) ___________________________________________
___________________________________________
Cálculo do Momento Elétrico (ME):
B. Leia atentamente as afirmativas e marque V para
ME = 42 A x 10 m = 420 A.m as verdadeiras e F para as falsas.

Consultando a tabela 3.6, página 74, “Momento 01.( ) A soma das potências nominais dos
Elétrico – Eletrodutos de Materiais Não Metálicos” para equipamentos instalados é conhecida por
o momento elétrico de 420 A.m (queda de tensão de carga instalada.
2% trifásico), verificamos que o fio indicado é o de 4 02.( ) Consumidor é qualquer pessoa física ou
mm2. jurídica que solicite a ligação à concessionária
e se disponha aos pré-requisitos legais.
Entretanto, pela tabela 3.3, página 68, “Capacidade 03.( ) Dentre os materiais condutores, destacam-se
de Condução de Corrente”, a corrente máxima o alumínio, o cobre e a prata, sendo o cobre
admissível para o fio de 4,0 mm2 instalado em o mais utilizado em instalações residenciais.
eletroduto é de 28 A. Para a corrente calculada de 42 04.( ) A NBR 5410 determina que sejam utilizados
A, deveremos utilizar o fio de 10 mm2, cuja corrente nos circuitos elétricos os cabos de alumínio já
máxima admissível é de 50 A. que são mais leves e mais baratos.
05.( ) Quando o cabo não possuir capa protetora, é
Usando esse condutor de 10 mm2 (2%, trifásico, chamado de condutor “Nu”.
o ME= 1.332 A.m), a queda de tensão percentual no 06.( ) Por norma, a seção mínima de condução de
ramal será: corrente para circuitos de iluminação é de 2,5
mm² e pra tomadas de uso geral é de 4 mm².
ME do condutor 10 mm2 é 1.332 A.m U% = 07.( ) Num circuito onde a corrente calculada é de
2% 29 Ampéres e o esquema de ligação é a dois
ME calculado é 420 A.m U1% = ? condutores, a bitola a ser utilizada será de 4
mm².
U1% = 420 x 2 = 0,63 % 08.( ) A NBR 5410 estipula que a queda de
1.332 tensão percentual para instalações elétricas
residenciais é de 6% no caso de ligações de
Resposta: Fio 10 mm2. baixa tensão, sendo que 4% são tolerados a
partir do quadro de distribuição.
Ideias-chave 09.( ) O calculo do momento elétrico depende
diretamente da distância percorrida pela
Condutores, Seção, Momento, Queda de Tensão, corrente elétrica.
Dimensionamento, limite, Condução de Eletricidade, 10.( ) Para seção Fase compreendida entre 16 e 35
Metais. mm², deve-se utilizar o conduto proteção com
seção de 16 mm².
Recapitulando
C. Leia atentamente as alternativas a seguir e
Nesta unidade, foram demonstradas considerações marque a opção correta.
básicas sobre condutores, tais como seções mínimas
para utilização sob uma determinada corrente. a. Os cabos de alumínio são utilizados nas linhas
Ainda foi explicada a função exercida pelos metais de transmissão devido a seu custo inferior e peso
na condutividade elétrica e como o comprimento do baixo, se comparado aos demais. Porém sua
condutor influencia no transporte desses elétrons. capacidade de condução é bem inferior ao cobre.
b. O condutor neutro deverá ser instalado com
Vimos as diferenças entre cabos e fios como a mesma seção da fase quando a mesma for
condutores elétricos além de termos contato com as instalada em circuito monofásico ligado a dois fios.
tabelas práticas de norma para o dimensionamento da c. A distância percorrida pela corrente elétrica é um
fiação de nosso projeto, tais como o limite de condução fator determinante quanto à perda de carga do
de corrente de cada. circuito.
d. Todas as afirmativas anteriores (a,b,c) estão
Vimos como a queda de tensão é prejudicial e como erradas.
pode ser evitada em determinados casos. e. Todas as afirmativas anteriores (a,b,c) estão
corretas.
Para fixar o conteúdo:

1. O que é queda de tensão e como pode ser evitada?


___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 60


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

UNIDADE IV
PROTEÇÃO E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Uma instalação elétrica interna está sujeita a equipamento elétrico, deverá ser lido com atenção o
defeitos e acidentes de diversas naturezas, sendo, manual desse equipamento. Caso esse equipamento
portanto, necessária a existência de um sistema de necessite de uma proteção complementar além das
proteção e segurança adequados, a fim de evitar exigidas na Norma vigente NBR 5410/97, deve ser
maiores danos. feita essa proteção, conforme estipulado no manual do
equipamento.
A instalação elétrica deverá ser executada de
acordo com Normas e materiais adequados e de 1. Isolação, Classe e Graus de Proteção
qualidade.
A isolação de um equipamento elétrico é formada
É inadmissível deixar de utilizar dispositivos de por materiais que isolam eletricamente o equipamento.
proteção, materiais de qualidade e os procedimentos
estabelecidos em Normas, necessários para diminuir É importante ressaltar que a isolação dos
os custos (R$) de uma instalação elétrica. Isso poderá equipamentos/componentes elétricos é de suma
ficar muito mais caro no futuro. Quanto mais se importância na proteção contra os choques elétricos,
investir, maiores serão a proteção e a segurança de tanto pelo contato indireto, como pelo contato direto
uma instalação elétrica interna. (ver subitem 4.2, página 85) com esses equipamentos.

A Norma vigente, a NBR 5410/97 – “Instalações Tipos de isolação utilizados em equipamentos/


Elétricas de Baixa Tensão” da ABNT, estabelece os componentes elétricos (de acordo com a Norma
critérios para garantir a segurança de pessoas, de vigente NBR 6151, da ABNT):
animais domésticos, de bens e da própria instalação, • Isolação Básica: é a isolação aplicada a partes
contra os perigos e danos que possam ser causados vivas para assegurar a proteção contra choques
pelas instalações elétricas, tais como: elétricos;
• Isolação Suplementar: é a isolação adicional e
• Proteção contra choques elétricos; independente da Isolação Básica, destinada a
• Proteção contra sobrecorrentes; assegurar a proteção contra choques elétricos no
• Proteção contra sobretensões e subtensões; caso de falha da Isolação Básica;
• Proteção contra falta de fase. • Isolação Dupla: é a isolação composta por uma
Isolação Básica e uma Isolação Suplementar;
Em caso de dúvidas, deve-se consultar a Norma • Isolação Reforçada: é uma isolação única, mas
vigente da ABNT, NBR 5410/97 – “Instalações Elétricas não necessariamente homogênea, que é aplicada
de Baixa Tensão”. sobre as partes vivas e que tem propriedades
Antes de executar uma proteção de um elétricas equivalentes às de uma Isolação Dupla.

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 61


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
A Norma NBR 6151 também classifica os Em uma instalação de extrabaixa tensão de
equipamentos quanto à proteção contra os choques segurança, os aparelhos elétricos podem ser alimentados
elétricos, de acordo com as seguintes classes: por um transformador separador de segurança. A
Norma vigente, a NBR 5410 da ABNT, estabelece
• Equipamento Classe 0: é o equipamento no que a extrabaixa tensão em Corrente Alternada (CA)
qual a proteção contra os choques elétricos deverá ser menor ou igual a 50 V. No entanto, podem
depende exclusivamente da Isolação Básica, ser exigidos valores inferiores, particularmente quando
não sendo previstos meios para ligar as massas os equipamentos possam ser usados sob condições
(parte metálica) ao condutor de proteção da de baixa resistência elétrica do corpo humano. Em
instalação, dependendo a proteção, em caso de banheiros, no Volume 0 (zero), essa tensão não pode
falha da Isolação Básica, exclusivamente do meio ultrapassar a 12 Volts. Os plugues e tomadas devem
ambiente. Exemplo: eletrodomésticos portáteis, ser exclusivos para essa extrabaixa tensão.
tais como liquidificadores;
• Equipamento Classe I: é o equipamento no qual É importante ressaltar que as isolações dos
a proteção contra choques elétricos não depende equipamentos elétricos podem, com o passar do
exclusivamente da Isolação Básica, mas inclui uma tempo, ter suas propriedades alteradas devido à
precaução adicional de segurança sob a forma umidade, temperaturas elevadas, acidentes, etc.,
de meios de ligação das massas ao Condutor de o que vai prejudicar a isolação do equipamento.
Proteção (PE) da instalação, de forma que essas É importante saber e acompanhar a vida útil do
massas não possam causar perigos em caso de equipamento/componente elétrico. Deve-se informar
falha na Isolação Básica. Os cabos de ligação com o revendedor ou fabricante sobre isso.
desses equipamentos devem possuir um condutor
de proteção. Exemplos: fornos, máquina de lavar Os invólucros dos equipamentos elétricos são
roupas, geladeiras, etc.; classificados por “Graus de Proteção”, definidos pela
• Equipamento Classe II: é o equipamento Norma vigente, a NBR 6146 da ABNT.
cuja proteção contra choques não depende
exclusivamente da Isolação Básica, mas inclui O invólucro é definido como o elemento que
precauções adicionais de segurança, tais como assegura a proteção de um equipamento contra
Isolação Dupla ou Reforçada, não havendo meios determinadas influências externas e proteção contra
de aterramento de proteção e não dependendo de contatos diretos em qualquer direção.
condições de instalação;
• Equipamento Classe III: é o equipamento no qual O Grau de Proteção é indicado pela letra IP,
a proteção contra choques elétricos é baseada seguido de dois algarismos. O primeiro algarismo
na ligação do equipamento a uma instalação indica a proteção contra a penetração de corpos
de extrabaixa tensão de segurança. Exemplo: sólidos estranhos e contatos acidentais, e o segundo
banheiras de hidromassagem. algarismo indica a proteção contra a penetração de
líquidos.

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 62


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
As tabelas 4.1 e 4.2, a seguir, mostram os diversos “Graus de Proteção”.

PROTEÇÃO CONTRA A PENETRAÇÃO DE CORPOS SÓLIDOS ESTRANHOS E CONTATOS ACIDENTAIS

Tabela 4.1 – Adaptado NBR 5410

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
PROTEÇÃO CONTRA A PENETRAÇÃO DE LÍQUIDOS

Tabela 4.2 – Adaptado NBR 5410

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 64


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
2. Choque Elétrico uma vez ou somente algumas delas.

Choque elétrico é a perturbação, de natureza As sensações produzidas nas vítimas de choque


e efeitos diversos, que se manifesta no organismo elétrico variam desde uma ligeira contração superficial,
humano (ou de animais) quando este é percorrido por até uma contração violenta dos músculos. Quando essa
uma corrente elétrica (Contato Direto e/ou Contato contração atinge o músculo cardíaco, pode paralisá-
Indireto). lo. Pode acontecer também a crispação muscular,
fazendo com que a vítima se agarre ao condutor sem
Os efeitos da perturbação produzida pelo choque conseguir soltar-se (tetanização).
elétrico variam e dependem de certas circunstâncias,
tais como: Nas instalações elétricas residenciais (127/220 V –
60 Hz), os efeitos da corrente elétrica no ser humano
• O percurso da corrente no corpo humano; são principalmente:
• A intensidade, o tempo de duração, a espécie e a
frequência da corrente elétrica; • Até 9 mA (leia-se: nove miliampères) – não produz
• As condições orgânicas do indivíduo. alterações de consequências mais graves;
• De 9 a 20 mA – contrações musculares violentas,
O efeito do choque elétrico nas pessoas e animais crispação muscular e asfixia, se a zona toráxica
pode causar consequências graves e irreversíveis, for atingida;
como parada cardíaca e respiratória. • De 20 a 100 mA – contrações violentas, asfixia,
perturbações circulatórias e, às vezes, fibrilação
As perturbações causadas por um choque elétrico ventricular;
são principalmente: • Acima de 100 mA – asfixia imediata, fibrilação
ventricular, queimaduras;
• Inibição dos centros nervosos (efeito tetanização), • Vários ampères – asfixia imediata, queimaduras
inclusive os que comandam a respiração, com graves, etc.
possível asfixia;
• Alterações no ritmo de batimento do coração, Nos segundo e terceiro casos, o processo de
podendo produzir tremulação (fibrilação) do salvamento seria a respiração artificial. No quarto
músculo cardíaco, com consequente parada (mais de 100 mA), o salvamento seria muito difícil e,
cardíaca; no último caso, praticamente impossível.
• Queimaduras de vários graus;
• Alterações do sangue provocadas por efeitos O efeito do choque elétrico depende também da
térmicos e eletrolíticos da corrente; etc. Resistência Elétrica do corpo humano. A resistência
do corpo humano varia conforme as condições
Essas perturbações podem se manifestar todas de apresentadas na tabela 4.3 (da Norma NBR 5410/97).

Tabela 4.3 – Adaptado NBR 5410

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
É importante salientar que, além do valor da e animais domésticos, devendo, para tanto, ser
corrente elétrica e da resistência elétrica do corpo observadas algumas precauções, tais como:
humano, os efeitos do choque elétrico nas pessoas e
animais domésticos também dependem do tempo de 1. Seguir as recomendações da Norma da ABNT, a
duração da corrente elétrica. NBR 5410/97, e Normas vigentes da CEMIG;
2. Instalar os equipamentos e componentes elétricos
O gráfico a seguir nos mostra as diversas zonas em da forma recomendada para cada tipo de
função do Tempo x Corrente: equipamento/componente;
3. Usar as ferramentas (alicates, chaves de fendas,
etc.) de isolamento compatível com a tensão da
instalação.

Para cada tipo de serviço, deve-se usar a ferramenta


apropriada e não as improvisadas;

1. As ferramentas elétricas portáteis deverão ser


dotadas de isolação dupla ou reforçada a fim de
prevenir acidentes (choques elétricos) por falha na
isolação básica;
2. Antes que seja executado qualquer serviço, deve-
se pensar e analisar sobre a tarefa que será
executada: se a pessoa já sabe exatamente o
que vai fazer e se está preparada para executar
a tarefa, os riscos que essa tarefa poderá trazer
para si e/ou para outras pessoas. Confirmar se
todos os materiais (equipamentos e ferramentas)
necessários estão no local da tarefa. Em caso de
dúvidas, sem pressa, deve-se estudar novamente
Zona 1 – Nenhum efeito perceptível. a tarefa que será executada. Se a dúvida ainda
Zona 2 – Efeitos fisiológicos geralmente não danosos. persistir, deve-se procurar a ajuda de um colega
Zona 3 – Efeitos fisiológicos notáveis (parada de profissão. Deve-se procurar, também, literatura
cardíaca, parada respiratória, contrações musculares) técnica sobre o assunto, Normas vigentes da
geralmente reversíveis. ABNT e da CEMIG, etc.;
Zona 4 – Elevada probabilidade de efeitos fisiológicos 3. Nunca deve se distrair durante o trabalho e
graves e irreversíveis (fibrilação cardíaca, parada também nunca distrair outras pessoas que estejam
respiratória). trabalhando;
4. O eletricista deve usar os Equipamentos de
3. Proteção e Segurança – Prevenção na Execução Proteção Individual, tais como: capacete, luvas
apropriadas de borracha, luvas de couro, botina
As pessoas que executam serviços elétricos devem: de couro com solado de borracha, óculos de
segurança, etc. Durante a execução dos trabalhos,
• ser instruídas e esclarecidas sobre as precauções evitar o uso de materiais metálicos no corpo, como
relativas ao seu trabalho; o relógio, por exemplo;
• ser instruídas sobre a teoria e prática dos 5. Usar os aparelhos de medição e testes necessários
procedimentos dos primeiros socorros a serem no trabalho;
prestados em casos de acidentes; 6. Devem ser desligados os circuitos elétricos
• certificar-se de que as instalações elétricas serão energizados, através dos dispositivos de proteção,
executadas de forma a evitar danos às pessoas antes de executar ou dar manutenção nas
instalações elétricas.

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 66


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
É importante salientar que, além do aterramento ser atendidos os requisitos das Normas vigente da
adequado, o circuito elétrico deve ter dispositivos de CEMIG: ND 5.1 “Fornecimento de Energia Elétrica
proteção e de segurança. em Tensão Secundária – Rede de Distribuição Aérea
– Edificações Individuais”, a ND 5.2 “ Fornecimento
Um sistema aterrado possui o Neutro e/ou outro de Energia Elétrica em Tensão Secundária – Rede
condutor intencionalmente ligado a terra, diretamente de Distribuição Aérea – Edificações Coletivas” e a
ou através de uma impedância elétrica (resistência ou ND 5.5 “Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão
reatância). Secundária – Rede de Distribuição Subterrânea”.

O “Padrão de Entrada” para o fornecimento de Essas Normas especificam os tipos, características,


energia elétrica da CEMIG deve ser aterrado através como instalar, a quantidade de eletrodos a serem
de eletrodo de aterramento (haste de “terra”) de um utilizados para cada tipo de ligação, os tipos dos
dos fabricantes constantes no manual vigente da condutores para ligar o eletrodo ao “Padrão de Entrada”
CEMIG (Manual do Consumidor no 11) e devem para o fornecimento de energia elétrica, etc.

Todo aterramento elétrico tem um valor de pessoas costumam colocar um adaptador que elimina
resistência (ohms). O valor da resistência do o pino de aterramento. Isto não deve ser feito porque
aterramento é muito importante. Quanto menor o valor o aterramento, como foi dito anteriormente, evita que
melhor, pois aumenta a segurança – a corrente elétrica as pessoas venham a se acidentar quando utilizar o
de falta escoa para a terra com mais facilidade. Para aparelho.
isso, devem-se seguir os procedimentos sobre os
aterramentos nas Normas vigentes da CEMIG, bem 4. Condutor de Proteção (PE)
como a Norma vigente NBR 5410.
A isolação do condutor de proteção (PE) deverá ser
O aterramento de equipamentos elétricos de uma na cor verde-amarela ou verde. O condutor de proteção
instalação elétrica consiste na ligação a terra, através (PE) para o caso das instalações elétricas residenciais
dos condutores de proteção (PE), de todas as massas será considerado, neste Manual, como um condutor
metálicas (chuveiros elétricos, carcaças de motores, que será aterrado junto ao “Padrão de Entrada” para
caixas metálicas, equipamentos, QDC, etc.) e das o fornecimento de energia elétrica, de acordo com os
tomadas de uso geral. procedimentos estabelecidos nas Normas vigentes
da CEMIG ND 5.1 “Fornecimento de Energia Elétrica
Alguns aparelhos elétricos têm um plugue de tomada em Tensão Secundária – Rede de Distribuição Aérea
com três pinos, sendo um apropriado para a conexão – Edificações Individuais”, a ND 5.2“Fornecimento de
do aterramento desse aparelho. Erroneamente as Energia Elétrica em Tensão Secundária – Rede de

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 67


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Distribuição Aérea– Edificações Coletivas” e a ND tomadas e de equipamentos de uso específico
5.5 “Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão (chuveiros elétricos, fornos elétricos, etc.), ou outro
Secundária – Rede de Distribuição Subterrânea”. circuito elétrico para que seja necessário o aterramento
de equipamentos.
O Condutor de Proteção (PE) deverá ser ligado
junto do “Padrão de Entrada” com conectores
apropriados, de acordo com as Normas referenciadas IMPORTANTE: A Norma NBR 5410 determina
neste subitem, da seguinte forma: que, em todos os esquemas de aterramento,
o Condutor de Proteção (PE) não deve ser
• O “Condutor de Aterramento” (do “Padrão de seccionado e que nenhum dispositivo deve ser
Entrada”) deverá interligar a primeira haste de inserido a esse Condutor de Proteção.
aterramento ao “Parafuso de Aterramento” situado
na caixa de medição e/ou proteção. 5. Condutor Neutro
• A partir do “Parafuso de Aterramento”, deverá ser
ligado um condutor, que é o Condutor de Proteção O condutor Neutro é o elemento do circuito que
(PE). estabelece o equilíbrio de todo o sistema da instalação
• Esse Condutor de Proteção (PE) deverá ser levado elétrica. Para cada circuito elétrico, teremos que ter
(e ligado) até ao barramento apropriado no Quadro um condutor Neutro partindo do QDC. De acordo com
de Distribuição de Circuitos – QDC da residência. a Norma NBR 5410/97, em nenhuma circunstância, o
condutor Neutro poderá ser comum a vários circuitos.

Só poderá ser seccionado o Condutor Neutro,


quando for recomendado pela Norma NBR 5410/97.
Nesse caso, o condutor Neutro não deve ser seccionado
antes dos condutores Fase nem restabelecido após
os condutores Fase. O condutor Neutro deverá ser
sempre aterrado junto ao “Padrão de Entrada” para
o fornecimento de energia elétrica, de acordo com
as Normas da CEMIG ND 5.1 “Fornecimento de
Energia Elétrica em Tensão Secundária – Rede de
Distribuição Aérea – Edificações Individuais”, a ND
5.2 “Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão
Secundária – Rede de Distribuição Aérea – Edificações
Coletivas” e a ND 5.5 “Fornecimento de Energia
Elétrica em Tensão Secundária – Rede de Distribuição
Subterrânea”.

Observação: O Condutor Neutro não deverá ser


interligado, ao longo da instalação elétrica interna,
ao Condutor de Proteção (PE) nem usado como tal.

6. Curto-Circuito

O curto-circuito é, como o próprio nome indica, um


caminho mais curto (ou mais fácil) para a corrente
elétrica fluir.
A partir do QDC, o Condutor de Proteção (PE)
deverá ser derivado para os circuitos elétricos: de É um tipo de “sobrecorrente” de altíssima
intensidade.

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 68


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Na primeira figura, a corrente que circulava pela carga passa a circular pelo ponto onde houve o curto-circuito.

Na segunda figura, a corrente que circulava pelas duas lâmpadas colocadas em série passa a circular somente pela
segunda lâmpada, como indicam as setas.

Em ambos os casos, a corrente passou a circular pelo caminho de menor resistência elétrica.

A corrente de um circuito é determinada pela expressão I = U / R. Assim, a corrente de curto-circuito tem o seu valor
limitado pela resistência elétrica do circuito por onde ela passa (resistência dos condutores, resistência dos contatos
e das conexões, etc.).

No circuito acima, se a instalação fosse feita com 7. Dispositivos de Proteção e de Segurança


fio de 0,5 mm2, cuja resistência elétrica é igual a 27,8
Ω/km (ver Anexo 5, página 215), teríamos: Os dispositivos de proteção e de segurança, tais
como fiação, equipamentos, etc., que devem ser
utilizados em instalações elétricas residenciais, com
o objetivo de proteger e dar segurança à instalação
elétrica, às pessoas e animais domésticos, são:

Disjuntor, Seccionador (chave faca) com Fusíveis,


Comprimento do circuito: 2 x 5 m = 10 m Dispositivo Diferencial Residual (disjuntores
Resistência total do circuito: 27,8 Ω/km x 10 m / diferenciais residuais e interruptores diferenciais
1000 = 0,278 Ω residuais), Protetor contra Sobretensões, Protetor
Corrente de curto-circuito: Icc = 127 V / 0,278 Ω contra Subtensões, Protetor contra falta de fase, etc.
= 457 A
Os condutores de uma instalação elétrica devem
ser protegidos por um ou mais dispositivos de
Esse valor da corrente de curto-circuito para o cabo
seccionamento automático contra sobrecargas e
de 0,5 mm2 implica na sua fusão dos cabos, com riscos
curtos circuitos. Além de proteger, esses dispositivos
de incêndio. devem ser coordenados.

Os efeitos elétricos de um curto-circuito só atingem


NOTA: Os dispositivos de proteção devem estar
a região entre o local do curto e a fonte de energia.
dispostos e identificados de forma que seja fácil
Assim, um curto-circuito na rede de distribuição da rua, reconhecer os respectivos circuitos protegidos.
não atinge a instalação elétrica do consumidor.
7.1. Fusíveis
Para evitar a possibilidade de curto-circuito
acontecer, deve-se manter a instalação sempre em São dispositivos de proteção contra os curtos-
bom estado, evitando emendas mal feitas, ligações circuitos. O elemento fusível é constituído de um
frouxas, etc., e fazendo uma manutenção preventiva. material apropriado. Quando ocorre o curto-circuito,
a corrente circulante provoca o aquecimento e,
Os dispositivos de proteção e segurança deverão consequentemente, a fusão do elemento fusível
estar bem dimensionados, pois, quando da ocorrência (“queima”), interrompendo o circuito.
de um curto-circuito, esses dispositivos deverão atuar
imediatamente para que seja desligada a instalação,
evitando a propagação do dano.

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 69


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

7.2. Disjuntores Termomagnéticos


O fusível deve ser trocado após a sua queima para
que o circuito seja restabelecido. São dispositivos “termomagnéticos” que fazem a
proteção de uma instalação contra curtos-circuitos e
Os fusíveis “queimados” deverão ser substituídos contra sobrecargas.
por outros iguais e nunca “consertados”. Isso porque,
O disjuntor não deve ser utilizado como dispositivo
se o fusível for substituído por outro de capacidade
de liga-desliga de um circuito elétrico e, sim, de
maior ou “consertado”, não vai garantir a proteção Proteção.
necessária, podendo causar danos ao circuito que ele
está protegendo. O disjuntor tem a vantagem sobre os fusíveis, em
se tratando da ocorrência de um curto-circuito. No caso
Nos dispositivos porta-fusíveis, só poderão ser de um disjuntor, acontece apenas o desarme e, para
colocados os fusíveis de capacidade recomendado/ religá-lo, basta acionar a alavanca (depois de verificar/
calculada e nunca de capacidade superior ou inferior. sanar porque aconteceu o curto-circuito). Nesse caso,
a durabilidade do disjuntor é muito maior.
Os fusíveis devem estar de acordo com Norma
vigente NBR 11840 da ABNT. Assim, a utilização dos disjuntores é muito mais
eficiente. No “Padrão de Entrada” para o fornecimento
de energia elétrica, a CEMIG só permite a utilização
O gráfico a seguir mostra uma curva geral do
de disjuntores. Ver Normas vigentes da CEMIG ND
tempo que o fusível gasta para abrir um circuito para 5.1 “Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão
determinados valores de corrente-curva “Tempo x Secundária – Rede de Distribuição Aérea – Edificações
Corrente”. Os fabricantes de fusíveis fornecem estas Individuais”, a ND 5.2 “Fornecimento de Energia Elétrica
curvas para cada modelo de fusível, em catálogos de em Tensão Secundária – Rede de Distribuição Aérea
seus produtos, de tal maneira que podemos especificar – Edificações Coletivas” e a ND 5.5 “Fornecimento de
a proteção de um circuito através das mesmas. Energia Elétrica em Tensão Secundária – Rede de
Distribuição Subterrânea”.

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 70


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
O disjuntor deve possuir dois elementos de acionamento ou disparo com características distintas para cada tipo
de falha:

a. Disparador térmico contra sobrecargas – consiste em uma lâmina bimetálica (dois metais de coeficientes de
dilatação diferentes) que, ao ser percorrida por uma corrente acima de sua calibragem, aquece e entorta, acionando
o acelerador de disparo que desliga o disjuntor.

b. Disparador magnético contra curtos-circuitos – é formado por uma bobina (tubular ou espiralada) intercalada
ao circuito que, ao ser percorrida por uma corrente de curto-circuito, cria um campo magnético que atrai a armadura,
desligando instantaneamente o disjuntor.

A combinação desses dois disparadores protege


o circuito elétrico contra correntes de alta intensidade Característica de atuação com partida a frio a uma
e de curta duração, que são as correntes de curto- temperatura ambiente de 40oC. Disjuntores de 90 a
circuito (disparador magnético), e contra as correntes 100 A.
de sobrecarga (disparador térmico).
I = Corrente efetiva
In = Corrente nominal do disjuntor
_________
Os disjuntores devem ser ensaiados com 20 mil
Característica de atuação com partida a frio a uma mudanças de posição (manobras), sendo 12 mil com
temperatura ambiente de 20oC. Disjuntores de 10 a 70 corrente e tensão nominal e 8 mil em vazio (sem
A. carga), atuação imediata contra curto-circuito.

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Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 71


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
condições, tais dispositivos devem ser coordenados
(seletividade) com os condutores a proteger, como a
figura a seguir:

A proteção de uma instalação deverá ser


coordenada de tal forma que atuem em primeiro lugar
as proteções mais próximas às cargas e as demais
seguindo a sequência. Caso contrário, um problema
em um ponto da instalação poderá ocasionar uma
interrupção do fornecimento geral de energia. Assim,
não poderemos ter no Quadro de Distribuição de um
Circuito – QDC de uma residência disjuntores de 50 A,
se o disjuntor geral instalado no “Padrão de Entrada”
for de 40 A.

A tabela 4.6 a seguir fornece as correntes nominais


de disjuntores, em função da temperatura ambiente.
7.2.1. Coordenação e Dimensionamento dos Essa tabela informa, por exemplo, que um disjuntor
Disjuntores unipolar de 30 A, que é calibrado a 20oC, se instalado
num QDC a 40oC, atuará a partir de 27 A.
Numa instalação elétrica interna, os disjuntores
DIMENSIONAMENTO DE DISJUNTORES
têm por finalidade principal proteger os condutores
CORRENTES NOMINAIS EM FUNÇÃO DA
dos respectivos circuitos contra sobrecargas
TEMPERATURA AMBIENTE
(sobrecorrentes) e correntes de curto-circuito. Nessas

Tabela 4.6 – Adaptado NBR 5410

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 72


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Exercício Comentado: A proteção dos circuitos por DR pode ser realizada
individualmente ou por grupos de circuitos.
Dimensionar o disjuntor geral do QDC, considerando
a temperatura no Quadro de 35oC. As condições gerais de instalação devem obedecer
às prescrições descritas a seguir:
A corrente total calculada foi de 50,2 A. Consultando
a tabela 4.6 para a temperatura de 40oC e disjuntor a. Os dispositivos DR devem garantir o seccionamento
unipolar, tem-se: de todos os condutores vivos do circuito protegido;
b. O circuito magnético dos dispositivos DR deve
• A máxima corrente elétrica suportada pelo disjuntor envolver todos os condutores vivos do circuito,
de 50 A, a uma temperatura de 40°C, é de 45 A; inclusive o Neutro. Por outro lado, o Condutor
• A máxima corrente elétrica suportada pelo disjuntor de Proteção (PE) correspondente deve passar
de 60 A, a uma temperatura de 40 °C, é de 54 A. exteriormente ao circuito magnético. Os condutores
de proteção (PE) não podem ser seccionados;
Resposta: Disjuntor unipolar de 60 A. c. Os dispositivos DR devem ser selecionados e
os circuitos elétricos, divididos de forma tal que
8. Dispositivo Diferencial Residual – DR as correntes de fuga para a terra, susceptíveis
de circular durante o funcionamento normal das
A Norma NBR 5410/97 da ABNT determina que cargas alimentadas, não possam provocar a
devem ser utilizados os Dispositivos Diferenciais atuação desnecessária do dispositivo.
Residuais – DR de alta sensibilidade (corrente
diferencial residual igual ou inferior a 30 mA), com o As sensibilidades do DR são de 30 mA, 300 mA e
objetivo de proteger as pessoas e animais domésticos 500 mA.
contra os choques elétricos (ver subitem 4.2, página
85), nos seguintes circuitos elétricos de uma residência: Os de 30 mA são chamados de alta sensibilidade
e protegem as pessoas e animais contra choques
• Circuitos que sirvam a pontos situados em locais elétricos.
contendo banheira ou chuveiro;
• Circuitos que alimentam tomadas de corrente Os DR de sensibilidades de 300 mA e 500 mA
situadas em áreas externas à edificação; protegem as instalações contra fugas de correntes
• Circuitos de tomadas situadas em cozinhas, copa- excessivas e incêndios de origem elétrica. Os DR
cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens podem ser, de acordo com suas funções:
e, em geral, em todo local interno/externo molhado
em uso normal ou sujeito a lavagens. a. Disjuntores Diferenciais Residuais – DDR: são
dispositivos que têm o objetivo de proteger contra
Os Dispositivos Diferenciais Residuais – DR sobrecargas, curtos-circuitos, fugas de corrente,
são equipamentos que têm o objetivo de garantir a choque elétrico, etc. Esses equipamentos possuem
qualidade da instalação, pois esses dispositivos não disjuntores acoplados ao Diferencial fazendo, também,
admitem correntes de fugas elevadas, protegendo a proteção contra sobrecargas e curtos-circuitos das
as pessoas e animais domésticos contra os choques instalações elétricas.
elétricos e, consequentemente, economizando energia
nas instalações elétricas.

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 73


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

b. Interruptores Diferenciais Residuais – IDR: são Para verificar se o dispositivo DDR e/ou IDR está
dispositivos que têm o objetivo somente de proteger instalado e em perfeito funcionamento, acione o botão
contra as fugas de corrente, choques elétricos, etc. “teste”.
Como não possuem disjuntores acoplados, não
protegem contra sobrecorrentes. Nesse caso, é • Se o DR desligar, significa que ele e a instalação
necessária a utilização de disjuntores em série para estão em perfeita condição de uso.
completar a proteção. • Se o DR não desligar, significa que algo está
errado: ele pode estar com defeito, instalado
incorretamente, etc. Nesse caso, deve-se procurar
identificar o defeito.

Os DDR e IDR podem ser instalados conforme


configurações abaixo:

“Os de 30 mA são chamados de


alta sensibilidade e protegem
as pessoas e animais contra
choques elétricos.”

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 74


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Adaptado NBR 5410

Observação: O IDR tem uma dimensão menor, se comparado com o DDR. Dependendo da situação, poderá ser
mais vantajosa a sua utilização. Os DR ocupam normalmente no QDC um espaço de três disjuntores, ou de um
disjuntor tripolar (DR com sensibilidade 30 mA). Existem disjuntores diferenciais residuais que ocupam um espaço
de 5 disjuntores.

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 75


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
A figura a seguir mostra a proteção feita por um Os chuveiros elétricos com resistência elétrica
DDR instalado em um eletrodoméstico puramente “nua” (desencapada) apresentam geralmente “fugas”
bifásico (sem a utilização do Neutro): de correntes elevadas que não permitem que o
Dispositivo Diferencial Residual fique ligado. Isso
significa que esses equipamentos possuem resistência
elétrica “nua”, representam um risco à segurança das
pessoas. Portanto, devem ser substituídos por um com
resistência elétrica blindada (ou encapsulada).

Quando o DR é instalado no QDC no lugar do


Disjuntor Geral e se houver qualquer problema de
“fuga” de corrente, o DDR ou o IDR atuará, desligando
todo o circuito da instalação elétrica, não havendo,
portanto, seletividade. Para obter seletividade, deve-
se colocar um DDR ou um IDR para cada circuito em
que forem necessários esses dispositivos.

Os DR são dimensionados de forma semelhante


à dos disjuntores termomagnéticos, isto é, a partir da
corrente do circuito elétrico que vai proteger.

9. Proteção contra Queda e Falta de Tensão

A Norma NBR 5410/97 recomenda que devem ser


tomadas as medidas de proteção quando uma queda
A Norma NBR 5410 só permite o seccionamento ou aumento de tensão significativa ou a falta da tensão
do condutor Neutro em determinadas situações. A e posterior restabelecimento dessa tensão forem
utilização de DR é uma dessas situações. O condutor susceptíveis de criar perigo para as pessoas e bens ou
Neutro e os condutores Fase são seccionados na de perturbar o bom funcionamento da instalação.
entrada de alimentação do DR, sendo que devem
ser restabelecidos juntamente na saída do DR. Deve- Para a proteção contra quedas, aumentos e faltas
se notar que os condutores Neutro e Fases são de tensão, são normalmente utilizados relés de
seccionados e restabelecidos, simultaneamente. subtensão acoplados a dispositivos de seccionamento
ou contatores com contato de autoalimentação.
O condutor Neutro é seccionado e passa por dentro
dos DR. A ligação elétrica desses equipamentos deverá ser
feita de acordo com o recomendado pelos catálogos/
O condutor de Proteção (PE) não passa pelo manuais do respectivo equipamento.
equipamento, não sendo, portanto, seccionado.
Ideias-chave
Atenção: Em nenhum caso, interligar o condutor de
proteção (PE) ao condutor Neutro após o DR.
Isolamento, Aterramento, Choque Elétrico, Proteção,
Condutor, Esquemas, Curto-Circuito, Fuga, Neutro,
Tensão, Dimensionamento.

Recapitulando

Nesta unidade vimos as questões de segurança e


proteção nas instalações elétricas, visto que o projeto
deve ser executado por profissional qualificado e
provido de um sistema de segurança adequado e
sistema de proteção. Fatores como isolamento e
aterramento são de extrema importância para uma
boa proteção.

Vimos ainda os dispositivos de proteção


que devem ser instalados a fim de melhorar o
desempenho da instalação.

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 76


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Para Fixar o conteúdo 08.( ) A função dos disjuntores é proteger os
condutores contra sobrecargas/sobrecorrentes
1. O que são os Interruptores Diferenciais Residuais? e correntes de curto-circuito.
___________________________________________ 09.( ) Os Dispositivos Diferenciais Residuais
___________________________________________ não permitem fuga de corrente elevada,
___________________________________________ protegendo o circuito e consequentemente
___________________________________________ os usuários e ainda gerando economia de
energia.
2. O que são os Disjuntores Termomagnéticos? 10.( ) Os chuveiros elétricos que possuem resistência
___________________________________________ desencapada não permitem que o dispositivo
___________________________________________ residual permaneça ligado, provando, assim,
___________________________________________ que esse dispositivo de proteção é inútil para
___________________________________________ esse caso e não deve ser utilizado.

3. Defina choque elétrico. Analise as questões a seguir e assinale a opção


___________________________________________ incorreta:
___________________________________________
___________________________________________ a. Interruptores Diferenciais Residuais – IDR são
___________________________________________ dispositivos que têm o objetivo somente de
proteger contra as fugas de corrente, choques
4. Defina aterramento. elétricos, etc.
___________________________________________ b. Disjuntores Diferenciais Residuais – DDR são
___________________________________________ dispositivos que têm o objetivo de proteger contra
___________________________________________ sobrecargas, curto-circuitos, fugas de corrente,
___________________________________________ choque elétrico, etc.
c. A proteção de uma instalação deverá ser
Leia atentamente as afirmativas e marque V para as coordenada de tal forma que atuem em primeiro
verdadeiras e F para as falsas. lugar as proteções mais distantes às cargas e as
anteriores seguindo a sequência. Caso contrário,
01.( ) É inadmissível deixar de utilizar dispositivos um problema em um ponto da instalação poderá
de proteção, materiais de qualidade e os ocasionar uma interrupção do fornecimento geral
procedimentos estabelecidos em Normas, de energia.
com o objetivo de diminuir os custos (R$) de d. O disjuntor tem a vantagem sobre os fusíveis, em
uma instalação elétrica. se tratando da ocorrência de um curto-circuito. No
02.( ) O corpo humano possui resistência elétrica caso de um disjuntor, acontece apenas o desarme
avançada quando está em condições secas, e, para religá-lo, basta acionar a alavanca (depois
sem umidades ou suor. de verificar/sanar porque aconteceu o curto-
03.( ) Todo aterramento elétrico tem um valor de circuito). Nesse caso, a durabilidade do disjuntor
resistência (ohms). O valor da resistência do é muito maior.
aterramento é muito importante. Quanto maior
o valor melhor, pois aumenta a segurança –
a corrente elétrica de falta escoa para a terra
com mais facilidade.
04.( ) A partir do QDC, o Condutor de Proteção
(PE) deverá ser derivado para os circuitos
elétricos: de tomadas e de equipamentos de
uso específico (chuveiros elétricos, fornos
elétricos, etc.), ou outro circuito elétrico
para que seja necessário o aterramento de
equipamentos.
05.( ) Emendas ou manutenções mal feitas e ligações
frouxas são agravantes que comprometem a
segurança da instalação.
06.( ) O elemento fusível é constituído de um material
apropriado. Quando ocorre o curto-circuito, a
corrente circulante provoca o aquecimento
e, consequentemente, a fusão do elemento
fusível (“queima”), interrompendo o circuito.
07.( ) O disjuntor termomagnético funciona como
uma chave liga-desliga para o circuito.

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 77


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

UNIDADE V
PROJETO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
1. Planejamento de uma Instalação Elétrica comandar equipamentos à distância, interligação entre
computadores, sistemas de automação, etc. Para
Para executar corretamente qualquer tipo de execução desses circuitos, deverão ser consultadas
trabalho, deverá ser feito um planejamento: o que fazer as Normas e os procedimentos dos concessionários/
e como deverá ser feito. Com isso, o trabalho terá uma empresas de serviços e/ou dos fabricantes dos
melhor qualidade: menor custo e tempo de execução, equipamentos/aparelhos. Esses circuitos deverão ser
mais eficiência e segurança. projetados e instalados com fiação/tubulação diferentes/
separados dos demais circuitos elétricos da residência.
O planejamento de uma instalação elétrica
residencial deverá ter como base os seguintes passos: Sistemas de automação: trata-se de um recurso
sofisticado que proporciona bastante conforto,
• Utilizar todo o Projeto Arquitetônico da residência, segurança e proteção. A partir de uma “central de
com o endereço completo do imóvel e nome do controle” e de pontos de comando instalados em
proprietário; diversos locais da residência, pode-se comandar
• Analisar todo o Projeto Arquitetônico da residência, à distância: toda a iluminação da residência, os
com as respectivas dimensões, tipos e as equipamentos de som e vídeo, os condicionadores de
disposições dos cômodos; ar, aquecimento de água, telefones, computadores,
• Quais e quantos serão os aparelhos e equipamentos portão eletrônico, etc. Esse sistema exige um projeto
elétricos que haverá na residência. O proprietário específico para esse fim, por uma pessoa ou firma
deverá fornecer essas informações. especializada.
• A localização dos móveis e utensílios (“Lay-out”).
A partir daí, a localização de tomadas, iluminação, NOTA: Os circuitos não elétricos mencionados neste
interruptores, equipamentos elétricos, QDC, etc. subitem podem não ser projetados/elaborados/
Caberá ao Projetista orientar e tirar as dúvidas do executados pela mesma pessoa que vai elaborar o
proprietário sobre as partes elétricas da residência. Projeto Elétrico. Mas o planejamento deles deverá ser
É importante o uso de uma linguagem bastante feito em conjunto com o Projeto Elétrico da residência.
clara, para que o proprietário entenda e não tenha
dúvidas. Deve-se evitar o uso de termos técnicos E LEMBRE-SE: O Projeto Elétrico deverá ser
ao dar as explicações; elaborado antes de iniciar a construção civil da
• O dimensionamento da instalação elétrica: carga residência e deverá ser feito juntamente com outros
de iluminação, tomadas de uso geral e tomadas projetos de circuitos não elétricos (mencionados
de uso específico, etc., traçado dos eletrodutos, anteriormente). Com isso, os projetistas de cada área
condutores, separação dos circuitos elétricos, poderão otimizar os projetos, sanando as dúvidas
especificação técnica dos materiais elétricos a existentes e, consequentemente, reduzindo os custos
serem utilizados – elaboração do Projeto Elétrico; e tempos.
• Tensão e número de fases dos circuitos elétricos:
normalmente os aparelhos elétricos são fabricados Em cada etapa de construção da residência, deverá
para serem ligados e funcionarem em 127 Volts ser executada uma parte de cada projeto.
ou então em 220 Volts. São poucos os aparelhos
elétricos fabricados que podem ser ligados e Uma instalação elétrica interna deverá funcionar
funcionar tanto em 127 Volts ou 220 Volts (ou perfeitamente, atendendo todas as necessidades para
outros valores de tensão). Esses aparelhos são as quais foi projetada/especificada, proporcionando
conhecidos normalmente como “bi-volt”. Por isso, conforto e segurança aos usuários.
é sempre importante ler com atenção o Manual do
aparelho elétrico que será utilizado para estabelecer 2. Traçado do Projeto Elétrico
a tensão e o número de fases do circuito elétrico.
• Circuitos não elétricos, como, por exemplo: para O projeto de uma instalação elétrica deverá seguir
ligar uma televisão, além da tomada de uso geral, certos requisitos para facilitar seu entendimento.
deverá haver a ligação da antena de TV a cabo ou
de via Satélite ou uma antena externa comum. Um É necessário traçar um diagrama com a disposição
computador normalmente necessita de uma ligação física dos elementos/componentes da instalação
de um telefone, para funcionar a Internet, etc. elétrica. Nesse diagrama, deverão ser anotados todos
os detalhes necessários para a perfeita execução
Esses circuitos não elétricos ainda podem ser: do Projeto Elétrico, utilizando-se dos símbolos e
de telefone e/ou fax, de proteção contra roubos, convenções.
assaltos e vandalismos, de controle que possibilitam

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 78


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
O diagrama a seguir mostra um exemplo.

3. Elaboração de um Projeto Elétrico 2. Em outra “planta baixa” da residência, deverá


haver: a disposição dos móveis e utensílios,
Para a elaboração de um Projeto Elétrico de uma equipamentos e aparelhos elétricos, iluminação,
residência, deverá ser aplicada grande parte dos interruptores, tomadas de uso geral, tomadas de
conceitos desta apostila. Por isso, é importante que uso específico, etc. A localização adequada da
esses conceitos estejam entendidos. Sempre que iluminação, interruptores, tomadas de uso geral
necessário, deverão ser consultados e estudados e tomadas de uso específico é muito importante.
novamente os capítulos anteriores. Não se devem Os pontos de iluminação deverão estar
ter dúvidas. É importante que a pessoa sempre tenha preferencialmente centralizados em cada cômodo
firmeza em suas decisões. para uma melhor distribuição geral da iluminação.
Se o cômodo tiver armários, deverá ser descontado
Mesmo seguindo os procedimentos técnicos o espaço ocupado por esse armário para localizar
estabelecidos neste Manual, duas pessoas o ponto de iluminação. Os interruptores e tomadas
provavelmente elaborarão Projetos Elétricos diferentes não deverão ser instalados atrás de uma porta
para uma mesma residência. Porém esses Projetos (aberta).
poderão estar corretos. As pessoas têm procedimentos 3. Em outra “planta baixa” da residência, deverá
próprios, de perfil, estilo, etc. haver: iluminação, interruptores, tomadas de
uso geral, tomadas de uso específico, etc., sem
Quanto ao Projeto Elétrico elaborado neste Manual, os móveis e utensílios. Nessa “planta”, será
uma pessoa poderá não concordar com uma parte elaborado o Projeto Elétrico (as outras “plantas
dele ou mesmo com todo o Projeto. baixas” serão consultadas durante a elaboração
do Projeto Elétrico).
O importante na elaboração de um Projeto 4. NOTA: Os circuitos não elétricos também deverão
Elétrico é que ele seja feito de acordo com as ser elaborados em “plantas baixas” e planejados
recomendações técnicas vigentes nas Normas em conjunto (mas em plantas separadas) com o
da ABNT. Projeto Elétrico.

O Projeto Elétrico é elaborado a partir de desenhos Os desenhos da “planta baixa” devem ser feitos
da “planta baixa” de uma residência. As “plantas baixas” em escalas. Essas escalas podem ser 1:100 (leia-
deverão conter o endereço completo do imóvel, bem se um para cem), 1:75, 1:50, etc. As pessoas estão
como as informações do Projetista. acostumadas com a escala 1:100 – uma régua comum,
em centímetros (cm), que é utilizada para desenhar e
1. Nessa “planta baixa”, deverá haver: a localização fazer medições em um papel.
da casa no terreno, bem como a disposição dos
cômodos, com os nomes e suas dimensões, e a
orientação da casa em relação à rua.

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 79


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
1. Planta com a disposição da casa e cômodos no terreno:

Fonte: Cemig

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 80


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
2. Planta com os móveis e utensílios, equipamentos e aparelhos elétricos, pontos de iluminação, interruptores,
tomadas de uso geral e tomadas de uso específico:

Fonte: Cemig

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 81


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
3 . Planta com os pontos de iluminação, interruptores, tomadas de uso geral e tomadas de uso específico:

Fonte: Cemig

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 82


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Exemplo Comentado: é de 4.400 VA. Observação: existem chuveiros de
potência maior;
A partir do entendimento, análise e compreensão
da “planta baixa” da residência e seguindo também os 4. A carga de iluminação;
passos definidos, deverão ser adotados os seguintes
procedimentos: 5. Somar separadamente as cargas de tomadas de
uso geral, tomadas de uso específico e de iluminação,
1. Calcular o perímetro e a área de cada cômodo; em cada cômodo;

2. A partir do perímetro, calcular o número mínimo 6. A partir dessa soma das cargas, elaborar a divisão
de tomadas de uso geral para cada. A disposição dos circuitos elétricos.
delas deverá ser de acordo com a “planta baixa” que
contenha os móveis e utensílios e equipamentos
elétricos. É importante salientar que o proprietário E lembre-se: Um Projeto Elétrico deverá
poderá desejar um número maior de tomadas além do proporcionar: alternativas criativas, conforto, beleza,
calculado. Por isso, é importante conversar com ele; qualidade, segurança, proteção, economia, menor
tempo de conclusão, etc., em uma residência.
3. A carga das tomadas de uso específico deverá
ser de acordo com a potência de cada equipamento POTÊNCIA ELÉTRICA MÉDIA (WATTS) DE
elétrico. Por exemplo, a carga de um chuveiro elétrico APARELHOS ELÉTRICOS

Fonte: Cemig

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 83


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
A “planta baixa” com os pontos dos circuitos elétricos com as respectivas numerações – luminárias, tomadas de
uso geral, tomadas de uso específico, interruptores, etc.:

Fonte: Cemig

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 84


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
3.1. Circuitos de Tomadas de Uso Geral Na “planta baixa” a seguir, está apresentado o
traçado dos eletrodutos e, consequentemente, da
Os circuitos de tomada de uso geral devem fiação de cada circuito elétrico.
ser separados dos circuitos de iluminação e ter os
condutores com a bitola mínima de 2,5 mm2, com uma
Fase, um Neutro e o Condutor de Proteção (PE).

As quantidades de tomadas de uso geral do Projeto


Elétrico poderiam ser aumentadas em função dos
aparelhos/equipamentos elétricos a serem utilizados/
instalados na residência. A cozinha, por exemplo, é
um local que poderá requerer um maior número de
tomadas. Também na varanda e garagem poderiam
ser instaladas mais tomadas.

É importante que esses pontos de tomadas sejam


instalados somente quando necessários.

3.2. Circuitos de Iluminação

Uma característica muito importante de um circuito de


iluminação, além do nível de iluminamento adequado e
dar segurança as pessoas, é a facilidade e comodidade
que as pessoas têm de acender/apagar as luzes de
um ambiente. A utilização de Interruptores Paralelos e
Intermediários e tipo do “Dimmer” é muito importante.

3.3. Instalação de Eletrodutos

Após o lançamento dos pontos dos circuitos


elétricos, devemos interligar esses pontos de cada
circuito através de eletrodutos a partir do Quadro de
Distribuição de Circuitos – QDC, procurando respeitar
algumas regras básicas:

• O traçado do circuito elétrico deverá, sempre que


possível, seguir o caminho mais curto, indo até as
tomadas de uso geral, luminárias, interruptores,
etc., evitando-se o retorno dos condutores no
sentido do QDC;
• A interligação entre os diversos trechos dos
circuitos sempre deverá ser feita através das
caixas para luminárias, situadas no teto;
• Deve ser evitado o cruzamento entre os eletrodutos
para não comprometer a rigidez estrutural da laje;
• A distância máxima recomendável entre duas
caixas consecutivas não deverá ultrapassar 15
m nos trechos retos. Essa distância deverá ser
reduzida de 3 m para cada curva de 90o intercalada
no trecho;
• Caso passem no mesmo eletroduto condutores
de dois ou mais circuitos diferentes, os mesmos
deverão ser identificados tanto no eletroduto como
nos circuitos;
• Se necessário, poderá ser utilizado mais de um
eletroduto de diâmetros menores em vez de um
eletroduto de diâmetro maior, desde que não se
comprometa a passagem dos condutores elétricos,
sendo, portanto, de diâmetros equivalentes.
Fonte: Cemig

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 85


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
4. Apresentação do Projeto Elétrico

O Projeto Elétrico deverá ser apresentado em


escala contendo todos os dados necessários à sua
correta execução:

• Pontos de Iluminação;
• Interruptores (diversos tipos);
• Tomadas de Uso Geral;
• Tomadas de Uso Específico;
• A seção dos condutores;
• O diâmetro dos eletrodutos;
• QDC;
• Identificação dos Circuitos Elétricos e dos
condutores, etc.;
• Legenda, identificando o Projetista, endereço da
obra, etc.

Observações:

Usar a simbologia;

Os valores precedidos do símbolo # correspondem à


seção dos condutores em mm2; Os valores precedidos
do símbolo Ø correspondem ao diâmetro do eletroduto;

A partir daí, deve ser utilizada uma legenda no


Projeto Elétrico, contendo:

• Simbologia utilizada;
• Condutores não cotados correspondem a: # 2,5
mm2;
• Eletrodutos não cotados correspondem a: Ø 16
mm.

A seguir será apresentado o Projeto Elétrico.

Fonte: Cemig

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 86


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
5. Dimensionamento dos Eletrodutos Os eletrodutos são fixados nas caixas retangulares,
quadradas, octogonal, etc., através de buchas e
Os eletrodutos são fabricados, normalmente, em arruela. As curvas de 45o ou 90o, quando utilizadas,
varas de comprimento de 3 metros. A conexão entre deverão ser fixadas aos eletrodutos, através de luvas.
duas peças deve ser feita através de luvas de tal forma
que seja assegurada a resistência mecânica do conduto.

O diâmetro externo mínimo do eletroduto utilizado casos de modificações dos condutores nos eletrodutos.
em instalações elétricas internas deverá ser de 16 mm.
A expressão matemática a seguir permite calcular
A quantidade de condutores que podem ser o diâmetro do eletroduto a ser utilizado.
enfiados em um eletroduto depende do tipo de condutor
(diâmetro externo) e do diâmetro interno do eletroduto.

A Norma NBR 5410/97 estabelece que a taxa


máxima de ocupação em relação à área da seção
transversal dos eletrodutos não seja superior a:
onde:
- 53%, no caso de um condutor ou cabo;
- 31%, no caso de dois condutores ou cabos; D: Diâmetro interno do eletroduto em mm;
- 40%, no caso de três ou mais condutores ou cabos. N: Número de condutores;
d: Diâmetro externo do condutor;
Essa providência deverá ser tomada com a K: Taxa máxima de ocupação.
finalidade de facilitar a enfiação, ou reenfiação, nos

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 87


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
O valor de K é dado pela tabela a seguir:

Ideias-chave identificação dos circuitos, entre outros itens.


02.( ) A simbologia deverá ser padrão e adotadas as
Projeto, Planejamento, Cargas, Iluminação, especificações normativas.
03.( ) O traçado dos condutos deverá ser
Proteção, Equilíbrio, Eletrodutos, Instalação, Divisão,
desenvolvido de forma simples evitando
Apresentação, Segurança. passar por cima de outros condutos.
04.( ) Os circuitos de iluminação podem receber
Recapitulando tomadas de força, desde que estas não
ultrapassem a 5 tomadas.
Neste quinto e último capítulo pudemos desenvolver 05.( ) A finalidade do circuito de iluminação será
um projeto elétrico residencial de modo prático, vendo dar segurança às pessoas e ainda gerar a
o planejamento da instalação, a melhor forma de iluminação adequada ao ambiente.
dispor do traçado desse projeto, visando à otimização 06.( ) Após o cálculo de áreas e perímetros de cada
cômodo, deverão ser observados os requisitos
do mesmo.
normativos para distribuição dos pontos de
tomadas e iluminação.
Pudemos ainda aplicar todo conteúdo até agora 07.( ) A instalação deverá ser feita a dois fios, sendo
aplicado vendo tabelas práticas das cargas instaladas monofásica, quando a carga de todos os
e ainda percebendo que algumas cargas específicas aparelhos somados não ultrapasse 12 KVA.
devem ter seu circuito projetado de forma a tender 08.( ) A predisposição dos móveis no projeto
especificações técnicas do fabricante. arquitetônico é de extrema valia para o
Para fixar o conteúdo projetista elétrico.
09.( ) O profissional que executará a instalação
1. O que deve conter uma planta baixa elétrica? elétrica deve ser capacitado e devidamente
___________________________________________ registrado em seu órgão regulamentador a
fim de gerar qualidade e segurança no serviço
___________________________________________
prestado.
___________________________________________ 10.( ) Os projetos elétricos de uma determinada
residência, se aplicados os conceitos vistos
2. Fale sobre o planejamento da Instalação Elétrica. nesta apostila, deverão ser absolutamente
___________________________________________ iguais, visto que os projetistas se embasaram
___________________________________________ numa mesma literatura.
___________________________________________
___________________________________________ Leia as alternativas seguintes atentamente e marque
a opção incorreta:
3. Como apresentar um projeto elétrico? Quais os itens
necessários? a. Os circuitos de Tomada de Uso Geral devem ser
separados dos circuitos de Iluminação e ter os
___________________________________________
condutores com a bitola mínima de 2,5 mm².
___________________________________________ b. O Projeto Elétrico é elaborado a partir de desenhos
___________________________________________ da “planta baixa” de uma residência. As “plantas
___________________________________________ baixas” deverão conter o endereço completo do
imóvel, bem como as informações do Projetista.
Leia atentamente as afirmativas e marque V para as c. Os circuitos não elétricos também deverão ser
verdadeiras e F para as falsas. elaborados em “plantas baixas” e planejados em
conjunto com o Projeto Elétrico.
01.( ) O projeto elétrico deve conter todos os d. Os condutos que saem do QDC devem circular
pontos de iluminação, tomadas, seção dos pela casa e voltar o mais próximo possível do
condutores, local de instalação do QDC, mesmo, a fim de diminuir a queda de tensão.

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 88


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Rio de
Janeiro, 2005. 217 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5413: Iluminação de Interiores. Rio de Janeiro, 1992.
13 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5444: Símbolos Elétricos. Rio de Janeiro, 1989. 9 p.

CEMIG. Manual de Distribuição - ND-5.1 - Instalações Básicas de Redes de Distribuição Aéreas Urbanas (versão de
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CEMIG. Manual de Distribuição - ND-5.2 - Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão Secundária - Rede de
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CEMIG. Manual de Distribuição - ND-5.5 - Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão Secundária - Rede de
Distribuição Subterrânea (versão de abril de 1993).

ANEEL. Resolução 414 de 09-09-2010 - Resolução que dispõe sobre as condições gerais de fornecimento a serem
observadas na prestação e utilização do serviço de energia elétrica.

ANEEL. Resolução 479 de 03-04-2012 - Altera alguns artigos da Resolução Normativa nº 414, de 9de setembro de
2010, que estabelece as Condições Gerais de Fornecimento de Energia Elétrica.

CREDER, Hélio. Instalações Elétricas. 13º Ed. Rio de Janeiro LTC 1999.

LIMA Fº, Domingos Leite. Projeto de Instalações Elétricas Prediais. 6º Ed. Erika.

Técnico em Automação Industrial Instalações Elétricas 89

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