INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
BELO HORIZONTE / MG
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
CURSO TÉCNICO EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
UNIDADE 1 – NOÇÕES GERAIS SOBRE adas
ELETRICIDADE 6.2. Esquemas de Ligações Elétricas de .......... 39
Interruptores e Tomadas
1. Energia ....................................................... 07 7. Interruptor Paralelo e o Interruptor Inter- .... 42
1.1. Energia Mecânica ....................................... 07 mediário
1.2. Energia Elétrica .......................................... 08 7.1. Interruptor Paralelo (“Three Way”) ............. 43
2. A Evolução da Eletricidade ......................... 13 7.2. Interruptor Intermediário (“Four Way”) ........ 43
3. Tensão e Corrente Elétrica ......................... 14 8. Quadro de Distribuição de Circuitos – ........ 44
4. Resistência Elétrica – Lei de Ohm .............. 16 QDC
5. Corrente Contínua e Corrente Alternada .... 16 9. Cálculo da Corrente Elétrica de um ........... 45
6. Potência Elétrica ........................................ 16 Circuito
7. Cálculo da Energia Elétrica......................... 17 • Exercício Comentado ................................. 45
• Exercício Comentado ................................. 17 -- Ideias-chave
8. Unidades de Medidas ................................. 17 -- Recapitulando
9. Circuito Série e Circuito Paralelo ................ 19 -- Para fixar o conteúdo
9.1. Circuito Série .............................................. 19
• Exercício Comentado ................................. 20 UNIDADE 3 – CONDUTORES ELÉTRICOS
9.2. Circuito Paralelo ......................................... 20
10. Aparelhos para Testar e Aparelhos para .... 21 1. Introdução ................................................... 48
Medir Energia Elétrica 2. Considerações Básicas sobre os Con- ....... 48
11. Lâmpada Neon ........................................... 21 dutores
12. Teste com uma Lâmpada ........................... 22 3. Seção (mm2) de Condutores ...................... 50
13. Aparelhos de Medição ................................ 22 3.1. Seção Mínima e Identificação dos Con- ..... 50
14. Amperímetro e Voltímetro .......................... 22 dutores de Cobre
15. Wattímetro .................................................. 23 3.2. Cálculo da Seção dos Condutores ............. 51
16. Ohmímetro .................................................. 23 3.2.1. Limite de Condução de Corrente de ........... 51
17. Alicate Volt-Amperímetro ............................ 23 Condutores
18. Medidor de Energia Elétrica........................ 24 • Exercício Comentado ................................. 54
19. Agência Nacional de Energia Elétrica – ..... 24 3.2.2. Limite de Queda de Tensão ....................... 54
ANEEL 3.2.3. Queda de Tensão Percentual (%) ............... 55
20. Programa Nacional de Conservação de ..... 25 3.2.4. Momento Elétrico (ME) ............................... 56
Energia Elétrica – PROCEL 3.2.5. Queda de Tensão em V/A.km ..................... 57
21. Associação Brasileira de Normas Técni- .... 26 3.2.6. Exemplos dos Cálculos de Queda de ........ 58
cas – ABNT Tensão
-- Ideias-chave 3.3. Exemplos do Dimensionamento da ............ 59
-- Recapitulando Seção de Condutores
-- Para fixar o conteúdo -- Ideias-chave
-- Recapitulando
UNIDADE 2 – CIRCUITOS ELÉTRICOS -- Para fixar o conteúdo
RESIDENCIAIS
UNIDADE 4 – PROTEÇÃO E SEGURANÇA
1. Introdução .................................................. 28 EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
2. Símbolos e Convenções ............................. 29
3. Dimensionamento de Carga ....................... 37 1. Isolação, Classe e Graus de Proteção ....... 61
3.1. Tomadas de Uso Geral ............................... 37 2. Choque Elétrico .......................................... 65
3.2. Tomadas de Uso Específico ....................... 37 3. Proteção e Segurança – Prevenção na ...... 66
3.3. Iluminação .................................................. 37 Execução
4. Número Mínimo de Tomadas por Cômo- .... 37 4. Condutor de Proteção (PE) ........................ 67
do 5. Condutor Neutro ......................................... 68
5. Divisão de Circuitos Elétricos...................... 38 6. Curto-circuito............................................... 68
6. Interruptores e Tomadas de Uso Geral ....... 38 7. Dispositivos de Proteção e de Segu- .......... 69
6.1. Conformidade dos Interruptores e Tom- ..... 39 rança
SUMÁRIO
UNIDADE I
NOÇÕES GERAIS SOBRE ELETRICIDADE
O objetivo deste é o projeto e a execução das Uma das mais importantes características da
instalações elétricas de baixa tensão de luz e força. É energia é a possibilidade de sua transformação de
de suma importância que o projetista/instalador saiba uma forma para outra. Por exemplo: a energia térmica
onde se situa sua instalação dentro de um sistema pode ser convertida em energia mecânica (motores
elétrico mais complexo, a partir do gerador ate os de combustão interna), energia química em energia
pontos de utilização de baixa tensão. elétrica (pilhas), etc.
As instalações elétricas de baixa tensão são Entretanto, na maioria das formas em que a energia
regulamentadas pela norma NBR 5410, da ABNT, que se apresenta, ela não pode ser transportada; ela tem
estabelece uma tensão de 1000 volts como sendo o que ser utilizada no mesmo local em que é produzida.
limite para a baixa tensão em corrente alternada e 1500
Volts para corrente contínua. A frequência máxima 1.1. Energia Mecânica
de aplicação dessa norma é de 400 Hz. De modo a
visualizarmos melhor cada etapa e posicionamento É constituída por duas modalidades: a energia
da nossa instalação elétrica, conheceremos os cinética e a potencial. Na figura a seguir, vemos um
componentes da mesma, desde sua geração até a guindaste que realiza trabalho com seus motores,
unidade consumidora. ao movimentar a carga. Quando a energia está
associada ao movimento, chama-se energia cinética.
1. Energia No momento em que a carga está parada no alto, no
aguardo para produzir trabalho, chama-se energia
Energia é a capacidade de produzir trabalho e ela potencial, a energia que está relacionada à posição em
pode se apresentar sob várias formas: que se encontra o corpo. Podemos citar outras fontes
de energia cinética e potencial:
• energia térmica;
• energia mecânica; • Energia cinética: a energia do vento, a água
• energia elétrica; corrente, etc.;
• energia química; • Energia potencial: a energia da água represada,
• energia atômica, etc. dos elásticos, das molas, etc.
No Brasil, devido ao predomínio do relevo planáltico Figura 2 – Sistema de Funcionamento de uma Hidrelétrica
As tensões típicas para a transmissão de Todas as torres da figura possuem três cabos,
longa distância variam de 155 mil a 765 mil volts. A sendo um para cada fase. Algumas torres possuem
distância máxima de uma transmissão típica é de cabos extras correndo ao longo de seu topo. Esses
aproximadamente 483 km. são cabos aterrados e têm como função atrair raios.
Terminais
André Marie Ampère desenvolveu, em 1820, um Thomas Alva Edison fez uma demonstração pública
estudo que estabeleceu as leis do eletromagnetismo. de sua lâmpada incandescente, em 1879. Essa
Em sua homenagem, foi dado o seu nome à unidade de lâmpada possibilitou o fim da iluminação feita através
medida de intensidade de corrente elétrica: Ampère (A). de chama de azeite, gás, etc., que foi substituída pela
iluminação de origem elétrica. No mesmo ano, Ernest
Em 1827, Joseph Henry iniciou uma série de Werner von Siemens pôs em circulação, em uma
experiências eletromagnéticas e descobriu o conceito de exposição em Berlim, o primeiro comboio movido à
indução elétrica, construindo o primeiro motor elétrico. energia elétrica.
Também em 1827, Georg Simon Ohm, trabalhando A primeira central hidroelétrica foi instalada em
no campo da corrente elétrica, desenvolveu a primeira 1886 nas cataratas do Niágara.
teoria matemática da condução elétrica nos circuitos:
Lei de Ohm. O trabalho só foi reconhecido em 1841. Na década subsequente, foram ensaiados os
Em sua homenagem, foi dado o seu nome à unidade primeiros transportes de energia elétrica em corrente
de resistência elétrica: Ohm (Ω).
contínua. Máquinas elétricas como o alternador,
o transformador e o motor assíncrono foram
Em 1831, Michel Faraday descobriu o fenômeno da
indução eletromagnética, explicando que é necessária desenvolvidas ao ser estabelecido a supremacia da
uma alteração no campo magnético para criar corrente. corrente alternada sobre a corrente contínua.
Faraday descobriu que a variação na intensidade de
uma corrente elétrica que percorre um circuito fechado Gugliemo Marchese Marconi, aproveitando essas
induz uma corrente numa bobina próxima. Observou, ideias dez anos mais tarde, utiliza ondas de rádio no seu
também, uma corrente induzida ao se introduzir um telégrafo sem fio. Em 1901, foi transmitida a primeira
ímã nessa bobina. Esses resultados tiveram uma mensagem de rádio através do Oceano Atlântico.
rápida aplicação na geração de corrente elétrica.
O elétron, partícula de carga negativa presente
Em 1838, Samuel Finley Breese Morse conclui o no átomo, foi descoberto por Joseph Jone Thompson
seu invento do telégrafo.
em 1897.
Em 1860, Antonio Pacinotti construiu a primeira
máquina de corrente contínua com enrolamento Em 1907, Ernest Rutherford, Niels Bohr e James
fechado em anel. Nove anos depois, Zénobe Chadwick estabeleceram a atual definição de estrutura
Gramme apresentou a sua máquina dínamo-elétrico, do átomo, até então considerada a menor porção de
aproveitando o enrolamento em anel. matéria não divisível.
Em um átomo, o número de Elétrons é igual ao número de Prótons, sendo, portanto, o átomo eletricamente neutro,
pois a soma das cargas dos Elétrons (negativas) com as cargas dos Prótons (positivas) é igual a zero.
Para que esses elétrons se movimentem de forma ordenada nos fios, é necessário haver uma força que os empurre.
Essa força é chamada de Tensão Elétrica (U). Sua unidade de medida é o Volt. O símbolo desta unidade é V. Exemplo:
Tensão elétrica de 127 V (Volts).
6. Potência Elétrica
c. Energia Elétrica E = P x t
onde:
A Energia Elétrica (E) é a Potência Elétrica (P) x = 15 minutos/60 minutos = 0,25 h ou 1/4 h
vezes o tempo de utilização (em horas, por exemplo) 4.400 W x 0,25 h = 1.100 Wh
do qual o fenômeno elétrico acontece (uma lâmpada
acesa, por exemplo).
Observação: Efetuar os mesmos cálculos,
considerando que o chuveiro elétrico foi feito para
funcionar em 220 Volts.
8. Unidades de Medidas
onde:
As unidades de medidas no Brasil utilizam o
E: Energia Elétrica;
Sistema Internacional de Unidades.
P: Potência Elétrica;
U: Tensão Elétrica;
I: Corrente Elétrica; As unidades com os seus múltiplos e submúltiplos
t: Tempo (normalmente, nesse caso, é adotado em podem ser escritas com o seu nome por extenso ou
horas (h)). através de seu símbolo.
As unidades possuem múltiplos e submúltiplos. A Do exemplo do subitem 1.8, página 15, a Energia
utilização de um ou outro é em função da facilidade de Elétrica também poderá ser expressa:
expressar a quantidade da unidade em questão. Por
exemplo, a Potência de uma lâmpada incandescente 1.100 Wh ou 1,1 kWh (Quilowatt-hora)
comum é melhor ser expressa em W (Watts) do que
em kW (quilowatts). Sempre se refere a uma lâmpada A tabela a seguir relaciona os valores mais usados
de 100 Watts e não uma lâmpada de 0,1 kW. A letra k das unidades elétricas, com os seus múltiplos e
(escrita em letra minúscula) colocada antes da unidade submúltiplos.
representa que essa unidade está multiplicada por
1.000 e, consequentemente, o número (valor da
quantidade) deverá ser dividido por 1.000.
Outras unidades, muito utilizadas para expressar a utilizados: lâmpadas de árvore de natal. As principais
Potência Elétrica de motores, são: características são:
Cavalo Vapor, que equivale a 735,5 W. Sua unidade • as cargas dependem uma das outras para o
é o cv. funcionamento do circuito elétrico;
Horse Power (inglesa), que equivale a 746 W. Sua • existe apenas um caminho para a passagem da
unidade é o HP. corrente elétrica.
UFonte = U1 = U2 = U3
ITotal = I1 + I2 + I3
10. Aparelhos para Testar e Aparelhos para Medir 11. Lâmpada Neon
Energia Elétrica
É muito importante ler com muita atenção o Manual Trata-se de uma lâmpada que tem a característica
do aparelho antes da utilizá-lo. É através do Manual de acender quando um dos seus terminais é posto em
do aparelho que se pode ter as informações corretas contato com um elemento energizado e outro é posto
de como utilizá-lo com precisão e segurança, o que em contato com o “terra”. Normalmente, é apresentada
o aparelho pode ou não medir e em quais condições. sob a forma de uma caneta ou chave de parafusos,
Devem ser feitas aferições/calibrações no aparelho, onde um dos terminais é a ponta da caneta (ou da
seguindo as recomendações do fabricante. chave) e o outro faz o “terra” através do próprio corpo
da pessoa.
Sempre, na utilização desses aparelhos, deve-
se ter o cuidado de não fechar um curto-circuito em Devido à grande resistência interna da lâmpada,
circuitos energizados. O aparelho deverá ser sempre a corrente circulante não é suficiente para produzir
bem acondicionado e ter cuidados no transporte e na a sensação de choque nas pessoas. Entretanto, seu
utilização. Qualquer equipamento ou mesmo a fiação uso é restrito a circuito de baixa tensão, como nas
deste aparelho pode-se estragar de uma hora para instalações elétricas residenciais.
outra. Com isso é importante conferir se o aparelho de
medição ou teste está funcionando ou não. A vantagem desse instrumento é o fato de indicar,
de maneira simples, a presença de tensão no local
É recomendável que, ao testar a existência de uma pesquisado: a lâmpada acende quando a ponta do
grandeza elétrica em um circuito desenergizado, deve- aparelho encosta no fio Fase energizado. Quando se
se conferir, em seguida, se o aparelho de medir/testar encosta no fio Neutro, não acende.
está funcionando ou não em um circuito que esteja
energizado. Nesta condição, pode-se certificar de que Existem alguns tipos de aparelhos com lâmpada de
o aparelho está funcionando, ou não. neon, com os mesmos princípios de funcionamento,
que possibilitam identificar também, além do fio Fase e
Em caso de dúvidas, deve-se repetir os testes, pois o fio Neutro, o valor aproximado da tensão, se é 127
é importante que se tenha segurança nas medições e V, 220 V ou 380 Volts.
testes das grandezas elétricas efetuadas.
IMPORTANTE: Não se deve usar uma lâmpada de
Os aparelhos de testes não medem os valores neon individualmente (sem o invólucro), pois ela
das grandezas elétricas, testam simplesmente a poderá estourar, causando algum acidente.
12. Teste com uma Lâmpada dos seus terminais é posto em contato com um dos
fios que se deseja testar e o outro terminal é posto
em contato com um condutor devidamente aterrado
A identificação dos fios: Fase (energizado) e o
(uma haste de terra cravada no chão). Se a lâmpada
Neutro, de uma instalação elétrica interna, pode ser
acender, significa que o fio que se deseja identificar é
feita com uma lâmpada incandescente de 220 Volts,
o fio Fase. Caso contrário, se a lâmpada permanecer
colocada em um receptáculo com 2 fios terminais. Um
apagada, significa que o fio utilizado é o Neutro.
ATENÇÃO: a lâmpada incandescente a ser utilizada medida a cada instante e durante o tempo desejado.
tem que ser fabricada para a tensão de 220 Volts, pois Alguns instrumentos desse tipo utilizam um disco em
pode ser que os dois fios que deseja identificar sejam vez de uma tira (rolo) de papel. Nesse caso, o tempo
Fase - Fase (220 Volts) ou que o transformador que da medição é limitado a uma volta do disco.
alimenta a instalação elétrica seja de 220 Volts entre c. Integradores: são aparelhos que somam os valores
Fase e Neutro. Daí, se a lâmpada for de 127 Volts, instantâneos e fornecem a cada instante os resultados
ela poderá estourar no teste, provocando um acidente acumulados. O aparelho integrador pode ser de
com a pessoa. É recomendável que a lâmpada esteja ponteiros ou de ciclômetro ou dígitos. Um exemplo são
protegida com um anteparo e seja de uma potência os medidores de energia elétrica das residências.
baixa, por exemplo: 15 ou 25 Watts.
14. Amperímetro e Voltímetro
13. Aparelhos de Medição
O Amperímetro é utilizado para medir a corrente
Os aparelhos de medição são instrumentos que, elétrica de um circuito e deve ser ligado em série com
através de escalas, gráficos ou dígitos, fornecem os a carga.
valores numéricos das grandezas que estão sendo
medidas.
15. Wattímetro
A medição de potência elétrica (W) é feita por um aparelho, o Wattímetro, que associa as funções do Voltímetro e
do Amperímetro. No Wattímetro, é indicado terminal comum que deve ser ligado ao lado da carga.
Nota: Ao ler os valores de energia em um medidor 19. Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL
de kWh, o número que se deve considerar é aquele
pelo qual o ponteiro acabou de passar, isto é, quando
A Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL,
o ponteiro está entre dois números, considera-se o
autarquia em regime especial, vinculada ao Ministério
número de menor valor.
de Minas e Energia – MME, foi criada pela Lei 9.427,
de 26/12/1996.
Para se efetuar a leitura, deve-se iniciar pelo
primeiro ponteiro à direita.
Criado em dezembro de 1985 pelos Ministérios de O Selo PROCEL INMETRO de Desempenho foi
Minas e Energia e da Indústria e Comércio, o PROCEL criado com o objetivo de promover o combate ao
é gerido por uma Secretaria Executiva subordinada desperdício de energia elétrica e de ser uma referência
à Eletrobrás. Em 18 de julho de 1991, o PROCEL foi na compra pelo consumidor. Ele é concedido desde
transformado em Programa de Governo, tendo suas novembro de 1998, com validade anual, e destina-se
abrangência e responsabilidade ampliadas. a produtos ou equipamentos na área de iluminação,
nacionais ou estrangeiros, que contribuam para o
O PROCEL tem diversos programas/projetos para combate ao desperdício de energia elétrica e que
o combate ao desperdício de energia, tais como: para apresentem características de eficiência e qualidade
os setores residencial, comercial, serviços, industrial, conforme o padrão PROCEL.
órgãos governamentais, iluminação pública, PROCEL
nas Escolas, meio ambiente, etc.
UNIDADE II
CIRCUITOS ELÉTRICOS RESIDENCIAIS
1. Introdução Da legislação em vigor, a Resolução da ANEEL
nº 456, de 29/11/00, foram retiradas as seguintes
Antes de iniciar propriamente o a Unidade 2, definições:
“Circuitos Elétricos Residenciais”, serão abordadas
algumas informações gerais, que poderão ser a. Carga instalada: soma das potências nominais
importantes para a compreensão deste Manual. dos equipamentos elétricos instalados na unidade
consumidora, em condições de entrar em
As instalações elétricas de baixa tensão são funcionamento, expressa em quilowatts (kW).
regulamentadas pela Norma Brasileira vigente, a NBR b. Consumidor: pessoa física ou jurídica, ou
5410/97, “Instalações Elétricas de Baixa Tensão”, da comunhão de fato ou de direito, legalmente
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. representada, que solicitar à concessionária o
fornecimento de energia elétrica e assumir a
Essa Norma, também conhecida como NB 3, responsabilidade pelo pagamento das faturas e
fixa os procedimentos que devem ter as instalações pelas demais obrigações fixadas em normas e
elétricas: PROJETO, EXECUÇÃO, MANUTENÇÃO regulamentos da ANEEL, assim vinculando-se aos
e VERIFICAÇÃO FINAL, a fim de garantir o seu contratos de fornecimento, de uso e de conexão
funcionamento adequado e a segurança das pessoas ou de adesão, conforme cada caso.
e de animais domésticos e aplica-se às instalações c. Contrato de adesão: instrumento contratual
elétricas (novas e reformas das existentes) alimentadas firmado entre a Concessionária de Energia
sob uma tensão nominal igual ou inferior a 1.000 Volts Elétrica e o Consumidor cuja unidade consumidora
em Corrente Alternada (CA). seja atendida em Baixa Tensão (Grupo B), com
cláusulas vinculadas às normas e regulamentos
As Concessionárias de energia por sua vez, aprovados pela ANEEL, não podendo o conteúdo
fornecem a energia elétrica para os consumidores de das mesmas ser modificado pela concessionária
acordo com a carga (kW) instalada e em conformidade ou consumidor, a ser aceito ou rejeitado de forma
com a legislação em vigor – Resolução nº 456, integral.
“Condições Gerais de Fornecimento de Energia d. Unidade consumidora: conjunto de instalações
Elétrica” , de 29/11/00, da ANEEL – Agência Nacional e equipamentos elétricos caracterizado pelo
de Energia Elétrica, que estabelece os seguintes recebimento de energia elétrica em um só ponto
limites para atendimento: de entrega, com medição individualizada e
correspondente a um único consumidor.
a. Tensão Secundária de Distribuição – Grupo
B (Baixa Tensão): Quando a carga instalada na
unidade consumidora for igual ou
inferior a 75 kW. Os consumidores
do Grupo B são atendidos na
tensão inferior a 2.300 Volts. No
caso da CEMIG, os consumidores
são atendidos na tensão 220/127
Volts (Trifásico);
• 4.1.4 Quadrado
Transcrito da NBR 5444 – Símbolos e Convenções • 4.2 Para ilustrar a simbologia desta Norma, consta
do Anexo uma planta elétrica representativa de
• 4.1.2 Círculo um trecho das instalações de uma edificação
residencial.
Representa três funções básicas: o ponto de luz, • Os símbolos gráficos referentes às instalações
o interruptor e a indicação de qualquer dispositivo elétricas prediais encontram-se nas Tabelas 2, 3,
embutido no teto. O ponto de luz deve ter um diâmetro 4, 5, 6, 7 e 8.
Tabela 2 – Dutos e distribuição
Tabela 8 – Acumuladores
Será exemplificado em planta baixa um exemplo de projeto elétrico de acordo com os padrões
normativos em capítulos seguintes.
Para determinar a carga de uma instalação elétrica A iluminação adequada deve ser calculada de
residencial, devem-se somar todas as cargas elétricas acordo com a Norma vigente NBR5413/92 “Iluminação
previstas para: as tomadas de uso geral e a potência de Interiores”, da ABNT. Entretanto, a Norma NBR
das lâmpadas e dos demais equipamentos elétricos. 5410/97 estabelece como alternativa que, para
determinar as cargas de iluminação em unidades
A Norma vigente da ABNT, a NBR 5410/97 consumidoras residenciais, poderão ser adotados os
“Instalações Elétricas de Baixa Tensão”, determina seguintes critérios:
que a previsão de cargas em VA (Volt Ampère) dos
equipamentos deverá ser de acordo com as seguintes • Em cômodos ou dependências com área igual
prescrições: ou inferior a 6 m2, deve ser prevista uma carga
mínima de 100 VA;
3.1. Tomadas de Uso Geral
• Em cômodos ou dependências com área superior
• Em banheiros, cozinhas, copas, copas-cozinhas, a 6 m2, deve ser prevista uma carga mínima de
áreas de serviço, lavanderias: para as 3 (três) 100 VA para os primeiros 6 m2, acrescidas de 60
primeiras tomadas, a carga mínima por tomada a VA para cada aumento de 4 m2.
ser considerada deverá ser de 600 VA. A partir da
quarta tomada (se existir), deverá ser considerada IMPORTANTE: Os valores apurados correspondem
a carga mínima de 100 VA para cada tomada. à potência destinada à iluminação para o efeito
de dimensionamento dos circuitos elétricos e não
IMPORTANTE: A determinação da carga deverá necessariamente à potência nominal das lâmpadas.
ser feita, considerando cada um desses cômodos
separadamente; Exemplo: Qual a carga de iluminação incandescente a
ser instalada numa sala de 3,5 m de largura e 4 m de
• Em subsolos, garagens, sótão, varandas: deverá comprimento?
ser prevista no mínimo uma tomada de 1.000 VA;
• A área da sala: 3,5 m x 4 m = 14 m2
• Nos demais cômodos ou dependências: no mínimo • Carga para a iluminação:
100 VA por tomada.
Para os primeiros 6 m2: 100 VA. Para os outros 8 m2:
3.2. Tomadas de Uso Específico 60 VA + 60 VA;
• Considerar a carga do equipamento elétrico a ser A Carga total será: 100 VA + 60 VA + 60 VA = 220 VA.
ligado, fornecida pelo fabricante;
A tabela a seguir fornece os dados para calcular,
• Ou, então, calcular a carga a partir da tensão de uma maneira prática, a carga de iluminação
nominal, da corrente nominal e do fator do incandescente para cômodos, com área variando de
equipamento elétrico. 6 a 30 m2.
Cada cômodo de uma residência deverá ter tantas tomadas quantos forem os aparelhos elétricos a serem
instalados/ligados dentro do mesmo. Uma sala de estar, por exemplo, deve ter tomadas de uso geral para individuais:
A Norma vigente, a NBR 5410/97 – “Instalações Os “dimmers” são interruptores que, através de um
Elétricas de Baixa Tensão”, determina que sejam circuito (geralmente eletrônico), variam a intensidade
separados os circuitos elétricos de Tomadas de Uso luminosa da lâmpada instalada em seu circuito,
Geral e o de Iluminação. podendo proporcionar economia de energia elétrica.
Deverá ser previsto um circuito elétrico, também Existem interruptores tipo “dimmer” nos modelos de
separado, para cada equipamento elétrico de corrente interruptor simples e interruptor paralelo.
nominal superior a 10 A (1.270 VA em 127 V), como os
chuveiros elétricos, fornos elétricos, fornos de micro- A instalação do “dimmer” é feita do mesmo modo
ondas, etc. que a do interruptor correspondente. Ver manual do
fabricante.
É importante que uma instalação elétrica seja
dividida em circuitos elétricos parciais para facilitar: a
inspeção, a manutenção, a proteção. Será mais bem NOTA: Para as lâmpadas incandescentes e
dimensionada, reduz as quedas de tensão e aumenta fluorescentes tubulares, existe um tipo de “dimmer”
a segurança. específico.
NOTA: Existem tomadas com 2 polos, com orifícios “redondos” junto com orifícios “chatos”,
sendo que, desses últimos, existe um polo “chato” mais largo do que o outro. O condutor Neutro
deverá ser ligado nesse polo “chato” mais largo.
2. O condutor Fase deverá ser ligado a um dos Interruptores Paralelos, no pino central. Dos outros dois pinos desse
interruptor, deverão sair 2 condutores de Retorno, até o outro Interruptor Paralelo;
3. Do pino central desse segundo Interruptor Paralelo, sairá outro condutor de Retorno, que deverá ser ligado ao outro
polo do receptáculo da luminária, completando, assim, o circuito elétrico.
É usado quando se deseja comandar uma lâmpada ou um conjunto de lâmpadas de mais de dois locais diferentes.
O Interruptor Intermediário (“Four Way”) é colocado/instalado entre dois Interruptores Paralelos (“Three Way”).
Podem ser instalados tantos Interruptores Intermediários (“Four Way”) quantos forem necessários os pontos de
comando no mesmo circuito.
O esquema a seguir mostra uma ligação de uma lâmpada comandada de 3 locais diferentes, com a utilização de
1 Interruptor Intermediário (“Four Way”) e 2 Interruptores Paralelo (“Three Way”).
3. Dos outros dois pinos do Interruptor Intermediário, • QDC com até 6 circuitos: prever espaço de reserva
sairão 2 condutores de Retorno, que deverão ser para o mínimo 2 circuitos;
ligados no segundo Interruptor Paralelo; • QDC de 7 a 12 circuitos: prever espaço de reserva
para o mínimo 3 circuitos;
4. Do pino central deste segundo Interruptor Paralelo, • QDC de 13 a 30 circuitos: prever espaço de reserva
sairá outro condutor de Retorno, que deverá ser para o mínimo de 4 circuitos;
ligado no outro polo do Receptáculo da luminária, • QDC acima de 30 circuitos: prever espaço de
completando assim, o circuito elétrico. reserva para o mínimo de 15% dos circuitos.
Para determinar a corrente de um circuito elétrico, devem-se somar todas as cargas (Potência) ligadas nesse
circuito e dividi-la pela tensão.
Exercício Comentado
UNIDADE III
CONDUTORES ELÉTRICOS
1. Introdução
Os metais são condutores de corrente elétrica. Entretanto, determinados metais conduzem melhor a corrente
elétrica do que outros, ou seja, alguns oferecem menor resistência à passagem da corrente elétrica.
Um Cabo “Nu” é constituído apenas pelo condutor propriamente dito, sem isolação, cobertura ou revestimento.
Para a determinação da seção (mm2) mínima Os condutores são fabricados para operar dentro
dos condutores, dois critérios básicos deverão ser de certos limites de temperatura, a partir dos quais
adotados: começa a haver uma alteração nas características de
Isolação/Isolamento, que deixam de cumprir as suas
1. Limite de Condução de Corrente e finalidades.
2. Limite de Queda de Tensão.
A tabela 3.2 (da Norma NBR 5410/97) a seguir
IMPORTANTE: Os dois critérios deverão ser feitos mostra as temperaturas características de condutores
separadamente. O condutor a ser adotado deverá utilizados em instalações elétricas residenciais.
De acordo com a Norma vigente, a NBR 5410/97, o NOTAS: De acordo com a Norma NBR 5410/05, tem-
número de condutores carregados a ser considerado é se:
o de condutores efetivamente percorridos por corrente.
1. Quando num circuito trifásico com Neutro as
Assim, tem-se: correntes são consideradas equilibradas, o condutor
Neutro não deve ser computado, considerando-se,
• Circuito trifásico sem neutro = 3 condutores portanto, 3 condutores carregados.
carregados; 2. O condutor utilizado unicamente como o condutor
• Circuito trifásico com neutro = 4 condutores de Proteção (PE) não é considerado como
carregados; carregado.
• Circuito monofásico a 2 condutores = 2 3. Serão aplicados simultaneamente os dois fatores
condutores carregados; (temperatura e número de condutores) quando as
• Circuito monofásico a 3 condutores = 3 duas condições se verificarem ao mesmo tempo.
condutores carregados; 4. Os fatores de correção de TEMPERATURA
• Circuito bifásico a 2 condutores = 2 condutores e de NÚMERO DE CONDUTORES foram
carregados; calculados admitindo-se todos os condutores
• Circuito bifásico a 3 condutores = 3 condutores vivos permanentemente carregados com 100%
carregados. de carga.
Dividindo a corrente elétrica pelo Fator de Redução, Na figura a seguir, a carga C é alimentada por
tem-se: um circuito formado com condutores: um trecho com
um condutor de maior seção (mais grossos) sendo
I = 38 / 0,57 = 66,7 A que será desconsiderada a resistência elétrica desse
condutor e com um trecho (A-B) de condutor de menor
Consultando a tabela 3.3, “Capacidade de seção (mais fino), de resistência elétrica R.
Condução de Corrente”, coluna “2 Condutores
UAB = ∆U = RI
W = (127 - 10) V x 10 A
b1. Queda de Tensão W = 117 x 10
W = 1.170 W (potência na carga)
∆U = RI
∆U = 1 W x 10 A NOTA: A resistência elétrica dos condutores depende
∆U = 10 V (queda de tensão no trecho) de uma série de fatores, tais como qualidade do
material, espessura do fio, temperatura de trabalho,
b2. Perda de Potência frequência da rede, etc.
U de entrada = 127 V
∆U na carga = 10 V Com o objetivo de facilitar os cálculos de queda de
U na carga = 127 - 10 = 117 V tensão, foram elaboradas tabelas, que são utilizadas
pelos seguintes procedimentos:
A queda de tensão percentual era, portanto:
• Momento Elétrico (ME)
onde:
As tabelas 3.8 e 3.9 a seguir apresentam os valores de queda de tensão em V/A.km, para condutores de cobre
com isolamento em PVC/70 oC.
3.2.6. Exemplos dos Cálculos de Queda de Tensão carregados”, o fio de 6 mm2 conduz 36 A.
A seguir está apresentado um exemplo para a b. Como o momento elétrico calculado (1.250 A.m) é
utilização das tabelas para o cálculo da queda de menor que o do condutor utilizado (1.648 A.m), a
tensão percentual, utilizando os dois métodos – queda de tensão será menor.
Momento Elétrico (ME) e o de Queda de Tensão V/A.
km: Para determinar o valor percentual da queda de
tensão, basta fazer um cálculo com a regra de três:
a. Determinar a bitola dos condutores em eletrodutos
a serem ligados a uma carga trifásica situada a 50 ME do condutor 1.648 A.m U% = 4%
m de distância e cuja corrente é de 25 A. A tensão
do circuito é 220 V e a queda de tensão não pode ME calculado 1.250 A.m U1%
ultrapassar a 4%; =?
b. Determinar a queda de tensão percentual com a
utilização do cabo calculado no subitem a). U1% = 1.250x 4 = 3%
1.648
Serão calculados os valores de queda de tensão
desse problema pelo método do Momento Elétrico 1. Queda de Tensão em V/A.km
(ME) e de Queda de Tensão em V/A.km.
Pela tabela 3.3, “Capacidade de Condução de Corrente”
1. Momento Elétricos (ME): – Eletroduto Embutido – coluna “3 Condutores
Carregados”, o fio 6 mm2 conduz 36 Ampères, portanto
a. O Momento Elétrico (ME) neste caso é: adequado em termos de capacidade de condução de
corrente para esse circuito.
25 A x 50 m = 1.250 A.m
Pela tabela 3.8, “Eletroduto de Material Não
Consultando a tabela 3.6, página 74, de “Eletroduto Magnético”, tem-se que o fio de 6 mm2, para o circuito
de Material não Magnético”, na coluna referente a trifásico, tem 6,14 V/A.km.
circuitos trifásicos, 220 V e 4% de queda de tensão,
tem-se: Transformando 50 metros em quilômetros =
Fio de 4 mm2 - Momento elétrico = 1.127 A.m 50 metros / 1000 metros= 0,05 km
Fio de 6 mm2 - Momento elétrico = 1.648 A.m
ME = A x m
ME = 50,2 A x 6 m = 301 A.m (Ampère x metro)
Como foi visto no subitem 3.3.2, “deverá sempre Uma carga trifásica de 16 kW, 220 V, deve ser ligada
ser adotado o resultado que levar ao condutor de a partir do QDC e está situada a 10 m de distância
maior seção (mm2)”. Assim, para o dimensionamento deste. A fiação deverá ser instalada em um eletroduto
dos condutores de um circuito, deve ser determinada não metálico aparente. Dimensionar os condutores.
a corrente (A) que circulará pelo mesmo e o seu ∆U máxima admissível é de 2%.
Momento Elétrico (ME) (A.m). Consultando as tabelas
de “Capacidade de Condução Corrente” e a de Carga: 16 kW = 16.000 W
“Momentos Elétricos” e o subitem 3.3.1, escolhe-se a
seção (mm2) do condutor que deverá ser utilizado. Cálculo da corrente:
Consultando a tabela 3.6, página 74, “Momento 01.( ) A soma das potências nominais dos
Elétrico – Eletrodutos de Materiais Não Metálicos” para equipamentos instalados é conhecida por
o momento elétrico de 420 A.m (queda de tensão de carga instalada.
2% trifásico), verificamos que o fio indicado é o de 4 02.( ) Consumidor é qualquer pessoa física ou
mm2. jurídica que solicite a ligação à concessionária
e se disponha aos pré-requisitos legais.
Entretanto, pela tabela 3.3, página 68, “Capacidade 03.( ) Dentre os materiais condutores, destacam-se
de Condução de Corrente”, a corrente máxima o alumínio, o cobre e a prata, sendo o cobre
admissível para o fio de 4,0 mm2 instalado em o mais utilizado em instalações residenciais.
eletroduto é de 28 A. Para a corrente calculada de 42 04.( ) A NBR 5410 determina que sejam utilizados
A, deveremos utilizar o fio de 10 mm2, cuja corrente nos circuitos elétricos os cabos de alumínio já
máxima admissível é de 50 A. que são mais leves e mais baratos.
05.( ) Quando o cabo não possuir capa protetora, é
Usando esse condutor de 10 mm2 (2%, trifásico, chamado de condutor “Nu”.
o ME= 1.332 A.m), a queda de tensão percentual no 06.( ) Por norma, a seção mínima de condução de
ramal será: corrente para circuitos de iluminação é de 2,5
mm² e pra tomadas de uso geral é de 4 mm².
ME do condutor 10 mm2 é 1.332 A.m U% = 07.( ) Num circuito onde a corrente calculada é de
2% 29 Ampéres e o esquema de ligação é a dois
ME calculado é 420 A.m U1% = ? condutores, a bitola a ser utilizada será de 4
mm².
U1% = 420 x 2 = 0,63 % 08.( ) A NBR 5410 estipula que a queda de
1.332 tensão percentual para instalações elétricas
residenciais é de 6% no caso de ligações de
Resposta: Fio 10 mm2. baixa tensão, sendo que 4% são tolerados a
partir do quadro de distribuição.
Ideias-chave 09.( ) O calculo do momento elétrico depende
diretamente da distância percorrida pela
Condutores, Seção, Momento, Queda de Tensão, corrente elétrica.
Dimensionamento, limite, Condução de Eletricidade, 10.( ) Para seção Fase compreendida entre 16 e 35
Metais. mm², deve-se utilizar o conduto proteção com
seção de 16 mm².
Recapitulando
C. Leia atentamente as alternativas a seguir e
Nesta unidade, foram demonstradas considerações marque a opção correta.
básicas sobre condutores, tais como seções mínimas
para utilização sob uma determinada corrente. a. Os cabos de alumínio são utilizados nas linhas
Ainda foi explicada a função exercida pelos metais de transmissão devido a seu custo inferior e peso
na condutividade elétrica e como o comprimento do baixo, se comparado aos demais. Porém sua
condutor influencia no transporte desses elétrons. capacidade de condução é bem inferior ao cobre.
b. O condutor neutro deverá ser instalado com
Vimos as diferenças entre cabos e fios como a mesma seção da fase quando a mesma for
condutores elétricos além de termos contato com as instalada em circuito monofásico ligado a dois fios.
tabelas práticas de norma para o dimensionamento da c. A distância percorrida pela corrente elétrica é um
fiação de nosso projeto, tais como o limite de condução fator determinante quanto à perda de carga do
de corrente de cada. circuito.
d. Todas as afirmativas anteriores (a,b,c) estão
Vimos como a queda de tensão é prejudicial e como erradas.
pode ser evitada em determinados casos. e. Todas as afirmativas anteriores (a,b,c) estão
corretas.
Para fixar o conteúdo:
UNIDADE IV
PROTEÇÃO E SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Uma instalação elétrica interna está sujeita a equipamento elétrico, deverá ser lido com atenção o
defeitos e acidentes de diversas naturezas, sendo, manual desse equipamento. Caso esse equipamento
portanto, necessária a existência de um sistema de necessite de uma proteção complementar além das
proteção e segurança adequados, a fim de evitar exigidas na Norma vigente NBR 5410/97, deve ser
maiores danos. feita essa proteção, conforme estipulado no manual do
equipamento.
A instalação elétrica deverá ser executada de
acordo com Normas e materiais adequados e de 1. Isolação, Classe e Graus de Proteção
qualidade.
A isolação de um equipamento elétrico é formada
É inadmissível deixar de utilizar dispositivos de por materiais que isolam eletricamente o equipamento.
proteção, materiais de qualidade e os procedimentos
estabelecidos em Normas, necessários para diminuir É importante ressaltar que a isolação dos
os custos (R$) de uma instalação elétrica. Isso poderá equipamentos/componentes elétricos é de suma
ficar muito mais caro no futuro. Quanto mais se importância na proteção contra os choques elétricos,
investir, maiores serão a proteção e a segurança de tanto pelo contato indireto, como pelo contato direto
uma instalação elétrica interna. (ver subitem 4.2, página 85) com esses equipamentos.
Todo aterramento elétrico tem um valor de pessoas costumam colocar um adaptador que elimina
resistência (ohms). O valor da resistência do o pino de aterramento. Isto não deve ser feito porque
aterramento é muito importante. Quanto menor o valor o aterramento, como foi dito anteriormente, evita que
melhor, pois aumenta a segurança – a corrente elétrica as pessoas venham a se acidentar quando utilizar o
de falta escoa para a terra com mais facilidade. Para aparelho.
isso, devem-se seguir os procedimentos sobre os
aterramentos nas Normas vigentes da CEMIG, bem 4. Condutor de Proteção (PE)
como a Norma vigente NBR 5410.
A isolação do condutor de proteção (PE) deverá ser
O aterramento de equipamentos elétricos de uma na cor verde-amarela ou verde. O condutor de proteção
instalação elétrica consiste na ligação a terra, através (PE) para o caso das instalações elétricas residenciais
dos condutores de proteção (PE), de todas as massas será considerado, neste Manual, como um condutor
metálicas (chuveiros elétricos, carcaças de motores, que será aterrado junto ao “Padrão de Entrada” para
caixas metálicas, equipamentos, QDC, etc.) e das o fornecimento de energia elétrica, de acordo com os
tomadas de uso geral. procedimentos estabelecidos nas Normas vigentes
da CEMIG ND 5.1 “Fornecimento de Energia Elétrica
Alguns aparelhos elétricos têm um plugue de tomada em Tensão Secundária – Rede de Distribuição Aérea
com três pinos, sendo um apropriado para a conexão – Edificações Individuais”, a ND 5.2“Fornecimento de
do aterramento desse aparelho. Erroneamente as Energia Elétrica em Tensão Secundária – Rede de
6. Curto-Circuito
Na segunda figura, a corrente que circulava pelas duas lâmpadas colocadas em série passa a circular somente pela
segunda lâmpada, como indicam as setas.
Em ambos os casos, a corrente passou a circular pelo caminho de menor resistência elétrica.
A corrente de um circuito é determinada pela expressão I = U / R. Assim, a corrente de curto-circuito tem o seu valor
limitado pela resistência elétrica do circuito por onde ela passa (resistência dos condutores, resistência dos contatos
e das conexões, etc.).
a. Disparador térmico contra sobrecargas – consiste em uma lâmina bimetálica (dois metais de coeficientes de
dilatação diferentes) que, ao ser percorrida por uma corrente acima de sua calibragem, aquece e entorta, acionando
o acelerador de disparo que desliga o disjuntor.
b. Disparador magnético contra curtos-circuitos – é formado por uma bobina (tubular ou espiralada) intercalada
ao circuito que, ao ser percorrida por uma corrente de curto-circuito, cria um campo magnético que atrai a armadura,
desligando instantaneamente o disjuntor.
----------
b. Interruptores Diferenciais Residuais – IDR: são Para verificar se o dispositivo DDR e/ou IDR está
dispositivos que têm o objetivo somente de proteger instalado e em perfeito funcionamento, acione o botão
contra as fugas de corrente, choques elétricos, etc. “teste”.
Como não possuem disjuntores acoplados, não
protegem contra sobrecorrentes. Nesse caso, é • Se o DR desligar, significa que ele e a instalação
necessária a utilização de disjuntores em série para estão em perfeita condição de uso.
completar a proteção. • Se o DR não desligar, significa que algo está
errado: ele pode estar com defeito, instalado
incorretamente, etc. Nesse caso, deve-se procurar
identificar o defeito.
Observação: O IDR tem uma dimensão menor, se comparado com o DDR. Dependendo da situação, poderá ser
mais vantajosa a sua utilização. Os DR ocupam normalmente no QDC um espaço de três disjuntores, ou de um
disjuntor tripolar (DR com sensibilidade 30 mA). Existem disjuntores diferenciais residuais que ocupam um espaço
de 5 disjuntores.
Recapitulando
UNIDADE V
PROJETO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
1. Planejamento de uma Instalação Elétrica comandar equipamentos à distância, interligação entre
computadores, sistemas de automação, etc. Para
Para executar corretamente qualquer tipo de execução desses circuitos, deverão ser consultadas
trabalho, deverá ser feito um planejamento: o que fazer as Normas e os procedimentos dos concessionários/
e como deverá ser feito. Com isso, o trabalho terá uma empresas de serviços e/ou dos fabricantes dos
melhor qualidade: menor custo e tempo de execução, equipamentos/aparelhos. Esses circuitos deverão ser
mais eficiência e segurança. projetados e instalados com fiação/tubulação diferentes/
separados dos demais circuitos elétricos da residência.
O planejamento de uma instalação elétrica
residencial deverá ter como base os seguintes passos: Sistemas de automação: trata-se de um recurso
sofisticado que proporciona bastante conforto,
• Utilizar todo o Projeto Arquitetônico da residência, segurança e proteção. A partir de uma “central de
com o endereço completo do imóvel e nome do controle” e de pontos de comando instalados em
proprietário; diversos locais da residência, pode-se comandar
• Analisar todo o Projeto Arquitetônico da residência, à distância: toda a iluminação da residência, os
com as respectivas dimensões, tipos e as equipamentos de som e vídeo, os condicionadores de
disposições dos cômodos; ar, aquecimento de água, telefones, computadores,
• Quais e quantos serão os aparelhos e equipamentos portão eletrônico, etc. Esse sistema exige um projeto
elétricos que haverá na residência. O proprietário específico para esse fim, por uma pessoa ou firma
deverá fornecer essas informações. especializada.
• A localização dos móveis e utensílios (“Lay-out”).
A partir daí, a localização de tomadas, iluminação, NOTA: Os circuitos não elétricos mencionados neste
interruptores, equipamentos elétricos, QDC, etc. subitem podem não ser projetados/elaborados/
Caberá ao Projetista orientar e tirar as dúvidas do executados pela mesma pessoa que vai elaborar o
proprietário sobre as partes elétricas da residência. Projeto Elétrico. Mas o planejamento deles deverá ser
É importante o uso de uma linguagem bastante feito em conjunto com o Projeto Elétrico da residência.
clara, para que o proprietário entenda e não tenha
dúvidas. Deve-se evitar o uso de termos técnicos E LEMBRE-SE: O Projeto Elétrico deverá ser
ao dar as explicações; elaborado antes de iniciar a construção civil da
• O dimensionamento da instalação elétrica: carga residência e deverá ser feito juntamente com outros
de iluminação, tomadas de uso geral e tomadas projetos de circuitos não elétricos (mencionados
de uso específico, etc., traçado dos eletrodutos, anteriormente). Com isso, os projetistas de cada área
condutores, separação dos circuitos elétricos, poderão otimizar os projetos, sanando as dúvidas
especificação técnica dos materiais elétricos a existentes e, consequentemente, reduzindo os custos
serem utilizados – elaboração do Projeto Elétrico; e tempos.
• Tensão e número de fases dos circuitos elétricos:
normalmente os aparelhos elétricos são fabricados Em cada etapa de construção da residência, deverá
para serem ligados e funcionarem em 127 Volts ser executada uma parte de cada projeto.
ou então em 220 Volts. São poucos os aparelhos
elétricos fabricados que podem ser ligados e Uma instalação elétrica interna deverá funcionar
funcionar tanto em 127 Volts ou 220 Volts (ou perfeitamente, atendendo todas as necessidades para
outros valores de tensão). Esses aparelhos são as quais foi projetada/especificada, proporcionando
conhecidos normalmente como “bi-volt”. Por isso, conforto e segurança aos usuários.
é sempre importante ler com atenção o Manual do
aparelho elétrico que será utilizado para estabelecer 2. Traçado do Projeto Elétrico
a tensão e o número de fases do circuito elétrico.
• Circuitos não elétricos, como, por exemplo: para O projeto de uma instalação elétrica deverá seguir
ligar uma televisão, além da tomada de uso geral, certos requisitos para facilitar seu entendimento.
deverá haver a ligação da antena de TV a cabo ou
de via Satélite ou uma antena externa comum. Um É necessário traçar um diagrama com a disposição
computador normalmente necessita de uma ligação física dos elementos/componentes da instalação
de um telefone, para funcionar a Internet, etc. elétrica. Nesse diagrama, deverão ser anotados todos
os detalhes necessários para a perfeita execução
Esses circuitos não elétricos ainda podem ser: do Projeto Elétrico, utilizando-se dos símbolos e
de telefone e/ou fax, de proteção contra roubos, convenções.
assaltos e vandalismos, de controle que possibilitam
O Projeto Elétrico é elaborado a partir de desenhos Os desenhos da “planta baixa” devem ser feitos
da “planta baixa” de uma residência. As “plantas baixas” em escalas. Essas escalas podem ser 1:100 (leia-
deverão conter o endereço completo do imóvel, bem se um para cem), 1:75, 1:50, etc. As pessoas estão
como as informações do Projetista. acostumadas com a escala 1:100 – uma régua comum,
em centímetros (cm), que é utilizada para desenhar e
1. Nessa “planta baixa”, deverá haver: a localização fazer medições em um papel.
da casa no terreno, bem como a disposição dos
cômodos, com os nomes e suas dimensões, e a
orientação da casa em relação à rua.
Fonte: Cemig
Fonte: Cemig
Fonte: Cemig
2. A partir do perímetro, calcular o número mínimo 6. A partir dessa soma das cargas, elaborar a divisão
de tomadas de uso geral para cada. A disposição dos circuitos elétricos.
delas deverá ser de acordo com a “planta baixa” que
contenha os móveis e utensílios e equipamentos
elétricos. É importante salientar que o proprietário E lembre-se: Um Projeto Elétrico deverá
poderá desejar um número maior de tomadas além do proporcionar: alternativas criativas, conforto, beleza,
calculado. Por isso, é importante conversar com ele; qualidade, segurança, proteção, economia, menor
tempo de conclusão, etc., em uma residência.
3. A carga das tomadas de uso específico deverá
ser de acordo com a potência de cada equipamento POTÊNCIA ELÉTRICA MÉDIA (WATTS) DE
elétrico. Por exemplo, a carga de um chuveiro elétrico APARELHOS ELÉTRICOS
Fonte: Cemig
Fonte: Cemig
• Pontos de Iluminação;
• Interruptores (diversos tipos);
• Tomadas de Uso Geral;
• Tomadas de Uso Específico;
• A seção dos condutores;
• O diâmetro dos eletrodutos;
• QDC;
• Identificação dos Circuitos Elétricos e dos
condutores, etc.;
• Legenda, identificando o Projetista, endereço da
obra, etc.
Observações:
Usar a simbologia;
• Simbologia utilizada;
• Condutores não cotados correspondem a: # 2,5
mm2;
• Eletrodutos não cotados correspondem a: Ø 16
mm.
Fonte: Cemig
O diâmetro externo mínimo do eletroduto utilizado casos de modificações dos condutores nos eletrodutos.
em instalações elétricas internas deverá ser de 16 mm.
A expressão matemática a seguir permite calcular
A quantidade de condutores que podem ser o diâmetro do eletroduto a ser utilizado.
enfiados em um eletroduto depende do tipo de condutor
(diâmetro externo) e do diâmetro interno do eletroduto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Rio de
Janeiro, 2005. 217 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5413: Iluminação de Interiores. Rio de Janeiro, 1992.
13 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5444: Símbolos Elétricos. Rio de Janeiro, 1989. 9 p.
CEMIG. Manual de Distribuição - ND-5.1 - Instalações Básicas de Redes de Distribuição Aéreas Urbanas (versão de
março de 2002).
CEMIG. Manual de Distribuição - ND-5.2 - Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão Secundária - Rede de
Distribuição Aérea - Edificações Individuais (versão de dezembro de 2008).
CEMIG. Manual de Distribuição - ND-5.5 - Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão Secundária - Rede de
Distribuição Subterrânea (versão de abril de 1993).
ANEEL. Resolução 414 de 09-09-2010 - Resolução que dispõe sobre as condições gerais de fornecimento a serem
observadas na prestação e utilização do serviço de energia elétrica.
ANEEL. Resolução 479 de 03-04-2012 - Altera alguns artigos da Resolução Normativa nº 414, de 9de setembro de
2010, que estabelece as Condições Gerais de Fornecimento de Energia Elétrica.
CREDER, Hélio. Instalações Elétricas. 13º Ed. Rio de Janeiro LTC 1999.
LIMA Fº, Domingos Leite. Projeto de Instalações Elétricas Prediais. 6º Ed. Erika.