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COMANDOS ELÉTRICOS
Curso Técnico de
MECÂNICA
• Teoria, exercícios e projetos • Guias de simulação e de aulas práticas
MINAS GERAIS
Departamento de
Engenharia de Materiais
Campus Nova Suíça – Belo Horizonte
Fontes:
Nome
Maiúsculas Minúsculas Prefixos SI*
Clássico
A Alfa
Fator Prefixo Símbolo
B Beta
Gamma 10-3 mili m
Delta 10-6 micro
E Epsilon
Z Zeta 10-9 nano n
H Eta 10-12 pico p
Theta
103 quilo k
I Iota
K Kappa 106 mega M
Lambda
109 giga G
M Mu
N Nu 1012 tera T
Xi (ksi)
* SI: Sistema Internacional de Unidades
O Omicrón
Pi É um conjunto sistematizado e padronizado de definições para
unidades de medida, utilizado em quase todo o mundo
P Rho moderno, que visa a uniformizar e facilitar as medições e as
Sigma relações internacionais daí decorrentes.
T Tau Curiosidades:
Y Upsilón
(1) No mundo, 203 nações adotam o SI. Os Estados Unidos são uma
Phi das exceções.
X Chi (2) O símbolo da unidade não admite plural, não sendo seguido do
uso da letra “s”.
Psi Para escrever 10 metros, o correto é 10 m e não 10 ms.
Para escrever 5 quilogramas, o correto é 5 kg e não 5 kgs.
Ômega
1.1 – Introdução.................................................................................................................................10
2.1 – Introdução.................................................................................................................................41
3.1 – Introdução.................................................................................................................................62
4.1 – Introdução.................................................................................................................................71
4.1.2 – Sobrecarga ........................................................................................................................71
4.1.2 – Curto-circuito ....................................................................................................................71
4.4 – Disjuntores................................................................................................................................84
4.4.1 – Aspectos construtivos de um disjuntor e simbologia ...........................................................85
5.1 – Introdução.................................................................................................................................91
5.5 – Sinalizadores.............................................................................................................................96
5.5.1 – Sinalizadores luminosos .....................................................................................................97
5.5.2 – Sinalizadores sonoros ........................................................................................................97
7.5 – Partida do motor monofásico com reversão temporizada em 127 V.......................................... 114
Apêndice I – Analogia entre circuitos lógicos e circuitos de comando elétrico ................................ 139
Aula Prática 1 − Comando do Motor de Indução Trifásico – Partida Direta .................................. 145
Aula Prática 2 − Partida de um MIT com Comando Direto e Intermitente .................................... 147
Aula Prática 5 − Partida do Motor Monofásico em 127 V com Reversão Temporizada ................. 154
Aula Prática 7 − Chave de partida para o comando de um Portão de Garagem ............................. 161
1.1 – Introdução
Núcleo: contêm
prótons e nêutrons
p
n
p Prótons
n Nêutrons
Elétrons
Figura 1.1 – Modelo atômico de Bohr.
As partículas que constituem os átomos possuem as propriedades: massa e carga elétrica. O próton e
o nêutron possuem massa de aproximadamente 1,7 10-27 kg e a massa do elétron é cerca de 1840 vezes
menor (9,1 10-31 kg).
O valor numérico da carga elétrica do próton e do elétron corresponde à menor carga elétrica possível
de se encontrar, denominada carga elétrica elementar (e). Isto constitui uma propriedade da carga elétrica,
Q = n.e (1.1)
A unidade de carga elétrica, de acordo com o Sistema Internacional de unidades (S.I.) é o Coulomb
(C), em homenagem ao engenheiro e físico francês Charles de Coulomb (1736-1806). O valor numérico
(módulo) da carga elementar (e) vale:
e = 1,6 10-19 C
Da carga elétrica elementar, 1 C vale 1/e = 6,25 x 1018 elétrons. A carga elétrica do próton é positiva dada
por + e = + 1,6 10-19 C e a do elétron, negativa, − e = − 1,6 10-19 C.
Todos os tipos de átomos, em seu estado natural, possuem carga elétrica total nula, ou seja, o número
de prótons é igual ao número de elétrons. A quantidade de carga elétrica de um corpo é a diferença entre o
número de prótons e o número de elétrons do mesmo. A carga de um coulomb negativo, − Q, significa que
o corpo contém uma carga de 6,25 1018 mais elétrons do que prótons.
“Cargas iguais se repelem, e opostas se atraem”. Na Figura 1.2 vemos uma carga positiva (+),
próxima a uma outra carga positiva (+). Nesta situação estas cargas irão se repelir. No caso de cargas de
sinais opostos, suficientemente próximas uma da outra, haverá uma força de atração atuando sobre elas.
A carga elétrica possui uma característica fundamental, que é a sua capacidade de exercer uma força,
presente no campo eletrostático ou campo elétrico que envolve cada corpo carregado. A Figura 1.3 ilustra
a convenção do Eletromagnetismo sobre o sentido das linhas de campo elétrico:
Qp
p
Sejam duas partículas eletrizadas, q e Q (Figura 1.5). A força de interação que ocorre entre ambas é
explicada pela Lei de Coulomb, devida ao cientista francês Charles Augustin de Coulomb (1736-1806).
r1 r2
FQ-q Fq-Q
+q +Q
FQ-q Fq-Q
+q -Q
r
Figura 1.5 – Força elétrica entre duas cargas q e Q: repulsão e atração.
Uma partícula com carga q = Q1, no ponto r1, exerce sobre uma partícula com carga Q = Q2,
no ponto r2 e em repouso em relação à primeira, uma força F, dada em módulo por:
k = k0/ (1.3)
Devido à força do seu campo eletrostático, uma carga elétrica é capaz de realizar trabalho ao
deslocar uma outra carga por atração ou repulsão (veja a Figura 1.6). À capacidade de uma carga realizar
trabalho damos no nome de potencial elétrico.
Seja uma carga de prova positiva "q", no interior de um campo elétrico (Figura 1.7), que se move do
ponto A até o ponto B, sob a ação da força elétrica ⃗F. Esta força elétrica realiza um trabalho WAB em joules
[J] sobre a carga, para deslocá-la do ponto A para o ponto B.
F
Q +
A q B
Figura 1.7 – Carga de prova q no interior de um campo elétrico.
A diferença de potencial (ddp) entre os pontos A e B (VAB) é definida pela razão entre o trabalho
(WAB) realizado pela força elétrica ⃗F e a carga (q) transportada do ponto A para o ponto B, em (1.4).
𝑊AB
𝑉AB = V𝐴 − 𝑉𝐵 = 𝑞
[J/C] 𝑜𝑢 [𝑉] (1.4)
A sua unidade fundamental é o volt (V). A diferença de potencial é chamada de tensão elétrica
(alguns usam inadequadamente a expressão voltagem) e indica a capacidade de realizar trabalho ao se forçar
os elétrons a se deslocarem de um ponto a outro. As fontes de tensão podem ser: fonte CC (fonte de tensão
contínua) e fonte CA (fonte de corrente alternada).
1
O Âmbar é um tipo de resina fóssil.
Escrevendo a equação (1.5) de outra forma, obtém-se (1.6). A carga difere da corrente, pois Q
representa um acúmulo de carga, enquanto I mede a intensidade das cargas em movimento.
Q = I.t (1.6)
Exemplo 1.1 − Considere uma corrente elétrica de 2 A através de um medidor (amperímetro), durante 1
minuto (Figura 1.9).
A Chave (S1)
Solução:
L1
Fonte CC
Sendo dados I = 2 A e t = 60 s, por (1.6) 12 V
calcula-se a carga por Q = I t.
i(t)
Exemplo 1.2 − A corrente elétrica, dependendo da fonte de
tensão, pode ter os formatos contínuo (CC, de corrente i1 I2
contínua) e alternado (CA, de corrente alternada), como
mostra a Figura 1.10. 0
A corrente i1 ou i1(t) é senoidal, escrita com letra t
minúscula, indicando que varia em função do tempo. Para a
corrente contínua I2 é utilizada i em maiúscula. Esta corrente
(neste caso, constante) possui somente uma polaridade (não Figura 1.10 – Corrente elétrica: formatos
possui valores negativos, como a corrente CA i1). alternado (i1) e contínuo (I2).
Em um condutor, como um fio de cobre (Figura 1.11), os elétrons livres podem ser deslocados com
relativa facilidade ao ser aplicado aos seus terminais uma ddp em volts. A tensão aplicada (1,5 V por
exemplo) fará com que os elétrons livres se desloquem. Essa corrente consiste num movimento dos elétrons
a partir do ponto de carga negativa, − Q, numa das extremidades do fio, seguindo através do fio, e voltando
para a carga positiva, + Q, na outra extremidade.
Fluxo de
elétrons (real)
-Q +Q
Fluxo de
convencional
elétrons livres em movimento
+
Bateria
Figura 1.11 – A ddp aplicada às extremidades de um fio condutor produz a corrente elétrica.
O sentido do movimento dos elétrons é de um ponto de potencial negativo para um ponto de potencial
positivo. A seta contínua na Figura 1.11 indica o sentido da corrente em função do fluxo de elétrons (fluxo
real). O sentido oposto ao fluxo de elétrons, é denominado fluxo convencional, indicado pela seta tracejada.
Em eletricidade, os circuitos são geralmente analisados em termos da corrente convencional.
Condutores de eletricidade
Materiais isolantes
O que é um isolante?
Ao contrário dos condutores, existem sólidos nos quais os elétrons estão firmemente ligados aos
respectivos átomos, isto é, estas substâncias não possuem elétrons livres (ou o número de elétrons livres é
relativamente pequeno). Portanto, não será possível o deslocamento de carga elétrica através destes corpos,
que são denominados isolantes elétricos ou dielétricos. A porcelana, a borracha, o vidro, o plástico, o papel,
a madeira etc. são exemplos típicos de substâncias isolantes.
Materiais semicondutores
Exemplo 1.3 − Medição de tensão elétrica. O voltímetro é o aparelho ou instrumento utilizado para medir
a diferença de potencial ou tensão em um circuito elétrico. Utilizamos a função de voltímetro em um
instrumento denominado de multímetro, o qual pode ser analógico (Figura 1.13a) ou digital (Figura 1.13b).
A resistência do interna do voltímetro deve ser alta o suficiente, para que não ocorram erros significativos
na medição.
Display do
Multímetro
digital
Ajuste de
funções
Bornes:
encaixe das
pontas de
prova
(a) (b)
Figura 1.13 – (a) Multímetro analógico e escalas2. (b) Multímetro digital (Catálogo MINIPA Electric , 2018).
2
Disponível em: https://www.eletropecas.com/_uploads/ProdutoDownload/produto_9.pdf.
COMANDOS ELÉTRICOS – Ed. 2022 16 Curso Técnico de MECÂNICA
1.6.2 – Tensão elétrica em corrente alternada (CA)
A energia elétrica, pode-se dizer, é uma das formas de energia que move a vida moderna. Diversos
equipamentos a utilizam, como telefones celulares, eletrodomésticos, equipamentos industriais, indústria
automotiva etc. No Brasil ela é produzida em grande parte nas usinas hidrelétricas (UHE) – Figura 1.14a,
onde ocorre a conversão de energia mecânica em elétrica. É produzido um sinal de corrente alternada (CA)
pela rotação do eixo de um gerador trifásico, através de uma turbina acionada pela força da água (ver a
Figura 1.14b).
(a) (b)
Figura 1.14 – (a) Aspecto de uma Usina Hidrelétrica (UHE) – vista de perfil. (b) Esquema de barragem de UHE com
destaque para a turbina. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Hydroelectric_dam_portuguese.PNG
Deste gerador, a energia cinética convertida em energia elétrica é enviada através de condutores ao
seu destino, através das linhas de transmissão (LT). A energia elétrica é entregue das LT às subestações de
distribuição e, a partir daí, aos consumidores.
Outras formas de se obter energia elétrica estão ilustradas na Figura 1.15, como a energia eólica
(força dos ventos para tocar o eixo do gerador) e energia solar. No Brasil encontramos também usinas de
energia nuclear, que utilizam materiais radioativos como o Urânio para produzir eletricidade. Destes
materiais se obtêm calor através de uma reação nuclear. As usinas de energia nuclear brasileiras estão
localizadas em Angra dos Reis (Angra I e Angra II), com potencial de geração de 2 mil MW.
A Figura 1.16 mostra um zoom sobre a operação de uma turbina hidráulica. Note-se que o seu eixo
é que aciona o gerador de energia elétrica. No Brasil, estas turbinas são utilizadas nas usinas hidrelétricas
Figura 1.16 – Esquema de uma turbina que Figura 1.17 – Instalação da unidade geradora 1, da UHE
aciona um gerador de uma UHE3. Estreito. Fonte: http://www.pnegrao.com.br/2010/12/montagem-
da-primeira-unidade-geradora.html.
Gerador elementar
A Figura 1.18 apresenta o esquema de um gerador elementar de uma espira, submetida à ação de um fluxo
magnético, interno à região entre os polos norte e sul de um ímã. Com a rotação desta espira, através de alguma
forma de energia mecânica (turbina, por exemplo), obtém-se um sinal alternado e senoidal nos seus anéis
coletores.
Numa definição simples, uma espira constitui um tipo de circuito elétrico, com aplicações na
produção de campo magnético e eletricidade. É um componente encontrado em geradores de energia
elétrica, motores elétricos, transformadores e indutores, dentre outros.
Na Figura 1.19a tem-se o aspecto construtivo de uma bobina de comprimento l com N espiras
(aspecto prático, ver a Figura 1.19b). A Figura 1.20 mostra a aplicação de uma bobina em um disjuntor,
dispositivo de proteção utilizado em instalações elétricas residenciais, comerciais e industriais.
3
Fonte: http://www.eletrica.ufpr.br/~jean/Eletrotecnica/Material_Didatico/Aula03_Sistemas_Trifasicos.ppt
2a 2r
d
(a) (b)
Figura 1.19 – (a) Indutor ou bobina de comprimento l formado por N espiras. (b) Aspecto de uma bobina.
Bobina
O gerador elementar visto na Figura 1.18 contém um condutor (na prática uma bobina), o qual é
girado por uma turbina a vapor ou qualquer outra forma de energia mecânica. Tal rotação provoca uma
alteração contínua no fluxo magnético em torno do condutor e, em função disso, surge em seus terminais
uma tensão induzida sob forma senoidal, como será demonstrado a seguir.
A Figura 1.23a mostra uma espira inclinada por um ângulo alfa () em relação às linhas de campo
⃗ . Na Figura 1.23b, esta espira gira na região de campo magnético, o que
magnético, indicadas pelo vetor 𝐵
produz uma tensão senoidal nos terminais X e Y.
Reta normal
B à superfície
(a) (b)
Figura 1.23 – (a) Espira inclinada por um ângulo em relação às linhas do campo magnético. (b) Produção de
tensão senoidal. Disponível em: http://macao.communications.museum/images/exhibits/small/2_4_1_1_por.png
O fluxo magnético em uma espira como a da Figura 1.23a, está associado à quantidade de linhas de
indução magnética que atravessa a sua superfície, como representado em (1.7). Nesta equação, B é dado
em Tesla [T]; A é a área da espira, em m2 e é o ângulo determinado entre a reta normal à superfície e a
direção do vetor indução.
= B A cos (1.7)
“A f.e.m. em volts, induzida em um circuito é igual ao negativo da taxa de variação com que
o fluxo magnético através do circuito está mudando no tempo” (Michael Faraday, 1791-1867
– veja a Figura 1.24).
N
=− (1.8)
t
𝑑
𝑑𝑥
𝑐𝑜𝑠 𝑥 = − 𝑠𝑒𝑛 𝑥 (1.9)
Figura 1.24 − Michael Faraday.
𝑑(𝑐𝑜𝑠 𝛼 )
= −𝑁𝐵𝐴 ⋅ = −𝑘. (− 𝑠𝑒𝑛 𝛼 )
𝑑𝑡
= k sen (1.10)
Logo, teremos o valor máximo da tensão induzida max em = 90 graus (sen 90o = 1). O valor mínimo
(min) é obtido para o ângulo = 270 graus (sen 270o = − 1). A Figura 1.25 mostra a formação de uma
senóide de acordo com um giro completo de uma espira do gerador CA elementar.
Por (1.10), determina-se o valor da f.e.m. induzida nos instantes 1, 2, 3, 4 e 5. Nos instantes 1, 3 e 5,
a f.e.m. é nula, pois não há variação de fluxo magnético, ou seja, d/dt = 0. A variação máxima ocorre nos
intervalos entre os instantes 1 e 2 (variação max positiva), 2 e 3 (max negativa), 3 e 4 e 4 e 5. Pela Figura
1.26, pode-se acompanhar o ciclo completo da senóide formada pelo giro de um fasor, indicando no
diagrama um ciclo de 0 a 360 graus.
90o 1 ciclo
B
,
A B C D A
C
1800 0o
A
D
2700 v(t) ¼ volta ½ volta ¾ volta 1 volta ,
B B
, , ,,
C A C A
0
A /2
rad
3/2 2
rad
t
rad rad
,
D D
1 ciclo 1 ciclo
Figura 1.26 – Dois ciclos de tensão alternada gerados pela rotação de uma espira (GUSSOW, 2009).
Para um gerador de 2 polos (norte e sul), a rotação de uma bobina ao longo de 360º geométricos (ou
graus mecânicos) gera sempre 1 ciclo de 360º elétricos de tensão. Observe que, por exemplo, para um
ângulo de 90 graus, a tensão induzida na espira é máxima, pois = k sen = k sen 900 = max.
Os parâmetros desta equação serão apresentados a seguir, válidos para qualquer formato de forma de
onda CA: quadrada, triangular, dente-de-serra, etc. É bom recordar que, para estes parâmetros, utiliza-se o
eixo vertical dos gráficos para a representação de tensões e correntes, e o eixo horizontal para representar
o tempo.
Tela do osciloscópio
Figura 1.28 – Tela de um osciloscópio digital.
Fonte: https://www.equiposylaboratorio.com/userfiles/TEKTRONIXTDS1001.jpg
Período (T) - duração de um ciclo ou ainda o intervalo de tempo entre dois pontos da curva de mesma
situação (picos positivos ou negativos, p. ex.). É medido em segundos.
Frequência (f) – número de repetições ou ciclos por segundo. É medida em Hertz (Hz).
Equação: f = 1/T, logo, T = 1/f. Daí Hz = 1/s ou s-1. A frequência do sistema elétrico no Brasil é de 60 Hz;
em outros países se usa 50 Hz.
v(t) é o valor instantâneo da tensão, por exemplo, representado também por v (em minúsculo e itálico).
Vmax é o valor máximo (positivo ou negativo), também denominado amplitude ou tensão de pico.
Valor de pico-a-pico, Vpp: é a distância entre os valores máximo e mínimo. Matematicamente, para um
sinal simétrico como o da Figura 1.27, este parâmetro é dado por (1.12).
Exemplo 1.4 – Seja um sinal de tensão dado por v(t) = 10 sen (377t). Para t = 0 ms, tem-se o valor
instantâneo calculado por: v(10ms) = 10 sen (377 rad/s 0 ms) = 0 V.
Exercício – Seja a forma de onda senoidal da Figura 1.29, cuja função é v(t) = 8 sen (5t).
v(t)
Vmax
Time (ms)
Figura 1.29 – Forma de onda senoidal do Exemplo 1.2.
Convenção de sinais
x(t) x(t)
0 t 0 t
(a) (b)
Figura 1.30 – Função x(t) = Xmax sen (t ): (a) Ângulo de fase > 0. (b) Ângulo de fase < 0.
= t é um ângulo em rad, onde (teta) é uma letra grega – ver (1.13). Graficamente, é representado
no eixo horizontal, utilizado também para a variável tempo.
= t = (2/T).t (1.13)
= 2f (1.14)
O significado físico do valor eficaz para este sinal senoidal de tensão é extraído da análise da potência
elétrica fornecida a um mesmo resistor R, primeiro através de uma fonte de tensão contínua e depois de
uma fonte CA senoidal, como mostra a Figura 1.33. No primeiro circuito desta figura, a fonte é contínua,
com V1 = 127 V. Obtém-se: I1 = V1/R = 127/100 = 1,27 A.
No segundo circuito, o resistor R é alimentado por um sinal senoidal v2, ajustado para que o
amperímetro indique uma corrente eficaz de 1,27 A, a fim de que seja dissipada a mesma potência que no
primeiro circuito. Logo, P2 RMS = 127 VRMS 1,27 ARMS = 161,29 WRMS.
I1 I1 i2 i2
+ A -+ A - A A
V1 V1R R v2 v2 R R
100 100 100 100
Figura 1.33 – Circuitos para medição da potência RMS num resistor. Simulação com o software PSpice®.
iCA
ICC
S2
S1
v(t) V
Gerador CA Fonte CC
Figura 1.34 – Medição da energia dissipada por um resistor alimentado em CC e CA (BOYLESTAD, 2012).
Em resumo, podemos afirmar: o valor da tensão eficaz ou da corrente eficaz é o valor que produz
numa resistência o mesmo efeito que uma tensão/corrente contínua constante desse mesmo valor.
Observações:
A resistência elétrica (R) representa a medida da oposição ao movimento dos portadores de carga
(elétrons livres) quando se movimentarem através de um condutor. Assim, quanto maior a mobilidade dos
portadores de carga, menor será a resistência elétrica do condutor.
A simbologia utilizada para o resistor segue duas tendências para o resistor fixo (Tabela 1.2),
adotadas por organizações internacionais das áreas de engenharia elétrica, como IEC, NEMA e IEEE.
1) "retângulo" com terminais (1ª linha da tabela), é uma representação simbólica para os resistores
de valores fixos tanto na Europa como no Reino Unido, por exemplo e
2) representação em "linha quebrada" (zig-zag), usada nas Américas e no Japão.
R1
Resistor fixo
P1 R1 Resistor variável
(potenciômetro)
P1
A Figura 1.35a mostra o aspecto construtivo de um resistor de filme de carbono (de baixa potência)
e a Figura 1.35b um resistor variável. Obviamente os resistores diferem em tamanhos, em função de sua
potência elétrica e aplicação.
Cursor de ajuste
Terminal
Terminal Filmededecarvão
Filme carvão helicoidal
helicoidal
(tampa)
(tampa) Cobertura
Cobertura isolante
isolante
Terminal
Terminal (fio)
(fio)
Tubo cerâmico
Tubo cerâmico
(a) (b)
Figura 1.35 – (a) Aspecto de um resistor de filme de Carbono. (b) Resistor variável: trimpot (esq.) e reostato (dir.).
As funções de um resistor elétrico são: limitador de corrente; ajuste de sinais em circuitos de áudio:
controle de volume, equalização de som (Figura 1.36) e dissipador de energia (efeito joule), como ocorre
no chuveiro elétrico, por exemplo, onde a energia elétrica é convertida em energia térmica (Figura 1.37).
Os resistores não possuem polaridade, podendo ser conectados de qualquer forma em um circuito,
utilizando seus terminais. É, portanto, um componente bidirecional em corrente e tensão.
CHUVEIRO ELETRÔNICO
Chuveiro eletrônico
Resistência
Resistência
elétrica
elétrica Controle de
temperatura
Controle de
temperatura
Especificação do resistor
Por volta de 1800, Georg Simon Ohm (físico e matemático alemão, 1789-1854) pesquisou a relação
entre a tensão e a corrente em um circuito elétrico, como o da Figura 1.39, contendo uma fonte CC, um
resistor, um voltímetro e um amperímetro. Ohm descobriu que, num circuito em que a resistência não
variava com a temperatura, quando ocorria um aumento na tensão aplicada, a corrente variava em uma
proporção direta: a relação entre a tensão (V) e a corrente (I) se mostrava constante, como visto no gráfico
da Figura 1.40.
0,36
0,30
0,24
0,18
R = 100
0,12
0,06
6 12 18 24 30 36 V (volts)
Figura 1.39 – Circuito base utilizado por Georg Simon Figura 1.40 – Plotando a Lei de Ohm – inclinação
Ohm, de cuja análise surgiu a Lei de Ohm4. do gráfico i v (BOYLESTAD, 2003).
Na experiência de Ohm no circuito resistivo série como o da Figura 1.38, são tomadas as medidas da
tensão sobre o resistor R e a sua corrente elétrica. A fonte CC é ajustada de 0 a 36 V, de 6 em 6 V. Como
mostra o gráfico da Figura 1.39, a cada 6 V de variação na fonte é medida a corrente no circuito. O gráfico
mostra uma relação linear entre a tensão e a corrente medidas no resistor R, representada pela equação
(1.16).
V = k.I (1.16)
4
Disponível em: http://nzip.rsnz.org/es/applets/ohmslaw_files/Image-ohm2.jpg
i (A) v V
R= =
i I k = v/i
i
v
0 v (V)
Figura 1.41 – Curva característica i v.
Figura 27.
A inclinação k é a resistência R do circuito.
A relação constante entre a tensão e a corrente no resistor R é conhecida como Primeira Lei de Ohm,
reescrita como em (1.17).
v
R= (1.17)
i
Para cada ponto ou intervalo de pontos da reta no gráfico da Figura 1.40, as relações (1.16) e (1.17)
permitem encontrar o valor da resistência R em ohms.
O circuito da Figura 1.42a, na forma descritiva, é representado de forma esquemática na Figura 1.42b,
que é uma forma abreviada de se desenhar um circuito elétrico. O diagrama esquemático, portanto, é uma
representação padrão para se desenhar um circuito elétrico, que mostra, através de símbolos gráficos, as
ligações elétricas e as funções das diferentes partes de um circuito (GUSSOW, 2004).
(a) (b)
Figura 1.42 – Um circuito simples com lâmpada. (a) Diagrama descritivo. (b) Diagrama esquemático.
A partir de um diagrama esquemático efetua-se o projeto de uma placa de circuito impresso (PCI ou
PCB, de printed circuit board). Nesta placa são dispostos os componentes do circuito e as trilhas (ligações)
que os conectam.
As PCI ou circuitos impressos foram desenvolvidos para substituir as antigas estruturas para fixação
de componentes eletrônicos, denominadas de pontes de terminais.
O circuito impresso consiste de uma placa isolante de fenolite, fibra de vidro, fibra
de poliéster, filme de poliéster, filmes específicos à base de diversos polímeros, etc, que
possuem a superfície com uma, duas ou mais faces, revestida por fina película de cobre,
constituindo as trilhas condutoras, revestidas por ligas à base de ouro, níquel, estanho chumbo,
ou verniz orgânico, entre outras, que representam o circuito onde serão soldados e interligados
os componentes eletrônicos5
Em diversos equipamentos da tecnologia moderna são encontradas as PCI, como em TVs digitais,
aparelhos de telefonia celular, circuitos de automação etc. Nas Figuras 1.43a e 1.43b temos,
respectivamente, um exemplo de placa de circuito impresso e a sua versão correspondente em 3D.
(a)
(b)
(a) (b)
Figura 1.43 – (a) Exemplo de placa de circuito impresso. (b) Visão da placa em (a) em 3 dimensões (3D).
Disponível em: https://server.ibfriedrich.com/wiki/ibfwikien/index.php?title=3D_View
Na Tabela 1.3 são apresentados os principais símbolos gráficos padronizados para os componentes
elétricos mais comuns. As letras entre parêntesis identificam o tipo de componente − por exemplo,
5
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Circuito_impresso
Europeu
Americano
Tap
Capacitor eletrolítico (C, uso em CC) Capacitor (C, uso em CA) Gerador ou fonte de tensão CA (v)
+
~
Galvanômetro (G) Amperímetro (A) Voltímetro (V)
G A V
Lâmpada (L) Fusível (F) Diodo (D)
em desuso
mais usual
Exemplo 1.7 – A Figura 1.44 apresenta um circuito muito comum para o acionamento para uma lâmpada,
bastante utilizado em nossas residências (formatos descritivo e esquemático).
Retorno N (neutro)
N (neutro)
Neutro
L1
F (fase)
Fase
L1
R (condutor
F (fase)
de retorno)
S1 S2 S1 S2 S1
Neste circuito, a lâmpada pode ser acionada por dois interruptores paralelos, esquema este conhecido
como Three-Way. Observe os símbolos para os interruptores (S1 e S2) e a lâmpada (L). O interruptor Three-
Fase
Fase
S22
S
Neutro
Neutro Retorno
Retorno
LL1
1
SS11
Outra simbologia interessante, que não aparece na Tabela 1.3, diz respeito aos símbolos e cores dos
condutores utilizados em instalações elétricas prediais e residenciais, como ilustra a Figura 1.46. Uma
máquina de lavar monofásica, por exemplo, utiliza os cabos vermelho, azul e o verde-amarelo.
(a)
PRETO
VERDE E
VERMELHO AZUL
AMARELO
(mais CLARO
indicado)
Retorno (b)
Figura 1.46 – (a) Simbologia e (b) cores para os condutores FASE, NEUTRO, PROTEÇÃO (antigo
condutor de TERRA) e RETORNO, para uso em corrente alternada (CA). Fonte: Normas NBR 5410.
Nesta seção serão apresentados os circuitos série, paralelo e misto, com uma fonte de energia CC
alimentando resistores. O objetivo é a compreensão de como se comportam as grandezas tensão e corrente
elétricas e calcular os principais parâmetros de cada circuito.
O circuito série (Figura 1.47a, diagrama esquemático) é formado por dois ou mais resistores, ligados
um após o outro. A sua principal característica principal é que existe somente um percurso para a passagem
de corrente elétrica, ou seja, a corrente em todos os seus elementos/dispositivos é a mesma. O diagrama
descritivo correspondente ao esquemático é visto na Figura 1.47b. Neste circuito, o terminal negativo da
COMANDOS ELÉTRICOS – Ed. 2022 32 Curso Técnico de MECÂNICA
fonte CC está “aterrado”, ou seja, ligado ao potencial do terra (GND, de ground, em inglês), que possui o
potencial elétrico de referência de 0 V (zero volts).
V1 V2
+ - + - ...
R1 R2
+
E I Rn Vn
-
Um circuito série apresenta as propriedades: (1) a corrente em todos os resistores é a mesma e igual
à da fonte, de acordo com (1.18) e (2) a somatória das tensões dos resistores é igual à tensão da fonte – veja
em (1.19).
Aplicando-se a Lei de Ohm em cada resistor para (1.19), obtém-se (1.20). Nesta equação, se
dividimos todos os seus membros por I, obtemos (1.21). O fator E/I é o valor da resistência total ou
equivalente da associação série da 1.46, dado por Req em (1.22), para n resistores.
O circuito paralelo (Figura 1.48) é aquele onde dois ou mais dispositivos estão ligados à mesma fonte
de tensão. Observa-se neste caso que os três resistores estão ligados em paralelo entre si e com a bateria
+V. Os resistores R1, R2 e R3 formam ramos neste circuito, bem como a fonte de tensão V.
IT I1 I2 I3
+
V R1 R2 R3
RT
𝐼𝑇 = 𝐼1 + 𝐼2 + 𝐼3 (1.23)
𝑉 𝑉 𝑉 𝑉
= + + (1.24)
𝑅𝑇 𝑅1 𝑅2 𝑅3
1 1 1 1
= + + (1.25)
𝑅𝑇 𝑅1 𝑅2 𝑅3
1 1 1 1
= + +. . . + (1.26)
𝑅𝑇 𝑅1 𝑅2 𝑅𝑛
O circuito misto é aquele em que ocorrem as conexões série e paralelo simultaneamente. No circuito
da Figura 1.49, por exemplo, temos no primeiro circuito a fonte + V em série com R1 e esta combinação
em série com os resistores R2 e R3 (conectados em paralelo). Este circuito pode ser reduzido (veja o segundo
circuito) para que RT seja igual a RT = R1 + (R2 // R3), onde o símbolo // é utilizado para indicar conexão
em paralelo.
IT IT
R1 I1 I2 R1
+ +
V R2 R3 V R23
RT RT
Exemplo 1.8 − Encontre, para o circuito da Figura 1.50, a resistência equivalente e a corrente no resistor
R1. Todos os resistores são iguais a 1 k e a bateria Vcc = 12 V.
A B
R1 R3
+ R2
Vcc R4 R5
Em seguida, soma-se R45 com R3, e obtém-se R345 = 1,5 k. A resistência equivalente agora é dada
por R1 em série com a combinação em paralelo de R2 e R345.
𝑅2×𝑅345 1 k × 1,5 k
𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑅2 +𝑅345
→ 𝑅𝑒𝑞 = 1 k + 1 k + 1,5 k
= 1,6 k
𝑉cc 12
𝐼𝑇 = = = 7,5 mA.
𝑅eq 1,6 k
Uma razão importante para o cálculo de potência e energia num projeto de um sistema elétrico é o
fato de que todos os dispositivos reais apresentam limitações quanto à quantidade de potência que são
capazes de dissipar e, portanto, somente os cálculos de tensão e corrente não são suficientes para garantir
as suas corretas especificações (NILSSON e RIEDEL, 1999).
A potência significa a taxa de trabalho realizado ou o trabalho realizado por unidade de tempo. Para
a potência elétrica, a sua unidade no SI é o Watt [W], derivada da relação Joule [J] por segundo [s], definida
matematicamente por (1.27).
Δw
p= [W] (1.27)
Δt
dw
Com Δw e Δt → 0, p =
dt
onde o operador dw/dt é denominado derivada do trabalho em relação ao tempo, através do qual se
consegue encontrar a potência instantânea de uma função w(t), pois a derivada é uma reta tangente a um
ponto. Recordando as unidades de corrente e tensão vistas anteriormente e fazendo o produto da tensão pela
corrente (V I), resulta na potência elétrica, em (1.28).
Através de (1.28) e da Lei de Ohm, obtém-se a potência elétrica calculada por (1.29) e (1.30).
𝑗𝑜𝑢𝑙𝑒𝑠 𝐽 𝑐𝑜𝑢𝑙𝑜𝑚𝑏 𝐶
𝑉 = 𝑐𝑜𝑢𝑙𝑜𝑚𝑏 [𝐶 ] 𝑒 𝐼 = 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜 [ 𝑠 ]
𝑗𝑜𝑢𝑙𝑒𝑠 𝑐𝑜𝑢𝑙𝑜𝑚𝑏 𝐽
P = V × I = 𝑐𝑜𝑢𝑙𝑜𝑚𝑏 × = [𝑠 ] (1.28)
𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜
P = R × I2 (1.29)
P = V 2 ⁄R (1.30)
Esta unidade definida em (1.30) é redefinida de forma mais conveniente com o acréscimo do prefixo
k (igual a 103). Assim obtemos o kilowatt−hora (kWh), como em (1.32), adotada pelas concessionárias de
energia elétrica para tarifar o seu consumo. A Figura 1.51 mostra o aspecto de um medidor de energia
elétrica, muito conhecido no Brasil como “relógio de luz”.
watts × hora
𝑘𝑖𝑙𝑜𝑤𝑎𝑡𝑡 − ℎ𝑜𝑟𝑎 = 𝑘𝑊ℎ = 1000
(1.32)
EF 1.1 – Seja o esquema de uma lanterna, como o da Figura 1.52. Com base na Tabela 1.3, desenhar o
diagrama esquemático no espaço indicado, considerando-se a sua chave liga-desliga.
Modelo da pilha
ri : resistência interna Lâmpada
EF 1.3 (NILSSON e RIEDEL, 1999) − Existem aproximadamente 142 milhões de carros de passeio nos
Estados Unidos. Suponha que a bateria de um carro (ver a Figura 1.53) armazene, em média, uma energia
de 440 watts-hora (Wh). Estimar, em gigawatts-hora, a energia total armazenada nos carros americanos.
Resp.: 62,48 GWh.
(a) (b)
Figura 1.53 – Bateria automotiva: (a) aspecto físico. (b) Partes constituintes. Fontes:
(a) http://blog.mixauto.com.br/o-que-e-e-como-funciona-o-sistema-de-ignicao/ (b) http://www.classicpremium.com.br/tag/bateria-automotiva/
EF 1.4 – Um estudante usou uma lâmpada de 100 W durante 6 h de estudo. Se o custo médio da energia é
de R$ 0,15 / kWh (valor fictício), calcule o custo da energia consumida neste período.
EF 1.5 – Um eletrodoméstico alimentado por uma fonte CA de 127 V que possui uma resistência de 18
ohms operou por uma hora e meia. Qual foi a energia elétrica utilizada? Qual seria a energia elétrica deste
eletrodoméstico operando no mesmo tempo, em uma rede de 220 V?
EF 1.6 (ALEXANDER e SADIKU, 2013) – Um aquecedor elétrico de 1,8 kW leva 15 min para ferver
certa quantidade de água. Se isto for feito uma vez por dia e a eletricidade custar R$ 0,10/kWh, qual o custo
de sua operação durante 30 dias?
EF 1.7 (ALEXANDER e SADIKU, 2013) – A Figura 1.54 mostra o consumo de energia de determinada
residência em 1 dia. Calcule a energia total consumida em kW e a potência média por hora durante um
período de 24 horas.
1200 W
P (W)
800 W
200 W
t (h)
Meio-dia
Figura 1.54 – Curva p t para o EF 1.6 (ALEXANDER e SADIKU, 2013).
Questão 1 – A Tabela 1.4 mostra a constante dielétrica para alguns meios. Sejam duas cargas de sinais
opostos, Q1 e Q2, situadas no papel, como meio isolante, a 2 m uma da outra. Qual é a força de atração entre
estas cargas? As cargas são iguais, com 2 C de carga elétrica.
Questão 2 – A Figura 1.55 mostra um movimento de cargas em um condutor conectados aos polos de uma
bateria automotiva. É CORRETO afirmar:
e- zoom
Figura 1.55 − Elétrons em um fio de cobre entre os terminais de uma bateria automotiva (BOYLESTAD, 2012).
Questão 3 − A especificação ampère-hora (Ah) de uma bateria indica quanto tempo a sua tensão fixa será
capaz de fornecer uma corrente em particular. Uma bateria com uma especificação ampère-hora de 100
fornecerá teoricamente uma corrente de 1 A por 100 horas, 10 A por 10 horas ou 100 A por 1 hora. Como
se pode ver, obviamente, quanto maior for a corrente, menor será o tempo. A equação para determinar a
duração de uma bateria a uma determinada corrente é:
6
O Âmbar é um tipo de resina fóssil.
Por quanto tempo uma bateria de uma lanterna de 1,5 V fornece uma corrente de 250 mA para a
lâmpada se a especificação ampère-hora é 16 Ah?
a. ( ) 6,4 h. b. ( ) 12,8 h. c. ( ) 32 h. d. ( ) 64 h.
Questão 4 – Calcular a corrente na lâmpada da lanterna (Figura 1.56), se a sua resistência interna é de 15
ohms. O resultado CORRETO é:
Ilâmpada
a) período em ms.
b) frequência em kHz.
Base de tensão: 50 mV/div.
c) valor máximo e valor eficaz. Base de tempo: 10 s/div.
vvR2
R2 (canal
(canal1)
1)
R1 Osciloscópio
Osciloscópio
E = 20 V (rms) R
R22 43,22 Vpp
43,22 pp
Questão 8 – Seja o circuito da Figura 1.60a, onde um resistor é alimentado por uma fonte CA e uma fonte
CC, em série. A forma de onda da Figura 1.60b, obtida em simulação, é a tensão no resistor R1, senoidal,
sobreposta a um sinal contínuo. Determine as equações de v1(t) e de vR1 (t) e a máxima corrente no resistor,
sendo R1 = 10 ohms.
i1 vR1
vR1
Vmax sen t ~ v1
R1
+
6V
0.005 0.015 0.025
(a) (b)
Figura 1.60 – Circuito com resistor alimentado por um sinal senoidal sobreposto a um sinal CC.
Questão 9 – No circuito da Figura 1.61, 3 lâmpadas podem ser acionadas por uma fonte CA senoidal de
120 VRMS (V1). Com a chave S1 na posição 2, a corrente da fonte (IV1) é de 1,558 A. Para a chave S1 na
posição 1, qual é a alteração na corrente da fonte? Considere vL3 = 112,3 V com R3 em série, para a lâmpada
L3 operar na tensão abaixo da nominal.
1,558
IV1
112,21 VL1
Questão 10 – Considerando-se ainda o circuito da questão 9, em qual situação a fonte fornece mais potência,
em Watts? Justifique.
Na Figura 2.2 são apresentados diversos tipos de motores elétricos de pequeno e médio porte, de
acordo com a sua especificação elétrica e mecânica (tensão e corrente de alimentação, potência mecânica
de saída, torque ou conjugado disponível no eixo etc.).
Neste capítulo serão apresentados os conceitos básicos sobre: 1) motores CA, de rotor bobinado e de
rotor de gaiola de esquilo, com suas principais características; 2) circuitos trifásicos (geração e carga, em
estrela e em triângulo) e 3) o funcionamento do motor de indução trifásico (MIT), o mais utilizado na
indústria.
O motor assíncrono de indução possui atualmente uma aplicação muito grande tanto na indústria
como em utilizações domésticas, dada a sua grande robustez, baixo preço e simplicidade na partida (em
motores de baixa potência, podendo ser direta). Vale mencionar uma aplicação visível no nosso dia-a-dia:
o uso do motor de indução no acionamento de elevadores prediais, em conjunto com um equipamento
eletrônico, o inversor de frequência (Figura 2.4).
Serão apresentadas neste item as principais partes constituintes do motor de indução, do tipo trifásico.
Inicialmente, apresentamos um vídeo sobre as 7 partes mais importantes do MIT. Utilize o QR Code na
Figura 2.5 para acessar este vídeo no canal do Youtube, Sala da Elétrica.
QR Code
Figura 2.6 – Vista do motor de indução (MI) – partes constituintes do estator e do rotor. Disponível em:
http://www.weg.net/files/products/WEG-motores-eletricos-baixa-tensao-mercado-brasil-050-catalogo-portugues-br.pdf
Estator
• Carcaça (1) - é a estrutura suporte do conjunto; de construção robusta em ferro fundido, aço ou alumínio
injetado, resistente à corrosão e com aletas.
• Núcleo de chapas (2) - as chapas são de aço magnético, tratadas termicamente para reduzir ao mínimo as
perdas no ferro.
• Enrolamento trifásico (8) - três conjuntos iguais de bobinas, uma para cada fase, formando um sistema
trifásico ligado à rede trifásica de alimentação.
Rotor
• Eixo (7) - transmite a potência mecânica desenvolvida pelo motor. É tratado termicamente para evitar
problemas como empenamento e fadiga.
• Núcleo de chapas (3) - as chapas possuem as mesmas características das chapas do estator.
• Barras e anéis de curto-circuito (12) - são de alumínio injetado sob pressão numa única peça.
Outras do motor podem ser verificadas na Figura 2.6: tampa (4), ventilador (5), tampa defletora (6), caixa
de ligação (9), terminais (10) e rolamentos (11). A Figura 2.7 mostra o motor de indução em vista explodida,
onde são verificados mais componentes.
Existem dois tipos de rotor para o motor de indução, os quais serão apresentados de maneira breve
neste texto, no caso, para o motor de indução trifásico (MIT).
O rotor tipo bobinado (Figura 2.8), com estrutura semelhante ao enrolamento do estator, é constituído
por um núcleo de chapas de aço Silício (isoladas entre si), sobre o qual são alojadas as espiras que
constituem o enrolamento. Os anéis coletores ou deslizantes, montados sobre o eixo do rotor, conectam os
COMANDOS ELÉTRICOS – Ed. 2022 43 Curso Técnico de MECÂNICA
seus enrolamentos de fase para um reostato – veja, p. ex., Figura 2.9. É importante lembrar que os
enrolamentos do rotor não são ligados a qualquer fonte de alimentação. O motor de indução com este tipo
de rotor é conhecido também como motor de anéis.
A função do reostato constituído por resistências variáveis na Figura 2.9 é reduzir as correntes de partida
elevadas, no caso de motores de elevada potência. Isto assegura uma partida mais suave. Além disso, o uso do
reostato proporciona o ajuste da velocidade do motor.
Eixo do
rotor
Escovas
Este rotor é constituído por um núcleo de chapas ferromagnéticas de aço Silício, isoladas entre si,
sobre o qual são colocadas barras de alumínio (condutores), dispostas paralelamente entre si e unidas nas
suas extremidades por dois anéis condutores (também de alumínio), os quais provocam um curto-circuito
nos condutores, como mostram as Figuras 2.10 e 2.11.
Outro aspecto a comentar: com a ausência de anéis coletores, não ocorre a produção de faíscas. A
Figura 2.12 mostra um motor de indução (vista em corte) com rotor em gaiola de esquilo.
Um sistema trifásico (3𝜙) emprega fontes de tensão que consistem em três tensões iguais em
módulo e deslocadas entre si por ângulos de fase de 120°. O sistema trifásico possui importantes
vantagens econômicas e operacionais, sendo de longe o mais comum.
Um gerador CA projetado para desenvolver uma única tensão senoidal para cada rotação do eixo
(rotor) é denominado gerador CA monofásico. Se forem usados três enrolamento no rotor, posicionados de
uma determinada maneira, o resultado será um gerador trifásico, que gera mais de uma tensão CA para
cada volta completa do rotor.
As Figuras 2.13a e 2.13b mostram, respectivamente, um gerador trifásico e suas bobinas, defasadas
de 120 graus umas das outras. Se conectadas com o ponto neutro (N) em comum, tem-se a ligação estrela
ou Y (Figura 2.13c).
a1
c2
a2
n
c1
neutro
b2 b1
Em Circuitos Elétricos, a notação de duplo índice inferior (subscrito) mostra que o primeiro índice inferior
correspondente ao ponto de maior potencial. Exemplo: para a tensão V AB (veja a Figura 2.14) o ponto A (1º
índice) possui potencial elétrico maior que o ponto B (2º índice).
Nos sistemas trifásicos a notação de duplo índice é muito útil para indicar, entre dois pontos de um
circuito, a referência tomada para a tensão elétrica e também o caminho da corrente elétrica. Por exemplo,
na Figura 2.13, VAN indica a tensão no ponto A (fase A) em relação ao ponto N (neutro, referência do
circuito); IAN indica a corrente que flui do ponto A para o ponto N.
Mas estas grandezas poderiam ser escritas com apenas um subscrito. Em que situação? Se o terminal
de neutro estiver conectado ao de terra (GND, de ground), o seu potencial é nulo. Se o neutro constitui o
segundo subscrito para a tensão ou corrente, então na Figura 2.13 a tensão VAN poderá ser escrita como VA
e a corrente IAN apenas como IA.
Outro tipo de conexão em sistemas trifásicos é a ligação em triângulo ou delta (). A Figura 2.15
mostra um gerador trifásico nas conexões estrela (Y) e triângulo (), com as fases denominadas de a, b e c
(podem ser denominadas também por R, S e T). Como já observado anteriormente, na ligação Y pode ser
utilizado um fio a mais, o neutro (n).
Ia
a
Ia
a a
Va Vca Vab Iba
n Vca Vab Ib
Vc Vb Iac b
b
Ib
b Vbc Ic
Icb
Vbc c c
Ic
c
(a) (b)
Figura 2.15 – Gerador trifásico: conexões em (a) estrela e em (b) triângulo (FITZGERALD e KINGLSEY, 2014).
A tensão de linha em um sistema trifásico é aquela que ocorre entre duas fases, sendo utilizada, na
sua identificação, a notação de duplo índice subscrito ou de um único índice. Assim, escrevemos:
Sequência de fase
Em um sistema trifásico a sequência de fase indica a ordem com que as tensões de fase passam,
por exemplo, pelo valor máximo. Na Figura 2.16a a sequência de fases é abc, pois temos o valor
máximo destas tensões de fase na ordem abc: primeiro, a tensão van, em seguida vbn e após esta, vcn.
Esta sequência é denominada direta ou positiva. A Figura 2.16b mostra a representação fasorial destas
formas de onda.
vcn
van vbn vcn
rad/s
van
vbn
(a) (b)
Figura 2.16 – (a) Sequência de fase abc (direta ou positiva). (b) Representação fasorial.
Embora a sequência de fases de uma instalação trifásica não pareça ter importância, é fundamental
que seja sempre mantida com relação ao seu projeto. Por exemplo, se necessitamos interligar duas redes
trifásicas, é imprescindível que a sequência de fases em ambas seja a mesma.
O efeito da sequência de fases ocorre na operação de um motor elétrico, por exemplo. Em uma
sequência pré-estabelecida, o motor gira no sentido horário – sequência abc ou RST, veja a Figura 2.17a.
Invertendo-se a sequência de fases o sentido de rotação do motor se inverte – no segundo esquema (Figura
2.17b) as fases S e T são trocadas (a sequência agora é RTS).
A inversão do sentido da sequência de fases pode indicar uma falha em um sistema elétrico, detectada
por um relé eletrônico de sequência de fases – ver o Exemplo 2.1. Este relé é um dispositivo destinado à
proteção de sistemas trifásicos contra inversão da sequência direta das fases (R−S−T), sendo conectado
diretamente à rede elétrica trifásica a ser monitorada.
Exemplo 2.1 – Uso de relé eletrônico na proteção contra inversão na sequência de fase
Este relé – veja o seu aspecto na Figura 2.18, modelo do fabricante WEG – atua sempre que ocorre
uma anomalia na sequência direta de fases do sistema trifásico. As fases R, S e T do sistema trifásico devem
ser conectadas aos bornes L1, L2 e L3. A interrupção da operação do motor ou processo a ser protegido
ocorre com a mudança de conexão dos contatos NA e NF deste relé.
Figura 2.18 – Relés eletrônico de proteção contra inversão de sequência de fase. Modelo RPW-SF. Disponível em:
www.weg.net/files/products/WEG-reles-temporizadores-protetores-e-de-nivel-50009830-catalogo-portugues-br.pdf
Na Figura 2.19 são apresentadas as formas de onda que definem a lógica de operação das chaves NA
e NF deste relé, em função dos modos de funcionamento normal e com falha. Em modo normal, fases na
Figura 2.19 – Símbolo do relé de sequência de fases e formas de onda. Adaptado da fonte disponível em:
https://static.weg.net/medias/downloadcenter/h45/hb9/WEG-automation-electronic-relays-50058082-en.pdf
Para um sistema monofásico como o da Figura 2.20, a tensão de linha é a tensão entre as fases 1 e 2
do secundário do transformador com tap central, onde está o condutor de neutro. Neste circuito, a tensão
de linha do secundário é VFF = 220 V RMS. A tensão de fase no secundário é a tensão entre cada fase com
o neutro (vfase 1-neutro e vfase 2-neutro, indicadas por vs), no valor de 110 V RMS.
2:1 Fase 1
110 V
VFF = VL
neutro
= 220 V
110 V
Fase 2
Figura 2.20 – Tensões de fase e de linha em um transformador com tap central.
No sistema trifásico, a relação entre os valores fase-fase (ou de linha) e de fase (ou fase-neutro, para
a conexão estrela a 4 fios) para tensão e corrente é determinada pelo fator √3. As relações (2.1) e (2.2) são
válidas para as ligações Y e , respectivamente. A Tabelas 2.1 sintetiza as relações entre os valores de linha
e de fase para as tensões e correntes nas conexões Y e .
𝑉𝐿 = 𝑉𝐹
Figura 2.22 − Conexão triângulo (). 𝐼𝐿 = √3 𝐼𝐹
Exemplo 2.3 – A Figura 2.23 mostra um sistema de distribuição de energia elétrica, nas formas primária,
em média tensão (13,8 kV) e secundária, em baixa tensão (220 V).
𝑉𝐿 220
𝑉𝐹𝑁 = = = 127 𝑉
√3 √3
Se o transformador fosse monofásico com tap central (ver novamente a Figura 2.18), teríamos:
𝑉𝐿 220
𝑉𝐹𝑁 = = = 110 𝑉
2 2
7
1
Figura 2.24 – MIT: partes constituintes.
EF 2.2 – A Figura 2.25 mostra uma carga (motor trifásico) em Y conectada a um gerador trifásico, também
ligado em Y. As tensões de fase do gerador são de 127 V eficazes e a impedância de cada fase da carga é
ZF = 5 ohms. Assinalar a afirmativa CORRETA a respeito deste sistema.
EF 2.3 – Seja o sistema 3𝜙 da Figura 2.26, onde as cargas 1 e 2 são motores de indução trifásicos (MIT),
conectados em Y e em , respectivamente. São indicadas as suas impedâncias por fase, ZF1 e ZF2. Calcular
a corrente eficaz indicada no amperímetro A1. Encontra-se, aproximadamente:
VL = 220 VRMS, 60 Hz
R
S
IL M1 = ?
A1 A2 IL M2 = ? R
1
VL VFN 1 6
ZF1
N 4 ZF2 ZF2
ZF1 4 3
5 6
ZF1 3 ZF2
2
2 5
T S
Carga Carga
1: MIT1:ligado em , em
MIT ligado com.
Carga
Carga1: 1:
MIT ligado
MIT ligadoem
emY,Y.com
ZF1 Z = 0,02
=F0,01 .
+ j +10j12 ZF Z
=F20,03 + j22
+ j15
= 0,02
Figura 2.26 – Sistema trifásico com dois motores de indução trifásicos alimentados em Y e em .
a. ( ) 0,158 A.
b. ( ) 1,58 A.
c. ( ) 5,081 A.
d. ( ) 10,58 A.
(a) (b)
Figura 2.28 – (a) Enrolamento monofásico atravessado por uma corrente alternada i(t). (b) Enrolamento trifásico, onde
as tensões alternadas defasadas de 1200 elétricos geram, em dada fase, uma corrente i(t). (Specification guide - Electric
Motors, 2020).
O enrolamento monofásico, apresentado na Figura 2.28a, é formado por um par de polos, um polo
Norte e um polo Sul, cujos efeitos são somados para estabelecer o campo magnético h(t), o qual atravessa o
rotor entre os dois polos, se fechando através do núcleo do estator. Se a corrente i(t) é alternada e senoidal,
o campo magnético H também o será, como mostra a Figura 2.29.
Este campo magnético criado devido a uma só fase é denominado pulsante porque tem sempre a
mesma direção e não permite a indução de correntes significativas nos enrolamentos rotóricos. Logo, não se
consegue a formação do campo magnético girante. Isto explica a dificuldade existente na partida dos motores
monofásicos CA.
7
O campo magnético H (dado em A/m) e a densidade de campo magnético B (em Wb/m 2 ou Tesla) se relacionam pela expressão
B = H, onde é a permeabilidade magnética do meio, dada por = r 0, com o = 4 10-7 [Wb/A.m] (permeabilidade magnética
do vácuo) e r é a permeabilidade relativa, ou do meio.
COMANDOS ELÉTRICOS – Ed. 2022 53 Curso Técnico de MECÂNICA
Para as máquinas elétricas trifásicas, como é criado ou como resulta o campo magnético rotativo ou
campo girante? E como é que se dá origem ao movimento de rotação de seu eixo?
B
+ Bmax
0
t
− Bmax
Note-se que o campo magnético individual de cada bobina do motor trifásico é pulsante e não girante.
Será obtido um campo magnético girante neste motor pela interação dos campos magnéticos das suas fases
a, b e c (REZEK, 2010).
va vb vc a
+ Vmax
1 4
N
0 rad/s
= t 6
2
S/2 S/2
b
Eixo do
− Vmax 3 rotor 5
900 1800 2700 3600
1200 2400 c
Figura 2.31 – Tensões trifásicas aplicadas aos enrolamentos do estator de um MIT.
0 √3
ℎ𝑏 (0 ) = Hmax sen (00 − 120𝑜 ) = Hmax sen (− 120𝑜 ) = − ( ) 𝐻max hc ( - )
2 hc (+)
ib
0 √3
ℎ𝑐 (0 ) = Hmax sen (00 +120 𝑜) 𝑜
= Hmax sen 120 = ( ) 𝐻max hb (-)
2
ic hb (+)
Os fasores de hb e hc estão desenhados na Figura 2.32. Observa-se o sinal de h(t), negativo para o
ângulo calculado, desenhado segundo a orientação mostrada para cada bobina (Figura 2.30). O mesmo
procedimento vale para um valor instantâneo positivo, com sinal (+).
A Figura 2.33 mostra o fasor resultante ℎ⃗𝑟 , de ℎ⃗𝑏 e ℎ⃗𝑐 . Forma-se então um triângulo ABC formado
por estes fasores, visto na Figura 2.34.
Figura 2.32 − Fasores hb(t) e hc(t) em t = 00. Figura 2.33 – Campo magnético resultante das fases b e c.
→ →
hc hb hc hb
→
hhrr hr
⃗ 𝑟, ℎ
Figura 2.34 – Triângulo ABC formado pelos fasores ℎ ⃗𝑏 eℎ
⃗ 𝑐.
Aplica-se a este triângulo a Lei dos Cossenos, através de (2.3), para o cálculo do lado hr em função
dos outros dois lados (hb e hc) e do ângulo entre eles (). Este ângulo entre os fasores ℎ⃗𝑏 e ℎ⃗𝑐 é de 120 graus
(ver a Figura 2.33). Substituindo-se os seus módulos na Equação (2.3), obtém-se o módulo de hr.
(( ) ) + (( ) ) ( ) ( )
2 2
= 3 2 H max 3 2 H max − 2 3 2 H max 3 2 H max ( −0,5 )
2 9 3
Módulo de hr(t): ℎ𝑟 = √4 𝐻𝑚𝑎𝑥 = 2 𝐻𝑚𝑎𝑥
hr
Figura 2.35 – Composição dos fasores de Figura 2.36 – Composição dos fasores de
ha(t), hb(t) e hc(t) para t = 900. hb(t) e hc(t) e hr(t) para t = 1200.
120 f
ns = m mmm (2.4)
P
onde ns = velocidade síncrona do motor, em rpm (rotações por minuto); f = frequência aplicada ao motor, em
Hz e P = número de polos do motor, ou seja, são os “P” polos girantes ao longo do entreferro.
120 f 60 f
ns [rpm] = = (2.5)
P p
Exemplo 2.5 – Encontre a rotação de um MIT de 6 polos, alimentado por uma rede 3𝜙 onde f = 50 Hz.
(120.50)
Pela equação (2.4): 𝑛𝑠 [𝑟𝑝𝑚] = 6
= 1000 rpm.
Resolvendo por (2.5), para 3 pares de polos (p = 3), tem-se: ns = (60 50)/3 = 1.000 rpm.
Exemplo 2.6 – Um motor síncrono é alimentado por uma tensão em 60 Hz. A rotação de seu campo girante
de 3.600 rpm. Calcular o número de polos do motor.
120𝑓 120.60
Da Equação (2.5): 𝑃 = 𝑛𝑠
= 3.600
= 2 𝑝𝑜𝑙𝑜𝑠
No motor de indução o seu eixo gira a uma velocidade diferente da velocidade síncrona (velocidade
do campo girante). O enrolamento do rotor corta então as linhas de força magnética do campo magnético
do estator. Pelas leis do Eletromagnetismo, teremos correntes induzidas no enrolamento do rotor da
máquina (FRANCHI, 2007).
A diferença entre a velocidade medida no eixo do motor (n) e a velocidade síncrona do campo girante
(ns) é definida por escorregamento (s), expresso também como um percentual da velocidade síncrona, como
em (2.6).
𝑛𝑠 −𝑛
𝑠= [adimensional]
𝑛𝑠
𝑛𝑠 −𝑛
𝑠= × 100 [%] (2.6)
𝑛𝑠
2.4.2.4 – Conjugado
Em um motor elétrico, quanto maior a carga, maior será o torque necessário para o seu acionamento.
O torque é definido como o esforço necessário para se girar um eixo, ou, em linhas gerais, é uma força
atuante sobre uma alavanca, dando origem a um conjugado ou momento de força.
Este “esforço” é medido pela intensidade da força (em Newtons) empregada para girar o eixo e
também pela distância (em metros) de sua aplicação ao centro do eixo.
Exemplo 2.8 – Na condição de equilíbrio citado no exemplo anterior, onde o balde fica suspenso e parado,
a força para contrabalançar o peso do balde se altera, se o comprimento d do braço da manivela aumentar.
Para um mesmo conjugado (T2 = T1 igual a 2,0 Nm) e para um comprimento d2 de 0,20 m, calcule o novo
valor da força F2 na manivela.
Solução:
Se tivermos d2 = 2d1 → T1 = F1 d1
2,0 N.m = F1 0,2 m → F2 = 10 N. Logo, a força aplicada à manivela fica reduzida à metade se
aplicada a uma distância 2 maior do seu eixo.
A especificação correta de um motor elétrico CA é efetuada inicialmente com relação aos parâmetros
nominais da rede de alimentação: número de fases, potência, tensão, frequência e corrente. Em segundo
lugar, devem ser conhecidas as suas características nominais. Neste texto serão apresentados os parâmetros
nominais mais importantes de um motor elétrico CA, tomando como exemplo os dados de placa de
identificação de um MIT de 6 terminais (Figura 2.40).
Figura 2.40 – Placas de identificação de um MIT. Fonte: WEG Equipamentos Elétricos S.A.
- Potência mecânica do motor (5 CV): fornece a capacidade do motor de executar o trabalho desejado.
- Tensão nominal múltipla: é a tensão de alimentação do motor (220 ou 380 V). A grande maioria dos
motores elétricos é fornecida com terminais das bobinas religáveis, de modo que possam ser conectados
em redes de pelo menos duas tensões diferentes.
- Rendimento () = 87,5 %, que, para este motor, indica que há 12,5 % de perdas.
- Corrente nominal: corrente nominal que o motor absorve (13 ou 7,53 A, ver novamente a placa da Figura
2.35), que depende da tensão alimentadora e do tipo de ligação (em estrela ou em triângulo). É um
parâmetro fundamental para dimensionar os condutores de alimentação e os dispositivos de proteção.
- Corrente de Partida: é uma corrente que é um múltiplo da corrente nominal do motor, na faixa de 6 a
8. Na placa do MIT tem-se a indicação Ip/In, indicando quantas vezes a corrente de partida é maior que a
nominal.
Para a placa da Figura 2.38, Ip/In = 9. Com o MIT ligado em 220 V, por exemplo, In = 13 A. Então a
corrente de partida será: In = 9 In = 9 13 = 117 A.
- Regime de Serviço: é definido como a regularidade de carga a que o motor é submetido. No caso do
regime S1 (REG = S1, na placa), este é considerado um regime contínuo, isto é, a carga é constante por um
tempo indefinido, igual à potência nominal do motor.
- Rotação nominal: é a rotação do eixo do motor sob carga nominal, em rpm (3500 rpm).
- Esquema de ligação: mostra como os terminais devem ser ligados entre si e com a rede de alimentação:
(1) em triângulo (), com tensões de linha em 220 V e em estrela (Y), com tensões de linha atingindo até
380 V.
- Classe de Isolamento: B, indicando que o limite máximo de temperatura que o isolamento do motor
suporta continuamente sem redução de sua vida útil é de 1300 C (segundo as normas atuais).
- Fator de serviço, FS (no caso do motor da Figura 2.35, FS = 1,15) – indica a sobrecarga permissível que
pode ser aplicada continuamente ao motor sobre condições específicas. Para um FS de 1,15, este indica que
o motor suporta continuamente 15% de sobrecarga acima de sua potência nominal.
- Grau de Proteção, IP (Intrinsec Protection) do motor, IP = 55. Os invólucros dos equipamentos elétricos,
conforme as características do local em que serão instalados e de sua acessibilidade devem oferecer um
determinado grau de proteção.
Por exemplo, um equipamento a ser instalado num local sujeito a jatos de água deve possuir um
invólucro capaz de suportar tais jatos sob determinados valores de pressão e ângulo de inclinação sem que
haja penetração de água. No caso dos motores elétricos, a carcaça tem a função de invólucro de proteção
do motor, mais precisamente do conjunto estator-motor. O nível do grau de IP depende diretamente do
ambiente no qual o motor está instalado.
• O que indica para um MIT o grau de proteção IP 55? De acordo com as Normas citadas, este grau de
proteção indica proteção que a carcaça do motor possui proteção contra poeira e contra jatos d’água.
Na sua configuração trifásica, o motor de indução apresenta, em relação aos motores monofásicos,
uma superioridade: é mais econômico tanto na construção como na utilização. Geralmente é o mais
utilizado para acionamento de compressores, bombas e ventiladores. O uso de MIT se justifica a partir de
2 kW. Para potências menores, indica-se o motor de indução monofásico.
Como vantagens em relação ao motor monofásico, o MIT apresenta vantagens como partida mais
simples, ruído menor e menor custo. A sua configuração mais econômica é motor de indução de Gaiola de
Esquilo (aproximadamente 90 % dos motores CA fabricados são deste tipo).
No capítulo 7 serão apresentados os fundamentos e os circuitos de acionamento do motor monofásico
de 6 terminais.
8
Ver matéria Novos requisitos de grau de proteção de invólucros de equipamentos elétricos – IP 69. Disponível em:
https://www.osetoreletrico.com.br/novos-requisitos-de-grau-de-protecao-de-involucros-de-equipamentos-eletricos-ip-69/
COMANDOS ELÉTRICOS – Ed. 2022 61 Curso Técnico de MECÂNICA
Capítulo
3
Capítulo 3 – Contator Magnético
CONTATOR MAGNÉTICO
3.1 – Introdução
Neste capítulo será apresentado um dos principais dispositivos utilizados em circuitos de comando
de um motor elétrico: o contator magnético. O circuitos de comando são conhecidos como “chaves de
partida”, dos quais podemos destacar:
As Figura 3.1 e 3.2 apresentam um painel completo de um quadro de comando (QC) de motores elétricos
e sua etapa de montagem. No painel podem ser dispostos vários botões e sinalizadores que indicam ao operador
as diversas funções e comandos projetadas para um determinado sistema. A disposição dos dispositivos em seu
interior é feita de forma organizada e permite fácil acesso às tarefas de manutenção.
Botoeiras e
sinalizadores
Interior do
Quadro de
Comandos
(dispositivos e
circuitos)
Painel de um
quadro de
comandos Frente
do QC
Chaves ou Chave ou
contatos contato
principais auxiliar
Bobina do
contator
(a) (b)
Figura 3.3 – Sistema de partida direta de um MIT. (a) Diagrama de Carga. (b) Diagrama de Comando.
Este núcleo atrai então o núcleo móvel, provocando a alteração dos contatos auxiliares NF e NA.
Assim, o contato NF fica aberto e o NA fechado. Ao cessar a alimentação da bobina, o campo
eletromagnético é interrompido e o mecanismo retorna à posição anterior (posição de repouso), bem como
as chaves do contator.
i (8) Molas
(9) Bobina
(1) Pulso de
corrente
(10) Núcleo fixo
Figura 3.9 – (1) Símbolo para a bobina de um contator e para os seus contatos, em (2) e (3).
− Contatos principais
Observando novamente o esquema da Figura 3.9 como exemplo, os contatos para o circuito de carga
são numerados utilizando-se apenas 1 dígito: em (2), nesta figura, verificamos a sequência das 3 chaves,
numeradas por 1-2, 3-4 e 5-6.
− Contatos auxiliares
O padrão de numeração leva em conta a sequência e a função dos contatos. São necessário dois
dígitos: o primeiro indica a sequência da chave e o segundo a função, para a qual temos os dígitos 1-2
(normalmente fechado, NF) e 3-4 (normalmente aberto, NA), como apresentado na Figura 3.10.
X1 X3
Contatos AUXILIARES:
Botão abridor (NF):
utiliza-se 2 DÍGITOS. normalmente Botão fechador (NA):
A função é identificada fechado normalmente aberto
pelo 2º dígito X2 X4 3-4
1-2
Figura 3.10 – Padrão de numeração e função para os contatos auxiliares.
Na Figura 3.11, por exemplo, temos 5 chaves auxiliares, cada uma identificada na sequência pelo 1º
dígito. A função de cada uma se verifica pelo 2º dígito, como a chave NF 31-32 (terceira na sequência).
Exemplo 3.1 – Uso de chave auxiliar em paralelo com a botoeira LIGA: contato de SELO
O circuito de comando conta com um contato de selo, uma lógica utilizada para realizar a
autoalimentação de um contator. Ele é conectado em paralelo com a botoeira pulsadora liga, como mostra
a Figura 3.12 (selo de K1, contatos 13 e 14, em paralelo com S1, em destaque).
SELO SELO
Etapa 1 Etapa 2
Exemplo 3.2 – Comando local e à distância. Um comando local para um acionamento é aquele onde o
circuito de comando está muito próximo do circuito ou carga – veja na Figura 3.13, pelo acionamento da
botoeira S3. Com esta botoeira acionada, o selo do contator K1 (contatos 13 e 14) é fechado. Isto garante a
energização de sua bobina e do circuito ligado às fases R e S. Este circuito é formado por S 1, S2, S3, K1
(contator e selo) e S4.
No comando à distância, a botoeira de acionamento está em paralelo com o selo do contator, mas
distante da carga acionada. Na Figura 3.13 o comando remoto é realizado por S4.
R
23 24
11 K1
S1
12
11
S2
Comando
12 Remoto Circuito
13 13 13
ou carga
Comando K1
S3 S4
Local 13
14 14 14
A1
K1 L1
A2
S
Figura 3.13 – Circuitos de comando local e à distância.
Exemplo 3.3 – Circuito para teste simultâneo de lâmpadas. Um circuito para teste de lâmpadas com o uso
de contatores é apresentado na Figura 3.14. Ele é utilizado para testar lâmpadas de: (1) iluminação de
galpões; (2) alarmes luminosos ou (3) sinalização de painéis etc. No teste é verificado se existe(m)
alguma(s) lâmpada(s) queimada(s), para sua devida substituição.
- O que ocorre ao pressionarmos a botoeira NA B1? Esta botoeira aciona as três lâmpadas instantaneamente,
o que permite verificar se há alguma danificada (função de teste). O brilho das lâmpadas acionadas por esta
botoeira é menor, devido ao divisor de tensão formado pelo resistor e pela lâmpada em cada ramo.
- No teste a corrente circula através dos resistores, fazendo com que as lâmpadas L1, L2 e L3 acendam
independentemente do fechamento dos contatos K1, K2 ou K3.
- O acionamento de cada lâmpada pode ser descrito pela equação lógica Ln = B1 + Kn, lembrando que no
acionamento pela botoeira B1 a tensão é diferente da tensão fase-neutro, 127 V.
Para a lâmpada L2, por exemplo, vale a equação L2 = B1 + K2. Assim, L2 será acionada pela botoeira
B1 ou pela chave NA do contator K2 (acionamento independente ou individual).
O circuito de carga não funciona sem o de comando e este último não tem nenhuma aplicação se não
houver o primeiro. Assim, o circuito de carga determina o que se quer do comando e este determina a
maneira como se deve operar a carga.
EF 3.3 – As alternativas a seguir se referem à Figura 3.16, onde, com uma única chave (S1) pode-se acionar
em 127 V, através da ação do contator K1, várias cargas simultaneamente (por exemplo, Z1, Z2 e Z3,
iguais). Assinalar a alternativa INCORRETA.
EF 3.5 – O esquema de acionamento da Figura 3.18 mostra um acionamento de um motor e uma lâmpada
via comandos local e remoto. Descrever a operação deste acionamento.
4.1 – Introdução
Os dispositivos de proteção são aqueles cuja função é garantir a segurança das instalações elétricas,
através da prevenção contra eventos de choque elétrico, sobreaquecimento, sobrecorrente e/ou sobretensão
e curto-circuito. No Brasil, as normas técnicas ABNT NBR 5410, sobre Instalações Elétricas de baixa
tensão (até 1 kV), especificam os critérios para projeto, manutenção e execução dos sistemas em baixa
tensão, e determinam que estes dispositivos de proteção são obrigatórios em um circuito de instalação
elétrica.
Serão estudados aqui os aspectos básicos e aplicações dos dispositivos de proteção utilizados em
circuito de comandos elétricos, como o fusível, o relé de sobrecarga e o disjuntor.
4.1.2 – Sobrecarga
4.1.2 – Curto-circuito
Um curto-circuito é definido como uma ligação acidental de condutores sob tensão, como mostra a
Figura 4.2: entre duas fases, entre fase e neutro, entre fase e terra etc., provocando um excesso de corrente.
Neste tipo de falha a impedância da conexão entre os cabos envolvidos é praticamente desprezível, e então
a corrente atinge um valor muito maior que a do equipamento (corrente nominal de um motor elétrico, por
exemplo).
A corrente de curto-circuito irá provocar, tanto no equipamento quanto na instalação elétrica,
esforços térmicos e eletrodinâmicos excessivos. A forma mais segura de se proteger uma instalação contra
um curto-circuito é dimensionar fusíveis ou disjuntores por onde a corrente elétrica circula.
5
4.2 – Fusíveis
1
4
O fusível tem o seu princípio de funcionamento com base na fusão e consequente abertura do seu
2
“filamento” ou elemento fusível, por efeito Joule, quando por este circula uma corrente elétrica superior ao
valor de sua especificação (corrente nominal). A ruptura ou abertura do fusível pode surgir devido a um 5
3
curto-circuito ou a uma sobrecarga, o que poderia danificar a integridade dos condutores com o risco de
incêndio ou destruição de outros elementos do circuito.
5 – Terminal
4 – Meio extintor
3 – Indicador de interrupção
2 – Corpo
1 – Elemento fusível
A Figura 4.3 apresenta o esquema interno e o aspecto básico de um fusível (FRANCHI, 2014). No
seu interior, o elemento fusível (1) é um fio ou uma lâmina de metal, como mostra a Figura 4.3a. O seu
corpo (2), de porcelana (para fusíveis industriais), é hermeticamente fechado. Os fusíveis, em sua maioria,
possuem um elemento indicador de interrupção (apontado por 3, na Figura 4.3a), cuja função é permitir a
verificação da integridade do elo fusível. Quando o fusível atua (se “queima”), o elemento indicador,
sustentado por um fio, é liberado para fora da carcaça (ou corpo) do fusível por uma mola.
1 2
5 3 1 – Elemento fusível
2 – Corpo
3 – Indicador de interrupção
4 4 – Meio extintor
5 5 – Terminal
(a) (b)
Figura 4.3 – (a) Constituição de um fusível. Adaptado de COTRIM (2009, p. 196). (b) Aspecto prático.
Continuando da Figura 4.3a, o fusível apresenta um meio extintor (4), que é um a região contendo
um material granulado, geralmente areia de quartzo. A sua função é extinguir o arco elétrico quando da
interrupção do elemento fusível. Na Figura 4.3b é apresentado o aspecto real do fusível (do tipo DIAZED).
O elemento fusível, em função de sua corrente nominal, pode apresentar vários formatos. A sua
composição é de um ou mais fios de lâminas, conectados paralelamente. Para a sua operação, ocorre um
ponto de solda no qual a temperatura de fusão é inferior à do elemento fusível.
Em regime permanente (corrente estável na carga), o elemento fusível e o condutor têm a mesma
corrente elétrica, que, obviamente, produz aquecimento em ambos, como mostra a Figura 4.4 (COTRIM,
2009). Nestas condições, a temperatura do condutor alcança a temperatura 1. O elemento fusível, que
possui uma resistência elétrica mais alta, atinge uma temperatura mais elevada, 2 (o aquecimento é maior,
pelo efeito Joule). Tal temperatura ocorre no ponto médio do elemento fusível, como destacado pela linha
pontilhada.
2
A Fluxo de calor
1 1
Do ponto médio até as extremidades do elemento fusível, verifica-se na Figura 4.4 que a temperatura
decresce. Os pontos de conexão do fusível não estão submetidos à mesma temperatura do ponto médio,
mas a uma temperatura maior que a dos condutores (1). Esta temperatura é indicada por A, limitada a um
determinado nível estabelecido por norma, a fim de não prejudicar a vida útil da isolação dos condutores.
A corrente nominal do fusível é definida como a que circula permanentemente sem que esse valor-
limite, I(A) seja ultrapassado.
Corrente de “inrush”
t(s)
0
Figura 4.5 – Faixa de variação da corrente de partida. Figura 4.6 – Intervalos: partida do
motor e regime permanente.
Fusíveis de efeito rápido – estes fusíveis são empregados em circuitos que não há variação considerável de
corrente entre a fase de partida e a de regime normal de funcionamento. Esses fusíveis são ideais para a proteção
de circuitos resistivos (lâmpada, fornos, etc.)
Fusíveis de efeito retardado – são utilizados em circuitos cuja corrente de partida atinge níveis muito superiores
à corrente nominal e também em circuitos sujeitos a sobrecarga de curta duração. Podemos citar como exemplos
os motores elétricos, cuja corrente de partida tem o comportamento descrito na Figura 4.6.
Com relação à categoria de utilização e classes de objetos protegidos, os fusíveis são classificados
com o uso de letras maiúsculas, a saber:
L− G: cabos e linhas; uso geral.
M: equipamentos eletromecânicos.
R: semicondutores.
B: instalações em condições pesadas (minas, por exemplo).
Exemplo 4.1 − Para os fusíveis listados a seguir, são identificadas a faixa de interrupção e a classe de
objetos protegidos.
a) gL/gG: fusível para proteção total de cabos e uso geral (sobrecarga e curto-circuito, veja a Figura 4.7).
b) aR: fusível especificado para proteção parcial de equipamentos eletrônicos (atuação para curto-circuito).
c) aM: fusível para proteção parcial de motores elétricos (atuação para curto-circuito).
- Corrente nominal: é o valor eficaz da corrente de regime permanente em que o fusível opera
continuamente sem se romper.
- Corrente de ruptura ou de interrupção (dado em kA): é relacionada com o valor máximo da corrente
de curto-circuito que o fusível é capaz de interromper operando na tensão nominal. Esta corrente deve ser
presumida e calculada para um determinado equipamento/ponto da instalação elétrica.
- Tensão nominal: é aquela indicada para a operação correta do fusível, para a qual foi projetado. Os
fusíveis de BT (baixa tensão), por exemplo, são especificados em níveis de tensão de serviço limitados a
500 V em CA (corrente alternada) e a 600 V em CC (corrente contínua).
Neste item serão descritos os principais tipos de fusíveis utilizados em instalações elétricas,
especialmente em circuitos de comandos elétricos. Na Figura 4.8, por exemplo, são apresentadas as formas
construtivas dos fusíveis mais utilizados em instalações elétricas: (1) fusíveis tipo D (Diazed, Figura 4.8ª),
utilizados comumente em circuitos com motores elétricos e (2) fusíveis NH, de maior capacidade de
corrente (na Figura 4.8b).
IEC
IEEE/ANSI(EUA)
IEEE/ANSI (EUA)
IEEE/ANSI (Canadá)
(a) (b) (c)
Figura 4.8 – Fusível Diazed – aspecto construtivo9. (b) Aspecto do Fusível NH10. (c) Simbologia para o fusível.
Normas IEC (Comissão Eletrotécnica Internacional) e IEEE/ANSI (americana e canadense).
• Fusíveis DIAZED
Este tipo de fusível é indicado para o uso residencial e industrial, na proteção contra sobre correntes
em cabos, motores elétricos e circuitos elétricos em geral. Assim que a corrente elétrica supera o valor
nominal da corrente indicada no corpo do fusível, a sua liga metálica se rompe e portanto cessa a circulação
de corrente no circuito elétrico. Com isto se evita a destruição ou até um incêndio no equipamento
protegido.
Parâmetros:
- Corrente nominal: valores típicos na faixa de 2 a 100 A.
- Corrente de ruptura (kA): da ordem de até 100 kA.
- Tensão nominal: máxima de 500 V.
A Figura 4.9 mostra o layout da montagem em base tipo rosca para um fusível Diazed. O material
da base e da tampa é porcelana. Um elemento com rosca helicoidal, feito de latão, proporciona o fechamento
da tampa do fusível. O contato do fusível com os cabos do circuito ocorre através dos bornes de ligação
presentes no conjunto da base. Esta base é fixada nos painéis de comando com o uso de parafusos.
9
Fonte: https://static.weg.net/medias/images/h89/h3a/GLOBAL_WDC_FUSE_D_GLGG_1200Wx1200H.jpg
10
Fonte: https://static.weg.net/medias/images/hc6/he0/WDC_Fusiveis_gLgG_Acaoretardada_Tipo_NH_1200Wx1200H.jpg
COMANDOS ELÉTRICOS – Ed. 2022 75 Curso Técnico de MECÂNICA
Cobertura
da base
Base
Anel de
proteção
Indicador
do fusível
Tampa com Fusível
janela de Tipo D
inspeção
• Fusíveis NEOZED
Tais fusíveis são conhecidos por esta sigla devido aos termos em alemão “Niederspannungs
Hochleitungs”, que significam “baixa tensão e alta capacidade de interrupção”. São aplicados em
instalações elétricas industriais, na proteção de sobrecorrentes de curto-circuito e de sobrecarga. A Figura
4.13 apresenta o seu aspecto e a sua base de fixação, com contato do tipo faca (blade contact).
Base de
fixação
1) Tempo de fusão virtual (para um motor elétrico, tempo corrente de partida) – neste caso, o fusível é
projetado para suportar o pico da corrente de partida (Ip ) sem se fundir, no intervalo (transitório) de tempo
de partida do motor, tp. De posse dos valores de tp e Ip é dimensionado o fusível para cada fase do motor.
COMANDOS ELÉTRICOS – Ed. 2022 77 Curso Técnico de MECÂNICA
2) Devemos dimensionar a sobrecorrente do motor, que corresponde a uma corrente no mínimo 20 %
superior à corrente nominal. Esta estratégia aumenta a vida útil da instalação elétrica do motor,
prevenindo, por exemplo, o envelhecimento dos cabos. A equação (4.1) é utilizada:
3) Com relação aos contatores e relés de sobrecarga, estes devem ser protegidos pelos fusíveis. Os valores
limites devem ser baseados naqueles especificados pelos fabricantes.
De acordo com as curvas características do fusível (ver a Figura 4.14, gráfico tempo corrente,
fusível NH / SIEMENS), com Ip = 113,6 A (corrente de partida) e Tp = 500 ms, encontra-se a região de
corrente igual a 16 A.
Pelo ponto de interseção obtido graficamente, o fusível selecionado será de 16 A (o ponto está dentro
da área cuja corrente é de 16 A).
Adotando o segundo critério: IFusível = 1,2 × INominal = 1,2 × 13,8 = 16,56 A.
Logo, o dimensionamento do fusível pelo segundo critério fornece um resultado com o obtido
graficamente, confirmando a escolha do valor nominal de 16 A.
EF 4.2 – Como pode ser definido um curto-circuito em uma instalação elétrica? Qual é a forma mais segura
de se proteger uma instalação elétrica contra um curto-circuito?
EF 4.8 – Com relação aos fusíveis NEOZED, responder: (a) onde são aplicados? (b) qual é a sua categoria
de utilização?
O relé de sobrecarga, conhecido usualmente como térmico, atua na proteção contra sobrecorrente em
equipamentos elétricos como motores e transformadores. Esta situação ocorre quando a corrente na carga é
superior ao definido no projeto de acionamento, provocando um superaquecimento na rede elétrica.
O seu princípio de funcionamento se baseia na dilatação de partes elétricas bimetálicas, como mostra a
Figura 4.17 (metais com coeficientes de dilatação linear diferentes, 1 e 2). Na Figura 4.17a, os dois materiais
têm o mesmo comprimento (AB = CD) na temperatura ambiente. Quando submetidos a uma variação de
temperatura, ocorre a deflexão do bimetal (Figura 4.17b), onde o material 1 se dilata mais que o material 2 e os
comprimentos ficam diferentes (AB > CD). A curvatura obtida no bimetal é utilizada para alterar um contato do
relé (NA ou NF).
Coeficiente 1
A Material 1 B 1 > 2 A Deflexão
C Material 2 D C B
Coeficiente 2 D
(a) (b)
Figura 4.17 – Par bimetálico. (a) Situação normal, onde os metais têm os comprimento AB e CD iguais.
(b) Deflexão do bimetal, de acordo com o coeficiente (neste caso, 1 > 2 ).
De acordo com o princípio construtivo, encontramos dois tipos de relé térmico: (1) relés de
sobrecarga bimetálico e (2) relés de sobrecarga eletrônicos, sendo estes indicados para funções adicionais
como proteção contra falta de fase e sequência de fase.
1 – botão de rearme
2 – contatos auxiliares
3 – botão de teste
4 – lâmina bimetálica auxiliar
5 – cursor de arraste
6 – lâmina bimetálica principal
7 – ajuste de corrente
Figura 4.19 − Relé de sobrecarga: (a) Aspecto. (b) Identificação dos terminais. Adaptado do
catálogo técnico disponível em https://www.cfweletrica.com.br/public/imgs/up/siemens_3rb2021.pdf
Os símbolos e contatos de um relé de sobrecarga, para os circuitos de carga e comando, são vistos
na Figura 4.20. Os seus contatos são numerados por 95-96 (NF) e 97-98 (NA). O mais utilizado é o tipo
NF – quando acionado, interrompe-se o acionamento da carga.
1L1 2T1 95
Rede 3L2 4T2 98
Carga 95 96
CA 5L3 6T3
96 97 98
O relé térmico ou de sobrecarga é conectado ao contator, no circuito de carga, como mostra a Figura
4.21a, de modo didático. Esta conexão geralmente é feita acoplando-se o módulo do relé térmico
diretamente ao contator, através de seus pinos de encaixe, o que forma um só conjunto (Figura 4.21b).
Conexão do Relé
térmico ao Contator
O relé térmico pode ser conectado
diretamente ao contator, através de
seus pinos de encaixe.
Contator
Motor trifásico
Cabos de ligação
Pinos de encaixe
RPM
Relé
Térmico
Para as fases do motor
(a)
(1)
1
2 (2)
O relé térmico protege cargas contra o aquecimento indevido causado por sobrecarga ou falta de fase.
Na ocorrência de uma sobrecarga no motor (sobrecorrente), um mecanismo de disparo atua sobre o contato
auxiliar 95-96 (NF) do relé FT1, o qual desliga o circuito de comando. Logo, o motor M1 é desconectado
da rede elétrica por meio do contator K1.
O relé térmico também possui uma curva de disparo (tempo corrente). Existe, portanto, um tempo
para o desligamento do motor, em função da corrente de disparo em relação à corrente ajustada,
devidamente representada na sua curva de atuação. Após o desarme da chave NF de FT1, deve-se aguardar
o restabelecimento de seus contatos para o seu rearme, feito de forma manual ou automática (ver o próximo
11
Adaptado de: Contatores e Relés de Sobrecarga (catálogo técnico). WEG Equipamentos Elétricos S.A. Disponível
em: www.weg.net/files/products/WEG-contatores-e-reles-de-sobrecarga-folheto-905-catalogo-portugues-br.pdf
COMANDOS ELÉTRICOS – Ed. 2022 82 Curso Técnico de MECÂNICA
tópico neste capítulo). Isto se justifica pelo fato de que houve a dilatação das partes do par bimetálico que
são parte do contato NF.
Na Figura 4.22 temos a aplicação do relé térmico (FT1) na proteção de um motor trifásico de indução
trifásico (M1).
Sistema
trifásico
220 V, 60 Hz F4
Fusíveis
F
(proteção) 123 Contato NF do
FT1 relé térmico
(95-96)
Chaves ou
contatos
contatos Chave ou
K1 principais contato
contato
Circuito do auxiliar
MIT
MIT K1 13-14
K1 13-14
Conexões do
relé térmico ao
circuito de carga FT1
(ao contator K1
e ao motor M1)
Motor trifásico M1 do
Bobina do
(conexão triângulo contatorK1K1
contator
ou estrela)
No relé térmico existe uma tecla multifunções para os seus ajustes. A Figura 4.23 mostra um modelo
do fabricante WEG, onde temos as funções (FRANCHI, 2007): A - rearme automático; AUTO - rearme
automático e função teste; HAND - rearme manual e função teste e H - somente rearme manual.
Destaque para a
tecla multifunção A Somente rearme automático
AUTO Rearme automático e teste
A
AUTO
HAND Rearme manual e teste
R
HAND H Somente rearme manual
H
Figura 4.23 − Aspecto da tecla multifunção / botão RESET de um relé térmico (fabricante: WEG).
Disponível em: http://farm3.static.flickr.com/2580/4112623488_b8a3c6e2cf_z.jpg
O acesso às funções A, AUTO, HAND e H é feito pelo giro do botão vermelho (sem pressão) com
uma chave apropriada, posicionando o mesmo nas indicações da tecla Reset (R). Para outros modelos de
relé térmico deve ser consultado o seu manual de operação.
Para circuitos monofásicos ou bifásicos, a instalação de relés térmicos trifásicos deve passar por uma
adaptação na ligação dos fios. As ligações devem ser efetuadas como mostra a Figura 4.24, de modo que
em todos os contatos circulem a mesma corrente.
.. .. .. .. .. .. FASE 2
FASE . FASE(i)
Corrente elétrica . FASE
Corrente .
1 (i) Corrente FASEFASE
elétrica 1 .
2Corrente. .
elétrica i1 elétrica i1
1 3 5 1 3 5 1 3 5 1 3 5
2 4 6 2 4 6 2 4 6 2 4 6
i i Corrente Corrente
.. .. i1 .. .. i1 i2 .. .. elétrica i2
. . . . elétrica . .
(a) (b)
Figura 4.24 − Relé térmico de sobrecarga trifásico para serviço: (a) monofásico; (b) bifásico.
Para aplicações em circuitos monofásicos o relé térmico trifásico é conectado como na Figura 4.24a,
onde se observa que a entrada da fase se dá no terminal 1 e a saída no terminal 6, com todos os contados
ligados em série (1-2 com 3-4 com 5-6).
Nos circuitos bifásicos (Figura 4.24b) a fase 1 é conectada ao terminal 1, com saída no terminal 4
(contatos 1-2 e 3-4 em série). A outra fase (2) é conectada ao terminal 5 com saída no terminal 6.
Este procedimento evita que um ou dois dos contatos do relé térmico trifásico fiquem inutilizados, o
que provocaria um desgaste desigual no dispositivo. Por exemplo, para uma aplicação monofásica onde
fosse utilizado somente o contato 1-2, nos outros contatos sem corrente o desgaste seria nulo. Quando do
uso do componente em uma aplicação trifásica, os três contatos estariam comprometidos, pois houve maior
desgaste no primeiro (contato 1-2).
4.4 – Disjuntores
Disjuntor Termomagnético – é o disjuntor mais utilizado, sendo a junção dos disjuntores térmico e
magnético. Logo, tem-se em um só disjuntor as proteções térmica (lento e robusto) e magnética (rápido e
preciso).
A Figura 4.28 apresenta os elementos da estrutura interna de um disjuntor (no caso, do tipo
termomagnético). Alguns desses elementos são descritos na sequência.
1. Manipulador / alavanca
2. Mecanismo de conexão e desconexão
3. Atuador / disparador térmico (par bimetálico)
4. Borne de ligação superior (entrada)
5. Contato móvel
6. Contato fixo
7. Bobina
8. Câmara de extinção do arco elétrico
9. Borne de ligação inferior (saída)
• Bornes: terminais do disjuntor onde são conectados os fios/cabos de entrada e saída. Devem ser bem
apertados para evitar o mau contato.
• Atuador / barramento bimetálico: contém as placas bimetálicas que são deformadas com a sobrecarga.
• Bobina e pistão metálico: estas peças ativam a proteção magnética do disjuntor, abrindo os contatos e
interrompendo a corrente do circuito.
• Câmara de extinção de arco elétrico: atua quando ocorrem arcos voltaicos ou elétricos na interrupção
da corrente elétrica. Evita-se, com este recurso, que faíscas escapem para fora do disjuntor.
O disjuntor é identificado nos diagramas elétricos de comando e de carga pela letra Q (sempre em
maiúscula). Quanto ao símbolo gráfico/esquemático, vemos na Figura 4.29 algumas indicações, de acordo
com as Normas ABNT.
Q1 Q1 Q1
As curvas de disparo ou de ruptura do disjuntor indicam o tempo que o mesmo leva para interromper
a corrente quando esta ultrapassa o valor nominal. Para cada tipo de carga existe uma curva de
desligamento, como visto no exemplo da Figura 4.30 (MARTIM, 2016). Por estas curvas (designadas por
curvas B, C e D, dependendo do fabricante) é especificado o tempo em que uma corrente acima da corrente
nominal irá permanecer no circuito sem o desarme do disjuntor.
t (s)
B C D
In (A)
Figura 4.30 – Famílias de curvas B, C e D de um disjuntor: tempo corrente.
Fonte: http://matheusmartim.blogspot.com/2017/03/disjuntores-conceitos-004.html.
Disjuntor Curva C – empregado no acionamento de cargas indutivas, como motores elétricos e circuitos de
iluminação em geral, onde se estabelece uma corrente de ruptura de 5 a 10 vezes a sua corrente nominal.
O disjuntor motor (DM) − ver aspecto na Figura 4.31 − é um dispositivo que exerce de modo
simultâneo nos circuitos de acionamento as funções (FRANCHI, 2014):
- proteção elétrica, através da detecção de eventos de sobrecorrente e de curtos-circuitos;
- comando do circuito, através de manobras mecânicas e facultativas de abertura e fechamento sob
cargas instaladas.
A Figura 4.32 mostra para o DM a integração das funções de manobra e de proteção contra curto-
circuito e contra sobrecarga, no acionamento de motores elétricos. Nesta aplicação, este equipamento só é
recomendado em situações como (FRANCHI, 2014): comando local do motor elétrico; baixa frequência de
operação e espaço reduzido de montagem, visto que o DM tem desempenho multifunções (manobra e
proteção) já comentado acima.
Alguns modelos de disjuntor motor apresentam um mecanismo diferencial com sensibilidade a falhas
de falta de fase. Este mecanismo tem a função de seccionar o disjuntor assim que a tensão elétrica em uma
das fases for nula ou com um valor baixo que provoque uma falha na operação do motor.
Figura 4.31 – Aspecto do Disjuntor motor. Adaptado de (WEG - DISJUNTORES-MOTORES MPW, 2021).
Contator Disjuntor-
motor
Proteção
Relé de
contra
sobrecarga
sobrecarga
Carga (motor
elétrico)
Figura 4.32 – Atuação do Disjuntor- motor. Adaptado de (WEG - DISJUNTORES-MOTORES MPW, 2021).
EF 5.2 – O esquema da Figura 4.33 mostra os diagramas de carga e de comando para a partida direta de
um MIT. As afirmativas abaixo descrevem corretamente os dispositivos utilizados neste acionamento,
EXCETO:
a. ( ) Os dispositivos identificados por (1), (3), (5) e (6) atuam na proteção do motor, em caso de
sobrecorrente ou curto-circuito.
b. ( ) Os contatos de K1 no circuito de carga devem ser numerados na sequência 1-3-5 e 2-4-6.
c. ( ) Para a sinalização da falha de sobrecorrente no motor, pode ser utilizada a chave NA do relé
térmico (contatos 95-98), acionando uma lâmpada (L2).
d. ( ) O diagrama de comando indicado nesta figura é acionado na tensão de 127 V (fase-neutro).
1
1
3
8 10
4 5 11
EF 5.3 – No circuito de comando da Figura 4.33, qual interruptor é acionado no caso de atuação do relé de
sobrecarga?
a. ( ) S0 b. ( ) FT1 c. ( ) S1 d. ( ) K1 (13-14)
EF 5.4 – O circuito da Figura 4.34 é o resultado de um projeto de acionamento de dois MIT no modo
condicionado ou consecutivo, ou seja, o motor M2 só parte se o motor M1 estiver ligado. Foram utilizados
dois relés térmicos, FT1 e FT2, um para cada motor, de modo que na ocorrência de sobrecarga em um
deles, o outro motor possa continuar operando. Há um erro neste projeto, com relação ao uso dos relés FT1
e FT2. Identifique.
5.1 – Introdução
Um botão de comando ou botoeira (ver a Figura 5.1) é aquele que aciona um interruptor ou chave,
que em um circuito de comando é denominada de contato. Uma chave conecta ou desconecta dois pontos
de um circuito elétrico. Por exemplo, um de seus terminais é ligado à fonte de energia (gerador, CC ou CA)
e outro à carga (ou receptor). Os seus contatos devem ser de metal de baixa resistência elétrica, facilitando
a passagem de corrente. Além disso, deve apresentar um resistência mecânica elevada, possibilitando um
elevado número de manobras (ligar e desligar milhares de vezes).
A área de seção transversal dos contatos de uma chave é proporcional à sua corrente elétrica, ou seja,
maiores correntes exigem maiores superfícies de contato. Através de (5.1) e (5.2), 1ª e 2ª Leis de Ohm,
obtemos em (5.3), a corrente elétrica em função da área das superfícies de contato, as quais devem ter o
menor nível de resistência elétrica possível.
𝑉
𝐼= (5.1)
𝑅
l
𝑅=𝜌 (5.2)
A
A
𝐼=𝑉 (5.3)
𝜌𝑙
O contato de uma chave pode ser do tipo com trava (do tipo alavanca, nos interruptores de
iluminação) e pode ser do tipo de impulso, onde uma posição normal é mantida por mola e uma posição
contrária é mantida apenas enquanto dure o impulso de atuação do contato. Nesta situação temos os tipos
(veja a Figura 5.2):
a) Fechador: o contato é mantido aberto através da ação de Bobina
uma mola e fechado enquanto acionado. É melhor
identificado como normalmente aberto ou NA (do inglês Botão
normally open, NO).
b) Abridor: é mantido fechado por ação de uma mola e é
Mola
mantido aberto enquanto acionado. É identificado na Comum NA NF
literatura como normalmente fechado ou NF (do inglês Figura 5.2 – Esboço de uma chave com os
normally closed, NC). contatos NA e NF – mecanismo com mola.
Rotação Rotação
Subir Descer Direita Esquerda Direita Esquerda
A cor utilizada nas botoeiras tem o seu significado, como visto na Tabela 5.1. Na Figura 5.5 é
apresentado um botão de comando para emergência (veja, a cor é vermelha) e o seu diagrama interno. Este
tipo de botoeira, instalada em painéis de comandos, deve ser acionada em situações perigosas, efetuando a
parada de um motor elétrico em sobrecarga, por exemplo.
Figura 5.5 – Botoeira de comando para emergência e seu esquema interno (WEG, 2013).
Emergência
LIGA Subir
Descer
Avançar
DESLIGA Recuar
Exemplo 5.3 – Controle de uma ponte rolante, movimentada por um conjunto de motores elétricos
(Figura 5.10).
Neste sistema, um módulo pendente de botoeiras permite controlar os movimentos de uma carga, em 3
dimensões: (1) longitudinal; (2) vertical (elevar ou descer) e (3) lateral, onde a sua direção é alterada ao longo
de uma área como um galpão de uma indústria, por exemplo.
PONTE
ROLANTE
.....
Figura 5.10 – Ponte rolante movimentada por um conjunto de motores elétricos. Fonte:
https://www.maqfort.com.br/wp-content/uploads/2020/06/Movimentos-da-Ponte-Rolante.jpg
A chave seletora possui duas ou mais posições, permitindo a seleção entre várias posições em uma
determinada aplicação, em torno de um ponto de contato comum. Possui, portanto, uma função composta,
em razão dos seus contatos NA e NF em sua construção. É conhecida também como chave comutadora.
12
Disponível em: www.siemens.com.br/medias/IMAGES/14121_20081111145533.jpg
13
Disponível em www.industry.siemens.com.br/automation/br/pt/seguranca-de-maquinas/fim-de-
curso/Documents/Catalogo3SE5-final-capa.pdf
(a)
(b)
Figura 5.14 – Chave seletora: (a) aspecto construtivo e (b) vista de perfil. Disponível em:
https://www.schmersal.com.br/fileadmin/download/global/br/catalogos_pt/chaves_comutadoras_rotativas.pdf.
5.5 – Sinalizadores
Os sinalizadores são dispositivos que indicam o status de um circuito elétrico, possibilitando ao seu
operador reconhecer as diversas situações entre ligado (ON), desligado (OFF), sobrecarga etc. Estes
equipamentos são considerados como EPCs (de proteção coletiva), alertando neste contexto a ocorrência
de falhas ou acidentes. Eles são disponíveis em diversas cores (Tabela 5.2) e formas, sendo os mais comuns
os luminosos e os sonoros (buzinas ou campainhas).
Tabela 5.2 – Relação de cor e função para uso em sinaleiros em comandos elétricos.
COR OPERAÇÃO SIGNIFICADO (COR/FUNÇÃO)
Indicação de que a máquina está paralisada por atuação de um
Vermelho ANORMAL dispositivo de proteção. Aviso para a paralização da máquina
devido à sobrecarga, por exemplo.
ATENÇÃO ou O valor de uma grandeza (corrente elétrica, temperatura etc.)
Amarelo
CUIDADO aproxima-se de seu valor limite.
Partida normal: todos os dispositivos auxiliares funcionam e
Máquina PRONTA estão prontos para operar. A pressão hidráulica ou a tensão
Verde
para operar estão nos valores especificados. O ciclo está concluído e a
máquina está pronta para operar normalmente.
Circuitos sob tensão. Chave principal na posição LIGA.
Circuitos sob tensão
Escolha da velocidade ou do sentido de rotação.
Branco em operação
Acionamentos individuais e dispositivos auxiliares em
NORMAL
operação. Máquinas em movimento.
Azul Todas as funções para as quais não se aplicam as cores acima.
Disponível em: https://www.saladaeletrica.com.br/as-6-principais-cores-de-botoeiras-e-sinaleiros/
Exemplo 5.6 – Sinalizadores luminosos. A Figura 5.15 mostra dois tipos de botão luminoso, que
sinalizam um comando. Nestes modelos, o botão ilumina-se (ou apaga-se) quando é operado.
(a) (b)
Figura 5.15 – Botão luminoso tipo (a) saliente e (b) protegido. Fonte: Catálogo KAP
Componentes Elétricos. Disponível em http://www.kap.com.br/pdf/br/kp_c_br.pdf
As tomadas industriais são utilizadas para a alimentação de equipamentos de grande porte, que
demandam correntes de valores acima de 16 A (Figura 5.17). Encontramos estas tomadas em diferentes
formatos e com variado número de polos (3F + N + T, 3F + N, 2F + N etc.).
A Figura 5.17 mostra a diferença entre as tomadas (e plugues) residenciais e industriais. Utilizamos
os plugues e tomadas industriais em vários equipamentos como furadeiras de bancada, esteiras rolantes,
fresas, tornos etc.
(a) (b)
Figura 5.17 – Aspecto de uma tomada e plugue (a) residencial14 e (b) industrial15.
A C
D E
B
Figura 5.18 – Dimensões do plugue fixo de embutir16. Dimensões aproximadas em mm.
A
B
C
D
E
F
G
14
Disponível em https://ipesi.com.br/ha-dois-modelos-de-tomadas-de-tres-pinos-no-brasil/
15
Disponível em https://www.metaltex.com.br/assets/img/produtos/tl2.jpg
16
Disponível em: https://bucket-site-steck.s3.sa-east-1.amazonaws.com/categories/files/pt/plugue-e-tomada-
industrial/NEWKON%2016-03-2020%20PT.pdf
A1 15
30
A1
20 40 A1 1515(C) (C) Comum
Comum
A1 A2
10 50
~
RT1
0 60
16
15 16 18
18 Seg 16 18
A2 (NF) (NA)
A2 (NF) (NA)
16 18 A2
(a) (b)
Figura 6.2 – (a) Aspecto frontal de um relé de tempo. (b) Símbolo e contatos comum, NA e NF.
Os relés de tempo eletrônicos ou temporizadores são uma evolução dos relés eletromecânicos, com
recursos de fonte de tensão estabilizada e funções de temporização ajustáveis, o que os torna aplicáveis a
situações mais complexas como em sistemas de automação industrial – máquinas operatrizes, máquinas de
embalagem, sistemas de ar-condicionado, elevadores, escadas rolantes, pontes rolantes etc.
Os relés de tempo e suas respectivas denominações, são descritos a seguir:
(1) relé com retardo na energização ou para ligar ou ainda relé ao trabalho (TRE) – ver o seu símbolo na
Figura 6.3a ;
(2) relé com retardo na desenergização ou para desligar ou ainda relé ao repouso (TRD), Figura 6.3b;
(3) relé cíclico, Figura 6.3c.
A1 A1 A1
A2 A2 A2
(a) (b) (c)
Figura 6.3 – (a) Relé de tempo: símbolos para os tipos (a) TRE, (b) TRD e (c) cíclicos.
A operação deste tipo de relé é explicada através das formas de onda da Figura 6.4a, que definem as
etapas descritas a seguir.
- Inicialmente o RT está em repouso, com os contatos NA (15−18) desativados (ver a Figura 6.4b);
- no instante t0 a bobina do RT é energizada pela tensão nominal Vnom, aplicada aos terminais A1 e A2;
- a partir de t0 tem início a contagem do tempo T ajustada no cursor do relé (de t0 a t1);
- decorrido o período T, o relé comuta no instante t1 os seus contatos de 15−16 para 15−18.
vA1-A2
Vnom
On A1 15 (C) Comum
vA1-A2 RT1
Off
0 16 18
t A2 (NF) (NA)
Comutação
Contatos On (b) Etapa 1: intervalo de t0 a t1.
NA e NF
Off
A1 15 (C) Comum
0 t0 t1 t2 t
T vA1-A2 RT1
Comutação Comutação 16 18
Energização para 15-16
para 15-18 A2 (NF) (NA)
Figura 6.4 – (a) Formas de onda do RT TRE. (b) Etapa 1: energização do RT. Contatos
em repouso. (c) Etapa 2: energização e comutação dos contatos do RT.
- Do instante t1 ao instante t2 o RT está com os contatos NA (15–18) ativados – ver a Figura 6.4b;
- o fim deste intervalo (instante t2) ocorre quando a bobina do RT é desenergizada (VA1-A2 = 0V), o
que provoca a comutação dos contatos de 15–18 para 15–16;
- a partir do instante t2 o RT volta então ao estado de repouso – contatos NF 15–16 ativados,
permanecendo assim até que seja energizado novamente.
Figura 6.5 – Circuitos de carga e de comando de um MIT com desligamento pelo RT TRE.
Figura 6.6 – Circuito de teste simultâneo de lâmpadas com o uso de relé TRE.
O relé eletrônico do tipo TRD ou ao repouso é apresentado na Figura 6.7 – formas de onda e etapas
de operação. Ele apresenta um retardo ou tempo de atraso para desligar. Etapas de operação:
A1 15 (C) Comum
vA1-A2 (V)
RT1
Vnom On
16 18
A2 (NF) (NA)
Off
(b) Etapa 1: intervalo de 0 a t 0.
0 t
A1 15 (C) Comum
T
vcomutação vA1-A2 RT1
On 16 18
A2 (NF) (NA)
0 t0 t1 t2 t A1 15 (C) Comum
No instante t0 a bobina do RT é energizada pela tensão Vnom e o relé TRD comuta os seus contatos de
15−16 para 15−18 (Figura 6.7c). Inicia-se a contagem do tempo T ajustado no cursos do relé.
Nesta etapa (Figura 6.7d) a carga fica acionada pelo RT entre os contatos 15−18, a partir do instante t1,
quando a tensão nos terminais A1 e A2 foi desativada (vA1-A2 = 0). Decorrido o período T, o relé comuta os seus
contatos 15−18 (NA) no instante t2 de volta para 15−16 (NF).
Exemplo 6.3 – Partida de um MIT com o uso de um RT ao repouso (Figura 6.8, simulação com o CADe
SIMU). Com o tempo ajustado no relé RT1 a lâmpada de sinalização H1 fica acionada durante um tempo
adicional.
(a) (b)
(c) (d)
Figura 6.8 – Simulação (CADe SIMU): (a) Esquema com RT1 em repouso. (b) Acionamento de RT1
e contator K1. (c) Chave fim-de-curso FC1 desliga K1 e RT. (d) Posição de repouso.
EF 6.1 – Explicar a sequência de operação para o circuito de comando da Figura 6.9, Partida sequencial
de dois motores de indução trifásicos, com o uso do RT ao trabalho (RTE).
Figura 6.9 – Circuito de simulação com o relé TRE na partida sequencial de dois MIT.
EF 6.2 – Considere o esquema da Figura 6.10, para o comando de três lâmpadas, L1, L2 e L3. O relé de
tempo RT1 é ajustado com ton = 30 segundos. Qual é a alternativa CORRETA a respeito deste circuito?
EF 6.3 – No circuito apresentado na Figura 6.11, são comandados um motor elétrico M1, uma lâmpada L1
e um forno elétrico R1. Assinalar a alternativa INCORRETA a respeito de sua operação.
Figura 6.11.
EF 6.4 – As alternativas a seguir se referem à Figura 6.12, onde um contator K1 permite acionar 2
lâmpadas, L1 e L2 e um motor monofásico. O barramento LN é monofásico, em 110 V eficazes. A
respeito da operação deste sistema, assinalar a alternativa que o descreve de forma INCORRETA.
EF 6.5 – O relé de tempo no circuito da Figura 6.12 atua no sentido de (marque a alternativa
INCORRETA):
Sequência do acionamento:
2 - Acionar a botoeira SF, a qual simula uma situação de “falta de energia elétrica”, desconectando as cargas
da rede CA. O que ocorre?
3 - Acionar novamente a botoeira S1, simulando um retorno da energia elétrica. O que ocorre com o circuito
de iluminação de emergência?
7.1 – Introdução
17
Fonte: Catálogo de Motores Elétricos WEG. WEG Equipamentos Elétricos S. A. Jaraguá do Sul, 2005.
COMANDOS ELÉTRICOS – Ed. 2022 108 Curso Técnico de MECÂNICA
7.2 – A partida em um motor monofásico
Fase 1 3 5
S1
Secundário ou auxiliar
Enrolamento
C1
127 VRMS L1 L2
60 Hz
L3
Neutro 2 4 6
Enrolamento principal
No circuito equivalente simplificado da Figura 7.3a temos o capacitor de partida C1 em série com o
enrolamento auxiliar. Este capacitor cria um ângulo de defasagem entre as correntes dos enrolamentos
principal e auxiliar, elevando o torque de partida.
Este torque ou conjugado pode atingir até 4 vezes o valor do conjugado nominal. O motor monofásico
com capacitor de partida é bastante utilizado em potências na faixa de ¼ CV até 15 CV.
S1 C1
Fonte: Picswave
Enrolamento
Rotor
principal
Enrolamento auxiliar
(a) (b)
Figura 7.3 – (a) Enrolamentos de um motor monofásico – esquema simplificado. (b) Aspecto da chave centrífuga.
A Figura 7.3b mostra o aspecto construtivo da chave centrífuga S1, uma chave mecânica que desliga
o enrolamento auxiliar após o motor ter atingido uma certa velocidade (próxima de 80% da nominal), como
se verifica na Figura 7.4.
300%
200%
100% Velocidade
n (rpm)
n (rpm)
Neste item serão apresentados os motores monofásicos de 2, 4 e 6 terminais, de acordo com o número de
bobinas que formam o seu circuito equivalente. O número de terminais influencia nos níveis de tensão de
alimentação bem como na possibilidade de reversão de rotação. É importante observar que cada enrolamento é
projetado para a tensão de alimentação de 110 V ou 127 V eficazes. Se as suas bobinas forem conectadas em
série, o motor deverá ser alimentado em 220 V.
- Opera com dois valores de tensão: 110 V e 220 V. É possível inverter o sentido de rotação.
- Os esquemas de ligação dos cabos de alimentação no seu painel frontal são vistos na Figura 7.5.
- Na Figura 7.6 vemos as bobinas L1 e L2 do motor ligadas em paralelo e na Figura 7.7, em série. Nestes
circuitos estão presentes os instrumentos de medida de corrente e tensão do motor (valores eficazes).
F N F1 F2
1 2 3 4 1 2 3 4
(a) (b)
Figura 7.5 – (a) Ligação em 110 V (bobinas em paralelo). (b) Ligação das bobinas em 220 V (conexão série).
F A
1 2
Irms
127 Vrms V L1 L2
3 4
N
Figura 7.6 – Circuito do motor monofásico alimentado em 127 V.
3
220 Vrms V
2
L2
4
F2
Neste tipo de motor monofásico, assim como no motor de 4 terminais, temos dois tipos de alimentação
diferentes, uma o dobro da outra (110 V e 220 V). Pode-se inverter o sentido de giro do motor. O seu circuito
em 110 V ou em 127 V é representado na Figura 7.8.
1 3 5
F
S1
Tensão
Fase-neutro C1
L1 L2
110 Vef ou
127 Vef L3
N
2 4 6
As conexões de seus enrolamentos podem ser realizadas manualmente e/ou através de contatores18. Em
220 V (Figura 7.9), observa-se a bobina L1 em série com a combinação paralela da bobina L2 com o enrolamento
auxiliar. A tensão em cada bobina é de 110 V.
Fase 1 1
L1 110 Vrms V
2
Tensão 5
Fase-fase
3 S1
220 Vef
L2 C1
4 L3
Fase 2 6
18
A sequência 1-3-5 e 2-4-6 não é um padrão fixo, dependendo do fabricante do motor monofásico.
Os diagramas de carga e comando deste acionamento são apresentados na Figura 7.10, onde se
destaca a adaptação do relé térmico e do contator trifásico para o sistema monofásico, com a ligação em
série dos contatos 3-4 e 5-6. Este procedimento garante que uma mesma corrente circula por todos os
terminais destes dispositivos.
Estão inseridos nestes diagramas os instrumentos para medição da corrente do motor (amperímetro,
na fase R) e da tensão dos terminais dos enrolamentos principal e auxiliar (voltímetro).
R R
S S
T T
N N
Fase 1 Fase 2 F3 F4
F3 F4
F1 F2 F1 F2
95 95
1 3 5 FT1 1 3 5 FT1
K1 96
96 K1 96
1
2 4 6 1
2 4 6
S0
S0 S0
IFase A IFase A
2
1 3 5 1 3 5
3 13 3 13
FT1 FT1
2 4 6 S1 K1 2 4 6 S1 K1
4 14 4 14
V
V VFF
VFN
A1 A1
1-3 2-4 1 2-3
5 K1 L1 K1 L1
A2 5 A2
M1 M1
1~ 6 1~ 4-6
Figura 7.10 – Diagramas de carga e de comando para o Figura 7.11 – Diagramas de carga e de comando
motor monofásico acionado em 127 V. para o motor monofásico acionado em 220 V.
Exemplo 7.2 – Partida de um motor monofásico conectado a uma rede de 220 V – Figura 7.11. Observar
as ligações dos terminais do motor, tendo como base do circuito da Figura 7.12.
4 L3
Fase 2 6
Figura 7.12 – Motor monofásico alimentado em 220 V.
Para a reversão de rotação do motor monofásico, basta inverter a ligação dos bornes 5 e 6 do
enrolamento auxiliar para os terminais 1-3 e 2-4 do enrolamento principal, o que garante a inversão do
sentido da corrente e, obviamente, do campo magnético. A mudança nesta ligação deve ser feita com o
motor parado ou em uma rotação baixa o suficiente para que a chave centrífuga seja novamente fechada,
para um novo evento de partida (NASCIMENTO, 2011).
Neste texto serão apresentadas as etapas para a reversão de rotação do motor monofásico alimentado
em 127 V. A reversão com alimentação em 220 V fica proposta como exercício – sugestão: efetuar este
acionamento em simulação, inicialmente.
A Figura 7.14 mostra os estados dos contatores e o caminho da corrente, o que permite energizar as
bobinas L1 e L2 (ver o barramento energizado, em destaque).
• Contator K1: acionado (o enrolamento principal é energizado).
• Contatores K2 e K3: desligados.
O enrolamento auxiliar não recebe energia da fonte CA.
Barramento energizado
1 3 5 1 3 5
F F
K1 K3 K1 K3
L3 L3
K2 K2
127 Vrms L2 127 Vrms
L1 L1 L2
C1 C1
K2 S1 K2 S1
N N
K1 2 4 K3 6 K1 2 4 K3 6
Figura 7.14 – Etapa 1: somente o contator K1 acionado. Figura 7.15 – Etapa 2: contatores K1 e K3 acionados.
A reversão do motor é realizada com os seguintes estados dos contatores K1, K2 e K3 na Figura 7.16:
• contator K1 acionado (enrolamento principal energizado);
• contator K3 desligado e contator K2 ligado.
Ocorre a troca de ligação dos terminais 5 e 6 ao enrolamento principal e a reversão de rotação.
1 3 5
F
K1 K3
L3
K2
127 Vrms L1 L2
C1
K2 S1
N
K1 2 4 K3 6
Figura 7.16 – Circuito com os contatores K1 e K3 acionados.
R
S R
T S
N
F3
F1 F2
95
FT1
96
1
1 3 5 1 3 5 1 3 5
S0
K1 K2 K3 2
2 4 6 2 4 6 2 4 6
RT1 15 RT2 15
3 13
S1 K3
16 18 16 18
1 3 5 4 14
FT1 11 11
2 4 6 K2 K1
12 12
1−3 2−4 A1 A1 A1 A1 A1
K3 RT1 K1 RT2 K2
M1 5 A2 10 s A2 A2 10 s A2 A2
1~
6
(a) (b)
Figura 7.17 – Motor Monofásico: circuitos de acionamento para partida direta e
reversão semi-automática: (a) Diagrama de carga. (b) Diagrama de comando.
- Ao acionar a botoeira S1, o contator K3 é energizado e o seu selo (contatos 13-14) é fechado e o relé de
tempo RT1 é imediatamente energizado.
- O contator K1 é energizado e por 10 s o motor opera em um sentido (horário ou anti-horário). Neste
intervalo o contator K2 não pode ser energizado, pois existe um contato NF de K1 ativo no seu ramo.
- Observar no diagrama de carga que os contatos 5 e 6 do motor monofásico estão conectados
respectivamente aos terminais 1-3 e 2-4.
- Decorrido o tempo ajustado em RT1 (10 s), o seu contato NF comuta para a posição 15-18.
- O relé RT2 é acionado e ocorre a interrupção de operação do motor por 10 s, pois o contator K1 é
desativado e o motor é acionado neste intervalo somente pelo contator K3.
- Dependendo da inércia do eixo do motor, a sua rotação pode ser interrompida (motor parado).
- Após o tempo ajustado no relé de tempo RT2 (10 s, na Figura 7.17b), o seu contato NF comuta para a
posição 15-18 e o contator K2 é acionado.
- O motor agora opera com K2 e K3 acionados, girando no sentido contrário ao anterior, indefinidamente.
Os contatos 5 e 6 estão agora conectados aos contatos 2-4 e 1-3 respectivamente.
- O motor só pode ser desligado manualmente, via botoeira S0.
EF 7.2 – Represente o esquema dos enrolamentos do motor monofásico de 6 terminais, para as conexões
em 110 V e em 220 V.
EF 7.4 – A Figura 7.18 mostra o circuito de um motor elétrico monofásico de 6 terminais. Dentre as opções
a seguir, assinalar a opção INCORRETA, a respeito deste motor.
a. ( ) Este tipo de motor monofásico permite dois tipos de alimentação diferentes, uma o dobro da outra (110
V e 220 V), como no motor de 4 terminais.
b. ( ) Pode-se inverter o sentido de giro do motor, através do terceiro ramo (terminais 5 e 6), que contém
uma chave centrífuga e um capacitor auxiliar de partida.
c. ( ) Este tipo de motor monofásico permite dois tipos de alimentação diferentes, uma o dobro da outra (110
V e 220 V), como no motor de 4 terminais.
d. ( ) Pode-se inverter o sentido de giro do motor, através do terceiro ramo (terminais 5 e 6), que contém
uma chave centrífuga e um capacitor auxiliar de partida.
S1
Secundário ou auxiliar
Enrolamento
C1
127 VRMS L1 L2
60 Hz
L3
Neutro 2 4 6
Enrolamento principal
Figura 7.18.
EF 7.5 – A Figura 7.19 mostra a curva de conjugado velocidade de um motor de indução monofásico,
descrita pelas afirmações a seguir. Qual delas é CORRETA?
Conjugado
C (N.m)
(N.m)
Enrolamentos principal e auxiliar
400%
300%
200%
100% Velocidade
n (rpm)
n (rpm)
Figura 7.19 – Curva de conjugado velocidade de um motor monofásico com capacitor de partida.
a. ( ) A curva tracejada indicada por (2) identifica a atuação apenas do enrolamento auxiliar.
b. ( ) Em (1) identifica-se a curva devida somente ao enrolamento principal.
c. ( ) Em (3), na velocidade n3, a chave centrífuga é fechada no enrolamento auxiliar.
d. ( ) Com o uso do capacitor de partida não se altera o torque inicial deste motor.
Figura 7.20.
Por Exemplo, 𝑆 = 𝐾1. 𝐾2 (lê-se K1 and K2) significa que os contatores K1 e K2 estão acionados.
A função lógica para o acionamento da Figura 7.18 é CORRETAMENTE representada por:
EF 7.8 – O diagrama de comando da Figura 7.21 representa uma das etapas de operação de reversão semi-
automática de um motor monofásico – ver as Figuras 7.17a e 7.17b. As linhas em tom de cinza indicam um
circuito aberto (não circula corrente elétrica).
R
S
95
FT1
96
S0
RT1 15 RT2 15
S1 16 18 16 18
K1
K3 K1 K2
Figura 7.21.
O comando local de um acionamento elétrico é aquele onde o circuito de comando está muito
próximo do circuito de carga. No circuito da Figura 8.1, o contator K1 é acionado pelo interruptor S1 (local).
O seu contato de selo (13-14) é fechado, mantendo a energização da bobina do contator K1. A carga ligada
às fases R e S permanece acionada pela ação deste selo. A estratégia de usar um comando local é
interessante, pois possibilita o comando da máquina ou carga do local onde se está realizando a sua
manutenção, por exemplo, facilitando a realização de testes.
Fase R 23 K1 24 1
S01
2
1
S02 Comando Comando
Circuito 2 Local Remoto
ou carga 3 13 3
S1 K1 S2
13
4 14 4
A1
K1
Fase S A2
No comando à distância ou remoto a chave de acionamento (S2, na Figura 8.1) também está em
paralelo com o selo de K1, mas distante da carga acionada. Neste tipo de comando a carga pode ser acionada
de um ou mais locais diferentes.
É recomendável sinalizar/identificar, por segurança, cada ponto de acionamento de uma instalação,
local e remoto(s), utilizando, por exemplo, lâmpadas de cores diferentes no painel de comando.
Alguns exemplos de acionamento remoto: equipamentos como bombas, exaustores, centrais de ar-
condicionado, aquecedores etc. Neste contexto o controle à distância é realizado a partir de uma central
instalada longe dos equipamentos, como por exemplo, uma sala de manutenção de uma indústria, um painel
de portaria de um condomínio etc.
Um sistema de partida de motor elétrico é comumente chamado de “chave de partida”. O modo mais
simples de ligar ou dar a partida a um motor elétrico de indução é o de ‘partida direta’, onde o motor é
ligado diretamente à rede CA através de um contator, como mostra a Figura 8.2.
As concessionárias de energia elétrica recomendam este método de partida para motores elétricos
com potência até 10 CV, devido aos valores elevados de corrente de partida, de 6 a 10 vezes maior do que
a corrente nominal, como mostra a curva i t (Figura 8.3).
COMANDOS ELÉTRICOS – Ed. 2022 118 Curso Técnico de MECÂNICA
Conforme algumas concessionárias de energia, é consenso adotar os limites de potência para os
motores de indução trifásicos:
- 5 CV nas redes de 220 V/127 V e
- 7,5 CV nas redes de 380 V/ 220 V.
i(t)
Corrente de operação
em regime permanente
0
t(ms)
Corrente na partida
6 a 10 Inominal
Existem outros métodos de acionamento de motores elétricos em que a ideia consiste em reduzir a
tensão aplicada sobre as suas bobinas e, consequentemente, os elevados níveis de corrente e conjugado
durante a sua partida. Estes métodos são conhecidos como de “partida indireta”.
- partida Estrela-Triângulo (Y-), para MIT que operam em dupla tensão (127V/220V; 220V/380V
e 380V/660V);
- partida com o uso de autotransformador (também chamada de chave compensadora);
- partida suave (soft-starter), utilizando equipamentos de Eletrônica de Potência, como por exemplo
através da conexão do motor a um inversor de frequência.
Os sistemas de partida indireta são mais caros e complexos. Obviamente é preciso projetar os custos
de realização. O método de partida com Soft-starter, por exemplo, é bem mais caro que uma chave Estrela-
Triângulo, para uma mesma potência no motor.
No nosso curso estudaremos a partida indireta via chave Estrela-Triângulo e suas características.
Nos motores elétricos a reversão de rotação é utilizada em diversas situações no dia-a-dia, como por
exemplo no acionamento de elevadores, de esteiras e escadas rolantes etc.
Como estudamos no capítulo 2, o campo magnético H (campo girante), obtido através da interação
das correntes de alimentação trifásicas, determina o sentido de rotação do eixo do motor. Vimos também
que para reverter a rotação deste eixo, basta reverter o sentido do campo girante, através da troca de duas
das três fases da fonte de alimentação CA, como se verifica na Figura 8.5.
A reversão de rotação em motores elétricos pode ser realizada nos seguintes modos:
- manual, como vemos, por exemplo, na Figura 8.6 (furadeira de impacto, acionada por motor
monofásico, universal) e na Figura 8.7 (através do uso de chaves reversoras);
- semi-automático, com o uso de contatores.
0
E D
R S T
1 R
M 2
2 1
3~ 3
S
3 T
19
Fabricante: Margírius. Disponível em: https://www.eletrosul.com.br/img/products/chave-para-motor-reversora-30a-7-5cv-
trifasica-cr-830-margirius_1_1200.jpg
COMANDOS ELÉTRICOS – Ed. 2022 121 Curso Técnico de MECÂNICA
Reversão de rotação 0
E D
Para a reversão de rotação, basta alterar a R S T
manopla para a posição E (ver a Figura 8.10).
Observa-se nesta figura que as conexões são 1 R
alteradas em duas das três fases: a fase R é M 2
2 1
conectada ao borne 2, a fase S ao borne 1 e a 3~ 3
ligação da fase T com o borne 3 do motor se S
mantém. 3 T
A reversão instantânea de rotação não é
recomentada, pois pode provocar danos, como por Sentido anti-horário: sequência SRT → Terminais 1-2-3 do MIT
exemplo, aos rolamentos do eixo, aos mancais e à Figura 8.10 – Chave reversora ajustada na
sua instalação elétrica. posição “E” (SENAI-SP, 2006).
A Figura 8.11 mostra um acionamento com reversão de rotação para um motor de indução trifásico
(MIT), no modo MANUAL, através de contatores. São utilizados os seguintes dispositivos:
- contatores K1 e K2 e seus contatos principais e auxiliares;
- botoeira S0 (desliga geral),
- botoeiras S1 e S2 (intertravadas);
- fusíveis (F123 e F4);
- relé térmico (FT1);
- lâmpadas de sinalização (L1 e L2).
O MIT está conectado em estrela (ver a conexão em comum dos terminais 4, 5 e 6).
Figura 8.11 – Diagramas de carga e de comando para a reversão MANUAL de rotação de um MIT.
- O MIT M1 pode ser ligado através das botoeiras S1 ou S2. O intertravamento elétrico destas botoeiras
impede um curto-circuito nos enrolamentos do motor.
- Acionando S1, por exemplo, ocorre a partida direta do motor via contator K1. O ramo de K2 permanece
aberto neste intervalo, devido à abertura da chave NF de K1 (contatos 11-12).
- Pode-se inverter a rotação do motor pressionando S2 no ramo de K1 ou no de K2, devido ao
intertravamento.
- As lâmpadas de sinalização identificam qual contator está operando e o respectivo sentido de rotação do
motor. Para K1 acionado, lâmpada L1 acesa: o eixo do motor gira no sentido horário. Para K2 acionado, lâmpada
L2 acesa: o eixo do motor gira no sentido anti-horário.
- Existe outro intertravamento elétrico na Figura 8.9, devido à ação dos contatos NF de K1 e de K2: o
contato NF de K2 no ramo de K1, por exemplo, é acionado com o contator K2 ligado, via botoeira S2.
Este tipo de comando possui muitas aplicações. É muito utilizado, por exemplo, no acionamento de
portões de garagem, conhecido como “portão eletrônico”, onde, através de um controle remoto, o usuário abre
e fecha um portão (Figura 8.12). Neste acionamento ocorrem os seguintes eventos:
- partida do motor (abertura do portão, sequências 1 para 2 na Figura 8.12);
- parada (pausa) do motor, para entrada/saída de veículos;
- reversão de rotação, para o fechamento/desligamento do portão.
A seguir é apresentado como um exercício a proposta de um projeto para o acionamento de um sistema
de “portão eletrônico”. No lugar do controle remoto e das chaves de fim de curso deverá ser utilizado um
conjunto de botoeiras. No último guia de aula prática, no Apêndice II, será apresentada uma ideia para este tipo
de acionamento elétrico, tão comum no nosso dia-a-dia.
Chave de
fim de curso
Abertura
Controle
remoto
PROJETO
Acionamento de portão eletrônico de garagem
Para o projeto de um “portão eletrônico” acionado por um motor de indução trifásico, podem ser
utilizados os seguintes componentes, dentre outros:
- chaves de fim-de-curso;
- botoeiras (NA e NF);
- fusíveis Diazed;
COMANDOS ELÉTRICOS – Ed. 2022 123 Curso Técnico de MECÂNICA
- relé térmico;
- contatores e relé de tempo.
O tempo de ajuste do relé de tempo deve ser o suficiente, para a entrada/saída de um veículo, com
segurança. Recomenda-se utilizar lâmpadas de sinalização, para indicar os eventos “portão em movimento”
e “motor em modo de espera, antes de fechar”.
Projetar, desenhar e explicar este sistema de acionamento, desde a abertura até o fechamento do
portão eletrônico.
O comando condicionado ou subsequente é aquele que ocorre entre, pelo menos, duas cargas, onde
uma carga só é acionada após o acionamento da anterior. Vejamos esta situação no Exemplo 8.1.
Exemplo 8.1 – Sejam dois motores elétricos M1 e M2 (Figura 8.13), onde o objetivo é acionar
inicialmente o motor M1 e após, o motor M2 (manualmente). Na sequência ao acionamento destes
motores, o sistema deve ser mantido ligado por 30 segundos.
O material processado neste moinho é despejado em uma segunda esteira, acionada pelo motor M1 e
transportado até o recipiente no final do processo. Nesta instalação é necessário que os motores entrem em
funcionamento sucessivo pela seguinte ordem: M1, M2 e M3. Tente explicar o motivo.
Moinho M2 M3
Esteira 2
M1
Recipiente
• Se o leitor não conseguiu responder, vai aqui uma explicação: na sequência indicada, M1 → M2
→ M3, evitar-se-á o acúmulo do material transportado, pois a esteira 2 (acionada por M1) só deve ser ligada
com o moinho em operação (motor M2) e este, por sua vez, se a esteira 1 estiver transportando material
(acionada por M3).
E para desligar os motores? Qual deve ser desligado primeiro?
Para evitar o acúmulo de material nas esteiras e no moinho, é coerente a sequência:
1 - desligar o motor M3 (um sensor pode ser utilizado, indicando a esteira 1 sem material);
2 - a seguir, após o moinho M2 esvaziar, desligar M2 e,
3 - desligar o motor M1, após a esteira 2 também sem material.
Exercícios de Fixação
Série 8
EF 8.1 – A Figura 8.15 mostra um diagrama de comando muito utilizado em acionamento de motores
elétricos. Assinalar a alternativa que o descreve de forma INCORRETA.
Fase R 23 K1 24 1
S01
2
1
S02 Comando Comando
Circuito 2 Local Remoto
ou carga 3 13 3
S1 K1 S2
13
4 14 4
A1
K1 L1
Fase S A2
Figura 8.15.
EF 8.2 – A Figura 8.16 mostra um sistema de acionamento de um motor CA trifásico. Assinalar a única
alternativa CORRETA sobre este circuito.
a. ( ) O motor CA é trifásico e está ligado em estrela, como indicadas nas conexões 1-6, 2-4 e 3-5.
b. ( ) Este sistema é uma partida direta com opção de reversão.
c. ( ) A lâmpada L2 sinaliza que o motor foi ligado.
d. ( ) Neste acionamento, a situação em que o motor de indução está ligado é indicada pela lâmpada
de sinalização L1 acesa.
Figura 8.16.
EF 8.3 – No circuito da Figura 8.17, são comandados um motor elétrico M1, que atua em uma esteira
transportadora como a da Figura 8.18, uma lâmpada L1 e um forno elétrico R1. Qual é a alternativa
INCORRETA a respeito dos diagramas de carga e de comando?
Na Figura 8.19 é apresentado um esquema onde uma bomba (motor M1) é acionada em um processo
de controle do nível de uma caixa d’água. O processo pode ser controlado nos modos (1), manual e (2),
automático, definidos pela ação da botoeira Sb, uma chave intertravada.
São utilizados sensores de nível máximo (Nmax) e de nível mínimo (Nmin), representados
respectivamente pelas botoeiras NF Nmax (para desligar M1) e NA Nmin (para ligar M1). Para completar o
volume da caixa são necessárias 2 horas, com vazão constante da bomba, tempo este ajustado no relé de
b. ( ) Caso o sensor Nmax seja acionado, a bomba M1 é desligada antes do tempo ajustado no relé RT1,
tRE = 2 horas, no modo automático.
d. ( ) A bomba M1 só pode ser acionada em modo manual (1) se a botoeira S1 estiver na posição NF
(contatos 11-12, posição de repouso).
Esta chave de partida é amplamente utilizada, sendo indicada para partida sem carga (a vazio), como
ocorre em fresadoras, tornos, retificadoras e furadeiras. Também é aplicada no acionamento de cargas ou
máquinas onde o conjugado resistente é baixo – podemos citar, por exemplo, os exaustoras e as máquinas
dobradeiras.
A sua principal característica é a redução da tensão nas bobinas do motor no evento de sua partida,
com a ligação em estrela. Nesta conexão, a tensão é reduzida a 58% da tensão nominal. Após um
determinado tempo, em função da rotação do motor, é realizada a mudança para a conexão em triângulo
em suas bobinas e assim o motor assume a tensão nominal.
220𝑉
- na partida do motor (conexão Y) → 𝑉𝐵𝑜𝑏𝑖𝑛𝑎 1−4 = 𝑉𝐹𝑁 = 127 𝑉 =
√3
Terminais de entrada R R
1
1 6
R S T V VFN
5 4 VFF V
1 2 3 N
6 4 3
2
S 3
S
2 5
4 5 6
T T
Portanto, na conexão estrela ocorre menor tensão nas bobinas, e consequentemente uma diminuição
da corrente de partida, juntamente com seu conjugado.
Vantagens:
Ip/In
6
Partida direta
5
Partida
3
Estrela-Triângulo
0 n/ns
0 0,25 0,50 0,75 1
Figura 8.21 – Corrente de partida na chave Y-. Adaptado de (FRANCHI, 2014).
▪ a tensão de linha da rede deve coincidir com a tensão da ligação triângulo do motor;
▪ se o motor não atingir em torno de 90% (noventa por cento) da velocidade nominal no momento da troca
de ligação, o pico de corrente na comutação será quase como se fosse uma partida direta, o que não
justifica o seu uso;
▪ para ser possível a ligação em Y−Δ, faz-se necessário que os motores tenham a possibilidade de serem
ligados em dupla tensão (220 V / 380 V ou 380 V / 660 V ou 440 V / 760 V), além de terem no mínimo,
seis bornes de ligação.
• Através desta manobra o motor realiza uma partida mais suave: como vimos na Figura 8.21, a corrente de
partida é reduzida a aproximadamente 1/3 do seu valor em acionamento via partida direta. Outra alteração
neste método é a redução do torque de partida a 33% do torque nominal, como mostra a Figura 8.22.
Cp/Cn
3,0
2,0
Partida
1,5 Estrela-Triângulo
1,0
CR: conjugado
resistente (carga)
0,5
CR
0 n/ns
0 0,25 0,50 0,75 1
Figura 8.22 – Alteração do conjugado de partida na chave Y-. Adaptado de (FRANCHI, 2014).
• Esta chave, portanto, deve ser utilizada em aplicações com uma curva de conjugado resistente (CR, conjugado
de carga) que se situe abaixo da curva Y-. Na Figura 8.22 destaca-se o ponto de conjugado de partida em
Y-, superior ao ponto de conjugado de partida da curva CR.
• No modo manual, utilizam-se chaves comutadoras especificas Y-Δ (Figura 8.23) e contatores.
• No modo semi-automático, a passagem de ligação Y para Δ é controlada por um relé temporizador.
• No relé de tempo, recomenda-se ajustar o tempo para a mudança de conexão Y para Δ com base no tempo
que o motor leva para atingir em torno de 90% de sua velocidade nominal, em RPM. O uso de um tacômetro
é essencial nesta tarefa, para se determinar bem este tempo.
• Na passagem da conexão estrela para a conexão triângulo é recomendável um atraso de 30 a 100 ms para se
evitar um curto-circuito entre as fases do motor (FRANCHI, 2007).
Um exemplo de diagrama de carga e de comando para a partida Y-Δ em modo manual é apresentado
na Figura 8.24, cuja operação é descrita a seguir.
Sequência de operação:
- Ao se pressionar a botoeira S1, energiza-se o contator K1. O seu selo se fecha e a lâmpada L1 é acesa. Os
contatos de força de K1 no circuito de carga, à esquerda, se fecham.
- Ao mesmo tempo, a bobina de K2 é energizada, seus contatos de força são acionados e a chave K2 NF se
abre no ramo de K3 (o que impede a energização da bobina deste contator). Deste modo, o motor está
operando na ligação estrela, com K1 e K2 energizados.
- Pressionando a chave S2 (com contatos intertravados NA e NF), o ramo de K2 é aberto, o que desfaz a
ligação Y. A chave K2 NF volta a se fechar no ramo de K3, energizado pela ação do contato NA de S2. O
selo e os contatos de força de K3 se fecham. O contato NF de K3 está aberto no ramo de K2.
- Agora os contatores K1 e K3 estão energizados e o motor opera na conexão triângulo.
A Figura 8.25 mostra uma solução para uma chave de partida no método estrela−triângulo no modo
semi-automático. A sequência de eventos neste acionamento é assim descrita:
- Através da botoeira S2, os contatores K1 e K2 são energizados, bem como o relé de tempo RT1 – veja a
Figura 8.26a. O MIT parte ligado em estrela. Note que o ramo de K3 está aberto (a chave NF de K2 atuou).
- Decorrido o tempo ajustado no relé de tempo RT1, a sua chave comuta de 15-16 para 15-18. Este evento
faz com que sejam desligados o contator K2 e o próprio relé RT1 (acompanhe pela Figura 8.26b).
- Com isto, no ramo de K3 a chave NF de K2 volta à sua posição de repouso (fechada). No mesmo ramo
observamos a chave de K1 fechada em paralelo com a chave de selo de K3.
(a) (b)
Figura 8.26 – Circuito de comando para a operação em (a) estrela e (b) triângulo.
- Nesta condição o contator K3 está energizado e está realizada a transição da conexão estrela para triângulo.
A chave NF de K3 no ramo de K2 agora está aberta, o que não permite a energização de K2.
- Observe no diagrama de carga a ligação dos bornes 1-6, 2-4 e 3-5 no MIT, através dos contatores K1 e K3.
Para dimensionar as correntes dos contatores da chave estrela-triângulo, tomaremos como base o
diagrama de carga apresentado nas Figura 8.27, onde o contator K1 é utilizado para a conexão direta do motor
3 à rede elétrica, o contator K2 efetua a conexão em Y e o contator K3 efetua a conexão em . Nesta figura, o
motor está conectado em triângulo, pois estão fechadas somente os contatos de força de K 1 e K3.
PE
R
S
T
F123
K2: conexão Y
1 3 5 1 3 5 1 3 5
IK1 K1 IK3 K3 K2
2 4 6 2 4 6 2 4 6
FT1
2
PE
1 3
M1
3 ~
5 6
4
Figura 8.27 – Diagrama de carga da partida Y-: conexões dos contatores K1, K2 e K3.
Na Figura 8.27 a corrente de linha (IL) é a corrente nominal do motor (In) e as correntes nos contatores
K1 e K3 são IK1 e IK3, respectivamente.
A conexão triângulo das bobinas do motor é representada na Figura 8.28, onde a corrente em cada
fase é calculada em função da corrente de linha, como em (8.1).
𝐼𝐿
𝐼𝐹 = 𝐼∆ = (8.1)
√3
𝐼𝐿
Assim, podemos dimensionar: 𝐼𝐾1 = 𝐼𝐾3 = 𝐼𝛥 = → 𝐼𝛥 = 0,58 × 𝐼𝑛
√3
𝑉𝐹 𝑉𝐿 𝑉𝐿 ×√3
𝑍𝐹 = 𝐼𝐹
= 𝐼𝐿 = 𝐼𝑛 (8.3)
√3
K1
Na conexão Y (Figura 8.29), a corrente em Figura 8.28 – Conexões das bobinas do motor em
cada chave do contator K2 é obtida por: triângulo. Adaptado de (FRANCHI, 2007).
𝑉𝑛 𝑉𝑛
√3 √3 𝐼𝑛
𝐼𝑌 = = 𝑉𝑛 ×√3
= = 0,33. 𝐼𝑛 (8.4)
𝑍𝐹 3
𝐼𝑛
A corrente nos contatores K1 e K2 é a mesma, portanto podemos escrever IK1 = IK2 = 0,33 In.
K1
IK2 (Y)
R
4
S K2
5 6
2 3
T
Figura 8.29 – Conexão em estrela: dimensionamento da corrente IK2. Adaptado de (FRANCHI, 2007).
Como já mencionamos antes, a chave de partida Y-∆ é empregada para a partida do motor a vazio
(sem carga) ou para os casos em que o conjugado resistente de partida é limitado até 1/3 do conjugado
nominal. Inicialmente apresentamos o conjugado em e depois na conexão Y, para efeito de comparação.
Conjugado na conexão
Sendo Vn a tensão nominal de cada uma das fases do enrolamento do motor, o conjugado
desenvolvido pelo mesmo na conexão triângulo é obtido por (8.5), onde T é o torque na ligação , k é uma
constante do motor e Vn é a tensão nominal em cada uma das fases do MIT. A equação (8.5) pode ser
reescrita como em (8.6).
2
TΔ = k . VL2 = k . VRede (8.6)
Conjugado na conexão Y
Na partida em conexão Y, a tensão em cada fase do motor é dada por 𝑉𝐹 = 𝑉𝐿 ⁄√3 . O torque de
partida na conexão Y, TY, é dado por (8.7).
𝑉𝐿(Rede) 2
𝑇𝑌 = 𝑘. 𝑉𝐹2 = 𝑘. ( ) (8.7)
√3
𝑇𝑌 = 𝑇∆ /3 (8.8)
Um relé específico para a chave Y-∆ é visto na Figura 8.30. Energizando-se os contatos A1 e A2,
este relé comuta seus contatos para a posição de trabalho (15-18) e após o intervalo de tempo (t1) ajustado
na escala do temporizador, retornam para a posição de repouso (15-16).
Alimentação
(15/18)
Saída 1
Y (15/16)
(25/28)
Saída 2
(25/26)
0 t1 ti
(a) (b) (c)
Figura 8.30 – Relé específico Y-∆. (a) Aspecto construtivo. (b) Conexões. (c) Formas de onda.
Fonte: http://www.digimec.com.br/produtos/202/temporizadores-eletronicos-para-partida-estrela-triangulo
Com um atraso fixo (ti) de aproximadamente 100 ms, ocorre a comutação dos contatos na saída 2 do
relé (25-26) para (25-28). Esta situação permanece até que o relé de tempo seja desenergizado. Em resumo:
- A saída 1 aciona o contator que liga o motor em Y;
- a saída 2 aciona o contator que conecta as bobinas do motor em .
A partida estrela-triângulo com reversão proporciona, além da redução da corrente de partida, melhor
eficiência e baixo custo em determinadas aplicações, a possibilidade de alterar o sentido de giro do motor.
Nas Figuras 8.31a e 8.31b são apresentados os diagramas de carga e comando respectivamente como uma
ideia para este acionamento. Fica aqui o desafio para o leitor de interpretar e simular este acionamento,
identificando: (1) quais contatores são envolvidos na partida Y-? (2) através de qual botoeira se realiza a
reversão?
(b)
Figura 8.31 – Chave de partida Y-∆ com reversão temporizada. (a) Diagrama de carga. (b) Diagrama de comando.
a. ( ) Neste método de partida, o MIT parte com menor tensão nas bobinas, diminuindo assim a corrente de
partida juntamente com seu conjugado.
b. ( ) Ocorre também uma perda considerável de torque na partida.
c. ( ) A corrente de partida fica reduzida para aproximadamente 1/3 da nominal (partida mais suave).
d. ( ) O MIT parte em ligação triângulo, com uma tensão de 58% da tensão nominal. Após um certo tempo
a ligação é convertida em estrela, assumindo o valor da tensão nominal.
EF 9.2 – Após a análise da Figura 8.30 e das afirmativas a seguir, assinale a que for INCORRETA.
a. ( ) Os contatores K1 e K2 são acionados juntos logo após acionarmos S1.
b. ( ) O contator K3 liga o MIT em estrela.
c. ( ) O relé térmico F7, se acionado, desliga o acionamento do MIT.
d. ( ) O relé de tempo RT1 é acionado juntamente com o contator K3.
EF 9.3 – O esquema da Figura 8.31 diz respeito aos diagramas de carga e de comando de um motor de
indução trifásico (MIT) – método de partida em Estrela-Triângulo.
Esta função, também chamada de identidade, mostra que a saída estará em nível alto somente se a(s)
entrada(s) estiver(em) em nível alto. No caso do circuito da Figura 1, a lâmpada L só será acionada se a
chave S estiver acionada também.
Na função lógica E, ou AND, representada na Figura 3, só temos a lâmpada acesa (nível lógico 1) se
as chaves S1 e S2 estiverem acionadas (veja esta situação na tabela-verdade, última linha).
S0 S0
S0 S0
SA SB SA SB
SA SB SA SB
(a) (b)
(a) (b)
S0 S0
S0 S0
SA SB SA SB
SA SB SA SB
(c) (d)
(d)e B. (a) SA OFF E SB OFF →
(c) E com um circuito de comando com dois contatores, A
Figura 4 – Analogia da função
S OFF. (b) SA ON E SB OFF → S OFF. (b) SA OFF E SB ON → S OFF. (b) SA ON E SB ON → S ON.
Neste tipo de função lógica, teremos nível alto na saída quando qualquer das entradas estiver em
nível alto. Então, a lâmpada L do circuito da Figura 5 estará acesa (nível lógico 1) se qualquer uma das
chaves estiver fechada ou com ambas fechadas (ou acionadas, nível lógico 1).
A função lógica NAND apresenta a saída em nível alto quando pelo menos uma das entradas estiver
em nível baixo (ver a tabela-verdade). Um circuito para realizar esta função está mostrado na Figura 7.
Tabela-verdade.
Função Lógica: L = ̅̅̅̅̅̅̅
S1 . S2 S2 S1.S2 L = S̅̅̅̅̅̅̅
S1 1 . S2
0 0 0 1
A lâmpada L SERÁ acesa se 0 1 0 1
S1 ou S2 ou ambas não estiverem 1 0 0 1
em nível baixo ou não acionadas. 1 1 1 0
Figura 7.
Nesta função lógica, a saída possui nível alto (L = 1) somente se as entradas estiverem em nível
baixo, ou não-acionadas. O circuito para realizar esta função é visto na Figura 8.
L = S1 ̅̅̅
S2 + S2 S̅1
L = S1 S2 Figura 9.
Exemplo A.1 – Expressão lógica para uma carga acionada por dois contatores
Solução:
Inicialmente, temos uma expressão booleana resultante em (I.1) para a lâmpada L acionada, onde as
̅eY
variáveis lógicas X ̅ indicam que os respectivos contatores X e Y não foram energizados.
̅+Y
L = CX ̅ (I.1)
̅:
Na parcela CX C = 1 significa que a chave C NA foi fechada e
̅
X = 0 significa que a chave X NF não foi aberta.
A parcela ̅
Y indica que o contator Y não atuou (Y = 0).
̅ e Y=A
Podemos escrever para os contatores X e Y, respectivamente: X = A + B ̅ B.
L = C ̅̅̅̅̅̅̅̅̅
(A + B ̅ ) + ̅̅̅̅
̅B
A
L =C̅
A .B ̅ →L=̅
̿+B
̿+ A ̅
ACB+A+B
̅+C
L =A+B (I.2)
̅ + C.
Figura 11 – Simulação no CADe Simu para a função lógica L = A + B
Instruções
1. As montagens devem ser realizadas em grupos de pelo menos 2 alunos (as) por bancada. Não é permitida, por
segurança, a realização de montagens em bancada por apenas um aluno (a).
2. É extremamente importante o cuidado com o material utilizado nas aulas de Comandos Elétricos. Manter a
bancada organizada, utilizando os cabos e dispositivos de modo consciente.
3. Se houver qualquer dispositivo ou cabo com defeito, comunicar ao professor.
a) Montar os circuitos dos diagramas de comando e de carga para a partida direta do MIT, conforme os
esquemas da Figura 1.1. A primeira montagem será a do diagrama de comando (Figura 1.1b)20.
Ligar o motor em estrela (Y) – veja as conexões das bobinas e dos cabos no painel do motor, nas Figuras
1.2 e 1.3, respectivamente.
R
S
T
F4
N
F123
Chaves ou
contatos Chave ou Figura 1.2 – Motor ligado em Y.
principais contato
Circuito do auxiliar
MIT K1 13-14
Painel do motor
M1 ligado em Y
R S T
1 2 3
Bobina do
M1 contator K1
4 5 6
(a) (b)
Figura 1.1 – Partida direta do Motor de indução trifásico: Figura 1.3 – Motor ligado em Y
(a) diagramas de carga e (b) de comando. (painel de ligações)
20
Por convenção, é recomendado montar primeiro o diagrama de comando e em seguida, o de carga.
c) Energizar a bancada e dar a partida ao motor M1, pela botoeira S1. O que ocorre?
.. .. .. ..
d) Medir as seguintes grandezas na conexão Y − veja . . . .
a conexão do multímetro na Figura 1.4. 1 3 5
FT1
Medidas: 2 4 6
Tensão de Tensão fase Corrente de
IL V
linha (V): neutro (V): linha (A): A
VL
VL VFN IL = IF
1 2 3
Observações: M1 V VFN
4 5 6 Neutro
a) Refazer as conexões do motor para a operação em triângulo. Veja as conexões na Figura 1.5 e 1.6, onde, nesta
última, são conectados os instrumentos para a medição das grandezas de fase e de linha.
IL .. .. ..
. . .
R
1 3 5
1 6
FT1
VFF 2 4 6
4 3
IF V
S VL
2 5 IL A
T
Figura 1.5. 1 2 3
Medidas:
Corrente de Corrente de Tensão de IF A
linha (A): fase (A): linha (V): 4 5 6
IL IF VL = VF
Figura 1.6 – Medidas: corrente e tensão (motor em ).
1.3 – Questões
1) No circuito da Figura 1.1, qual é a função do contato de SELO, K1 com a numeração 13-14?
2) A lâmpada de sinalização L1 pode ser conectada de outro modo?
3) É possível acionar este MIT em modo local e remotamente?
Tendo como base os diagramas da Figura 2.1, completar as linhas para acionamento do MIT (ligado
em estrela) para a sua partida em modo direto e intermitente. No lugar do disjuntor Q1 pode ser utilizado
um conjunto de fusíveis. Conferir com o professor as conexões.
Nota: no comando intermitente é possível acionar o motor com partidas e paradas frequentes. No
diagrama de comando da Figura 3.1, verifica-se que o motor ameaça partir, dando pequenos arranques.
Uma aplicação pode ser realizar pequenos ajustes, como por exemplo, um torque rápido para apertar um
parafuso, ou deslocar uma carga de um ponto a outro em um galpão através de uma ponte rolante (ver a
Figura 2.2).
a) Montar primeiramente o diagrama de comando da Figura 2.1. Após conferir a montagem com a ajuda do
professor ou do técnico, energizar a mesma. Conferir o funcionamento e observar o que ocorre.
c) Interromper o motor utilizado pelo relé térmico, explicando a sua atuação no circuito (verificar a sua
atuação através do botão AUTO-HAND).
A Figura 3.1 mostra um de diagrama de comando para o qual se projeta a operação em modo
condicionado de dois motores elétricos, M1 e M2. O diagrama está incompleto.
a) Completar o esquema elétrico para este modo de operação, para a sequência: partida do motor M1 e
partida de M2, somente com M1 ligado.
b) Completar, onde falta, a numeração que identifica cada dispositivo.
c) Montar o circuito em bancada (inicialmente o diagrama de comando) e dar a partida através da botoeira
S1. Os motores podem ser montados na conexão Estrela (Y).
O que ocorre?
Figura 3.1 – Diagrama de comando para o comando condicionado de dois motores elétricos.
c) Descreva a operação do circuito se a partida for efetuada inicialmente pela botoeira S2.
Seja um sistema de dosagem e transporte de grãos em uma indústria de alimentos (Figura 3.2). Na Figura
3.3 é apresentado um diagrama elétrico de acionamento para este sistema, onde o receptáculo CX é transportado
até o ponto 1. O nível de CX é completado até o seu nível máximo, de 30 kg. A seguir, CX é transportado para
a etapa de mistura (misturador, acionado pelo motor M2), final do processo.
SILO
Sensor
capacitivo (SC1) Nmin
min
(K2)
Válvula
solenóide (FC1)
V
Motor
Motor elétrico (M1)
elétrico (M1) Sensor capacitivo (SC2)
CX Nmax (CX)
1
Misturador
Misturador
Ponto 1 (M2)
Esteira (M2)
B1 B0 Sensor de proximidade
(SP1), indutivo
1
O motor M1, acionado, transporta CX através da esteira transportadora. O sensor de proximidade SP1
detecta a passagem de CX no ponto 1 da esteira (ver a Figura 3.5). Com SP1 em nível alto, o motor M1 é
desligado e a válvula solenoide K2 ligada, para encher o receptáculo. Misturador
Esteira (M2)
B1 B0 Sensor de proximidade
(SP1), indutivo
Figura 3.5 – Etapa 2, com CX no ponto 1 da esteira: motor M1 deligado e válvula solenoide K2 ligada.
A válvula solenoide fica acionada até o ponto em que o receptáculo CX é cheio com a dosagem
máxima de grãos, Nmax. Este nível é detectado pelo sensor capacitivo SC2, em nível lógico alto (1).
Com SC2 = 1 (CX cheio) inicia-se a etapa 3: a válvula K2 é fechada e o motor M1 é novamente ligado.
O receptáculo CX deve ser transportado até o final da esteira, onde está o misturador de grãos.
PROJETO:
- Alterar o projeto de acionamento elétrico da Figura 3.3, simulando a situação em que o misturador M2
seja ligado assim que o receptáculo CX atinja o ponto final da esteira transportadora.
- Pode ser inserido também um temporizador no processo, para que o motor M2 opere durante 10 minutos.
4.1 – Introdução
Nesta aula faremos o acionamento de um MIT com a partida direta, via contator (K1) e a sua reversão
de rotação, via contator (K3). Será utilizado um contator intermediário na montagem (K2), através do qual
teremos a parada do motor. Com isto, a reversão ocorre com segurança, sendo realizada manualmente pelo
operador deste sistema, a qualquer instante.
4.2 – Montagem
a) Sejam os diagramas de carga e comando, apresentados na Figura 4.1. Montar inicialmente em bancada
o DIAGRAMA DE COMANDO e, após conferir as suas ligações com o professor, energizar a bancada.
Figura 4.1 – Diagramas de carga e comando para partida direta e reversão manual do MIT.
c) Após o acionamento de S1, acionar a botoeira S2. Qual é a alteração nos contatores K1 e K2?
A Figura 4.2 apresenta uma outra opção de acionamento para o MIT, com reversão instantânea de
rotação. São utilizados apenas dois contatores. Esta montagem foi simulada e comprovada com o software
CADe SIMU. Ajustar um tempo de 5 segundos para o relé RT1.
(a) (b)
Figura 4.2 – Opção de reversão temporizada de um MIT utilizando somente dois contatores.
(a) Diagrama de carga. (b) Diagrama de comando.
Chave
centrífuga
Capacitor
de partida
Enrolamento Enrolamento
principal auxiliar
(a)
(b)
Figura 5.1 – (a) Enrolamentos do MM. Figura 5.2 – Diagrama de carga
(b) Conexões de contatores K1, K2 e K3. para reversão de rotação.
Para o MM operar em 127 V com reversão de rotação, observa-se a sequência: (1) partida com os
contatores K1 e K3 acionados (Figura 5.3). Para a reversão de rotação (Figura 5.4), K3 é desligado e K2
ligado, para a inversão das conexões dos terminais 5 e 6 (enrolamento auxiliar) aos terminais 1-3 e 2-4.
Figura 5.3 – MM operando no sentido horário (K1 e K3). Figura 5.4 – MM com reversão de rotação (K1 e K2).
O diagrama completo para o comando do MM é apresentado na Figura 5.5. São utilizados três
contatores e dois relés de tempo do tipo TRE (ao trabalho), ajustados para 10 segundos, por exemplo.
(a) (b)
Figura 5.5 – Motor Monofásico: (a) Diagrama de carga. (b) Diagrama de comando – reversão automática.
a) Montar os diagramas de comando e de carga apresentados na Figura 5.5. Observar que o retorno de todos
os contatores deve ser feito a outra fase (para contatores energizados em 220 V).
c) Projetar um diagrama de acionamento para o diagrama de carga da Figura 5.5a, com partida direta e
reversão, que seja diferente do apresentado na Figura 5.5b.
Para a simulação do sistema da Figura 5.5 será utilizado o software CADe_SIMU, no qual existe um
MM com fase auxiliar, mas com 4 enrolamentos, como mostra a Figura 5.6.
(a) (b)
Figura 5.6 – (a) MM com fase auxiliar no CADe_SIMU (4 terminais). b) Representação com 6 terminais.
Para as conexões do diagrama de carga da Figura 5.5, basta associar para U1 os terminais 1 e 3 e
para V1 os terminais 2 e 4. Os terminais U2 e V2 são do enrolamento auxiliar, com capacitor de partida,
correspondentes aos terminais 5 e 6. Assim, o MM de 6 terminais será representado por um MM de 4
terminais existente no menu de componentes do software.
• Diagramas para a simulação do MM com o CADe_SIMU: Figuras 5.7 e 5.8.
• Simular o arquivo da simulação enviado pelo professor: Lab 5 CE - Aciona MM 127 V e
reversao.cad
• Nota: no diagrama da Figura 5.8, acionar antes os disjuntores (F2, antes do fusível, F4).
a) Na simulação em andamento após acionar a botoeira S1, o que ocorre se você clicar sobre o relé térmico
(FT), para identificar uma falha de sobrecorrente?
b) Após a reversão de rotação (via contator K2), o que deve ser feito no diagrama de comando para o motor
ser desligado?
6.1 – Montagem
a) Montar, inicialmente, o diagrama da Figura 6.1a (diagrama de COMANDO). Ajustar para o relé de
tempo um intervalo de 5 (cinco) segundos. VERIFICAR junto ao professor se as conexões estão corretas e
em seguida, energizar a bancada.
(a) (b)
Figura 6.1 – Partida Y- semi-automática. (a) Diagrama de carga. (b) Diagrama de comando.
b) Ao apertar a botoeira S1, o contator ____ é energizado inicialmente, juntamente com o contator ____. O
motor parte ligado inicialmente em _______________.
c) Decorridos aproximadamente 5 segundos (tempo ajustado para o relé RT1), o que ocorre?
d) Após a verificação do diagrama de comando, montar o diagrama de CARGA (Figura 6.1b). Verificar
atentamente a numeração dos contatos de K1, K2 e K3, bem como dos terminais do MIT. Energizar a
bancada e observar a partida do motor e a conversão estrela para triângulo.
Através desta medição se comprova a correta conversão da ligação Y para nas bobinas do MIT.
Em Y os terminais 4, 5 e 6 do MIT são interligados através do contator K2 (veja as Figuras 6.1a e 6.2a).
R R
1
1 6
V VFN
5 4 VFF V
N 3
6 4
2
S 3 S
2 5
T T
(a) (b)
Figura 6.2 – Motor de 6 terminais: formação das conexões em estrela (a) e em triângulo (b).
Para a medida de tensão, ajustar a chave do multímetro para leitura de TENSÃO CA, no maior calibre
(recomenda-se maior de 300 V).
A tensão fase-neutro (VFN) pode ser medida em qualquer ramo da conexão Y, como mostra a Figura
6.2a – neste caso mostra-se a medida da tensão na bobina de terminais 1 e 4. Um terminal do voltímetro é
conectado em um dos pontos de entrada da conexão Y e o outro terminal no “ponto de neutro” – ver os pontos
1 e 4, respectivamente, na Figura 6.2b.
Quando da mudança de conexão de Y para , a bobina 1-4 recebe a tensão de linha (fases R e S
conectadas, ver a Figura 6.2b). Nesta conexão o voltímetro mede tensão de linha, VFF.
• Medições de tensão: VFN (partida em Y): ______ V. VFF = VL (conexão em ): _____ V.
• Medições de corrente:
Conexão em Estrela
Utilize um amperímetro alicate, configurando-o corretamente para medir CORRENTE CA. Medir o valor
da corrente de partida na conexão Y. Esta corrente circula nos contatores K1 e K2 (veja as Figuras 6.3 e 6.4).
K1
IK2 (Y)
R
4
S K2
5 6
2 3
T
Figura 6.3 – Correntes nos contatores, para partida do motor elétrico em Y.
F123
K2: conexão Y
1 3 5 1 3 5 1 3 5
IK1 (Y)
IK1
IK1 ()
K1 IK3 K3 K2
2 4 6 2 4 6 2 4 6
FT1
2
PE
1 3
M1
3 ~
IK2 (Y) 5 6
4
IK3 ()
Figura 6.4 – Representação do amperímetro alicate para a leitura das correntes do MIT nas conexões em Y e .
Conexão em Triângulo
Nesta conexão estão acionados os contatores K1 e K3. As bobinas do MIT estão conectadas como
mostra o esquema da Figura 6.5.
• Medições de corrente: K1 K3
K3
ILinha : _______ A. IK1 (): ______ A. R
K1 1 6 IK3 ()
IK1 ()
IL
6.3 - Questões 4 3
K3
a) Verificar e comparar (por escrito), através das S
2 5
K1
medidas efetuadas, as relações entre as tensões e
correntes do MIT nas conexões estrela e triângulo.
b) Anotar os dados de placa do MIT utilizado para
calcular as correntes de K1, K2 e K3. Utilizar a
equação a seguir para encontrar IL nominal, em função K3
T
da potência mecânica em CV, do rendimento () do K1
motor em % e do fator de potência (cos ). Figura 6.5 – Conexão das bobinas do MIT em .
7.1 – Introdução
Nesta aula será montado um comando com duplo sentido de rotação com inversão direta e
temporizada, aplicada ao acionamento de um portão de garagem.
A Figura 7.1 mostra um circuito de acionamento (chave de partida) de um motor CA trifásico, com
reversão realizada através do contator K2. O componente F2 no esquema é um disjuntor, podendo ser
substituído por fusível.
Figura 7.1 – Diagrama de acionamento para um MIT com reversão de rotação temporizada.
O relé de tempo RT1 tem a função de reverter a rotação do motor (fechar o portão) somente após o
tempo de ajuste (em torno de 30 segundos, para a entrada/saída de veículos). As chaves de fim de curso
definem a parada do portão nos dois sentidos, abertura e fechamento.
7.2 – Montagem
ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. O. Fundamentos de Circuitos Elétricos. 5a. ed. Porto Alegre:
AMGH - McGraw-Hill & Bookman, 2013.
BOYLESTAD, R. L. Introductory Circuit Analysis. 10th. ed. Upper Saddle River, New Jersey : Pearson
Education, Inc., 2003.
BOYLESTAD, R. L. Introdução à Análise de Circuitos. 12a. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012.
CATÁLOGO MINIPA Electric. São Paulo: [s.n.], 2018. Disponivel em: <https://www.defepis.com.br/wp-
content/uploads/2019/02/catalogo_Minipa-Electric-2018.pdf>.
CHAPMAN, S. J. Fundamentos de máquinas elétricas. 5a. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.
CHAVES, A. S. Física: Eletromagnetismo. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso Ed., v. 2, 2001.
COMANDOS Elétricos. 2013. ed. Brasília: SENAI/DN.
COTRIM, A. A. M. B. Instalações Elétricas. 5a. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
FILHO, F.; FILIPPO, G. E. Comandos Elétricos. 1a. ed. São Paulo: Érika, 2014.
FITZGERALD, A. E.; KINGLSEY, C. Máquinas Elétricas. 7a. ed. Porto Alegre: Bookman, 2014.
FRANCHI, C. M. Acionamentos Elétricos. 2a. ed. São Paulo: Érica, 2007.
FRANCHI, C. M. Sistemas de Acionamento Elétrico. 1a. ed. São Paulo: Érica, 2014.
FRANCHI, C. M. Sistemas de Acionamento Elétrico. 1a. ed. São Paulo: Érika, 2014.
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