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Circuitos Elétricos
em Corrente Alternada
Fundamentos para
o Ensino Técnico
Fontes:
Nome
Maiúsculas Minúsculas
Clássico
Prefixos SI*
A Alfa Fator Prefixo Símbolo
B Beta 10-3 mili m
Gamma 10-6 micro
Delta 10-9 nano n
E Epsilon 10-12 pico p
Z Zeta 103 quilo k
H Eta 106 mega M
Theta 109 giga G
I Iota 1012 tera T
K Kappa * SI: Sistema Internacional de Unidades, é um conjunto sistematizado e
Lambda padronizado de definições para unidades de medida, utilizado em quase todo
M Mu o mundo moderno, que visa a uniformizar e facilitar as medições e as relações
internacionais daí decorrentes.
N Nu Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Internacional_de_Unidades
Xi (ksi)
O Omicrón
Pi
P Rho
Sigma
T Tau
Y Upsilón
Phi
X Chi
Psi
Ômega
A energia elétrica, pode-se dizer, é uma das formas de energia que move a vida moderna. Diversos
equipamentos a utilizam, como telefones celulares, eletrodomésticos, equipamentos industriais, indústria
automotiva etc. No Brasil ela é produzida em grande parte nas usinas hidrelétricas (UHE) – Figura 1a, onde
ocorre a conversão de energia mecânica em elétrica. É produzido um sinal de corrente alternada (CA) pela
rotação do eixo de um gerador trifásico, através de uma turbina acionada pela força da água (Figura 1b).
Deste gerador, a energia cinética convertida em energia elétrica é enviada através de condutores ao seu
destino, através das linhas de transmissão (LT). A energia elétrica é entregue das LT às subestações de
distribuição e, a partir daí, aos consumidores.
Outras formas de se obter energia elétrica estão ilustradas na Figura 1.2, como a energia eólica (força
dos ventos para tocar o eixo do gerador) e energia solar. No Brasil encontramos também usinas de energia
nuclear, que utilizam materiais radioativos como o Urânio para produzir eletricidade. Destes materiais se
obtêm calor através de uma reação nuclear. As usinas de energia nuclear brasileiras estão localizadas em
Angra dos Reis (Angra I e Angra II), com potencial de geração de 2 mil MW.
(a) (b)
Figura 1.1 – (a) Aspecto de uma Usina Hidrelétrica (UHE) – vista de perfil. (b) Esquema de barragem de UHE com
destaque para a turbina. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Hydroelectric_dam_portuguese.PNG
Figura 1.3 – Esquema de uma turbina que Figura 1.4 – Instalação da unidade geradora 1, da UHE Estreito.
aciona um gerador de uma UHE1. Fonte: http://www.pnegrao.com.br/2010/12/montagem-da-primeira-
unidade-geradora.html.
A Figura 1.5 apresenta o esquema de um gerador elementar de uma espira, submetida à ação de um
fluxo magnético, interno à região entre os polos norte e sul de um ímã. Com a rotação desta espira, através
de alguma forma de energia mecânica (turbina, por exemplo), obtém-se um sinal alternado e senoidal nos
seus anéis coletores.
Numa definição simples, uma espira constitui um tipo de circuito elétrico, com aplicações na
produção de campo magnético e eletricidade. É um componente encontrado em geradores de energia
elétrica, motores elétricos, transformadores e indutores, dentre outros.
1
Fonte: http://www.eletrica.ufpr.br/~jean/Eletrotecnica/Material_Didatico/Aula03_Sistemas_Trifasicos.ppt
(a) (b)
Figura 1.6 – (a) Indutor ou bobina de comprimento l formado por N espiras. (b) Aspecto de uma bobina.
(a) (b)
Figura 1.8 – (a) Esquema de um transformador monofásico. (b) Transformador trifásico conectado à rede CA.
O gerador elementar (Figura 1.5) contém um condutor (na prática uma bobina), o qual é girado por
uma turbina a vapor ou qualquer outra forma de energia mecânica. Tal rotação provoca uma alteração
contínua no fluxo magnético em torno do condutor e, em função disso, surge em seus terminais uma tensão
induzida sob forma senoidal, como será demonstrado a seguir.
Reta normal
B à superfície
(a) (b)
Figura 1.9 – (a) Espira inclinada por um ângulo em relação às linhas do campo magnético.
(b) A mesma espira de (a), girando na região de campo magnético – produção de tensão senoidal.
Fonte: http://macao.communications.museum/images/exhibits/small/2_4_1_1_por.png
O fluxo magnético em uma espira (Figura 1.9), está associado à quantidade de linhas de indução
magnética que atravessa a sua superfície, como representado em (1.1), onde B é dado em Tesla [T]; A é a
área da espira, em m2 e é o ângulo determinado entre a reta normal à superfície e a direção do vetor indução.
= B A cos (1.1)
N
=− (1.2)
t
Figura 1.10 - Michael Faraday.
A variável N, em (1.2), é o número de espiras; o sinal negativo indica a polarização da f.e.m. induzida
(Lei de Lenz). Para uma variação infinitesimal ( e t tendendo para zero), utiliza-se a derivada, d/dt.
Para uma função cosseno, a sua derivada é dada por (1.3).
d
cos x = − sen x (1.3)
dx
onde k = N.B.A é o valor máximo da tensão ou f.e.m. induzida. Logo, teremos max em = 90 graus (sen
90o = 1) e min em = 270 graus (sen 270o = − 1).
A Figura 1.11 mostra a formação de uma senóide de acordo com um giro completo de uma espira do
gerador CA elementar. Por (1.4), determina-se o valor da f.e.m. induzida nos instantes 1, 2, 3, 4 e 5.
1 2 3 4 5
Figura 1.11 – Um ciclo completo da tensão CA com o giro de 360 graus de uma espira.
Da senóide da Figura 1.11 verifica-se que para os instantes 1, 3 e 5, a f.e.m. é nula, pois não há variação
de fluxo magnético, ou seja, d/dt = 0. A variação máxima ocorre nos intervalos entre os instantes 1 e 2 (variação
max positiva), 2 e 3 (max negativa), 3 e 4 e 4 e 5. Pela Figura 1.12, pode-se acompanhar o ciclo completo da
senóide formada pelo giro de um fasor, indicando no diagrama um ciclo de 0 a 360 graus.
90o 1 ciclo
B
,
A B C D A
C
1800 0o
A
D
2700 v(t) ¼ volta ½ volta ¾ volta 1 volta ,
B B
, , ,,
C A C A
0
A /2
rad
3/2 2
rad
t
rad rad
,
D D
1 ciclo 1 ciclo
Figura 1.12 – Dois ciclos de tensão alternada gerados pela rotação de uma espira (GUSSOW, 2009).
Para um gerador de 2 polos (norte e sul), a rotação de uma bobina ao longo de 360º geométricos
(ou graus mecânicos) gera sempre 1 ciclo de 360º elétricos de tensão (gerador de 2 polos). Observe que,
por exemplo, para um ângulo de 90 graus – veja a Equação (1.4), a tensão induzida na espira é máxima,
pois = k sen = k sen 900 = max.
Na Figura 1.13 é apresentada uma forma de onda senoidal, desenhada em um oscilograma. O instrumento
para verificar o formato e outros parâmetros de um sinal periódico é o osciloscópio – ver a Figura 1.14 (exemplo
de osciloscópio digital).
Tela do osciloscópio
Figura 1.14 – Tela de um osciloscópio digital.
Fonte: https://www.equiposylaboratorio.com/userfiles/TEKTRONIXTDS1001.jpg
Esta forma de onda, equação geral em (1.5), é obtida pela Lei de Faraday do Eletromagnetismo. Esta
equação mostra a tensão escrita no DOMÍNIO DO TEMPO, ou seja, em função do tempo t em segundos.
Os parâmetros desta equação serão apresentados a seguir, no item 1.3.1. Estes parâmetros são válidos
para qualquer formato de forma de onda CA: quadrada, triangular, dente-de-serra, etc. É bom recordar que, para
estes parâmetros, utiliza-se o eixo vertical dos gráficos para a representação de tensões e correntes, e o eixo
horizontal para representar o tempo.
Período (T) - duração de um ciclo ou ainda o intervalo de tempo entre dois pontos da curva de mesma situação
(picos positivos ou negativos, p. ex.). É medido em segundos.
Frequência (f) – número de repetições ou ciclos por segundo. É medida em Hertz (Hz). f = 1/T, logo, T = 1/f.
Daí Hz = 1/s ou s-1. A frequência do sistema elétrico no Brasil é de 60 Hz; em outros países se usa 50 Hz.
Ângulo (phi, legra grega): é o ângulo de fase inicial, que indica a posição angular onde se inicia o semiciclo
positivo da forma de onda senoidal.
Exemplo 1.1 – Seja um sinal de tensão dado por v(t) = 10 sen (377t).
Para t = 0 ms, tem-se v(10ms) = 10 sen (377 rad/s 0 ms) = 0 V.
Exercício 1.1 (BOYLESTAD, 2012) – Seja a forma de onda senoidal, apresentada na Figura 1.15.
Convenção de sinais
Quando a onda senoidal é ADIANTADA em relação ao instante 0 (zero), como mostra a Figura 1.16a, o
ângulo de fase é considerado positivo ( > 0) na Equação (1.5). Neste caso, o semiciclo positivo começa
sempre antes do zero (0) no eixo t. Na Figura 1.16b o semiciclo positivo começa após o instante zero no eixo
t, ou seja, a onda senoidal está ATRASADA e o ângulo de fase é considerado negativo ( < 0).
= t = (2/T).t (1.7)
Frequência angular (letra grega ômega) ou velocidade de giro angular, em rad/s. É definida
matematicamente por (1.8), ou por = 2/T, em que f = frequência (Hz) e T = período (s).
= 2f (1.8)
Exemplo 1.2 – Valor instantâneo de v(t). A forma de onda de tensão da Figura 1.17 tem a sua equação
dada por: v(t) = Vmax sen (t ) = 6 mV sen (4 103)t + 400). Nota: = 2f (rad/s).
Para o instante t = 0s, tem-se: v(t) = 6 mV sen (4 103)0 + 400) = 6 mV sen 400 = 3,85 mV.
400
Figura 1.17 – Forma de onda de v(t), para o Exemplo 1.1 (BOYLESTAD, 2012).
Exemplo 1.3 – A expressão v(t) = 5 sen (100t + 350) mostra que este sinal possui um ângulo de fase
positivo, com = 350. Qual é o seu valor instantâneo em t = 0 ms?
Solução: o sinal v(t) está adiantado em relação ao instante 0 s (ou ao ângulo 00) de 35 graus. Para t = 0 ms, v(0
ms) = 5 sen (0 + 350) = 2,87 V. Veja a forma de onda deste sinal na Figura 1.18. Verifique este valor instantâneo
em t = 0 ms.
5
Vmax
V 2,87
V
V
t
35o
0o
0ms
As grandezas elétricas, quando variantes no tempo, são identificas pela letra MINÚSCULA. Por
exemplo: v(t), tensão CA e i(t), corrente CA. Quando se quer escrever/identificar os parâmetros destas
grandezas (valor máximo, valor de pico-a-pico, valor médio, valor eficaz etc.), faz-se o uso de letras
MAIÚSCULAS, como, por exemplo: Vpp ,Vmax ,VRMS , VDC etc.
O valor médio de uma função representa o resultado líquido da variação de uma grandeza física como
deslocamento, temperatura, tensão, corrente etc. (MUSSOI, 2006). Para uma grandeza em função do tempo, por
exemplo, o valor médio é dado pela soma das áreas positivas e negativas que são descritas periodicamente ao
longo do tempo, como em (1.9).
Assim, por exemplo, para uma forma de onda como a da Figura 1.19, o seu valor médio é determinado
pela área total sob a curva, dividido pelo seu período T. A equação (1.9) é apropriada para funções simétricas
como a onda quadrada, onda triangular etc.
Figura 1.19 – Exemplo gráfico do valor médio de uma forma de onda (MUSSOI, 2006).
Área 1
Área 2
12 V - 4 V
Vdc = =1 V
8
Exemplo 1.5 – Determine o valor médio para a forma de onda da Figura 1.21.
Solução:
Vmed =
( 2 4 ) + 2 ( −2 ) + ( 2 3) + ( 2 1)
8
8 − 4 + 6 + 2 12
= = = 1,5 V.
8 8
O valor eficaz de uma função representa a capacidade de produção de trabalho efetivo de uma
grandeza variável no tempo entre as suas excursões positivas e negativa. Podemos identificar também o
valor eficaz de um sinal por valor RMS (Vrms), de root mean square, valor médio quadrático.
Para uma tensão senoidal, por exemplo (Figura 1.22), cuja equação no domínio do tempo é dada por
v(t) = Vmax sen t, o seu valor eficaz é obtido por (1.10).
v(t)
Tensão eficaz = 0,707 Vmax
+ Vmax
T
0 T/2 t
- Vmax
Figura 1.22 – Conceito gráfico do valor eficaz de uma senóide (MUSSOI, 2006).
Vmax
Vef = = 0, 707 Vmax (1.10)
2
O significado físico do valor eficaz para este sinal senoidal de tensão é extraído da análise da potência
elétrica fornecida a um mesmo resistor R, primeiro através de uma fonte de tensão contínua e depois de
uma fonte CA senoidal, como mostra a Figura 1.23.
I1 i2
+ A - A
V1 R v2 R
100 100
Figura 1.23 – Circuitos para medição da potência RMS num resistor. Simulação com o software PSpice®.
No segundo circuito, o resistor R é alimentado por um sinal senoidal v2, ajustado para que o
amperímetro indique uma corrente eficaz de 1,27 A, a fim de que seja dissipada a mesma potência que no
primeiro circuito. Logo, P2 RMS = 127 VRMS 1,27 ARMS = 161,29 WRMS.
O valor ajustado para v2 equivale a uma tensão CC, a qual, aplicada ao resistor R, dissipa a mesma
potência (em CA) que no primeiro circuito (em CC). O circuito da Figura 1.24 mostra um outro modo
prático de se medir a energia térmica entregue por ambas as fontes ao resistor R.
Em resumo: o valor da tensão eficaz ou da corrente eficaz é o valor que produz numa resistência o mesmo
efeito que uma tensão/corrente contínua constante desse mesmo valor.
Observações:
Exemplo 1.6 (BOYLESTAD, 2012) – A fonte CC de 120 V na Figura 1.25a fornece 3,6 Watts à carga.
Calcular os valores máximos da tensão Em e da corrente Im para que a fonte alternada (Figura 1.25b) forneça
a mesma potência a uma carga idêntica.
Solução:
𝑃𝐶𝐶 3,6 𝑊
A potência média é dada por Pcc = Vcc Icc. Portanto, 𝐼𝐶𝐶 = = = 30 𝑚𝐴
𝑉𝐶𝐶 120 𝑉
2) Encontrar o valor máximo, o valor eficaz e a frequência para os seguintes sinais elétricos:
4) Seja um sinal de tensão i = 180 sen 200t. Encontre o tempo (s) necessário para que este sinal complete
meio ciclo.
5) Seja a forma de onda da Figura 1.26, onde a tensão v1 é senoidal, sobreposta a um sinal contínuo de 6 V.
Figura 1.26 – Circuito com uma fonte CA e uma fonte CC, em série (BOYLESTAD, 2012).
Determine:
a) A equação de v1(t) e de vtotal (t);
b) o período em ms e a velocidade angular , em rad/s;
c) o valor médio (VDC) da tensão vtotal (t).
Considere-se, na Figura 1.27, uma carga R puramente resistiva, alimentada por uma fonte de tensão
CA (vg). A potência fornecida por esta fonte será totalmente absorvida por R. Neste circuito a corrente (iR)
e a tensão (vR) estão na mesma fase, ou sincronizadas. A corrente CA no circuito é obtida em função do
valor ôhmico de R, em (1.11) e escrita em (1.12).
vR
vg vg vR
iR R iR
vR Vmax sen t
iR = = (1.11)
R R
Exemplo 1.7 (BOYLESTAD, 2002) − Dado um circuito puramente resistivo como o da Figura 1.27, obter
a equação de vg(t) e esboçar as formas de onda de vg(t) e i(t). São dados R = 2 e i(t) = 4 sen (t + 300) A.
Solução: vg
Neste circuito, a tensão na fonte vg(t) é a
mesma do resistor, vR(t).
A Figura 1.28 mostra as formas de onda de Figura 1.28 – Formas de onda do circuito do
vg(t) e i(t), em fase (00 de deslocamento entre ambos). Exemplo 1.7 (BOYLESTAD, 2012).
XL = L = 2π f L (1.14)
Vmax
VL ef V L.I max
Oposição = X L = = 2 = max = = L
I L ef I max I max I max
2
di (t )
vL = L (1.15)
dt
Pela Figura 1.30 verifica-se por (1.15) que quando a derivada diL(t)/dt é máxima (instante A, ângulo
de 90 graus), a tensão induzida na bobina é máxima. Para o instante B, diL(t)/dt é nula e vL(t) = 0. Na Figura
1.30b vê-se o fasor VL adiantado de 900 do fasor IL.
v(t)
VL max
Figura 1.30 – Formas de onda e fasores VL e IL do circuito indutivo puro (Figura 1.29).
As formas de onda da Figura 1.31 mostram a corrente iL na referência, com ângulo de fase nulo. A
tensão em um indutor puro está sempre adiantada de 900 em relação à corrente.
Figura 1.31 – Sinais de i(t) e vL(t) para o circuito da Figura 1.29 (BOYLESTAD, 2012).
Exemplo 1.8 − Simulação de um circuito puramente indutivo. Seja o circuito indutivo RL série da Figura
1.32. O valor da reatância indutiva (XL1, devida à indutância L1), é:
Como a resistência R1 é desprezível (100 m ), a corrente eficaz no circuito será encontrada por:
Alterando-se o valor de L1 para 15 mH, a nova corrente eficaz será dada por (veja o resultado da
simulação na Figura 1.33):
127
𝐼= = 22,47𝐴
2𝜋 × 60 × 15 × 10−3
A oposição à passagem da corrente iC(t) em um circuito capacitivo puro (Figura 1.34, semiciclo
positivo de v(t)) é determinada pela reatância capacitiva do capacitor C, expressa por (1.16), onde:
é a frequência angular, em rad/s;
XC é reatância capacitiva em ohms (Ω);
f é a frequência do gerador em Hertz (Hz) e
C é a capacitância em Farad (F).
iC(t)
v(t) vC(t) C
Figura 1.34 – Circuito capacitivo puro, alimentado por uma fonte de tensão senoidal.
1 1
𝑋𝐶 = 𝜔𝐶 = 2𝜋𝑓𝐶 (1.16)
vc(t)
Figura 1.35 – Formas de onda e fasores de corrente e tensão em um circuito capacitivo puro.
𝑑𝑣𝐶 (𝑡)
𝑖𝐶 (𝑡) = 𝐶 𝑑𝑡
(1.17)
Analisando a Figura 1.33, observa-se que o máximo da corrente ocorre quando a derivada da tensão
no capacitor é máxima (inclinação da reta tangente na curva vc(t), em 90 graus. Assim, nos terminais de um
capacitor num circuito CA, a corrente sempre estará adiantada de 900 em relação à tensão.
a) período em ms.
b) frequência em kHz.
c) valor máximo e valor eficaz.
d) o ângulo de fase em graus.
Questão 4 – Encontre o valor instantâneo de v(t) = 100 sen 500t em t = 1,0 ms. Resp.: v(1 ms) 100 V.
a) a sua equação.
b) o seu valor médio (VDC) em V.
c) o seu período em ms se = 300 rad/s.
Resp.: (b) VDC = 15 V ; (c) T 20,94 ms.
v(t) v(t)
20 40
15
10
5
8 t (s)
0 t 0
T/2 T
Figura 3. Figura 4.
Questão 7 – Seja a forma de onda apresentada na Figura 4. Calcule o seu valor médio, sendo que
a) Escrever as suas equações, v(t) e i(t), indicando os valores aproximados de Vmax e Imax.
b) Pode-se dizer que este elemento é um _________________ (capacitor / indutor).
2.4.1 – Fasores
Uma grandeza senoidal pode ser representada por um vetor que gira com velocidade constante,
em rad/s. Se este representa uma grandeza elétrica (tensão ou corrente), é denominado de FASOR (ver a
Figura 2.1). O fasor não é como o vetor, pois possui somente módulo e sentido (horário ou anti-horário).
x(t)
+ Xmax
[rad/s]
Fasor
0
2 t
- Xmax
(a) (b)
Figura 2.1 – (a) Representação fasorial de uma grandeza senoidal x(t), ilustrada em (b).
Na Figura 2.2, a onda B está adiantada ou atrasada da onda seno A. O seu ângulo de fase é de 90
graus ou /2 rad (GUSSOW, 2009).
(a) (b)
Figura 2.2 – Ondas senoidais. (a) Formas de onda. (b) Diagrama de fasores (GUSSOW, 2009).
Na Figura 2.3a são apresentados dois sinais, de tensão, v(t) e de corrente, i(t), defasados de 180 graus
(sinais fora de fase). No segundo gráfico, Figura 2.3b, as grandezas estão em fase (ângulo de defasagem
nulo entre ambas as formas de onda).
O oscilograma da Figura 2.4 mostra três sinais de tensão. Qual deles está mais adiantado? Os
três sinais possuem a mesma frequência? Justifique.
O FASOR ou vetor de fase é uma representação de uma função senoidal de amplitude, frequência
angular e fase invariantes no tempo. Alguns autores utilizam como comprimento do fasor o valor máximo;
outros o valor eficaz do sinal senoidal. Neste texto será adotado o valor eficaz como amplitude do fasor.
Os fasores podem ser representados nas formas polar (módulo e ângulo) e na forma complexa. Esta
última é utilizada para as operações de soma e subtração entre fasores. Para as operações de multiplicação
e divisão é recomendado a forma polar.
Na notação fasorial, as grandezas envolvidas sempre variam de forma senoidal, e a frequência não é
representada. Uma observação importante: a álgebra dos fasores para grandezas senoidais é aplicada
somente a formas de onda senoidais de mesma frequência (BOYLESTAD, 2012).
Exemplo 2.1 – Seja um sinal v(t) = 180 sen (377t + 450). Qual é a sua forma polar?
Solução:
Relembrando, o valor eficaz de um sinal senoidal é 𝑉𝑒𝑓 = 𝑉𝑚𝑎𝑥 ⁄√2. Na forma polar este sinal pode
então ser representado como: V = 180 ( )
2 450 V.
a) I = 10A 300.
b) V = 115V − 700.
Solução:
a) i(t) será representado no domínio do tempo como: 𝑖(𝑡) = 5√2 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 − 150 ).
b) Da Lei de Ohm, vR(t) = Ri(t)
𝑣𝑅 (𝑡) = 𝑅 𝑖(𝑡) = 10 5√2 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 − 150 ).
𝑣𝑅 (𝑡) = 50√2 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 − 150 ).
Na forma polar → 𝑉𝑅 = 50-150 𝑉.
Exemplo 2.4 (BOYLESTAD, 2012) − Seja um número complexo representado na forma polar, como visto
na Figura 2.5. O número complexo com sinal negativo, nesta figura, é oposto ao número complexo com
sinal positivo, pois ocorre um giro de 180 graus no fasor.
Forma polar:
− C = − Z
= Z 1800
-j
Figura 2.5 – Ilustrando o efeito de um sinal negativo sobre a forma polar (BOYLESTAD, 2012).
Um fasor é um vetor radial girante, como já foi visto, e permite realizar com facilidade operações
algébricas entre os sinais de um sistema elétrico. Basta, para isto, utilizar uma ferramenta matemática para a sua
representação, a qual faz uso dos números complexos. Um número complexo pode ser representado na forma
retangular (ou forma cartesiana), como mostra a Figura 2.7.
Im Imaginário
Componentes de Z:
b a = Z .cos
Z b = Z . sen
θ Real
0 a Re
Forma COMPLEXA
(ou cartesiana ou ainda retangular) ..... Z = a + jb
Um número complexo é composto por uma parte real e uma parte imaginária, como descrito em (2.1),
onde temos j, um operador matemático, que desloca um fasor real de 90 graus para o eixo imaginário.
Z = a + jb (2.1)
j = −1 (2.2)
b
= tan −1 (2.3)
a
Onde:
tan = b/a;
a = cateto adjacente e
b = cateto oposto (ao ângulo teta, ). Figura 2.8 – O fasor Z e seus componentes a e b.
2 2
Forma polar |𝑍| = √𝑎 + 𝑏
𝑍 = 𝑎 ± 𝑗𝑏 → {
𝑍 = |𝑍| 𝜃 Ω 𝜃 = 𝑡𝑔−1 (±𝑏)
𝑎
Para estas operações, utiliza-se a forma retangular para obter o fasor resultante. Sejam os fasores Z1
= a1 + jb1 e Z2 = a2 + jb2, sobre os quais se deseja obter a soma e a subtração entre eles. A regra fundamental
para estas operações entre fasores escritos na forma complexa é:
𝑍 = (5 + 5) + 𝑗(2 − 7)
Solução: {
𝑍 = 10 − 𝑗5
Exemplo 2.7 – Qual é a resultante C12 dos fasores indicados na Figura 2.9?
Multiplicação
A multiplicação de números complexos deve ser feita na forma polar, não sendo recomendável a
multiplicação na forma retangular, embora possa ser realizada (os cálculos ficam difíceis).
Sejam dois números complexos C1 e C2 escritos na forma polar:
𝑪𝟏 = 𝑍1 𝜃1 e 𝑪𝟐 = 𝑍2 𝜃2
𝑪𝟏 × 𝑪𝟐 = 𝑍1 × 𝑍2 𝜃1 + 𝜃2 (2.4)
Divisão
A divisão de números complexos também deve ser feita na forma polar. O processo é análogo ao da
multiplicação, porém, ao dividir C1 por C2, dividem-se os seus módulos e subtraem-se algebricamente os
seus ângulos, como descrito matematicamente em (2.5).
𝑪𝟏 𝑍1
= 𝜃1 − 𝜃2 (2. 5)
𝑪𝟐 𝑍2
a) C1 = 15 100 e C1 = 2 70
b) C1 = 8 1200 e C1 = 16 -500
O conjugado Z* ou complexo conjugado de um número complexo Z pode ser definido como uma
imagem de Z em relação ao eixo real, como mostra a Figura 2.11 (EDMINISTER, 1991).
Para se obter o conjugado basta simplesmente trocar, na forma retangular, o sinal da parte imaginária.
Na forma polar basta usar o negativo do ângulo.
Z 2
-4 -3 -2 -1 1 2 3 4
Z*
-j
Figura 2.11 – Representação de um complexo conjugado Z*.
Exemplo 2.9
Seja número complexo C = 5 + j5.
O conjugado de C é dado por C* = 5 – j5.
Na forma polar, C = 7,07 450 e o seu complexo conjugado é C* = 7,07 −450.
Resumo
A Figura 2.12 apresenta um circuito CA cuja carga é um resistor R, alimentada por uma fonte
senoidal v = Vm sen t, onde Vm = Vmax, valor de pico. Aplicando-se a este circuito a Lei de Ohm através
da álgebra fasorial, obtém-se, em (2.6):
i = Im sen t 𝑉00 𝑉
𝐼 = 𝑅𝜃 = 𝑅 00 − 𝜃𝑅 (2.6)
𝑅
𝑉00 𝑉
𝑰 = 𝑅00 = 𝑅 00 = 𝐼00 (2.7)
Exemplo 2.10 (BOYLESTAD, 2012) − Fasorialmente, os fasores de tensão e corrente em um resistor puro
R estão em fase. Neste exemplo, para o circuito da Figura 2.13a, tem-se o diagrama fasorial de V e de I, na
Figura 2.13c, referente às formas de onda na Figura 2.13b. Os módulos dos fasores V e I são encontrados
através do valor eficaz de v e de i, respectivamente.
No circuito capacitivo puro (Figura 2.14), a corrente se adianta da tensão de 90 graus. Aplicando-se
a Lei de Ohm a este circuito, obtém-se a relação (2.8).
𝑉00 𝑉
𝑰=𝑋 = 𝑋 00 − 𝜃𝑐 (2.8)
𝑐 𝜃𝑐 𝑐
Para que o ângulo do fasor de I seja de + 90 graus, o ângulo C tem de ser igual a – 90 graus. Assim,
obtém-se o fasor de I, adiantado 90 graus do fasor da tensão V.
𝑉00 𝑉 𝑉
𝐼=
𝑋𝐶 −900
=
𝑋𝐶
00 − (−900 ) =
𝑋𝐶
900
Exemplo 2.11 (BOYLESTAD, 2012) − A Figura 2.15a mostra as formas de onda de v e de i em um circuito
capacitivo puro. Na Figura 2.15b estão representados os seus respectivos fasores.
(a) (b)
Figura 2.15 – (a) Formas de onda e (b) diagrama fasorial de v e de i (BOYLESTAD, 2012).
15
𝑉𝑒𝑓 = ( 2) = 10,61 → Fasor: 𝑉 = 10,6100
√
15 7,5
𝐼𝑒𝑓 = ( ) = 7,5 → Fasor: 𝐼 = ( ) 900 = 5,303 900
2 √2
No circuito indutivo puro (Figura 2.16a), a tensão e a corrente estão defasadas de 90 graus. Mas,
neste caso é a tensão que se adianta da corrente, como mostra a Figura 2.16b.
XL = L v = Vm sen t
(a) (b)
Figura 2.16 – (a) Circuito indutivo puro. (b) Diagrama fasorial de v e de i (BOYLESTAD, 2012).
A equação de v(t) está apresentada graficamente na Figura 2.17a. Na Figura 2.17b é apresentado o
diagrama fasorial de v e de i.
(a) (b)
Figura 2.17 – (a) Sinais v e i no circuito indutivo. (b) Diagrama fasorial (BOYLESTAD, 2012).
EF - Exercícios de Fixação
Série 2
a) Z1 = (5 – j6) + (3 + j2)
b) Z2 = (2 – j5)(4 − j)
c) Z3 = 1/(12 + j7)
d) Z4 = (1 + j4)/(3 + j2)
𝑗 5𝑗
e) 𝑍5 = (4 − ) − (9 + )
2 2
4 z4 = 40 + j 55 ,
Z1 2 z5 = 100 - j 33 ,
j8
j10 z6 = - 20 - j 60 e
Z2
53,10 z7 = - 65 + j 90 .
6
Resp.: 10 53,1o Resp.: 10,77 − 68,2o Resp.: 1,13 − 143,41o
4) Seja o circuito da Figura 3. Usando a leitura da tensão no resistor R2 pelo osciloscópio, determinar o valor
aproximado da resistência R1 (BOYLESTAD, 2012). Observação: R2 = 22 ohms.
vR2 (canal 1)
R1 Osciloscópio
R2 43,22 Vpp
A impedância Z é dada pela relação entre tensão e corrente em um circuito série, paralelo ou misto,
contendo elementos resistivos, capacitivos e indutivos (MUSSOI, 2006). Ela representa a medida da
oposição que este circuito oferece à passagem de uma corrente alternada (CA).
Os elementos XL e XC (reatâncias indutiva e capacitiva, respectivamente), são fasores que são
posicionados no eixo imaginário, enquanto a resistência R fica posicionada no eixo real do plano complexo,
também chamado de Plano de Argand-Gauss ou Diagrama de Argand. As Figuras 3.1 e 3.2 mostram a
disposição destes fasores no plano complexo, para os elementos R, L e C associados em série.
Im Im Im
Z = R + jXL
+ jXL Z + jXL
R + R
Re Re Re
0 0 0 −
R
Z − jXLC
− jXC
ZZ==RR−−jXjX
CL
(a) (b) (c)
Figura 3.1 (MUSSOI, 2006) – (a) Reatâncias indutiva e capacitiva iguais. Impedância Z
resultante em: (b) um circuito RL série. (c) um circuito RC série.
Im
XL
R
XL − XC T
Re
XC
Figura 3.2 – Diagrama fasorial de impedância (Z).
O fasor XL está posicionado para cima, com ângulo de + 900 enquanto XC está posicionado para baixo,
com ângulo de - 900. Estes dois fasores são denominados de componentes reativas de um circuito, ou seja,
armazenam energia. Já o resistor é um elemento passivo, pois somente dissipa a energia elétrica que recebe. A
impedância complexa ou retangular, também representada na Figura 3.2, é dada por (3.1).
𝑍 = 𝑅 + 𝑗(𝑋𝐿 − 𝑋𝐶 ) (3.1)
R
Re
XL − XC T
Z
(𝑋𝐿 −𝑋𝐶 )
𝜃𝑇 = 𝑡𝑎𝑛−1 𝑅
(3.3)
Na forma polar, a impedância Z é dada por (3.4). Os componentes de Z podem ser encontrados em
função do ângulo T, como visto em (3.5) e em (3.6).
𝑍 = |𝑍|𝜃𝑇 (3.4)
R = Z cos T (3.5)
X = Z sen T (3.6)
Exemplo 3.9
Dado o diagrama fasorial da Figura 3.3, onde o ângulo T da Im
impedância é de 60 graus, pede-se calcular:
a) o módulo da impedância Z;
b) o valor de XL (reatância indutiva); T
c) a representação de Z na forma complexa;
Re
d) a representação de Z na forma polar.
Figura 3.3.
Solução:
Tabela 3.1 – Relações entre Tensão e Corrente nos elementos passivos RLC (MUSSOI, 2006).
A Lei de Ohm relaciona a tensão e a corrente através de uma constante de proporcionalidade - oposição
entre a causa (tensão aplicada) e efeito (corrente). Em um circuito CA, a relação entre a tensão e a corrente é a
impedância Z, no domínio fasorial dada por (3.7). O seu ângulo é T = V − I .
VV
Z T = = ( V/I ) V − I (3.7)
I I
As impedâncias, da mesma forma que as resistências, podem ser associadas, em série e em paralelo.
As Figuras 3.4 e 3.5 mostram os esquemas destas associações e as suas respectivas equações, para se
encontrar a impedância equivalente, “vista” dos terminais a e b.
n
Z1 Z2 Z3 Zn Zeq = Zi
a b i =1
a
1 n
1
Z1 Z2 Z3 Zn =
b
Z eq i =1 Z i
Impedância equivalente de
uma associação em paralelo.
1 1 1 1 𝑍 +𝑍 𝑍 ×𝑍
Solução: =𝑍 +𝑍 → = 𝑍2 ×𝑍1 → 𝑍𝑒𝑞 = 𝑍1+𝑍2
𝑍𝑒𝑞 1 2 𝑍𝑒𝑞 1 2 1 2
EF - Exercícios de Fixação
Série 3
EF 3.2 – Considerando as impedâncias descritas no EF 3.1, alimentadas por uma fonte senoidal, na forma
polar escrita como Vi = 127 V30o, determinar os elementos do circuito e a corrente da fonte.
Z = R + jXL (3.8)
Em função da presença do resistor R, a corrente se atrasa de um ângulo menor que 900 em relação
à tensão da fonte vi(t). Este atraso da corrente em relação às tensões vi(t) e vL(t) define o comportamento
indutivo do circuito.
Exemplo 3.12 (BOYLESTAD, 2012) − Seja um circuito RL série (Figura 3.7) alimentado por uma fonte
senoidal, e(t), em 60 Hz.
Z1
I _
+ V1
+
+
_
~
EAC V2
ZT
Z2 V2
_
Solução:
ZT = R2 + ( X L ) = 42 + ( 8 ) = 16 + 64 = 8,94 ohms
2 2
𝑋 8
O ângulo ( ou T) da impedância ZT é calculado por 𝜃𝑇 = 𝑡𝑎𝑛−1 ( 𝑅𝐿 ) = 𝑡𝑎𝑛−1 (4) = 63,430
Assim, obtém-se ZT = 8,94 63,430.
c) Diagramas fasoriais:
j
O diagrama fasorial de impedância do circuito RL
série é apresentado na Figura 3.8. Para desenhar o
diagrama fasorial contendo a corrente I e as tensões do
circuito, é necessário calcular V1 e V2, tensões no resistor ZT
e no indutor, respectivamente. XL = 8
Cálculos:
T
V1 = VR = RI = 4 11,18 A − 63,430
= 44,72 V− 63,430 0 R=4 +
V2 = VL = XLI = 8 900 11,18 A − 63,430 Figura 3.8 – Diagrama fasorial de
= 89,44 V 26,570 impedância – Exemplo 3.4.
Fasorialmente, a tensão da fonte é dada por E = V1 + V2, que pode ser escrita como E = V1 + jV2.
Escrevendo V1 e V2 na forma complexa:
E = V1 + jV2 = (20 + 80,24) + j(- 40 + 40,13) = 100,24 + j 0,13 100 V → E = 100 V 00
A Figura 3.9 mostra o diagrama fasorial com as tensões e a corrente do circuito RL série da Figura
3.7. Observa-se que:
- a corrente I em fase com a tensão v1 (no resistor R);
- a corrente I está atrasada 90 graus da tensão v2 (no indutor L).
- em relação à tensão da fonte, a corrente I está atrasada de 63,430.
- é comprovada fasorialmente a relação entre as tensões do circuito (LKT): E = V1 + jV2.
+ 40
V2 = 89,44 V 26,570
E = 100 V 00
0
I = 11,18 A - 63,430 +
V1 = 44,72 V - 63,430
- 40
50 100
Figura 3.9 – Diagrama fasorial da corrente e das tensões do circuito RL série – Exemplo 3.4.
Exemplo 3.13 – A Figura 3.10 mostra o resultado da simulação do circuito série da Figura 3.6. São
apresentadas a tensão da rede, e(t) e a corrente total, i(t). Observa-se o defasamento entre e(t) e i(t). Qual é
o defasamento em graus entre os sinais de e(t) e i(t)?
200
e(t)
i(t)
t
-200
0s 10ms 20ms 30ms 40ms
V(e:+) -I(e)*2 t1: 16.67ms Time
t2: 19.55ms
Figura 3.10 – Formas de onda de e(t) e i(t): circuito RL série da Figura 3.6.
Em relação à tensão da fonte, e(t), esta corrente se adianta de um ângulo (menor que 90 graus), em
função da presença do resistor R. Este avanço ou adiantamento da corrente em relação a estas tensões define
o comportamento capacitivo do circuito.
EF 3.3 – Em um circuito RC série, uma fonte de tensão v(t) = 180 sen (377t + 300) em 60 Hz alimenta os
elementos passivos Z1 = 100 0o e Z2 = 100 − 90o. Pede-se calcular:
Este circuito, apresentado na Figura 3.13, apresenta o sinal de saída, vo(t), sobre o capacitor. Este
tipo de filtro é denominado passivo.
Operação: vo
i R
A reatância capacitiva na saída do circuito é dada por
XC = 1/(2fC), onde = 2f [rad/s]. vi XC C
Para f → 0 (tendendo para zero), a reatância XC →
(tende para infinito). O capacitor se comporta como um
circuito aberto e a tensão de saída tende para ser igual à tensão
de entrada vi(t). Por isso a denominação de filtro passa-baixos
(ou, do inglês, low-pass filter). Figura 3.13 – Circuito RC série em
CA como filtro passa-baixos (PB).
Fonte:
https://www.sgntecmed.com.br/product-page/eletrocardi%C3%B3grafo- Figura 3.14 – Aspecto de um
cardioline-100l Eletrocardiógrafo portátil.
Tabela 3.2 – Cálculos da tensão eficaz de vo(t) de um filtro RC PB com a variação da frequência de v i(t).
EF - Exercícios de Fixação
Série 5
EF 3.5 – Comprove os cálculos do Exemplo 3.7 (Tabela 3.2) e justifique o comportamento do circuito.
EF 3.6 – Ainda com relação ao circuito RC série da Figura 3.13, com os dados do EF5 e com base nos
cálculos da Tabela 3.3, construir a curva Z f (Figura 3.15). Sugestão: utilize um software com planilha
automatizada para otimizar os cálculos.
Tabela 3.3 – Cálculos da tensão eficaz de vo(t) de um filtro RC PB com a variação da frequência de v i(t).
Vi (Vef) f (Hz) XC () Z () I (mA) Vo (Vef)
50
40
30
1,0 20
10 723,4 1,23 k 0,81 586,1 m
5
1 7,23 k 7,3 k 0,14 999,6 m
A Figura 3.16 mostra o esquema de um circuito RLC série, cuja impedância é dada por (3.10).
R XL XC
O módulo de Z é dado por (3.11) e o seu
ângulo, por (3.12). a
vR(t) vL(t) vC(t)
Z = (R 2
+ ( X L − XC )
2
) (3.11) ZT
= tan −1
( XL − XC )
(3.12) b
R
Figura 3.16 – Impedância do circuito RLC série.
Vab = VR + VL + VC (3.15)
Exemplo 3.16 (BOYLESTAD, 2012) – O circuito RLC série da Figura 3.17 é alimentado por um sinal
senoidal, e(t) = 70,7 sen t. Pede-se determinar:
Z = 3 + j(7 – 3) = 3 + j4 ohms.
Z = 5 53,130.
~ e = 70,7 sen t
Análise:
- Pelo diagrama fasorial do item (e) e pelas formas de onda, a corrente I está em fase com a tensão
no resistor, VR;
- esta corrente se atrasa de 90° em relação à tensão no indutor, VL, e se adianta de 90o em relação à
tensão no capacitor, VC;
- em relação à tensão da fonte, a corrente I está atrasada de 53,13o, o que evidencia o caráter indutivo
do circuito.
Para encontrar a tensão em um elemento de um circuito série em CA, vale a mesma regra utilizada
para os circuitos em CC, a regra do divisor de tensão, em (3.20), onde Vx é a tensão no elemento Zx do
circuito série, de impedância total ZT e tensão de alimentação VT.
𝑍𝑋 ⋅𝑉𝑇
𝑉𝑋 = (3.20)
𝑍𝑇
Exemplo 3.17 – Através da regra do divisor de tensão, calcular, para o circuito da Figura 3.19, a
tensão VX, expressando-a no domínio do tempo.
Solução:
10∠900 × 127∠00
𝑉𝑋 = = 113,6 𝑉∠ − 26,570
11,18∠26,570
113,60 V IT
Figura 3.20 – Simulação do circuito RLC série (Exemplo 3.9), com o software Multisim®.
Após a análise de circuitos CA em série contendo elementos resistivos e reativos, podemos concluir,
em resumo (BOYLESTAD, 2012):
1. A impedância total do circuito depende da frequência da fonte.
2. Pode ocorrer que a impedância de qualquer elemento do circuito seja ser maior do que a sua
impedância total, ZT. Pense, tendo ZT = R + j(XL – XC), em uma reatância indutiva muito maior que
a resistência R
3. No diagrama de impedâncias, as reatâncias capacitiva e indutiva têm sentidos diretamente opostos.
4. O circuito, em função da frequência da fonte, pode se comportar tanto de forma
predominantemente indutiva quanto capacitiva.
5. Nas frequências altas, os elementos indutivos têm maior contribuição para a impedância total. Esta
impedância pode ter maior contribuição devido aos elementos capacitivos no caso de frequências
mais baixas.
6. Em um circuito CA série o módulo da tensão em qualquer elemento pode ser maior que a tensão
aplicada.
7. Quanto maior a impedância de um elemento, maior o módulo da tensão sobre ele.
8. No diagrama fasorial, as tensões nos indutores e capacitores estão sempre em sentidos opostos.
9. A corrente em um circuito RLC série CA tem a seguinte orientação fasorial: em fase com a tensão
em um elemento resistivo, atrasada 90° em relação à tensão em um elemento indutivo e adiantada
90° em relação à tensão em um elemento capacitivo.
1 1 1 1 1
= + + +⋯+ (3.21)
𝒁𝑻 𝒁𝟏 𝒁𝟐 𝒁𝟑 𝒁𝑵
No estudo de circuitos CA em paralelo, além do uso do parâmetro impedância (Z) é muito útil
trabalhar com o parâmetro Admitância (Y). A Figura 3.21b mostra que, para cada ramo do circuito da
Figura 3.21a, existe uma admitância correspondente, p. ex., Y1 = 1/Z1 no primeiro ramo.
A partir da equação (3.17), da impedância total de um circuito em paralelo, se obtém a equação para
o cálculo de sua admitância YT, como em (3.22).
YT = 1 / ZT = Y1 + Y2 + Y3 + ... YN (3.22)
EF 3.8 – Qual é a admitância Yeq do circuito da Figura 3.22b? Resp.: Yeq = 0,54 + j0,3 S.
(a) (b)
Figura 3.22 – (a) Circuito do EF 3.7. (b) Circuito do EF 3.8 (SADIKU, M. e ALEXANDER, 2014).
Não se deve confundir a condutância elétrica com condutividade elétrica. Esta última é uma
característica específica de um material, sendo recíproca da resistividade elétrica.
A susceptância (B), dada também em siemens, corresponde ao inverso da reatância, indicando a
intensidade na qual um componente é suscetível à passagem de corrente. Este termo também foi criado por
Oliver Heaviside, em1887. Para o indutor, BL = 1/XL, em (3.24). Pode-se então escrever a admitância de
um indutor como em (3.25).
1 1 1
YL = = = − 900 (3.24)
ZL XL 900 XL
YL = BL − 900 (3.25)
Para o capacitor, BC = 1/XC, em (3.26). Logo, a admitância de um capacitor é escrita como em (3.27).
1 1 1
YC = = = + 900 (3.26)
ZC XC −900 XC
YC = BC + 900 (3.27)
A Figura 3.23 mostra o diagrama fasorial de admitâncias, com base nas equações (3.24) a (3.27). Ele é
construído com três admitâncias, G, BL e BC. Deste diagrama, pode-se escrever Y na forma complexa,
como em (3.28).
j
BC 900
G 00
0 +
BL − 900
Figura 3.23 – Diagrama fasorial de admitâncias.
200 900
𝑍𝑇 = = 8,93 63,430 63,43o
22,361 26,570
1 1
j
0
YR = G0 = =
R00 2000 YR = 0,05 S 00
d) Admitância total:
Exemplo 3.19 (EDMINISTER, 1991) – Para o circuito da Figura 3.27, onde XC1 = 4 , pede-se:
a) Calcular as correntes nos ramos, I1 e I2, e a corrente total, IT.
(𝑍 ×𝑍 )
b) Calcular o valor de Zeq a partir da relação V/IT. Comparar o resultado com 𝑍𝑒𝑞 = (𝑍1 +𝑍2 ) ⋅
1 2
c) Escrever Zeq na forma complexa.
IT I1 I2
Solução:
a) Impedâncias Z1 e Z2:
Z1 = 3 − j4 Z2 = 10 + j0
Z1 = 5 –53,13 o
Z2 = 10 0o
𝑉 50∠00 𝑉 50∠00
𝐼1 = = 𝐼2 = =
𝑍1 5∠ − 53,130 𝑍2 10∠00
= 10𝐴∠53,130 = 6 + 𝑗8 = 5𝐴∠00 = 5 + 𝑗0
IT = I1 + I2 = 6 + j8 + 5 = 11 + j8 = 13,6 A36,03o.
b) Calculando Zeq por V/IT e por 𝑍𝑒𝑞 = (𝑍1 × 𝑍2 )/(𝑍1 + 𝑍2 )obtém-se, respectivamente, (1) e (2):
50∠00
(1) 𝑍𝑒𝑞 =
13,6∠36,030
= 3,67 Ω ∠ − 36,030
c) Na forma complexa, Zeq = (3,68 cos –36,030) +j(3,68 sen –36,030) = 2,98 – j2,16.
EF - Exercícios de Fixação
Série 7
EF 3.10 (EDMINISTER, 1991) – Seja o circuito paralelo da Figura 3.29, onde VT = 150 V 450. Calcular
a sua impedância equivalente, a corrente total e a potência eficaz dissipada no resistor de 15 ohms.
IT
5
VAC j5
T 15 - j 10
j 8,66
Respostas: Yeq = 0,12 – j0,19 S ou Yeq = 0,22 S -580. Corrente: IT = 4,55 A -580. Potência RMS em R15: 1500 W.
Define-se um circuito elétrico misto como aquele onde componentes são conectados em paralelo e
em série, e associados a uma ou mais fontes de alimentação (fontes de tensão ou de corrente). Neste item
serão estudados circuitos mistos conectados a somente uma fonte de energia. As topologias de circuitos CA
com mais de uma fonte serão estudados um pouco mais à frente, com o uso de métodos e teoremas já vistos
em circuitos CC. De acordo com (BOYLESTAD, 2012), utiliza-se a seguinte metodologia para a análise e
solução de circuitos mistos em CA (4 etapas):
Exemplo 3.20 (BOYLESTAD, 2012) – Considere o circuito misto da Figura 3.30a. Calcular os parâmetros:
IS, VR, IC e VC. São dados: E = 120 V00, R = 1 ohm, XC = 2 ohms e XL = 3 ohms.
Is + VR − + VC −
Is
+ ZT IC XC
E ZT
− XL
(a) (b)
Figura 3.30 – (a) Circuito CA misto e (b) suas impedâncias nos blocos Z1 e Z2 (BOYLESTAD, 2012).
Solução:
- Primeiro passo: representar as impedâncias do circuito na forma de blocos – ver a Figura 3.30b.
- Cálculo da corrente IC
𝑉𝐶 118,44∠ − 9,460
𝐼𝐶 = = = 59,22 𝐴 ∠80,540
𝑋𝐶 2∠ − 900
Solução:
O circuito é redesenhado, conforme a Figura 3.32. Note-se a simplicidade desta estrutura, com três
blocos em paralelo, onde Z1 = R1, Z2 = R2 + jXL1 e Z3 = R3 + j(XL2 – XC).
Figura 3.32 – Impedâncias do circuito representadas nos blocos Z1, Z2 e Z3 (BOYLESTAD, 2012).
Assim:
Z1 = R1 = 10 00
Z2 = R2 + jXL1 = 3 + j4
Z3 = R3 + jXL2 − jXC = 8 + j3 − j9 = 8 − j6
b) Como vimos do circuito da Figura 3.32, a tensão da fonte E é a mesma para os três ramos de
impedâncias, Z1 a Z3. As correntes nestes ramos são facilmente encontradas:
𝐸 200 𝑉00 𝐸 200 𝑉00 𝐸 200 𝑉00
𝐼1 = = 𝐼2 = = 𝐼3 = =
𝑍1 10 00 𝑍2 5 53,130 𝑍3 10 −36,870
c) Verificação da LKC:
I = I1 + I2 + I3 → 60 – j20 = (20 + j0) + (24 – j32) + (16 +j12)
60 – j20 = 60 – j20 (verificação)
1 1
d) Impedância do circuito: 𝑍𝑇 = 𝑌 = 0,316 𝑆−18,440 → 𝑍𝑇 = 3,17 18,440
𝑇
100mV
0V
-100mV
V(v_ponte:+)
100mV
0V
-100mV
V(v_vento:+)
Sinais: 200mV
v_vento: 50 mV sen t e 0V
v_ponte: 100 mV sen t, com f = 1 Hz. SEL>>
-200mV
Sinal resultante: no 2º resistor de 1 k. 0s 1.0s 2.0s
v(R_ressonancia): 150 mV sen t, com f = 1 Hz. V(R_Ressonancia:2)
Time
Figura 3.34. Figura 3.35.
Uma aplicação muito importante da ressonância ocorre na Medicina, com os exames de ressonância
magnética (Figura 3.34). Estes exames fornecem detalhes da estrutura interna de órgãos e tecidos do corpo
humano, não observados em exames mais usuais, como a tomografia ou raios-x.
v, i
Valor máximo
na ressonância
0 fr f
Figura 3.37 – Aspecto da curva de ressonância em um circuito elétrico (BOYLESTAD, 2012).
Como se observa na Figura 3.37, os circuitos RLC ressonantes possuem uma característica fundamental:
apresentam uma resposta de forma mais efetiva a uma determinada frequência, denominada ressonante, ou seja,
o circuito “ressoa” ou responde melhor a esta frequência.
Exemplos clássicos de equipamentos que seguem esta curva de resposta são a TV ou o rádio (no formato
analógico). Para cada emissora existe uma curva de resposta de frequência e o canal ou a “rádio” é sintonizada
para a sua frequência ressonante.
A Figura 3.39a mostra um circuito série RLC, onde a sua resistência é composta dos seguintes
elementos, desprezando-se a resistência do capacitor C: resistência da fonte CA (Rs); resistência de ajuste
para o controle do formato da curva de resposta (Raj.) e resistência da bobina do circuito (Rbob.). A
resistência total deste circuito será, portanto, R = Rs + Raj + Rbob.
Rs Raj. Rbob L R L
V C V C
Z
Fonte CA
(a) (b)
Figura 3.39 – Circuito RLC série: (a) com as resistências da fonte, da bobina e de ajuste e (b) modelo simplificado.
Definida a resistência R do circuito da Figura 3.39a, resulta o circuito com apenas três elementos passivos,
na Figura 3.39b. A impedância deste circuito é dependente da frequência da fonte de tensão, como em (3.30).
Na frequência ressonante 0, a intensidade da corrente i(t) no circuito da Figura 3.39b será máxima. Isto
ocorre na impedância mínima do circuito, que ocorre quando as reatâncias XL e XC são iguais, como se comprova
na Figura 3.40. A partir de (3.29), para XL = XC, obtemos Zmin = R e desta igualdade resulta:
1
ωL = → 2LC = 1
ωC
X() []
XL(L)
Curva X()
Capacitivo
XL
Indutivo
0 0
XC
[rad/s]
1
− XC = −
C
1
𝜔𝑜 = (3. 31)
√𝐿𝐶
1 (3.32)
f0 =
2 LC
Exemplo 3.22
R = 47 , L = 10 mH e C = 12,5 F.
Solução:
A frequência ressonante do circuito é calculada de acordo com (3.31). Na Tabela 3.5 estão listados
os valores (em módulo) de R, XL e XC para a variação definida acima para a frequência angular (primeira
coluna, iniciando como 0,10).
Frequência ressonante:
1
𝜔0 =
√LC
1
𝜔0 = = 2.828,43 rad/s
√10 × 10−3 × 12,5 × 10−6
300
Impedância Z e parâmetros R, XL e XC ()
200
100 Z
R = 10
0
XL
XC
-100
-200
-300
rad/s
Figura 3.41 – Variação de XL, XC e Z com a frequência , para o circuito RLC série.
100
50 + j 28,28
XL
Parâmetros XL e XC ()
-50 - j 28,28
XC
-100
-150
-200
-250
-300
2.828,43
282,84
565,69
848,53
1.414,21
1.131,37
1.697,06
1.979,90
2.262,74
2.545,58
2.828,43
3.111,27
3.394,11
3.676,96
3.959,80
rad/s
Figura 3.42 – Variação de XL, XC e Z com a frequência , para o circuito RLC série.
𝑉
𝐼𝑚𝑎𝑥 = 𝑍 (3.33)
𝑚𝑖𝑛
14,0
I1 max = 12,70 A
12,0
R1 = 10
10,0
I2 max
Corrente eficaz (A)
8,47 A
8,0 R2 = 15
I3 max
5,77 A
6,0
4,0
R3 = 22
2,0
0,0 0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000
I1(A) I2(A) I3(A) Frequência angular (rad/s)
Figura 3.43 – Variação da corrente eficaz do circuito RLC série, com a frequência .
Exemplo 3.23 – Determine para o circuito da Figura 3.44 o valor ajustado no capacitor variável para se
obter a ressonância do circuito em f = 1 kHz. Qual é a corrente eficaz nesta condição?
i Na ressonância,
R=5 L = 20 mH C=? X L = X C → 2 fL =
1
→C =
1
2 fC (2 f ) 2 L
~ e = 180 sen t
C=
1
= 1, 27 F
(2 1000) 2 20 10 −3
𝐸𝑅𝑀𝑆 180⁄√2
Figura 3.44 – Circuito ressonante, Exemplo 3.14.
𝐼𝑅𝑀𝑆 = 𝑅
= 5
= 25,46 𝐴
A equação 3.34 pode ser reescrita como em (3.35), onde G é a condutância, parte real da admitância
e B é a sua parte imaginária, a susceptância. O módulo da admitância é encontrado por (3.36).
A ressonância no circuito RLC em paralelo ocorre quando a parte imaginária da admitância Y em (3.35)
é zero, ou seja, (ωC − 1/ωL) = 0. Fazendo-se ωC = 1/ωL e isolando-se , obtém-se a frequência de ressonância
o (angular, em rad/s) e fo (em Hz), que são as mesmas para o circuito RLC série, já apresentadas anteriormente
– ver a Tabela 3.6.
Exemplo 3.24 – A Tabela 3.7 apresenta uma planilha (do software editor de planilhas Excel) para o cálculo da
admitância Y do circuito da Figura 3.43, em função da variação de , definida por = k 0. O parâmetro k
varia em intervalos fixos de 0,1, de 0,1 a 2,5. Os parâmetros do circuito são os mesmos do Exemplo 3.13: R =
47 , L = 10 mH e C = 12,5 F.
Tabela 3.7 − Cálculo da admitância para o circuito RLC em paralelo (Exemplo 3.24).
R L C XL XC G = 1/R BC = 1/XC BL = 1/XL B = BC - BL Y
282,8427 22 1,00E-02 1,25E-05 2828,43 2,83 -282,84 0,04545 0,0035 0,3536 -0,3500 0,35296
565,6854 22 1,00E-02 1,25E-05 2828,43 5,66 -141,42 0,04545 0,0071 0,1768 -0,1697 0,17569
848,5281 22 1,00E-02 1,25E-05 2828,43 8,49 -94,28 0,04545 0,0106 0,1179 -0,1072 0,11648
1131,371 22 1,00E-02 1,25E-05 2828,43 11,31 -70,71 0,04545 0,0141 0,0884 -0,0742 0,08706
1414,214 22 1,00E-02 1,25E-05 2828,43 14,14 -56,57 0,04545 0,0177 0,0707 -0,0530 0,06985
1697,056 22 1,00E-02 1,25E-05 2828,43 16,97 -47,14 0,04545 0,0212 0,0589 -0,0377 0,05906
1979,899 22 1,00E-02 1,25E-05 2828,43 19,80 -40,41 0,04545 0,0247 0,0505 -0,0258 0,05225
2262,742 22 1,00E-02 1,25E-05 2828,43 22,63 -35,36 0,04545 0,0283 0,0442 -0,0159 0,04816
2545,584 22 1,00E-02 1,25E-05 2828,43 25,46 -31,43 0,04545 0,0318 0,0393 -0,0075 0,04606
2828,427 22 1,00E-02 1,25E-05 2828,43 28,28 -28,28 0,04545 0,0354 0,0354 0,0000 0,04545
3111,27 22 1,00E-02 1,25E-05 2828,43 31,11 -25,71 0,04545 0,0389 0,0321 0,0067 0,04595
3394,113 22 1,00E-02 1,25E-05 2828,43 33,94 -23,57 0,04545 0,0424 0,0295 0,0130 0,04727
3676,955 22 1,00E-02 1,25E-05 2828,43 36,77 -21,76 0,04545 0,0460 0,0272 0,0188 0,04918
3959,798 22 1,00E-02 1,25E-05 2828,43 39,60 -20,20 0,04545 0,0495 0,0253 0,0242 0,05152
4242,641 22 1,00E-02 1,25E-05 2828,43 42,43 -18,86 0,04545 0,0530 0,0236 0,0295 0,05417
4525,483 22 1,00E-02 1,25E-05 2828,43 45,25 -17,68 0,04545 0,0566 0,0221 0,0345 0,05705
4808,326 22 1,00E-02 1,25E-05 2828,43 48,08 -16,64 0,04545 0,0601 0,0208 0,0393 0,06009
5091,169 22 1,00E-02 1,25E-05 2828,43 50,91 -15,71 0,04545 0,0636 0,0196 0,0440 0,06326
5374,012 22 1,00E-02 1,25E-05 2828,43 53,74 -14,89 0,04545 0,0672 0,0186 0,0486 0,06652
5656,854 22 1,00E-02 1,25E-05 2828,43 56,57 -14,14 0,04545 0,0707 0,0177 0,0530 0,06985
5939,697 22 1,00E-02 1,25E-05 2828,43 59,40 -13,47 0,04545 0,0742 0,0168 0,0574 0,07323
6222,540 22 1,00E-02 1,25E-05 2828,43 62,23 -12,86 0,04545 0,0778 0,0161 0,0617 0,07664
6505,382 22 1,00E-02 1,25E-05 2828,43 65,05 -12,30 0,04545 0,0813 0,0154 0,0659 0,08009
6788,225 22 1,00E-02 1,25E-05 2828,43 67,88 -11,79 0,04545 0,0849 0,0147 0,0701 0,08357
7071,068 22 1,00E-02 1,25E-05 2828,43 70,71 -11,31 0,04545 0,0884 0,0141 0,0742 0,08706
A Figura 3.46 mostra o gráfico da admitância Y (em Siemens) em função da frequência angular
(em rad/s). Observa-se que na frequência ressonante ( = rad/s) a admitância do circuito é mínima.
0,35000
0,30000
0,25000
Admitância Y (S)
0,20000
0,15000
0,10000
0,04545
0,05000
0,00000
A corrente total I no circuito ressonante RLC em paralelo (Figura 3.47) é dada por (3.37). Esta
corrente, I = V/Z = VY, em (3.38) pode ser calculada por em função dos parâmetros do circuito por (3.39).
Na ressonância, Y = 1/R ou Z = R. Logo, o circuito se comporta como resistivo puro e a corrente I é mínima,
como visto em (3.40).
I = IR + IL + IC (3.37)
I = Vθ V (1 / R ) + ( ωC − 1 / ωL )
2 2
(3.39)
V θ V
I(ω0 ) = I min. = (3.40)
R
Exemplo 3.25 – Seja o circuito RLC paralelo da Figura 3.48, alimentado por uma fonte de corrente
senoidal. Encontre a sua frequência ressonante em rad/s (SADIKU, M. e ALEXANDER, 2014).
ω0
Assim, 0,1ω0 ‒ 2 + 2ω20
= 0 → 0 = 2 rad/s.
Exemplo 3.26 – Calcular o valor do capacitor C variável no circuito da Figura 3.49, que o torna ressonante
em = 5000 rad/s (EDMINISTER, 1991).
1 1
𝒀= +
8 + 𝑗6 8,34 − 𝑗𝑋𝐶
8 8,34 𝑋𝐶 6
𝒀= ( + 2 )+𝑗( 2 − )
100 69,5 + 𝑋𝐶 69,5 + 𝑋𝐶 100
𝑋 6 𝑋𝐶 6
Desta forma, (69,5+𝐶 𝑋 2 − 100
) =0 → 69,55+𝑋𝐶2
= 100 → 𝑋𝐶2 − 16,7𝑋𝐶 + 69,55 = 0
𝐶
C = 23,95 F
EF 3.11 – Em um circuito série RLC (ver a Figura 3.50), onde C é uma capacitância variável, aplica-se uma
tensão senoidal, dada por ES = 127 V 00. Os parâmetros do circuito são: R = 10 , L = 47 mH e C = 22 mF.
a) O capacitor C foi ajustado em um valor a fim de se obter a ressonância série no circuito. Qual foi a
frequência angular 0 ajustada para esta situação?
b) Encontre o valor das reatâncias deste circuito na i
ressonância, XL0 e XC0.
Rs
c) Na ressonância a Rcorrente
aj. Rbob L é máxima?
no circuito R L
Encontre o seu valor e justifique. C C
V V
Respostas: Z
a) 0 = 31,1 rad/s.
Fonte CA
b) XL0 = XC0 = 1,46 . Figura 3.50 – Circuito ressonante RLC
c) Corrente na ressonância: I = 12,7 A. em série (BOYLESTAD, 2012).
EF 3.12 – Um circuito série RLC apresenta a sua curva de corrente frequência na Figura 3.51. Qual é o
valor aproximado da resistência deste circuito? Este circuito é alimentado por um sinal senoidal de 10 VRMS.
Figura 3.51 – Curva i do circuito RLC série, para o EF 3.12 (SADIKU, M. e ALEXANDER, 2014).
A corrente io (0) é máxima ou mínima? Justifique. Figura 3.52 – Circuito ressonante RLC paralelo.
ASSUNTOS: Circuitos RL, RC e RLC (em série e em paralelo). Circuitos RLC mistos.
a) Qual destes fasores configura o fasor tensão da fonte? E qual representa o fasor corrente?
Fasor
Fasor
b) Se adotarmos para o comprimento dos fasores desta figura o módulo (valor eficaz) de 1 V para a tensão
e de 1 A para a corrente, qual seria a impedância complexa deste circuito RL?
c) Qual é o valor da resistência deste circuito?
Questão 2 – A resistência de uma bobina é 150 Ω e a sua indutância é 1,4 H. A bobina é ligada à rede
elétrica com tensão máxima de 325 V e frequência de 50 Hz. Encontre a expressão para a corrente na bobina
em função do tempo t.
Resposta: corrente na bobina (expressão senoidal) → i(t) = 0,67 sen (314,16t – 71,160).
Questão 3 – Seja uma bobina L1, de 0,1 H. Calcular a expressão da tensão nesta bobina, para as seguintes
correntes circulando sobre a mesma: (a) i = 10 sen 377t. (b) i = 7 sen (377t − 70°).
Respostas: a) v = 377 sen (377t + 90°). b) v = 263,9 sen (377t + 20°).
Questão 4 – Um circuito RC série tem as seguintes formas de onda indicadas na Figura 2, para a fonte de
tensão CA que o alimenta e para a corrente, em 1 kHz.
a) Encontrar os parâmetros de sua impedância.
b) Calcule o valor do capacitor deste circuito.
c) Desenhar os diagramas fasoriais de impedância, de tensão e de corrente.
Questão 5 – Um circuito série RL, onde R = 20 ohms e XL = 40 ohms é alimentado por um sinal senoidal
dado por VT = 180300 V, em 60 Hz. Pede-se determinar:
a) a impedância do circuito;
b) o valor do capacitor em F.
Respostas: a) Z = 10 – j 17,32 ohms. b) C = 91,89 F.
Questão 7 – Seja o circuito série CA apresentado na Figura 3, onde Z1 é um resistor. O seu diagrama fasorial
de impedância é apresentado na Figura 4.
Figura 3 – Circuito CA série (BOYLESTAD, 2012). Figura 4 – Diagrama fasorial do circuito da Figura 3.
Respostas: (a) 292,4 mA. (b) 100 pF. Figura 6 (BOYLESTAD, 2012).
Questão 10 – Seja o circuito misto da Figura 7, onde VT = 180 Vef 00 (em 60 Hz) e as impedâncias são:
Z1 = 10 + j30, Z2 = 25 – j25 e Z3 = – j20.
Figura 7.
(a) (b)
Figura 9 (BOYLESTAD, 2012) – (a) Circuito misto RLC e (b) representação das impedâncias na forma de blocos.
(a) (b)
Figura 12 – (a) Circuito misto RLC e (b) sua representação na forma de blocos (BOYLESTAD, 2012).
A potência elétrica é, como sabemos, uma grandeza física que possibilita medir a quantidade
de trabalho realizado em um intervalo de tempo. Em outras palavras, constitui a taxa de variação da energia
elétrica, de forma análoga à potência mecânica (BOYLESTAD, 2012).
Para os circuitos puramente resistivos em CA, a tensão e a corrente elétricas estão em fase. No caso
de circuitos contendo também elementos indutivos e/ou capacitivos, ocorre o defasamento entre estas
grandezas. Isto é verificado pelo ângulo da impedância Z, visto no triângulo de impedâncias (Figura 4.1a).
j j
XL QL = XL I2
Z S = ZI2
X = XL − XC Q = XI2
.
0 0
.
R + P= RI2 +
XC
QC = XC I2
(a) (b)
Figura 4.1 – (a) Triângulo de impedância - circuito série RLC. (b) Triângulo de potência.
As três parcelas da potência elétrica, descritas fasorialmente e graficamente, são derivadas do triângulo
de impedâncias. Ao se multiplicar cada um de seus lados pela corrente elevada ao quadrado, obtém-se o
“triângulo de potências”, apresentado na Figura 4.1b, cujos lados representam os três tipos de potências em CA:
(1) potência ativa ou real (P), em kW;
(2) potência reativa (Q), em kVAr e
(3) potência aparente (S), em kVA.
A potência ativa, também conhecida como potência média, efetiva ou eficaz (RMS), ou ainda
potência real ou útil, é a potência que realmente produz trabalho. O termo real é associado ao fato de a
potência média ser plotada no eixo real do plano complexo, no semieixo positivo (ver novamente a Figura
4.1b, P = RI2).
Em outras palavras, a potência ativa é a potência de fato aplicada na conversão de energia elétrica
em outras formas, como a mecânica, luminosa, térmica etc. Nos motores elétricos, por exemplo, é a parcela
da potência absorvida da fonte de energia elétrica que realmente é transferida para o eixo do motor sob
forma de potência mecânica.
Em sinais de CA, a potência elétrica é o produto entre os valores instantâneos de corrente e de tensão,
como em (4.1). Para um resistor R alimentado por uma fonte de tensão v(t) = Vmax sen t, irá circular no
mesmo uma corrente senoidal i(t) = Vmax sen t. Estes sinais estão em fase, como mostra a Figura 4.2.
Nesta mesma figura vê-se a curva da potência elétrica ativa, pR(t) t.
Como se verifica neste gráfico, para uma carga resistiva, toda a potência da fonte é dissipada na mesma,
em forma de calor – um exemplo simples do cotidiano é o chuveiro elétrico.
Define-se Potência Aparente S, em (4.2), como o simples produto da tensão eficaz pela corrente eficaz
numa impedância genérica Z, ou como a potência total fornecida ou recebida por um equipamento.
S = VI (kVA) (4.2)
A potência reativa (Q), em kVAr, é a parcela da potência aparente que “não” realiza trabalho. Apenas é
transferida e armazenada nos elementos passivos (capacitores e indutores) do circuito. A equação (4.3) descreve
matematicamente este tipo de potência elétrica. No sistema elétrico prevalecem as cargas indutivas, devido ao
grande número de motores elétricos utilizados nas indústrias – tração e processos de produção.
Para ilustrar o conceito de potência reativa, vamos analisar o comportamento dos circuitos puramente
indutivo e puramente capacitivo, alimentados por uma fonte de alimentação CA senoidal.
Seja um indutor puro conectado a uma fonte de alimentação CA senoidal (Figura 4.4a). Observa-se que
o sinal da tensão no indutor está adiantado de 90 graus do sinal de corrente (Figuras 4.4b e 4.4c).
Para entender o sinal resultante da potência elétrica no indutor da Figura 4.4a, é necessário obter a
equação geral de potência para uma carga genérica (resistiva, indutiva ou capacitiva) alimentada por um
sinal CA senoidal. Os sinais de corrente e tensão nesta carga são descritos respectivamente por (4.4) e (4.5),
onde o ângulo é a defasagem entre estes sinais. A equação da potência instantânea nesta carga é dada em
(4.6). Aplicando algumas identidades trigonométricas, reescreve-se p(t), em (4.7).
p(t) = v(t) i(t) = [Vmax sen (t + )] [Imax sen t] (4.6)
Na equação (4.7), os parâmetros V e I são os valores eficazes de v(t) e i(t). Esta equação pode ser
reescrita como em (4.8). Desta equação observa-se que (BOYLESTAD, 2012):
Para = 900 → pL(t) = VI cos 900 (1 − cos 2t) + VI sen 900 (sen 2t) = VI sen 900 (sen 2t)
Em (4.9), VI sen 2t é uma senóide cuja frequência é o dobro da frequência dos sinais de entrada (v
ou i). O seu valor de pico é VI e nela não existe um termo correspondente a um valor médio ou de uma
constante. Observa-se na Figura 4.4c que o período de pL (T2) é a metade do período dos sinais v e i (T1).
Da Figura 4.4c, verifica-se pelo ciclo completo de pL (T2), que as áreas acima e abaixo do eixo
horizontal são iguais. Isso mostra que em um ciclo completo da curva de potência pL, a potência
fornecida pela fonte CA ao indutor e a potência devolvida à fonte pelo indutor são exatamente iguais.
Em outras palavras:
Na Figura 4.5 são apresentados os sinais de tensão, corrente e potência em um capacitor puro,
alimentado por um sinal CA senoidal. Neste capacitor, a corrente i se adianta da tensão v de 90 graus, então
= − 900 em v(t). A potência instantânea no capacitor, pC(t), é obtida em (4.10).
T2
t
T1
Figura 4.5 – Formas de onda de um circuito CA com carga puramente capacitiva (BOYLESTAD, 2012).
pC(t) = [VI cos − 900] (1 − cos 2t) + [VI sen − 900] (sen 2t) = VI (− 1) (sen 2t)
Na equação (4.10), − VI sen t constitui uma senóide negativa que apresenta o dobro da frequência dos
sinais de entrada (v ou i). O seu valor de pico é o produto V I. Mais uma vez, não está presente um termo
associado a um valor médio ou constante, como ocorreu também na equação (4.9).
Da Figura 4.5 se conclui que a troca de potência entre a fonte e a carga (capacitor puro, ideal) é nula em
um ciclo completo (período T2, indicado), ou seja, nenhuma energia se perde no processo.
O Fator de Potência de um circuito ou de uma instalação é a razão entre a potência média (ou ativa) e a
potência aparente e indica a eficiência do uso da energia elétrica. Matematicamente é definido em (4.11), onde
= v − i, o ângulo de defasagem entre a tensão v e a corrente i.
P Potência ativa
Fator de Potência (FP) = cos = = (adimensional) (4.11)
S Potência aparente
𝑃 𝑃(𝑘𝑊)×1000
𝑐𝑜𝑠 𝜃 = = (4.12)
𝑆 𝑉⋅𝐼
De (4.12), se deduz obviamente que a potência real ou ativa é, no triângulo de potências, a “projeção” da
potência aparente no eixo real, podendo ser escrita por (4.13).
Uma analogia muito usada para compreender melhor essa relação é um copo de
cerveja com colarinho (Figura 4.6). Pode-se dizer que a potência aparente é a altura
inteira do copo. Essa é a potência que se mede com os medidores convencionais. A
potência reativa é a espuma, ou seja, ocupa espaço no copo mas não mata a sede; e a
potência ativa é o líquido, que é o mais importante e mata a sede.
j
kVAr
QL
kVA
S
Q
kW .
0
P +
QC
Anteriormente, definimos as potências ativa, aparente e reativa no domínio do tempo. Vamos defini-
las agora fasorialmente, a partir do triângulo de potências (Figura 4.7, já apresentada no início do capítulo).
A equação da potência aparente, escrita na forma complexa, é dada por (4.14), onde Q = QL − QC.
S = P + jQ (4.14)
A partir desta equação, se conclui que a carga será predominantemente indutiva, se QL > QC ou
predominantemente capacitiva, para QC > QL.
A partir do triângulo de potências, obtém-se a potência aparente de um circuito CA por (4.16), onde:
𝑆 = √𝑃2 + 𝑄2 (módulo do fasor) e = tan-1 (Q/P) (ângulo do fasor S).
S = S (4.16)
Potência complexa
Por último, podemos escrever S como o produto de V por I*, em (4.17). O fator I* é o complexo
conjugado da corrente eficaz. Esta equação mostra que o ângulo de S é o mesmo da impedância Z.
S = V I* (4.17)
1 CV = 736 W e 1 HP = 746 W
Solução:
A corrente eficaz do circuito é I = V/Z, com Z = 3 + j4.
Na forma polar, Z = 5 53,130.
1000 Figura 4.8 – Exemplo 4.1.
Assim, 𝐼 = = 2𝐴 − 53,130
553,130
j
Cálculo das potências: S
20 VA
A Potência real (P) é obtida por P = R I2 = 3 22 = 12 W. QL = 16 VA
O cálculo da Potência reativa (QL) é realizado por
QL = XL I2 = 4 22 = 16 VAr.
53,130 .
A potência reativa QL é plotada no eixo imaginário do plano 0
complexo, no semieixo positivo (veja a Figura 4.9, triângulo P = 12 W +
de potências). Figura 4.9 – Triângulo de potências.
(1) A potência aparente neste exemplo pode ser calculada também por (4.17).
Notas: S = V I* → S = 10 V 00 2 A 53,130 = 20 VA 53,130
(2) O módulo de S pode ser encontrado também por S = Z I2 = 5 (2)2 = 20 VA.
Comentários finais
− Em função da natureza (ou impedância) da carga, classifica-se o FP como adiantado ou atrasado.
− O ângulo do fator de potência é o mesmo da impedância Z − visto nos triângulos de impedância e de
potência (Figura 4.1).
Ângulo (v − i) (v − i) = 0 (v − i) > 0 (v − i) < 0
Im
Im
Z = R + jX
Triângulo Z + jX R
de impedâncias
+ 0 − Re
0
R Re Z − jX
Obs.: com XL = XC ou Z = R − jX
com XL e XC ausentes
Im Im
Im
S = P + jQ
+ jQL
Triângulo S + jQ
P
S=P
de potências Re + 0 − Re
0
0 Z − jQ
P Re
− jQC S = P − jQ
EF - Exercícios de Fixação
Série 9
EF 4.1 – Seja novamente o circuito da Figura 4.8, alimentado por uma fonte CA V1 = 127 V00.
a) Qual é o seu FP?
b) Este FP se enquadra na legislação brasileira? Justifique.
EF 4.2 – Calcular as potências ativa, reativa e aparente de um circuito série RC, onde R = 30 ohms e XC =
40 ohms, alimentado por um sinal senoidal dado por VT = 100 V 300 V, em 60 Hz.
Resp.: P = 120 W; Q = 160 VAr e S = 200 VA.
EF 4.3 – No circuito série da Figura 4.10, tem-se vi(t) = 127√2 V (377t + 300). Se a potência ativa do
circuito é de 1100 W e o FP é de 0,6 adiantado, quais são os valores dos componentes Z1 e Z2 deste circuito?
Obs.: Z1 é uma resistência e Z2 é uma reatância.
Resp.: Z1 = 5,28 ohms e Z2 = 7,04 ohms.
Z2
Z I
EF 4.4 – Determinar as potências do circuito da Figura 4.11, se IT = 35 Aef 00. São dados: R1 = 10 ,
XC1 = 8 e R23 = 3,75 . A Figura 4.12 mostra o circuito deste exercício, em simulação com o software
Multisim®.
Resp.: S = 3700 VA, P = 3660 W, Q = 545 VAr.
IT I1
VT
I2
Em qualquer sistema elétrico, é possível calcular as potências ativa (kW), reativa (kVAr) e aparente
(kVA) e o fator de potência (FP), procedendo da seguinte forma (BOYLESTAD, 2012):
1. Determinar no circuito, a potência ativa (ou real) e a potência reativa para todos os ramos,
sendo:
- PT a potência ativa total, a soma das potências médias fornecidas a todos os ramos;
- QT a potência reativa total, a diferença entre as potências reativas das cargas indutivas e
capacitivas.
2. Calcular a potência aparente do sistema, através de (4.18).
Solução:
a) o cálculo das potências PT, QT e ST fica facilitado através da Tabela 4.2, onde são anotados os seus
valores por carga.
53,130
𝑃𝑇 600
𝐹𝑃 = = 1000 = 0,6 (adiantado) QT
𝑆𝑇 ST
800 VAr (C)
1000 VA
O FP é adiantado em razão da corrente total ser também
adiantada, pois a impedância do circuito é predominantemente
capacitiva. O triângulo de potências do circuito, com base na Figura 4.14 – Diagrama fasorial
Tabela 4.2 é apresentado na Figura 4.14. de potências – Exemplo 4.2.
a) Calcular os valores aproximados da corrente I e da tensão VL1 que serão lidos no amperímetro e no
voltímetro, respectivamente.
b) Calcular o número total de W, VAr e VA e também o fator de potência FP.
c) Desenhar o triângulo de potências.
6
XL1 = 7 XC1 =15 I
VL1
Solução:
a) A corrente total é encontrada pela relação IT = E/ZT, onde E = 100 V 00 e ZT = 6 – j8 ohms, escrita na
forma polar como ZT = 10 − 53,13o.
𝐸 10000 10000
𝐼= = = = 10𝐴 53,130
𝑍𝑇 6 + 𝑗7 − 𝑗15 10−53,130
= 𝑄𝐶 − 𝑄𝐿 = 800 VAr
= (𝑋𝐶 − 𝑋𝐿 )𝐼2 = (15 Ω − 7 Ω)(10 𝐴)2 = 800 VAr
𝑃 600 W 53,130
𝐹𝑃 = = 1000 VA = 0,6 (adiantado)
𝑆
QT
ST
O circuito é predominantemente capacitivo (XC > XL). 800 VAr (C)
c) O triângulo potência do circuito é mostrado na Figura 4.16. Vale 1000 VA
observar mais uma vez que o ângulo do triângulo de potências é
originado do triângulo de impedâncias do circuito. Figura 4.16.
Aquecedores Motor ZC
I
= 82 %
R
12
E 9
lâmpadas 6,4 kW 5 HP
208 V 00
60 W XC
FP = 0,72
atrasado 12
a) Quais são os valores das potências média, aparente e reativa, e do FP para cada ramo?
𝑃𝑇 = 𝑃1 + 𝑃2 + 𝑃3 + 𝑃4
= 720 + 6400 + 4.548,78 + 1731,39 = 13,4 𝑘𝑊
𝑄𝑇 = ± 𝑄1 ± 𝑄2 ± 𝑄3 ± 𝑄4
= 0 + 0 + 4.384,71 𝑉𝐴𝑟(𝐿) + (−2.308,52) 𝑉𝐴𝑟(𝐶) = 2,08 𝑘𝑉𝐴𝑟(𝐿)
Cálculo de ST:
𝑃𝑇 13,4 𝑘𝑊
𝐹𝑃 = 𝑆𝑇
= 13,56 𝑉𝐴 = 0,99 atrasado
QT = 2,08
8,11o kVAr (L)
PT = 13,4 kW
Em muitas aplicações encontramos cargas elétricas que não são resistivas puras (Figura 4.19a), mas
sim reativas, como os capacitores e os indutores (Figura 4.19b). Nos indutores, por exemplo, a potência
reativa não é usada na produção de trabalho, pois ela apenas tem por função estabelecer os campos
magnéticos.
Essa potência não aproveitada poderia ser usada com finalidades melhores numa instalação
industrial. Enquanto a potência ativa ocorre sempre na produção de trabalho, a potência reativa, além de
não realizar trabalho, circula entre a fonte de alimentação e a carga, o que pode acarretar perdas de energia
em condutores, quedas de tensão e incidência de ônus nas contas de energia.
(a)
(b)
Figura 4.19 – Ilustrando as potências (a) ativa e (b) reativa (WEG - RECURSOS E FERRAMENTAS, 2009).
O fator de potência, já definido anteriormente, constitui a razão entre a potência ativa e a potência
aparente. Este fator, adimensional, indica o grau de eficiência do uso da energia elétrica – um FP alto indica
uma eficiência alta e vice-versa.
Em termos qualitativos, o FP indica a representatividade da energia ativa (ou útil, em W) em face da
energia total (aparente, em VA) absorvida por um equipamento ou instalação. Este fator, reescrito em
(4.19), varia entre 0 (zero) e 1 (um) indutivo ou capacitivo, isto é, entre zero e 100% (SILVA, 2009).
Em muitas aplicações são predominantes as cargas indutivas, onde a corrente se atrasa em relação à
tensão aplicada. Nestas cargas a potência ativa recebida da fonte de energia constitui a capacidade de
trabalho útil que esta pode executar (lembrando, Watts = Joules/segundo). Esta potência é transmitida às
cargas por linhas de distribuição/transmissão e transformadores (EDMINISTER, 1991).
Seja um sistema de transmissão (LT) de energia elétrica, como o da Figura 4.20. Um dos
principais parâmetros da LT é a corrente, que depende das cargas conectadas a este sistema. Um
aumento na corrente i(t) implica no aumento das perdas de potência na LT, por um fator quadrático,
pois P = RI2, onde R representa a sua resistência (BOYLESTAD, 2012). Isto requer um aumento na
seção dos condutores, e, consequentemente, no volume de cobre na construção da LT e na capacidade
de geração de energia pela concessionária.
R1/2 L1/2 R
i(t)
vf(t) ~ vo(t) L
R1/2 L1/2
Deve-se, portanto, manter os níveis de corrente nesta LT a um valor limite necessário. Sendo a tensão
nas LT mantida constante, a potência aparente S é diretamente proporcional à corrente (S = VI). Logo, se
a corrente drenada pela carga é menor, menor é o valor de S e esta corrente será mínima quando tivermos
S = P e a potência reativa nula.
Na Figura 4.21 observa-se o efeito da diminuição da potência reativa Q (de Q1 para Q2) sobre o
módulo da potência aparente S para a mesma potência real P. Nesta figura foi realizada correção do
FP para uma carga onde a corrente I2 é menor que a corrente I1 (situação inicial).
Com isso tem-se S2 <S1 e o ângulo do novo FP (2) se aproxima de zero grau e,
consequentemente o FP se aproxima da unidade. Esta carga torna-se cada vez mais resistiva nos seus
terminais de entrada.
S2 < S1 Q2
1 2 < 1
P1
Figura 4.21 – Influência da correção do FP sobre o triângulo de potências de um sistema elétrico.
A introdução de elementos reativos para que o FP seja aumentado a um valor mais próximo da unidade é
denominado de correção de Fator de Potência. Geralmente as cargas de diversos sistemas, principalmente os
industriais, são indutivas, logo este processo envolve naturalmente a introdução de elementos capacitivos para a
melhoria do FP. Serão apresentados a seguir alguns exemplos ilustrativos com cálculos demonstrando este
método, conhecido como método de correção passiva. Nos métodos de correção ativa, são utilizados circuitos
de eletrônica de potência (mais leves e menos volumosos, dependendo da potência do sistema). Estes métodos,
mais complexos, porém mais eficientes, são estudados em tópicos avançados da Eletrônica de Potência.
Em resumo:
⚫ O FP mostra o percentual da potência total fornecida pela concessionária em kVA que é utilizado
efetivamente como potência ativa ou real (em kW). Isto fornece a ideia da eficiência do uso da energia
elétrica pelo equipamento ou instalação elétrica.
⚫ Valores de FP (ou cos ) próximos de 1,0 indicam uso eficiente da energia elétrica.
⚫ Para valores baixos de FP, o diagnóstico é um aproveitamento ruim da energia elétrica e a
consequente sobrecarga do sistema elétrico.
1. O fator de potência de um circuito determina que parcela da potência aparente é potência real, podendo variar
entre 0 e 1.
2. Um baixo FP causa problemas à instalação elétrica, como sobrecarga nos cabos e transformadores, aumento
das quedas de tensão, distorções de corrente e tensão (harmônicos) etc. A Figura 4.22a mostra um exemplo de
carga RL (com potência ativa de 100 kW) onde o FP está abaixo da norma brasileira. A Figura 4.22b mostra esta
mesma carga com uma melhoria/correção do FP, de 0,7 para 0,92.
1 2 .
.
0 0
P1 = 100 kW P2 = 100 kW
(a) (b)
Figura 4.22 – Diminuição da potência aparente S de uma carga RL com a melhoria do FP.
3. O FP de uma carga é um dos indicadores que afetam a eficiência da transmissão e geração de energia elétrica.
4. É possível corrigir o FP para um valor próximo ao unitário. Tal procedimento é conhecido como correção do
fator de potência. A maneira mais simples é a conexão de bancos de indutores ou capacitores, com uma potência
reativa Q contrário ao da carga, tentando ao máximo anular essa componente. Por exemplo, o efeito indutivo de
motores pode ser anulado com a conexão em paralelo de um capacitor (ou banco de capacitores) junto ao
equipamento.
Exemplo 4.6 – Uma carga indutiva com Z = 30 + j40 ohms é alimentada por uma fonte de tensão senoidal
Vi = 220 V 30o, em 60 Hz.
a) Calcule as potências ativa, reativa e aparente desta carga e também o seu fator de potência.
b) A esta carga foi conectado um banco de capacitores em paralelo, o que alterou o FP para 0,9. Desenhar
os triângulos de potência desta carga, para FP = 0,6 e para FP = 0,9.
c) Qual é a variação percentual na corrente da fonte, após a correção do FP?
Solução:
a) Z = 30 + j40 → Z = 50 53,13o A potência aparente S pode ser encontrada também por
I = (Vi v)/(Z1)
= (220 30o) / (50 53,13o) = 4,4 A −23,13o 𝑆 = √𝑃2 + 𝑄 2
Potências: = √580,82 + 774,42 = 968 𝑉𝐴
P = RI2 = 30 (4,4)2 = 580,8 W
Q = XI2 = 40 (4,4)2 = 774,4 VA O FP desta carga, em função do ângulo 1, é:
S = VI = 220 (4,4) = 968 VA FP = cos 1 = P/S = 580,8/968 = 0,6 (atrasado).
Na Figuras 4.23a e 4.23b são apresentados, respectivamente, os triângulos de potência para as situações:
(1) FP = 0,6 e (2) para FP = 0,9.
Q2 = 281,27 VAr
Q
Q1
1
1 2 Q2
. . 2 .
0 0 0
P1 = 580,8 W P2 = P1 = 580,8 W P 2 = P1
(a) (b) (c)
Figura 4.23 – De (a) para (b): variação do FP, de 0,6 para 0,9. (c) Variação da potência reativa, Q.
Na Figura 4.23c observa-se a variação na potência reativa, Q. Esta variação é devida à inserção do
grupo de capacitores em paralelo com a carga Z = 30 + j40 ohms. Ela é calculada por:
Q = Q1 – Q2
= 774,4 VAr – 281,27 VAr = 493,13 VAr.
Exemplo 4.7 (BOYLESTAD, 2012) – Um motor de 5 HP com um fator de potência atrasado 0,6 e com
rendimento de 92 por cento está conectado a uma fonte CA de 208 V e 60 Hz. Dado: 1 HP = 746 W.
a) Estabelecer o triângulo de potências para a carga.
b) Calcular os parâmetros do motor, resistência (RM) e indutância (LM).
c) Determine o valor do capacitor que, ligado em paralelo com a carga, aumenta-se seu o FP para 1,0.
Solução:
Potência aparente, S1
De P1 = S1 cos 1 → S1 = P1/cos 1 = 4.054,35/0,6 = 6.757,25 VA
Q1 = S1 (sen 1) = 6757,25 sen 53,13o = 5.405,79 VAr.
FP1 0,6
Q1 = 5.405,79 VAr
1
.
0
P1 = 4.054,35 W
Figura 4.24. Figura 4.25 (BOYLESTAD, 2012).
c) Cálculo do capacitor ligado em paralelo com a carga, para o aumento de seu FP para 1,0.
Para o FP = 1,0
→ QC = QL = 5.405,79 VAr. Calcula-se a reatância capacitiva do capacitor e a sua capacitância de
acordo com a tabela:
Exemplo 4.8 – Considerando a carga e os parâmetros do sistema do Exemplo 4.7, calcular a variação da
corrente da fonte, após a correção do FP.
Solução:
Para um FP de 0,6
Assim, de S2 = V2 I2
→ I2 = S2/V2 = 4.054,35 /208 = 19,49 A → I2max = 19,49 √2 = 27,56 A.
Simulação do circuito
400V
0V
-400V
V(VFN:+)
50A
0A
SEL>>
-60A
0s 20ms 40ms 60ms 80ms 100ms 120ms
-I(VFN)
Time
Figura 4.27 – Resultados de simulação do circuito do Exemplo 4.7.
Motores de indução:
O FP da carga é encontrado a partir do ângulo do triângulo de potências formado por SL, QM e PL. Resulta:
PL = 10 kW + 14 kW = 24 kW → L = tg-1(QM/PL) = tg-1(14,28 kVAr/24 kW) = 30,75o.
O FP da carga da usina é FPUSINA = cos 30,75o = 0,86.
Do valor de PL e do cálculo da potência reativa QL resulta o valor da potência aparente SL:
Para um FP de 0,95, resulta em um ângulo entre S e P, dado por 2 = cos-1 0,95 = 18,190. O novo
triângulo de potências é visto na Figura 4.30, com PT = PL = 24 kW e com uma nova potência aparente, ST.
A potência reativa deste triângulo é: QL2 = PT tg 2 = 24 103 (tg 18,190) = 7,89 kVA.r
SL
QM
14,28 kVAr
L 45,570
QL2 (kVAr)
22 == 18,19o .
PPTT == 24 kW
Figura 4.30 – Novo triângulo de potências (segundo triângulo), com FP = 0,95.
A capacitância necessária para aumentar o fator de potência da carga para 0,95 provoca uma variação
na potência reativa em kVAr.
Assim, pode-se escrever:
QC = QL = QL – QL2
Isolando XC:
E2 E2 10002
QC = → XC = =
6,31 × 103
= 158,48
XC QC
1 1
𝐶= = = 16,74 𝜇𝐹
2𝜋. 𝑓. 𝑋𝐶 2𝜋. 60.158,48
𝑆𝐿 27,82 kVA
𝐼T1 = = = 27,92 A
𝐸 1000 V
Com o novo valor de FP ocorre uma redução da corrente drenada da fonte CA.
𝑆𝑇 25,26 kVA
→ 𝐼T2 = = = 25,26 A
𝐸 1000 V
Questão 1 (BOYLESTAD, 2012) – Seja um equipamento elétrico de 7,5 kVA e 127 V com um FP atrasado 0,65.
Encontrar a impedância do equipamento em coordenadas retangulares e desenhar o esquema do seu circuito.
Questão 5 (EDMINISTER, 1991) – Um motor de indução monofásico de 2 CV tem rendimento de 87 %. Com esta
carga, o fator de potência é 0,8 atrasado. Determine as potências de entrada em kVA e em kVAr.
Questão 6 (BOYLESTAD, 2012) – Para os circuitos ou sistemas a seguir (Figuras 2, 3 e 4), pede-se:
a) Calcular PT, QT e ST e o fator de potência (FP).
b) Desenhar o triângulo de potências e calcular a corrente I S.
Questão 8 (BOYLESTAD, 2012) – A iluminação e os motores de uma pequena fábrica estabelecem uma
demanda de potência igual a 10 kVA para um FP atrasado 0,7 com uma fonte de 208 V e 60 Hz.
a) Construa o triângulo de potência para a carga.
b) Determine o valor do capacitor que deve ser colocado em paralelo com a carga para elevar o FP para 1.
c) Determine a diferença entre as correntes da fonte no sistema não compensado e no sistema compensado.
Repita os itens (b) e (c) para um fator de potência de 0,9.
Questão 10 (BOYLESTAD, 2012) – As cargas de uma fábrica ligada a um sistema de 1.000 V, 60 Hz, são as
seguintes:
5.1 − Introdução
Neste capítulo são apresentados, em corrente alternada, os métodos de análise de malhas e de nós e
os teoremas de circuitos. O estudo e a aplicação destes métodos e técnicas são muito importantes para
qualquer profissional das áreas de eletrônica, eletrotécnica e eletromecânica. Com este conhecimento, é
possível solucionar problemas práticos com facilidade, contando, inclusive, com os meios computacionais
hoje disponíveis.
Serão abordados neste capítulo os teoremas de Thévenin, Norton, Superposição e da Máxima
transferência de potência. Estes teoremas simplificam a solução de circuitos mais complexos, quando o uso
dos métodos de análise de malhas e nodal se mostra ineficiente ou com o uso de cálculos repetitivos.
Anteriormente, foram estudados circuitos com apenas uma fonte ou com mais fontes conectadas em
série ou em paralelo. A técnica utilizada nestes circuitos consistia na sua redução para o cálculo da
impedância equivalente e da corrente total. Para outro contexto, onde existe um número qualquer de fontes
em qualquer arranjo, foram desenvolvidos outros métodos de análise, mais abrangentes, podendo ser
aplicados sem a alteração da estrutura original do circuito. Estes métodos são: (1) método da análise de
malhas, uma aplicação da Lei de Kirchhoff das Tensões (LKT) e (2) método da análise de nós ou análise
nodal, uma aplicação da Lei de Kirchhoff das Correntes (LKC).
1. Associar uma corrente para cada malha independente do circuito (no sentido horário ou anti-
horário). Recomenda-se adotar o mesmo sentido para as malhas do circuito, para estabelecer uma
uniformidade e nos condicionar a seguir um método sistemático e para se evitar uma troca de
sinal incorreta na montagem das equações.
2. Indicar as polaridades para cada impedância dentro de cada malha, conforme o sentido
convencionado para a sua respectiva corrente.
3. Aplicar a LKT e escrever a equação de cada malha. É importante observar que:
a) Se uma impedância for atravessada por duas ou mais correntes, a corrente total nessa
impedância é a corrente da malha em que a LKT está sendo aplicada mais as correntes das outras
malhas que a atravessam no mesmo sentido e menos as correntes que a atravessam no
sentido oposto.
b) A polaridade de uma fonte de tensão não é afetada pelo sentido das correntes associadas às
malhas.
Exemplo 5.10 – Seja o circuito CA com 2 malhas (Figura 5.1). Calcular a corrente I1 e a potência eficaz
entregue pela fonte E1 ao circuito.
Solução:
Equações das malhas, através da aplicação da LKT – ver novamente a Figura 5.2, onde estão
indicadas as correntes de cada malha, em sentido horário.
Agrupando nestas equações os coeficientes das variáveis I1 e I2, obtém-se (5.1) e (5.2).
Com as equações (5.1) e (5.2) montamos o sistema linear dado por (5.3).
I . (Z + Z2 ) − I2 . Z2 = E1
{1 1 (5.3)
I1 . Z2 − I2 . (Z2 + Z3 ) = E2
(𝑍 + 𝑍2 ) − 𝑍2 𝐼 𝐸
[ 1 ] [ 1] = [ 1] (5.4)
𝑍2 − (𝑍2 + 𝑍3 ) 𝐼2 𝐸2
𝑏11 𝑎12 𝐸 − 𝑍2
𝐷1 [𝑏21 ] [ 1 ]
𝑎22 𝐷1 𝐸2 − (𝑍2 + 𝑍3 )
𝐼1 =
𝐷
= 𝑎
11 𝑎12 → 𝐼1 =
𝐷
=
(𝑍 + 𝑍2 ) − 𝑍2
[𝑎 𝑎22 ] [ 1 ]
21 𝑍2 − (𝑍2 + 𝑍3 )
2 00 −4
[ ]
𝐷1 6 00 − (4− 𝑗1) 2 × (− 4 + 𝑗)−(−4) × 6 16,127,130
𝐼1 = = = = → 𝐼1 = 3,61 A 123,70.
𝐷 (𝑗2 + 4) −4 (𝑗2 + 4) × (− 4 + 𝑗) − (−4) × (4) 4,47−116,570
[ ]
4 − (4− 𝑗1)
Exemplo 5.11 – Determine a corrente Io no circuito da Figura 5.3, usando análise de malhas (ALEXANDER
e SADIKU, 2013).
+ −
+ _
_ +
− +
+ −
_ + _
+ _ +
Solução:
Neste circuito, as três correntes foram postadas no sentido horário e estabelecem as polaridades de tensão
indicadas em cada componente. O primeiro passo consiste em aplicar as LKT às malhas de I1, I2 e I3 e então
obter as suas respectivas equações.
(8 + j8) j2 𝐼 j50
[ ] [ 1] = [ ] (5.7)
j2 (4 – j4) 2 𝐼 – j30
Cálculo da corrente Io
Como a corrente Io está na malha de I2, calculam-se os determinantes D e D2. Aplica-se a regra de
Cramer, pela qual 𝐼2 = 𝐷2⁄𝐷. O determinante D da matriz A é dado por:
(8 + j8) j2
𝐷=| | = 32(1 + 𝑗)(1− 𝑗) + 4 = 68
j2 (4 – j4)
Determinante D2:
(8 + j8) j50
𝐷2 = | | = 340 − 𝑗240 = 416,17−35, 220
j2 – j30
416,17−35, 220
𝐼2 = 𝐷2 ⁄𝐷 = = 6,12 𝐴 −35, 220
68
Resp.:
IR1 = 3,86 A − 34,550.
PR1 = 119,2 W.
Figura 5.4 – Circuito do EF 5.1.
A aplicação do método de análise de malhas para circuitos com fontes de tensão dependentes não
possui grandes alterações (BOYLESTAD, 2012). Veja a seguir:
1. Os passos 1 e 2 são não se alteram (ver os passos aplicados para circuitos com fontes de tensão
independentes);
2. O passo 3 é modificado: tratar as fontes dependentes como independentes na aplicação da LKT em cada
malha independente. Porém, após escrever as equações, substituir a grandeza controlada pela sua expressão,
a fim de garantir que as incógnitas estejam restritas somente às correntes de malha escolhidas.
3. Resolver o sistema de equações lineares resultantes para obter as correntes de malha. De preferência,
escrever estas equações no formato matricial, Ax = B.
Exemplo 5.12
Seja o circuito mostrado na Figura 5.6, onde existe uma FTDT (fonte de tensão dependente de
tensão), identificada por Vx, com a sua polaridade já definida. Obter as correntes de malha e montar o
sistema linear desta estrutura.
Solução:
I1 (R1 + R2) – I2 R2 = E1
O Octave é um software livre, disponível no link octave-online.net – veja o aspecto de sua página na
Figura 5.7. Também é facilmente utilizado no sistema operacional Android.
Através dos coeficientes do sistema matricial Ax = B, encontramos os valores das variáveis do
circuito – as correntes para o método de análise de malhas e as tensões para o método de análise nodal.
Exemplo 5.13
Vamos encontrar através do Octave os valores das correntes I1 e I2 do circuito da Figura 5.2 – veja
novamente o Exemplo 5.1.
Solução:
−4 𝐼
] [ 1 ] = [ 2 00 ]
(4 + 𝑗2) 0
𝑨𝒙 = 𝑩 → [
4 (− 4 + 𝑗1) 𝐼2 6 0
Entrada de dados:
Matriz B:
B = [b11; b21]
B = [2;6]
A análise nodal é um meio sistemático para a solução de circuitos elétricos, com fundamento na lei das
correntes de Kirchhoff (LKC). Neste método as tensões de nó são as incógnitas a serem determinadas.
identificados respectivamente por V1 e V2. Figura 5.9 – Nós de um circuito (BOYLESTAD, 2012).
E=N−1 (5.8)
Para um circuito com três malhas, p. ex. (Figura 5.9), teremos três nós principais (V1, V2 e GND).
Portanto, são suficientes duas equações para descrever este circuito. Esta é uma vantagem deste método em
relação ao do método de análise de malhas, pois é utilizada uma equação a menos para a solução do circuito.
Exemplo 5.14 (O'MALLEY, 2014) – Encontre o valor da tensão Vx para o circuito da Figura 5.10. As tensões
V1 e V2 são, na forma polar: V1 = 10 V −400 e V2 = 12 V 100.
(a) (b)
Figura 5.10 – (a) Circuito do Exemplo 5.5 e (b) versão com blocos de impedância.
Solução:
- Neste circuito temos dois nós principais (N = 2). Portanto, uma equação somente é necessária, de acordo
com (5.8), para a aplicação do método de análise nodal:
E=N−1=2−1=1
- Adotando o sentido das correntes como indicado na Figura 5.10 (nó de Vx), teremos, pela LKC:
I1 + I2 + I3 = 0
𝑉𝑥 − 𝑉1 𝑉𝑥 − 𝑉2 𝑉𝑥
+ + =0
𝑍1 𝑍2 𝑍3
Onde
V1 = 10 V −400 e V2 = 12 V 100.
2
Um nó de referência é aquele no circuito que possui o maior número de ramos conectados. Geralmente o nó de referência possui
o potencial de 0 (zero) volt. É denominado de terminal de terra (ground em inglês) e identificado com a sigla GND nos esquema
de circuitos elétricos.
Circuitos Elétricos em CA CEFET-MG - Edição 2021
99
Z1 = 8 – j14 → Z1 = 16,12 − 60,250
Z2 = 4 → Z2 = 4 00
Z3 = 6 + j10 → Z3 = 11,66 59,040
𝑉𝑥 −𝑉1 𝑉𝑥 −𝑉2 𝑉𝑥
+ + =0
𝑍1 𝑍2 𝑍3
𝑉𝑥 −10−400 𝑉𝑥 −(−12100 ) 𝑉𝑥
+ + =0 → Vx = 7,35 V −169,20
16,12 − 60,25 0 4 00 11,66 59,04 0
A Figura 5.11 mostra o resultado da simulação deste circuito, através do software Multisim®. São
apresentadas as medidas da corrente na fonte V1 e da tensão do nó de Vx.
0.997 A
7.346 V
V1 V2
GND
Solução:
- Passos 1 e 2: número de nós principais no circuito. Este circuito possui 2 nós principais, V1 e V2. O nó
de referência é o nó GND, de ground (terra).
- Passo 3: aplicar a LKC aos nós principais, V1 e V2. Inicialmente redesenhamos o circuito da Figura 5.12
utilizando blocos, que representam as suas impedâncias (Z1 a Z4) – ver a Figura 5.13.
- Passo 4: resolver as equações resultantes, em função de V1 e V2, aplicando a LKC no nó de V1, de acordo
com o esquema da Figura 5.14a.
(a) (b)
Figura 5.14 – Determinando pela LKC a equação do nó de V1 em (a) e do nó de V2
em (b), no circuito do Exemplo 5.5 (BOYLESTAD, 2012).
𝑉1 −𝐸 𝑉1 𝑉1 −𝑉2
I1 + I2 + I3 = 0 → + + =0
𝑍1 𝑍2 𝑍3
1 1 1 1 𝐸
𝑉1 (𝑍 + 𝑍 + 𝑍 ) − 𝑉2 (𝑍 ) = 𝑍 (5.9)
1 2 3 3 1
Pelo esquema da Figura 5.14b, aplicando a LKC e reagrupando os termos de V1 e V2 obtemos (5.10).
𝑉2 −𝑉1 𝑉
I3 + I4 + I = 0 → + 𝑍2 + 𝐼 = 0
𝑍3 4
1 1 1
𝑉1 (𝑍 ) − 𝑉2 (𝑍 + 𝑍 ) = 𝐼 (5.10)
3 3 4
De posse de (5.9) e (5.10), podemos representar este circuito no formato matricial, Ax = B, em (5.11).
1 1 1 1
(𝑍 + 𝑍 + 𝑍 ) − (𝑍 ) 𝑉 𝐸 ⁄𝑍1
[ 1 2 3 3
] [ 1] = [ ] (5.11)
) 𝑉2
1 1 1 I
(𝑍 ) − (𝑍 + 𝑍
3 3 4
1 1 1 1 1 1
+ + = + + = 2,5 𝑚𝑆 − 2,290
𝑍1 𝑍2 𝑍3 0,5 𝑘 𝑗10 𝑘 2 𝑘
1 1 1 1
+ = + = 0,539 𝑚𝑆21,800
𝑍3 𝑍4 2 𝑘 −𝑗 5 𝑘
1 1
= = 0,5 𝑚𝑆00
𝑍3 2 𝑘
Pela regra de Cramer, V1 = 1/ em (5.13), onde b11 e b21 são os coeficientes da matriz B.
EF 5.3 (O'MALLEY, 2014) – Encontrar os valores das tensões V1 e V2 para o circuito CA da Figura
5.15. Utilize o software Octave, representando este circuito no formato matricial Ax = B. A resposta é:
EF 5.4 (EDMINISTER, 1991) – Determine a tensão no resistor de 4 ohms do circuito da Figura 5.16 (V12).
Em seguida, calcule a potência dissipada neste resistor. Encontra-se, respectivamente:
Os circuitos equivalentes de Thévenin e Norton são circuitos simplificados que apresentam o mesmo
comportamento que o circuito original, do ponto de vista de um par específico de terminais e portanto, são
extremamente úteis para a análise de circuitos.
Uma observação importante: sabendo que as reatâncias de um circuito ocorrem em função da sua
frequência, deve-se considerar que o seu circuito equivalente de Thévenin é válido exclusivamente na sua
frequência de operação.
ZTh: é a impedância vista por trás dos terminais da carga quando todas as fontes independentes são desativadas:
fontes de tensão substituídas por um curto-circuito e fontes de correntes abertas.
VTh: é a tensão que aparece nos terminais da carga (a e b) quando se desconecta a impedância ZL. É chamada
também de tensão de circuito aberto.
Este teorema é o dual do teorema de Thévenin, ou seja, é uma fonte de corrente em paralelo com uma
impedância ZN, igual à ZTh – veja a Figura 5.18.
A corrente de Norton é uma corrente de curto-circuito a uma carga de impedância ZL, conectada aos
terminais A e B do circuito de Thévenin (veja a Figura 5.19a). No circuito de Norton (Figura 5.19b), basta curto-
circuitar os terminais A e B. A corrente que circula por estes terminais é a corrente IN.
ZL
(a) (b)
Figura 5.19 – (a) Circuito de Thévenin. (b) Significado da corrente de Norton.
Solução:
a a
Thévenin
b b
(a) (b)
Figura 5.21 – Visualizando em (b) a impedância ZTh para o circuito original em (a) (BOYLESTAD, 2012).
𝑍 ×𝑍
A impedância ZTh vista dos terminais a e b é: 𝑍𝑇ℎ = 𝑍1 + 𝑍2
1 2
𝑍2 × 𝐸 b
𝑉𝑇ℎ =
𝑍1 + 𝑍2 Figura 5.22 – Encontrando o parâmetro
VTh para o circuito da Figura 5.21.
Exemplo 5.17 (BOYLESTAD, 2012) – Encontrar o circuito equivalente de Thévenin para a parte externa
ao ramo 𝑎 − 𝑏 da rede CA da Figura 5.24.
Solução: representando este circuito com as impedâncias em forma de blocos, temos um esquema
visivelmente mais simples, como mostra a Figura 5.25, com Z1 = 6 + j8 , Z2 = 3 − j4 e Z3 = j5 .
Figura 5.25 – Circuito da Figura 5.24: representação das impedâncias em blocos (BOYLESTAD, 2012).
1053,130 ×5−53,130
Efetuando-se os cálculos: 𝑍𝑇ℎ = 𝑗5 + 6 + j8+ 3 − j4
= 5,49 32,360
Este cálculo se baseia no circuito da Figura 5.27, onde a tensão de Thévenin é a tensão de circuito
aberto nos terminais a e b. Com isso, a corrente na impedância Z3 é nula. Fica claro que a tensão VTh é
então a tensão sobre a impedância Z2.
Figura 5.27 – Circuito para o cálculo de VTh, do circuito da Figura 5.24 (BOYLESTAD, 2012).
𝑍2 𝐸
Usando o divisor de tensão em Z2: 𝑉𝑇ℎ =
𝑍1 + 𝑍2
Exemplo 5.18 (BOYLESTAD, 2012) – Seja o circuito da Figura 5.28, onde C2 é uma carga capacitiva
conectada aos terminais de saída a e b. Qual é a corrente de curto-circuito nesta carga, IN, indicada pelo
amperímetro?
I1 I1
IN
(a) (b)
Figura 5.29 – Circuito do Exemplo 5.9 (a) Diagrama de blocos de impedâncias.
(b) Corrente de curto-circuito nos terminais da carga, IN (BOYLESTAD, 2012).
Desativando a fonte de corrente, obtém-se o circuito visto na Figura 5.30a, que, redesenhado, resulta
no esquema da Figura 5.30b. As impedâncias Z1 e Z2 ficam conectadas em série, do terra até o ponto a,
conectado a Z3. O ponto b, o outro terminal da carga e de Z3, está conectado ao terra do circuito. A
impedância ZTh, vista dos terminais a e b abertos, é calculada por:
(b) (b)
Figura 5.30 – (a) e (b) Visualizando a impedância de Norton, a mesma de Thévenin (circuito da Figura 5.28).
O cálculo da corrente de Norton é efetuado por divisor de corrente no ponto c – veja o esquema da
Figura 5.31. Assim,
𝐼1 × 𝑍1 3𝐴 × (2 − 𝑗4) 6 − 𝑗12
𝐼𝑁 = → 𝐼𝑁 = =
𝑍1 + 𝑍2 2 − 𝑗4 + 1 3 − 𝑗4
13,4 − 63,430
𝐼𝑁 = → 𝐼𝑁 = 2,68 A − 10,30
5 − 53,130
O circuito equivalente de Norton para o circuito da Figura 5.28 é apresentado na Figura 5.32.
I1
IN ZN = ZTh
IN
b
Figura 5.31 – Esquema para o cálculo da corrente Figura 5.32 – Circuito de Norton para
de Norton por divisor de corrente. o Circuito da Figura 5.28.
Cálculo de IL,V1: considera-se somente a atuação da fonte de tensão V1. A fonte V2 é desativada (substituída
por um curto-circuito), como mostra a Figura 5.34.
Figura 5.34 – Cálculo da corrente IL,V1 – circuito equivalente para esta condição.
V1
IT,V1 = (5.16)
R 1 + R L2
Por divisor de corrente no ponto X, encontra-se IL,V1, em (5.17). O cálculo de IL,V2 seque o mesmo
raciocínio, ou seja, ela é devida somente à atuação da fonte V2. Logo, a fonte V1 deve ser desativada.
IT,V1 × R 2
IL,V1 = (5.17)
R L +R 2
Exemplo 5.19 (BOYLESTAD, 2012) – Determinar a corrente IT no circuito da Figura 5.35, através do
teorema da Superposição, onde E1 = 10 V00 e E2 = 5 V00.
IT IE1 IT,E1
Z1 Z3
Z2
E1 E2 E1 10 00
Figura 5.35 – Circuito do Exemplo 5.10. Figura 5.36 – Circuito para o cálculo de IT,E1.
Desativa-se a fonte E2 e obtém-se a corrente IT,E1, a qual ocorre com a contribuição da fonte E1
somente. A Figura 5.36 mostra o circuito equivalente para esta situação, onde os blocos representam os
seus parâmetros: Z1 = j4 ohms, Z2 = j4 ohms e Z3 = − j3 ohms.
O efeito da fonte de tensão E1 é calculada inicialmente pela sua corrente, IE1:
𝐸1
𝐼𝐸1 =
𝑍1 + 𝑍23
Assim, a impedância equivalente para o circuito da Figura 5.36, 𝑍123 , é encontrada por:
𝐼𝐸1 × 𝑍3
𝐼𝑇,𝐸1 =
𝑍2 + 𝑍3
5 00 E2
IE2
Onde Z12 = Z1 // Z2 = j4 // j4 = j2.
Figura 5.37 – Circuito para o cálculo de IT,E2.
𝐼𝐸2
Como Z1 e Z2 são iguais, a corrente IT,E2 é a metade da corrente IE2. Logo, 𝐼𝑇,𝐸2 = = 2,5 𝐴 900 .
2
A corrente resultante na impedância Z2 é IT = IT,E1 + IT,E2, lembrando que estas correntes têm sentidos
opostos. Logo, tendo 𝐼𝑇,𝐸1 = 3,75 𝐴 − 900 e 𝐼𝑇,𝐸2 = 2,5 𝐴 900, teremos:
IT = 3,75 −900 + (− 2,5 900) = 6,25 A −900.
Exemplo 5.20 (BOYLESTAD, 2012) – Determinar as componentes contínua e alternada na tensão v3(t) no
circuito da Figura 5.38, pelo teorema da Superposição.
v3(t)
A tensão no resistor R3 contém as componentes DC (devido à fonte E1) e AC, devido à fonte alternada
E2. Esta tensão é então representada por (5.18).
Componente contínua de v3(t) − Em (5.18), V3 DC equivale à v3,E1 em (5.19), quando somente a fonte contínua
E1 está atuando – veja a Figura 5.39. Nesta situação, o capacitor é um circuito aberto e a bobina é um curto-
circuito ( = 0 rad/s, para um sinal contínuo).
→ Desativamos E2
→ O capacitor C1 é +
um circuito aberto C1 v33,E1
_
→ O indutor L1 é
um curto-circuito
IT
Z1 = 0,5 k 00
Z2 = R2 00 // XC −900 = 1 k 00 // 10 k −900 → Z2 = 0,995 k − 5,710
Z3 = R3 + jXL = 3 k + j2 k → Z3 = 3,61 k 33,690
ZT
(a) (b)
Figura 5.41 – (a) Redução do circuito da Figura 5.38: cálculo de v3,E2
com E1 = 0 e (b) sua representação em blocos de impedâncias.
Finalizando este exemplo, a tensão v3, obtida por v3 = v3,E1 + v3,E2, será escrita no domínio do tempo,
como em (5.20), onde o valor máximo de v3,E2 é encontrado por v3,E2 max = 2,1 √2 = 2,97 V.
A Figura 5.42 mostra o modelo de Thévenin para uma fonte CA, utilizado no estudo do teorema da
máxima transferência de potência. Segundo este teorema, a potência fornecida por uma fonte CA a uma
carga é máxima quando a impedância da carga é o conjugado da impedância de Thévenin entre os
terminais da fonte (BOYLESTAD, 2012).
Impedância
da fonte
I
a
ZTh Th_Z
VTh = VTh VTh Impedância = ZL L
da carga
Fonte CA
b
Figura 5.42 – Modelo de Thévenin para uma fonte CA alimentando uma carga (BOYLESTAD, 2012).
Isto significa que 𝑍𝐿 = 𝑍𝑇ℎ e que 𝐿 = 𝑇ℎ_𝑧 . Sendo ZTh = RTh jXTh e ZL = RL jXL, podemos
escrever, para este teorema, RL = RTh e j XL = ∓ jXTh, representadas Fasorialmente na Figura 5.43a.
Denominando RTh e RL de R, e XTh e XL de X, temos o circuito da Figura 5.42 redesenhado na Figura
5.43b, onde a impedância total será, após o seu cálculo, dada por (5.21).
~
VTh = VTh VTh ZL = R ∓ jX
0 − Fonte CA Imax
Z L = ZTh*
(a) (b)
Figura 5.43 – (a) Fasores das impedâncias de Thévenin e da carga para a máxima transferência de potência
em CA. (b) Circuito com as impedâncias de Thévenin e da carga para a máxima potência em Z L.
2
A potência na carga será máxima para ZT = 2R, obtida por 𝑃𝑚𝑎𝑥 = 𝑅 × 𝐼𝑚𝑎𝑥 . Podemos escrever,
então, em (5.22):
𝑉 2 𝑉𝑇ℎ 2
𝑃𝑚𝑎𝑥 = 𝑅 × 𝐼2𝑚𝑎𝑥 = 𝑅 × ( 2𝑅
𝑇ℎ
) → 𝑃𝑚𝑎𝑥 = (5.22)
4𝑅
Solução: Z2
A partir dos blocos de Z1 e Z2, determina-se a impedância
b
ZTh, vista dos terminais a e b. O cálculo de ZTh é verificado
graficamente na Figura 5.45a. Figura 5.44 – Circuito do Exemplo 5.12
(BOYLESTAD, 2012).
a a
ZTh VTh
b b
(a) (b)
Figura 5.45 – Circuito do Exemplo 5.12: determinação de ZTh.
A tensão VTh, tensão de circuito aberto nos terminais a e b (ver a Figura 5.45b) é a tensão na
impedância Z2, obtida pela regra do divisor de tensão. Assim, VTh = (Z2 E)/(Z1 + Z2).
𝑍2 × 𝐸 (8 900 ) × (9 00 )
𝑉𝑇ℎ = =
𝑍1 + 𝑍2 6 − 𝑗8 + 𝑗8
(72 900 )
= → 𝑉𝑇ℎ = 12 𝑉 900
6 00
Para a máxima transferência de potência da fonte VTh para a carga ZL, a sua impedância deve ser
∗
igual ao complexo conjugado de ZTh. Logo, 𝑍𝐿 = 𝑍𝑇ℎ .
𝑉𝑇ℎ 2 122
A potência máxima na carga será: 𝑃𝑚𝑎𝑥 = 4𝑅
= 4(10,66) = 3,38 𝑊
(10,66 , 3,38 W)
PLmax
2.5W
0W
0 10 20 30
V(VL) * I(RL) RL_val RL (ohms)
EF 5.5 (ALEXANDER e SADIKU, 2013) – Qual é a impedância de Thévenin vista a partir dos terminais
a e b do circuito da Figura 5.49?
Figura 5.49.
a. ( ) 2,71 A
b. ( ) 5,43 A
c. ( ) 10,86 A
d. ( ) 16,29 A
Figura 5.50.
EF 5.7 – No circuito da Figura 5,51, V1 representa o valor eficaz da tensão de uma rede CA, senoidal. A
carga ZL, nos terminais a e b, é um potenciômetro, ajustado inicialmente em 5 ohms. O que ocorre com a
corrente eficaz nesta carga, se ela for alterada de 5 para 10 ohms?
EF 5.8 – Aos terminais a e b do circuito da Figura 5.52, foi conectado uma carga resistiva, variável, ajustada
em 6 ohms. A sua corrente, medida pelo instrumento XMM1 no esquema, é de 2,3 A eficazes, com ângulo
de – 61,07 graus. Encontre, dentre as opções a seguir, a que fornece respectivamente os valores RMS da
tensão de circuito aberto nos terminais a e b (com RL = 0) e da corrente de curto-circuito em RL.
Figura 5.52.
EF 5.9 – Utilizado o teorema da superposição, calcular o valor RMS da corrente no resistor de 4 ohms
do circuito da Figura 5? O valor encontrado é:
Figura 5.53.
~ 240 V 30o
Ia
a
Ia
a a
Va Vca Vab Iba
n Vca Vab Ib
Vc Vb Iac b
b
Ib
b Vbc Ic
Icb
Vbc c c
Ic
c
Figura 6.1 – Conexões em estrela e em triângulo, para um gerador trifásico (FITZGERALD e KINGLSEY, 2014).
Um gerador CA projetado para desenvolver uma única tensão senoidal para cada rotação do eixo
(rotor) é denominado gerador CA monofásico.
Se forem usados três enrolamento no rotor, posicionados de uma determinada maneira, o resultado
será um gerador trifásico, que gera mais de uma tensão CA para cada volta completa do rotor. As Figuras
Circuitos Elétricos em CA CEFET-MG - Edição 2021
118
6.2a e 6.2b mostram, respectivamente, um gerador trifásico e suas bobinas, defasadas de 120 graus umas
das outras. Se conectadas com o ponto neutro (N) em comum, tem-se a ligação Y (Figura 6.3).
(a) (b)
Figura 6.2 – (a) Gerador trifásico e (b) suas bobinas, defasadas entre si de 120 (BOYLESTAD, 2012).
0
c2
a2
Em Circuitos Elétricos, a notação de duplo índice inferior
n
(subscrito) mostra que o primeiro índice inferior correspondente ao
ponto de maior potencial. Exemplo: para a tensão VAB (veja a Figura c1
6.4) o ponto A (1º índice) possui potencial elétrico maior que o ponto neutro
B (2º índice).
Nos sistemas trifásicos a notação de duplo índice é muito útil b2 b1
para indicar, entre dois pontos de um circuito, a referência tomada Figura 6.3 – Gerador CA trifásico –
para a tensão elétrica e também o caminho da corrente elétrica. conexão em estrela (Y).
IAN = IA
A
VAB VAN ZA
N ZC
N
B ZB
C
Figura 6.4 – Notação de duplo índice em uma conexão trifásica em Y.
Em um sistema trifásico o que significa a sequência de fase? Este termo indica a ordem com que as
tensões de fase passam, por exemplo, pelo valor máximo. Na Figura 6.5a a sequência de fases é abc, pois
temos o valor máximo destas tensões de fase na ordem abc: primeiro, a tensão van, em seguida vbn e após
esta, vcn. A Figura 6.5b mostra a representação fasorial destas formas de onda.
vcn
van vbn vcn
rad/s
van
vbn
(a) (b)
Figura 6.5 – (a) Sequência de fase abc (direta ou positiva). (b) Representação fasorial.
Como se verifica nesta figura, a sequência de fase abc é determinada pela ordem na qual os fasores que
representam as tensões de fase passam por um ponto fixo do diagrama fasorial quando se faz girar todo o
diagrama no sentido anti-horário. Esta sequência é denominada direta ou positiva.
Ocorrendo uma alteração na sequência abc, de modo que tenhamos uma sequência acb, por exemplo,
podemos denominá-la de sequência de fase inversa ou indireta ou negativa.
Embora a sequência de fases de uma instalação trifásica não pareça ter importância, é fundamental que
seja sempre mantida com relação ao seu projeto. Por exemplo, se necessitamos interligar duas redes trifásicas, é
imprescindível que a sequência de fases em ambas seja a mesma.
A sequência de fases ocorre também na operação de um motor elétrico. Em uma sequência pré-
estabelecida, o motor gira no sentido horário (p. ex., sequência abc). Invertendo-se a sequência de fases (no caso
é feita entre duas fases), o sentido de rotação do motor se inverte. Por fim, a inversão do sentido da sequência
de fases pode indicar uma falha em um sistema elétrico, detectada por um relé eletrônico de sequência de fases.
Este relé é um dispositivo destinado à proteção de sistemas trifásicos contra inversão da sequência direta das
fases (R−S−T), sendo conectado diretamente à rede elétrica trifásica a ser monitorada.
A tensão de linha em um sistema trifásico é aquela que ocorre entre duas fases, sendo utilizada, na sua
identificação, a notação de duplo índice subscrito ou de um único índice. Assim, escrevemos:
Para um sistema monofásico como o da Figura 6.6, a tensão de linha é a tensão entre as fases 1 e 2 do
secundário do transformador com tap central (neste circuito, em 220 V RMS). A tensão de fase é a tensão entre
cada fase com o neutro (vfase 1-neutro e vfase 2-neutro, indicadas por vs), no valor de 110 V RMS.
110 V
VFF = VL
neutro
= 220 V
110 V
Fase 2
Figura 6.6 – Tensões de fase e de linha em um transformador com tap central.
N
6.5.1− Relação entre parâmetros de linha e de fase N
Na Figura 6.8a estão apresentadas, por exemplo, tensões de fase de mesmo módulo, defasadas entre
si de 120 graus. Inicialmente obteremos a tensão de linha fasorialmente, através da resultante de duas
tensões de fase. Para obter a tensão de linha vbc, por exemplo, basta aplicar a regra do paralelogramo aos
fasores Vbn e Vcn.
Vbc
1200
Vbn Vbn
(a) (b)
Figura 6.8 – Soma fasorial das tensões de fase Vbn e Vcn para se obter a tensão de linha Vbc.
→ → → → → → →
𝑉𝑏𝑐 = 𝑉𝑏 − 𝑉𝑐 = 𝑉bn − 𝑉cn = 𝑉bn + (−𝑉cn ) (6.1)
Como sabemos, da interação entre duas tensões de fase resulta uma tensão fase-fase ou de linha, cujo
módulo é calculado através da aplicação da Lei dos Cossenos. Veremos o resultado deste cálculo no
Exemplo 6.1.
Exemplo 6.1 – Seja o diagrama fasorial da Figura 6.9, onde se destaca a soma fasorial 𝑽𝒂𝒃 = 𝑽𝒂𝒏 − 𝑽𝒃𝒏 .
Para o cálculo do módulo da tensão de linha vab, encontra-se o fasor resultante das duas tensões de
fase que o compõe, os fasores 𝑽𝒂𝒏 e 𝑽𝒃𝒏 . A equação fasorial de 𝑽𝒂𝒃 é vista em (6.2).
→ → → → →
Vab = Van − Vbn = Van + ( − Vbn ) (6.2)
Na Figura 6.8, 𝑽𝒂𝒏 (lado superior do paralelogramo) e − 𝑽𝒃𝒏 formam um ângulo de 120 graus. Para
calcular o módulo da tensão resultante 𝑽𝒂𝒃 (diagonal do paralelogramo), aplica-se a Lei dos Cossenos,
fazendo os lados do triângulo Van e Vbn iguais a VF, o que permite obter (6.3).
2
𝑉ab 2
= Van 2
+ Vbn − 2.Van . 𝑉bn . cosα → Vab
2
= V𝐹2 + V𝐹2 − 2(V𝐹 )(𝑉𝐹 ).cos1200
𝑉𝐿2 = V𝐹2 + V𝐹2 − 2V𝐹 (𝑉𝐹 )(−0,5) → V𝐿2 = V𝐹2 + V𝐹2 + V𝐹2 = 3V𝐹2
𝑉𝐿 = √3.V𝐹 (6.3)
Assim, a tensão VF é igual à tensão VL dividida por raiz de 3 e não por 2, como ocorre, por exemplo
no secundário de um transformador com tap central (Figura 6.6), onde a bobina do secundário é dividida
ao meio pela ligação de um fio com a função de neutro. A tensão do secundário, p. ex., 220 V RMS, é
obtido pela soma escalar 110 V RMS + 110 V RMS, pois as senoides (identificadas por vs) se encontram
em fase.
𝐼𝐿 = √3.I𝐹 (6.4)
Figura 6.11. 𝑉𝐿 = 𝑉𝐹 𝐼𝐿 = √3 𝐼𝐹
EF 6.1 (GUSSOW, 2009) – Uma carga trifásica é composta pela conexão em de três ramos, os quais são
formados pela associação série de um resistor R de 16 ohms e de uma reatância indutiva de 12 ohms. Esta
carga é alimentada por um gerador 3𝜙 de 220 Vef, também conectado em (sequência de fase ABC).
VL = 220 VRMS, 60 Hz
R
S
IL M1 = ?
A1 A2 IL M2 = ? R
1
VL VFN 1 6
ZF1
N 4 ZF2 ZF2
ZF1 4 3
5 6
ZF1 3 ZF2
2
2 5
T S
EF 6.3 – Considerando-se ainda o sistema da Figura 6.12, qual será o valor da corrente de fase do motor
conectado em ? E qual será o valor de sua corrente de linha, a ser indicado no amperímetro A2?
Nesta seção será apresentada a conexão de uma carga trifásica equilibrada em estrela. O termo
equilíbrio, que será também utilizado para cargas conectadas em triângulo, se deve a dois parâmetros:
- parâmetro impedância: neste caso, uma carga equilibrada possui impedâncias iguais por fase;
- parâmetro tensão de alimentação: as tensões trifásicas são iguais e simétricas, mantendo entre si o
defasamento de 120 graus.
Uma carga equilibrada em estrela pode ser alimentada por um gerador trifásico ligado em estrela ou
em triângulo.
6.6.1 − Conexão YY
Esta conexão, com o gerador e a carga ligados em Y (estrela) é apresentada na Figura 6.13, também
denominada de sistema YY de quatro fios (presença do neutro).
Nesta conexão em YY:
- as impedâncias da carga serão denominadas de ZF;
- as correntes de linha são iguais às correntes de fase, tanto no gerador CA 3𝜙 (trifásico) como na
carga. Logo, podemos escrever:
IL = IF (6.5)
IN = In
- as tensões de cada fase do gerador são as mesmas para cada fase correspondente da carga, devido
à conexão comum do neutro (nós N e n do circuito) e dos nós A-a, B-b e C-c. Assim, temos as tensões de
fase deste sistema:
- Para a carga equilibrada em estrela, a corrente no condutor (IN) é nula, o que será demonstrado mais
à frente em um exemplo resolvido. Aplicando-se a LKC para o nó N deste circuito, obteremos (6.9).
A a
Gerador CA Carga
IL = IAa equilibrada
em Y
VAN 127V00 ZF
127V3 N n
127V2
IL = IBb
VCN VBN
C ZF ZF c
B IL = ICc b
IN = In
a) Para uma sequência de fase ABC, temos o diagrama fasorial da Figura 6.15, onde os ângulos de fase são:
1200
1200 VAN = 127 V 00
1200
As correntes de linha são iguais às correntes de fase, tanto nas bobinas do gerador CA quanto nas
impedâncias da carga, pois a conexão é YY. A única diferença entre elas é com relação ao ângulo de fase.
Como a carga é equilibrada, teremos, em cada fase:
𝑉𝑏𝑛 127−1200
Corrente de linha IBb 𝐼𝐵𝑏 = 𝐼𝐿 = = = 25,4 𝐴 −173,130
𝑍𝐹 553,130
𝑉𝑐𝑛 1271200
Corrente de linha ICc 𝐼𝐶𝑐 = 𝐼𝐿 = = = 25,4 𝐴 66,870
𝑍𝐹 553,130
b) Para a carga equilibrada em estrela, a corrente IN deve ser nula. Escrevendo estas correntes na forma
retangular, obtém-se a Tabela 6.2 (ver a 2ª. coluna).
Aplicando-se a LKC ao nó n:
Logo, a corrente IN de fato é igual a zero, como era de se esperar. Ela pode ser utilizada como medida
de diagnóstico para a certificação de que o sistema da Figura 6.11 é equilibrado.
6.6.2 − Conexão Y
VL = VF (6.10)
𝐼𝐿 = √3.I𝐹 (6.11)
Exemplo 6.3 – Seja o circuito trifásico da Figura 6.16 (conexão Y), com os parâmetros:
ZF (impedância de fase) = Zan = Zbn = Zcn = 6 – j8 ohms. Na forma polar, ZF = 10 − 53,130.
Correntes de linha: IAa = Ian = 2A 00; IBb = Ibn = 2A −1200 e ICc = Icn = 2A +1200.
Solução:
a) As tensões de fase são obtidas por:
Van = Ian Zan = 2A 00 10 − 53,130 = 20 V − 53,130.
Vbn = Ibn Zbn = 2A −1200 10 − 53,130 = 20 V − 173,130.
Vcn = Icn Zcn = 2A +1200 10 − 53,130 = 20 V + 66,870.
rad/s
Ian = 2A 00
Vbn = 20V −173,130
Ibn = 2A − 1200
Nesta situação, não existe o condutor de neutro na carga. As impedâncias da conexão da carga em
triângulo são iguais e, em cada nó do triângulo há uma soma fasorial de correntes, incluindo uma corrente de
linha que vem da fonte CA de alimentação. Serão apresentadas as conexões em Y e em .
6.6.3 − Conexão Y
Esta conexão é apresentada na Figura 6.17, onde a fonte CA 3𝜙 está conectada em Y e a carga em . As
tensões de fase na carga são iguais às tensões de linha do gerador CA, mesmo no caso de uma carga não é
equilibrada. Por exemplo, a tensão Vca na carga é igual à tensão de linha VCA no gerador. Assim:
IAa Correntes
A de Linha a
IAN
Gerador CA + Carga
Ligação em Y _
VAN ~ Vca
+ equilibrada
em
_ Vab
ZF ZF _
VCN _ _ VBN +
Iac
+ ~ N
~ + _ ZF
Iba
C B ICc c
+ b
ICN IBN Vbc
Icb
IBb
As correntes de linha (IL) IAa, IBb e ICc têm um módulo maior que as correntes de fase (IF) em cada
braço da conexão triângulo, calculado por 𝐼𝐿 = √3 𝐼𝐹 .
Supondo positiva a sequência de fase das tensões do gerador (ABC), e adotando a tensão VAN como
referência, podemos escrever: VAN = VF 00; VBN = VF −1200 e VCN = VF +1200.
As tensões de linha do sistema são dadas em (6.12). A partir delas, são calculadas as correntes de
fase na carga, em (6.13), onde Z é a impedância por fase na carga em .
𝑉𝐴𝐵 = √3 𝑉𝐹 300
𝑉𝐶𝐴 = √3 𝑉𝐹 − 1500
IC = Icb − Iac Figura 6.19 – Sistema Y: correntes de linha IA, IB e IC.
Exemplo 6.4 (EDMINISTER, 1991) – Seja uma carga equilibrada ligada em , como na Figura 6.18, cujas
impedâncias por fase são Z = 20 450. As tensões de linha são: VAB = 100 V 1200, VBC = 100 V 00
e VCA = 100 V 2400. Quais são as correntes de linha deste sistema, IA, IB e IC?
Exemplo 6.5 – Desenhar o diagrama fasorial das tensões e correntes para a conexão Y do Exemplo 6.4.
Solução:
O diagrama fasorial das tensões de linha é apresentado na Figura 6.20 e o diagrama fasorial das
correntes de linha e de fase, na Figura 6.21.
Iba
rad/s
vBC 1800 00
Iac
IC
Icb
IA
vCA 2700
Figura 6.20. Figura 6.21.
6.6.4 − Conexão
Nesta configuração, a carga 3𝜙 ligada em é alimentada por uma fonte 3𝜙 também ligada em –
veja a Figura 6.22. O cálculo das correntes de linha e de fase é o mesmo da conexão Y.
IAa
A a
Gerador CA
Ligação em _
Carga
_
+ + equilibrada
VCA VAB Vca Vab em
~ ~ _ ZF ZF _
+ +
Iac Iba
N
_
ZF
_
C ~ + B c + b
VBC ICc Vbc
Icb
IBb
Como se verifica neste circuito, as tensões de fase na carga são iguais às tensões de fase do gerador
CA, mesmo na situação de uma carga não equilibrada. A tensão Vab na carga, por exemplo, é igual à tensão
de linha VAB no gerador. Assim:
EF 6.4 (SADIKU, M. e ALEXANDER, 2014) – Para o sistema trifásico YY da Figura 6.23, calcular:
Resp.: (a) Ia = 6,81A −21,80; Ib = 6,81A −141,80 e Ic = 6,81A −261,80. (b) V5 − j2 = 36,71 V.
Ib
Ic
EF 6.5 – Uma carga equilibrada de três resistores (47 ohms cada) é conectada em Y a um gerador trifásico
de 220 V RMS (tensão de linha). (a) Qual é a tensão RMS em cada resistor deste circuito? (b) Qual é a
corrente de fase e a potência dissipada em cada resistor?
EF 6.6 (BOYLESTAD, 2012) – Seja o sistema trifásico equilibrado da Figura 6.23, onde o gerador conectado
em triângulo tem a sequência de fase ACB e, portanto, 2 = 1200 e 3 = − 1200. Parâmetros deste circuito:
Tensões de linha (60 Hz): VAB = 120 V 00; VCA = 120 V 3 e VBC = 120 V 2.
Impedâncias de fase: Zab = Zac = Zbc = 5 − j5 ohms. Logo, R1 = R2 = R3 e C1 = C2 = C3 = 1/(2..60.5) F.
Os valores RMS aproximados da corrente Iab e das correntes de linha são, respectivamente:
a. ( ) 16,95 A e 67,81 A.
b. ( ) 33,90 A e 67,81 A.
c. ( ) 33,90 A e 58,72 A.
d. ( ) 58,72 A e 33,90 A.
Um carga trifásica alimentada por um gerador 3𝜙 tem a sua especificação, em geral, através da
potência total, desenvolvida nas suas três impedâncias. Seja uma instalação elétrica com várias cargas
monofásicas. Para calcular a energia elétrica e o rendimento de cada uma é necessário identificar os seus
níveis de potência e tensão (MARKUS, 2001).
No capítulo 4 analisamos as potências ativa, reativa e aparente. Neste capítulo faremos esta análise
em sistemas trifásicos, constituídos por cargas conectadas em estrela e em triângulo.
A potência ativa (P), em kW, como já foi definida, é a parcela da potência aparente que realiza
trabalho, ou seja, transformada em energia. Em (6.15) temos o cálculo da potência ativa trifásica, onde o
ângulo é a defasagem entre a corrente e a tensão por fase e cos é o fator de potência.
Demonstração:
Seja uma carga equilibrada 3𝜙, na conexão Y (Figura 6.25a) e na conexão (Figura 6.25b). A
potência ativa por fase é calculada por (6.16) e a potência total da carga por (6.17).
𝑃𝐹 = 𝑉𝐹 ∙ 𝐼𝐹 ∙ 𝑐𝑜𝑠 𝜃 (6.16)
𝑃3𝜙 = 3 𝑃𝐹 (6.17)
IL = IF IL Correntes
de Linha a
R A
IF
VL = VFF VRN = VF ZR VF VF
N Z Z
N IF
IL
Z
S
ZS ZT C b
c VF
IL IF
T B
(a) (b)
Figura 6.25 – Carga equilibrada nas conexões (a) estrela e (b) triângulo.
Para a conexão Y: a corrente de linha é igual à corrente de fase (IL = IF) e a tensão de linha é maior
que a de fase (VL = √3 VF). Para a conexão : a corrente de linha é maior que a de fase (IL = √3 IF) e a
tensão de linha (VL) e a de fase (VF) são iguais.
Substituindo estes parâmetros em (6.16) para a conexão Y por exemplo e utilizando (6.17),
obteremos a potência trifásica:
𝑉𝐿
𝑃3𝜙(𝑌) = 3 𝑃𝐹(𝑌) = 3𝑉𝐹 𝐼𝐹 𝑐𝑜𝑠 𝜃 = 3 𝐼 𝑐𝑜𝑠 𝜃
√3 𝐿
Portanto, em (6.18):
Esta equação também é válida para a conexão da carga 3𝜙 em , na Figura 6.25 (demonstre!). O
mesmo vale para a potência reativa e aparente – equações (6.19) à (6.22), na sequência.
A potência reativa é obtida através do triângulo de potências. Esta potência por fase é representada
por (6.19). A potência trifásica reativa total da carga é dada por (6.20).
𝑄𝐹 = 𝑉𝐹 𝐼𝐹 𝑠𝑒𝑛 𝜃 (6.19)
Finalmente, a potência aparente em sistemas trifásicos é obtida através dos valores medidos da tensão
e corrente de linha. Por fase, a potência aparente é representada por (6.21). A potência aparente total para
uma carga trifásica é obtida em (6.22).
𝑆𝐹 = 𝑉𝐹 𝐼𝐹 (6.21)
𝑆3𝜙 = √3 𝑉𝐿 𝐼𝐿 (6.22)
Conclusão:
− Usando os valores de tensão e corrente de linha, podemos construir a Tabela 6.3, que apresenta
as equações das potências trifásicas ativa, reativa e aparente.
− Num sistema simétrico e equilibrado com carga equilibrada (qualquer que seja o tipo de ligação)
as fórmulas de potência ativa, reativa e aparente são as mesmas.
− O fator de potência de uma carga trifásica equilibrada é o cosseno do ângulo de defasagem entre
a tensão e a corrente numa fase.
Solução:
Logo, teremos:
EF 6.8 – Uma carga conectada em triângulo (Figura 6.28) consome 600 kW de uma linha de 5 kV RMS,
com um fator de potência indutivo. Se em cada fio a corrente eficaz é de 75 A, qual é o fator de potência
desta carga?
IL = 75 A
IF
VF VF
Z1 Z2
VL VL = 5 kV
IF IF
Z3
VL VF
Figura 4.
Figura 6.28 – Carga equilibrada (conexão ) – Exemplo 6.7.
EF 6.9 (SADIKU, M. e ALEXANDER, 2014) – Uma carga balanceada conectada em estrela absorve 50
kVA com fator de potência 0,6 atrasado, com uma tensão de linha de 440 V. Calcule a corrente de linha e
a impedância por fase desta carga. Resp.: 65,61 A; 2,323 + j 3,098 ohms.
Neste item será apresentado um interessante exemplo de sistema 3𝜙 equilibrado, onde uma carga é
alimentada por um gerador e é considerada a impedância da linha de transmissão (LT). Esta impedância
provoca uma perda e, consequentemente, a eficiência do sistema não será de 100%.
As LT – ver o seu aspecto na Figura 6.29 – transportam a energia elétrica dos geradores (usinas
hidrelétricas, geradores eólicos, fotovoltaicos etc.) até os consumidores – residenciais, comerciais,
industriais, hospitais etc. Nas Figuras 6.30a e 6.30b são apresentadas as LT em um sistema de geração,
transmissão e distribuição de energia elétrica.
Geração
Transformador
Transmissão Usina Hidroelétrica
Subestação
Transmissora
Subestação
Distribuidora
Consumidores Comerciais
e Industriais Distribuição
Dispositivos de
automação da
distribuição
Consumidores residenciais
Fonte: http://engenharianodiaadia.blogspot.com.br/2012/02/o-desenvolvimento-dos-sistemas.html.
(a)
Fonte: http://abiape.com.br/wp-content/uploads/2018/10/img2.jpg
(b)
Figura 6.30 – (a) e (b) Sistema de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.
A a
Gerador CA Carga
3 em Y equilibrada
+ 15 j20 em Y
IA VAN Z1
_ VAB 12 kV
IC N n
IB
+ VCN VBN
C + B c Z2 Z3 b
15 j20
IN = In 15 j20
Solução:
A potência total da carga é encontrada por PT(carga) = 3 VF IF cos . Isolando a corrente de fase nesta
equação, encontra-se:
𝑃𝑇(𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎) 160.000
𝐼𝐹 = → 𝐼𝐹 = = 8,95 A.
3. 𝑉𝐹 . cos 𝜃 3 . 6,93 𝑘𝑉. 0,86
Atribuindo à tensão de uma das fases um ângulo de 00, ou seja, fazendo VF = VF 00, o FP de 0,86
em atraso implica em IF = 8,95 A −30,680
O circuito equivalente para cada uma das fases é apresentado na Figura 6.32, onde, pela LKT:
Figura 6.32 – Circuito equivalente por fase para o sistema da Figura 6.31 (BOYLESTAD, 2012).
VAN = IF Zlinha + VF → VAN = (8,95 A −30,680) (25 53,130) + (6,93 103 V 00)
= 223,75 V 22,450 + 6,93 103 V 00
= 206,79 + j85,44 V + 6,93 103 V = 7.139,79 + j85,44 V
= 7.139,79 + j85,44 V
PT = Pcarga + PLinhas
PT = 160 kW + 3 Rlinha (IL)2
PT = 160 kW + 3 15 (8,95)2
PT = 160.000 W + 3.604,61 W
PT = 163.604,61 W
𝑃𝑇 163.604,61
FP = cos 𝜃𝑇 = = = 0,85
√3 𝑉𝐿 𝐼𝐿 √3 × 12,38 × 103 × 8,95
A eficiência é calculada pela relação (6.23). A potência de saída é igual a 160 kW (na carga trifásica).
As perdas em W ocorrem no elemento resistivo da LT, já calculadas anteriormente: Pperdas = 3.604,61 W.
Po Potência de saída Po
= = = (6.23)
Pi Potência de entrada Po + Pperdas
Po 160.000
= = = 0,98
Pi 160.000 + 3.604,61
Este sistema, também denominado de conexão em Y a 4 fios, está apresentado na Figura 6.33. Vamos
considerar um desequilíbrio devido às impedâncias diferentes: ZA ZB ZC. As correntes de fase são
obtidas pelas equações (6.24) a (6.26).
IAN = IA
A
VAB VAN ZA
N ZC
IN N
B ZB
IB IC
C
Figura 6.33 – Circuito 3𝜙: carga desequilibrada conectada em estrela.
𝐼𝑁 = 𝐼𝐴 + 𝐼𝐵 + 𝐼𝐶 (6.27)
Com a carga desequilibrada, existe uma corrente no neutro, ao contrário de um sistema equilibrado
em Y, onde IN = 0. Podemos resumir:
Em um sistema com uma carga 3𝜙 ligada em Y a 4 fios, a corrente medida no condutor de neutro
possibilita comprovar uma situação de desequilíbrio. Nas impedâncias as correntes são as próprias correntes
de linha, desiguais e sem simetria.
Existe uma ferramenta especial aplicada a sistemas trifásicos desequilibrados: consiste no método das
componentes simétricas, que está fora do escopo dos nossos estudos.
A respeito do cálculo da potência total em circuitos desequilibrados como o da Figura 6.33, a mesma é
obtida pela soma das potências das fases e não simplesmente multiplicando por 3 a potência de cada fase.
N n
Neutro
200V
0V
-200V
V(VR:+) V(VS:+) V(VT:+)
4.0A
0A
-4.0A
-I(R1)
4.0A
0A
SEL>>
-4.0A
I(R2)
4.0A
0A
-4.0A
I(R3)
A partir de 50 ms: sistema desequilibrado
4.0A
De 0 a 50 ms: o sistema está equilibrado
0A
-4.0A
0s 50ms 100ms
I(RN)
Time
Figura 6.35 – Formas de onda: carga desequilibrada conectada em Y – Exemplo 6.8.
SIMULAÇÃO: MULTISIM
A corrente IZ2 é diferente das
correntes IZ1 e IZ3
A corrente no neutro é diferente
de zero e igual à corrente na fase
desequilibrada.
Figura 6.36 – Resultado da simulação do circuito da Figura 6.34 com o software Multisim.
21/08/2021 Prof. André Barros de Mello Oliveira 13
Cálculo da corrente no neutro com o desequilíbrio:
IN = IZ1 + IZ2 + IZ3 → IN = 2,7 00 + 1,91 750 + 2,7 −1200 = 1,91 A − 14,960.
Para a situação em que não é utilizado o condutor de neutro, teremos um sistema trifásico a três fios.
Calculamos as correntes de linha utilizando a análise de malha. Vejamos com um exemplo numérico.
Exemplo 6.9 – Seja o circuito desequilibrado da Figura 6.37. Determinar as correntes de linha Ia, Ib e Ic.
Ia
A a
+
Gerador CA Carga 3
3 em Y 120 Vef 00 Za = j5 desequilibrada
I1
_
N n
120 Vef +1200 120 Vef −1200 Zc = − j10
Ib
+
C + Zb = 10 c
B b
Ic
I2
Solução:
Resolvendo por análise de malhas, determinamos a equação da malha 1:
Utilizando as equações (6.28) e (6.29) montamos o sistema linear dado por (6.30).
Ia = I1 = 56,79 A;
Ib = I2 − I1 = 25,46 A;
Ic = − I2 = 42,75 A −155,10.
Para calcular os parâmetros de um circuito trifásico com uma carga desequilibrada em triângulo, o
primeiro passo é calcular, através das LKC, as corrente de fase e, em seguida, as de linha. A Figura 6.38
mostra a configuração de um sistema 3𝜙 , onde as cargas têm impedâncias Z1, Z2 e Z3, distintas entre si.
A a
Gerador CA Carga
Ligação em IA _
desequilibrada
_ + em
+
VBA VAC Vab Vca
~ ~ _ _ Z1 Z2
+ +
Iab Ica
N
Z3 _
_ +
B ~ + C b c
VCB IB Vbc Ibc
IC
• Correntes de linha:
IA = Iab − Ica (6.35) IB = Ibc − Iab (6.36) IC = Ica − Ibc (6.37)
Solução:
𝑉𝑎𝑏 23000
𝐼𝑎𝑏 = = 200600 = 1,15 𝐴 − 600
𝑍1
𝑉𝑏𝑐 2301200
Correntes de fase: 𝐼𝑏𝑐 = = 100√2−450 = 1,63 𝐴 1650
𝑍3
𝑉𝑐𝑎 230−1200
𝐼𝑐𝑎 = = = 1,53 𝐴 − 1200
𝑍2 15000
A Figura 6.39 mostra o diagrama fasorial completo para este circuito (tensões e correntes).
Vcb
IC
Ibc
Vab
IA
Ica Iab IB
Vac
Figura 6.39 – Diagrama fasorial para o circuito do Exemplo 6.10.
Com fases onde as impedâncias são diferentes, ocorrerão correntes diferentes. Disto decorre que teremos
potências diferentes por fase, seja na conexão Y ou em .
Para o cálculo da potência total da carga desequilibrada, Calcula-se a potência por fase e somam-se as
componentes P (potências ativa, em W) e Q (reativa em VAr). Exemplificando, seja o circuito da Figura 6.40,
uma carga desequilibrada em triângulo e a Tabela 6.4 mostra as suas potências P e Q.
ST
QT
PT
Figura 6.41 – Triângulo de potências referente à Tabela 6.4.
EF 6.12 – Encontre a potência real em kW absorvida pela carga desequilibrada em (Figura 6.44).
EF 6.13 – Seja o sistema triângulo-triângulo mostrado na Figura 6.45. As impedâncias da carga são:
Z1 = 8 + j6 ; Z2 = 4,2 – j2,2 e Z3 = 10 + j0 . Encontre o valor eficaz da corrente IbB.
Iab
a. ( ) 16,95 A e 67,81 A.
b. ( ) 33,90 A e 67,81 A.
c. ( ) 33,90 A e 58,72 A.
d. ( ) 58,72 A e 33,90 A.
EF 6.15 – Uma carga conectada em triângulo (Figura 6.47) consome 900 kW de uma linha de 6,9 kV RMS,
com um fator de potência indutivo. Se em cada fio a corrente eficaz é de 100 A, qual é o fator de potência
desta carga?
75 AA
IL = 100
IF
VF VF
Z1 Z2
VL VL = 6,9
5 kVkV
IF IF
Z3
VL VF
Figura 4.
Figura 6.47 – Circuito do EF 6.15.
EF 6.17 – Seja o sistema trifásico Y- da Figura 6.49. Este circuito apresenta uma falha de interrupção
entre as fases a e b, com a abertura da chave S1.
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